060 Turma 1
6° resumo Texto 15: O atraso econômico em perspectiva histórica por Alexander Gerschenkron
Segundo Alexander Gerschenkron, atualmente, os historiadores não buscam mais anunciar ao mundo
o que acontecerá ou qual curso tomará os eventos humanos, isso porque eles reconhecem que a
compreensão do passado está em perpetua mudança e baseia-se no interesse e no ponto de vista do
historiador. Entretanto, isso não quer dizer que os problemas antigos, evidenciados através da
investigação histórica, em nada contribuem para a compreensão dos problemas atuais, mas sim que se
pode almejar dessa investigação é a extração de um conjunto de perguntas que poderão ser aplicadas a
temas atuais. Logo, a importância da contribuição histórica não deve ser exagerada tampouco
subestimada.
Já na política econômica, as decisões dizem respeito a combinações de diversos fatores relevantes. A
contribuição do historiador serve, então, para apontar tais fatores potencialmente relevantes e as
combinações potencialmente significativas entre eles. Estas são apenas as perguntas, uma vez que as
respostas dependem de coisas que não tangem ao historiador, pois nenhuma experiência passada
nenhuma pesquisa histórica pode poupar a geração atual do trabalho de encontrar suas próprias
respostas e, então, moldar seu futuro. Portanto, é papel dos historiadores, no que diz respeito a política
econômica, somente apontar relações existentes no passado cujas considerações revelam-se úteis nas
discussões atuais.
Muito do que se pensa acerca da industrialização de países atrasados escora-se na generalização
marxista, que baseia se em dizer que é a história dos países industrializados mais adiantados que traça
a rota do desenvolvimento de nações mais atrasadas. Entretanto, é preciso atentar-se para tal
generalização que, embora seja válida, é apenas uma meia verdade, pois foi evidenciado que os
processos de industrialização em países atrasados exibem diferenças consideráveis em relação às
nações mais adiantadas. Essas diferenças dizem respeito tanto à velocidade do desenvolvimento
quanto às estruturas produtivas e organizacionais da indústria que emergiu desses processos.
Essas distinções são resultado de algumas coisas, dentre elas: a ação de instrumentos institucionais
diferente dos presentes nos países avançados; o clima intelectual em que se dá a industrialização, que
também difere dos presentes nos países avançados; o clima intelectual em que se dá a
industrialização, que também difere em países atrasados e avançados; e por fim, o grau em que os
atributos ocorrem em cada caso variam na proporção direta do grau de atrasado e das potencialidades
naturais de cada país.
A extensão das oportunidades varia, também, conforme os recursos naturais de cada país. Parece
impossível que a industrialização ocorra em países em que há servidão dos camponeses ou ausência
de unificação política, entretanto, em países nos quais as reservas de inovações tecnológicas são
maiores a industrialização parece mais promissora, como enfatiza Veblen. Portanto, é necessário que
se leve em consideração todas essas variáveis ante a industrialização.