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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI


CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE ODONTOLOGIA

IMPACTO DA AUTOESTIMA NA SAÚDE BUCAL DE


ADOLESCENTES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Francielle Karoline Delavedova 

Lajeado, dezembro de 2021


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Francielle Karoline Delavedova

IMPACTO DA AUTOESTIMA NA SAÚDE BUCAL DE


ADOLESCENTES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho apresentado à Universidade do


Vale do Taquari (UNIVATES), como requisito
para a conclusão do Curso de Graduação
em Odontologia.

Orientador: Prof. Rômulo Cantarelli

Lajeado, dezembro de 2021


3

Dedico este trabalho a minha mãe,


Dona Lisete, que contribuiu para meu crescimento pessoal, investiu em mim e
sempre foi minha maior incentivadora. Têm toda minha admiração.
4

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Rômulo Cantarelli, admirado por mim não somente pelo
professor que é, mas também pela humildade e simplicidade. Agradeço por ter me
dado a honra de ter sido sua orientanda. Muito obrigada por me guiar, compreender,
e incentivar-me na condução deste trabalho.

Ao professor Leonardo Vilar Filgueiras, por me orientar na primeira parte do


trabalho. Obrigada pela amizade, pelos detalhes, por ter acreditado em mim como
aluna. És especial, muito obrigada!

À professora Gisele Dheim, por tão cordialmente ter aceitado pela segunda vez, o
meu convite para fazer parte da banca examinadora deste trabalho de conclusão,
tornando assim, a responsabilidade na condução desse trabalho ainda maior.
Obrigada!

A minha mãe Lisete Andres Delavedova, por todo esforço e sacrifício para que eu
pudesse estar realizando esse sonho. Obrigada, és minha inspiração de
determinação e garra!
5

“L'essentiel est invisible pour les yeux.”


(Antoine de Saint-Exupéry)
6

RESUMO

A autoestima é um conjunto de sentimentos e pensamentos do indivíduo sobre seu


próprio valor e competência, que se reflete em uma atitude positiva ou negativa
sobre sua posição na vida. Tal atitude pode estar diretamente relacionada a hábitos
e condições de saúde bucal, considerada parte integrante da saúde humana.
Estando os adolescentes expostos a vários fatores e situações que podem afetar
sua autoestima, podemos considerá-los suscetíveis a um autocuidado deficiente em
saúde bucal, o que pode contribuir para o aparecimento de doenças como cárie,
gengivite e/ou periodontite. Objetivo: Verificar o impacto da autoestima na saúde
bucal dos adolescentes. Metodologia: Foi realizado um levantamento bibliográfico
nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs, com termos “auto estima”,
“adolescentes”, “cárie”, “gengivite” e “doença periodontal”, nos idiomas inglês e
português. Incluímos artigos elegíveis pela leitura do título e resumo, e após leitura
na íntegra dos artigos incluídos, procedemos com a exclusão dos artigos não
pertinentes. Em um total de 271 estudos somados, encontrados nas três bases de
dados escolhidas, destes foram removidas 9 duplicatas e do restante de 262 artigos
obtivemos um resultado de 7 estudos elegíveis incluídos ao final. Conclusão: Há
escassez de estudos que abordam especificamente o tema da relação autoestima
com os cuidados com a saúde bucal em adolescentes.

Palavras-chave: autoestima, adolescentes, cárie, gengivite, doença periodontal


7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 1 - Fluxograma dos resultados da tabela 25


8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Descrição da chave de busca em cada base de dados e número de


estudos encontrados 23
Tabela 2 – Tipo de estudo e avaliação do instituto Joanna Briggs (2014) 21
9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO 13
2.1 Autoestima 13
2.2 As doenças bucais na adolescência 13
2.2.1 Cárie dentária 15
2.2.2 Doenças gengivais e do periodonto 16
2.3 Autoestima e as doenças bucais na adolescência 17

3 METODOLOGIA 19
3.1 Busca nas bases de dados 19
3.2 Critérios de elegibilidade e exclusão 20
3.3 Seleção dos estudos 20
3.4 Extração de dados 21
3.5 Avaliação do risco de viés 21
3.6 Análise dos dados 22

4 RESULTADOS 23
5 DISCUSSÃO 26
6 CONCLUSÃO 29

REFERÊNCIAS 30
ANEXO 37
10

1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2017), a adolescência


corresponde ao período de 12 a 18 anos de idade. Devido ao período de transição
entre a infância e a vida adulta, a adolescência é a maior fase de transformações do
ser humano. É durante a adolescência o período em que o jovem tem necessidade
de ser reconhecido pelos outros, possui desejo de pertencer a um grupo, o que gera
um afastamento de influências da família e o processo de questionamento da
autoridade dos pais (ATIENZA e RODRIGUES, 2004).

A autoestima é um importante indicador nos estudos em adolescentes , pois é


durante a adolescência que ocorrem as constantes mudanças emocionais e
sensoriais; influências do contexto, das pessoas e das emoções; e, desenvolvimento
da identidade, através do autoconhecimento (WHO, 2017). Considerando que a
adolescência é um período de transição e mudanças, nos cabe esclarecer se
adolescentes com padrões menos elevados de autoestima apresentam
comportamentos menos favoráveis à sua saúde bucal quando comparados aos seus
semelhantes com alta autoestima (LUNARDELLI et al., 2016; WHO, 2017)

A busca do efeito de fatores psicossociais sobre a saúde das pessoas está


cada vez mais relevante nos estudos que avaliam a sua relação com as doenças
bucais, principalmente em indivíduos adolescentes onde existe uma maior mudança
dos padrões cognitivos, psicológicos e emocionais (GENCO et al., 1999; SOUZA et
al., 2007; GARBIN et al., 2009; GRANVILLE-GARCIA et al., 2010). Esses efeitos
podem gerar impactos na capacidade dos adolescentes sobre suas próprias
escolhas influenciando mudanças de comportamento, tornando-os mais susceptíveis
ao desenvolvimento de doenças bucais, e, portanto, necessitando de maior atenção
(GARBIN et al., 2009; GRANVILLE-GARCIA et al., 2010).

Dentre as doenças que acometem a cavidade bucal dos adolescentes, a cárie


dentária e a doença periodontal possuem significado importante. A primeira se
caracteriza como uma doença infecciosa, de caráter multifatorial que se caracteriza
pela desmineralização irreversível do esmalte provocada pela ação de ácidos
11

provenientes do metabolismo de carboidratos da placa bacteriana (LIMA, 2007;


CARDOSO et al., 2017). Já a segunda apresenta-se como um processo infeccioso e
inflamatório dos tecidos de suporte dos dentes levando ao sangramento gengival,
cálculo e bolsa periodontal (WHO, 2017). Dependendo do avanço e da gravidade, a
doença periodontal leva à perda de inserção ligamentar com destruição do osso
alveolar acarretando em perda do elemento dentário (KUMAR, et al., 2003; LOOS et
al., 2010, PAPAPANOU et al., 2010).

Diversos fatores individuais estão associados ao surgimento das doenças


bucais nos adolescentes tais como raça, escolaridade, renda, utilização de serviços
de saúde, hábitos em saúde e/ou comportamentais. A forma como esses fatores
interagem dentro da determinação da saúde nesses indivíduos podem levar ao
surgimento e agravamento dos problemas bucais aumentando a possibilidade da
influência de efeitos psicossociais (MOSS et al., 1996, GENCO et al., 1998,
VETTORE et al., 2003, HASSAN et al., 2015). A relação entre periodontite, estresse,
ansiedade depressão e baixa reação de enfrentamento têm atraído considerável
atenção por parte de alguns pesquisadores (MOSS et al., 1996, GENCO et al.,
1998, VETTORE et al., 2003, HASSAN et al., 2015), que acreditam que a presença
desses fatores potencializa reações imunológicas no hospedeiro favoráveis ao
desenvolvimento da doença periodontal.

As mudanças na forma como o indivíduo percebe e pratica medidas de


controle sobre sua saúde são essenciais na dinâmica da doença. Indivíduos com
altos níveis de estresse possuem baixo poder de aceitação e dificilmente adotam
hábitos que sejam menos danosos à saúde (VETTORE et al., 2012), aumentando o
risco de desenvolver doenças bucais. A presença de doenças bucais como cárie e
doença periodontal podem estar associadas à falta de cuidado com a saúde bucal
devido à baixa autoestima com alterações de bem estar emocional e social. O
autocuidado e as práticas mais saudáveis de saúde bucal podem não estar sendo
incorporadas no dia-a-dia, ocasionando impacto na qualidade de vida dessas
pessoas (LUNARDELLI et al., 2016).

Tanto a cárie dentária quanto a doença periodontal dependem da


manutenção de práticas de higiene oral adequadas, no entanto, qualquer percepção
negativa sobre essas práticas pode levar ao menor estímulo sobre o autocuidado.
12

Assim, observar a forma como os adolescentes percebem esse cuidado e se


motivam é de fundamental importância para estabelecer um cuidado mais amplo e
integrado (CYPRIANO, et al., 2011), pois a avaliação dessas doenças tem sido
tipicamente baseada na observação das condições clínicas durante o exame
(LÓPEZ & BAELUM 2010) e não no olhar ampliado.

É crescente a preocupação por parte dos pesquisadores (GENCO et al.,


1999; SOUZA et al., 2007; GARBIN et al., 2009; GRANVILLE-GARCIA et al., 2010;
FERNANDES et al., 2013; LUNARDELLI et al., 2016) na investigação de aspectos
relativos à saúde dos adolescentes, bem como no estabelecimento de medidas que
visem à obtenção e manutenção de condições aceitáveis de saúde, incluindo a
saúde bucal. Os marcadores juvenis podem fornecer funções de conhecimento e
servir a um propósito operacional de identificar a população jovem em pesquisa e
agir com medidas específicas para este grupo, que possuem diversos modos de ser
jovem em decorrência das demasiadas modalidades de transformação que
decorrem desta fase (KRAUSKOPF, 2015).
Assim, o objetivo deste estudo é verificar, através de uma revisão
integrativa, o impacto da autoestima na saúde bucal dos adolescentes, além da
existência de associação entre autoestima e comportamentos de higiene bucal -
frequência na escovação, presença de cárie e/ou doenças de parâmetro periodontal
- com a saúde bucal dos adolescentes.
13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Autoestima

Autoestima é um conjunto de sentimentos e pensamentos do indivíduo


sobre seu próprio valor, competência e adequação, que se reflete em uma atitude
positiva ou negativa em relação a si mesmo, é uma autoaprovação ou depreciação
dos sentimentos de autovalor (ROSENBERG, 1965; KERNIS, 2005).  É algo que
não está presente em nós ao nascimento, podendo ser desenvolvida durante toda a
vida, adquirida também, de origem social (GUILHARDI, 2002). A autoestima possui
consequência sobre o apreço do próprio corpo, como uma avaliação que o indivíduo
efetua e comumente mantém em relação a si mesmo, quanto um sujeito considera-
se capaz, significativo, bem-sucedido e valioso (COOPERSMITH, 1989;
ROSENBERG, 1989; ORTH & ULRICH et al., 2015). O estímulo para a busca do
preenchimento de seus desejos mais profundos, aumenta a autoestima e a
autorealização (SAMPAIO, 2009).

Pode, ainda, ser entendida como um juízo pessoal de valor, externado nas
atitudes e nas crenças pessoais sobre suas habilidades, capacidades,
relacionamentos sociais, acontecimentos futuros e projetos. (COOPERSMITH,
1989).  E ela, também, se apresenta de extrema importância para que ocorra
mudança de hábitos no processo de promoção de saúde, sendo peça fundamental
na procura e utilização dos serviços de saúde (GUILHARDI, 2002).

2.2 As doenças bucais na adolescência

Os principais problemas de saúde bucal na adolescência são cárie dental,


doença periodontal, má oclusão, traumatismos e complicações com os terceiros
molares. A avaliação das condições de saúde bucal em adolescentes é um indicador
importante, particularmente quando analisado a partir das tendências estabelecidas
desde a infância (ANTUNEZ, 2005).
14

Há diferença em relação a idade como ponto de corte para qual o período


correto da adolescência, dificultando o levantamento de dados para esta população.
Doze anos é uma idade especialmente importante, tendo sido escolhida como a
idade de monitoramento global da cárie, para comparações internacionais e o
acompanhamento das tendências da doença. Já 15 a 19 anos, é escolhida, levando-
se em conta, ainda, que, ao se trabalhar com idades restritas como 15 ou 18 anos,
aumentam expressivamente as dificuldades para compor uma amostra. (ANTUNEZ,
2005).

Os adolescentes consideram doenças as enfermidades que modificam sua


rotina e que os impediram de ir à escola ou de realizar atividades corriqueiras, como
as que os colocam na cama. A dor de dente foi identificada como tal, mas a cárie e a
gengivite são consideradas como doença, mas são aceitas como desequilíbrios
normais (FLORES et al., 2003). Inúmeros estudos levam em conta o impacto
econômico de doenças que afetam as atividades laborais. Sendo os adolescentes
uma população que em muitos casos já trabalha, certamente, problemas dentários
mais graves contribuem para tal impacto (OLIVEIRA et al., 2001; FISCHER et al.,
2003)

Na dentição permanente, quase 70% dos adolescentes de 12 anos e cerca de


90% dos adolescentes de 15 a 19 anos apresentam pelo menos um dente
permanente com experiência de cárie, evidenciando as necessidades de saúde
bucal. Adolescentes possuem uma alta taxa de cárie dentária e incremento de
doença periodontal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

A adolescência é tida como um período de risco aumentado doenças bucais,


em decorrência da redução dos cuidados com a escovação dentária, fruto do
amadurecimento e da relativa independência, muitos adolescentes não permitem a
supervisão de adultos em muitos momentos do seu cotidiano, caracterizando uma
fase de risco para a saúde bucal, já que o estilo de vida do adolescente pode
conflitar com as medidas mais adequadas de higiene bucal. O adolescente encontra-
se na busca de um equilíbrio físico-psíquico-social, apresentando comportamentos
extremos; por isso, em alguns momentos, mostra-se negligente com os seus
cuidados à saúde. (TOMITA, 2001; GUSHI et al., 2005).
15

2.2.1 Cárie dentária

A cárie dentária, em nível mundial, é considerada um problema de saúde


pública; se não tratada causa perda dentária e o tratamento requer recursos
técnicos, humanos e financeiros relevantes (WHO, 2002; REIS, 2003). Ela é uma
doença infecciosa, que progride de forma muito lenta na maioria dos indivíduos,
raramente é auto limitante e, na ausência de tratamento, progride até destruir
totalmente a estrutura dentária (FEJERSKOV; KIDD, 2005). A cárie dentária é
infecciosa, crônica e faz a destruição de tecidos dentários podendo ser
diagnosticada em estágios iniciais, que se caracterizam em lesões no esmalte ou em
estádios mais tardios, com cavitação em dentina. Os sinais reversíveis são os
popularmente conhecidos como cárie (CERQUEIRA, 2007).

A cárie dentária tem associação significativa com o impacto na qualidade de


vida, em especial nos aspectos de bem-estar emocional e social (LUNARDELLI, et
al., 2016). Portanto, a experiência de cárie dentária pode estar ligada ao fato da
pessoa não gostar da aparência dos seus dentes, sugerindo que o autocuidado e/ou
práticas mais saudáveis de saúde bucal podem não estar incorporadas no dia a dia
(CYPRIANO, et al., 2011).

O primeiro inquérito nacional, realizado em 16 capitais, em 1986, mostrou um


índice de dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPO) aos 12 anos de 6,7, ou
seja, aproximadamente 7 dentes afetados pela doença, sendo a maioria destes
ainda sem tratamento. Os dados do Levantamento Epidemiológico Nacional
realizado no Brasil (SAÚDE BUCAL/SB, 2003) revelaram um quadro insatisfatório da
saúde bucal dos adolescentes brasileiros, com discrepâncias regionais, quando se
comparam as regiões norte e nordeste com o sul e sudeste do país, e demonstrou
um caráter mais crítico. No estudo de 2003, o CPO aos 12 anos foi igual a 2,78 e,
nesta pesquisa de 2010, o CPO aos 12 anos ficou em 2,07, correspondendo a uma
redução de 26,2% em 7 anos. Considerando o componente do CPO relativo
especificamente aos dentes não tratados (cariados), a redução foi da mesma
magnitude (de 1,62 para 1,21). Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, a média de
dentes afetados foi de 4,25, mais que o dobro do número médio encontrado aos 12
anos. Esta evolução do CPO tem sido um achado comum em outros estudos no
16

Brasil e no mundo. Comparando-se com 2003, contudo, a redução no componente


“cariado” foi de 35% (de 2,60 dentes em 2003 para 1,70 em 2010) (SB BRASIL,
2010). Os resultados do Projeto SB Brasil 2010 indicam que, segundo a
classificação adotada pela OMS, o Brasil saiu de uma condição de média
prevalência de cárie em 2003 (CPO entre 2,7 e 4,4), para uma condição de baixa
prevalência em 2010 (CPO entre 1,2 e 2,6) (SB Brasil, 2010).

2.2.2 Doenças gengivais e do periodonto

A doença periodontal é considerada a doença dentária localizada e/ou


generalizada e inflamatória mais comum, causada por infecção bacteriana associada
à placa dental, que é o início da doença periodontal. Porém, a forma como a doença
progride vai depender das defesas imunes e inflamatórias do indivíduo (KINANE,
1999; TARIQ et al, 2012). A doença periodontal está associada a diversas condições
patológicas, como a inflamação da gengiva (gengivite), degeneração do ligamento
periodontal, cemento dental e a perda de osso alveolar (KINANE, 1999; TARIQ et al,
2012).

A condição periodontal tem associação com a autopercepção de saúde bucal,


e é explicada pela presença de sinais e sintomas de alterações periodontais, como
halitose e sangramento, que podem causar desconforto com consequente impacto
negativo na percepção dos indivíduos sobre sua própria saúde bucal (SILVEIRA, et
al, 2019). Sugere-se que edema e sangramento gengival na região anterior
impactam negativamente na qualidade de vida relacionada à saúde bucal de
adolescentes (SASSI, et al., 2020; KONGA, et al., 2020).  O parâmetro mais comum
da doença periodontal em adolescentes é a gengivite e está associada ao bem
estar, o qual, fala intimamente sobre autoestima (ORTIZ, et al., 2020). Além disso,
os fatores individuais, ambientais e de estilo de vida estão associados aos
comportamentos de investimento em saúde bucal e às condições de saúde gengival
de jovens (ERICSSON, et al., 2016).

Entre os adolescentes de 12 anos, a presença de cálculo foi a pior condição


periodontal observada (23,7%) e, com relação ao sangramento, 11,7% do total de
17

crianças apresentaram essa condição como escore máximo. No grupo etário 15 a


19 anos a presença de cálculo foi a alteração periodontal mais presente (28,4%)(SB
BRASIL, 2010).  Cabe menção a prevalência de sangramento, cálculo e bolsa
periodontal rasa e profunda, segundo a idade e a região - aos 12 anos no Norte
40,1%, Nordeste 26,6%, Sudeste 24%, Sul 34% e Centro-oeste 25,8%. Já dos 15
aos 19 anos encontra-se, no Norte 51%, Nordeste 35,2%, Sudeste 32%, Sul 30,3%
e Centro-oeste 30,7% (SB BRASIL, 2010). Os resultados do Projeto SB Brasil 2010
indicam que o percentual de indivíduos sem nenhum problema periodontal foi de
63% para a idade de 12 anos e 50,9% para a faixa de 15 a 19 anos. No que diz
respeito às condições periodontais, avaliadas pelo Índice Periodontal Comunitário
(CPI), em termos populacionais, estes problemas aumentam, de modo geral, com a
idade (SB BRASIL, 2010).

2.3 Autoestima e as doenças bucais na adolescência

A OMS define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e
social'' e não apenas a ausência de doença, "mas também" a capacidade de
funcionar em sociedade (OMS, 2017). A qualidade de vida tem sido relacionada à
saúde bucal, onde a boca cumpre funções como: expressão facial, linguagem,
mastigação, deglutição, salivação, paladar, onde se refere a ser um bom indicador
da saúde do indivíduo, sua qualidade de vida e seu bem-estar individual e social
melhorando consideravelmente fatores como autoestima, estética, interação social e
auto percepção em adolescentes (HECHAVARRIA MARTÍNEZ et al., 2013).

Alterações hormonais, alimentação inadequada e hábitos de higiene ruins,


são comuns em adolescentes. Esses fatores somados a outros, que modificam o
ambiente interno e externo do indivíduo, fazem deles um grupo de risco para
problemas de saúde bucal. Além de ansiedade, baixa autoestima e problemas
psicossociais, que são alguns dos fatores que afetam negativamente a saúde bucal
de adolescentes, afetando sua qualidade de vida (OURENS et al., 2013). O fator
autoestima e o seu ambiente têm uma importante relação com níveis de qualidade
de vida, pois há uma relação íntima entre a qualidade de vida e a autoestima
(BENSON et al., 2014).
18

A saúde bucal e as crenças positivas são fatores psicossociais protetores,


como a maior autoestima que enriquece positivamente o comportamento de saúde
dos adolescentes, pois a qualidade de vida está relacionada com a saúde mental
(BACKER et al., 2010). Então crenças positivas de saúde bucal e maior autoestima
predizem maior frequência de escovação dentária (KONGA et al., 2020) e desleixo
com a saúde bucal pode ter extrema relação com presença de baixa autoestima em
uma pessoa, sendo arriscado para a saúde e podendo apresentar doenças na
cavidade oral ao não ter bons hábitos de saúde bucal (PAZOS et al., 2019). 

Vários autores concordam que, assim como outras habilidades não


cognitivas, a autoestima é importante para determinar as escolhas de saúde dos
jovens, permitindo que avaliem a partir do valor que atribuem a si mesmos quais
comportamentos vão ou não vão adotar. Altos escores de autoestima têm sido
associados a práticas positivas relacionadas à saúde, enquanto a baixa autoestima
parece estar mais próxima de comportamentos de risco (ZAPPE e DELL’AGLIO,
2016). Pesquisas mostraram que maior auto eficácia se correlacionam com
melhores comportamentos de saúde bucal e reduzem problemas bucais (MIZUTANI
et al., 2012).

Em conversa franca com o paciente adolescente, o profissional cirurgião


dentista deve instigar a sua motivação que deve ser juntamente planejada com
educação em saúde, baseando-se nas necessidades individuais de cada um dos
pacientes, com consultas regulares que mantenham a evolução e posteriormente a
manutenção (PEREIRA et al., 2011). Assim, controlando as bactérias da cavidade
bucal e mantendo-a saudável e gerando autonomia ao paciente, com instruções
adequadas, é possível controlar a doença, pois ele sente-se capaz de realizar um
cuidado consigo (GARCIA et al., 2014). O vínculo criado entre profissional-paciente
possibilita a percepção de alterações psicoemocionais (ALMEIDA et al., 2018).
19

3 METODOLOGIA

Para a elaboração da presente revisão integrativa as seguintes etapas foram


percorridas:

1. Processo de seleção das evidências;

2. Estratégia de busca reprodutível;

3. Detalhes relacionados à busca, seleção e inclusão de estudos;

4. Aplicação dos critérios de elegibilidade;

5. Processo de extração dos dados (definição clara dos dados a serem extraídos,
número de revisores envolvidos);

6. Apresentação do processo de seleção de estudos no formato de fluxograma;

7. Avaliação da qualidade dos estudos;

8. Síntese dos resultados.

Para guiar a revisão integrativa, buscamos respostas para a questão: “qual o


impacto da autoestima na saúde bucal dos adolescentes?”.

Esta revisão sistemática utilizou, parte do método PRISMA, que consiste em


um checklist com 27 itens e um fluxograma para nos aproximarmos de uma
sistematização e estabelecer um roteiro exequível.

3.1 Buscas nas bases de dados

Foram utilizadas três bases de dados para a busca da literatura existente: 


PubMed, Scielo e Lilacs. Uma pesquisa inicial foi realizada no PubMed com os
seguintes termos e marcadores boleanos: (Adolescents) AND (Self-Esteem OR Self-
Worth) AND (Oral Health OR Gingivitis OR Periodontitis OR Dental Caries OR
Bleeding OR Calculus). O objetivo foi definir a chave de busca a partir dos
20

termos sugeridos, elegíveis para identificação dos estudos que pudessem responder


à questão de pesquisa desta revisão.

Todos os documentos foram gerenciados utilizando a plataforma EndNote


para remoção de duplicatas. E na plataforma Rayyan (Mourad Ouzzani, et al., 2016
— a web and mobile app for systematic reviews) para inclusão e exclusão de
estudos.

3.2 Critérios de elegibilidade e inclusão

Para a investigação do impacto da autoestima na saúde bucal de


adolescentes foram eleitos estudos envolvendo uma ou mais das palavras chave:
adolescentes, autoestima, saúde bucal, gengivite, periodontite, cárie, sangramento
ou cálculo. 

Foram elegíveis para serem incluídos resumos e textos completos gratuitos


nas bases de dados escolhidas. Os modelos de artigos de pesquisa que foram
incluídos são Estudo Clínico, Ensaio Clínico, Estudo Comparativo, Ensaio Clínico
Controlado, Meta-Análise, Estudo Observacional, Ensaio Controlado Randomizado e
Revisão Sistemática.

Não houve restrição quanto ao idioma e nem quanto às datas de publicação dos
estudos.

Após leitura na íntegra dos artigos elegíveis incluídos, foram excluídos todo e
qualquer estudo com crianças abaixo de 9 anos, adultos, idosos e/ou portadores de
síndrome de Down, câncer, diabetes mellitus, deficiência visual e motora, além de
relatos de casos, séries de casos e cartas ao editor.

3.3 Seleção dos estudos


21

Os títulos e resumos foram selecionados com base nos critérios de


elegibilidade mencionados acima, por um pesquisador na plataforma Rayyan.
Após a pesquisa realizou-se uma triagem inicial dos títulos e resumos, para
leitura, inclusão e exclusão dos estudos elegíveis. Após os artigos completos
elegíveis incluídos, foram avaliados pelo mesmo pesquisador e tabelados em
uma planilha no Microsoft Excel.

3.4 Extração de dados

Os dados foram extraídos por um revisor, utilizando planilhas no


Microsoft Excel®. Foram coletados dados referentes a: autor principal, data de
publicação, título, periódico, país, sujeitos, objetivos do estudo, tipo de estudo
(metodologia), resultados e principais conclusões. Os autores dos estudos
incluídos não foram contatados, pois não foi necessário nenhum
esclarecimento adicional sobre a metodologia ou resultados do estudo.

3.5 Avaliação do risco de viés

A lista de verificação de avaliação crítica descrita pelo instituto Joanna


Briggs (JOANNA BRIGGS INSTITUTE, 2014) foi utilizada para avaliação da
qualidade dos estudos selecionados, de acordo com o tipo de estudo: tabela 2.
Para categorizar os estudos de acordo com a qualidade, o pesquisador
classificou os critérios avaliados com suas pontuações.

Tabela 2 - Tipo de estudo e avaliação descrita pelo instituto Joanna Briggs


(2014).

Estudo Avaliação

Transversal 0-7

Caso-controle 0-9

Coorte 0-10
22

3.6 Análise dos dados

Foi realizada uma análise crítica dos estudos/documentos incluídos na


planilha do Microsoft Excel, além da verificação de avaliação crítica descrita
pelo Instituto Joanna Briggs (2014) para avaliação da qualidade dos estudos
selecionados.
23

4 RESULTADO

Em um total de 271 estudos somados, encontrados nas três bases de dados;


Pubmed (3), Scielo (2) e Lilacs (2), com a seguinte chave de busca: (Adolescents)
AND (Self-Esteem OR Self-Worth) AND (Oral Health OR Gingivitis OR Periodontitis
OR Dental Caries OR Bleeding OR Calculus). A descrição da chave de busca para
identificação dos estudos que responderam a questão da pesquisa desta revisão
sistemática podem ser observadas na Tabela 1. Utilizou-se uma chave de busca
ampla, para tentar responder às questões da pesquisa. Foram encontrados 271
resultados, destes foram removidas 9 duplicatas com o uso da plataforma EndNote.
Desse restante de 262 artigos, utilizamos a plataforma Rayyan para inclusão dos
mesmos estudos elegíveis, após leitura de título e resumo. Obtivemos um resultado
de 7 estudos elegíveis incluídos ao final. Dos quais 5 eram
transversais/longitudinais, e 2 estudos de coorte.

Tabela 1 - Descrição da chave de busca em cada base de dados e


número de estudos encontrados. 

Base Chave de busca Nº

PubMed (Adolescents) AND (Self-Esteem OR Self-Worth) AND (Oral 195

Health OR Gingivitis OR Periodontitis OR Dental Caries OR


Bleeding OR Calculus)

Scielo (Adolescents) AND (Self-Esteem OR Self-Worth) AND (Oral 8

Health OR Gingivitis OR Periodontitis OR Dental Caries OR


Bleeding OR Calculus)

Lilacs (Adolescents) AND (Self-Esteem OR Self-Worth) AND (Oral 68

Health OR Gingivitis OR Periodontitis OR Dental Caries OR


Bleeding OR Calculus)

Fonte: Da autora (2021).


24

Para os critérios de inclusão e exclusão dos estudos elegíveis foram utilizados


resumos e/ou textos completos gratuitos nas três bases de dados citadas acima.
Somente estes modelos de artigos de pesquisa foram aceitos: Clinical Study, Clinical
Trial, Comparative Study, Controlled Clinical Trial, Meta-Analysis, Observational
Study, Overall, Randomized Controlled Trial e Systematic Review.

Todos os estudos incluídos pela plataforma Rayyan foram tabelados em uma


planilha Microsoft Excel e podem ser observados no ANEXO.

Não houve restrição quanto ao idioma e nem enquanto as datas de publicação


dos estudos. Foram excluídos dos estudos elegíveis todo e qualquer estudo com
crianças abaixo de 9 anos, adultos acima de 20 anos e idosos e/ou portadores de
síndrome de Down, câncer, diabetes mellitus, deficiência visual e motora. Após isso
foi feita uma análise da qualidade dos estudos pelo método joana brights que
mostrou que em uma escala de 0-7 estudos transversais/longitudinais ganharam
nota máxima e os estudos de coorte em uma escala 0-10 receberam nota 10.

Imagem 1 - Fluxograma dos resultados da tabela

Fluxograma das etapas metodológicas empregadas na revisão integrativa.


25

A partir desse trabalho encontramos poucas respostas acerca da questão


norteadoras da pesquisa: “Qual o impacto da autoestima na saúde bucal dos
adolescentes?”. A análise dos fatores psicossociais na saúde bucal dos
adolescentes se torna um importante método antes de verificar as complicações
biológicas provocadas pelas enfermidades bucais e suas consequências na sua vida
quotidiana.
26

5 DISCUSSÃO

A grande maioria dos estudos encontrados nos mostrou que há alguma relação
de qualidade de vida, percepção de saúde e hábitos de higiene bucal. Entretanto,
com relação à autoestima só um estudo foi encontrado, o que pode denotar uma
lacuna na pesquisa da relação da autoestima especificamente com os cuidados em
saúde bucal.

Os autores Regis et al. (1994); Acharya e Sangam (2008); Vettore et al. (2012);
Barnetche et al. (2017); Lawal, et al. (2018); com suas respectivas pesquisas,
encontraram e ressaltaram a relação entre a qualidade de vida e saúde bucal,
percebendo o impacto da saúde bucal na sua qualidade de vida, mostrando também
que o sofrimento de dor física é a principal responsável pelas perdas de equilíbrio na
saúde oral, não causando apenas dor, mas problemas relacionados à saúde. A partir
deste ponto, entendendo gengivite e presença de placa visível como preditores de
cáries e perdas dentárias, seriam estes sinais clínicos relevantes para
monitoramento da saúde bucal e instauração de medidas preventivas de desfechos
que venham a impactar na qualidade de vida.

O trabalho dos autores Pazos, Goes e Austregésilo (2019) encontraram que


adolescentes com autoestima elevada, escovam seus dentes com maior frequência,
e possivelmente possuem melhor saúde bucal, confirmando a relação da autoestima
sobre os comportamentos de saúde bucal. Neste caso, poderíamos entender a auto
estima como protetora para desfechos negativos em saúde bucal.

O mesmo estudo de Pazos et al. (2019) nos trouxe a confirmação sobre a


associação de autoestima com saúde bucal. Apontou que autoestima elevada, leva
à maior frequência de escovação e assim, melhor saúde bucal

Fatores emocionais e de autoimagem levam às mudanças de comportamento que


impactam na saúde bucal na adolescência. Indivíduos com melhor saúde mental
devem se sentir mais felizes, o que modifica sua percepção do seu estado atual de
saúde oral e aumenta a valorização do autocuidado com a higiene pessoal, incluindo
27

a bucal, mantendo sua autoimagem como um aspecto importante em sua vida. Isso
mostra que a relação psicológica e de ambiente pode influenciar significativamente
no comportamento de escovar os dentes e consequentemente na saúde bucal
(LUNARDELLI et al., 2016; SASSI, et al., 2020; KONGA, et al., 2020). Ao contrário,
podemos imaginar que uma baixa autoestima pode afetar o componente
motivacional, impactando mesmo nas atividades mais simples e básicas como a
escovação dentária.

Os comportamentos relacionados à saúde da boca como frequência de


escovação dentária, visitas ao dentista podem ser relacionados com o estado
psicossocial e com a higiene. São variáveis importantes de serem investigadas,
tendo relevância no processo diagnóstico e nas estratégias preventivas e
terapêuticas em saúde bucal

Apenas um trabalho avaliou o efeito da autoestima na prevalência de cárie e


doença de parâmetro periodontal em adolescentes (PAZOS et al., 2019), denotando
carência deste dado na literatura. Isto é de certa forma preocupante, já que apesar
de não ocuparem a primeira importância como problemas bucais percebidos pelos
adolescentes, têm grande impacto em sua saúde e bem-estar, especialmente
quando evoluem para casos graves. Trabalhos quantitativos e qualitativos sobre
esta relação podem subsidiar propostas de investigação, diagnóstico, prevenção e
tratamento de saúde bucal para esta população específica, com alto impacto na
elaboração de estratégias em saúde.

Dentre os artigos excluídos, encontramos muitos resultados que abordam a


influência dos dentes na autoestima e suas relações com a ortodontia. Outro tema
que apareceu muito nos resultados das buscas foi a relação da qualidade de vida
com a autoestima de jovens com necessidade de tratamento ortodôntico. Isso
mostra que a ortodontia está a frente no que tange a relação de sua especialidade
com fatores psicossociais, provavelmente pelo alto caráter estético envolvido em
grande parte os tratamentos ortodônticos.

Observamos uma heterogeneidade na literatura quanto a pontos de corte que


definem “adolescência”. Isto dificultou o levantamento de dados para esta
população. Outra limitação foi o baixíssimo número de estudos que abordam a
autoestima relacionada à saúde bucal dos adolescentes, medindo parâmetros
28

clínicos associados a hábitos de higiene, cárie e doenças periodontais. Dos estudos


encontrados, as variáveis mais prevalentes foram: má oclusão e autoestima,
qualidade de vida e saúde bucal, que fogem da proposta desta revisão.

Quanto ao amplo intervalo cronológico do que se define adolescente, seria


interessante haver uma homogeneidade, haja vista este ser um grupo com
características específicas e que merece ser alvo de medidas públicas de saúde. A
análise de outros fatores além dos cronológicos como ponto de corte também
merece reflexão (início de vida laboral, escolaridade, aspectos fisiológicos…).
Havendo tal definição associado a maior quantidade e qualidade de trabalhos,
abordagens específicas e direcionadas para este grupo podem ser desenvolvidas,
resultando em maior saúde para o adolescente e para o futuro adulto que ele virá a
ser.
29

6 CONCLUSÃO

Há escassez de estudos que abordam o tema da relação da autoestima com


os cuidados em saúde bucal em adolescentes, sobretudo os que mensuram
parâmetros clínicos relacionados à doença cárie, gengival e periodontal.

A relação “autoestima e saúde bucal em adolescentes” carece de mais


estudos, não estando claro a magnitude de uma “baixa autoestima” como fator de
risco para saúde bucal dos adolescentes. Mais estudos com desenhos adequados
são necessários para evolução do conhecimento sobre a relação da saúde mental e
seu impacto na vida de adolescentes especialmente envolvendo suas condições de
saúde bucal.
30

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37

ANEXO

ANEXO 1 - Tabela Microsoft Excel de estudos incluídos


38

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