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são todos provenientes de processos diferentes e duas situações nunca serão iguais. A análise dos
diferentes casos não serve como um manual para entender e lidar com o suicídio ou como
proceder diante de situações emergenciais, mas para compreender alguns caminhos que foram
traçados e os possíveis resultados que foram obtidos a partir deles, levando sempre em conta que
haverão grandes variáveis.
A intervenção é um processo longo que traspassa por diversas esferas dentro de uma
empresa, inclusive pela parte da gerência e dos executivos, que participam e acompanham esse
processo, na esperança de obter respostas que expliquem a causa do suicídio no trabalho. Há, por
grande parte dos empresários, uma busca para que a explicação para esses eventos se encontrem
nos próprios indíviduos e em fatores externos e por isso é importante que seja claro que os
resultados da intervenção e durante seu próprio processo seja diferente daquilo inicialmente
esperado, juntamente com confiança na competência do psicólogo escolhido para administrar a
intervenção. Esse mesmo movimento também precisa estar presente por parte dos sindicatos e
associação dos assalariados, que precisam abrir espaço para a atuação do psicólogo e abrir mão,
algumas vezes, dos seus próprios diagnósticos para as situações dos trabalhadores.
Ter um amparo externo ao ambiente da empresa também pode ser muito importante para
entender e expor alguns casos e dúvidas que ocorrem dentro da empresa. A verbalização e a
reflexão sobre o assunto pode ajudar a entender a situação sob novas e diferentes perspectivas.
Tanto quanto o apoio externo, a colaboração de um interno, trabalhador, é fundamental. O
trabalhador, ao acompanhar o processo, pode ser capaz, sem a ajuda do psicólogo,
posteriormente, de prosseguir com o trabalho.
O livro não tem a pretensão de se tornar um manual para lidar com o suicídio no trabalho,
mas fornecer ferramentas para guiar o psicólogo que se depara com a situação. Cada ambiente de
trabalho, empresa e trabalhadores carregam consigo diversas singularidades e cabe ao psicólogo
entende-las e buscar, a partir do seu aporte teórico e compreensão a respeito do suicídio e do
trabalho, a melhor maneira de criar uma intervenção que seja eficaz, que promova mudanças
significativas e ressignique as relações que já haviam sido constituídas.