Você está na página 1de 4

RESUMO DE HISTÓRIA GERAL i

Prof. Lucas Moreira

Conceitos De História, Historiografia

conceito de História:
 A partir do século XIX a história é legitimada como uma ciência. Para Marc Bloch, o conceito de
História está amplamente relacionado a ideia de tempo. Ao admitir que a História é a “Ciência do
Homem no Tempo”, Bloch salienta que objeto de estudo da História Não é o Passado, mas sim o
Homem no Tempo. É importante compreender que, na perspectiva do autor, seria ignorância
buscarmos compreender o passado sem antes compreendermos o presente. Assim são as ânsias do
Presente que leva o Historiador a investigar o Passado. Essa percepção conceitual é a mais propagada
em linhas historiográficas da atualidade.
 Fatos históricos são os acontecimentos cujo o homem se faz presente como ator principal. Ele não é
mais parte do meio natural, ele é o próprio modificador da natureza. Os fatos históricos podem ser
políticos, econômicos, sociais.
 O Tempo Histórico diz respeito a leitura do fato histórico em seu momento de ocorrência - tempo
em que podem ser avaliadas permanências e rupturas. O Tempo Cronológico só faz sentido para o
historiador enquanto ferramenta, se usa o tempo cronológico para orientar as narrativas assim a
história não admite uma compreensão rígida do tempo.

Objetivos da História:

 Investigar o passado com os anseios do Presente;


 Possibilitar uma melhor compreensão das ações do homem;
 Promover a educação e a consciência histórica;
 A história tem por objeto de estudo o homem, mas a sua investigação se dá na concepção de
tempo ligado ao passado.

OFICIO DO HISTORIADOR:

 O historiador não é neutro, porém analisa as circunstancias de forma imparcial a fim de realizar um
aproveitamento melhor de suas fontes. A analise de fonte leva a imparcialidade, para o historiador a
fonte possui fala. No entanto, a escrita historiográfica possui uma postura, não neutra, em relação a
fala da fonte.
 A Historiografia é a História da escrita da História. De forma mais clara, podemos somente admitir
que a Historiografia é o processo de escrita da História. Esta escrita está amplamente ligada ao
processo de cotidiano de vivência, ou seja, uma história que já se foi vivida, experienciada.

HISTÓRA X MEMÓRIA:

 Uma das principais questões historiográficas pautada no processo de escrita da história se relaciona
na dualidade conceitual entre História e Memória. Tal dualidade, se deve a proximidade conceitual
entre ambas, no entanto, é necessário admitir que se tratam de conceitos diferentes. A História como
ciência trabalha a partir de fontes, cujo o imaginário se insere em um contexto geral do fato, a
Memória por sua vez, se insere no campo individual/pessoal para o geral. Porém é necessário
compreender que a relação entre História e Memória é mutualística, uma vez que a primeira
usufrui da segunda como fonte de conhecimento histórico. A memória cristalizada é passível de
historicidade. A memória, em cunho pessoal é memória, uma recordação.
 A memória coletiva suscinta conotação de um Lugar de Memória. Lugar comum de memória
compõe um lugar de memória, ou seja, a construção de traços coincidentes de memória compõe a
memória coletiva. Os lugares de coletividade que suscitam um espaço comum de recordação é um
lugar de memória. Enquanto o processo recordação individual sucinta um lugar de história. Deve
haver Imaginação e Simbolismo para se ter um lugar de memória.
 Esquecimento, ocultação e memória herdada: o processo de Esquecimento pode ocorrer
involuntariamente ou por um trauma, enquanto o processo de Ocultação envolve a necessidade de
esconder algo, a fim de gerar um possível distanciamento de realidade. A Memória Herdade é
aquela que não se tem lembrança de vivência, mas o discurso da sua existência tem o poder de
compartilharmos como verdade, geralmente o poder advém de quem a fala como uma autoridade.
 A memória está amplamente ligada ao processo de Formação de Identidade.

ESCOLAS HISTÓRICAS:

 A Escola Positivista possui um poder legitimador da História como ciência. Ao definir seu
método, os historiadores positivistas, acreditavam na necessidade da narração da história como
ela realmente aconteceu. Essa concepção por sua vez se apegou em um método, cujo o objetivo
era buscar uma verdade histórica. Nesse sentido, esse método se apegou em documentos oficiais,
pois estes possuíam um lugar de autoridade e eram legitimadores de discurso. Para os
positivistas, o lugar do historiador é o da neutralidade, o mesmo não de se posicionar quanto
indivíduo detentor da escrita historiográfica, seu lugar é o da narração dos fatos como eles
realmente aconteceram.
 A escrita Marxista da história possui uma relação direta com as postulações teóricas de Karl
Marx, ao salientar a relação da sociedade, onde tais relações são orientadas pelas lutas de classes,
Marx repercute ao dizer que a história da humanidade é permeada pela luta de classes. O
historiador adepto a essa noção de escrita, passa enxergar o homem no tempo a partir das
relações de classe. O Materialismo Histórico seria exatamente a compreensão das relações
historiográficas pelos ideais das lutas de classes.
 A História Nova buscou mudar o processo metódico estabelecido nos primórdios da escrita da
História. No fim da década de 1920, se instaura um movimento idealizador da Escola dos
Annales, tal escola buscou romper com processo de escrita de história, estabelecendo novas
proposições que fossem contrárias a noção de História Totalizante do método positivista. Nesse
cenário, nasce a história vista de baixo, a história de pessoas comuns. Além disso surge uma nova
compreensão de fonte, sendo esta distanciada do contexto oficial, e permeada pela noção de
multiplicidade de possibilidades, como a iconografia, diários, filmes, cartas etc... Ademais
começa a surgir novas perspectivas historiográficas que vão além dos fatos econômicos, sociais e
políticos, o surgimento da micro-história marca o surgimento de novas possibilidades de leituras
da sociedade.

fatos culturais:

 Os fatos históricos culturais possuem uma relação direta com o processo de expressão de
identidades. Nesse sentido, a expressão cultural da identidade possui uma multiplicidade de
representações, tais representações constituem a formação de patrimônio. É necessário
compreender, no entanto, que a formação de patrimônio leva em consideração a noção de
identidade coletiva. Patrimônio é de maneira geral a expressão da identidade coletiva de
determinado grupo. Sendo os Patrimônios Materiais a expressão não abstrata de uma
identidade, enquanto o Patrimônio Imaterial a própria abstração da cultura identitária.

RESUMO DE HISTÓRIA GERAL i


Prof. Lucas Moreira

Pré–história
 A noção conceitual de Pré-história permeia numa relação direta com a ausência de uma
cultura literária, de forma bem clara, a Pré-História é marcada pela ausência da Escrita. O
fim da deste período é marcado pelo surgimento da escrita. Tal percepção de cultura
literária está amplamente ligada ao processo a escrita Positivista da História. O apego
documental sugere aos positivistas que a ausência de uma cultura escrita implicaria no não
registro documental do período.
 A noção de progresso definido pelos positivistas estabelecia uma relação direta com o
pensamento evolucionista darwiniano. A seleção natural estaria ligada a uma falsa ideia de
progresso empreendida pelos positivistas, para os positivistas a seleção natural seria a
prevalência dos mais fortes em relação aos mais fracos, tal realidade se desfaz no século XX,
pois a seleção natural de Darwin é um percepção significativa de mudança e não de
prevalência de uma raça sobre a outra.

Local:
 Falar de Pré-história é situar a história da África como polo de desenvolvimento da espécie humana.
Assim a concepção histórica atual situa a África Central e a Ásia Central como o berço da
civilização. Assim inicialmente devemos ter uma concepção situada na concepção geográfica da
pangeia, posteriormente ao processo de divisão continental possibilitou uma alteração na organização
espacial do planeta onde a região da África e Ásia foram beneficiadas pela inversão térmica
possibilitando uma mudança no clima, o transformando em um espaço/clima favorável para o
desenvolvimento da vida.
 Outro questionamento a ser levantado se trata da relação estabelecida entre o processo de
hominização e a chegada do homem na América. Tal processo se orienta sob duas perspectivas, uma
perspectiva alóctone, onde se assume um processo de saída dos hominídeos de um continente central
(África) em direção a América, dentro dessa perspectiva surge a possibilidade beríngia, onde a
glaciação do estreito de Bering possibilitou a formação de uma ponte entre os continentes, além disso
dentro da mesma perspectiva alóctone, existe a possibilidade de migração transcontinental pelo
Pacífico. Outra perspectiva da hominização para a América se orienta sob a perspectiva Autóctone,
onde se nega um processo migratório, baseado na concepção natural do surgimento do homem
americano no território americano.

periodização: PALEOLÍTICO (Pedra Lascada) | NEOLÍTICO (Pedra Polida).


PALEOLÍTICO SUPERIOR (50.000-18.000 A.C.)
 DESENVOLVIMENTO DO TELENCÉFALO
(HOMEM DE CRO-MAGNON).
 RITOS FUNERAIS / NOVOS MATERIAIS E
PALEOLÍTICO INFERIOR (2.500.000-50.000 a.C.)
UTENSÍLIOS / ROUPAS (PELES)
 SURGIMENTO DO HOMO SAPIENS.
 OBJETOS DE ADORNO (SENSO ESTÉTICO /
 ECONOMIA COLETORA = CAÇA/PESCA/COLHEITA PENSAMENTO ABSTRATO).
NATURAL. “COMUNISMO” PRIMITIVO.
 DOMESTICAÇÃO DO FOGO: COCÇÃO /
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL: CLÃS / RELAÇÕES
MENOR NOMADISMO.
ENDOGÂMICAS.
 PINTURA RUPESTRE: MAGIA SIMPÁTICA /
 DIVISÃO NATURAL (SEXUAL) DO TRABALHO.
RUDIMENTOS DE LINGUAGEM.
 NÃO DOMINAVAM A PRODUÇÃO DO FOGO
 SISTEMAS DE CONTAGEM.
 PRODUÇÃO DE ESTÁTUAS, AUSÊNCIA DE
CERÂMICAS.
NEOLÍTICO: (18.000-4000ª.C.)
 REVOLUÇÃO NEOLÍTICA (AGRÍCOLA): APROX. 10.000
a.C.
 DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA.
 ECONOMIA PRODUTORA = EXCEDENTES = CERÂMICA
(ARMAZENAMENTO).
 SEDENTARIZAÇÃO (RIOS = TIGRE/EUFRATES/NILO).
 DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS (REBANHOS).
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO.
 REVOLUÇÃO URBANA: (8.000 a.C.) = FORMAÇÃO DAS
PRIMEIRAS
CIDADES.
 EXOGAMIA / POLIANDRIA (FEM.) E POLIGINIA (MASC.) /
POLIGAMIA.
 DESENVOLVIMENTO DO TEAR / OLARIA.
METALURGIA (IDADE DOS METAIS: APROX. 6000 A.P.)

conclusão:
 O fim da Pré-história é marcado pelo aparecimento da escrita. No entanto, existem alguns fatores que
devem ser levados em consideração, uma vez que o fim deste período significou uma mudança na
concepção organizacional de espaço, o surgimento da ideia de estado centralizado na figura
organizacional política, centralizado no processo de construção das próprias civilizações hidráulicas,
assim como na centralização do poder, a disputa por este, o processo de propagação cultural,
diferentes percepções culturais.

Você também pode gostar