Os Estados dos Mwenemutapas

Localização Geográfica
• Do deserto de Kalahari ao Oceano Índico
• Do rio Zambeze ao Limpopo
 A sociedade Shona é muito hierarquizada e
complexa.
ESTRUTURA SóCIO-POLITICA

• Mutumes
• swikiros
Mwenemutapa

• Infices
(e sua familia)
CLASSE DOMINANTE

Mambo

Fumo /Encosse

Mwenemusha/Mukuru
DOMINADA
CLASSE

Musha/Comunidade aldeã
(Produzia e pagava vários tributos)
OS ESTADOS MARAVE

O termo marave designa uma formação etnolinguística localizada a norte do rio

Zambeze, entre os rios Chire e Luangua, constituida por povos oriundos do país
Luba, no Congo, comandados pelo chefe Chinkole da linhagem Phiri-Caronga
e chegaram ao território situado entre o Chire e o Luangua por volta de 1200.
Nesta regiao ja se encontrava o clã matrilinear Banda
Organização politico-administrativa (esquema)
A sociedade marave é matrilinear e o núcleo matrilinear básico é denominado
bele.
Poder hereditário por via matrilinear, embora muitas vezes resultasse de guerras
de sucessão.
Undi - chefe da nação; nome do fundador da dinastia

• dono do solo, do subsolo, da fauna, dos rios e de tudo quanto lá existisse.

• guia e responsável pelo destino do seu povo.
As relações de subordinação entre os diferentes níveis hierárquicos revelam
uma certa descentralização do poder. Citando António Gamito, o historiador
Newitt, M (1997) op cit: pp.77-78) aponta que
[...] Os Fumos pagam tributo aos Mambos, a quem se subordinam, e os
Mambos pagam tributo ao Undi.”
Os chefes recebiam vários tipos de tributos:
(i) Tributos regulares –com marfim, tabaco, esteiras, géneros
alimentares- eram referentes a taxas de trânsito aos comerciantes, custos
pela resolução de problemas e pela ocupação das terras;
(ii) Tributos rituais -penas vermelhas de alguns pássaros, peles de leão e
de leopardo – eram pagos simbolicamente aos chefes como demonstração
da vassalagem e em reconhecimento pela realização das cerimónias mágico-
religiosas.
 Trabalho nas terras dos chefes, na construção das suas casas e na
manutenção da cidade.

A Importância da ideologia na organização social

O núcleo matrilinear básico chama-se bele e é formado pela mulher, seu marido,
suas irmãs solteiras e casadas, seus filhos solteiros, suas filhas, seus maridos e
pelos maridos das suas filhas.
O clã local,Banda, praticavam em santuários cultos relacionados com a fertilidade
dos solos, à invocação, ao controlo das cheias, entre outros. Esses cultos eram,
geralmente, realizados por mulheres (sarimas):
Exemplo: O caso da mulher espírito do culto muali ou do culto makewana.
Com a chegada do clã Phiri, foram introduzidos novos cultos territoriais, cujos
oficiantes eram do sexo masculino.
A fixação do clã Phiri na região foi até certa medida pacifica, acompanhada da
absorção gradual dos cultos nativos, pelo respeito pelos locais sagrados e através
de alianças matrimoniais, em que os chefes Phiri casavam com mulheres nativas
e, juntos passavam a partilhar algumas funções ideológicas. Por exemplo, o
Caronga devia obrigatoriamente casar-se com a Muali (mulher espírita) saída do
clã Banda

A Queda dos Estados Marave

• lutas no seio dos Phiri pelo controlo do comércio do marfim;

• interferência cada vez maior dos senhores prazeiros na vida dos Estados
Marave;
• penetração de mercadores no fim do século XVIII. A chegada de uma nova
geração de mercadores euro-asiáticos, como foi o caso do português Gonçalo
Caetano Pereira que, tendo casado com a filha do Undi, fundou o estado
prazeiro de Macanga e acabou por controlar muitas províncias do estado Undi;
• aparecimento dos nguni durante o mfecane, em 1835.
ACTIVIDADES
1. Pode se considerar que a fixacao Marave no norte do rio Zambeze nao foi
violenta.
-Como se explica este facto?
2. Enumera os elementos que constituem o nucleo matrilinear basico.
3. Fala da importancia das seguintes actividades nos estados Marave
• Caca
• Tecelagem
• Metalurgia
4. A estrutura politico-administrativa dos Marave revela uma certa
descentralizacao do poder.
- Explica como e que funcionava este poder descentralizado.
5. Explica as causas da decadencia dos estados Marave.