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Capítulo I – Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho

CAPÍTULO I – SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

1.1. Considerações gerais sobre a segurança e higiene no trabalho

A segurança, como sinônimo de prevenção de acidentes tem evoluído paulatinamente, englobando


um número cada vez maior de factores e actividades. Assim, desde as primeiras acções, para
reparar danos ou lesões, procura-se incluir todas as situações de prevenção em relação a
acontecimentos previsíveis de efeitos indesejados para o trabalho.

1.1.1. Higiene do trabalho

Conjunto de normas e procedimentos voltado para a integridade física e mental do trabalhador,


preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
executadas.

Os agentes agressivos do ambiente que podem afectar a saúde dos trabalhadores são de
quatro tipos:

• Químicos: poeiras, fumos, gases e vapores.

• Físicos: ruídos, temperaturas extremas, esforços excessivos e vibrações.

• Biológicos: vírus, microorganismos, fungos e outros.

• Ergonómicos: relacionados com factores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução


das actividades profissionais.

1.1.2. Objectivos da higiene do trabalho

A higiene do trabalho tem como objectivo principal a prevenção, através da adopção de um


conjunto de metodologias destinados a assegurar a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que
o mesmo adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do trabalho. Com efeito, podemos
referir ainda outros objectivos como:

• Manutenção da saúde;

• Eliminação das causas das doenças profissionais;

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• Prevenção do agravamento de doenças e lesões;

• Aumento da produtividade pelo controle do ambiente de trabalho.

1.1.3. Segurança no Trabalho

Conjunto de normas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas usadas para prevenir acidentes,
seja instruindo/convencendo pessoas, da implementação de práticas preventivas.

1.2 Visão

1.2.1 Conceitos sobre iluminação

A iluminação refere-se não à quantidade de luminosidade em geral, mas à quantidade de


luminosidade que incide no local de trabalho ou no ponto focal de trabalho.

Luz: radiação electromagnética que produz uma sensação visual. Trata-se de uma onda entre 380 e
180 nn (nanómetro), sendo uma parte do conhecido espectro de radiação electromagnética.

Fluxo luminoso: quantidade de luminosidade total de luz emitida por uma fonte luminosa e cuja
unidade é o lúmen (lm).

Iluminância: medida do fluxo luminoso incidente por unidade de superfície; tem como unidade de
medida o lux (lx) e mede-se com um luxímetro.

Sistema de iluminação: conjunto das fontes de luz disponíveis.

1.2.2. Considerações gerais sobre luz e local de trabalho

A concepção dos locais de trabalho deverá proporcionar aos trabalhadores a quantidade de luz
adequada à realização das suas tarefas. Salienta-se a importância de aberturas e janelas, uma vez
que a iluminação natural é, em princípio, a mais favorável à saúde dos trabalhadores.

A iluminação geral deve ter em conta a intensidade e a distribuição uniforme da luz, de modo a
evitar sombras, encadeamentos, reflexos, contrastes acentuados e o efeito estroboscópico, no caso
da existência de órgãos móveis de equipamentos.

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Efeito estroboscópico: Ocorre quando uma máquina rotativa, em funcionamento, ao ser iluminada
por uma luz florescente comum, poder criar uma ilusão de que está parada.

As radiações visíveis ou luminosas ao nosso dispor podem ter duas origens fundamentais:
iluminação natural e iluminação artificial.

Iluminação natural: existe espontaneamente na natureza, sem qualquer intervenção do homem.

Iluminação artificial: produzida por processos inventados ou adaptados pelo homem.

Salienta-se a importância de ter uma iluminação natural ou artificial adequada, caso contrário
poderá ser causa de acidentes de trabalho e/ou doenças profissionais.

A tabela internacional de níveis de iluminância define níveis mínimos por actividade ou tarefas.
Assim, podemos orientar-nos pelos seguintes valores de referência:

ILUMINÂNCIA TAREFAS EXEMPLOS DE TIPOS DE


(LUX) ACTIVIDADES
10 - Iluminação de emergência
100 a 150 Mínimo para locais de Áreas de circulação ou de
trabalho onde não se permanência temporária.
realizam actividades
250 a 500 Tarefas visuais simples Trabalhos em arrumação ou
estaleiros.
500 a 1000 Observação contínua de Trabalhos em escritórios, leitura...
detalhes médios e finos.
1000 a 1500 Tarefas visuais contínuas Trabalhos em Desenho Técnico,
precisas. montagem de pequenos componentes
electrónicos
1500 a 2000 Tarefas visuais de grande Trabalhos de ourivesaria, gravação...
precisão visual.
>500 Tarefas especiais. Salas de operações

Uma escolha adequada dos elementos estruturais, tal como a cor das paredes, dos tectos e
pavimentos, pode melhorar significativamente os níveis de iluminação optando, por exemplo, por
tectos brancos que permitem um índice de reflexão de 80%.

1.2.3. Distribuição da Luz

A distribuição da luz pode ser feita através de vários métodos que apresentamos em seguida.

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Iluminação directa: a luz incide directamente sobre a superfície iluminada; é a mais económica e
a mais utilizada para grandes espaços;

Iluminação indirecta: a luz incide sobre a superfície a ser iluminada, através da reflexão sobre
paredes e tectos; é a mais dispendiosa e neste método, a luz fica oculta da vista, através de
dispositivos ou anteparos opacos.

Iluminação semi-indirecta: combina os dois tipos anteriores, através do uso de globos


translúcidos para reflectir a luz no tecto e nas partes superiores das paredes, que a transmitem para
a superfície a ser iluminada (iluminação indirecta).

Iluminação semi-directa: é aquela em que a maior parte da luz é dirigida à superfície a ser
iluminada (iluminação indirecta), todavia parte da luz que é reflectida por intermédio de paredes e
do tecto.

1.2.4. Algumas características das lâmpadas

Lâmpada de incandescência

 Baixo custo.
 Boa restituição das cores dos objectos.
 Fácil instalação.
 Período de vida útil curto.
 Baixo rendimento luminoso.

Lâmpada fluorescente

 Maior rendimento luminoso.


 Tempo de vida mais longo.
 Índice de restituição de cores menos do que as lâmpadas de incandescência.

Lâmpada fluorescente compacta

 Princípio de funcionamento similar ao das fluorescentes tubulares, mas com um design


moderno e compacto.
 Excelente qualidade de luz e de eficiência energética.

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 Longa durabilidade.
 Excelente distribuição de luz.

As lâmpadas fluorescentes, devido ao seu bom rendimento e excelente restituição de cores, são as
mais adequadas para a iluminação geral dos espaços de trabalho fechados como escritórios, salas
de reuniões, sanitários, oficinas e pequenos armazéns.

Uma luz branca é boa para trabalhar, enquanto que uma luz de cor amarelada convida a repouso.
Quanto mais branca a cor da luz, mais se aproxima à similaridade da luz natural e, portanto, mais
favorável do conforto visual do trabalhador.

1.2.5. A Visão

Figura 1- Partes que constituem o aparelho visual

Tal como acontece com uma máquina fotográfica, a energia radiante emitida por uma fonte
luminosa ou reflectida por um corpo é projectada na retina pelo sistema óptico cristalino. Assim, a
íris dilata ou contrai a pupila, controlando a quantidade de luz que entra no olho. Na parte posterior
da íris, o cristalino recebe os raios de luz e muda constantemente a sua forma, o que lhe permite
uma melhor focagem. Este processo denomina-se acomodação.

1.2.6. Consequências de um sistema de iluminação deficiente

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1.3. Ruído no local de trabalho

Diariamente, milhões de trabalhadores encontram-se expostos ao ruído. Os ruídos que têm uma
intensidade elevada, mais de 85 decibéis, são os mais perigosos. Note-se que o problema é grave
para todos, mas principalmente para os trabalhadores que operam em determinados sectores de
actividades como as indústrias transformadoras de construção, discotecas, escolas, entre outros.

Ruído: som considerado como perturbador e indesejado; a sua intensidade (volume) é medida em
decibéis (dB).

O som apresenta duas características fundamentais:

 Frequência do som: número de vibrações por segundo, emitidas pela fonte de ruído; é
medida em ciclos por segundos (cps).

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 Intensidade do som: é a característica que nos permite distinguir um som fraco (de baixa
intensidade) de um som forte (de outra intensidade). É media em dB.

1.3.1. Efeitos nocivos do ruído

- Perda de audição: o ruído excessivo danifica as células ciladas da cóclea, que fazem parte do
ouvido interno, podendo provocar perda de audição.

- Efeitos fisiológicos múltiplos: efeito sobre o sistema cardiovascular, provocando a libertação de


catecolaminas e a subida da tensão arterial.

- Aumento dos riscos de acidentes de trabalho: níveis elevados de ruído limitam a capacidade de
concentração e de comunicação, inclusive de ouvirem sinais de alerta, aumentando a probabilidade
de ocorrência de acidentes de trabalho.

1.3.2 Funcionamento do ouvido humano

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Figura 2- Funcionamento do Ouvido

O ouvido capta as vibrações do ar (sons), transformando-os, depois, em impulsos nervosos que o


cérebro ouve. Este órgão é composto por parte externa, média e interna, e cada uma delas apresenta
diversos constituintes.

O ouvido externo é composto pelo pavilhão pelo canal auditivo, assim como pela entrada do canal
auditivo, que é coberta por pêlos e cera, tendo como função protegê-lo e limpá-lo.

O ouvido interno é formado por um sistema complexo de canais, que contém um líquido aquoso e
se move com as vibrações do ouvido médio, e pelas extremidades dos nervos sensitivos, que
convertem o movimento anteriormente referido em sinais eléctricos, sendo enviados ao cérebro
através do nervo da audição – nervo auditivo.

1.3.3. Medição do ruído

A medição do ruído significa que é possível efectuar avaliações segundo regras definidas em
normas, que estabelecem a forma como as mesmas devem ser realizadas nos locais de trabalho, e
que tipos de aparelhos existem ao dispor dos técnicos. O aparelho que geralmente é utilizado é o
sonómetro.

1.3.4. Aparelhos para medição do ruído

O sonómetro registra o nível de pressão ou intensidade sonora, em decibel, com filtros de


ponderação.

O dosímetro é um aparelho capaz de acumular os sinais dos ruídos num condensador, tornando
possível a análise das médias e picos sonoros gerados pela fonte.

1.3.5. Dose de ruído e o risco de trauma auditivo

Dose de ruído: nível sonoro contínuo equivalente ponderado a que um trabalhador está sujeito
durante um período de referência, que pode ser 8 horas diárias ou 40 horas semanais e que é
considerado como um valor 100% para referência.

1.4. Ambiente térmico

1.4.1. Conceitos e algumas considerações


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O ambiente térmico define-se como o conjunto das variáveis térmicas do posto de trabalho, que
influenciam o organismo do trabalhador. Assim, este factor intervém, directa ou indirectamente, na
saúde e nas tarefas a executar por um determinado indivíduo.

Recomendações:

Temperaturas recomendadas nos locais de trabalho

18o a 21o Actividades físicas ligeiras

15o a 17o Actividades físicas intensa

20o a 23o Áreas sociais

Humidades relativas 55% e 65%

Velocidade do ar

Inverno Inferior a 0.15m/s

Resto do ano Inferior a 0.25m/s

1.4.2. Ponderações em relação ao conforto ou stress térmico

A manutenção do bem-estar e o aumento do rendimento produtivo dependem de um clima


confortável no ambiente de trabalho. Dentro das recomendações já anteriormente
apresentadas:

 O “Stress Térmico” relaciona a exposição do corpo humano à ambientes de temperaturas


externas;
 O “Conforto Térmico” já relaciona a temperatura, humidade e velocidade do ar que possam,
no local de trabalho, contribuir para o desconforto do trabalhador.

Estas duas variáveis dependem essencialmente:

 Das características do ambiente de trabalho – temperatura e velocidade do ar, humidade


relativa e calor;

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 Do tipo de trabalho desenvolvido – se é realizado de pé, sentado, ou com outro tipo de


características.

1.5. Radiações

As radiações constituem uma forma de energia que podem dividir-se em ionizantes e não
ionizantes, conforme a sua capacidade de interagir com a matéria.

Radiações ionizantes: têm a capacidade de produzir iões, directa ou indirectamente, isto é,


possuem energia suficiente para ionizar os átomos e moléculas com as quais interagem.

Radiações não ionizantes: não possuem energia suficiente para ionizar os átomos e as moléculas
com as quais interagem. As mais conhecidas são a luz visível, infravermelhos, ultravioletas,
microondas de aquecimento, microondas de rádio-telecomunicação e corrente eléctrica.

1.5.1. Radiações electromagnética e computadores

O indivíduo trabalha diariamente com dispositivos electrónicos, nomeadamente com o computador.

O campo electromagnético é uma linha invisível de força, que ocorre sempre que a electricidade
está a ser conduzida. Assim, esta força ocorre com fontes naturais, como o sol, e a partir de fibras
sintéticas, incluindo fontes de iluminação eléctrica, microondas, televisores, telemóveis e
computadores. Geralmente, os monitores emitem um campo de frequência extremamente baixo,
denominado ELF. Os computadores emitem radiações não-ionizantes, porém, segundo estudos
feitos pela Food and Drug Administration (FDA) e pelo Centro de dispositivos e saúde
Radiológica, os mais actuais emitem pouca ou nenhuma radiação ionizante. Ainda assim, pode-se
prevenir possíveis consequências das radiações através dos seguintes pontos:

 Sente-se a pelo menos um braço de distância do monitor.


 Caso necessário, ajuste o tamanho da letra para poder ler de forma mais confortável, sem se
aproximar muito do computador.
 Desligue o monitor, quando não estiver a ser utilizado.
 Opte por telas de cristal líquido (LCD) que não emitem radiações.
 Informe-se sobre as características dos monitores do seu local de trabalho, porque este facto
aliviar-le-á o stress. Não se esqueça que o stress psicológico é mais perigosos do que a
radiação a que está sujeito.
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1.6. Causas para a fadiga visual

Em termos de segurança no trabalho é fulcral manter extrema preocupação com a fadiga visual,
que se manifesta através de um conjunto de sintomas, desde a visão toldada até as dores de cabeça,
bem como a concentração dos músculos faciais e uma postura geral do corpo incorrecta. Assim,
demonstra-se fadiga visual quando há uma solicitação demasiado frequente dos músculos de
acomodação para verem objectos muito pequenos ou quando se faz um esforço frequente com a
retina, para se adaptar a contrastes.

A fadiga sucede com frequência nos utilizadores de computadores, gerando perdas de


produtividade e a ocorrência de doenças físicas e psicológicas para o trabalhador. Assim torna-se
fulcral uma boa iluminação em quantidade e qualidade.

Quantidade: intensidade suficiente para a tarefa a efectuar.

Qualidade: bons contrastes, para que a percepção seja fácil.

Note-se a importância das pausas no trabalho, dando que estas têm um efeito benéfico sobre a
fadiga visual, evitando problemas mais graves, em termos de saúde, para o trabalhador.

1.6.1. Sintomas de fadiga visual

Com a introdução dos meios informáticos nos mais variadíssimos sectores de actividade, e porque
uma grande parte das pessoas passa longas horas a trabalhar com computadores (quer no trabalho,
quer em casa), o facto é que este tipo de equipamentos exige um esforço cada vez maior do sistema
visual dos seus utilizadores e uma consequente fadiga visual, traduzida num conjunto de sintomas,
como os que se apresentam de seguida:

 Dilatação da pupila.
 Piscar frequentemente os olhos.
 Irritação – ardor, picadas, dor, lacrimejar.
 Inchaço.
 Olheiras.
 Conjutivites.
 Vista turva ou desfocada.
 Nervosismo.
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 Sonolência.
 Enxaquecas.
 Tontura e náusea.

1.7. A questão postural no trabalho

Prematuramente, podemos pensar que existem poucos problemas ergonómicos nos escritórios.
Todavia, sabemos que isto não é verdade pois esforços visuais, mentais, e até o isolamento são
factores de monotonia.

Grande parte dos utilizadores dos computadores passa horas em frente aos mesmos,
queixando-se, posteriormente, de:

 Dores de costas;
 Rigidez de ombros e pescoço;
 Tendinites;
 Pernas cansadas, com pouca circulação sanguínea, originando o aparecimento de varizes;
 Problemas visuais.

Os problemas anteriormente referidos são na sua maioria causados pela postura incorrecta do
corpo.

Fruto da natureza monótona e solitária deste tipo de trabalho também é reportado outros
tipos de problemas a considerar, como por exemplo:

 Alteração do humor;
 Ansiedade;
 Estados depressivos e stress.

1.7.1. A Ergonomia

A partir do momento em que foi identificada como uma das maiores causas de absentismo, a
questão ergonómica transformou-se numa preocupação constante das empresas.

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A palavra Ergonomia deriva de duas palavras gregas – ergos (trabalho) e nomos (estudo) – e
significa os costumes, hábitos e leis de trabalho. No entanto, este termo poderá ter asserções
diferentes, dado que existem dois conceitos gerais deste vocábulo:

 Conceito Ergonómico mais antigo, ligado à cultura americana: utilização da ciência e para
melhorar as condições de trabalho do indivíduo.
 Conceito Ergonómico mais recente, ligado à cultura européia: a Ergonomia é considera a
ciência do trabalho, pelo que estuda o trabalho do homem com a finalidade de o melhorar.

Actualmente consideramos a Ergonomia como o estudo e a adaptação das capacidades do


indivíduo ao meio envolvente, tendo sempre em conta que as máquinas e mobiliário que sejam
utilizados no local de trabalho proporcionem máximo conforto, segurança e eficácia.

1.7.2. Domínios de actuação da Ergonomia

O conceito de Ergonomia surgiu durante a II guerra mundial, quando se detectou no homem


problemas que não eram clínicos nem médicos, tais como as dificuldades dos pilotos quando
voavam a grandes altitudes, os efeitos das selvas tropicais e das águas geladas, ou ainda a
dificuldade de manusear os canhões, tanques, navios, entre outros.

Os problemas anteriormente referidos foram resolvidos por equipas de cientistas e o êxito deste
trabalho foi um exemplo para a aplicação do mesmo processo na indústria. Desta forma,
desenvolveu-se a idéia de estudar o homem no seu ambiente de trabalho com a finalidade de
adaptar cada tarefa ao trabalhador.

Os diferentes domínios de atuação são abordados em dois momentos diferentes, pelo que se
originou a Ergonomia de concepção e a Ergonomia de correcção.

Ergonomia de concepção: surge quando a intervenção ergonómica de inicia na fase de


planeamento e concepção dos locais /postos/ instrumentos de trabalho.

Ergonomia de correcção: intervém em situações já estabelecidas, procurando corrigir situações


com influência na segurança e na saúde dos trabalhadores ou em aspectos ligados directamente à
produção.

Constate-se ainda que podemos falar numa Ergonomia pró-activa e numa Ergonomia reactiva.

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Ergonomia pró-activa: nasce quando a política de prevenção for considerada no processo de


gestão, ou seja, todos os factores ergonómicos serão equacionados, planeados e eliminados ou
minimizados numa fase inicial do projecto.

Ergonomia reactiva: reage aos problemas tentando resolvê-los, depois de se terem manifestado.
Será sempre correctiva, com todas as implicações e custos adicionais que uma correcção sempre
apresenta.

1.7.3. Mesas e cadeiras para escritório

Com base na experiência e conhecimento de Grandjean, e através de uma determinação das queixas
mais sentidas nos postos de trabalho, que exigem que os trabalhadores permaneçam muitas horas
sentados, estabeleceram-se algumas regras em relação aos equipamentos usados.

As cadeiras devem:

 Permitir uma oscilação do tronco, com uma graduação de altura entre os 38 e 54 cm;
 Ter assento giratório e borda frontal arredondada para manter as coxas do utilizador
paralelas ao chão; a largura deve oscilar entre 40 a 45 cm de largura e 38 a 42 cm de
profundidade;
 Possuir cinco pés de apoio com rodízios, para uma maior estabilidade, permitindo também a
deslocação na área de trabalho;
 Ter um encosto com inclinação regulável, ajustando-se conforme o desejado, possuindo
uma altura de 48 a 52 cm acima do assento, e uma largura recomendável de 32 a 36 cm;
 Possuir forma de gamela com uma inclinação ascendente frontal de 3o a 6o, pois evita que
as nádegas escorreguem;
 Ter estofo composto por materiais rugosos, mas confortáveis e fáceis de limpar.

As secretárias devem:

 Ter bordas arredondadas, porque as extremidades rectas geram compreensão na pele, nos
nervos e tendões e também dificultam a microcirculação;
 Ter a mesa com uma dimensão suficiente para o trabalho a realizar, permitindo que o
trabalhador consiga um espaço livre e organizado de movimentação para as suas rotinas de
trabalho.

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1.7.4. Postos de trabalho informatizados

Os ambientes de trabalho, tendo em conta o excessivo o número de horas que o utilizador passa à
frente de computadores, provocando problemas como a fadiga visual, cansaço e dores musculares,
devem ser projectados cuidadosamente, tendo em conta algumas regras.

a) Monitor:

 Deve ser posicionado de forma a que a linha superior do texto esteja ao nível dos olhos, na
posição sentada.
 A distância entre os olhos e o monitor deve ser aproximadamente, a medida correspondente
ao cumprimento dos braços.
 Para evitar o ofuscamento, o monitor deverá estar inclinado verticalmente, posicionado
paralelamente às luzes do tecto e perpendicularmente às janelas; as cores das paredes
devem ser neutras e as janelas deverão apresentar persianas ou cortinas para minimizar o
reflexo das janelas.

b) Teclado:

 Deve estar centrado com o monitor, numa superfície grande para acomodar também o
“rato”, uma vez que ambos devem estar à mesma altura.
 Deve ficar o mais direito possível, para que se evitem esforços no pulso.
 A sua altura deve ser de forma a que no processo de digitalização, os ombros do operador
fiquem relaxados.
 Pode utilizar-se ou não o apoio de braços na cadeira, e mão deve flutuar sobre as teclas,
mantendo uma angulação neutra em relação ao punho.

c) Rato:

 A escolha deste equipamento deve ser feita, tendo em conta o seu encaixe na mão do
utilizador, para que este o possa movimentar de forma confortável e suave.
 Deve estar posicionado em frente à mão, para que permita a manutenção de uma posição
angularmente neutra.
 Os utilizadores devem ter o cuidado de tirarem a mão de cima do mesmo, quando estejam a
realizar outras tarefas como atender ao telefone ou falar com outro indivíduo.

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d) Suporte para textos:

 Devem ser posicionados na mesma altura do monitor e o mais próximo do mesmo.


 Existem mecanismos que fixam estes suportes ao monitor, evitando o desconforto na região
do pescoço, sobretudo se passar longas horas a digitar documentos, pois evita constantes
deslocamentos laterais da cabeça.

e) Telefones:

 São um instrumento de trabalho fundamental.


 Devem estar colocados num local que não obrigue o trabalhador a fazer grandes
movimentos para alcançá-los, deslocando-se da cadeira por exemplo.
 Se a tarefa do operador exigir uma solicitação constante que o obrigue a utilizar o telefone,
sugere-se a utilização de um headset (dispositivo leve que se fixa na cabeça e que evita
movimentações e desconfortos na região do pescoço).

1.7.5. Considerações gerais ergonômicas acerca do trabalho em escritórios

Frequentemente, as entidades empregadoras partem de um pressuposto, ainda que errado, ao


considerar que existem poucos problemas ergonômicos para os que trabalham em escritórios.
Mesmos quando os consideram, poucos lhe atribuem real importância distribuindo-lhes um lugar
secundário.

O trabalho de escritório é realizado frequentemente em locais fechados apertados e ocupados por


longos períodos de tempo que, muitas vezes, quer pelas condições físicas pouco adequadas, quer
pela natureza e conteúdo do trabalho, geram neste tipo de trabalhadores, situações de desconforto
geradoras de stress e de tipo de patologias relacionadas com o trabalho.

Assim, perante o que foi exposto, devem ser contempladas algumas medidas na concepção ou
organização deste tipo de espaço de trabalho:

 Espaço antropométrico: o conhecimento das dimensões corporais do utilizador médio


permite definir a altura dos planos de trabalho, locais de arrumação e outros equipamentos e
produtos, que sirvam as dimensões da população utilizadora.
 Espaço respiratório: definição como pelo menos 10 m3 por hora, variável consoante
critérios como carga física, temperaturas e ocupação corporal.
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 Espaço sensorial: o homem reage tecnicamente com o meio (espaço térmico) e outros
espaços que influenciam globalmente o espaço laboral, designadamente, sensações visuais,
olfactivas e auditivas.
 Espaço psicológico: onde os psicólogos enquadram o problema do stress ocupacional, que
surge frequentemente neste tipo de postos de trabalho, quer pela presença de factores
ligados a uma carga de trabalho excessiva ou deficitária, quer por conflitos relacionados
com o trabalho e que acarretam um conjunto de reacções emocionais, fisiológicas,
cognitivas e comportamentais.

O esquema representado a seguir resume, sob uma perspectiva ergonómica, as variáveis de


referência para a análise ergonómica de um posto de trabalho:

a) Características da tarefa (na relação homem-máquina):

 Localização dos comandos.


 Facilidade de manuseamento.
 Adequabilidade dos equipamentos.
 Feedback obtido.

b) Exigências da tarefa:

 Carga física.
 Carga Mental.
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 Repetição.
 Monotonia.
 Concentração.

c) Características da tarefa:

 Duração.
 Relação com outras tarefas.
 Carga de trabalho.
 Continuidade.

d) Instruções e procedimentos:

 Adequados.
 Claros.
 Suficientes.
 Operacionais.

e) Factores individuais:

 Idade.
 Competências/experiências.
 Personalidade.
 Capacidades físicas.
 Capacidades psicológicas.
 Factores motivacionais.

A título de resumo, as variáveis aqui referidas influenciam o comportamento individual e


consequentemente o comportamento organizacional, pelo que o seu estudo, poderá assegurar uma
melhoria das condições de trabalho, e um aumento da produtividade.

1.7.6. Legislação Angolana aplicável às actividades de serviços em matéria de segurança e


higiene no trabalho.

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Ao longo deste ponto, apresenta-se a Lei Geral do trabalho, cujo âmbito de aplicação são as
empresas públicas, privadas, mistas e cooperativas, assim como as organizações sociais não
integradas na estrutura da administração pública.

Para o estudo que nos interessa, apenas abordaremos os artigos 85o a 95o da Lei Geral do Trabalho,
sendo precisamente nessa secção e nesses artigos que podemos analisar que, como em matéria
legislativa, os trabalhadores são sujeitos activos na relação jurídica de trabalho, detentores de
direitos, mas também, sujeitos a deveres.

LEI GERAL DO TRABALHO

CAPÍTULO V
Condições de Prestação do Trabalho

SECÇÃO I

Segurança e Higiene no Trabalho

Artigo 85.º (Obrigações gerais do empregador)

1. Além dos deveres estabelecidos nesta lei, designadamente na alínea g) do artigo 43.º,
são obrigações gerais do empregador, no que respeita à segurança e higiene no trabalho:

a) Tomar as medidas úteis necessárias que sejam adaptadas às condições da organização da


empresa ou centro de trabalho, para que este seja realizado em ambiente e condições que
permitam o normal desenvolvimento físico, mental e social dos trabalhadores e que
protejam contra os acidentes de trabalho e doenças profissionais.

b) Segurar todos os trabalhadores, aprendizes e estagiários contra o risco de acidente de


trabalho e doenças profissionais.

c) Organizar e dar formação prática apropriada em matéria de segurança e higiene no


trabalho a todos os trabalhadores que contrate, que mudem de posto de trabalho, ou de
técnica e processo de trabalho que usem novas substâncias cuja manipulação envolva
riscos ou que regressem ao trabalho após uma ausência superior à seis meses.

d) Cuidar que nenhum trabalhador seja exposto à acção de condições ou agentes físicos,
químicos, biológicos, ambientais ou de qualquer outra natureza ou a pesos, sem ser
avisado dos prejuízos que possam causar à saúde e dos meios de os evitar.

e) Fornecer aos trabalhadores roupas, calçados e equipamento de protecção individual,

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Capítulo I – Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho

quando seja necessário para prevenir, na medida em que seja razoável, os riscos de
acidentes ou de efeitos prejudiciais para a saúde, impedindo o acesso ao posto de trabalho
dos trabalhadores que se apresentem sem o equipamento de protecção individual.

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f) Tomar a devida nota das queixas e sugestões apresentadas pelos trabalhadores acerca do
ambiente e condições de trabalho e a adoptar as medidas convenientes.

g) Colaborar com as autoridades sanitárias para a erradicação de epidemias e situações


endémicas locais.

h) Aplicar medidas disciplinares adequadas aos trabalhadores que violem culposamente e de


forma indesculpável as regras e instruções sobre a segurança e higiene no trabalho.

i) Cumprir todas as demais disposições legais sobre segurança, higiene e saúde no trabalho
que lhe sejam aplicáveis, bem como as determinações legítimas da Inspecção Geral do
Trabalho e demais autoridades competentes.

2. O empregador que não cumpra o disposto na alínea b) do número anterior ou que tenha
deixado de cumprir as obrigações impostas pelo contrato de seguro além das sanções a que
fica sujeito, fica directamente responsável pela consequência dos acidentes e doenças
verificadas.

3. O organismo de segurança social incumbido da protecção em caso de acidentes de


trabalho e doenças profissionais deve prestar aos trabalhadores em relação aos quais o
empregador não cumpra o disposto na alínea b) do nº 1 deste artigo a protecção prevista por
lei, ficando neste caso o empregador obrigado a reembolsá-lo pela importância fixada pelo
mesmo organismo, sem prejuízo da responsabilidade referida no número anterior.

Artigo 86.º
(Colaboração entre empregadores)

Quando mais de uma empresa exerça simultaneamente a sua actividade num


mesmo local de trabalho, devem todos os empregadores colaborar na aplicação das
regras de segurança e higiene previstas nesta secção e na legislação aplicável, sem
prejuízo da responsabilidade de cada um deles em relação à saúde e segurança dos
seus próprios trabalhadores.

Artigo 87.º
(Obrigações dos trabalhadores)

Além dos deveres estabelecidos nesta lei, designadamente na alínea f) do artigo


46.º, os trabalhadores são obrigados a utilizar correctamente os dispositivos e
equipamentos de segurança e higiene no trabalho, a não os retirar nem os modificar
sem autorização do empregador.

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Artigo 88.º
(Responsabilidade criminal)

Sem prejuízo da responsabilidade civil estabelecida no nº 2 do artigo 85º, o


empregador responde criminalmente pelos acidentes de trabalho ou doenças
profissionais que, por grave negligência de sua parte, sofram os trabalhadores,
mesmo protegidos pelo seguro a que se refere a alínea b) do nº 1 do mesmo artigo.

Artigo 89.º
(Obrigações imediatas do empregador)

Em caso de acidentes de trabalho ou doenças profissionais, o empregador é


obrigado a:

a) Prestar ao trabalhador sinistrado ou doente os primeiros socorros e fornecer- lhe


transporte adequado até o centro médico ou unidade hospitalar onde possa ser
tratado.

b) Participar às entidades competentes o acidente ou doença, desde que provoque


impossibilidade para o trabalho, no prazo e segundo o procedimento previsto na
legislação própria.

c) Providenciar a investigação das causas do acidente ou da doença, para adoptar as


medidas preventivas apropriadas.
Artigo 90.º

(Outras obrigações do empregador)

Além dos deveres estabelecidos nesta lei, designadamente na alínea g) do


artigo 43.º, o empregador é obrigado a:

1. Instalar aos centros de trabalho condições e instalações sanitárias apropriadas e


fornecimento de água potável, cumprindo o que a este respeito seja estabelecido na
regulamentação aplicável.

2. Assegurar que as substâncias perigosas sejam armazenadas em condições de segurança


e que nas instalações do centro de trabalho se não acumule lixo, resíduos e desperdícios.

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3. Assegurar que nos centros de trabalho onde não haja posto de saúde, haja uma mala de
primeiros socorros, com o equipamento exigido no regulamento aplicável.

4. Impedir a introdução ou distribuição de bebidas alcoólicas e de drogas nos locais onde o


trabalho é executado.

Artigo 91.º
(Competência da Inspecção Geral do Trabalho)

A fiscalização do cumprimento das disposições legais regulamentares sobre


segurança e higiene no trabalho compete à Inspecção Geral do Trabalho, que se
pode fazer assistir ou assegurar por peritos médicos dos serviços oficiais de saúde ou
por especialistas doutras áreas, com vista ao apuramento das condições de
segurança, higiene e saúde de maior complexidade.

Artigo 92.º
(Vistoria das instalações)

Os centros de trabalho de construção nova, ou em que se façam modificações


ou se instalem novos equipamentos, não podem ser utilizadas antes de vistoriadas
pela Inspecção Geral do Trabalho e demais serviços mencionadas na
regulamentação própria.

Artigo 93.º
(Comissão de prevenção de acidentes de trabalho)

1. Nos centros de trabalho onde exerçam actividades industriais ou de transporte, com um


volume de trabalhadores não inferior ao mínimo fixado em legislação própria ou que
preencham outros requisitos na mesma previstos, é constituída uma comissão de prevenção
de acidentes de trabalho, de composição paritária, destinada a apoiar o empregador e
responsáveis, os trabalhadores, a Inspecção Geral do Trabalho e outras autoridades
competência nestas áreas, na aplicação e desenvolvimento das normas sobre ambiente,
segurança e higiene e na vigilância da sua aplicação.

2. A sua composição, atribuições e funcionamento são reguladas em legislação própria.

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SECÇÃO II
Medicina no Trabalho

Artigo 94.º

(Posto de saúde e postos farmacêuticos)

1. Com base no apoio a ser prestado por parte dos serviços sanitárias oficiais e de acordo
com o tipo de riscos a que estão sujeitos os trabalhadores, as possibilidades de assistência
médica pública e a capacidade económica do empregador, pode este ser obrigado, por
despacho conjunto dos Ministros que tiverem a seu cargo, a administração do trabalho, da
saúde sectorial, a instalar um posto de saúde ou farmacêutico, destinado aos seus
trabalhadores.

2. O posto de saúde, quer se trate de posto médico ou de enfermagem, deve ser instalado
no centro de trabalho ou na sua proximidade e destina-se a:

a) Assegurar a protecção dos trabalhadores contra todos os riscos para a saúde que
possam resultar do seu trabalho ou das condições em que este é efectuado.

b) Contribuir para a adaptação dos postos de trabalho, das técnicas e dos ritmos de
trabalho à fisiologia humana.

c) Contribuir para o estabelecimento e para a manutenção no mais elevado grau possível


do bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

d) Contribuir para a educação sanitária dos trabalhadores e para a adopção de padrões


de comportamento, conforme as normas e regras de higiene no trabalho.

3. A organização, funcionamento e meios de acção dos postos de saúde são fixados por
decreto complementar que igualmente define o apoio que lhes deve ser assegurado pelos
serviços sanitários oficiais.
Artigo 95.º
(Serviços médicos)

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1. Os exames médicos dos trabalhadores são efectuados pelos serviços de


saúde, sem prejuízo dos exames e cuidados especiais exigidos pelas características
de certos tipos de trabalho, previstos na regulamentação aplicável.
2. Os trabalhadores ocupados em trabalhos insalubres ou perigosos ou na
manipulação, fabrico, embalagem ou expedição de produtos alimentares para
consumo humano devem ser submetidos periodicamente à exame médico.
3. Os exames médicos são feitos sem encargos para os trabalhadores.

4. Quando por razoes médicas, seja desaconselhado a permanência dum


trabalhador num posto de trabalho, a empresa deve procurar transferi-lo para um
posto compatível com o seu estado de saúde, sendo aplicável o n.º 2 do artigo 77.º.

5. Os exames médicos, a que se referem este artigo e outras disposições da lei,


podem ser efectuados pelo serviço médico do empregador, mediante a
autorização dos serviços oficiais.

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