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Merchandising acelerar a decisão de compra do consumidor no ponto de venda. “ É a venda sem palavras ”.
Foi-se o tempo em que se entrava em um supermercado com uma listinha de compras e levava-se para casa apenas a
Objetivos
cesta básica do mês. Os commodities hoje em dia representam apenas uma parcela dos carrinhos de compra.
As pessoas se deparam com um número infinito de novidades cada vez que entram em um supermercado e, na atual O objetivo básico do merchandising é criar um cenário para o produto no ponto de venda, proporcionando maior giro nos
conjuntura econômica, deixaram de lado a compra do mês para dar lugar visitas constantes aos supermercados (compra estoques, bem como atrair mais clientes, vender mais por cliente, baixar os custos operacionais, aumentar o índice de
mensal parcelada). rotação dos produtos, vender mais lucrativamente e obter maiores lucros. Isso engloba uma série de idéias e
providências táticas ligadas às vendas, agindo nas áreas de divulgação do produto, no ponto de ventas e na fase final de
Frente a alta freqüência de visitas e às novidades ofertadas, as pessoas passaram a levar para casa muito além do que
consumação, para que ele seja comprado e consumido pelo consumidor ou usuário.
precisam ou se planejaram para comprar no supermercado, devido ao elevado número de compras por impulso. Os
produtos parecem saltar aos olhos dos consumidores.
Com as inúmeras opções ofertadas pelos concorrentes, fazer parte do carrinho de compras de um consumidor virou uma Como surgiu o merchandising
tarefa difícil. Daí surge a necessidade de se estudar o merchandising, fator de grande importância na hora da decisão de
Em décadas passadas a relação entre as empresas (fabricantes de bens de consumo) e seus clientes era impessoal e
compra.
tratava todos como um grande grupo, com os mesmos desejos e expectativas. Com o passar dos anos o cenário mudou,
surgiram empresas fornecedoras de um único bem de consumo e a concorrência acirrada obrigou essas empresas a
Merchandising como fator de decisão reverem e mudarem sua forma de comunicação com o cliente. O consumidor passou a exigir mudanças porque seu
campo de escolhas se multiplicou. Foi nesse momento que verificou-se a necessidade de influenciar a escolha das
O número de consumidores que vai a supermercados com listas de compras na mão ainda é bem menor do que aqueles pessoas, principalmente nas lojas de varejo que operam com Auto-Serviço, onde os consumidores podem escolher
que se decidem pelo que colocar no carrinho no ponto-de-venda. Mesmo aquele consumidor metódico, que não se livremente o que vão comprar. Surgiu a necessidade de destacar o produto no PDV (Ponto de Venda), nasce assim o
separa da sua listinha de itens e que tem sempre à mão uma calculadora para não ultrapassar o orçamento doméstico, merchandising, que em inglês, significa “ato de operar mercadorias”. Um trabalho bem feito de merchandising torna a
também está suscetível a compras por impulso, dependendo do estímulo que o atraia para o produto. Afinal de contas,
marca mais atraente aos olhos da pessoa, diferencia uma marca das concorrentes e é responsável pelo aumento da
apenas 40% dos consumidores já têm efetivamente alguma idéia das marcas que vão comprar quando entram num
participação da marca no mercado. As ferramentas de merchandising estimulam a compra por impulso. Despertar o
supermercado, segundo dados do Popai (Point-of-Purchase Advertising Institute), dos Estados Unidos. impulso, o desejo do consumidor de adquirir o produto.
De olho nesse comportamento do consumidor, que com a estabilidade da economia passou a ir mais vezes às lojas e
O tempo e o espaço de venda
está exposto a um volume cada vez maior de lançamentos, as empresas fornecedoras estão engordando as verbas e a
participação do merchandising entre as suas diversas ações de marketing no ponto-de-venda. Afinal de contas, uma No auto-serviço, o tempo de uma venda é muito rápido: basta aquele breve instante em que o consumidor passa em
abordagem bem-feita ou uma degustação podem fazer a diferença na decisão de levar ou não um produto para casa. frente à exposição de produtos. Numa fração de segundos, ele executa um grande número de operações mentais:
Atentos aos resultados de vendas que proporcionam, as redes de varejo de auto-serviço também passaram a ser mais Lembra-se do seu planejamento de compra;
receptivas a essas ações, e as enxergam como as boas oportunidades de alavancar vendas, atraindo tráfego de clientes
Procura a seção onde estão os produtos;
para as lojas. Muitas delas, inclusive, fazendo as suas próprias ações de merchandising para incrementar o desempenho
de vendas e como estratégia para enfrentar a chegada de novos concorrentes nas redondezas. Entre as ações mantidas Localiza os produtos;
por supermercados, estão sorteios de brindes para os clientes, por exemplo. Identifica as marcas;
Compara os preços;
Materiais Temporários de Merchandising são aqueles que ficam, como o nome diz, temporariamente no ponto de Supermercados que otimizam a área de check-outs com a colocação de check stands não têm do que reclamar. As
venda. São materiais de vida curta, duram o tempo de uma campanha. vendas de algumas categorias de produtos costumam ir às alturas. De acordo com pesquisa feitas, 81% das donas de
casa dos Estados Unidos compram confeitos no check-out, 52% adquirem revistas e 40%, pilhas.
Materiais Permanentes possuem uma vida longa, o tempo de permanência no ponto de venda independe do tema da
campanha. No Brasil, ainda não existem estatísticas sobre o desempenho de venda dos produtos expostos em check-outs, mas a
interpretação de especialistas em marketing é de que a ocupação desse espaço era inevitável. "Hoje há uma tomada,
Ambos servem para expor o produto, seduzir o consumidor, fazer lembrá-lo da marca quando for comprar um produto.
em termos de merchandising, de todos os espaços dentro da loja. Não dava para uma área nobre como o check-
PERMANENTES TEMPORÁRIOS out ficar de fora", diz Júlio Anguita, presidente da Associação de Marketing Promocional (Ampro).
Expositor Vertical Cartazes Os check stands estão proliferando porque caíram nas graças de supermercadistas e fornecedores. Há redes de varejo
Freezer Banner de auto-serviço que mandam confeccionar seus displays e, depois, alugam o espaço a fornecedores. O preço depende
do número de expositores em que a indústria coloca seus produtos e do tempo de permanência. Normalmente, o
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pagamento é feito via bonificação ou descontos.
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Há ainda indústrias que fazem o display e o usam por um período predeterminado. Passado esse tempo, normalmente o
Luminoso Balão Inflável expositor passa a ser propriedade do supermercado, que o aluga aos mesmos fornecedores ou a outros fabricantes. A
Bic, fabricante de canetas, isqueiros e lâminas de barbear, usa as duas estratégias. "Quando fazemos o check stand,
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fracionamos o espaço com outros fornecedores que não sejam nossos concorrentes diretos", conta Mauro Daque,
Toldo Display gerente nacional de vendas da companhia.
Jogos de Mesa Stopper A Bic começou a trabalhar com check stands em 1995.
Guarda-sol Floor Stickers "No Brasil, ainda se perde muito tempo na fila do check-out. Por que, então, não ter um display na cara do consumidor,
para minimizar essa espera e até vender um pouco mais?", questiona Daque.
No Brasil, os números também são de encher os olhos. "Na nossa linha de produtos, há itens cujas vendas
O papel dos check stands quadruplicam no check-out", informa Daque, da Bic. Na Affinity, empresa que comercializa confeitos importados, a
expansão é de 80%, calcula Lenotchka Finardi, representante da empresa em São Paulo. Estimativas de fabricantes de
Passear entre as gôndolas, abarrotando o carrinho de novidades, algumas mercadorias básicas e muitos produtos tidos
chicletes apontam para um crescimento de vendas de até 300% quando a guloseima é exposta no check-out.
como supérfluos.
No supermercado Sé do Shopping Jardim Sul, em São Paulo (SP), a proporção de chicletes vendidos no check-out em
Esse é um programa que o consumidor brasileiro associa muito mais a prazer do que a obrigação. A situação só muda
relação à gôndola tradicional é de cinco para dois. Devido ao tamanho, esse é um produto difícil de trabalhar na seção.
quando chega a hora da passagem pelo check-out. Antes de pagar pelo que está levando, o cliente geralmente é
No display de check-out ele fica mais arrumado e desperta a atenção dos clientes, comenta Marcelo Sé de Freitas,
obrigado a enfrentar o martírio das filas.
gerente geral da loja. Há, segundo o gerente do Supermercado Sé, um outro fator que colabora para a boa performance
Esse "martírio", entretanto, pode ser amenizado, e não apenas pela ação de scanners. Uma das formas encontradas por
de chicletes e outros confeitos nos check-outs. “Na gôndola normal, por mais que a gente coloque o produto à
algumas redes de supermercados para distrair o cliente enquanto ele espera sua vez de passar pelo caixa é oferecer-lhe
altura da mão da criançada, sempre há mães que evitam o corredor dos chocolates. O check-out, entretanto, não
produtos com alto potencial de compra por impulso, como chicletes, balas, salgadinhos, lâminas de barbear, isqueiros, tem como ser driblado".
canetas e refrigerantes. Ao mesmo tempo em que entretém o cliente, a loja recheia o cofre com uma renda adicional,
Além de vendas mais gordas, outro ganho que a exposição nos check-outs proporciona é a redução dos furtos. Aquela
proveniente da venda de mercadorias que normalmente dão maior margem de lucro.
clássica cena de embalagens de chicletes, balas e inclusive preservativos avariadas na gôndola torna-se mais rara
Ao contrário da época em que os produtos eram expostos sem nenhum charme, uns sobre os outros, hoje eles são
quando esses produtos ficam no check-out. Estimativas de mercado dão conta de que a ocorrência de avarias na área
de confeitos diminui em mais de 70%. “Para nossos produtos não desaparecerem num muro de itens dentro de uma loja, o merchandising é vital.” -
Eduardo Franco – diretor de marketing da Stafford-Miller
"Na gôndola normal, produtos muito pequenos têm um índice elevado de roubo", declara Marcelo Freitas, do Sé
Supermercados. "O check stand não evita 100%, mas inibe o furto de determinadas mercadorias", diz Mauro Daque, da
Bic, referindo-se principalmente ao Bic Chama, alvo freqüente dos larápios. “Com o merchandising temos a oportunidade do contato mais direto com nossos consumidores, deixando-os
bem mais informados sobre a qualidade dos nossos produtos.”
Apesar de todo o interesse que tem despertado, a exposição de produtos no check-out ainda não é uma unanimidade no
setor supermercadista. Há gente que prefere um visual mais clean na linha de caixas, como o Cândia, de São Paulo. Gabriel Cherubini – diretor vice-presidente da Yoki Alimentos
"Não colocamos produtos no check-out para não poluir o ambiente e não atrapalhar a passagem do cliente”, diz Roger
Skuropat, diretor de marketing do Cândia. “O merchandising exerce papel fundamental dentro da categoria que trabalhamos. Não é só colocar o produto
dentro de um super ou hipermercado, temos que expô-lo bem para se destacar da concorrência, tanto direta
Hoje em dia muitas lojas estão aderindo a este novo cenário, entendendo que o merchandising bem feito ajuda a
quanto indireta.” - Octavio Freire – gerente de trade marketing da Suchard
alavancar vendas e consequentemente impulsiona maior giro dos estoques. Ainda assim existem aquelas que são
resistentes à mudança, percebem o merchandising como poluição visual da loja, nestes casos é necessário convencer o
cliente mostrando as vantagens de um bom trabalho de merchandising, esclarecer que o merchandising ajuda a “O merchandising é o último esforço de marketing que as empresas utilizam para o consumidor levar o seu
promover o produto, fazendo com que o consumidor aumente a sua pedida de determinada marca proporcionando maior produto”. - Paulo Roberto de Souza – diretor de marketing da Selling Out
Cada vez mais as empresas estão investindo e apostando na força do merchandising, elas destinam parte do seu • O display deve ser bem desenhado para não prejudicar o fluxo de clientes no interior da loja;
faturamento para ações no ponto de venda pois acreditam que é lá que o consumidor irá fazer a sua decisão de compra.
• Os displays não devem ser sobrecarregados com muitas unidades de um mesmo item;
A Antárctica destinou boa parte dos R$ 133 milhões investidos, neste ano, na área de Marketing da empresa para ações
• A precificação do produto exposto no material de merchandising deve ser bem visível;
com merchandising. A Stafford-Miller, por exemplo, fechou este ano com investimento de R$ 4,5 milhões em ações no
ponto-de-venda (cerca de 10% do faturamento total da empresa). A 3M também é outro exemplo, dos US$ 5 milhões • Lembre-se de que materiais de merchandising aumentam as vendas dos produtos comprados por impulso;
destinados à propaganda da companhia, 2,5% foram dirigidos para ações de merchandising em auto-serviço; o que • Os produtos em exposição extra maximizam a exploração do espaço físico dos supermercados;
representa o dobro do que a empresa investiu nessa área durante o ano passado. A Yoki Alimentos é outra que se
• Os materiais promocionais proporcionam serviço adicional ao consumidor, pois facilitam a visualização dos produtos
preocupa em deixar seus produtos mais visíveis aos olhos do consumidor nos supermercados, para isso emprega em
expostos.
merchandising cerca de 3% do seu faturamento anual.
Todo esse investimento justifica o retorno esperado pelas empresas. Como diz Arnold Belasco (diretor de serviços a
clientes-chave da Coca-Cola do Brasil), “quando um consumidor entra num super ou hipermercado recebe em ACNielsen traça perfil de consumo dos brasileiros
média 25 mil ou 30 mil mensagens de marcas diferentes”. Segundo ele, o impacto do merchandising no ponto-de-
O consumidor brasileiro é o que melhor responde à degustação de produtos na América Latina. A constatação é da
venda ajuda a marca Coca-Cola a romper com as várias mensagens dos demais produtos expostos. Um comunicação
pesquisa realizada pela ACNielsen para identificar as atitudes dos consumidores ante bens de consumo.
clara de preço, displays de grande impacto, e com ações bem executadas , as vendas podem subir de 35% a 600%.
Segundo a pesquisa, 83% dos brasileiros compram depois de experimentar o produto nos pontos-de-venda, parcela bem
superior à média da América Latina, que é de 68%. Os colombianos também se mostram bem receptivos à degustação,
com taxa de 75%, seguidos pelos mexicanos (66%), argentinos (57%) e chilenos (47%). “Está comprovado que essa
O merchandising na opinião das empresas
estratégia de merchandising nos pontos-de-venda é bastante eficiente, principalmente falando de Brasil”, destacou o
gerente da unidade Select da ACNielsen, Arthur Bernardo Neto, que conduziu o estudo. A pesquisa também identificou
“Merchandising é o último contato que temos com o consumidor antes de ele se decidir pela compra no ponto-
que 76% dos brasileiros não rejeitam a compra de produtos novos, média mais uma vez superior à da América Latina
de-venda, o que significa a diferença entre vender e não vender.”
(66%). “Isso demonstra que as chances de um produto inovador e de qualidade se firmar no mercado é muito grande. A
Arnold Belasco – diretor de serviços a clientes-chaves da Coca-Cola adesão a lançamentos é um passo para recompra”, disse o gerente. Contudo, o Brasil perde para o México no tocante
ao consumidor mais cauteloso. Dados da ACNielsen mostram que 48% dos mexicanos comparam preços e optam pelos
“O merchandising dá o último “input” ao consumidor na hora da compra e o ajuda a decidir.” produtos mais baratos, ante a taxa de 31% observada no mercado brasileiro. Na Argentina, o percentual é de 37%,
seguido pela Colômbia (39%) e Chile (12%). A média da América Latina é de 37%.
Carlos Alberto Poletini – diretor de marketing da Antárctica
Outro dado identificado pela ACNielsen foi de que 85% dos brasileiros observam a data de vencimento dos alimentos,
taxa superior aos 79% da média latina. Os brasileiros também são mais atentos ao valor nutricional dos produtos (53%), Para tanto, deve-se criar um ambiente que acolha de forma coerente o produto e seu público-alvo, de modo que
ante a média de 44% no continente. as pessoas, ao entrar na loja, fiquem por lá um bom tempo, se sentindo como se estivessem em casa. Um
ambiente acolhedor influencia o cliente na decisão de compra e pode fazer com que ele volte inúmeras vezes,
sempre com o mesmo entusiasmo.
Visual Merchandising
A primeira impressão é a que fica Detalhes em harmonia
Nas joalherias, seja qual for o tipo – da mais sofisticada a mais O store design, ou o “desenho da loja” começa no projeto de arquitetura, onde são determinantes fatores como a
popular - o cliente olha para a loja como uma espécie de paraíso funcionalidade do espaço, a fachada, o luminoso, a placa, o piso, a decoração, o mobiliário, os equipamentos, a
terrestre, que pode lhe proporcionar sensações de profundo prazer, vitrine, os displays, o mix de produtos expostos em destaque, a forma de exposição dos mesmos, a sinalização
poder e prestígio. clara e objetiva, a temperatura ambiente, a música de fundo, as cores, a iluminação, os alimentos e bebidas
oferecidos aos clientes e até os aromas da loja. A apresentação pessoal dos vendedores - o uniforme, o cuidado
Nosso cliente tem sempre uma expectativa diferenciada, não com cabelos, unhas, pele, maquiagem, tom de voz e mesmo o hálito também são fatores importantes, assim
importando o valor da compra que ele pretende realizar. Afinal, como a postura e o “astral” dos vendedores. De nada adianta um espaço impecável se, ao entrar na loja, o
comprar gemas e metais preciosos, montados com sensibilidade cliente “sente” um clima estranho, frio ou mesmo hostil entre a equipe de atendimento.
estética e criatividade em jóias maravilhosas, é sempre um momento
especial na vida de qualquer pessoa. Os detalhes têm que estar em perfeita harmonia, tendo como fio condutor determinante o conceito da marca e o
público-alvo que se pretende atingir. Estes dois fatores norteiam todas as decisões sobre o visual
Dessa forma, surpreender as expectativas deste consumidor com um merchandising.
ambiente que associe fortemente consumo, emoção e prazer pode ser
determinante para o sucesso das vendas e a fidelização dos clientes.
A primeira impressão é a que fica
Sentindo o ambiente O visual merchandising une o tema e o conceito da marca e tem como meta criar identidade logo no primeiro
olhar.
Uma ferramenta poderosa para se atingir tal objetivo é o visual merchandising, ou arquitetura promocional.
Num primeiro momento, o cliente é atraído pela fachada e pela vitrine, encontrando nas jóias expostas um
Esta ferramenta busca falar aos cinco sentidos para transformar as compras em uma experiência sensorial, uma conceito estimulante para ele. Depois, entra na loja e percebe que o ambiente é coerente com o que ele viu lá
vez que as pessoas sofrem influência direta do ambiente em que se encontram. Cores, sons, aromas e energias fora.
provocam uma troca de sensações muitas vezes imperceptível, mas de grande influência sobre as decisões de
Nos dias de hoje os consumidores procuram nas lojas mais do que produto: querem um conceito de vida, uma
compra.
história. Portanto, os comerciantes de jóias devem se valer menos do argumento de que a jóia é eterna e ancorar
Sabemos que a predominância dos sentidos, que determina a maneira como normalmente captamos os sinais sua estratégia de vendas na tentativa de criar identidade junto à clientela. Para conquistar o cliente é preciso
exteriores, varia de pessoa para pessoa. Há os sinestésicos, para os quais os códigos ligados ao tato e às oferecer um espaço acolhedor, funcional, sensorial e bem projetado. Devemos tentar desvendar o mistério que
sensações estão mais presentes. Elas são muito atentas a detalhes como conforto e maciez. Já para os auditivos, encerra as razões pelas quais, em um primeiro momento, gostamos ou não de um lugar ou de uma pessoa.
os sons são os sinais mais importantes, enquanto os visuais têm nos estímulos captados pela visão o principal
canal de descoberta do mundo à sua volta.
Investimento X despesa
Embora o tato e a audição devam ser estimulados dentro da ambientação de uma loja, podemos dizer que a
visão é o sentido mais importante dentro do ramo joalheiro, pela própria natureza do produto. Além disso,
estamos vivendo na era da imagem, e a visão tem sido muito explorada pela mídia e pela própria arquitetura A proposta do visual merchandising é relativamente nova no Brasil. Por isso, ainda é pequena a fatia do
promocional. comércio que encara essa ferramenta como um investimento e não como despesa.
Desta maneira, os sentidos são estimulados para que o consumo seja feito através das emoções e não da razão. É importante deixar claro que não se trata de ter sempre uma loja toda construída em materiais caros, mármores
importados, espelhos bisotês, móveis assinados, xícaras de porcelana chinesa ou copos de cristal. Dependendo
Segundo Fernando Cortés, da Attempore Consultoria, “até mesmo uma compra planejada - como um presente do público-alvo a ser atingindo, um visual suntuoso demais pode até inibir e distanciar o cliente. É importante
de casamento - tem um lado impulsivo, já que o consumidor pode escolher entre uma gama infinita de produtos afinar as opções pelo estilo e materiais do visual merchandising com o perfil de público do nosso negócio.
para presentear nessa data especial”. Ele estima que cerca de 90% do faturamento de uma joalheria seja
decorrente da compra por impulso. “Devemos estar atentos para aquilo que chamamos de momento Mas seja qual for esse perfil, são inadmissíveis fachadas descascadas, lâmpadas e luminosos queimados,
inconsciente da venda, que são aqueles cinco segundos em que o desejo por jóias é acionado por estes móveis lascados, vitrine desorganizada e com peças que não se comunicam entre si, bandejas de veludo com
elementos que compõem o visual merchandising, além do próprio produto em si, fazendo com que o cliente se pêlos, vendedores com aparência descuidada ou até ambiente sujo, empoeirado.
decida pela compra”, completa Fernando.