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INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL DE LUANDA – IPIL / MAKARENKO

TRABALHO DE
TELECOMUNICAÇÕES
Linhas de Transmissão

Nome:Bermardo Bizela António


Nº: 10
Turma: ET10AN
Classe: 1ª
DOCENTE:
----------------------------------

MAIO, DE 2021
Índice

o Introdução....................................................pag.3

1. Linhas de transmissão com perdas...........pag.4

a. Perdas por condução......................pag.4-11

b. Perdas dielétricas............................pag. 12

2. Análise de linhas de transmissão sem perdas no regime


harmônico.................................................pag.13

a. Soluções para V e I.........................pag.13-14

3. Linha de transmissão terminada em uma carga...pag.14

a. Coeficiente de reflexão...........pag.14-15

b. Impedância de entrada.............pag.15-17

Conclusão..................pag.18

Bibliografia.......................pag.19
3|Página
Introdução

Linhas de transmissão e guias de onda são estruturas guiantes,


longitudinais, utilizadas para o transporte de informação e energia. Linhas
de transmissão formam uma classe especial de guias de onda, em que o
campo eletromagnético se propaga na direção longitudinal da estrutura,
sendo assim guiado por esta. A diferença de terminologias se dá em
função dos tipos de modos que uma ou outra estrutura pode suportar.
Linhas de transmissão, com estruturas típicas mostradas na Fig.1,
compostas por uma configuração longitudinal de dois ou mais condutores
imersos em um dielétrico homogêneo, podem suportar modos
transversais eletromagnéticos (TEM) em que os campos elétrico e
magnético são inteiramente contidos no plano ortogonal à direção de
propagação. Esse regime de operação se dá até uma certa frequência,
acima da qual modos de ordem superior podem ser excitados na linha de
transmissão.
Linhas de transmissão são utilizadas em aplicações de baixa
potência para o transporte de informação em sistemas de
telecomunicações, no transporte de dados entre diferentes porções de
circuitos integrados e processadores, e no caso de alta potência, para o
transporte de energia em sistemas de alta tensão.
Fig.1 – Algumas estruturas típicas de linhas de transmissão. 

 
 
 Linha de fita - um
Cabos paralelos Cabo coaxial 
dielétrico

 
 

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1. Linhas de transmissão com perdas
a. Perdas por condução
Uma questão importante ao se considerar o emprego de linhas de
transmissão no transporte de informação ou energia é a atenuação
introduzida pelas perdas dissipativas nos condutores, bem como, pelas
perdas dielétricas ou magnéticas. O cálculo desse parâmetro é
importante, pois impõe limitações de distância na transmissão seja de
energia ou de informação entre pontos remotos. Nesta seção as perdas
nos condutores são analisadas.
A solução para os campos guiados por uma linha de transmissão no caso
em que os condutores exibem perdas, é de difícil obtenção, uma vez que
seria necessário resolver um problema de valores de fronteira em que os
campos no interior dos condutores também teriam de ser determinados.
No entanto, para o caso de pequenas perdas, em que os condutores têm
alta condutividade, e no regime em que a penetração nestes é muito
pequena relativamente às dimensões envolvidas, uma boa aproximação é
utilizar a solução para os campos obtidas no caso de condutores perfeitos.
Com base nessa solução, pode-se obter, com muito boa aproximação, a
atenuação devido às perdas de condução. Uma forma de analisar essa
questão é através do conceito de resistência de folha. Alternativamente,
o teorema de Poynting pode ser usado para determinar as perdas tanto de
condução quanto dielétricas/magnéticas.
Os efeitos de dissipação em condutores imersos em uma região de
campos variantes no tempo, na aproximação do condutor exibir alta
condutividade, podem se levadas em conta com o emprego do conceito
de resistência de folha. Esse conceito pode ser utilizado, de forma
aproximada quando a profundidade pelicular é muito menor que o raio de
curvatura do condutor.
A solução para os campos guiados por uma linha de transmissão no caso
em que os condutores exibem perdas tem uma dificuldade analítica, uma
vez que seria necessário resolver um problema de valores de fronteira em
que os campos no interior dos condutores também teriam de ser

5|Página

determinados. No entanto Para uma onda TEM a densidade de corrente


superficial no condutor pode ser obtida de (8.175), i.e.,

, (9.63)
em que é o vetor unitário normal à superfície do condutor e dirigido
para o seu interior.
A Fig.9.5 ilustra a disposição dos vetores que compõem (9.63), em cada
superfície condutora de uma linha de transmissão. Como discutido no
Capítulo 8, essa corrente de superfície é na realidade o efeito integral da
densidade de corrente volumétrica no condutor, que por sua vez é
paralela ao campo elétrico no condutor. Isso implica que existe uma
componente longitudinal do campo elétrico, paralela ao vetor .

Fig.9.5 – Disposição dos vetores de campo nas superfícies condutoras.

O campo elétrico longitudinal pode ser obtido na aproximação em que o


raio de curvatura do condutor é grande comparado à profundidade de
penetração . Nessas condições, pode-se admitir que o campo
eletromagnético penetra no condutor na forma de uma onda plana com
incidência frontal, exponencialmente decrescente conforme discutido no
final do Capítulo 8. Essa situação está ilustrada na Fig.9.6.

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Fig.9.6 – Orientação relativa dos campos no interior de um condutor.

No interior do condutor, o campo magnético é dado por

(9.64)

com representando o campo elétrico no condutor e, conforme (8.158),


i.e.,

a impedância do condutor, em que é a resistência de folha, dada por


(8.159), i.e.,

com representando a profundidade de penetração, dada por (8.157).


Note que, levando em conta que o campo de fato penetra no condutor, a
condição de contorno original seria

, (9.65)
uma vez que o campo é aquele obtido na condição de condutores
perfeitos, sendo portanto tangencial em cada ponto das superfícies
condutoras.
Fazendo o produto vetorial em ambos os membros tem-se
7|Página

Usando a identidade vetorial (1.40), reproduziad abaixo

, (1.40)
obtém-se

.
Dado que

vem

ou equivalentemente

o que fornece

(9.66)

De acordo com a discussão no final do Capítulo 8, a resistência de


uma porção longitudinal de comprimento tendo segmento transversal
atravessado pela corrente no condutor, conforme ilustrado na Fig.9.7,
pode ser obtida pela relação (8.172), ou seja,

8|Página

Fig.9.7 – Geometria para o cálculo da resistência de uma porção do


condutor.

O resultado (8.168), para a potência ativa dissipada no volume de


penetração dos campos do condutor pode ser generalizado para
determinar a potência dissipada em um volume diferencial do condutor,
subtendido por um segmento diferencial atravessado ortogonalmente
pela corrente de superfície , conforme ilustrado na Fig. 9.8. Essa porção
fornece uma corrente

. (9.67)
Utilizando (8.168) e (8.172), obtém-se para um segmento longitudinal
uma potência dissipada

(9.68)
Inserindo (9.67) em (9.68) obtém-se

Essa expressão permite obter a atenuação da onda ao se propagar na


linha de transmissão. Se as superfícies dos condutores têm perímetros ,
conforme mostrado na Fig.9.8, a potência dissipada em um comprimento
, pode ser obtida de
, (9.69)

em que o sinal + está associado ao condutor em que a corrente flui no


sentido +z . É importante observar que essas integrais são positivas
9|Página
definidas. Ou seja, o caminho de integração sempre é realizado de forma
que o resultado seja positivo.

Fig.9.8 – Geometria para cálculo da potência dissipada nos condutores de


uma linha de transmissão.

Na situação simples em que a corrente de superfície tem densidade


constante em cada condutor (9.969) reduz-se a

, (9.70)

com representando os perímetros dos caminhos . No caso em que os


condutores são idênticos, i.e., , e notando que nessa hipótese

, (9.70) reduz-se a

, (9.71)
com

(9.72)
representando um perímetro equivalente àqueles dos dois condutores.
Resta determinar a atenuação da potência eletromagnética. De acordo
com o teorema de Poynting, flui uma potência ativa, que em um ponto de
coordenada z, é dada por

10 | P á g i n a

. (9.73)
A expressão (9.73) ou seus casos particulares, mostra que a potência ativa
cai a uma taxa

(9.74)
Utilizando (9.70) obtém

. (9.75)

Devido às perdas, a potência deve decair exponencialmente com uma


constante de atenuação , tal que

(9.76)
o que equivale a uma taxa de variação

, (9.77)

ou equivalentemente, a uma constante de atenuação de amplitude

. (9.78)
Substituindo (9.73) e (9.75) em (9.78), fornece a expressão procurada para
a constante de atenuação
. (9.79)
Alternativamente, essa expressão pode ser escrita em termos do campo
magnético tangencial, calculado para o caso ideal. É importante observar
que
11 | P á g i n a

e portanto (9.79) pode ser escrita na forma

. (9.80)

em que representa o campo tangencial na superfície do condutor


correspondente. É importante observar que o resultado independe da
corrente, uma vez que o campo magnético é uma função linear da
corrente em cada condutor.
Por exemplo, na hipótese de os dois condutores forem de mesmo material
e com distribuição de corrente superficial constante, em que é válida a
expressão (9.67), (9.80) reduz-se a

. (9.81)

Essa expressão demonstra a importância dos conceitos de resistência de


folha e impedância característica da linha, dada, entre outras coisas, a
relação direta destes com a constante de atenuação da linha de
transmissão.

Exemplo 1.a. Determinação da constante de atenuação de um cabo


coaxial devido às perdas de condução.
Para o cabo coaxial ilustrado na Fig.9.3 em que os condutores
interno e externo têm a mesma condutividade, e assumindo válida a
hipótese , as correntes de superfície em ambos os condutores são
uniformes. Assim, (9.81) pode ser utilizada. De (9.72), tem-se

e (9.81) fornece

. (9.82)

12 | P á g i n a
B. Perdas dielétricas
Levando em conta apenas o efeito de perdas de natureza dielétrica
ou magnética, a constante de propagação na linha de transmissão assume
a forma complexa

, (9.83) 
em que o índice de refração complexo é dado, em termos da
permissibilidade relativa

, (9.84)
com

. (9.85)
Como mostrado no Capítulo 7, para pequenas perdas,

, (9.86)

. (9.87)

Assim, (9.83) assume a forma

, (9.88)

em que
(9.89)
é a constante de fase e

, (9.90)

é a constante de atenuação devido às perdas dielétricas e magnéticas no


meio de preenchimento. Note que na aproximação de pequenas perdas, e
para o modo TEM em uma linha de transmissão, a constante de
atenuação, devido às perdas materiais no meio de preenchimento,
independe dos parâmetros geométricos da linha de tranmissão.
13 | P á g i n a
A constante de atenuação na linha de transmissão, levando em conta
tanto as perdas nos condutores, quanto aquelas no meio de
preenchimento é obtida simplesmente pela adição de (9.79) e (9.90), i.e.,

. (9.91)
2. Análise de linhas de transmissão sem perdas no regime harmônico
A análise de linhas de transmissão no regime sem perdas fornece as
características e propriedades básicas dessas estruturas, conforme
descrito a seguir.
 
2.a. Soluções para V e I
 

Para LT sem perdas a constante, tem-se e , e (9.134)


fornece
 
,

e de (9.137) a constante de fase se torna


 

. (9.142)
 
De (9.140), a impedância característica fica puramente real e dada
por

. (9.143)

Note que os resultados (9.142) e (9.143) são aqueles previstos pela


análise de campos em linhas de transmissão tratada em seções anteriores.
No regime sem perdas, e com base em (9.142) as ondas de tensão e
corrente ao longo da linha assumem as formas

  (9.144)

14 | P á g i n a

. (9.145)

3. Linha de transmissão terminada em uma carga


 
3.a. Coeficiente de reflexão
Na hipótese de a linha de transmissão ser infinitamente extensa ou
altenativamente, ser terminada por uma carga que não produz reflexão de
onda, admitindo que a propagação ocorra no sentido +z, as ondas de
tensão e corrente se tornam 

(9.146)

(9.147)

Se, por outro lado, a linha é terminada por uma carga arbitrária, um
certo grau de reflexão de onda pode ocorrer e (9.144) e (9.145) devem ser
utilizadas para as ondas de tensão em corrente. Para analisar essa questão
assume-se que a carga esteja localizada em z = 0, e que o ponto onde se
mede a tensão e corrente na linha esteja a uma distancia l da carga, tendo
portanto coordenada , conforme ilustrado na Fig.9.12. De (9.144) e
(9.145), em z = 0, a tensão e corrente na carga são, respectivamente,

, (9.148)

, (9.149)
em que o subscrito L nessas expressões é a inicial da palavra carga (do
inglês load ).
Definindo o coeficiente de reflexão na carga na forma

, (9.150)

as expressões (9.148) e (9.149) podem ser re-escritas nas formas


15 | P á g i n a

, (9.151)

. (9.152)

Uma vez que sobre a carga tem-se

, (9.153)

pode-se determinar o coeficiente de reflexão, inserindo (9.151) e (9.152)

em (9.153), o que fornece

(9.154
 
Fig.9.12 Representação de uma linha de transmissão terminada por uma
carga.

Note que (9.154) tem a mesma forma da expressão obtida para o


coeficiente de reflexão de uma onda plana com incidência normal sobre
uma interface, conforme descrito no Capítulo 8, com as impedâncias de
onda naquela formulação, substituídas pelas impedâncias convencionais
da teoria de circuitos.
 
3.b. Impedância de entrada
A impedância de entrada Zin é calculada da razão entre tensão e
corrente em . Utilizando (9.144) e (9.145), essa razão é
16 | P á g i n a

, (9.155)

que após algumas manipulações algébricas reduz-se a

  . (9.156)

Alternativamente, a de entrada pode ser calculada invertendo essa


expressão, o que fornece 

, (9.157)
em que 

(9.158)

é a admitância característica da linha e

(9.159)

é a admitância da carga.
Alternativamente a formulação pode ser feita relacionando
diretamente a impedância (admitância) de entrada com o coeficiente de
reflexão de entrada, definido como a razão entre ondas refletida e
incidente em , i.e.,

. (9.160)

Utilizando (9.150), essa expressão pode ser posta na forma 

, (9.161)
que mostra que o coeficiente de reflexão de entrada tem o dobro da
freqüência angular espacial das ondas de tensão e corrente. Em termos do

17 | P á g i n a
coeficiente de reflexão de entrada dado por (9.161), a impedância de
entrada expressa por (9.155) pode ser posta na forma

. (9.162)

Essa expressão pode ser re-escrita de forma a explicitar a dependência do


coeficiente de reflexão em termos da impedância de entrada na forma
, (9.163)

que tem estrutura idêntica a (9.154). Em termos das admitâncias, tem-se

. (9.164)

18 | P á g i n a

Conclusão

Contudo diz-se então que, a rede de transmissão são os RFI (voz, dados e
sinais) é composta dos sistemas de transmissão através dos quais são
realizadas as interconexões entre as centrais de comutação (veja central
telefônica) ou entre redes de computadores.
Os sistemas de transmissão utilizam meios para o envio das informações,
estes meios podem ser de dois tipos: meios físicos, por exemplo, cabo
coaxial e fibra óptica, e meios não-físicos, o espaço livre. Pode-se
conceituar meio de transmissão como todo suporte que transporta as
informações entre os terminais telefônicos, desde a origem (central
telefônica na origem da chamada) até o destino (central telefônica no
destino da chamada) e vice-versa. Como suporte à transmissão temos:
telefone, linha de assinante, percurso interno nas centrais telefônicas,
linhas físicas, multiplex, rádio, atmosfera e vácuo. Há um tipo de meio de
transmissão. Tanto o meio utilizado por fio ou cabo quanto o meio
utilizado pelo "espaço" são físicos.
20 | P á g i n a

Bibliografia

Eletromagnetismo - Parte II
Capítulo 9
Linhas de Transmissão
Eduardo Fontana, PhD

Professor Titular

Departamento de Eletrônica e Sistemas

Universidade Federal de Pernambuco 


 1a. Edição - Versão 1.0 - 09/03/2013
Versão atual - 1.5 - 01/08/2013
Copyright 2011/2012/2013 by Eduardo Fontana 

Recife, 2011-2013

Endereço:

http://Isi.fotonica.ufpe.br/fotona/Eletromagnetismo2/EletromagnetismoWebParte02cap9

.htm

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