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Ementa:
A disciplina dá continuidade ao estudo da atenção conjunta sob a perspectiva da ecologia
da atenção proposta por Yves Citton (2014/2016). Afastando-se uma abordagem
individualista da atenção, busca discutir as trocas e partilhas atencionais envolvendo
pessoas e coisas. O estudo da atenção como cuidado (em inglês care e em francês souci
e soin) permite explorar a dimensão ética e política da atenção, destacadas por Isabelle
Stengers, Vinciane Despret e Maria Puig de la Bellacasa. As práticas de cuidado possuem
um limite, por vezes tênue, com as práticas da sociedade do controle, descrita por Gilles
Deleuze. O tema do auto-controle, presente nos estudos clássicos por meio das noções
de atenção voluntária e esforço individual (Jean-Pierre Lachaux, 2013), ganha novos
contornos na contemporaneidade. Frente à avalanche de dados aos quais somos
permanentemente submetidos e à atitude de alerta permanente em que vivemos, o
controle parece, numa formulação paradoxal, fugir de nosso próprio controle quando é
exercido por instâncias de vigilância cada vez mais sofisticadas (Fernanda Bruno, 2009).
Na sociedade da vigilância o controle sobre nosso comportamento e a disputa pela
atenção da subjetividade-consumidor exige a discussão dos limites entre práticas de
cuidado e práticas de controle. Com Tim Ingold e Jan Masschlein, a questão da atenção
conjunta se desdobra em propostas no campo educacional, por meio da formulação de
uma educação da atenção. A discussão sobre as trocas atencionais envolvendo pessoas
e coisas tomará como referência as ideias de Etienne Souriau, desenvolvidas por David
Lapoujade, acerca da relação entre o artista e a obra de arte. O texto de Erin Manning
sobre alguns problemas das pessoas com deficiência em tempos de pandemia de Covid-
19 traz atualidade à discussão sobre arte e cuidado.
Programa:
Bibliografia:
Bellacasa, M. P. de la. Nada vem sem seu mundo: pensando com cuidado. Tradução
Ronald Arendt. (mimeo)
Caliman, L. V., César, J. M., & Kastrup, V. (2020). Práticas de cuidado e cultivo da atenção
com crianças. Revista Educação, Artes e Inclusão, 16(4), 166-195.
Lachaux, J-P. Le cerveau attentif. Paris: Odile Jacob, 2013. Avant propos, caps. 1 e 12 (La
maîtrise de l’attention: tout um art. p.319-356)
Lapoujade, D. As existências mínimas. São Paulo: N-1 edições, 2017. Cap. Modos de
existência (p.17-41) e Cap. Distentio Animi (p.61-78).
Manning, E. Distanciamento.
https://www.glacedicoes.com/post/a-palavra-e-virus-distanciamento-erin-manning
Masschelein, J. (2010). E-ducating the gaze: the idea of a poor pedagogy. Ethics and
education, 5(1), 43-53.
https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/17449641003590621
Stengers, I. No tempo das catástrofes. São Paulo: Cosac Naify, 2015. Caps. 6 (p.55-61) e
10 (p.91-99).
Bibliografia complementar:
Despret, V. From secret agentes to interagency. History and Theory, Theme Issue 52
(Decembre, 2013), 29-44.
Pelbart, P. Por uma arte de instaurar modos de existência que “não existem”.
Ano Semestre
PROGRAMA DE DISCIPLINA 2021 1