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III SEMEAD

ESTRUTURA FINANCEIRA:
OS VETORES DA DETERMINAÇÃO DOS VALORES DAS
EMPRESAS E O CONSEQÜENTE PROCESSO DAS
DIFICULDADES FINANCEIRAS

Karem Cristina de Sousa Ribeiro(*)


Keyler Carvalho Rocha(**)

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo principal a realização de


uma pesquisa teórica dos três vetores determinantes do valor da
empresa: risco, retorno e em especial da liquidez. Um dos fatores de
grande controvérsia entre os autores constitui na determinação e
análise do conceito de liquidez. Para alguns, a liquidez é uma questão
de disponibilidades de recursos. Para outros, ela se relaciona ao grau
da negociabilidade dos títulos no mercado. Tais conceitos estão
intimamente relacionados, mas não são de maneira alguma similares.
Nesse contexto, discutir-se-á essas duas vertentes dos conceitos de
liquidez, bem como, o conseqüente processo de dificuldades
financeiras provenientes do nível de disponibilidades dos recursos e do
grau da negociabilidade dos títulos no mercado financeiro.

(*)
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da FEA/USP.
Professora da Universidade Federal de Uberlândia/MG. E-mail: karem@usp.br.
(**)
Professor Doutor pela FEA/USP. E-mail: kcrocha@usp.br.
INTRODUÇÃO Risco e Retorno Relacionados ao Processo
de Decisões Financeiras
A busca do entendimento de como funciona
os mercados de capitais direcionou, e ainda Se o mundo fosse perfeito, ou seja sem
direciona, o surgimento de muitos trabalhos riscos e incertezas, uma firma iria manter caixa
teóricos e empíricos importantes, cujos suficiente apenas para cobrir seus
objetivos correspondem à compreensão de desembolsos, os estoques seriam mantidos
como os ativos financeiros são avaliados. exatamente para satisfazerem a demanda, as
Mediante esse contexto, o risco e o retorno contas a receber seriam oriundas de uma
aparecem como vetores determinantes do valor política ótima de concessão de crédito, e
da empresa ao associar o fator tempo às deci- certamente não existiriam os títulos
sões de investimento e financiamento. Os estu- negociáveis. Mas, como as previsões não são
diosos de finanças já formularam diversas teo- perfeitamente possíveis, a incerteza permeia o
rias capazes de responder questões relaciona- cenário das empresas e o risco é um dos fatores
das ao risco e ao retorno, como: quais métodos mais preocupantes para a administração. Nesse
usar para a avaliação das obrigações e das caso, o risco e o retorno aparecem como
ações das empresas nos mercados de capitais; vetores determinantes do valor da empresa,
quais riscos devem os investidores incorrer e cabendo à mesma determinar o nível mínimo
como esses riscos podem ser mensurados; qual de saldo requerido para cada ativo,
o nível de rentabilidade os investidores espe- adicionando, necessariamente, uma margem de
ram obter em detrimento de determinado nível segurança que tranqüilize a operacionalização
de risco. organizacional.
Em contrapartida, a teoria sobre o risco e o Copeland & Weston (1989) apresentam
retorno, poucos são os estudos existentes sobre uma figura (Figura 01) onde ilustram as
um terceiro vetor que gera valor para a em- variações em ativos circulantes nas quais
presa: a liquidez. De acordo com Brealey & cabe ao administrador financeiro determinar
Myers (1992): a questão a ser considerada não o seu posicionamento perante ao nível de
é “quanto numerário deve a empresa deter” risco proveniente dessas variações. As
mas “como deve dividir o seu investimento linhas superiores da figura representam
total entre ativos relativamente líquidos e rela- políticas conservadoras, em que saldos
tivamente ilíquidos ?, mantendo, claro está, relativamente grandes de caixa e títulos
tudo o mais constante. Esta é uma questão negociáveis são mantidos, os estoques estão
difícil de responder”. sob controle, e as vendas são provenientes
Assim, o presente estudo tem como de uma política liberal resultando um alto
objetivo principal a realização de uma pesquisa nível de contas a receber. Nessa política, os
teórica dos três vetores determinantes do valor níveis de segurança, com relação aos ativos
da empresa, em especial da liquidez, bem circulantes, são relativamente altos. Já as li-
como analisar o conseqüente processo de nhas inferiores representam uma política
dificuldades financeiras provenientes do nível agressiva, em que caixa, contas a receber e
de disponibilidades dos recursos e do grau da estoques apresentam níveis baixos. Nesse
negociabilidade dos títulos no mercado caso os níveis de segurança são mínimos, o
financeiro. investimento em ativos circulantes é menor,
Outro intuito básico do mergulho no estado ocasionando um investimento maior nos
da arte dos vetores de determinação dos outros ativos, e, conseqüentemente, um alto
valores das empresas: risco, retorno e liquidez, retorno. As linhas intermediárias
refere-se ao propósito de se formar uma junção representam uma abordagem de meio termo,
de conceitos atualizados, que possibilitem nem tão conservadora (baixo risco, baixo
alavancar os resultados de futuros estudos retorno) e nem tão agressiva (alto risco, alto
empíricos. retorno). As linhas pontilhadas da figura
(figura 01) representam variações
alternativas de ativos circulantes nas três

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políticas: conservadora, agressiva e de meio técnica agressiva é proveniente do baixo
- termo. nível de ativos circulantes (considerando
O baixo risco da técnica conservadora é níveis mínimos de passivos circulantes) que
proveniente do alto nível de ativos leva a uma baixa liquidez e, em contra
circulantes (considerando níveis mínimos partida, um nível pequeno de capital de
de passivos circulantes) que ocasiona uma giro, ocasionando um alto risco de não con-
liquidez elevada, conseqüentemente, altos seguir saldar os compromissos.
níveis de capital de giro. Já o alto risco da

___________________________________________________________________________
Figura 01 - Relacionamento entre Ativos Circulantes e Produção sob Certeza e Incerteza
___________________________________________________________________________
Ativos Circulantes ($)
Capital de Giro conservador (proporção
mais alta entre ativos circulantes e vendas)
* retornos baixos
* risco baixo

O ótimo teórico para o capital de giro

Capital de giro agressivo (proporção menor


entre os ativos circulantes e vendas)
* Títulos não pagos
* Vendas perdidas
* Interrupções na produção
* Alto risco e retorno
___________________________________________________________________
Produção (unidades)
_____________ Certeza
_ _ _ _ _ _ _ Variação sob incerteza

Fonte: COPELAND, T. E. & WESTON, J. F., Managerial Finance, Dryden Press, 1989, pp. 278

Com base em Scherr (1989), em risco sistemático é o grau de variação entre


finanças, o risco se divide em duas fases. os retornos de decisões e em decisões em
Primeira, o montante e tipos de risco são um grupo grande de ativos, sendo avaliado
avaliados (mensurados ou estimados de estimando o beta da decisão ou do projeto.
alguma maneira). Segunda, o risco avaliado A análise de sensitividade é um método
é estimado (contabilizado no processo de que avalia os efeitos das mudanças em uma
tomada de decisão). O risco estimado toma variável sobre o risco ou a rentabilidade de
duas formas: ou o risco pode ser da um investimento. Por exemplo, em uma
determinação do preço dentro do processo situação de previsão de vendas (sendo esta
de decisão financeira e/ou uma estratégia de previsão uma variável) o administrador fará
hedging pode ser formulada para remover estimativas dos prováveis níveis futuros de
toda ou parte do risco. O risco avaliado vendas e das despesas que estão envolvidas
pode ser dividido no risco total e no risco nesse processo (como despesas com
sistemático. O risco total é a variabilidade propaganda, com comissões aos
total dos retornos de uma decisão, sendo os vendedores, e assim por diante). A análise
seus montantes avaliados por análises de objetiva-se ao propósito de planejamento,
sensitividade e análises de simulação. O ao determinar as condições que poderão

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ocorrer ou não no processo de vendas. o beta for menor que um, significa que o
Condições como: se as vendas forem mais ativo flutua mais lentamente que o mercado.
ou menos estimadas ? Se as comissões dos A segunda subdivisão do risco, o risco
vendedores estiverem aquém das estimado ocorre uma vez que o montante do
estimativas ? A análise de sensitividade é risco em uma decisão financeira foi
uma ferramenta útil para gerir questões avaliado, então o risco pode ser de
como essas, mas, em contra partida se determinação de preço para demonstrar a
restringe à avaliação dos efeitos das aversão do acionista ao risco, ou através de
variáveis, individualmente, estando as uma estratégia de hedging que pode ser
firmas mais preocupadas com a estabelecida para remover o risco.
variabilidade total das variáveis. Já o risco de determinação do preço,
Já a análise de simulação destina-se a quando se usa os procedimentos do valor
estimar a variabilidade total das variáveis, presente líquido, envolve a determinação de
baseando-se em estimativas de distribuições um prêmio de risco apropriado para ser
probabilísticas que servem como entrada usado em fluxos de caixa descontando o
para o processo de análise. risco. O prêmio de risco é a diferença entre
Dentro do conceito de risco sistemático, o retorno sobre um investimento sem risco e
o risco total se subdivide em dois tipos: o o retorno total de um investimento de risco.
risco diversificável que é aquele que resulta Uma das abordagens mais usadas para a
da ocorrência de eventos não-controláveis, determinação desse prêmio de risco é o
tais como greves, enchentes, perda de Capital Asset Pricing Model - CAPM
clientes importantes e assim por diante; e o (Modelo de determinação do preço dos
risco não-diversificável também chamado ativos fixos), no qual este prêmio reflete o
de risco sistemático, que é atribuído ao risco sistemático, como abordado anterior-
risco do mercado em geral. Como o risco mente, avaliado pelo coeficiente beta.
não-diversificável é inerente aos Já o hedging é uma estratégia usada para
acontecimentos que afetam todas as compensar os investimentos de risco.
empresas (como inflação, guerra e outros) Temos duas formas de hedging:
este risco deve ser avaliado, pois ele afeta
diretamente o preço dos títulos no mercado. 1. Estratégias de hedge que não envolvem
O coeficiente beta é uma medida que avalia instrumentos financeiros, como:
o risco não-diversificável de um ativo.
Scherr (1989), por exemplo, esclarece que - arranjo de disponibilidades financei-
“matematicamente o beta é medido como: ras adicionais;

- investimentos em ativos adicionais


bi = COV (Ri, Rm) além do necessário.
VAR (Rm)
2. Estratégias de hedge que envolvem
instrumentos financeiros, como:
Onde bi é o beta do projeto i, COV (Ri,
Rm) é a covariancia do retorno sobre o - contratos futuros, contratos para en-
projeto com o portfólio de mercado (um trega futura, opções e opções nos
portfólio completamente diversificado de contratos futuros.
ativos), e VAR (Rm) é a variância do
retorno no portfólio do mercado”. Uma das considerações básicas no
Considerando o beta do mercado igual a um processo de tomada de decisões financeiras
todos os outros betas são comparados a este está envolvida com a conciliação adequada
valor. Se o beta for maior que um significa entre o risco e o retorno.
que o ativo é mais volátil que o mercado; se Cabe ao administrador financeiro
assumir um posicionamento entre as

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tendências conservadoras e agressivas que Liquidez em Termos de Disponibilidades
permeiam todo o ambiente no qual as de Caixa
empresas estão inseridas, determinando
quais estratégias usar para minimizar o O propósito básico da administração de
risco e, conseqüentemente, maximizar o Caixa representa a manutenção de uma
retorno da organização, valendo-se do liquidez imediata capaz de suportar as
trade-off entre risco e retorno na atividades da empresa. A liquidez é medida
determinação do valor da empresa no pela possibilidade de conversão dos ativos
mercado. em caixa, de modo a atender à procura dos
recursos necessários ao processo produtivo.
Segundo Keynes (1936) existem três
Liquidez: Terceiro Vetor na Determina- motivos que levam as empresas (e as
ção do Valor das Empresas pessoas) a manterem determinado nível de
caixa:
A análise do processo de decisões
financeiras, abordada anteriormente, 1. Motivo Transação - decorre do
enfatiza o risco e o retorno como dois andamento normal das operações, em
vetores determinantes do valor das que faz-se necessário manter dinheiro
empresas. em caixa para efetuar os pagamentos;
Uma das principais tarefas do
administrador financeiro constitui na 2. Motivo Precaução - os fluxos de caixa
criação e maximização do valor das previstos envolvem elementos de incer-
empresas no mercado. Nesse aspecto, os teza. Nesse caso, quanto maior for o
estudiosos de finanças consideram o saldo de caixa para enfrentar os
surgimento de um terceiro vetor que gera eventuais imprevistos, tanto maior será
valor para a firma: a liquidez. a margem de segurança de atuação da
De acordo com Ross eti alii (1995) o empresa;
administrador cria valor a partir das
atividades de orçamento de capital, 3. Motivo Especulação - para atender as
financiamento e liquidez da empresa. A expectativas futuras como, por exemplo,
firma deve procurar comprar ativos que o aproveitamento de oportunidades
gerem mais dinheiro do que custam e deve especulativas com relação a certos itens,
vender obrigações, ações e outros ins- como estoques.
trumentos financeiros que gerem mais
dinheiro do que o seu custo. Keynes foi um dos precursores da teoria
Porém, um dos fatores de grande da preferência pela liquidez ao estabelecer
controvérsia entre os autores, da literatura uma relação funcional entre as
financeira, constitui na determinação e disponibilidades dos recursos financeiros,
análise do conceito de liquidez. com o seu nível de incerteza quanto à
Para alguns, a liquidez é uma questão de velocidade de conversão dos ativos em
disponibilidades de recursos. Para outros, a caixa.
liquidez se relaciona ao grau da A administração do Capital de Giro
negociabilidade dos títulos no mercado. abrange a gestão do caixa da firma. Na
Tais conceitos estão intimamente prática, a administração do Capital de Giro
relacionados, mas não são de maneira ocupa grande parte do tempo dos
alguma similares. Nesse contexto, discutir- administradores. Enquanto que,
se-à nos próximos tópicos essas duas teoricamente, evidencia-se a carência de
vertentes dos conceitos de liquidez. trabalhos que direcionem uma maior
atenção a esse segmento de finanças.
Morris (1983) enfatiza que os modelos
matemáticos existentes de administração de

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caixa são baseados nos modelos que C) Os investidores no mercado de ações
estruturam a teoria dos estoques, incorrendo possuem um horizonte de investimento
nas seguintes conseqüências: igual ao horizonte de operações da firma.

1. Desconsideram os trade-offs entre risco D) O investimento da firma em t = 0, a


e retorno; firma é estabelecida com:

2. Focam somente no aspecto retorno igno- Caixa saldo inicial =


rando o efeito do risco no valor da Co$
H$ Ativos Fixos investimento =
firma. Desse modo, as políticas de Ko$
administração de caixa podem ser Vendas
subótimas com respeito a maximização = KT$
do valor da empresa; * O excesso de fundos disponíveis são
investidos em títulos do mercado.
3. Como desconsideram o fator risco, não
usam modelos de avaliação de E) O fluxo de caixa para ativos de capital
empresas, como o CAPM (Modelo de (fixos), sendo o investimento = Ko$ e o
determinação do preço de ativos fixos). fluxo de caixa = Xt$, onde:
No CAPM: Xt$ = variável randômica - com
distribuição normal com significância
§ valor da firma é determinado como Xx
se a firma fosse liquidada no final de σ (X t) = desvio-padrão
um período; XT = XT(Ko) = nível do fluxo de caixa
depende do nível de investimento.
§ os ganhos da empresa são todos
realizados na data da liquidação e, F) A conta caixa, se: Co = caixa inicial; Cx
nesse período, os fluxos de caixa são = saldo final de caixa; XT = fluxo de
desconsiderados. caixa; bT = montante emprestado no
período t para manter o saldo de caixa; B
Nesse sentido, Morris (1983) baseando- = ∑t bT; a T = excesso de caixa investido
se no CAPM estruturou um modelo durante o período t; A = ∑t a T, então:
matemático, descrito a seguir, com o (2) Ct = Ct - 1 + Xt + bT - a t
propósito de relacionar o retorno e o risco No final das operações:
sistemático com a decisão de saldo de caixa. Ct = Co + ∑t X T + ∑t bT - ∑t a T
Considerando que: (3) CT = Co + ∑t XT + B - A (saldo final
de caixa)
A) A produção ocorre durante o horizonte T
subperíodos: G) O custo da administração de caixa, se:
t = 1, ..., T - início das operações t = 0 C(Co) = custo da administração da conta
caixa; P(Co) = custo pela penalidade por
B) A negociação das ações ocorre no t = 0, falta de caixa; R(Co) = retornos obtidos
e os preços são estabelecidos no t = 0 pelos investimentos, então:
(1) So = [E (D) - λ Cov (D, Rm) ] pT, onde: (4) C (Co) = P (Co) - R (Co)
So = preço da ação transacionada no
momento zero; D = dividendo pago aos H) O dividendo final (D), se:
acionistas; λ = prêmio pelo risco (lâmbda); CT = saldo final de caixa; A =
rf = taxa de juros livre de risco; Rm = investimento em títulos comprados com
retorno de mercado; p = 1/(1 + rf): excesso de caixa; KT = depreciação dos
ativos fixos; C = custo de administrar o
caixa; B = montante de dívidas que
podem ser reembolsadas, então:

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(5) D = CT + A + KT - C - B Liquidez em Termos de Negociabilidade
de Títulos
Os saldos de caixa estão relacionados da
seguinte forma com o risco sistemático: Uma das maiores preocupações do
administrador diz respeito a liquidez dos
§ bt = empréstimos (deficiência de caixa) instrumentos de investimento no mercado
bt = -xt - Ct - 1 + Z se xt < financeiro.
- Ct - 1 A liquidez é um fator importante na
0 precificação de ativos. Quanto mais baixa
Cov (bt, Rm) = Pr (xt < - Ct - 1 ) Cov (- xt for a liquidez de um ativo, ou seja, quanto
- Ct - 1 + Z, Rm) mais alto o custo de negociá-lo, mais alto
= Pr (Xt < - Ct - 1) Cov será o retorno esperado do investimento.
(Xt + Não significando que os investidores acham
Ct - 1, Km) melhor manter ativos com baixa liquidez,
visto que, altos custos de transação podem
§ at = investimentos (excesso de caixa) absorver todo o retorno obtido.
at = xt + Ct - 1 - Z se x t > h - Ct - 1 Vários são os fatores a serem
0 considerados ao se estruturar um portfólio
Cov (at, Rm) = Pr (xt > h - Ct - 1) Cov (Xt + de investimentos:
Ct - 1, Rm) t > 1
= Pr (xt > h - Co) Cov (Xt, § os investidores possuem aversão ao
Rm) t risco (requerem altos retornos para
=1 compensar altos riscos);
Através do interrelacionamento dos
saldos de caixa com o retorno e o risco § a maturidade do investimento (com qual
sistemático provenientes do CAPM, Morris velocidade os ativos são convertidos em
(1983) teceu as seguintes conclusões: caixa). Nesse sentido, o grau de liquidez
de um ativo está intimamente
§ caixa pode ser incluído de maneira relacionado ao seu grau de certeza com
significativa na estrutura de avaliação relação ao valor esperado;
da firma; os custos de administração de
caixa podem ter valor esperado alto ao § trade-off entre retorno - liquidez;
adicionar o risco sistemático; quanto
maior o saldo de caixa menor é a § como as mudanças no grau de liquidez
incerteza. Usando o CAPM, o risco do ativo afetam o seu valor (geralmente,
associado com a decisão de caixa é a quanto mais líquido for um instrumento
covariância entre os custos de financeiro, maior o preço pelo qual este
administração de caixa e o retorno no será vendido);
portfólio de mercado.
§ a liquidez poderá afetar a política finan-
Morris (1983) valeu-se do CAPM para ceira das empresas (ao aumentar a
sugerir um modelo matemático que liquidez dos títulos no mercado de
interrelacione o risco, o retorno e a liquidez capitais, a empresa poderá afetar o seu
como medidas do valor da firma. Uma coisa custo de capital).
é estabelecer um modelo que parece
explicar tudo. Entretanto, qual a teoria Amihud & Mendelson (1991)
financeira que determina tal valor? A consideram que um ativo é líquido se este
resposta a essa questão ainda representa um pode ser rapidamente comprado ou vendido
desafio a ser desvendado pelos estudiosos. a preço corrente de mercado e com um
baixo custo. Já a iliquidez gera diversos
custos, como:

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obrigação perpétua com uma taxa de juros
(1) Bid - ask spread (Spread entre a oferta igual ao retorno requerido pelos
de compra e a oferta de venda): investidores e um valor de mercado de $
100. Essa obrigação é negociada uma vez ao
§ oferta de compra - representa o preço ano a um custo de $ 1 por negociação. Des-
mais alto que um comprador em contando uma taxa de retorno de 4 %, então
potencial está disposto a pagar por um os custos de transação são:
determinado título;

§ oferta de venda - representa o preço ∑ 1/1,04t = 1 + 1/1,04 + 1/1,042 +
mais baixo aceitável por um possível 3
1/1,04 + ... = $ 26
vendedor do mesmo título. t=0
A diferença entre os dois preços é t = medida de significância de resultados.
chamada de spread e representa um custo
para os investidores. Nesse sentido, a
liquidez de um ativo está inversamente O modelo apresenta os seguintes
relacionada ao bid - ask spread. resultados:

(2) custos do impacto do mercado: § os preços dos ativos dependem de sua


liquidez quando investidores racionais
§ incorrem quando o investidor que consideram os custos de transação
esteja comercializando uma grande amortizados acima dos seus horizontes
quantidade de títulos conduz o preço de de investimento;
mercado para cima ou para baixo além
do melhor preço de venda e de compra § quanto mais baixa a liquidez de um
(bid and ask prices). De acordo com ativo mais baixo será seu preço.
Amihud & Mendelson (1991) esses
custos representam um bid-ask spread Esse modelo conduz o investidor ao
com um impacto muito maior. trade-off de investir em títulos com
vencimento a curto ou a longo prazo. Um
(3) Custos do atraso e da procura: título com vencimento a curto prazo
provavelmente vence antes da necessidade
§ incorrem quando um negociador atrasa de sua liquidação aparecer e o investidor
a execução de uma transação na incorrerá nos custos do reinvestimento.
tentativa de acompanhar melhor os Enquanto que, um título com vencimento a
prazos da negociação. Nesse caso, o longo prazo é mais provável ser liquidado
investidor terá que enfrentar o trade-off antes do seu vencimento e o investidor terá
entre negociar imediatamente, ou optar que arcar com os custos da liquidação.
por um melhor preço incorrendo nos Sob esses aspectos, se o mercado finan-
custos do atraso e da procura. ceiro é um importante veículo tanto para a
busca como para a aplicação de recursos,
(4) Custos diretos de transação , incluem: cabe ao gestor definir bem as suas priorida-
des com relação aos três vetores determi-
§ comissões de corretagem; nantes do valor dos instrumentos financei-
§ honorários; ros: risco, retorno e liquidez. A ênfase
agora não mais será afirmar que o valor dos
§ custos fiscais. títulos, e em conseqüência o valor da em-
presa, representa apenas o trade-off risco,
Considerando esses quatro custos da retorno. Mas, a partir de agora o propósito
iliquidez, e seus efeitos sobre os preços dos será considerar que o efeito liquidez repre-
ativos, Amihud & Mendelson (1991) senta um dos fatores importantes da micro-
sugerem o seguinte modelo, para uma

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estrutura dos mercados de títulos, bem questões como capital de giro, índice de
como, delineia as políticas a serem almeja- endividamento e pagamento de dividendos”.
das quanto ao crescimento da liquidez dos Em situação de dificuldades financeiras,
títulos individuais e do mercado como um a empresa poderá ser forçada a liquidar seus
todo. ativos ou se reorganizar financeiramente.
Esta reorganização ocorrerá no lado direito
do balanço e poderá ser efetuada através de
Dificuldades Financeiras negociações privadas ou via pedido de con-
cordata.
Conceitos No caso da empresa tornar-se insolvente,
ou seja, incapaz de pagar as suas dívidas
A liquidez como um ingrediente faltante quando as mesmas se tornarem devidas,
na estrutura da empresa, pode levar a uma Wruck (1990) considera que a insolvência
situação de dificuldade, em especial finan- poderá ocorrer de duas formas:
ceira, quando a firma não gera fluxo de
caixa suficiente para cumprir com os com- “Insolvência em estoque - quando uma
promissos contratuais. firma encontra-se com o seu patrimônio
Considerando a liquidez como um vetor líquido negativo: o valor presente dos flu-
na precificação de ativos, nota-se que as xos de caixa é menor que suas obrigações
dificuldades financeiras vem também au- totais;
mentando, devido às rápidas mudanças que
Insolvência em fluxo - quando uma firma é
estão ocorrendo nos mercados financeiros.
incapaz de pagar as suas obrigações cor-
O uso de junk - bonds (títulos de alto risco,
rentes de caixa”.
alto retorno) está sendo cada vez mais
substituído por empréstimos comerciais, ao
A empresa que se encontra insolvente em
passo que o número de investidores com-
fluxo poderá recuperar a sua capacidade de
prando e vendendo os títulos (vulture capi-
pagamento, enquanto que uma empresa in-
talists) de firmas com dificuldades tem au-
solvente em estoque dificilmente se recupe-
mentado devido, basicamente, aos preços
rará, pois, o valor dos seus investimentos
enfraquecidos dos títulos das empresas em
(ativos) é menor que o valor dos seus com-
situação financeira crítica.
promissos (passivos).
Wruck (1990) define dificuldade finan-
ceira como sendo “uma situação na qual o
fluxo de caixa é insuficiente para cobrir as
O Problema Informacional e os Conflitos
obrigações correntes”.
de Interesses
Nesse caso, a dificuldade financeira pode
ser evidenciada de diversas formas, como:
A maior dificuldade dos reinvindicado-
reduções de dividendos, fechamento de
res (Claimholders) de uma empresa em es-
instalações, prejuízos constantes, dispensas
tado falimentar, está no fato de determinar
extraordinárias de pessoal, saída de execu-
se a mesma se encontra insolvente em esto-
tivos, quedas substanciais no preço das
que ou em fluxo.
ações etc.. Evidentemente, se a empresa não
Observa-se que as percepções dos acio-
gera caixa operacional ela não consegue
nistas, credores e administradores são am-
liquidar os seus compromissos correntes.
plamente diferenciadas. Como Wruck
Segundo Wruck (1990) as provisões
(1990) demonstra através da figura 02 a
cross- default “são compromissos em qual-
situação da firma em dificuldade é melhor
quer contrato formal de dívida estabele-
descrita no painel “A” ou no painel “B” ?
cendo que determinados atos devem cum-
prir-se, ao passo que outros não devem ser
executados. Esse compromisso envolve

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Figura 02 - O Problema Informacional e Conflitos de Interesse em
Dificuldades Financeiras

Fonte: WRUCK, Karen H. Financial distress, reorganization, and organizational efficiency, Journal of Financial
economics 27, North - Holland, 1990, pp. 423

No painel “A” a firma está insolvente em O papel dos administradores seria o de


fluxo e em estoque. Já no painel “B” a empresa buscar a resolução do conflito. Os
encontra-se insolvente em fluxo. administradores possuem as melhores
Considerando os conflitos de interesses informações sobre as operações internas da
entre as partes, os acionistas tem incentivos em firma. Porém, nem sempre os gestores
afirmar que a firma é insolvente somente a financeiros atuam de maneira a resolver os
base de fluxo (Painel B), devido objetivarem conflitos, ou a atingir os objetivos dos
reter o patrimônio e preservar o valor de proprietários da empresa.
mercado das ações. Credores e administradores, visto que os
Os credores possuem interesses para administradores também estão preocupados em
afirmar que a firma é insolvente a base de satisfazer os seus interesses pessoais, como
estoque (Painel A), isto porque, nesse caso, estilo de vida e sua segurança no emprego,
aumenta a probabilidade de serem tornando-se relutante quanto ao fato de terem
recompensados pelo patrimônio. que assumir riscos que possam abalar os seus

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interesses. Desse conflito entre negócios, nessas circunstâncias) e os custos do
administradores e proprietários surge o que monitoramento das dívidas.
tem se chamado de problema de agência A importância da análise dos custos e
(agency problems), ou seja, a possibilidade de benefícios oriundos da situação de dificuldade
os administradores colocarem seus objetivos financeira apresenta-se, assim, como um pré -
pessoais à frente dos objetivos da empresa. requisito para a determinação do melhor
percurso alternativo a ser decidido pela
empresa. O gestor se depara com o trade-off,
Benefícios e Custos das Dificuldades exposto a seguir, entre encerrar ou dar
Financeiras continuidade nas atividades, decorrentes da
operacionalização organizacional.
No processo da liquidação ou
reorganização, as dificuldades financeiras das
firmas desencadeiam mudanças Reorganização: Solução Privada (Workouts)
organizacionais muitas vezes benéficas. X Falência (Bankruptcy)
Evidenciando-se, no percurso da
reestruturação, um maior turnover do corpo A questão das dificuldades financeiras das
administrativo, bem como, muitas das vezes, a empresas reduz-se a visão da amplitude pela
conseqüente redução do quadro de qual tal fato abrange, conduzindo a empresa a
funcionários. duas vertentes: liquidação ou reorganização.
Por outro lado, as dificuldades financeiras Quando a empresa encerra as suas
forçam a uma mudança generalizada na atividades operacionais, vende os ativos por
empresa. Desde a parte operacional, pela busca valor de liquidação e, descontados os custos
de novos métodos e sistemas que reduzam desta transação, distribui os resultados aos
custos, como também nas atividades credores (em caso de sobra de valor residual
administrativas que, geralmente, são direciona-o aos acionistas), ocorre o que se
reformuladas em prol de melhores chama de Liquidação.
dimencionamentos (como por exemplo, Caso a opção seja de manter a empresa em
despesas com vendas, com pessoal, funcionamento e ocorra a busca das condições
manutenção etc.). necessárias para a reestruturação empresarial,
Uma empresa que se encontra altamente caracteriza-se o processo de Reorganização.
alavancada e em dificuldades financeiras Considerando o segundo aspecto, existem
possui incentivos para se reorganizar mais dois métodos para a reorganização das firmas
rapidamente do que uma empresa pouco em dificuldades:
alavancada. Esse fato é melhor visualizado
através da figura 03, da página seguinte, § A Solução Privada (Workouts) e
apresentada por Wruck (1990).
Se a firma altamente alavancada for § A Falência Formal (Bankruptcy)
liquidada o valor representado pela área “A” é
destruído. Podendo-se observar, pela figura 03, Nesse sentido, faz-se necessário a
que um valor muito menor é delineado pela determinação do tipo mais conveniente de
área “B”. Esta situação incentiva os reorganização quanto as características,
“claimholders” a se reorganizarem vantagens e desvantagens de ambos os
rapidamente e, talvez, privativamente. métodos. O quadro 01 destaca os principais
Com relação aos custos provenientes das pontos da solução privada e da falência formal.
dificuldades financeiras das firmas, pode-se
considerar a existência de diversos tipos,
como: custos diretos (pagamentos legais,
administrativos, honorários etc.), custos
indiretos (custo de oportunidade gerado pela
capacidade da firma em conduzir os seus

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Figura 03 - Ilustração do Incentivo para Firmas Altamente Alavancadas a se
Reorganizarem Privativamente

Fonte: WRUCK, Karen H. Financial distress, reorganization, and organizational efficiency, Journal of Financial
Economics 27, North - Holland, 1990, pp. 432

Quadro 01 - Solução Privada e Falência: Características

Solução Privada (Workouts) Falência Formal (Bankruptcy)


§ Empresas muito alavancadas tem mais incentivos § Nos EUA ocorre voluntariamente pelo devedor e
para se reorganizar privativamente; involuntariamente pelo credor. No Brasil ocorre
somente pelo devedor;
§ São menos caras;
§ São mais caras;
§ Na década de 80 ocorreram em grande número; § Recentemente tem ocorrido em maior número;
§ Gastam um tempo maior (algumas firmas pagam
§ Gastam um tempo menor, a firma negocia apenas prêmios para que os seus gestores agilizem o
com credores que se encontra inadimplente; processo);
§ Em conseqüência de serem mais rápidas os custos § Devido a demora adicional decorrente dos vários
de oportunidade são menores; procedimentos existentes, os custos de
oportunidade são maiores;
§ As oportunidades de investimento são maiores; § As oportunidades de investimento são menores;
§ Há uma maior preservação do valor da firma; § Quando as firmas usam o método mais caro de
reestruturação ocasionam uma perda do seu valor
§ Em geral, diversos membros da alta administração de mercado;
perdem o emprego. § Ocasionalmente, diversos membros da alta
administração também perdem o emprego.

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Segundo Gilson (1993), na falência (EUA) de caixa, ou se o seu patrimônio líquido é
o Judiciário tem amplo poder para influenciar negativo, constata-se uma situação de
na maneira pela qual os ativos da empresa são dificuldade financeira. Fator esse, como
administrados. Além do mais, a lei deve analisado no trabalho, responsável por
assegurar que duas condições sejam desencadear a liquidação ou a reorganização
cumpridas: (1) cada claimholder deve receber da firma.
no mínimo aquilo que pagou se a firma for Dessa forma, através do delineamento
liquidada; (2) a companhia não deverá incorrer teórico apresentado evidencia-se claramente a
em falência, novamente, no futuro. carência de trabalhos voltados para a análise da
Já no Brasil, de acordo com Kayo & Famá liquidez das empresas. Será que ao invés dos
(1996), atualmente não existe nenhuma administradores financeiros se preocuparem
legislação vigente quanto a uma proposta de com as questões relativas as dificuldades
reorganização. A corte apenas determina o financeiras eles não deveriam voltar as suas
processamento da falência, nomeando um atenções em relação a como dimensionar
comissário dentre os credores quirografários, melhor os seus investimentos ?
ou determina a falência se não atendidos os As lacunas da ciência dificilmente serão
pressupostos legais. Ficando, assim, de acordo todas preenchidas. Mas, a partir do momento
com a atual legislação brasileira, a necessidade que a curiosidade surge, dificilmente a
de se implementar uma lei de falências e inquietação do pesquisador dará espaço para o
concordatas que insira um plano de sossego e para a inércia dos pensamentos.
recuperação que possa ser apresentado pelos
devedores ou credores. Em vistas de se
estabelecer os meios mais eficazes quanto ao REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
reestabelecimento financeiro e econômico das
empresas. AMINHUD, Yakov & MENDELSON,
Haim. Liquidity, Asset Prices and Financial
Policy, Financial Analysts Journal,
CONSIDERAÇÕES FINAIS november-december 1991.
BREALEY, Richard A. & MYERS, Stewart
Em função da análise do estado da arte dos C. Principles of Corporate Finance 1ª ed.,
vetores risco, retorno e liquidez, evidencia-se McGraw – Hill – Inc, 1988. Princípios de
com relação ao risco e ao retorno que a teoria Finanças Empresariais, 3ª ed., McGraw –
de finanças se apresenta em um estágio Hill de Portugal – Lda, 1992).
avançado. Principalmente, no que tange a COPELAND, Thomas E. & WESTON, J.
existência de diversos modelos que Fred., Managerial Finance, Dryden – Press,
proporcionam ferramentas práticas à reflexão 1989.
sobre a rentabilidade exigida a um GILSON, Stuart C. Managing Default: Some
investimento de risco (como por exemplo, o Evidence on How Firms Choose Between
CAPM - Capital Asset Pricing Model). Workouts and Chapter 11, in The New
Por outro lado, a carência de trabalhos Corporate Finance – Where Theory Meets
teóricos e empíricos sobre a liquidez reflete a Practice, McGraw – Hill, Inc, 1993.
necessidade do surgimento de pesquisas que KAYO, Eduardo K. & FAMÁ, Rubens.
consigam alargar esse conceito. Dificuldades Financeiras, Custos de
Como Brealey & Myers (1992) apontam Agência e o Instituto Jurídico da
“qual é o valor da liquidez? Como dividir o Concordata, Caderno de Pesquisas em
investimento total entre ativos líquidos e Administração, São Paulo, 2º sem/96.
relativamente ilíquidos?” Esses KEYNES, John M. The General Theory of
questionamentos representam desafios aos Employment, Interest and Money, Nova
pesquisadores de finanças. York: Harcourt, Brace, 1936.
Obviamente, se uma empresa apresenta-se MORRIS, James R. The Role of Cash
incapaz de pagar as suas obrigações correntes Balances in Firm Valuation, Journal of

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Financial and Quantitative Analysis, vol. SCHERR, F. C. Modern Working Capital
18, nº04, december, 1983. Management: Text and Cases, Prentice –
PLATT, Harlan D. & PLATT, Marjorie B. Hall – Inc, New Jersey, 1989.
“A note on the use of industry – relative WRUCK, Karen H. Financial Distress,
ratios in bankruptcy prediction”, Journal Reorganization and Organizational
of Banking and Finance 15, North – Efficiency, Journal of Financial
Holland, 1991. Economics 27; North – Holland, 1990.
ROSS, Stephen A et alii. Corporate Finance,
3ª ed. Richard D. Irwin, Inc. 1993
Administração Financeira, Atlas, São
Paulo, 1995).

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