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202 TST RES UM I D O

PROF. THYAGO BERTOLDI (@LABORATORIO.TRABALHISTA)


INFORMATIVO Nº 202
TST - RESUMIDO

Seção Especializada em Dissídios Coletivos

Multa por descumprimento de ordem judicial que estabelecia quantitativos mínimos de


trabalhadores para operar o metrô de Belo Horizonte/MG

O TST manteve a multa de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) aplicada ao


Sindmetro/MG pelo descumprimento da liminar concedida pelo TRT da 3ª Região que
estabelecia quantitativos mínimos de trabalhadores para operarem o metrô de Belo
Horizonte/MG durante a greve ocorrida em 28 de abril de 2017.
Entendeu-se que o valor da multa era razoável e proporcional, por tratar-se de serviço
essencial cuja paralização total causou manifesto prejuízo à população. Ademais, o
sindicato recorrente, além de se esquivar do recebimento da liminar, descumpriu a ordem
judicial sem justificativa plausível, em descompasso com a lealdade e a boa-fé processuais.
(TST. SDC. RO-10488-15.2017.5.03.0000, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, julgado
em 12.08.2019, Informativo TST nº 202).

Incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar dissídio coletivo de greve de


servidores celetistas de autarquia estadual

IMPORTANTE: PROCURADORIAS!
A Justiça do Trabalho é incompetente para apreciar dissídio coletivo de greve em que se
discute a abusividade do movimento paredista deflagrado por servidores celetistas de
autarquia estadual (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo).
(TST. SDC. ReeNec e RO-6371-79.2016.5.15.0000, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho,
julgado em 12.08.2019, Informativo TST nº 202).

Subseção I Especializada em Dissídios Individuais

Não é possível o cômputo das horas in itinere para aferição da irregularidade do banco de
horas

ANTERIOR À REFORMA TRABALHISTA!


O tempo de deslocamento no trajeto da residência até o local de trabalho não é considerado
para fins de aferição de irregularidade no regime de compensação de banco de horas, no
que diz respeito à extrapolação habitual do limite diário de dez horas de trabalho (art. 59,
§ 2º, da CLT).
(TST. SBDI-I. E-ED-RR-1554-94.20125.09.0091, rel. Min. Maria Cristina Irigoven Peduzzi, julgado
em 15.08.2019, Informativo TST nº 202).

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INFORMATIVO Nº 202
TST - RESUMIDO

Subseção II Especializada em Dissídios Individuais

Aplicabilidade da Súmula 100, item IV, do TST quando não juntada a certidão de trânsito
em julgado na ação rescisória

É aplicável o item IV da Súmula 100 do TST às hipóteses de ausência de juntada da certidão


de trânsito em julgado em ações rescisórias, não obstante a diretriz da primeira parte da OJ
84 da SBDI-II.
(TST. SBDI-II. RO-27-32.2014.5.05.0000, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em
13.08.2019, Informativo TST nº 202).

A ausência de juntada do voto vencido acarreta nulidade absoluta do julgado

A ausência do voto vencido não pode ser considerada uma mera irregularidade passível
de ser sanada pela ampla devolutividade do recurso ordinário, porquanto se trata de
providência que, quando não observada, acarreta a nulidade absoluta do julgado.
O artigo 941, § 3º, do CPC de 2015 determina que “o voto vencido necessariamente será
declarado e considerado como parte integrante do acórdão para todos os fins legais,
inclusive para o de pré-questionamento”, de forma que o legislador não deixou nenhuma
margem interpretativa apta a relativizar a aplicação do dispositivo.
A juntada do referido voto, portanto, é condição imprescindível para a efetivação do artigo
93, IX, da CF, pois compõe a própria fundamentação da decisão colegiada e possibilita o
conhecimento pelas partes de todas as razões (acatadas e rechaçadas) que resultaram no
provimento jurisdicional.
(TST. SBDI-II. RO-7956-69.2016.5.15.0000, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em
13.08.2019, Informativo TST nº 202).

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INFORMATIVO Nº 202
TST - RESUMIDO

Turmas

2ª Turma

São indevidas horas extras pelo deslocamento residência-aeroporto-hotel quando da


participação em cursos e treinamentos

O TST entende que, em regra, o tempo destinado à realização de cursos e treinamentos,


sobretudo quando exigidos pela empresa, caracteriza tempo à disposição, devendo ser
considerado como parte integrante da jornada de trabalho.
CONTUDO, não é razoável computar-se o tempo de deslocamento entre a residência do
empregado e o aeroporto, bem como entre o aeroporto de destino e o hotel, uma vez que
constituem eventos comuns que ocorrem com todo trabalhador que depende de transporte
público (ou privado) para o deslocamento da residência para o trabalho e vice-versa.
(TST. 2ª Turma. RR-770-74.2011.5.03.0106, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, julgado em
14.08.2019, Informativo TST nº 202).

3ª Turma

É devida a indenização por dano moral coletivo quando há dispensa em massa sem prévia
negociação com o sindicato da categoria.

A jurisprudência da Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do TST firmou entendimento de


que a negociação coletiva é imprescindível à dispensa em massa, pois tal cenário exige a
estipulação de normas e condições para a proteção dos trabalhadores contra o desemprego,
além da redução dos impactos sociais e econômicos causados.
Ausente tal procedimento, é devida a indenização compensatória, pelo caráter coletivo da
lesão (dano moral coletivo)
(TST. 3ª Turma. RR-1575-86.2014.5.05.0002, rel. Min. Alexandre Agra Belmonte, julgado em
14.08.2019, Informativo TST nº 202).

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INFORMATIVO Nº 202
TST - RESUMIDO

8ª Turma

O pedido de reconhecimento de vínculo de emprego diretamente com o tomador dos


serviços, por alegada intermediação ilícita de mão de obra, não exige a integração da
prestadora de serviços na lide para o desenvolvimento válido e regular do processo

IMPORTANTE: PROCURADORIAS!
O pedido de reconhecimento de  vínculo de emprego diretamente com o tomador dos
serviços, por alegada intermediação ilícita de mão de obra, NÃO exige a integração da
prestadora de serviços na lide para o desenvolvimento válido e regular do processo
(TST. 8ª Turma. RR-785-03.2013.5.04.0023, rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, julgado
em 14.08.2019, Informativo TST nº 202).

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