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Sequência 5 • Os Lusíadas
Grupo I
Parte A
Lê o texto, constituído pelas estâncias 105 e 106 do Canto I de Os Lusíadas. Se necessário,
consulta as notas.
2. Justifica o recurso simultâneo à anáfora e à frase exclamativa nos versos 5 a 8 da estância 105.
3. Identifica a metáfora utilizada na estância 106 para referir o ser humano e explicita o seu valor,
tendo em conta o assunto dessa estrofe.
Parte B
Lê o texto, constituído pelas estâncias 88 e 89 do Canto IX de Os Lusíadas.
4. Menciona duas das características dos portugueses que, de acordo com a estância 88 os tornam
merecedores da receção na Ilha dos Amores. Fundamenta a tua resposta com elementos textuais.
6. Explica de que modo a mitificação do herói em Os Lusíadas é ilustrada pelas estâncias transcritas.
Parte C
Lê o texto.
Grupo II
Lê o texto.
Inauguração de Goa
Conta-se a seguinte história de Einstein. Quando se refugiou nos Estados Unidos,
escapando das perseguições nazis, teve de preencher um formulário na migração. Entre
outras perguntas, devia indicar a raça a que pertencia. Respondeu, com sentido de humor,
precisamente, genial: «Raça humana». […]
5 Mas mesmo que cautelosamente escrevesse «caucasiana», que é o nome que nestes
formulários serve para indicar a origem europeia, o meu coração está com Einstein. Por
solidariedade com todas as raças. E por simplificação – «humana» serve para todas.
Antigamente era fácil preencher estes formulários, porque as raças eram poucas. Mas os
portugueses baralharam tudo quando chegaram à Índia. É óbvio que não fomos os
10 primeiros a misturar sangues, mas provavelmente foi connosco, em Goa, que essa mistura
fez parte de uma política oficial, de um desígnio superior: o de Afonso de Albuquerque.
Difícil julgar este homem, e de qualquer forma injusto. Os tempos eram o que eram, as
convicções também. Quando Afonso de Albuquerque chegou pela primeira vez à Índia, em
1503, tinha já 50 anos e passara parte da vida em cruzada contra os mouros de Marrocos.
15 Com essa idade, e com um temperamento decidido, não é fácil mudar. Nem D. Manuel
queria que ele mudasse quando o escolheu para novo governador do Estado da Índia.
Albuquerque chegou, pois, para continuar a sua guerra santa itinerante. […]
Passeio por Goa quando a monção o permite, entre dois aguaceiros, e vou-me
cuidadosamente deliciando com essa raça que é também a minha, não apenas por ser 50
20 por cento portuguesa, mas também por ser 100 por cento humana. O espaço físico onde
se desenrola esta passerelle racial não é o mesmo idealizado por Albuquerque e
inaugurado pela geração de Magalhães. Esse espaço fundador foi abandonado pela
História, é hoje um museu ao ar livre do tamanho de uma cidade-fantasma e chama-se Old
Goa. A vida mudou-se, dois séculos mais tarde, duas dezenas de quilómetros mais a
25 oeste, para a nova Goa, que se chama Panjim. A cidade antiga não acompanhou o
retrocesso do mar, sucumbiu a epidemias e à malária, não resistiu às ondas de assalto da
marinha holandesa.
Não é, pois, nos vultos espectrais das igrejas da velha Goa, mas nos sorrisos
nostálgicos 30dos antigos portugueses da nova Goa que reencontro a herança quinhentista
de uma capital portuguesa no Oriente. Quando converso com os vários Souza, Cruz, Dias,
Antunes que aqui permanecem, de dentes ofuscantes, olhos redondos, cabelo cor de
azeitona e pele canela, não posso deixar de me interrogar de que raça somos realmente
feitos nós, os portugueses.
Para aqueles
35 que nasceram há quatro séculos em Malaca e continuam portugueses no
sangue dos tetranetos de hoje, ou para os que residem há 300 anos no Recife, para os
que nasceram há 50 anos em Panjim, há 40 anos na ilha de Moçambique ou há 20 anos
em Macau, para todos estes portugueses, Lisboa não terá o mesmo valor que para mim. É
fácil imaginar que necessitam de uma capital menos exclusiva, menos oficial, menos
europeia. Precisam,
40 e nós também, de uma capital menos branca, menos «caucasiana»,
mais «humana», mais universal. Tal como esta capital inaugurada por Albuquerque e pela
geração de Magalhães, entre delírios de sangue e sonhos de cruzada.
CADILHE, Gonçalo, 2018. Nos passos de Magalhães. Lisboa: Clube do Autor (pp. 57-61)
2. De acordo com o conteúdo dos parágrafos das linhas 18 a 32, a presença portuguesa em Goa
manifesta-se, atualmente,
(A) na arquitetura de Old Goa.
(B) nos espaços da nova Goa criados no tempo de Afonso de Albuquerque.
(C) na fisionomia e nos apelidos dos habitantes de Panjim.
(D) no museu ao ar livre criado por Fernão de Magalhães.
5. As expressões «pela História» (l. 22) e «do mar» (l. 25) desempenham as funções sintáticas
(A) de complemento do adjetivo e de complemento do nome, respetivamente.
(B) de complemento agente da passiva e de complemento oblíquo, respetivamente.
6. Classifica a oração subordinada introduzida por «que», na linha 9, e refere a função sintática que
desempenha.
Grupo III
Atenta no cartoon.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 16 16 16 8 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
6. 16 pontos
Grupo I – Parte B
4. De acordo com a estância 88, os portugueses
merecem ser recebidos na Ilha dos Amores por se
terem mostrado resistentes e corajosos, alcançando a
recompensa pelos «trabalhos tão longos» (v. 4) que
levaram a cabo. Além disso, revelaram-se ousados e
fortes («ousadia / Forte e famosa», vv. 5-6) no
cumprimento dos seus «feitos grandes» (v. 5).
5. O prémio representado na Ilha dos Amores
concretiza-se na obtenção de «Honras» (v. 4), de
distinções/prémios («preminencias», v. 5), de «triunfos»
(v. 6), de reconhecimento («a fronte coroada / De palma
e louro», vv. 6-7) e de «glória» (v. 7).
6. A mitificação do herói é ilustrada nas estâncias, uma
vez que, destacando-se o significado da Ilha e as
condições exigentes para a atingir, se valorizam os
humanos capazes de reunir essas condições e de
merecer, com o seu carácter extraordinário, o acesso à
ilha. Os portugueses, com as suas qualidades e com as
ações que justificaram a atribuição do prémio preparado
por Vénus, alcançam, com a receção na «Ilha angélica»
(est. 89, v. 2), um espaço e um patamar reservados
apenas a quem é digno dos seus «deleites» (est. 89, v.
8) e do reconhecimento dos deuses.
Grupo I – Parte C
7. Resposta pessoal. Tópicos de resposta:
– Os Lusíadas enquanto «livro ideológico», nomeadamente
nos momentos das reflexões do poeta.
– As considerações do poeta sobre os defeitos da pátria
(o desprezo pelas artes e pelas letras, no final do Canto V,
o desinteresse face à sua obra, nas reflexões dos Cantos
Total II
Parte A Parte B Parte C
Total I
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Descontos
Total
2 3 4 ET C
1. 5. 6. 7.
III
TOTAL
C F T C F T C F T C F T T C F T C F T . . . D L
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
N.º 6 6 6 6 8 6 9 7 16 56 24 16 40
0 6 0 6 0 6 0 6 0 6 4 8 8 8 8 8 8 8
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
1
1
1
2
1
3
1
4
1
5
1
6
1
7
1
8
1
9
2
0
2
1
2
2
2
3
2
4
2
5