Nº1/1
Nº4/2010
STRESS – ESTRATÉGIAS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO
RELATÓRIO FINAL
ABRIL DE 2010
0
STRESS – ESTRATÉGIAS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Relatório Final
1
INDICE DE CONTEÚDOS
INTRODUÇÃO 10
3.2. Inquérito
Inquérito por Questionário para Trabalhadores 38
2
4.2.4. Selecção dos elementos da amostra 39
5. PESQUISA DOCUMENTAL E DE TERRENO 39
2.1.1. Prevalência
Prevalência do Stress por Sexo, Habilitações e Cargo 53
4. AS EMPRESAS 73
4.1. Empresa01 73
3
4.1.1. Caracterização da empresa 73
4.2. Empresa02 77
4.2.1.
4.2.1. Caracterização da empresa 77
4.2.2.
4.2.2. Caracterização do stress 79
4.2.3.
4.2.3. Gestão do stress 80
4.3. Empresa03 82
4.3.1.
4.3.1. Caracterização da empresa 82
4.3.2.
4.3.2. Caracterização do stress 82
4.3.3.
4.3.3. Gestão do stress 84
4.4. Empresa04 85
4.4.1.
4.4.1. Caracterização da empresa 85
4.4.2.
4.4.2. Caracterização
Caracterização do stress 86
4.4.3.
4.4.3. Gestão do stress 88
4.5. Empresa05 89
4.5.1.
4.5.1. Caracterização da empresa 89
4.5.2.
4.5.2. Caracterização do stress 90
4.5
4.5.3. Gestão do stress 92
4.6. Empresa06 93
4.6.1.
4.6.1. Caracterização da empresa 93
4.6.2.
4.6.2. Caracterização do stress
stress 94
4.6.3.
4.6.3. Gestão do stress 95
4.7. Empresa07 96
4.7.1.
4.7.1. Caracterização da empresa 97
4.7.2.
4.7.2. Caracterização do stress 97
4
4.7.3.
4.7.3. Gestão do stress 97
4.8. Empresa08 99
4.8.1.
4.8.1. Caracterização da empresa 101
4.8.2.
4.8.2. Caracterização do stress 101
4.8.3
4.8.3.
.3. Gestão do stress 103
4.9.1.
4.9.1. Caracterização da empresa 104
4.9.2.
4.9.2. Caracterização do stress 104
4.9.3.
4.9.3. Gestão do stress 105
4.10
4.10.1. Caracterização da empresa 107
4.10
4.10.2. Caracterização do stress 107
4.10
4.10.3. Gestão
Gestão do stress 109
1. CONCLUSÕES SOBRE
SOBRE AS DIMENSÕES E A PREVALÊNCIA DO STRESS 122
4.1.
4.1. Enquadramento das conclusões 133
4.2. Recomendações
Recomendações para a redução do stress ocupacional 135
5
4.2.3. Nível individual 141
APÊNDICES 151
APÊNDICE
APÊNDICE 2 – Empresa01 154
APÊNDICE
APÊNDICE 10 – Empresa10 172
6
INDICE DE FIGURAS
INDICE DE GRÁFICOS
Gráfico
Gráfico nº 1: Número de respondentes por empresa 43
7
INDICE DE QUADROS
8
Quadro nº 23: Dimensões
Dimensões de stress na empresa Empresa05 91
9
INTRODUÇÃO
Nas últimas duas décadas a expansão mundial dos mercados de produtos e capitais
suscitou transformações económicas e sociais a um ritmo acelerado em todos os países
industrializados. Entre os principais factores que contribuíram para esta aceleração são
quase sempre referidos, pela maior parte dos autores, as melhorias das tecnologias de
produção, as mudanças políticas no comércio internacional e uma maior abertura dos
Estados ao estabelecimento de orientações e oportunidades comuns. A este fenómeno
costuma dar-se o nome de globalização.
Os novos riscos acumulam, em muitos casos, com perigos e riscos mais tradicionais, e
podem ser influenciados por mudanças de percepção quanto aos riscos, designadamente
aqueles que são de natureza psicossocial e influenciam directamente o stress ligado ao
trabalho, o qual se revela com um fenómeno em crescimento.
A longo prazo, o stress relacionado com o trabalho pode criar, também, sérios problemas
de natureza física nos indivíduos, designadamente originando lesões músculo-esqueléticas
e outras formas de doença, tais como a hipertensão, as úlceras digestivas e as doenças
cardiovasculares.
Em geral, as medidas de gestão do stress não têm sido enquadradas transversalmente por
intervenções organizacionais que privilegiem o objectivo de diminuição do stress através
de melhorias da organização do trabalho, da gestão de recursos humanos, da formação e
desenvolvimento, etc., limitando-se a serviços de aconselhamento, sessões de informação e
10
orientação individualizada, mais numa óptica paliativa de natureza individual do que
uma óptica sociológica preventiva e reguladora a partir de novas condições de trabalho.
Face ao exposto, a equipa de investigação traçou, para este estudo, o objectivo geral de
caracterizar o fenómeno do stress tal como se manifesta em situações concretas de trabalho
nas organizações. Nessa caracterização, privilegiou-se uma análise da incidência, dos
impactos e dos factores contextuais de natureza organizacional indutores do fenómeno,
bem como das práticas organizacionais de prevenção e gestão do mesmo num quadro
empresarial.
11
I PARTE: REFERENCIAL DA INVESTIGAÇÃO
1. O STRESS
O stress é um termo utilizado nos mais variados contextos da nossa vida quotidiana:
segundo Taché (1978), é verdadeiramente uma palavra do séc. XX (e do início do século
XXI, sem dúvida). Apesar de as sociedades desenvolvidas terem procurado eliminar ou
controlar uma boa parte dos factores que desencadeavam a resposta de stress, muitos deles
se mantêm, nomeadamente numa área tão significativa do nosso viver, como são os
contextos de trabalho:
Mas tais factores não ocorrem apenas em contextos de trabalho; há igualmente factores
que ressaltam nos contextos de proximidade e na vida social quotidiana (Fonseca,
Guimarães e Vasconcelos, 2008):
Estas condições, e muitas outras fontes de stress, invadem a vida da generalidade das
populações urbanas, em que expressões como ‘estou stressado’ ou ‘ando com stress’ traduzem
para muita gente, face às suas condições de vida, um sentimento de que as suas
capacidades de resposta são empurradas até ao limite e que os desafios se tornaram
ameaças. Permanece, por isso, o interesse no estudo dos fenómenos do stress,
concretamente nos locais de trabalho.
12
Os estudos feitos recentemente sob o patrocínio de Governos ou Fundações, agora que a
preocupação com a qualidade de vida passou a fazer parte do nosso modo de estar, revelam
dados interessantes, e causadores de alguma preocupação:
• Um estudo feito com gerentes bancários revelou que 57,14 % dos gerentes de agência
sentem que as suas tarefas lhes provocam um stress intenso ou muito intenso;
sentem o mesmo 48,21% dos gerentes de contas e 52,98% dos gerentes operacionais
(Pereira, Z. L. Braga, C.D. e Marques, A.L., 2008).
• Na União Europeia, o stress está na origem de 60% das faltas ao emprego e custa
todos os anos cerca de 20.000 milhões de euros. Aliás, um estudo da Fundação
Dublin revela que 29% a 30% dos trabalhadores europeus têm algum nível de stress
com consequências negativas sobre o desempenho. E 40% dos trabalhadores revelou
que tem dificuldade em conciliar a vida de trabalho e vida pessoal devido a
sobrecarga de trabalho e prazos de execução apertados demais (Robin, Laubarie,
Russell e Wallaert, 2004).
2. AS DIMENSÕES DO STRESS
Todos falam de stress, mas poucos dão dele a mesma definição clara, o que torna ainda
hoje válida a observação de Selye (1983): “como sucesso, fracasso ou felicidade, a palavra
stress significa coisas diferentes para diferentes pessoas”... Efectivamente, têm-se
multiplicado os estudos sobre os factores e níveis de stress em variadas profissões, tanto no
campo da indústria (Korunka, Zauchner e Weiss, 1997; Elovainio e Kivimaeki, 1999),
como no campo escolar (Mills e Huebner, 1998; Barros e de Rose, 2008), no campo da
saúde (Dohrenwend, 1998; Camelo, S. e Angerami, E., 2004) e no campo do desporto
(Silvério, 1996; Magalhães Neto e França, 2003).
Embora seja hoje clara a consciência destas múltiplas facetas (Leventhal e Nerentz,
1988), a sua interactividade nos planos biológico, psicológico e social tem criado algumas
ambiguidades, com consequências até para os trabalhos de investigação (Neufeld, 1990).
Em muitos textos, o seu significado é dado como adquirido, sem necessariamente serem
coincidentes os fenómenos que nele se abrigam. Já em 1983 Selye colocava esta questão
sobre o stress: “Será esforço, dor, medo, necessidade de concentração, humilhação por
censura, perda de sangue, ou mesmo um êxito imprevisto que obriga a mudar
completamente de vida?”
13
Para o homem de negócios é frustração ou tensão emocional, para o controlador de tráfego
aéreo é um problema de concentração, para o bioquímico e o endocrinologista é um dado
químico, para o atleta é tensão muscular” (Selye, 1983).
Parece-nos, por isso, pertinente caracterizar o fenómeno do stress através das múltiplas
facetas que foram colocadas em relevo nos diferentes modelos, e interrogar o papel que
certas características relativamente estáveis1 do comportamento pessoal e das situações
podem ter na avaliação do stress potencial e na maneira como o sujeito decide enfrentá-lo.
As primeiras definições de stress como resultante passiva "da acção de agentes adversos e
de exigências ambientais" (Wolff, 1953, citado em Lazarus e Folkman, 1984) têm
conotações com o conceito de strain, utilizado na Física para designar o esforço e desgaste
de materiais; é essa a base da concepção biológica de Selye (1983), para a qual o stress é,
antes de mais, uma reacção mecânica, traduzindo o impacto dos agentes ambientais sobre
um sistema que os sofre.
1 Bowlby, na sua célebre trilogia Attachment, Separation and Loss, Penguin Books (1969), divide os
comportamentos em dois tipos: lábeis, especialmente contingentes ao contexto, e estáveis, resistentes ao
contexto, inalterados de um contexto para outro. É este o significado adoptado no texto.
14
alerta (Selye designa mesmo de eustress as fases de alerta e resistência eficaz) pode ser
descrito por uma curva em sino, de acordo com a chamada lei de Yerkes-Dodson (citada
em Neufeld e Paterson, 1990): o aumento das exigências do contexto gera uma subida do
nível de activação, o que melhora a eficiência das respostas; mas isto só se verifica até ao
ponto em que o sentimento de stress atinge um nível de intensidade tal que provoca o
abaixamento dessa eficiência. E considera-se geralmente que este nível de intensidade é
atingido quando o sujeito representa a situação como ameaçadora e fora da sua capacidade
de controlo (Lazarus e Folkman 1984).
Eficiência
Adaptativa
Intensidade do stress
Fonte: Herbert Bensahel e Robert Allen (1981), Le Stress: Nuisible ou Nécessaire, Harvard L'Expansion
(Número da Primavera).
15
de Tipo A (supostamente propensos a sentir maiores níveis de stress) mostram que estes
apresentam um menor número de sintomas e maior nível de qualidade de vida, quando se
encontram em ambientes de tipo A, congruentes com o seu padrão de comportamento.
Lazarus e Folkman propõem um modelo que coloca esta avaliação da situação e das
próprias capacidades de resposta do indivíduo como conceitos nucleares na definição do
stress e na resposta que lhe é dada.
Concebem o indivíduo como um actor que calcula a sua eficácia de resposta ao stress, com
base na leitura que faz do meio (avalia o potencial de stress da situação) e de si próprio
(avalia os seus recursos de enfrentamento).
Estas respostas, que podem ser mais ou menos eficazes, vão definir o nível de stress
finalmente experimentado pelo sujeito. Na fase de pós-impacto, o sujeito avalia o
significado pessoal da situação vivida e a eficácia das respostas de enfrentamento; avalia
as sequelas da situação e visualiza medidas de compensação.
Esta perspectiva de Lazarus e Folkman (1984) enquadra-se bem num modelo de teor
sistémico: o stress é uma resposta circular, em redefinição e reorganização contínua, em
que se tornam muito importantes os significados que o sujeito atribui às diferentes
situações.
Uma leitura sistémica do modelo faz-nos de imediato ver que o sujeito forma com o seu
contexto, o seu campo, numa linguagem lewiniana, um sistema de relações: o sujeito é um
sistema de acção sobre um meio e essa acção é, antes de mais, uma sistemática
perscrutação do significado dos objectos e situações do campo.
16
Figura nº 2: O Modelo de Lazarus e Folkman
A perspectiva sistémica dá, por um lado, relevo ao processo do stress, desde o antecipatório
ao sentido na fase de impacto e de pós-impacto; mas obriga-nos, por outro lado, a reflectir
sobre as situações geradoras de stress. Considera essencialmente que elas são definidas
pelas representações do sujeito; mas não se reduzem a isso: elas são algo que está lançado à
face do sujeito, que lhe exige a atribuição de um significado, não um significado qualquer,
mas o mais ajustado às emoções que a configuração suscita. São, pois, as emoções que
comandam as interpretações do sujeito e que, portanto, estão no cerne do que chamamos
stress.
Selye (1983) fala de stress provocado tanto por situações de alegria e satisfação, como por
situações adversas. Lazarus e Folkman esclarecem (1984) que “o stress psicológico é uma
particular relação entre a pessoa e o seu meio ambiente”, sendo avaliado por aquela como
“portador de exigências que ultrapassam as suas capacidades e põem em risco o seu bem-
estar.” E relacionam-no com situações de perda, ameaça ou desafio, mas um desafio
portador da ameaça de perder o controlo da situação. Na perspectiva sistémica, o stress
aparece nestas situações de perda, ameaça ou desafio, por elas estarem associadas a uma
sensação de ruptura do equilíbrio das relações do sujeito com o meio. Esta ruptura pode
acontecer mesmo com sentimentos positivos, sem dúvida, mas torna-se sentimento de stress
apenas quando coloca em risco o bem-estar e, mais grave ainda, as fronteiras da
identidade do sujeito. É a percepção e avaliação deste risco que é afectada pelo tipo de
situação, mas também pelas características do próprio sujeito.
17
Estas condicionantes individuais podem distribuir-se por dois grandes grupos:
Características potenciadoras
Aldwin et al. (1989) concluíram que a emocionalidade é uma variável com efectiva
capacidade preditora do stress futuro. Usando a análise de trajectos (path analysis),
mostraram que a emocionalidade está associada a mais frequentes referências de episódios
de stress, principalmente episódios de tensões quotidianas. Arvey, Renz e Watson (1998)
explicitaram o modo como as diferenças individuais na emocionalidade interagem com as
exigências emocionais das situações de trabalho, influenciando o modo como os sujeitos
reagem a essas situações. Estes estudos remetem-nos para a definição do conceito de
emocionalidade. Aldwin et al. (1989) consideram que a emocionalidade é uma outra
maneira de exprimir o traço de neuroticismo, como já Eysenck fizera (1977). E definem a
emocionalidade como uma propensão para experimentar emoções intensas e lábeis. Esta
labilidade e a intensidade emocional podem ter conteúdos diversos, positivos ou negativos;
e os questionários que a operacionalizam obedecem a esta definição (Forderus, 1974,
citado em Aldwin). Os indivíduos com índices elevados nesta característica recorrem
menos a estratégias de enfrentamento directo do stress, ao contrário dos sujeitos com baixo
18
índice de emocionalidade, que reagem mais frequentemente por enfrentamento directo, em
situações de stress profissional; diferem também na importância atribuída aos episódios de
stress, bem como à opção por comportamentos de fuga e de negação, como estratégia de
enfrentamento (Bolger, 1991). Um outro conceito ligado ao conceito de emocionalidade é o
pessimismo disposicional, que, por sua vez, se associa predominantemente a estratégias de
fuga e negação (Scheier, Weintraub e Carver 1986), a representações negativas dos
acontecimentos (Peterson e Seligman 1987) e a uma menor eficácia das estratégias de
enfrentamento (McCrae e Costa 1986). E o estudo de Taylor et al. (1997) mostrou que a
desregulação das emoções, mais provável quando os índices de emocionalidade são altos,
pode alterar outros subsistemas, incluindo físicos, sensibilizando, assim, para o stress.
Tipo A e motivação
motivação pelo poder
19
Mas pode também supor-se que a sensibilidade do tipo A ao stress pode ter outros factores
associados, como a afiliação, visível na busca de aprovação, principalmente pelos
superiores. Esta tendência afiliativa reduz, por elevação da norma de satisfação, a
utilidade marginal dos actos de apoio social, atenuando, consequentemente, o efeito do
apoio social sobre o stress (Kaniasty e Norris, 1993).
Outros estudiosos dos efeitos do apoio social sobre o stress investigaram a influência
redutora exercida sobre eles por estados afectivos que se ligam indirectamente com o
motivo de afiliação (Carter, Lederhendler e Kirkpatrick, 1997; Fonseca, M.L.G.,
Guimarães, M.B.L., Vasconcelos, E.R., 2008). Cite-se, finalmente, um estudo de Gump e
Kulik (1997), o qual demonstra o efeito de contágio emocional associado às tendências
afiliativas e o consequente aumento da sensibilidade às ameaças e à experienciação de
stress.
Características
Características Protectoras
Apesar disso, ou talvez até por isso, parece-nos que este tópico merece atenção, quer
explorando conceptualmente o assunto, quer realizando estudos empíricos que esclareçam
a relação destas características com o sentimento de stress, nomeadamente a maneira como
afectam a representação das situações e os outros passos do processo de stress.
Instrumentalidade
Este efeito atenuador foi assinalado por Smith, R., Smoll, F. e Ptacek, J. (1992),
principalmente em situações de aceitação de risco, em actividades desportivas. Drach-
Zahavy A. e Somech, A. (1999) aprofundaram o conceito de riqueza cognitiva, numa linha
similar ao que Goleman (1996) designou de inteligência emocional, tendo desenvolvido a
noção de pensamento construtivo, um padrão cognitivo que favoreceria a ultrapassagem
das dificuldades e teria um efeito moderador sobre o stress. Também Neufeld e Paterson
(1990) referem estudos que mostram que a posse de competências de acção conduz a um
enfrentamento instrumental, resolutivo, das crises, que tendem a ser percebidas como
problema a resolver e desafio a enfrentar.
20
Locus de controlo interno, sentimento de controlo das contingências, auto-
auto-eficácia
O constructo de locus de controlo tem sido objecto de inúmeros estudos, desde que Rotter
(1975) o cunhou. O próprio Rotter definiu-o como uma crença, uma expectativa, uma
interpretação que um sujeito faz das consequências do seu comportamento, da relação
entre este e os reforços que recebe. O termo que designava esta relação variou um pouco,
mas, a partir de 1975, tornou-se corrente a designação de locus de controlo. Estamos
perante um constructo de dois pólos – interno e externo – que exprimem a interpretação
que o sujeito faz da relação acima referida e que tenderam a ser geralmente interpretados
mais como um continuum do que uma mera dicotomia (Barros, Barros e Neto, 1993).
O locus de controlo interno tem sido considerado um dos traços atenuadores do stress. Não
é estranho a esta ideia o facto de, em muitos estudos, a externalidade do controlo ter sido
associada ao desamparo aprendido e a sua internalidade ao sentimento de auto-eficácia
(Barros, Barros e Neto 1993), associação menos frequente, no entanto. O papel moderador
do locus interno sobre o stress é referido em vários estudos, citados numa revisão de
literatura sobre traços de personalidade e stress, feita por Cohen e Edwards (1990).
Estas características não constituem um figurino único; de facto, os três autores defendem
que elas formam um contínuo no qual as pessoas se situam construindo o seu perfil de
21
maturidade, que pode variar de pessoa para pessoa, além de ser diferentemente colorido
por outras características constitutivas do estilo vivencial de cada um.
A maturidade psicossocial foi ainda relacionada com o sentido de humor (Ruch, 1998), com
um nível elevado de auto-regulação (Fabes, R. A. e Eisenberg, N. 1998), com o optimismo
disposicional (Segerstrom et al. 1998), com a estabilidade emocional (Kaiser e Ozer 1997) e
com o que Argyle, Martin e Crossland (1989, citados em Francis, 1999) designaram de
‘extroversão estável’. As pessoas com índice elevado nesta característica revelam igualmente
boas competências sociais, pensamentos e afectos positivos, satisfação com os
relacionamentos e envolvimento em actividades de lazer significativas (Francis 1999).
O estudo dos factores contextuais de stress tem merecido particular atenção por parte dos
investigadores, já que o fenómeno tem sido consistentemente encarado como um processo
relacional, em que os factores do meio desempenham um papel nuclear. O próprio Selye
(1983), que insiste muito em distinguir a resposta do organismo, do ‘stressor’, ou estímulo
provocador, salientou, embora genericamente, que há muitas situações capazes de produzir
stress:
A própria enumeração de Selye mostra que a distinção feita por ele entre os estados físicos
e sociais do contexto e os estados físicos e psíquicos do indivíduo não é ainda clara, sendo
apenas saliente que ele já encara a reacção de stress como síndroma físico e social
(Saegert, 1986).
Sem dúvida, certas características do meio ambiente podem explicar como ele adquire a
sua força stressante.
Susan Saegert (1986) salienta a ameaça física existente em certos contextos, por exemplo, o
frio e o calor extremos, uma grande humidade, ou mesmo o ruído e a poluição do ar. Gray
(1978) refere a intrusão fisiológica, as condições agressivas do ambiente e as ameaças
psicológicas, como agentes de stress. E salienta, como Lazarus fez mais tarde (1984), que
são os estímulos suscitados pela reacção de alarme os mais característicos agentes de stress,
como, por exemplo, as situações de competição e luta.
22
reacções de distanciamento e não cooperação. Freedman (1974) estudou o efeito do
crowding, mostrando que não é ele, per se, que provoca stress, mas sim a dificuldade de
acesso, em grupo, a recursos escassos: água, parceiros sexuais, espaço de nidificação. Na
mesma linha de pensamento, Fleming, Baum e Weiss (1987) consideraram as condições de
sobredensidade (crowding) como factores de ruptura de equilíbrio, como tensão
psicológica acima dos limites de adaptação e de controlo, uma tensão resultante de
agressão, medo, fome, choques eléctricos, ruídos ensurdecedores (Petian, A. 2008). Essa
tensão exprime-se em sintomas biológicos: é a penosidade característica das frustrações,
que já os psicólogos humanistas consideravam factores de perturbação do comportamento e
disruptores do equilíbrio pessoal (Schaffer, 1978).
Esta ruptura de equilíbrios pessoais pode ser provocada por agentes ambientais de
natureza menos física e mais psicológica e informacional. Saegert continua a enumerar
alguns desses agentes:
É nesta linha que Bensahel e Benson (1981) evidenciam como factores de stress a
competição no trabalho e a incerteza quanto ao seu nível de exigência; e Cherniss (1980)
enumera como fontes de stress conducentes ao esgotamento psíquico (burnout) as dúvidas
sobre a competência, os problemas com os clientes, a falta de estímulos e de realização
pessoal, a falta de acção participada.
Fiedler (1983), por exemplo, nos seus conhecidos trabalhos acerca dos comportamentos de
liderança, anota os efeitos do stress sobre o contributo dos líderes para tarefas que exigem o
seu empenhamento intelectual. Ivancevitch e Matteson (1983) abordam o stress a propósito
da motivação e do clima organizacional e analisam as propostas de McGrath (1976) acerca
do nível de alerta óptimo para a satisfação e a produtividade, combinando a dificuldade
das tarefas e o nível de alerta por elas exigido. Turcotte (1985) encara-o como contraponto
da criatividade organizacional, entendendo esta como flexibilidade e adequada resposta aos
problemas. No sentido que estes autores dão ao conceito, o stress é, sem dúvida, obstáculo a
uma efectiva qualidade de vida nos contextos de trabalho.
23
conceptual e de fomento de sinergias cognitivas. Como sistemas complexos de acção
(Arnold, Cooper e Robertson 1995), as organizações são configurações estáveis de
estruturas e processos dinamizadores e reguladores do comportamento humano. Através
destas estruturas e processos as pessoas são motivadas a produzir comportamentos
orientados para a consecução de determinados objectivos, eliminando ou reduzindo a
frequência de todo o conjunto de comportamentos que não favorecem a consecução
daqueles objectivos.
Este contexto organizacional pode ser, pois, considerado um dos espaços característicos de
aparecimento da resposta de stress, dado o condicionamento que as suas estruturas e
processos impõem ao comportamento relacional das pessoas que os ocupam. (Van den Berg,
P. e Schalk, R. 1997). Mas quais são, nas organizações produtivas, estas condições
provocadoras de stress? Em resposta à questão, Steers e Porter (1983) citam a definição de
stress apresentada por French (1976): reacção do indivíduo a características ambientais que
lhe impõem uma ameaça. É uma definição concordante com a ideia proposta por Lazarus e
Folkman, referida no capítulo anterior; e, se nos limitássemos a ela, o importante seria
identificar todas as situações comportando ameaças. É sabido, no entanto, que nem todas as
situações produtoras de stress são descritas como ameaçadoras pelos sujeitos. É necessário,
por isso, rever mais atentamente as configurações organizacionais – as referidas estruturas
e processos – que enquadram os comportamentos de trabalho e entre as quais se podem
considerar como mais salientes as seguintes:
1
A cultura organizacional é aqui incluída nas estruturas cognitivas condicionadoras da acção, já que aparece como algo
de relativamente estável e condicionador de comportamentos organizacionais, um sistema de orientacção como outra
estrutura qualquer.
24
• Processos de regulação e controlo dos comportamentos produzidos no âmbito da
organização.
• Processos de interacção no interior das equipas de trabalho ou na relação
interequipas.
• Processos de dinamização em direcção a metas, e de aproveitamento de recursos.
O efeito destas estruturas não se esgota no interior da organização, mas inclui a sua
característica ligação ao meio. São pertinentes:
A localiza
localização da empresa
empresa e os modos de acesso a ela
Estes aspectos podem ser importante factor de stress: tempo perdido em deslocações
(Zautra et al. 1988); efeitos deletérios do tipo de trânsito, nomeadamente a condução
automóvel em fluxos muito intensos ou em filas de ‘arranca-pára-arranca’ no caminho
para o trabalho; as perdas de sono devidas a estas condições, conjugadas com os horários e
as normas organizacionais, quantas vezes rígidas (Robin, M., Laubarie, M., Russell, St. e
Wallaert, M., 2004).
As cores ambientais
Estas observações derivam da experiência clínica da autora, mas são coincidentes com os
dados experimentais.
Além da cor, tanto o ruído como a temperatura não suscitam dúvidas quanto aos seus
efeitos comportamentais de sobrecarga física, como bem salientam vários autores (Cullen e
Anderson, 1986; Martins, L., Bronzatti, J., Vieira, C., Parra, S., Silva, Y., 2000).
25
As estruturas de poder
A estruturação do poder assenta na linha hierárquica formal e nos seus papéis adjacentes,
de teor mais informal. O modo de operar as estruturas de poder parece directamente
relacionável com o stress dos colaboradores. Já Khan (1964) tinha mostrado que o stress
originado pelo conflito de papéis varia em função da autoridade que lhe está associada; e
os conflitos interpessoais com os líderes provocam mais stress que os conflitos com pares,
devido à quantidade de poder associado. Mas a liderança pode ainda ser factor de stress,
por outras vias:
• Condiciona os padrões de cultura da organização, os quais acabam por ter efeitos sobre
o stress dos colaboradores.
• Condiciona muitos processos de retroinformação (feedback) organizacional, já que a
maior parte dos retornos comunicacionais significativos têm a ver com as chefias.
• Define os modos de exercer o controlo – e é sabido que os processos de controlo são
uma das fontes de stress em contextos de trabalho.
No domínio das actividades de liderança, Werther e Davies (1981) consideram que são
factores de stress os seguintes:
Esta actuação das chefias, com as ambiguidades de papel e a incerteza que acarreta, é
outro dos factores de stress geralmente considerados; por outro lado, se a ambiguidade ou
os conflitos de papel incidem sobre funções cujo conteúdo inclui responsabilidade por
26
pessoas, o stress que fomentam é maior do que na responsabilidade por coisas (Robaine, J.,
et al., 2009).
Estruturas de funções
A sobrecarga de trabalho sempre foi considerada fonte de stress potencial (Calhoun, 1980,
citado em McIntyre, 1994), nomeadamente quando se associa à responsabilidade pela
execução de tarefas que só imperfeitamente se dominam, ou à insuficiência de recursos
para o desempenho eficaz das tarefas assumidas.
Quando a articulação das funções coloca os seus operadores em posição periférica na rede
das funções organizacionais, isso implica muitas vezes também um menor fluxo de
comunicações entre o trabalhador e as figuras para ele decisivas e, portanto, redução da
informação (feedback) sobre o seu desempenho. E acrescenta-lhe, ainda, a nível meta-
relacional, uma informação de conteúdo negativo para o auto-conceito do trabalhador, já
que baixa também o seu estatuto e a possibilidade de participação nas decisões que o
afectam.
O clima de trabalho é um espaço afectivo criado pelas relações interpessoais e pelos modos
de acção produtiva, assim como pela maneira de viver as normas do sistema social. Pela
sua dimensão afectiva, é um factor com reconhecido peso sobre o grau de satisfação das
27
pessoas, o que levou diferentes autores (Werther e Davies, 1981; Lindstrom, 1992) a
considerá-lo um condicionador importante do stress.
Climas positivos, com forte presença de comportamentos de apoio social dos companheiros,
têm sido geralmente considerados protectores do stress (Beresford, 2007); climas sociais
afectivamente negativos têm sido considerados favoráveis ao aparecimento do síndroma do
stress (Cherniss 1980).
28
3. MODELOS
ODELOS EXPLICATIVOS DO STRESS
TRESS
Todos falam de stress, mas poucos dão dele a mesma definição clara, o que torna ainda
hoje difícil a unanimidade sobre o conceito. Em profissões de ajuda, como medicina e
enfermagem, os factores profissionais de stress comportam-se de modo similar aos de
outros contextos profissionais, mas têm condições em que o potencial de stress é acrescido:
a responsabilidade por terceiros, o contacto permanente com clientes portadores de
sentimentos de medo e ansiedade, gerando contágio emocional (Gump e Kulik, 1997), e
contacto frequente com o fenómeno da morte, um stressor indubitável (McIntyre, 1994).
Vários autores procuraram combinar estes dados em modelos que tornassem visíveis as
suas articulações. Destacaremos três desses modelos, orientados especificamente para os
contextos de trabalho, mas transferíveis para outras situações relacionais.
Matteson e Ivancevitch (1987) propuseram, por sua vez, um modelo articulativo das duas
vertentes referidas, bastante pormenorizado.
29
Quadro nº 2: Esquema do stress organizacional, de Matteson e Ivancevitch
Extra-
organizacionais
• Relações
familiares
• Problemas
económicos
• Problemas
legais
30
Pode considerar-se, por isso, mais um esquema de visualização do que um modelo, mas
tem o mérito da sinopse: ao mostrar tudo num só quadro, leva-nos a articular as situações
de trabalho com as da vida pessoal e social.
Este é outro conjunto de factores de stress que tem sido estudado com alguma insistência. Os
problemas a eles associados são outro factor, persistente, de stress familiar, derivado quer de
situações de dificuldades escolares (Brown e Harris, 1989, citados em Haggerty, 1995), quer
da existência de perturbações a nível emocional (Compas, 1987; Campas e Hammen, 1995),
quer ainda de doenças graves prolongadas, que criam sobrecarga de trabalho e conflitos de
papéis nos pais (Plesse Stein, 1995; Santos, 1996).
Estas situações interagem com o contexto de trabalho e podem agregar intensidade aos
seus stressores, ao actuarem no sentido de romper o equilíbrio do indivíduo.
31
Figura nº 3: Modelo causal das
das relações entre acontecimentos e bem-
bem-estar
DOMÍNIO PESSOAL
CONTROLO COGNITIVO
Neste modelo, o efeito dos acontecimentos é avaliado com base na natureza, desejável ou
indesejável desses acontecimentos, aos olhos do sujeito. Como os autores salientam, só os
acontecimentos indesejáveis são verdadeiramente fontes de stress. Os acontecimentos
positivos, ao contrário, constituem uma reserva de memórias protectoras (Reich e Zautra,
1988). Podemos, portanto, definir a resposta de stress como resultante de uma situação
relacional – sistema-meio – cuja intensidade varia em função do estado do organismo e
das características do contexto.
32
4. MODELO DE REGULAÇÃO DO STRESS
Dum lado teremos os traços, atitudes, padrões de comportamento do sujeito: aqueles cuja
presença se associa à sensibilidade ao stress, porque facilitam as frustrações
(emocionalidade, reacções de tipo A, pessimismo); e aqueles que favorecem uma atitude
activa, dinâmica, assertiva e, consequentemente, reduzem a sensibilidade ao stress. A
intensidade do stress sentido será dependente do equilíbrio entre estes factores de
potenciação e de moderação do stress, os quais definem o estado afectivo que condiciona o
processamento da informação e a consequente apreciação das situações.
Do outro lado, temos a própria situação que se apresenta ao sujeito como um conjunto de
poderes ou de forças que actuam favorável ou desfavoravelmente sobre ele. Situações com
maior número de stressores ou com stressores mais potentes provocam mais rápida e
facilmente um nível definido de stress; situações com menor número de stressores ou com
stressores menos potentes demoram mais tempo ou nem chegam a gerar aquele nível de
stress.
Modelo de regul
regula
gulação do stress
Variáveis demográficas
Sexo
É, por isso, razoável supor que a percepção das situações de stress seja influenciada pelo
sexo a que o sujeito pertence. No Modelo Complex, considera-se que tem efeito sobre a
emocionalidade.
33
Idade
Escolaridade
Estes resultados dão, assim, um contributo favorável à defesa da ideia de que a inclusão
grupal e o apoio social associado a uma vivência grupal partilhada (Hewison, 1997)
constitui um factor de redução do nível de stress, não só no plano do vivido, mas também
no plano antecipatório da sua percepção e representação.
Pertença a grupos
A variável considerada a seguir foi a inclusão grupal, por exemplo, a integração num
clube sócio-cultural. Esta inclusão coloca o sujeito sob o efeito protector do apoio social,
uma condição moderadora do stress.
34
Quadro nº 3: Compara
Comparação de médias das atribuições de stress,
stress, em sujeitos integrados
integrados ou
não em clube recreativo sócio
sócio-
cio-cultural (Parreira, 2003)
Quadro nº 4: Compara
Comparação das médias de atribuição de níveis de stress por factores de estilo
da vida de trabalho (Parreira, 2003)
35
A designação ‘complex’ tem dois fundamentos: o primeiro é a ideia de que o modelo
representa o comportamento dos sistemas autopoiéticos, que regulam o seu comportamento
pela criação e aproveitamento de relações com os objectos significativos do seu meio e por
essas relações se auto-constroem; o segundo é a noção de que essa autopoiésis é delimitada
pelo nível de complexidade que o sistema vivo atinge.
36
II PARTE: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
O objectivo geral do estudo visa caracterizar o fenómeno do stress tal como se manifesta
em situações concretas de trabalho nas organizações. Nessa caracterização, privilegiar-se-á
uma análise da incidência, dos custos e dos factores contextuais de natureza
organizacional indutores do fenómeno, bem como das práticas organizacionais de
prevenção e combate do mesmo.
A partir do referencial teórico do estudo e dos objectivos de investigação que lhe estão
subjacentes, foi definido um modelo de análise onde se explicitam as dimensões,
componentes e indicadores considerados relevantes para a captação e compreensão do
stress no trabalho na óptica da sua prevalência e incidência organizacional e
socioprofissional, da sua indução organizacional e cultural, dos seus custos individuais e
organizacionais e da sua gestão e prevenção nos contextos organizados de trabalho.
37
3. CONSTRUÇÃO
ONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE INFORMAÇÃO
3.1.
.1. Inquérito por Entrevista para Dirigentes
3.2.
.2. Inquérito por Questionário para Trabalhadores
• Perfil sócio-profissional.
• Vivência de situações de stress no trabalho.
• Impactos pessoais de situações de stress no trabalho.
• Acesso a dispositivos organizacionais de apoio e prevenção do stress no trabalho.
3.3.
.3. Caracterização de Boas Práticas
Foram definidas amostras das duas populações abrangidas pelo presente estudo: a das
empresas e a dos trabalhadores integrados nas empresas seleccionadas, à data do estudo.
38
4.1.
4.1. Amostra de Empresas
Procedeu-se à construção de uma amostra de dez (10) empresas, a qual constitui o campo
empírico do estudo. As dez empresas foram seleccionadas intencionalmente, e de acordo
com critérios de localização regional e sectorial e potencialmente estáveis e sem conflitos
de natureza estrutural.
4.2.
4.2. Amostra de Trabalhadores
Cada amostra foi estratificada em função do cruzamento das variáveis sexo e função
desempenhada (chefia e execução).
4.2.3.Determinação
4.2.3.Determinação das quotas
4.2.4.Selecção
4.2.4.Selecção dos elementos da amostra
39
5.1.
5.1. Inquérito por Entrevista a Dirigentes
5.2.
5.2. Inquérito por Questionário a Trabalhadores
5.3.
5.3. Boas Práticas
5.4.
5.4. Pesquisa Documental
Para a análise de prevalência do stress para a comparação de grupos não se recorreu aos
testes paramétricos porquanto a amostra não segue as condições exigidas para a aplicação
destes testes, nomeadamente seguir a distribuição normal, testada através do teste de
Kolmogorov-Smirnov para as amostras com dimensão superior ou igual a 50 e o teste de
Shapiro-Wilk para as amostras com dimensão inferior ou igual a 50. A homogeneidade
das variâncias foi testada através do teste de Leven. Optou-se, assim, pelos testes não
paramétricos de KrusKall Wallis e pelo teste de Mann Whitney.
40
III PARTE: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Esta opção pretendeu excluir as empresas com problemas conflituais sistemáticos que não
correspondem a situações estáveis de funcionamento e que não permitem isolar os factores
stressores per si daqueles que são produto de conflitualidades exacerbadas. Esperava-se
que esta opção permitisse isolar eventuais factores stressantes que pudessem ser
significativos em situação normal de trabalho de modo a realçar os mais importantes.
A aplicação dos testes Kruskal Wallis e Mann Witney também se revelaram adequados,
evidenciando coincidências das variáveis nominais consideradas ao nível das diferenças
significativas de stress comparado por grupos.
41
1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO INQUIRIDA
Quadro nº 6: Campo
Campo empírico
Nº de Amostra Questio-
Questio-
Empresas Actividades Regiões Emprega ou nários
dos Universo Válidos
No que respeita ao número de questionários válidos que foram aplicados aos trabalhadores
(gráf. nº 1), a distribuição representa 42,2% do total dos trabalhadores das dez empresas. A
distribuição é a seguinte caso a caso:
42
Gráfico nº 1:
1: Número de respondentes por empresa
600 543
500
400
300 262
200
93
100 61
23 41
20 10 8 18 7
0
Relativamente a idades, os grupos etários possuem mais indivíduos à medida que a idade
aumenta até à classe 45-49 anos, diminuindo bruscamente a partir desse valor (gráf. nº 2).
A mediana acumula 51,2% na classe 35-39 anos e a média de idades ronda os 40 anos. O 1º
quartil somente acumula na classe 30-34 anos, o que significa que estamos perante uma
população a meio percurso activo, em média.
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00% 16,00% 18,00% 20,00%
43
No que concerne à repartição sexual predomina o sexo masculino com 60% do total de
respondentes (gráf. Nº 3).
Gráfico nº 3:
3: Sexo dos participantes
39,6%
Masculin
60% o
1,70%
14,40% 11,80%
2,60%
1.º Ciclo
19,90%
2.º Ciclo
20,80%
3.º Ciclo
Ensino
secundário
28,20% Bacharelato
Quanto ao estado civil desta população (gráf. Nº 5), as respostas válidas representam 77,9%
de indivíduos casados e 11,3% que vivem em união de facto, o que significa a existência de
uma relação marital em 89,2% da população respondente.
44
Gráfico nº 5: Estado civil dos participantes
Viúvo
Solteiro
Divorciado/Separado
União de facto
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
60,00% 70,00% 80,00% Casado
6,10%
11,70%
Dirigentes
64,00% Chefias intermédias
Técnicos
18,20%
Operacionais
45
Relativamente aos anos de experiência profissional (gráf. Nº 7) verifica-se que os
indivíduos com menos experiência preponderam (as classes 0-4 e 5-9 anos são as mais
volumosas) e a mediana acumula na classe 10-14 anos com 59%, enquanto o 3º quartil já se
alonga para a classe 20-24 anos com 84% dos casos. A média de anos é de 13,5 anos.
>= 25 anos
20-24 anos
15-19 anos
10-14 anos
5-9 anos
0-4 anos
Cerca de 1/3 dos indivíduos não têm filhos (gráf. Nº 8), um pouco mais de ¼ possuem um
filho e apenas 1/3 possui dois filhos. Apenas 2% dos indivíduos têm mais do que três filhos.
0,60%
0,90% 0,40%
3,70%
Sem filhos
Um filho
33,70% Dois filhos
32,40%
Três filhos
Quatro filhos
Cinco filhos
Oito filhos
27,30%
46
Os horários de trabalho (gráf. Nº 9) em vigor mostram que praticamente 80% dos
indivíduos possuem horas de trabalho dentro do padrão 21-41 horas padrão e apenas 16,6%
trabalham mais horas.
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
0-10 Horas 21-41 Horas 42-62 Horas >= 62Horas Outro Sem resposta
0,40%
6,30%
16,60%
Fixo
Turnos
76,40% Outro
Sem resposta
47
Uma maioria de praticamente 2/3 de trabalhadores afirma residir próximo do local de
trabalho (gráf. Nº 11), enquanto 1/3 considera que vive afastado do local de trabalho, o
que significa que a distância residência-trabalho não é potencialmente fonte de stress para
uma grande maioria de trabalhadores.
1,30%
0
35,20%
A deslocação para o emprego em transporte próprio (gráf. Nº 12) é feito por 2/3 dos
trabalhadores, enquanto apenas 15,5% utiliza transporte público. O potencial stress devido
ao transporte parece ser muito reduzido.
1,50%
18%
Transporte
próprio
65,00% Transporte
público
15,50% Outro
48
Para 78,5% dos inquiridos a distância entre a residência e o local de trabalho (gráf. Nº 13)
é igual ou inferior a 20 quilómetros. Apenas 11,8% dos inquiridos percorre mais de 41
quilómetros.
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
0-20 Km 21-41 Km 42-62 Km >= 62 Km
No que respeita a tempo médio no percurso entre a residência e o local de trabalho (gráf.
Nº 14) 85,1% dos inquiridos gastam, no máximo, 60 minutos, o que é compatível com a
distância em quilómetros que a maioria das pessoas faz.
Gráfico nº
nº 14: Tempo médio no percurso trabalho/casa e casa/trabalho
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
0-60 minutos 61-121 minutos 122-182 minutos >= 183 minutos Sem resposta
49
Em suma, o campo empírico caracteriza-se pela variedade de regiões e número de
empresas, verificando-se que existem empresas de todas as regiões do continente, bem como
possuem características dimensionais de micro-empresas, médias empresas e grandes
empresas.
Em geral, os dados recolhidos indiciam que esta população não possui stressores
significativos externos ao local de trabalho.
50
2. RESULTADOS SOBRE
SOBRE O STRESS OCUPACIONAL
Os resultados globais e específicos são apresentados por dimensões, por parâmetros e por
empresas envolvidas no estudo.
Os resultados globais das dez empresas estudadas, segundo as sete dimensões de análise
seleccionadas, são os seguintes (grafia a vermelho para stress igual ou superior a 2,5):
51
Empresa05 Requisitos de Trabalho 93 2,00 4,00 3,0138 ,45219
Autoridade Decisória 93 1,50 3,00 2,3064 ,32066
Discriminação Tarefas 92 2,00 2,90 2,3603 ,19680
Condições de Trabalho 92 1,36 3,18 2,1134 ,36782
Factores Pessoais 93 1,00 3,17 2,0366 ,41184
Apoio Chefias Colegas 93 1,00 3,90 1,7487 ,50109
Ambiente Físico 93 1,00 2,00 1,1703 ,20703
Empresa06 Requisitos de Trabalho 41 1,75 3,67 2,9022 ,43970
Autoridade Decisória 41 1,38 3,00 2,2767 ,36336
Discriminação Tarefas 41 1,89 3,20 2,5059 ,29922
Condições de Trabalho 41 1,27 2,91 1,8555 ,36365
Factores Pessoais 41 1,00 2,83 1,9041 ,40380
Apoio Chefias Colegas 41 1,00 3,20 1,8657 ,54725
Ambiente Físico 41 1,00 2,00 1,2642 ,22353
Empresa07 Requisitos de Trabalho 262 1,14 4,83 2,7222 ,50051
Autoridade Decisória 262 1,25 4,00 2,4288 ,46127
Discriminação Tarefas 262 1,80 6,25 2,4448 ,43680
Condições de Trabalho 262 1,33 3,33 2,2165 ,39221
Factores Pessoais 261 1,00 4,00 1,8275 ,41667
Apoio Chefias Colegas 261 1,00 4,00 2,1211 ,66608
Ambiente Físico 262 1,00 1,83 1,2720 ,21363
Empresa08 Requisitos de Trabalho 8 1,67 3,22 2,2778 ,58272
Autoridade Decisória 8 1,88 2,43 2,1964 ,18484
Discriminação Tarefas 8 1,90 2,60 2,2250 ,32404
Condições de Trabalho 8 1,45 2,82 1,9782 ,42072
Factores Pessoais 8 1,40 2,67 1,8542 ,43459
Apoio Chefias Colegas 8 1,00 3,20 1,7625 ,70698
Ambiente Físico 8 1,00 1,33 1,1250 ,14773
Restaurante Requisitos de Trabalho 7 2,50 3,56 3,2698 ,35779
Empresa09 Autoridade Decisória 7 1,75 2,75 2,3750 ,34611
Discriminação Tarefas 7 2,20 2,50 2,3381 ,09315
Condições de Trabalho 7 1,36 2,64 1,9812 ,43298
Factores Pessoais 7 1,00 2,50 1,9238 ,58522
Apoio Chefias Colegas 7 1,00 2,10 1,5143 ,43370
Ambiente Físico 7 1,00 1,50 1,1905 ,14996
Empresa10 Requisitos de Trabalho 18 2,22 3,67 3,1578 ,40268
Autoridade Decisória 18 2,13 3,25 2,8125 ,37273
Discriminação Tarefas 18 2,30 3,20 2,6528 ,25786
Condições de Trabalho 18 2,10 3,27 2,7199 ,42554
Factores Pessoais 18 1,50 3,40 2,4713 ,52218
Apoio Chefias Colegas 18 1,30 3,43 2,4044 ,62361
Ambiente Físico 18 1,00 2,00 1,3750 ,35269
52
Os parâmetros de avaliação do stress foram agrupados segundo dimensões ou variáveis e
classificados de 1 a 4 valores, sendo 1 o valor mais baixo de stress e 4 o valor mais alto.
Considerou-se situação de ‘stress significativo’ entre 2,51 e 3,0; situação de ‘stress alto’ entre
3.01 e 3.5 e situação de ‘stress muito alto’ entre 3.51 e 4.0 (máximo).
• A empresa Empresa08 não apresenta nenhuma dimensão com stress acima da média.
• A empresa Empresa10 apresenta quatro dimensões com stress acima da média em sete
dimensões possíveis.
• As demais oito empresas apresentam stress acima da média sempre na dimensão
‘requisitos de trabalho’.
2.1.1
.1.1.
.1. Prevalência do Stress por Sexo, Habilitações e Cargo
A prevalência do stress nos diferentes grupos foi avaliada mediante testes não
paramétricos. Considerou-se as variáveis nominais ‘sexo’, ‘habilitações’ e ‘cargo’ e as
variáveis ordinais constituídas pelas dimensões da escala de stress utilizada, e comparou-
se os grupos. Porém, a amostra não cumpre os pressupostos necessários para aplicação dos
testes paramétricos. Designadamente da normalidade e da homogeneidade das variâncias,
recorrendo-se, por isso, aos testes não paramétricos.
53
Sexo
No que respeita à diferença entre géneros (teste Mann Whitney) concluiu-se que não há
diferenças nas seguintes dimensões: requisitos de trabalho, autoridade decisória,
discriminação de tarefas, condições de trabalho e factores pessoais.
Porém, existem diferenças significativas entre os dois grupos no que respeita a apoio dos
chefes e colegas. Recorrendo-se ao ‘Mean Rank’ verifica-se que as mulheres apresentam
uma ordenação média superior à dos homens, o que indicia menores valores de stress para
as mulheres, isto é, sentem-se mais apoiadas por chefes e colegas do que os homens.
Habilitações Literárias
Tais resultados indiciam que os indivíduos com mais habilitações – ocupantes tendenciais
de cargos de direcção e chefia – são mais pressionados nas suas tarefas, quer em ritmo,
volume de trabalho ou intensidade de concentração, ‘exigindo-se mais de si’ no que
respeita aos requisitos de trabalho. Esta interpretação é compatível com maior stress
destes indivíduos ao nível dos factores pessoais, cujas situações de stress apontam para a
necessidade de sair mais tarde da empresa, levar trabalho para casa e dispor de menos
tempo para a família, emergindo a sensação de ‘sufoco pelo trabalho’.
Cargos
54
Os cargos dirigentes sentem mais stress do que os cargos operacionais nas dimensões
‘requisitos de trabalho’ e ‘factores pessoais’, enquanto os cargos operacionais sentem mais
stress nas dimensões ‘autoridade decisória’, ‘condições de trabalho’ e ‘apoio de chefes e
colegas’.
2.2.
2.2. Resultados por Parâmetros
A legenda dos quadros de resultados que se apresentam é a seguinte: grafia azul: ‘stress muito alto’; grafia
vermelha: ‘stress significativo’ e ‘stress alto’.
55
2.2.1.
2.1. Parâmetro ‘Requisitos de Trabalho’
Empresas P1_1 P1_2 P1_3 P1_4 P1_5 P1_6 P1_7 P1_8 P1_9
Global Nº Válido 533 499 508 530 520 526 534 505 500
Média 3,33 3,11 1,87 3,15 2,79 3,17 3,07 2,54 2,35
Empresa01 Nº Válido 20 20 20 20 20 20 20 19 18
Média 3,30 3,10 1,95 3,25 2,85 2,90 3,25 2,32 2,56
Empresa02 N Válido 10 10 10 10 10 10 10 10 10
Média 3,20 3,40 1,70 3,00 2,60 3,30 2,80 2,40 2,10
Empresa03 N Válido 23 23 23 23 23 23 23 23 23
Média 3,39 3,22 1,91 3,26 2,96 3,26 3,43 2,96 2,87
Empresa04 N Válido 61 59 56 59 59 59 59 58 56
Média 3,30 3,00 1,63 2,97 2,73 2,93 3,10 2,52 2,29
Empresa05 N Válido 92 91 92 91 91 91 93 91 87
Média 3,54 3,38 2,27 3,43 2,85 3,32 3,16 2,75 2,46
Empresa06 N Válido 40 39 41 40 39 40 40 36 36
Média 3,35 3,18 2,22 3,23 2,90 3,20 3,10 2,56 2,39
Empresa07 N Válido 255 228 233 254 245 251 256 238 239
Média 3,22 2,95 1,70 3,03 2,72 3,16 2,99 2,44 2,25
Empresa08 N Válido 7 6 8 8 8 7 8 7 8
Média 2,57 2,17 1,25 2,75 2,75 3,00 2,38 2,00 2,00
Empresa09 N Válido 7 5 7 7 7 7 7 7 7
Média 4,00 3,60 2,14 3,71 3,14 3,71 3,29 2,86 3,14
Empresa10 N Válido 18 18 18 18 18 18 18 16 16
Média 3,89 3,83 2,11 3,61 3,28 3,22 3,11 2,75 2,50
56
Os parâmetros de avaliação do stress na dimensão ‘requisitos de trabalho’ são os seguintes:
Verifica-se também uma grande regularidade de ‘não stress’ em P1 3 porque apesar das
exigências stressantes mencionadas, as pessoas consideram que o período normal de
trabalho permite terminar atempadamente todas as suas tarefas.
Nos casos mais stressantes, verifica-se que a empresa Empresa05 apresenta stress muito
alto no que se refere a rapidez exigida no trabalho. Porém, as empresas que evidenciam
mais stress são a Empresa10 e Empresa09. O ritmo de trabalho, o volume de trabalho e a
produção exigida são muito fortes em ambos os casos e causam bastante stress. No caso de
Empresa09 ainda se verifica stress muito elevado devido à exigência de concentração
intensa por longos períodos, designadamente durante os períodos de almoço e de jantar.
Os casos menos stressantes são claramente os que se relacionam com a adequação do tempo
normal de trabalho e com solicitações inesperadas de terceiros.
57
2.2.
2.2.2
2.2. Parâmetro ‘Autoridade Decisória’
58
Os parâmetros de avaliação do stress na dimensão ‘autoridade decisória’ são os seguintes:
59
2.2.
2.2.3
2.3. Parâmetro ‘Discriminação de Tarefas’
Empresas P3_1 P3_2 P3_3 P3_4 P3_5 P3_6 P3_7 P3_8 P3_9 P3_10
Global N Válido 532 523 529 496 484 522 538 532 455 539
Média 3,26 3,22 1,87 2,12 2,82 1,89 3,60 1,76 2,30 1,15
Empresa01 N Válido 20 20 20 20 19 20 20 20 17 20
Média 3,40 3,45 1,80 2,05 2,37 1,50 3,20 1,80 1,76 1,25
Empresa02 N Válido 10 10 10 10 8 10 10 10 10 10
Média 3,60 3,40 1,50 1,50 2,63 1,40 3,70 1,30 1,90 1,40
Empresa03 N Válido 23 23 23 23 22 23 23 23 23 23
Média 3,43 3,13 1,96 2,09 3,00 1,52 3,52 1,96 2,26 1,26
Empresa04 N Válido 59 56 60 53 53 58 61 59 47 61
Média 3,44 2,82 1,93 2,30 2,43 2,00 3,64 1,63 2,19 1,26
Empresa05 N Válido 92 91 92 92 90 92 91 91 82 92
Média 3,45 3,52 1,66 1,85 3,18 1,54 3,42 1,68 2,22 1,12
Empresa06 N Válido 41 39 41 38 37 40 41 39 36 40
Média 3,61 3,56 1,73 2,21 3,11 1,88 3,63 1,67 2,42 1,18
Empresa07 N Válido 255 250 251 230 223 247 260 257 210 260
Média 3,07 3,12 2,09 2,17 2,79 2,15 3,67 1,82 2,36 1,08
Empresa08 N Válido 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
Média 3,38 3,63 1,50 1,63 2,25 1,38 3,50 1,50 2,38 1,13
Empresa09 N Válido 7 7 7 7 5 7 7 7 7 7
Média 3,14 2,57 1,86 2,29 2,20 1,86 3,71 2,00 2,29 1,43
Empresa10 N Válido 17 18 17 15 18 17 17 18 15 18
Média 3,06 3,44 2,12 2,93 2,83 2,24 4,00 1,78 2,87 1,33
60
Os parâmetros de avaliação do stress na dimensão ‘discriminação de tarefas’ são os
seguintes:
Estas respostas são interessantes porque evidenciam que as pessoas ‘stressam’ em situações
extremas: por um lado, stressam quando se lhes requer novas aprendizagens e muitas
habilidades e, por outro lado, stressam devido à repetitividade das suas actividades /
funções.
Certamente que a repetitividade se pode associar também a tarefas burocráticas (P3 5), o
que justifica que relativamente a tarefas burocráticas metade das empresas evidenciem
muitas tarefas desse tipo, facilitando o reforço da repetitividade e aumentando o stress.
61
2.2.
2.2.4
2.4. Parâmetro ‘Condições de Trabalho’
Empresas P6_1 P6_2 P6_3 P6_4 P6_5 P6_6 P6_7 P6_8 P6_9 P6_10 P6_11
Global N Válido 509 529 532 523 521 457 519 509 512 455 523
Média 2,90 1,18 1,40 1,84 3,64 2,70 2,18 1,73 2,00 2,47 1,68
Empresa01 N Válido 16 15 20 20 19 20 18 19 20 17 20
Média 1,81 1,33 1,50 2,05 2,74 2,10 2,61 2,37 2,15 2,71 1,95
Empresa02 N Válido 9 10 9 9 7 8 9 8 9 5 9
Média 3,33 1,30 1,89 2,11 3,14 2,63 2,00 1,25 1,00 1,00 1,33
Empresa03 N Válido 20 22 22 22 22 17 22 20 22 19 22
Média 2,20 1,32 1,55 2,05 3,77 2,82 2,09 1,55 1,73 2,00 1,50
Empresa04 N Válido 55 59 60 58 58 53 59 57 56 52 58
Média 2,65 1,15 1,32 1,67 3,88 2,68 1,78 1,49 1,88 2,13 1,83
Empresa05 N Válido 90 91 92 92 88 89 91 90 88 84 91
Média 2,96 1,12 1,48 2,10 3,31 2,37 2,37 1,99 1,88 2,14 1,57
Empresa06 N Válido 40 41 41 41 40 37 41 41 40 36 40
Média 2,75 1,10 1,27 1,95 3,28 2,14 1,39 1,39 1,58 2,00 1,68
Empresa07 N Válido 246 260 255 248 254 205 250 245 246 214 252
Média 3,05 1,12 1,35 1,68 3,82 2,96 2,27 1,68 2,19 2,82 1,69
Empresa08 N Válido 8 7 8 8 8 7 8 8 8 7 8
Média 2,50 1,43 1,25 1,50 3,63 3,14 2,13 1,63 1,50 1,71 1,38
Empresa09 N Válido 7 7 7 7 7 7 6 6 6 6 7
Média 2,71 1,00 1,00 1,57 3,86 2,71 2,67 2,00 1,33 1,33 1,43
Empresa10 N Válido 18 17 18 18 18 14 15 15 17 15 16
Média 3,33 2,35 1,94 2,61 3,50 3,00 3,00 2,53 2,53 3,20 1,94
62
Os parâmetros de avaliação do stress na dimensão ‘condições de trabalho’ são os seguintes:
63
2.2.
2.2.5
2.5. Parâmetro ‘Factores Pessoais’
64
Os parâmetros de avaliação do stress na dimensão ‘factores pessoais’ são os seguintes:
Os parâmetros do domínio dos ‘condições de trabalho’ são mais dispersos do que nas
dimensões anteriores. Não existe nenhum caso de coincidência de situações de stress em
todas as empresas como antes sucedeu, mas verifica-se a existência de regularidades entre
as empresas nos casos de satisfação com o trabalho (P8 2), comprometimento com o
trabalho (P8 3) e tempo livre suficiente para cuidar da família (P8 4), não obstante os
horários de trabalho fixos dificultarem a gestão familiar em aspectos específicos.
Não obstante, os inquiridos referem com insistência (cinco casos em dez) que se sentem
‘sufocados pelo trabalho’ (P8 5), não tanto por não haver tempo livre mas pelo que exige de
responsabilidade e dedicação; em dois casos há necessidade de se levar trabalho para casa
(teatro e análises clínicas) (P8 1); em três casos as empresas não se preocupam com os
problemas pessoais dos trabalhadores (P8 6) – as duas indústrias e a empresa de análises
clínicas.
65
2.2.
2.2.6
2.6. Parâmetro ‘Apoio dos Chefes
Chefes e Colegas’
Empresas P9_1 P9_2 P9_3 P9_4 P9_5 P9_6 P9_7 P9_8 P9_9 P9_10
Global N Válido 536 537 535 536 490 506 442 501 485 473
Média 1,95 1,92 1,81 1,61 1,82 1,97 2,26 2,03 2,19 1,88
Empresa01 N Válido 20 20 20 20 20 20 18 18 20 20
Média 1,20 1,20 1,30 1,15 1,25 1,75 1,89 2,17 1,65 1,20
Empresa02 N Válido 10 10 10 10 9 9 9 9 9 9
Média 1,40 1,40 1,30 1,10 1,22 1,67 1,89 2,00 1,89 1,11
Empresa03 N Válido 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23
Média 1,61 1,65 1,57 1,39 1,35 1,78 1,83 1,87 1,83 1,35
Empresa04 N Válido 59 59 59 59 57 59 53 56 55 56
Média 2,02 1,97 1,78 1,61 1,65 1,71 2,23 1,91 1,89 1,52
Empresa05 N Válido 93 93 93 93 88 92 83 91 88 85
Média 1,83 1,63 1,52 1,41 1,60 1,84 1,96 1,99 2,16 1,65
Empresa06 N Válido 41 41 40 41 41 40 34 39 39 41
Média 2,05 2,17 1,95 1,59 1,63 1,75 1,91 1,92 1,95 1,71
Empresa07 N Válido 257 258 257 258 220 235 197 235 221 208
Média 2,04 2,04 1,97 1,71 2,07 2,17 2,56 2,10 2,41 2,27
Empresa08 N Válido 8 8 8 8 8 7 7 8 8 8
Média 1,63 1,63 1,75 1,63 1,50 2,00 2,14 2,00 2,13 1,50
Empresa09 N Válido 7 7 7 6 6 6 6 7 7 6
Média 2,00 1,86 1,71 1,33 1,33 1,17 1,50 1,29 1,43 1,00
Empresa10 N Válido 18 18 18 18 18 15 12 15 15 17
Média 2,67 2,39 2,00 2,44 2,56 2,33 2,58 2,47 2,60 2,24
66
Os parâmetros de avaliação do stress na dimensão ‘apoio de chefias e colegas’ são os
seguintes:
67
2.2.
2.2.7
2.7. Parâmetro ‘Ambiente Físico’
68
Os parâmetros de avaliação do stress na dimensão ‘ambiente físico’ são os seguintes:
Os demais parâmetros são todos pontuados abaixo de 1,50, pelo que se pode considerar que
as empresas mantêm muito boas condições de trabalho para todos os trabalhadores.
69
3. ADESÃO AOS OBJECTIVOS, CAUSAS DE STRESS E SUA MITIGAÇÃO
Pretendeu-se obter dos respondentes respostas mais finas acerca da sua imbricação nas
empresas, dos principais problemas e consequências de stress e as estratégias de resolução
consideradas adequadas para a diminuição do stress.
3.1.
.1. Condições de Desenvolvimento
70
Tais respostas são de certo modo confirmadas pela irrelevância das respostas sobre as
razões que podem levar à saída da empresa: 41% referem que sairiam por uma melhor
remuneração, o que é compreensível, e 18% referem-se à sobrecarga de trabalho, sendo esta
uma resposta coerente com a sensação de ‘sufoco no trabalho’.
3.2.
.2. Stress e suas Consequências
As causas de stress foram relacionadas em 36% dos 523 questionários válidos. Praticamente
metade dos respondentes às perguntas abertas (49,2%) considera que os maiores problemas
de stress ocorrem devido a questões de tempo, designadamente prazos de entrega curtos
(29,3%), cumprimento de prazos (14,7%) e surgimento de urgências (5,2%).
Em cerca de 1/3 dos casos o stress decorre também de dependência do trabalho de outros
(9,9%), pressão no trabalho (9,4%), ritmo de trabalho intenso (6,8%) e tarefas múltiplas
(6,3%). Em consequência, mais de 80% dos casos de stress relacionam-se directamente com
questões de prazos de entrega e de organização do trabalho.
Estes problemas são reflectidos, de certo modo, na vida pessoal dos empregados, razão pela
qual o parâmetro relativo a uma determinada sensação de ‘sufoco pelo trabalho’ ganha
sentido. Efectivamente, no que respeita ao condicionamento da vida pessoal pelo trabalho
verificam-se 3,5 vezes mais respostas (125) do que na situação inversa de condicionamento
do trabalho pela vida pessoal (36). As respostas referem 45,6% de problemas relativamente
a horários de trabalho difíceis devido a saídas tardias do emprego, a realização de horas
extraordinárias e à necessidade de se levar trabalho para casa.
Porém, consideram que a vida pessoal interfere pouco com a vida profissional.
Efectivamente, apenas 21% a 33% dos empregados de seis empresas consideraram existir
condicionamento da vida pessoal no trabalho, enquanto 38 a 40% dos empregados de duas
empresas e 50% a 62% dos empregados de outras duas empresas consideraram haver
interferência. No entanto, na especificação dessas interferências (apenas 36 referências),
77,8% dos respondentes referem a doença do próprio ou de familiares como o elemento
mais importante, enquanto apenas 11,1% considera que os problemas pessoais interferem
na esfera laboral.
71
3.3.
.3. Estratégias de Mitigação do Stress
Em segundo plano (16,1% no conjunto das respostas) aparecem outras estratégias como a
organização, distribuição e gestão do trabalho (10,7%), maior espírito de entreajuda (2,7%)
e técnicas de gestão de recursos humanos (2,7%); em terceiro plano (9,9% no conjunto das
respostas) são ainda referidas estratégias centradas na melhoria de comunicação, criação
de sala de convívio, redução da carga de trabalho, exercício físico, partilha de decisões e
responsabilidades, música ambiente, autocontrolo, períodos de pausa maiores, mais tempo
para a realização de tarefas.
72
4. AS EMPRESAS
As empresas investigadas são consideradas casos para estudo no âmbito das nossas opções
metodológicas, seguindo-se a análise detalhada caso a caso.
4.1.
4.1. Empresa01
4.1.1.
4.1.1. Caracterização da empresa
73
No dia 10 de Janeiro de 2005 a equipa da Empresa01 transformou a utopia em realidade
ao introduzir na Internet a 3ª dimensão na visualização das Cidades e Regiões - através do
lançamento da 1ª Cidade Mundial em 3D – <www.3dfunchal.com>.
A Empresa01 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão de stress os
‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor de 2,8 que representa apenas ‘stress
significativo’. As dimensões ‘apoio de chefias e colegas’ e ‘ambiente físico’ apresentam
valores muito próximos do stress mínimo (respectivamente 1,4 e 1,1). [ver Quadro nº 15]
Quadro nº 15:
15: Dimensões
Dimensões de stress na empresa Empresa01
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6) e ‘factores pessoais’ (P8). [ver
Quadro nº 16]
Quadro nº 16:
16: Parâmetros de stress na empresa
empresa Empresa01
74
P2_2 20 2 4 3,50 ,688
P3_1 20 2 4 3,40 ,681
P3_2 20 2 4 3,45 ,686
P3_7 20 2 4 3,20 ,834
P6_5 19 1 4 2,74 1,147
P6_7 18 1 4 2,61 1,092
P6_10 17 1 4 2,71 ,772
P8_5 20 1 4 2,75 ,851
Finalmente, a dimensão ’factores pessoais’ mostra que existe uma sensação de ‘sufoco no
trabalho’ devido a exigências consideradas elevadas dentro do período normal de trabalho.
75
Nesse sentido, e tendo por base uma estrutura horizontalizada e um clima informal
baseado na ‘open book management’, a empresa cria espaços de escuta quer informalmente
a qualquer instante, quer formalmente em reuniões regulares de carácter informativo. A
abertura e a informalidade que caracterizam a empresa são bem evidenciadas pelo facto de
todas as pessoas se tratarem pela 2ª pessoa do singular (‘tu’).
Não obstante, além das práticas mencionadas, a empresa apenas instituiu como,
actividades de lazer, almoços para comemoração de aniversários dos empregados e jantar
anual para comemorar a época natalícia.
76
4.2. Empresa02
77
Em 1997 a Companhia é reforçada por Luís Vicente, actor com reconhecidos créditos
artísticos e também com experiência nos domínios da formação, da produção e da gestão
teatral, o qual integrará a estrutura de gestão da EMPRESA02.
A Companhia inicia actividade a 2 de Março de 1998 com José Louro como Director
Artístico, Luís Vicente como Director de Produção e Noé Amorim como Director Técnico.
Desde esse ano a EMPRESA02 é financiada pelo Ministério da Cultura.
Nos planos artístico e estético, a EMPRESA02 não se assume como uma Companhia de
opções regionalistas. O historial dos seus critérios nos referidos planos exprime
diversidade quanto a género, bem como uma orientação universalista e cosmopolita,
concretizada num repertório de qualidade (no qual tem expressiva presença a dramaturgia
nacional). Esta preocupação revela-se, sobretudo, numa prática de pesquisa permanente,
numa busca constante de inovação, para que a aplicação das transversalidades suscitadas
pelas diversas formas de expressão artística e dos seus diversos signos se encontrem ao
serviço do todo que constitui o fenómeno teatral.
A Companhia prossegue, assim, uma política suportada por uma filosofia de fazer cruzar
a produção artística que realiza pelas vertentes pedagógica e sociológica, consubstanciada
numa programação ecléctica, a qual aponta para uma fruição de grande abrangência, no
plano do gosto e da necessidade, no espectro cultural, não confrontando valências quanto a
géneros, antes procurando harmonizá-los independentemente delas.
Deve-se destacar, ainda, que a empresa já realizou duas importantes acções para a
formação de Actores Técnicos e Animadores Teatrais e o Livrário nº 26 das Empresa02’s
do teatro, editado pela EMPRESA02, foi distinguido com a Menção Honrosa nos Prémios
Papier 2008.
78
4.2.2.
4.2.2. Caracterização do stress
A companhia de teatro Empresa02 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão
de stress os ‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor de 2,7 que representa apenas ‘stress
significativo’. As dimensões ‘apoio de chefias e colegas’ e ‘ambiente físico’ apresentam
valores muito próximos do stress mínimo (respectivamente 1,5 e 1,3). [ver Quadro nº 17]
Quadro nº 17:
17: Dimensões de stress na empresa Empresa02
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6) e ‘factores pessoais’ (P8). [ver
Quadro nº 18]
Quadro nº 18:
18: Parâmetros de stress na empresa Empresa02
79
Na dimensão ‘requisitos de trabalho’ a Empresa02 evidencia ‘stress alto’ nos parâmetros
relativos a alta produção em tempo reduzido (3,4) muita rapidez de execução (3,2) e
concentração intensa (3,3). Os parâmetros relacionados com o elevado volume e ritmo de
trabalho (3,0), tarefas interrompidas por outras pessoas (2,8) e exigência pessoal (2,6)
também evidenciam níveis significativos de stress.
A dimensão ‘autoridade decisória’ apresenta níveis de ‘stress alto e muito alto’ no que
respeita à exigência de muitas responsabilidades no trabalho (3,5) e necessidade de
tomada de decisões (3,56).
4.2.3.
4.2.3. Gestão do stress
Porém, nenhum dos profissionais considera que sejam situações de stress relevantes na
medida em que fazem parte da profissão – o stress está contido na profissão e
interiorizado pelos seus agentes. Esta é uma situação muito interessante que remete para a
reflexão sobre o stress ‘saudável’ e o stress ‘não saudável’.
80
nunca se verificou um caso sequer de stress exacerbado em 11 anos de existência da
companhia.
81
4.3.
4.3. Empresa03
4.3.1
4.3.1.
.1. Caracterização da empresa
4.3.2.
4.3.2. Caracterização do stress
A Empresa03 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão de stress os
‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor de 3,0 que se encontra na fronteira entre ‘stress
significativo’ e ‘stress alto’. A dimensão ‘apoio de chefias e colegas’ apresenta um valor
baixo de stress (1,6) e o ‘ambiente físico’ apresenta um valor muito próximo do stress
mínimo (1,2). [ver Quadro nº 19]
Quadro
Quadro nº 19:
19: Dimensões de stress na empresa Empresa03
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6) e ‘factores pessoais’ (P8). [ver
Quadro nº 20]
82
Quadro nº 20
20: Parâmetros de stress na empresa Empresa03
A dimensão ‘autoridade decisória’ apresenta níveis de ‘stress alto e muito alto’ no que
respeita à exigência de muitas responsabilidades no trabalho (3,65) e necessidade de
tomada de decisões (3,22).
Finalmente, a dimensão ’factores pessoais’ mostra que existe uma sensação de ‘sufoco no
trabalho’ devido a exigências consideradas elevadas dentro do período normal de trabalho.
83
4.3.3.
4.3.3. Gestão do stress
As situações mais óbvias de boas práticas instituídas revelam que a empresa é “um
escritório que não tem porta, quem quiser entra e sai…” (palavras do empresário) e um
espaço de liberdade/responsabilidade orientado por “criar pessoas responsáveis que
entendam que têm liberdade porque nós confiamos nelas”.
84
4.4.
4.4. Empresa04
Nos anos seguintes a empresa evoluiu para a produção de vassouras, escovas (de uso
doméstico, pessoal e industrial), esfregonas e artigos de casa de banho, conduzindo a um
crescimento forte e expressivo.
A partir de 1986 iniciou-se um novo ciclo, com novos projectos, desde a implementação de
novas instalações fabris e armazenagem, à alteração da denominação social e tipo de
sociedade, Empresa04 - Indústria de Escovaria, S.A.
A introdução de novas gamas tem-se desenvolvido quer por via de recursos internos, quer
por via de desenvolvimento de parcerias com empresas externas. A empresa também possui
parcerias a nível europeu para o desenvolvimento de novos produtos/negócios.
85
modo, a empresa procura manter-se na vanguarda da tecnologia, não apenas utilizando
equipamento moderno, mas também utilizando matérias inovadoras exigidas hoje em dia.
A exemplo de outras indústrias, a EMPRESA04 também utiliza em alguns produtos
materiais reciclados no próprio sistema produtivo.
A substituição por equipamentos mais eficientes e menos ruidosos, o isolamento dos tectos
para protecção do calor e do frio, são outros aspectos que permitem uma maior e melhor
qualidade e racionalização energética. Sendo a qualidade um vector estratégico
fundamental, a empresa implementou um sistema interno da qualidade segundo a norma
de referência NP EN ISO 9001.
4.4.2.
4.4.2. Caracterização do stress
A Empresa04 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão de stress os
‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor de 2,7 que representa apenas ‘stress
significativo’. A dimensão ‘apoio de chefias e colegas’ apresenta um valor baixo de stress
(1,8) e o ‘ambiente físico’ apresenta um valor muito próximo do stress mínimo (1,2). [ver
Quadro nº 21]
Quadro nº 21:
21: Dimensões de stress na empresa Empresa04
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6) e ‘factores pessoais’ (P8). [ver
Quadro nº 22]
86
Quadro nº 22:
22: Parâmetros de stress na empresa Empresa04
A dimensão ‘autoridade decisória’ apresenta níveis de ‘stress muito alto’ no que respeita à
exigência de muitas responsabilidades no trabalho (3,53) e ‘stress significativo’ face à
necessidade de tomada de decisões (2,81).
87
4.4.3.
4.4.3. Gestão do stress
88
4.5.
4.5. Empresa05
89
• satisfazer as expectativas dos clientes, assegurando não só a sua fidelização mas
também a competitividade e o desenvolvimento sustentável; proporcionar uma
maior notoriedade e melhoria da imagem da Empresa perante o mercado; acesso a
mercados e clientes cada vez mais exigentes; confiança acrescida nos processos de
concepção, planeamento, produção do produto e/ou fornecimento do serviço;
evidenciar o comprometimento da implementação de boas práticas do ponto de
vista ambiental; prevenir, controlar e monitorizar os Riscos Profissionais, com o
objectivo de melhorar as condições de trabalho.
Ao nível do AMBIENTE a empresa implementa diversas medidas comuns nas suas obras
tendo em vista a minimização dos impactes negativos sobre o ambiente e a monitorização
do ruído ambiental. A empresa promove a Gestão de Resíduos através das seguintes
práticas:
4.5.2.
4.5.2. Caracterização do stress
A Empresa05 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão de stress os
‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor de 3,0 que se encontra na fronteira entre ‘stress
significativo’ e ‘stress alto’. A dimensão ‘apoio de chefias e colegas’ apresenta um valor
baixo de stress (1,7) e o ‘ambiente físico’ apresenta um valor muito próximo do stress
mínimo (1,1). [ver Quadro nº 23]
90
Quadro nº 23:
23: Dimensões de stress na empresa Empresa05
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6) e ‘factores pessoais’ (P8). [ver
Quadro nº 24]
Quadro nº 24:
24: Parâmetros de stress na empresa Empresa05
91
A dimensão ‘autoridade decisória’ apresenta níveis de ‘stress muito alto’ no que respeita à
exigência de muitas responsabilidades no trabalho (3,70) e ‘stress alto’ face à necessidade
de tomada de decisões (3,32).
4.5.3.
4.5.3. Gestão do stress
92
4.6. Empresa06
Assim, a Consulvinus alargou a sua actividade para além do Alentejo a partir de 1989,
chegando ao Ribatejo, Península de Setúbal, Dão, Beiras, Estremadura e Douro,
participando no desenvolvimento de marcantes vinhos portugueses e revitalizando regiões
que até então começavam a cair no esquecimento dos enófilos e dos consumidores.
O sucesso e os prémios acumulados por estes vinhos ao longo da sua carreira valeram-lhe o
reconhecimento nacional e internacional como um dos principais responsáveis pela
evolução dos vinhos portugueses nas últimas décadas.
Numa região com um elevado potencial para a produção de vinhos de qualidade como
Borba, a empresa apresentou um projecto que visava a transformação das suas próprias
93
uvas, assim como das uvas provenientes das vinhas arrendadas e das que comprava
mediante contratos de longa duração.
Estes contratos são abrangentes, pois toda a orientação técnica das vinhas, desde o
encepamento, plantação, tratamentos fitossanitários e marcação da vindima são da
responsabilidade dos técnicos de viticultura da empresa.
A primeira vindima realizou-se em 1992 e nos anos que se seguiram o vinho foi elaborado
em instalações arrendadas, sendo 1997 o primeiro ano em que foi vinificado nas novas
instalações.
A construção de uma adega em Estremoz, em Vila Santa, iniciou-se em 1997, tendo sido
ampliada em 2000. Hoje em dia dispõe de cerca de nove mil metros quadrados de área
coberta, encontrando-se dotada de moderna tecnologia de vinificação, sala de
engarrafamento e caves com aproximadamente duas mil barricas de carvalho francês,
americano e português, utilizadas para o estágio dos vinhos.
4.6.2.
4.6.2. Caracterização do stress
A Empresa06 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão de stress os
‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor de 2,9 que representa apenas ‘stress
significativo’. A dimensão ‘ambiente físico’ apresenta um valor muito próximo do stress
mínimo (1,2). [ver Quadro nº 25]
Quadro nº 25:
25: Dimensões de stress na empresa Empresa06
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3) e ‘condições de trabalho’ (P6). [ver Quadro nº 26]
94
Quadro nº 26:
26: Parâmetros de stress na empresa Empresa06
A dimensão ‘autoridade decisória’ apresenta níveis de ‘stress muito alto’ no que respeita à
exigência de muitas responsabilidades no trabalho (3,59) e ‘stress significativo’ face à
necessidade de tomada de decisões (2,85).
4.6.3.
4.6.3. Gestão do stress
95
A empresa tem em elevada consideração o bem-estar dos empregados e sempre os habituou
a trabalhar no âmbito de determinados princípios e dentro de um ritmo de trabalho
padronizado, muito embora haja picos de produção muito diferentes no ano devido às
vindimas.
96
4.7. Empresa07
A Empresa07 possui cerca de 800 empregados e foi fundada em 1948, por Joaquim
Martins Coelho Lima, pai do actual presidente da empresa. A forte tradição familiar,
aliada à modernização das estruturas e equipamentos levou a Empresa07 a um patamar de
destaque no panorama nacional e internacional.
No futuro, a Empresa07 pretende incrementar a adesão dos seus clientes com a inovação e
o desenho de produtos, os quais pretendem ser capazes de produzir memória e sonho
através do seu requinte e conforto, satisfazendo as crescentes exigências de qualidade.
4.7.2.
4.7.2. Caracterização do stress
A Empresa07 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão de stress os
‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor de 2,7 que se encontra na fronteira entre ‘stress
97
significativo’ e ‘stress alto’. A dimensão ‘factores pessoais’ apresenta um valor baixo de
stress (1,8) e o ‘ambiente físico’ apresenta um valor muito próximo do stress mínimo (1,2).
É o único caso em que a dimensão ‘factores pessoais’ representa um valor mais baixo de
stress do que o ‘apoio de colegas e chefias’ (2,1). [ver Quadro nº 27]
Quadro nº 27:
27: Dimensões de stress na empresa Empresa07
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6), ‘factores pessoais’ (P8) e
‘apoio de chefes e colegas’ (P9). [ver Quadro nº 28]
Quadro nº 28:
28: Parâmetros de stress na empresa Empresa07
98
Na dimensão ´requisitos de trabalho’ a Empresa07 evidencia ‘stress alto’ no que respeita à
alta rapidez de execução (3,22), concentração intensa (3,16) e elevado volume e ritmo de
trabalho (3,03); ‘stress significativo’ relativamente a tarefas interrompidas por outras
pessoas (2,99), exigência de alta produção em tempo reduzido (2,95) e exigência pessoal
(2,72).
A dimensão ‘autoridade decisória’ apresenta níveis de ‘stress muito alto’ no que respeita à
exigência de muitas responsabilidades no trabalho (3,74) e ‘stress significativo’ face à
necessidade de tomada de decisões (2,84).
4.7.3.
4.7.3. Gestão do stress
A empresa tem cerca de setenta anos de existência, reestruturou-se para a produção que
acrescenta valor, é muito estável e oferece segurança, além de possuir uma estrutura
financeira sólida que anula eventuais factores de stress face à crise económica da
envolvente.
99
turno da noite, mas as pessoas habituaram-se aos horários e também beneficiam de
melhores remunerações.
A empresa também se Apoia, para a manutenção de um bom clima, baixo stress e lealdade
das pessoas, em actividades lúdicas extra-laborais. Existe um centro cultural e desportivo,
criado já há bastantes anos pelos trabalhadores e que financiou atletas de alta competição
(por exemplo, os gémeos Castro ‘nasceram’ na Empresa07 e depois rumaram ao Sporting).
O centro organiza torneios de futebol de salão, passeios recreativos, etc. Nos fins-de-
semana os sócios também confraternizam em almoços e jogam às cartas. No Natal o centro
distribui brinquedos aos filhos dos sócios, que são para aí 90% dos empregados da empresa,
e também distribui uma garrafa de vinho do Porto a cada empregado.
100
4.8. Empresa08 – Health and Fitness Center
O interior é equipado com piscina coberta aquecida, jacuzzi, sauna, banho turco, estúdio
de modalidades de grupo, estúdio de musculação e cardio, estúdio de spinning, gabinete
médico, Empresa08 Café, Empresa08 Cut (Carlos Gago Academy) e Empresa08 Senses
(emblish).
4.8.2.
4.8.2. Caracterização do stress
A Empresa08 é única empresa que não apresenta nenhuma dimensão com um valor global
crítico de stress. O valor mais é ainda o da dimensão ‘requisitos de trabalho’, mas não
representa mais do que 2,2 pontos de stress.
À semelhança das outras empresas, também as dimensões ‘apoio de chefias e colegas’ (1,7)
e ‘ambiente físico’ (1,1) representam os valores mais baixos de stress. [ver Quadro nº 29]
101
Quadro nº 29:
29: Dimensões de stress na empresa Empresa08
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3) e ‘condições de trabalho’ (P6). [ver Quadro nº 30]
Quadro nº 30
30: Parâmetros de stress na empresa Empresa08
102
Na dimensão ‘condições de trabalho’ existe um ‘stress muito alto’ no parâmetro relativo à
necessidade generalizada de cumprimento de um horário de trabalho fixo (3,63) e ‘stress
alto’ no que respeita à dificuldade de determinação do início e fim do trabalho (3,14).
4.8.3.
4.8.3. Gestão do stress
Tais situações existem porque a empresa procura prestar um serviço de excelência através
dos seus empregados. O próprio trabalho é por vezes muito exigente e cria stress,
especialmente na relação com certos clientes. Por outro lado, em situações em que os
instrutores dão muitas aulas, o stress necessita de ser melhor controlado. No entanto, há
diversos factores que minimizam o stress, tais como o tipo de liderança em diálogo aberto,
as relações profissionais informais e o decorrente clima social ameno, a criação de canais
de comunicação via Internet que também permitem lidar com clientes, a permanente
melhoria dos espaços físicos, a aquisição de equipamentos actualizados e a formação em
serviço que é dada aos empregados.
103
4.9. Empresa09
Empresa09
4.9.2.
4.9.2. Caracterização do stress
O Empresa09 é uma das nove empresas que apresenta como dimensão de stress os
‘requisitos de trabalho’, atingindo um valor mais elevado do que a maioria das empresas
(3,2) que se pode classificar de ‘stress alto’. A dimensão ‘factores pessoais’ apresenta um
valor baixo de stress (1,8) e o ‘ambiente físico’ apresenta um valor muito próximo do stress
mínimo (1,1). [ver Quadro nº 31]
Quadro nº 31:
31: Dimensões de stress na empresa Empresa09
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6) e ‘factores pessoais’ (P8). [ver
Quadro nº 32]
Quadro nº 32:
32: Parâmetros de stress na empresa Empresa09
104
P2_1 7 1 4 2,71 1,113
P2_2 7 3 4 3,29 ,488
P2_6 7 1 3 2,57 ,787
P2_7 7 1 3 2,57 ,787
P3_1 7 2 4 3,14 ,690
P3_2 7 2 4 2,57 ,787
P3_7 7 3 4 3,71 ,488
P6_5 7 3 4 3,86 ,378
P8_5 6 2 4 3,00 ,632
4.9.3.
4.9.3. Gestão do stress
O trabalho é exigente, quer devido aos picos existentes num serviço de restauração, quer à
correspondente necessidade de lidar com clientes dos mais diversos tipos. Especialmente as
105
crianças são mais difíceis de lidar e stressam os empregados. Por outro lado, surgem
conversas laterais entre empregados com teor crítico ao trabalho.
A gestão dos recursos humanos e do stress beneficia do facto de os recursos humanos serem
alocados segundo as áreas de trabalho em que cada qual apresenta mais identificação e à
vontade. Porém, o grande momento de ‘gestão do stress’ e de acerto de eventuais erros
passa-se após o almoço dos clientes, quando todos os empregados se reúnem para almoçar
por volta das 16 horas. Este espaço permite tratar resumidamente o que aconteceu,
confrontar as pessoas umas com as outras para se evitar o “clima de falar por trás” e acaba
por constituir um excelente momento para “despejar o nosso stress, o que acaba por ser a
nossa terapia”. À noite repete-se a cena após o serviço de jantares.
106
4.10. Empresa10
4.10
4.10.2. Caracterização do stress
stress
A empresa Empresa10 é a única empresa estudada que apresenta valores elevados de stress
em mais do que uma dimensão. Além do valor de stress mais elevado – tal como as demais
empresas – na dimensão ‘requisitos de trabalho’ (3,1), que representa um ‘stress alto’, a
Empresa10 possui ‘stress significativo’ nas dimensões ‘autoridade decisória’ (2,8),
‘condições de trabalho’ (2,7) e ‘discriminação de tarefas’ (2,6). Tal como as demais
empresas, os valores mais baixos situam-se na ‘apoio de chefias e colegas (2,4) e ‘ambiente
físico (1,1). [ver Quadro nº 33]
Quadro nº 33:
33: Dimensões de stress na empresa Empresa10
Não obstante, a empresa também apresenta, além dos parâmetros de stress da dimensão
‘requisitos de trabalho’ (P1), situações de stress nas dimensões ‘autoridade decisória’ (P2),
‘discriminação de tarefas’ (P3), ‘condições de trabalho’ (P6), ‘factores pessoais’ (P8) e
‘apoio de chefes e colegas (P9). [ver Quadro nº 34]
Quadro nº 34:
34: Parâmetros de stress na empresa Empresa10
107
P1_5 18 3 4 3,28 ,461
P1_6 18 1 4 3,22 ,808
P1_7 18 1 4 3,11 ,832
P1_8 16 1 4 2,75 ,931
P2_1 17 1 4 2,71 1,213
P2_2 18 3 4 3,78 ,428
P2_4 16 1 4 2,94 ,929
P2_6 18 1 4 3,22 ,808
P2_7 18 1 3 2,61 ,698
P2_8 17 1 4 2,53 ,874
P3_1 17 2 4 3,06 ,748
P3_2 18 2 4 3,44 ,616
P3_4 15 2 4 2,93 ,799
P3_5 18 1 4 2,83 1,150
P3_7 17 4 4 4,00 ,000
P3_9 15 2 4 2,87 ,640
P6_1 18 2 4 3,33 ,840
P6_4 18 1 4 2,61 ,850
P6_5 18 1 4 3,50 1,043
P6_6 14 1 4 3,00 ,877
P6_7 15 2 4 3,00 ,756
P6_8 15 1 4 2,53 ,990
P6_9 17 1 4 2,53 1,068
P6_10 15 1 4 3,20 1,014
P8_1 11 1 4 2,55 ,934
P8_5 18 1 4 2,89 ,676
P8_6 16 1 4 3,00 1,033
P9_1 18 1 4 2,67 ,767
P9_5 18 1 4 2,56 ,784
P9_7 12 2 4 2,58 ,669
P9_9 15 1 4 2,60 ,910
A dimensão ‘autoridade decisória’ apresenta níveis de ‘stress muito alto’ no que respeita à
exigência de muitas responsabilidades no trabalho (3,78); ‘stress alto’ relativamente à
dificuldade de se fazer ausências breves no local de trabalho (3,22); ‘stress significativo’
108
face à dificuldade de escolha do que fazer no trabalho (2,94), à necessidade de tomada de
decisões (2,71), à dificuldade de interrupção do trabalho sempre que necessário (2,61) e
dificuldade em determinar o seu próprio ritmo de trabalho (2,53).
4.10
4.10.3. Gestão do stress
Nestas circunstâncias, a pressão é forte: “se quem está por cima tem que pressionar e acha
que só há mais rentabilidade se pressionar, mais pressiona.” Não obstante, a gestão da
empresa considera existir “um bom espírito de entreajuda.”
Os factores que reduzem a stress e são praticados pela empresa referem-se basicamente a
apoiar as pessoas “se as pessoas precisam de ajuda.”
109
IV PARTE: ESTUDOS E CASOS DE BOAS PRÁTICAS
Otto e Schmidt (2007) investigaram a implicação da crença num mundo justo (CMJ) para
comportamentos e cognições no trabalho (por exemplo, exaustão emocional). Esta CMJ
pode ser um recurso que compensa os stressores no trabalho, e é entendida como funções
psicológicas adaptativas que assentam em três princípios: 1) ajuda o indivíduo a
interpretar os acontecimentos da sua vida dando-lhes sentido, o que lhe permite lidar
melhor com experiências que lhe possam parecer injustas; 2) proporciona ao indivíduo
uma maior confiança no ambiente social e na sua eficácia individual; 3) potencia assim a
sua saúde mental. Na amostra estudada, as pessoas que possuíam uma maior CMJ
reportavam menores sintomas de despersonalização e de exaustão emocional.
Tendo por base os resultados obtidos neste estudo, constata-se que o stress ocupacional
pode depender em grande parte do clima organizacional.
“Existe consenso na literatura que o stress no trabalho reportado é uma função da situação
do trabalho e das características psicológicas de cada indivíduo” (Mikkelsen, Saksvik e
Ursin, 1998, p. 198). Como tal, se o clima organizacional for de aprendizagem e o
110
indivíduo se identificar com esse postulado, irá sentir menos impacto do stress
ocupacional.
Elo, Ervasti, Kuosma e Mattila (2008), num estudo que desenvolveram, verificaram que os
programas de intervenção na gestão do stress podem melhorar a comunicação e o clima
organizacional, mas que não se sabe bem quais os efeitos ao nível do bem-estar individual.
Chen, Westman e Eden (2009) fizeram um estudo em que pretendiam verificar, através de
um grupo experimental e de um grupo de controlo, se o stress provocado pela introdução
de novas tecnologias poderia ser diminuído através de um programa de gestão de stress,
chegando à conclusão de que as pessoas sujeitas a este programa revelavam mais satisfação
e menor exaustão antes e durante a introdução das novas tecnologias. É de notar que os
dois grupos tiveram idêntica formação a nível tecnológico.
111
para esperar que os membros de um grupo de trabalho partilham em algum grau as suas
percepções de justiça organizacional.
Para Elo, Ervasti, Kuosma e Mattila (2008), um programa de intervenção sobre o stress
organizacional pode melhorar a comunicação e o clima. No entanto, este deve ter em
consideração variáveis de desempenho nas avaliações dos próprios programas para
melhorar a forma de analisar o stress.
Schmidt (2007) encontrou que o compromisso com a organização contribui como factor
moderador entre o stress organizacional e a exaustão emocional e a despersonalização, que
são dimensões do burnout. Quanto maior for o compromisso com a organização, mais estas
dimensões do burnout serão reduzidas, verificando-se também o inverso. Para Maslach
(2010) o burnout é o fosso entre o trabalho e o ser humano, pela disrupção que provoca.
Johns e Saks (2002) propõem que devem existir políticas de recursos humanos “amigas da
família” para lidar com o stress. Estas devem contemplar o suporte social, suporte
material, e um aumento da flexibilidade para se adaptarem às necessidades dos
empregados (equilíbrio trabalho/família).
Este equilíbrio entre trabalho e família é para os autores de extrema importância. Esta
política pode englobar programas que permitam um maior relacionamento entre os pais e
as crianças através de infantários nas organizações, permissão do contacto durante as
horas de refeições, áreas de descanso e de lazer. Os autores dão exemplo de algumas
organizações que desenvolvem estas práticas, tais como a Colgate Palmolive, Starbucks,
Xerox, IBM, American Express, entre outras.
Uma outra estratégia de extrema importância para fazer face aos sintomas provocados
pelo mesmo, tais como ansiedade, insónias, dores de cabeça, problemas gástricos, para
além dos já referidos anteriormente, é o relaxamento (Hipólito, 2001).
Os programas podem, assim, focalizar-se a nível físico e ou psicológico, sendo que para
além do relaxamento também a meditação, o biofeedback, a aprendizagem em gestão do
tempo e o desenvolvimento pessoal podem ajudar a pessoa a adquirir confiança e um
pensamento mais positivo relativamente à forma de lidar com as fontes de stress no
trabalho (Johns e Saks, 2002).
Uma outra forma mais individualizada para lidar com o stress é o counseling. Este pode
ser directivo, não-directivo ou participativo, devendo estes estilos ser utilizados em
conformidade com a análise de vários factores contingenciais e não apenas nas
preferências pessoais ou experiência passada dos gestores (Newstrom e Davis, 2002).
112
diminuição das duas variáveis. Existem práticas win-win (Gordon, 1998) que actuam de
forma preventiva e interventiva na gestão do stress, através da promoção de competências
de liderança mais apropriadas para os líderes.
A existência de suporte social actua também como uma abordagem a considerar na gestão
do stress (Newstrom e Davis, 2002). Tal consiste no desenvolvimento e manutenção de
laços entre as pessoas que lhes permitam criar relações calorosas entre elas, o que as
fortalece. A existência de grupos desportivos e ou culturais nas empresas, ginásios e
espaços de convívio pode fomentar tais laços.
Os programas focados nas emoções e nos problemas para a gestão do stress são os mais
apropriados. No entanto, e dados os seus custos, deve de haver uma avaliação mais apurada
sobre a sua eficácia a nível do impacto de cada um destes programas e como é que eles
podem ser combinados quer a nível das intervenções individuais quer em grupo (Bond e
Bunce 2000). Assim, Schaufeli e Kompier (2001) propõem que a investigação deve
persistir na área da prevenção do stress ocupacional, apesar de vários estudos já se terem
focado na mesma.
Para tal, Dollard e Metzer (1999) sugerem um modelo que enfatiza a acção, o
conhecimento e a aprendizagem recíproca entre a academia e as organizações para fazer
face a um fenómeno que degrada a saúde dos trabalhadores e o desempenho
organizacional.
Face à complexidade deste fenómeno, que afecta a saúde e a produtividade, será de todo
importante continuar a compreender os seus contornos e a forma de o minimizar
contribuindo dessa forma para o tecido societal em todas as suas componentes.
113
2. CASOS DE BOAS PRÁTICAS EM EMPRESAS
Em muitos casos, a estratégia utilizada para alterar os pontos frágeis identificados centra-
se na criação de equipas de projecto, lideradas por um gestor, que utilizam técnicas de
grupo-focado e outras, envolvendo transversalmente a força de trabalho para obter
compromissos partilhados num quadro de redefinição da visão, dos valores e das práticas.
Diversos programas e projectos levados à prática mostram que a redução do stress deve ser
feita por intervenção organizacional em diversas áreas de gestão relacionadas
directamente com as pessoas, tais como gestão de recursos humanos, formação e
desenvolvimento, saúde e segurança no trabalho, etc.
Os resultados obtidos são geralmente muito significativos e, por isso, destacamos alguns
projectos cujos resultados melhoraram claramente a qualidade da vida organizacional e
reduziram o stress.
• Objec
Objectivos
tivos: reduzir as queixas e os sintomas atribuíveis a níveis de stress mais elevados
do que o desejável através da melhoria da comunicação deficiente, dos estilos de
gestão, do reconhecimento profissional pelo trabalho bem feito, da aprendizagem e
desenvolvimento e dos processos de trabalho.
• Métodos
todos: acções de sensibilização a empregados e chefias; treino de liderança para
chefias; reconfiguração de métodos de trabalho.
• Resultados
Resultados:
ltados: cerca de 40% de redução nos casos de stress no trabalho; cerca de 10% de
redução nas ausências por doença; cerca de 50% de redução das queixas dos empregados;
cerca de 25% de redução dos processos disciplinares.
114
• Resultados: redução da rotatividade de pessoal; diminuição de 5 a 7% dos números
relativos a ausência por doença; redução dos níveis de stress manifestos no pessoal;
diminuição de ocorrências de perseguição e assédio; aumento de acções preventivas
através de referências para Saúde Ocupacional.
• Objec
Objectivos: desenvolver competências de enfrentar as situações ‘stressantes’; identificar
os factores que permitem controlar o stress próprio e o dos utentes; treinar chefias em
comportamentos relacionais redutores do stress.
• Métodos:
Métodos: foi utilizada a metodologia do grupo focal e metodologias formativas para
treino de competências das chefias.
• Resultados: melhoria dos níveis de competência de técnicos e gestores em vários
campos de cuidados, através do apoio ao desenvolvimento de habilidades necessárias ao
trabalho; melhoria da vida das pessoas que dependem dos técnicos e gestores no
trabalho; resolução de algumas das questões de comando e controlo.
• Objec
Objectivos: reduzir para metade a prevalência de situações doença; melhorar a
comunicação e discussão de temas de stress e saúde; desenvolver uma cultura de saúde.
• Métodos: grupos de braisnstorming; acções formativas.
Métodos:
• Resultados: os resultados conseguidos foram positivos em relação a todos os objectivos
propostos, com notória melhoria da compreensão dos problemas que existem e
melhoria da comunicação para os discutir; melhoria das parcerias internas;
desenvolvimento da cultura de "segurança e saúde positiva e bem-estar".
• Objec
Objectivos
tivos do estudo de casos:
casos construir uma abordagem pragmática de enfrentamento
do stress de trabalho; melhorar os canais de comunicação sobre temas de saúde.
• Métodos:
étodos: estudo de casos, com recursos a entrevista e grupo focal.
• Resultados:
Resultados: redução de doenças em 11% em vários departamentos da Scottish Power;
melhoria efectiva da comunicação em toda a empresa; primeiros passos no
desenvolvimento de uma abordagem pragmática para lidar com o stress do trabalho, a
nível individual, mas também organizacional.
UNITED BISCUITS
• Objec
Objectivos
tivos: realizar o diagnóstico das situações de stress no trabalho e inventariar
medidas aplicáveis de redução.
• Métodos:
Métodos: grupo focal para o diagnóstico e grupos de debate de medidas correctivas com
gestores; acções formativas.
• Resultados
esultados:
esultados diminuição dos casos de stress relacionados com o trabalho, redução do
absentismo devido ao stress (o que equivaleu a uma economia de 40 semanas de
trabalho); aumento da consciência, nos gestores de linha que receberam formação
sobre esse tema, dos efeitos do stress no trabalho.
115
BIRMINGHAM CITY COUNCIL
• Objec
Objectivos: aumentar o interesse sobre o tema do stress nos dirigentes; conseguir
resultados práticos de redução dos sintomas associados ao stress.
• Métodos:
étodos: acção de mudança estrutural acompanhada de acções formativas.
• Resultados:
esultados ganhou-se o interesse de dirigentes de alto nível e o seu compromisso
quanto a uma redução de 6% nos níveis de stress, ansiedade e depressão em relação aos
números de 2005/2006; foi desenvolvida uma estrutura para controlar o impacto da
política de recolha e análise de dados relativos a questões de stress e saúde.
• Objec
Objectivo: melhorar o conhecimento e o controle de factores relacionados com o stress
no trabalho.
• Métodos:
étodos: grupo focal e entrevista.
• Resultados: criação de um indicador - HSE Indicator - que forneceu uma análise mais
Resultados:
detalhada da organização; conseguiu-se suporte organizacional para a ferramenta de
identificação de assédio moral, a usar pelos gestores da Trust.
116
3. PROGRAMAS E RECOMENDAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS
O programa para motoristas de autocarros urbanos na Suécia também centra a sua atenção
nos stressores, tendo diminuído o stress dos motoristas, bem como melhorado a sua pressão
arterial e os processos de controlo da condução, através das seguintes medidas:
O Manual refere:
117
CRIAÇÃO DE CÍRCULOS DE SAÚDE – Alemanha
Na Alemanha foram criados círculos de saúde inspirados nos círculos de qualidade com
vista a envolver os empregados na melhoria das condições de saúde, segurança e prevenção
do stress.
• Meditação positiva.
• Massagem terapêutica.
• Técnicas de relaxação muscular progressiva.
Alguns casos de boas práticas surgidas no âmbito do projecto ‘Diálogo Social e Igualdade
nas Empresas’:
■ IBM (ExiteCamp);
■ IBM (MentorPlace);
118
Formas de organização do trabalho
■ Somague (Protocolo);
■ TAP (Infantário);
Serviços de bem-
bem-estar e gestão do stress
119
• Soluções que facilitem a conciliação das necessidades quotidianas dos/as
trabalhadores/as com a actividade profissional, bem como soluções que visem combater
o stress e promover o seu bem-estar físico e emocional:
■ Grafe (Acupunctura);
PROGRAMA
ROGRAMA DA ORGANIZAÇÃO PANPAN--AMERICANA DE SAÚDE (OPAS) /
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) – BRASIL
120
V PARTE: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A análise mais pormenorizada revela as condições laborais positivas que se encontram nas
empresas seleccionadas para o estudo e mostra a identificação de situações de stress num
quadro de objectivos e valores comuns amplos, bom relacionamento pessoal e
desenvolvimento profissional adequado.
Em geral, os dados recolhidos indiciam que os stressores externos ao local de trabalho que
se afiguram mais significativos relacionam-se com as exigências dos clientes, os prazos
curtos de entrega dos produtos e serviços e a situação de crise que ameaça a facturação das
empresas e a manutenção dos empregos.
121
1. CONCLUSÕ
ONCLUSÕES SOBRE AS DIMENSÕES E A PREVALÊNCIA DO STRESS
A análise aos resultados das sete dimensões observadas evidencia uma grande regularidade
nas situações de stress alto ou baixo nas empresas estudadas.
Por outro lado, também se verifica que todas as empresas apresentam os seus níveis de
stress mais baixos nas dimensões ‘apoio dos chefes e colegas’ e ‘ambiente físico’,
verificando-se uma única excepção numa empresa que apresenta menos stress em ‘factores
pessoais’ do que em ‘apoio dos chefes e colegas’.
No que respeita ao sexo não existe diferenças significativas entre homens e mulheres nas
dimensões estudadas, excepto na dimensão ‘apoio dos chefes e colegas’. Nesta dimensão
verifica-se que as mulheres apresentam uma ordenação média superior à dos homens,
evidenciando que se sentem mais apoiadas por chefes e colegas do que os homens. Isto
significa que, sendo o stress muito semelhante em ambos os sexos, as mulheres indiciam
menos stress nesta dimensão.
No que se relaciona com as habilitações literárias pode-se concluir que não há diferenças
na dimensão ‘discriminação de tarefas’, mas que existem diferenças importantes nas
restantes dimensões.
Tais resultados indiciam que os indivíduos com mais habilitações são mais pressionados
nas suas tarefas, quer em ritmo, volume de trabalho ou intensidade de concentração,
encontrando-se nesta população situações de saída horária mais tardia da empresa, de
trabalho levado para casa e menos disponibilidade para a família, experimentando-se
uma certa sensação de ‘sufoco pelo trabalho’.
122
Os indivíduos com menores habilitações literárias sentem mais stress relativamente às
dimensões ‘autoridade decisória’, ‘condições de trabalho’ e ‘apoio de chefes e colegas’.
Tais resultados mostram que estes indivíduos sentem-se mais stressados quando têm que
assumir tarefas de responsabilidade e de tomada de decisão ao nível da ‘autoridade
decisória’, indiciando que não se sentem completamente à vontade em tarefas mais
exigentes e necessitam de maior preparação profissional. Aliás, isso é compatível com o
baixo stress verificado relativamente ao ‘apoio de chefes e colegas’, que evidencia a
importância das relações verticais e horizontais como forma de superar inseguranças e
sublinha a necessidade de um maior apoio ‘pessoal’ para o desempenho de tarefas mais
exigentes, sem o que o stress certamente tenderia a aumentar. No que respeita a condições
de trabalho, as pessoas com menos habilitações literárias sentem-se mais expostas a riscos
profissionais, mais condicionadas quanto à gestão do trabalho e ou menos favorecidas em
termos de progressão na carreira.
Estas conclusões estão intimamente ligadas também aos cargos, cujas tendências associam
os níveis mais elevados de habilitações literárias a cargos de chefia e as habilitações
literárias menos elevadas a cargos operacionais. As conclusões relacionadas com as
habilitações literárias são absolutamente coincidentes com as diferenças relativamente a
cargos ou grupos profissionais. Efectivamente, os cargos dirigentes possuem mais stress do
que os cargos operacionais nas dimensões ‘requisitos de trabalho’ e ‘factores pessoais’,
enquanto os cargos operacionais sentem mais stress nas dimensões ‘autoridade decisória’,
‘condições de trabalho’ e ‘apoio de chefes e colegas’.
123
2. CONCLUSÕES SOBRE OS PARÂMETROS E PREVALÊNCIA DO STRESS
As conclusões obtidas por parâmetros em cada dimensão permitiram uma análise mais
fina e esclarecedora das regularidades encontradas quer ao nível de stress acima da média
quer abaixo da média.
REQUISITOS DE TRABALHO
As conclusões apontam para stress bastante alto no que respeita à rapidez de execução
exigida, associado a situações constrangedoras em que o trabalho procedente de outros
prejudica o ritmo das suas tarefas, bem como solicitações de terceiros que desorganizam as
rotinas. Estes resultados evidenciam problemas de gestão não apenas com stress oriundo
do exterior em virtude da necessidade de cumprimento de prazos, mas, sobretudo, com as
modalidades de organização do trabalho e os critérios de gestão do tempo.
AUTORIDADE
UTORIDADE DECISÓRIA
Todas as empresas registam níveis de stress ‘significativo’, ‘alto’ e ‘muito alto’ nos casos da
tomada de decisões e das responsabilidades inerentes ao trabalho, evidenciando
insegurança profissional quando é necessário tomar certas decisões e assumir
responsabilidades, chegando a verificar-se um nível de stress em 3,78 num máximo de 4,0.
Ao contrário, os inquiridos referem genericamente que podem escolher como fazer o
trabalho, o que fazer, a ordem das suas tarefas e o ritmo de trabalho em cada situação.
124
Os parâmetros da autoridade decisória produzem situação de stress alto em todas as
empresas relativamente a tomada de decisões e responsabilidades assumidas (com maior
stress neste parâmetro), situação de stress baixo em 6 a 7 empresas e alto em 3 a 4 empresas
no que respeita ausência do local de trabalho e interrupção do trabalho e situação de stress
baixo em 9 das 10 empresas nos parâmetros de como fazer o trabalho, do que fazer, da
ordem das suas tarefas e do ritmo de trabalho.
DISCRIMINAÇÃO DE TAREFAS
As situações menos stressantes, que sugerem a sua inserção nos modelos de gestão das
empresas, ocorrem por via de os inquiridos exerceram tarefas variadas, que permitem
alguma criatividade e iniciativa, bem como o uso das aptidões e competências, preparação
para as tarefas desenvolvidas e não competição entre os indivíduos.
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Os inquiridos sentem stress por receio da exposição aos riscos profissionais, mas também
consideram que as empresas se preocupam com as condições de trabalho. Porém, o que
causa mais stress são os horários de trabalho, porque os indivíduos não podem determinar
o início e o fim do seu trabalho e isso causa-lhes problemas de conciliação trabalho /
125
família. Tais respostas indiciam que as pessoas são favoráveis a horários mais flexíveis, ou
até mesmo mais irregulares.
As situações menos stressantes nas empresas, que sugerem a sua inserção nos modelos de
gestão das empresas, relacionam-se com a preocupação das empresas com a segurança no
trabalho, a mobilização dos recursos necessários à realização das tarefas, o equilíbrio
horário / quantidade de trabalho, estímulo à formação e actualização profissional e
respectiva possibilidade de progressão na carreira. As empresas concedem, por norma,
tempos para formação no âmbito do horário de trabalho.
FACTORES PESSOAIS
Os parâmetros do domínio dos ‘factores pessoais’ são mais dispersos do que nas dimensões
anteriores. Não existe nenhum caso de coincidência de situações de stress em todas as
empresas como antes sucedeu.
Os parâmetros do domínio dos ‘apoio dos chefes e colegas’ também apresentam, tal como o
agregado, fortes regularidades ao nível dos parâmetros avaliados.
AMBIENTE FÍSICO
Os valores mais elevados são de apenas 1,76 no que respeita a cheiros desagradáveis e 1,60
e 1,55 relativamente a ventilação adequada. Os demais parâmetros são todos pontuados
abaixo de 1,50, pelo que se pode concluir que as empresas mantêm muito boas condições de
trabalho para todos os trabalhadores.
126
3. CONCLUSÕES SOBRE O STRESS NAS EMPRESAS
As empresas investigadas foram consideradas casos para estudo no âmbito das nossas
opções metodológicas, seguindo-se as principais conclusões em cada uma.
Empresa01
EMPRESA02
127
EMPRESA03
EMPRESA04
128
EMPRESA05
Os dados qualitativos mostram que a empresa associa os seus principais factores de stress
quer ao exterior, quer à organização. No que respeita ao exterior, os maiores problemas são
os prazos curtos de cumprimento das encomendas, a crise financeira do país e a
instabilidade vivida; internamente o stress ocorre devido à pressão geralmente exercida
sobre o trabalho para cumprimentos dos objectivos.
EMPRESA06
Os dados qualitativos mostram que a empresa associa os seus principais factores de stress
ao exterior relativamente aos prazos das encomendas e a encomendas imprevistas que
prejudicam o planeamento. O ambiente interno é muito tranquilo e afável e a empresa tem
em elevada consideração o bem-estar dos empregados e sempre os habituou a trabalhar no
âmbito de determinados princípios.
129
EMPRESA07
EMPRESA08
130
As modalidades de gestão do stress baseiam-se num tipo de liderança em diálogo aberto,
em relações profissionais informais, na criação de canais de comunicação via Internet que
também permitem lidar com clientes, em permanente melhoria dos espaços físicos, na
aquisição de equipamentos actualizados e na formação em serviço que é dada aos
empregados, além de actividades lúdicas tais como os passeios recreativos de BTT e de
ciclismo, as caminhadas, os concursos de fotografia e o jantar natalício.
EMPRESA09
Nas sete dimensões estudadas Empresa09 apresenta ´stress alto’ em ‘requisitos de trabalho’
(3,2), dimensão intimamente relacionada com a organização do trabalho. Nas restantes
dimensões, apenas alguns parâmetros são significativos, designadamente os que se
relacionam com a exigência de muitas responsabilidades no trabalho, a necessidade de
tomada de decisões, necessidade de aprender coisas novas no trabalho, exigência de muitos
conhecimentos especializados, a repetição frequente das mesmas actividades, a
impossibilidade de ausências breves no período de trabalho e a dificuldade de o
interromper, o que provoca também uma sensação de ‘sufoco no trabalho’ devido a
exigências consideradas elevadas dentro do período normal de trabalho. O stress mais
baixo situa-se nas dimensões ‘factores pessoais’ e ‘ambiente físico’. Empresa09 mostra
necessidades de gestão do stress ao nível da organização do trabalho, das
responsabilidades, da aprendizagem e da repetitividade funcional.
EMPRESA10
131
Nestas circunstâncias, a pressão sobre os empregados é bastante forte e cria diversas áreas
de stress, confirmando-se que lideranças autoritárias e estratégias de maximização do
lucro criam situações emergentes de considerável stress.
132
4. RECOMENDAÇÕES PARA A GESTÃO DO STRESS OCUPACIONAL
Por sua vez, o Observatório Europeu dos Riscos, prevê que o stress ocupacional vai ser,
dentro de dez anos, a principal origem de doenças laborais, destronando a liderança actual
das doenças músculo-esqueléticas.
Face a tão grande realce do stress nas empresas e nas organizações de trabalho o estudo
tece um conjunto de recomendações produzidas a partir de diversas fontes,
designadamente: a) as conclusões obtidas com base na amostra de empresas que
constituíram o estudo de casos (predominantemente); b) orientações políticas de diversas
entidades; c) programas, acções e medidas publicamente reconhecidas; d) boas práticas em
empresas e organizações de trabalho nacionais e internacionais.
4.1.
4.1. Enquadramento das conclusões
As principais conclusões sobre o stress nas empresas e a sua gestão evidenciam que o stress
procede do exterior e do interior das empresas, embora revelando incidências diferentes.
133
imposições dos clientes, a aceleração imprimida na rapidez das tarefas, a cadência
permanente de um ritmo de trabalho muito forte, a necessidade de se produzir muito em
pouco tempo, a crescente concentração intensa que o trabalho exige por longos períodos e a
interrupção das tarefas por terceiros que solicitam urgências, evidenciando problemas ao
nível da organização do trabalho.
Por outro lado, verifica-se que estas empresas têm feito progressos significativos ao nível
das condições de trabalho – muitos deles por virtude de imposições legais –, embora
existam ainda duas áreas provocadoras de stress: a exposição a riscos profissionais (que
criam stress independentemente de uma boa gestão de segurança e saúde no trabalho) e a
rigidez dos horários fixos. Diversos estudos salientam haver stress decorrente de turnos
nocturnos, mas no nosso estudo, nos casos em que isso ocorreu, os empregados não se
referem a stress significativo e os gestores destacam que, apesar da existência de algum
stress, que se considera normal nestes casos, a situação não atinge grande proporção
porque as pessoas beneficiam de remunerações extras e isso é essencial para a gestão
orçamental das famílias. O que cria mais stress – porque não se liga a melhoria da
remuneração – são os constrangimentos criados por horários de trabalho fixos, que
dificultam muito a conciliação do trabalho com a vida familiar, bem como a dificuldade
de os empregados não terem autonomia sobre a gestão do tempo no que respeita a
determinarem quando começar e parar o trabalho.
No que respeita à dimensão ‘factores pessoais’ é natural que os níveis de stress sejam baixos
porque se trata de avaliar certos contributos que cada pessoa dá para a existência de stress.
134
Mas no que respeita às dimensões ‘apoio dos chefes e colegas’ e ‘ambiente físico’, os níveis
de stress são ainda mais irrelevantes em todas as empresas, atingindo os valores mais
baixos em todas elas. Tais situações, que muito contribuem para a diminuição global do
stress em todas as empresas, revelam dois aspectos muito importantes a realçar: o
desenvolvimento da componente relacional é fundamental para que as empresas criem
‘almofadas de amortecimento’ do stress, através do apoio dos chefes e da cooperação entre
colegas; a criação e manutenção de um ambiente físico agradável é muito importante, quer
ao nível da qualidade das instalações, quer ao nível da gestão dos elementos som, luz, etc.,
quer ao nível da organização dos espaços produtivos.
Nessa perspectiva, os resultados apurados pelo estudo desenvolvido, bem como outros
resultados decorrentes de outros estudos e intervenções confirmadas de boas práticas,
permitem traçar um conjunto de recomendações para mitigação do stress ocupacional
através de estratégias, programas e medidas susceptíveis de introduzir maior qualidade de
vida no trabalho e melhor saúde mental e física dos empregados.
4.2.
4.2. Recomendações para a redução do stress
stress ocupacional
• Nível institucional.
• Nível empresarial.
• Nível individual.
Ao nível individual colocam-se todas as acções que respeitam directamente à gestão que
cada indivíduo faz da sua situação concreta.
O maior enfoque será dado ao nível empresarial, que foi o alvo principal do presente
estudo.
135
4.2.1.
4.2.1. Nível institucional e sectorial
sectorial
Aconselha-se, neste sentido, uma especialização jurídica que vise gerar contributos para
que a legislação seja receptível a novos desenvolvimentos e publique leis que contribuam
136
para mitigar o stress e melhorar a qualidade de vida no trabalho, quer por indução dos
planos de acção das organizações internacionais anteriormente referidas, quer por virtude
de estudos nacionais que apontem caminhos que repercutam positivamente sobre os níveis
de stress no trabalho.
4.2.2.
4.2.2. Nível empresarial
Os factores que geram stress estão ligados a diversas causas e, por isso, torna-se necessário
chamar a atenção empresarial para o entendimento de que as diversas intervenções feitas
sobre as empresas podem causar situações de stress num quadro de pressões internas e
externas sobre os empregados.
Em todo o caso deve-se ter presente que as situações de stress identificadas pelo estudo
situam-se basicamente ao nível das formas de organização do trabalho e gestão do tempo
de trabalho que entrecruzam com áreas fundamentais tais como cultura e participação,
liderança e decisão, gestão de recursos, gestão da formação, gestão da saúde e segurança no
trabalho, entre outras.
ESTRATÉGIAS
STRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
137
seja em projectos de gestão do stress, seja noutros projectos que envolvam transversalmente
o stress ocupacional.
• Intervenção exclusivamente interna, em que cada projecto é conduzido por uma equipa
pilotada por um gestor, utilizando técnicas de grupo-focado, de inquirição por
questionário ou por entrevista, ou outras técnicas, que envolvam transversalmente a
força de trabalho visando a obtenção de compromissos partilhados num quadro de
identificação com a missão, a visão, os valores e os objectivos empresariais.
• Intervenção com apoio externo, em que cada projecto é conduzido por uma equipa
mista pilotada por um gestor interno e por um especialista externo, baseada nos
mesmos pressupostos de participação e envolvimento dos empregados. Num caso ou
noutro, as equipas devem ser constituídas transversalmente de modo a serem
representativas dos sectores de trabalho de cada empresa.
Os projectos de intervenção permanente devem criar estruturas fixas, como, por exemplo,
Estruturas de Pesquisa ou Círculos de Saúde que adoptem a mesma filosofia dos Círculos
de Qualidade, envolvendo representantes dos vários sectores das empresas. Tais estruturas
teriam como objectivos a melhoria das condições de saúde, segurança e prevenção do stress
ocupacional.
138
■ Alargamento horizontal e vertical dos processos de trabalho de modo a criar tarefas
variadas e mais responsáveis;
CULTURA E PARTICIPAÇÃO
139
LIDERANÇA E DECISÃO
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
140
• Elaboração de programas de formação sobre os mais diversos assuntos: cultura
organizacional; produtividade; saúde e segurança no trabalho; etc.
4.2.3.
4.2.3. Nível individual
141
• Práticas de liderança que demonstrem atitudes de respeito para com os empregados, de
orientação no trabalho e apoio em situações de crise que interfiram ou não com o
trabalho.
142
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150
APÊNDICES
APÊNDICES
151
APÊNDICE 1 – Dimensões e Parâmetros do Stress
Requisitos de trabalho
Autoridade decisória
Discriminação de tarefas
Condições de trabalho
152
• P6 2: A empresa preocupa-se com a sua segurança no trabalho?
• P6 3: Os recursos de que dispõe são suficientes para a realização das suas tarefas?
• P6 4: A quantidade de trabalho solicitada é adequada ao tempo de que dispõe para o
realizar?
• P6 5: No seu local de trabalho é-lhe exigido que cumpra o horário de trabalho?
• P6 6: No seu local de trabalho pode determinar quando começa e pára de trabalhar?
• P6 7: No seu local de trabalho a empresa concede horas dentro do período de trabalho
para formação?
• P6 8: A actualização/formação é estimulada pelos dirigentes?
• P6 9: A empresa tem em consideração a sua valorização profissional?
• P6 10: A empresa promove a sua progressão na carreira?
• P6 11: Preocupa-se em desenvolver a sua formação/actualização?
Factores pessoais
Ambiente físico
153
APÊNDICE 2 – Empresa01
154
P6_9 20 1 3 2,15 ,671
P6_10 17 1 4 2,71 ,772
P6_11 20 1 4 1,95 ,945
P8_1 20 1 4 2,50 ,946
P8_2 20 1 3 1,50 ,607
P8_3 19 1 3 1,37 ,597
P8_4 19 1 3 1,63 ,684
P8_5 20 1 4 2,75 ,851
P8_6 19 1 3 1,79 ,631
P9_1 20 1 2 1,20 ,410
P9_2 20 1 2 1,20 ,410
P9_3 20 1 2 1,30 ,470
P9_4 20 1 2 1,15 ,366
P9_5 20 1 2 1,25 ,444
P9_6 20 1 3 1,75 ,639
P9_7 18 1 4 1,89 ,758
P9_8 18 1 3 2,17 ,786
P9_9 20 1 3 1,65 ,587
P9_10 20 1 2 1,20 ,410
P13_1 20 1 2 1,30 ,470
P13_1.1 20 1 2 1,05 ,224
P13_2 20 1 2 1,55 ,510
P13_3 20 1 2 1,05 ,224
P13_4 20 1 2 1,05 ,224
P13_5 20 1 2 1,10 ,308
155
APÊNDICE 3 – Empresa02
156
P6_11 9 1 2 1,33 ,500
P8_1 10 1 4 3,10 ,994
P8_2 10 1 2 1,30 ,483
P8_3 10 1 3 1,50 ,850
P8_4 10 1 3 2,00 ,816
P8_5 9 1 3 2,22 ,833
P8_6 9 1 2 1,33 ,500
P9_1 10 1 2 1,40 ,516
P9_2 10 1 2 1,40 ,516
P9_3 10 1 2 1,30 ,483
P9_4 10 1 2 1,10 ,316
P9_5 9 1 2 1,22 ,441
P9_6 9 1 3 1,67 ,707
P9_7 9 1 3 1,89 ,782
P9_8 9 1 3 2,00 ,500
P9_9 9 1 3 1,89 ,601
P9_10 9 1 2 1,11 ,333
P13_1 10 1 2 1,40 ,516
P13_1.1 10 1 1 1,00 ,000
P13_2 10 1 2 1,60 ,516
P13_3 10 1 2 1,30 ,483
P13_4 9 1 2 1,33 ,500
P13_5 9 1 2 1,11 ,333
157
APÊNDICE 4 – Empresa03
158
P6_11 22 1 3 1,50 ,673
P8_1 21 1 4 2,29 1,102
P8_2 22 1 4 1,77 ,752
P8_3 22 1 3 1,32 ,568
P8_4 23 1 2 1,26 ,449
P8_5 23 2 3 2,61 ,499
P8_6 22 1 3 1,36 ,581
P9_1 23 1 3 1,61 ,656
P9_2 23 1 3 1,65 ,573
P9_3 23 1 2 1,57 ,507
P9_4 23 1 2 1,39 ,499
P9_5 23 1 2 1,35 ,487
P9_6 23 1 3 1,78 ,600
P9_7 23 1 4 1,83 ,717
P9_8 23 1 3 1,87 ,694
P9_9 23 1 3 1,83 ,778
P9_10 23 1 3 1,35 ,573
P13_1 23 1 2 1,30 ,470
P13_1.1 23 1 1 1,00 ,000
P13_2 23 1 2 1,26 ,449
P13_3 23 1 2 1,30 ,470
P13_4 23 1 2 1,30 ,470
P13_5 23 1 2 1,04 ,209
159
APÊNDICE 5 – Empresa04
160
P6_11 58 1 4 1,83 ,994
P8_1 41 1 4 1,49 ,925
P8_2 60 1 3 1,63 ,663
P8_3 52 1 4 2,08 1,218
P8_4 57 1 4 1,44 ,802
P8_5 56 1 4 2,30 ,933
P8_6 51 1 22 2,65 2,918
P9_1 59 1 4 2,02 ,841
P9_2 59 1 4 1,97 ,870
P9_3 59 1 4 1,78 ,671
P9_4 59 1 3 1,61 ,670
P9_5 57 1 3 1,65 ,694
P9_6 59 1 3 1,71 ,696
P9_7 53 1 4 2,23 ,847
P9_8 56 1 4 1,91 ,640
P9_9 55 1 4 1,89 ,832
P9_10 56 1 4 1,52 ,687
P13_1 59 1 2 1,19 ,393
P13_1.1 60 1 2 1,08 ,279
P13_2 60 1 2 1,33 ,475
P13_3 60 1 2 1,38 ,490
P13_4 60 1 2 1,30 ,462
P13_5 60 1 2 1,07 ,252
161
APÊNDICE 6 – Empresa05
162
P6_11 91 1 4 1,57 ,747
P8_1 84 1 4 2,38 ,981
P8_2 93 1 3 1,45 ,581
P8_3 88 1 4 1,61 ,863
P8_4 89 1 4 2,03 ,818
P8_5 89 1 4 2,54 ,813
P8_6 84 1 4 2,35 ,871
P9_1 93 1 4 1,83 ,670
P9_2 93 1 4 1,63 ,622
P9_3 93 1 3 1,52 ,583
P9_4 93 1 4 1,41 ,647
P9_5 88 1 4 1,60 ,687
P9_6 92 1 4 1,84 ,730
P9_7 83 1 4 1,96 ,756
P9_8 91 1 4 1,99 ,624
P9_9 88 1 4 2,16 ,693
P9_10 85 1 4 1,65 ,782
P13_1 93 1 3 1,11 ,345
P13_1.1 93 1 2 1,04 ,204
P13_2 92 1 2 1,36 ,482
P13_3 92 1 2 1,34 ,475
P13_4 93 1 2 1,13 ,337
P13_5 93 1 2 1,05 ,227
163
APÊNDICE 7 – Empresa06
164
P6_11 40 1 4 1,68 ,764
P8_1 31 1 4 1,90 ,978
P8_2 41 1 3 1,39 ,542
P8_3 39 1 4 2,44 1,046
P8_4 40 1 3 1,55 ,597
P8_5 38 1 4 2,50 ,797
P8_6 39 1 4 1,77 ,777
P9_1 41 1 4 2,05 ,893
P9_2 41 1 4 2,17 ,834
P9_3 40 1 4 1,95 ,749
P9_4 41 1 3 1,59 ,670
P9_5 41 1 4 1,63 ,733
P9_6 40 1 4 1,75 ,840
P9_7 34 1 3 1,91 ,621
P9_8 39 1 3 1,92 ,580
P9_9 39 1 4 1,95 ,759
P9_10 41 1 4 1,71 ,844
P13_1 41 1 2 1,24 ,435
P13_1.1 41 1 2 1,05 ,218
P13_2 41 1 2 1,29 ,461
P13_3 41 1 2 1,39 ,494
P13_4 41 1 2 1,32 ,471
P13_5 41 1 2 1,29 ,461
165
APÊNDICE 8 – Empresa07
166
P6_11 252 1 4 1,69 ,842
P8_1 173 1 4 1,42 ,793
P8_2 254 1 4 1,76 ,734
P8_3 253 1 4 1,55 ,788
P8_4 251 1 3 1,23 ,482
P8_5 245 1 4 2,20 ,887
P8_6 198 1 4 2,93 1,040
P9_1 257 1 4 2,04 ,797
P9_2 258 1 4 2,04 ,824
P9_3 257 1 4 1,97 ,836
P9_4 258 1 4 1,71 ,792
P9_5 220 1 4 2,07 ,901
P9_6 235 1 4 2,17 1,010
P9_7 197 1 4 2,56 ,944
P9_8 235 1 4 2,10 ,770
P9_9 221 1 4 2,41 ,913
P9_10 208 1 4 2,27 1,042
P13_1 262 1 2 1,13 ,341
P13_1.1 262 1 2 1,06 ,247
P13_2 259 1 2 1,44 ,497
P13_3 255 1 2 1,39 ,488
P13_4 259 1 2 1,32 ,466
P13_5 260 1 2 1,30 ,461
167
APÊNDICE 9 – Empresa08
168
P6_11 8 1 3 1,38 ,744
P8_1 6 1 4 2,50 1,049
P8_2 8 1 3 1,50 ,756
P8_3 8 1 3 1,63 ,744
P8_4 8 1 2 1,38 ,518
P8_5 7 1 3 2,29 ,756
P8_6 7 1 4 2,14 1,069
P9_1 8 1 3 1,63 ,744
P9_2 8 1 3 1,63 ,744
P9_3 8 1 3 1,75 ,707
P9_4 8 1 3 1,63 ,744
P9_5 8 1 3 1,50 ,756
P9_6 7 1 4 2,00 1,000
P9_7 7 1 4 2,14 ,900
P9_8 8 1 3 2,00 ,756
P9_9 8 1 3 2,13 ,835
P9_10 8 1 3 1,50 ,756
P13_1 8 1 2 1,13 ,354
P13_1.1 8 1 2 1,13 ,354
P13_2 8 1 2 1,13 ,354
P13_3 8 1 2 1,38 ,518
P13_4 8 1 1 1,00 ,000
P13_5 8 1 1 1,00 ,000
169
APÊNDICE 10 – Empresa09
170
P6_10 6 1 2 1,33 ,516
P6_11 7 1 2 1,43 ,535
P8_1 5 1 3 1,80 1,095
P8_2 7 1 2 1,43 ,535
P8_3 7 1 4 1,86 1,215
P8_4 7 1 3 2,29 ,756
P8_5 6 2 4 3,00 ,632
P8_6 7 1 3 1,57 ,787
P9_1 7 1 3 2,00 ,816
P9_2 7 1 3 1,86 ,900
P9_3 7 1 3 1,71 ,756
P9_4 6 1 2 1,33 ,516
P9_5 6 1 2 1,33 ,516
P9_6 6 1 2 1,17 ,408
P9_7 6 1 3 1,50 ,837
P9_8 7 1 2 1,29 ,488
P9_9 7 1 2 1,43 ,535
P9_10 6 1 1 1,00 ,000
P13_1 7 1 1 1,00 ,000
P13_1.1 7 1 2 1,14 ,378
P13_2 7 1 2 1,43 ,535
P13_3 7 1 1 1,00 ,000
P13_4 7 1 2 1,29 ,488
P13_5 7 1 2 1,29 ,488
171
APÊNDICE 11 – Empresa10
172
P6_11 16 1 4 1,94 ,854
P8_1 11 1 4 2,55 ,934
P8_2 18 1 4 2,06 ,873
P8_3 17 1 4 1,94 ,899
P8_4 18 1 4 2,50 ,857
P8_5 18 1 4 2,89 ,676
P8_6 16 1 4 3,00 1,033
P9_1 18 1 4 2,67 ,767
P9_2 18 1 4 2,39 ,850
P9_3 18 1 4 2,00 ,767
P9_4 18 1 4 2,44 ,705
P9_5 18 1 4 2,56 ,784
P9_6 15 1 4 2,33 ,816
P9_7 12 2 4 2,58 ,669
P9_8 15 1 3 2,47 ,640
P9_9 15 1 4 2,60 ,910
P9_10 17 1 4 2,24 ,903
P13_1 17 1 2 1,29 ,470
P13_1.1 17 1 1 1,00 ,000
P13_2 17 1 2 1,35 ,493
P13_3 17 1 2 1,29 ,470
P13_4 16 1 2 1,38 ,500
P13_5 17 1 2 1,76 ,437
173