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Universidade Rovuma
Campus de Nacala-Porto
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Julho, 2021
Universidade Rovuma
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Campus de Nacala-Porto
Julho, 2021
ÍNDICE
1. Introdução.................................................................................................................................3
2.4.3. Multidisciplinar..................................................................................................................14
Conclusão......................................................................................................................................15
referências bibliográficas...............................................................................................................16
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1. Introdução
É um ramo do Direito Público, mas os interesses defendidos pelo Direito Ambiental não
diz respeito à categoria dos direitos públicos, nem tampouco dos direitos privados, por se tratar
uma disciplina que cuida dos direitos que pairam entre a zona do público e do privado; a
categoria dos direitos difusos.
Vale dizer que Direito difuso ou transindividual é todo aquele que protege
interesses que vão além dos individuais e atingem um número indeterminado ou
indeterminável de indivíduos. Tais interesses tocam os indivíduos sem,
necessariamente, exigir que os mesmos pertençam a grupos ou categoria
determinada. Trata-se, por isso mesmo, de um direito difuso, espalhado pela
sociedade, do qual todos são titulares.
“O direito do meio ambiente é um direito a que correspondem obrigações, mas, sendo direito de
terceira geração e não um direito social, diferencia-se deste no momento em que as obrigações
que lhe são correspondentes não são apenas deveres públicos de fazer (ou deveres do Estado),
mas também deveres dos próprios particulares, titulares do direito”.
“Esse direito-dever, da categoria direito difuso, difere ainda dos direitos de gerações anteriores,
na medida em que não nasce de uma relação contratual nem de um status, como o de ser cidadão
de determinado Estado. Nasce da valorização do ser humano neste final de século XX, através da
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O direito ambiental visa o estudo das relações do homem com a natureza. Assevera Toshio
Mukai (1994) ser o acenado direito um conjunto de normas jurídicas integrantes de vários ramos
jurídicos reunidos por sua função instrumental para disciplinar o comportamento do homem em
relação ao seu meio ambiente.
Na opinião de Fiorillo (2000, p.22), o “direito ambiental é uma ciência nova, porém autônoma”.
Essa independência é decorrente em razão de aquele possuir seus próprios princípios, inseridos
na Carta Magna.
Para alguns autores, o Direito Ambiental pertence ao novo grande ramo do direito que não é
público nem privado, mas sim o ramo dos direitos difusos. É da natureza do interesse difuso não
ser a sua titularidade atribuída a ninguém em particular. Da mesma forma, também é de sua
natureza não pertencer a nenhuma pessoa jurídica, pública ou privada e nem mesmo a um Estado
em particular, já que faz referências a bens pertencentes a toda a humanidade.
O conceito apresentado por Gina Copola (2003, p.29) é mais abrangente, afirmando ser o
“conjunto de normas jurídicas, técnicas, regras e princípios tendentes a assegurar o equilíbrio
ecológico, o desenvolvimento sustentável, e a sadia qualidade de vida de toda a coletividade, e
de todo o ecossistema”
Ambiental (EIA) para os projectos e programas que possuem o potencial de provocar impacto
ambiental significativo. O regulamento de EIA foi, subsequentemente, sujeito a alguns ajustes.
Foram recentemente colocados em vigor novos padrões e directivas de desempenho por via de
vários decretos que definem as funções e as responsabilidades das instituições do sector público
envolvidas na gestão ambiental. A Lei do Ambiente é aplicável a todas actividades públicas e
privadas que poderão influenciar o ambiente, directa ou indirectamente. Aspectos marcantes da
Lei incluem:
Aqueles que poluam, ou de alguma forma degradem o ambiente, serão responsabilizados
e terão a obrigação de o reabilitar ou de compensar pelos danos causados.
A Lei proíbe a poluição do solo, do subsolo, da água ou atmosfera por quaisquer
substâncias poluentes, ou qualquer forma de degradação do ambiente, que esteja fora dos
limites estipulados por Lei.
Os projectos e operações que possuam a probabilidade de exercer um impacto negativo
sobre o ambiente estão sujeitos à avaliação de impacto ambiental por avaliadores
independentes.
São proibidas todas as actividades que possam ameaçar a conservação, a reprodução, a
qualidade e a quantidade dos recursos biológicos, especialmente aqueles em perigo de
extinção.
De modo a proteger as componentes ambientais que possuem um valor ecológico e
socioeconómico reconhecido podem ser criadas zonas de protecção.
É obrigatório o licenciamento das actividades passíveis de provocar impactos ambientais
significativos. A emissão da licença ambiental depende da realização (finalização e
aceitação) do nível apropriado de avaliação ambiental.
Em Outubro de 2000 foi criada, por via de uma provisão da Lei do Ambiente, uma
Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável (CNDS), que responde ao Conselho de
Ministros. A criação da referida comissão justifica-se pela necessidade de assegurar uma
coordenação efectiva e a integração das políticas e planos sectoriais relacionados com a gestão
ambiental, ao mais alto nível. Em termos da presente Lei, as actividades passíveis de provocar
impactos ambientais significativos requerem a obtenção de uma Licença Ambiental. A emissão
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A Lei de Terras é relevante para a gestão de áreas urbanas e rurais vulneráveis, e, por
isso, importante para a Actividade 4. Gestão de Risco Baseada na Comunidade em Inhambane e
Maxixe, e para o processo com base no qual a Actividade 3, Estudo Reconhecimento sobre a
Gestão de Cheias no Zambeze, será conduzida. É também relevante para a colocação dos
disdrómetros e das estações hidro-climatológicas no âmbito das Actividades 1 e 2.
A Lei de Terras enfatiza que a terra pertence ao Estado. Existem dois tipos de direito
sobre a terra: a primeira é a atribuição da terra pelo Estado sob a forma de concessão. A segunda
tem como base a ocupação tradicional e as normas e práticas costumeiras, caso não sejam
inconstitucionais. As comunidades locais que ocupem a terra de boa-fé de acordo com as práticas
costumeiras há, pelo menos, 10 anos, adquirem o direito de uso e aproveitamento da terra,
excepto quando essa terra esteja localizada dentro dos limites de uma área de protecção total ou
parcial.
Outras provisões relevantes da Lei e Regulamento incluem:
Nas áreas declaradas como sendo de protecção total ou parcial não podem ser concedidos
direitos de uso e aproveitamento.
As áreas de protecção parcial incluem aquelas que localizam-se:
A 100 metros de uma fonte de água
A 100 metros da costa (em maré alta) ou de estuários
A 250 metros de uma barragem
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Os indivíduos não podem adquirir direitos sobre a terra sob protecção parcial, e qualquer
construção nas áreas de protecção parcial deverá encontrar-se registada junto das
entidades responsáveis pelas Águas Marinhas e Interiores
O Artigo 17 do Regulamento da Lei de Terras estipula que quando existe a necessidade
de se utilizar a terra para o uso público tais como a instalação de condutores de
electricidade, telecomunicações, gás, água ou outros, a entidade pública ou privada
deverá compensar o titular do direito de uso e aproveitamento.
De acordo com a Lei de Florestas (Lei n°10 de 7 Julho de 1999), todos os recursos de
floresta e fauna bravia em Moçambique pertencem ao Estado. Os principais objectivos desta lei
são de proteger, conservar, desenvolver e utilizar os recursos de florestas e fauna bravia do país
de um modo racional e sustentável para alcançar benefícios económicos, sociais e ecológicos
para as gerações actuais e futuras.
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Esta lei visa a descentralização de autoridade para o nível dos distritos. A Lei dos
Municípios estipula que os mecanismos deverão ser desenvolvidos para envolver as autoridades
tradicionais e, bem assim, quaisquer instituições comunitárias futuras na administração local.
Ensina-nos MILARÉ (2001), que "A palavra princípio, em sua raiz latina última,
significa "aquilo que se torna primeiro (primum capere) designando início, começo, ponto-
departida. Princípios de uma ciência, segundo José Cretella Júnior, "são as proposições básicas,
fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturas subseqüentes". Correspondem, mutatis
mutandi, aos axiomas, teoremas e leis em outras determinadas ciências."
reconhecidas que são duas dimensões transfronteiriças globais. Vide al-h) do art.4 da lei
20/97 de 1 de Outubro.
Neste âmbito, ainda que não seja dispensado o tratamento por bem ambiental específico,
deve-se sempre trabalhar com a visão totalizante, ou seja, o meio ambiente, na realidade, é
constituído por um complexo de relações que não podem ser vistas de forma seccionada, isolada,
inconsequente. Por ser um sistema complexo, intervir pontualmente não significa
necessariamente consequências apenas pontuais. Quase sempre, tal proceder afeta toda uma
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cadeia de relações (há uma interdependência dos elementos do meio ambiente, ou seja, uma “teia
da vida” ) e, em casos extremos, interrompe-se um ciclo vital por abordar de forma inadequada a
proteção do ambiente. É a visão do meio ambiental de forma global, completa, conjunta.
2.4.3. Multidisciplinar
O direito do ambiente, sabe-se, lida com o meio ambiente. Assim, seus conceitos, normas
e doutrina, necessariamente recorrem às ciências que estudam o meio ambiente para serem
construídos. Neste aspecto, o direito ambiental necessita grandemente de recorrer à Biologia, à
Geografia, à Agronomia, Engenharia Florestal, Biotecnologia, Ecologia, etc. Alguns denominam
também como transversalidade. É impossível estudar e aplicar o Direito Ambiental, sem recorrer
a conhecimentos de outros ramos da ciência.
CONCLUSÃO
Somente com a consciência ambiental será possível que ocorra o desenvolvimento sem
causar prejuízos irreparáveis ao meio ambiente
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS