ABSTRACT
Introduction: Human health is directly linked to nutrition, the way we eat, and the
interaction of nutrients in food with our body, as some of these interactions can cause
harmful changes in our body such as the increase in inflammatory biomarkers that they
can lead to serious health problems, both in the metabolism, and in the increased risk of
atherosclerosis and in the cardiometabolic scope. Thus, among the food groups known
and consumed by humans, dairy products have been causing disagreement in academia
about whether or not they are pro-inflammatory agents. Objectives: To assess whether
dairy consumption has positive results for the reduction of inflammatory markers, and
other aspects of human health. Methodology: A retrospective, qualitative and exploratory
study will be carried out. Data obtained through a systematic literature review, through
searches of scientific articles indexed in the main databases, such as Pubmed, Scientific
Electronic Library Online (SciELO), Medline, Science Direct and Lilacs. Full and
original articles, published between 2010-2021, in Portuguese, Spanish and English, will
be included, consistent with the theme of this study. Results: The studies reviewed in this
work pointed to a neutral-protective association on the consumption of dairy products in
relation to inflammation, and serum level of inflammatory biomarkers. Conclusion: Only
the isolated factor of dairy consumption does not show a pro-inflammatory effect, the
opposite response having been found, with a reduction in inflammatory markers,
however, it is still necessary to carry out more studies on this topic, for a better
understanding of the mechanisms and components involved in these pointed anti-
inflammatory responses.
Keywords: Dairy; Inflammation; Inflammatory Markers.
SUMÁRIO
1 Introdução ................................................................................................................ 5
2 Metodologia .............................................................................................................. 6
3 Resultados e Discussão ............................................................................................. 6
3.1 Lácteos e ação anti-inflamatória ....................................................................... 9
3.2 Benefícios em outros aspectos da saúde .......................................................... 10
4 Conclusão ............................................................................................................... 12
5 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 12
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1 Introdução
É conhecido que o aumento da inflamação, indicada pelos marcadores
inflamatórios, pode causar diversos prejuízos à saúde humana, podendo levar a quadros
de doenças cardiovasculares. Como acontece com a PCR (proteína C reativa) que tem a
capacidade de inibir a produção de óxido nítrico (NO), que tem função na regulação do
tônus vascular, e controle da pressão arterial atuando como vasodilatador, essa inibição
gerada pela PCR acontece pela inibição da enzima eNOS (óxido nítrico sintase), que atua
na síntese de óxido nítrico, sendo desta forma a PCR uma causadora de disfunções
endoteliais e aumentando a probabilidade de eventos cardiovasculares (TEIXEIRA et al.,
2014).
A inflamação pode ser definida como um conjunto de alterações bioquímicas
fisiológicas e imunológicas em resposta a estímulos agressivos ao organismo podendo
ser dividida em 2 fases sendo elas a fase aguda, que ocorre em resposta do corpo a alguma
agressão sofrida, e a crônica que começa de maneira insidiosa, de baixo grau e muitas
vezes assintomáticas, gerando lesão tissular incipiente devido a ativação de longo prazo
do sistema imune inato, tendo em vista que a correlação entre alimentação e marcadores
inflamatórios vem sendo amplamente apontada por estudos observacionais e ensaios
clínicos, torna-se este campo de pesquisa um campo altamente relevante e promissor
(GERALDO et al., 2008).
Sabemos também que a alimentação exerce forte influência sobre a condição
inflamatória na saúde humana, devido a interação que determinados compostos da dieta
tem com o organismo em diversos aspectos, sendo que os padrões alimentares interferem
diretamente no risco de doenças crônicas, e que a inflamação está associada também a
maior ocorrência de síndrome metabólica e maior risco para doenças cardiovasculares,
sendo a alimentação forte influenciadora na redução de biomarcadores inflamatórios
(BRESSAN et al., 2009).
Conhecendo a inflamação e sabendo da sua correlação com a alimentação, o atual
trabalho destaca um determinado grupo alimentar que vem causando certa divergência no
meio acadêmico sobre seu potencial efeito redutor de marcadores inflamatórios, são eles
os lácteos. Leite e produtos lácteos representam cerca de 14% da ingestão calórica em
países desenvolvidos (FAO, 2013 apud BORDONI et al., 2017). Todos os produtos
lácteos tem como sua matéria prima, o leite, alimento este que faz parte da alimentação
humana, e tem grande importância devido ao seu alto valor biológico como fonte de
macronutrientes, e também micronutrientes e minerais importantes para a saúde humana
sendo seu consumo recomendado principalmente para que se possa atender as
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recomendações diárias de cálcio, nutriente este que dentre outras funções, tem
participação fundamental na manutenção da estrutura óssea (MUNIZ et al., 2013).
Porém esse grupo alimentar vem gerando divergência no meio acadêmico sobre
seu real impacto sobre os níveis de marcadores inflamatórios.
Assim justificam-se as pesquisas à com objetivo de avaliar o potencial deste grupo
alimentar sobre os marcadores inflamatórios, e acredita-se que terá um efeito neutro ou
anti-inflamatório.
2 Metodologia
Tipo de pesquisa: Se trata de um estudo retrospectivo, em que foi realizado uma
pesquisa qualitativa, tendo objetivos de caráter exploratório, tendo as coletas de dados
feitas por meio de revisão bibliográfica.
Coleta de dados: A pesquisa foi realizada através de revisão sistemática da
literatura através das bases de dados como: Pubmed, Scielo, Medline, Science direct, e
Lilacs. Sendo utilizadas as seguintes palavras chaves: “lácteos”, “inflamação”,
“marcadores inflamatórios”, e “produtos lácteos” utilizando idiomas português e inglês.
Critérios de inclusão e exclusão: Os critérios utilizados para esta revisão foram
artigos completos disponíveis eletronicamente, artigos originais nos idiomas português,
espanhol e inglês, ensaios clínicos, estudos de casos. Foram excluídos da revisão artigos
cujo títulos não condizem com o tema, ou com as variáveis citadas anteriormente.
Seleção dos artigos e extração de dados: Tanto títulos quanto resumos de todos
os artigos identificados pela estratégia de busca, serão avaliados pelo autor deste trabalho,
em seguida cada artigo foi avaliado independentemente de acordo com os pré requisitos
de inclusão e exclusão. Os dados extraídos foram, identificação de publicação,
metodologia utilizada, de acordo com o tema e objetivos do trabalho.
Avaliação de resultados: Após a coleta de dados, as expressões analíticas e os
resultados foram expostos e apresentados, por meio de explanações e tabelas.
3 Resultados e Discussão
Os estudos encontrados foram avaliados quanto à sua qualidade metodológica e
considerando os critérios propostos, sendo possível apresentar uma compilação destes
relacionados à produção científica sobre o consumo alimentar de laticínios e sua resposta
anti-inflamatória. Os resultados encontrados para a presente revisão foram sumarizados e
estão expostos no Quadro 1.
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Quadro 1 – Autor, ano de publicação, título, objetivos, metodologia e resultados encontrados dos trabalhos sobre o consumo alimentar de laticínios e
sua resposta anti-inflamatória.
Autor, ano e Título Objetivos Metodologia Resultados
revista.
ULVEN et al., Consumo de leite e produtos Avaliar a relação aos Revisão sistemática da O consumo de leite ou derivados
2019
lácteos e biomarcadores efeitos do leite e literatura pelas bases de dados não apresentou efeito pró-
inflamatórios: uma revisão produtos lácteos em Medline (via PubMed) e inflamatório em adultos saudáveis
Advances in
sistemática atualizada de biomarcadores Scopus (que inclui EMBASE e ou em adultos com sobrepeso ou
nutrition, v. 10
ensaios clínicos inflamatórios por meio Web of Science). obesidade ou com SM ou DM2.
n. 2, p. 239-
randomizados de um RS de ensaios
250, 2019
clínicos randomizados
(RCTs).
ABREU et al., Associação do consumo de O objetivo foi investigar Estudo transversal. Os resultados sugerem uma
2019
produtos lácteos com a associação entre o associação inversa entre o total de
Nutrients, v. 11, biomarcadores metabólicos e consumo de produtos produtos lácteos e a ingestão de
n. 10, p. 2268, inflamatórios em lácteos e biomarcadores leite e as concentrações séricas de
2019. adolescentes: uma análise metabólicos e IL-6 entre adolescentes.
transversal do estudo inflamatórios em
LabMed. adolescentes
portugueses, e se a
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indicar que os produtos lácteos podem ter papéis protetores contra doenças inflamatórias
crônicas (LORDAN et al., 2017).
Um estudo transversal realizado com 412 adolescentes portugueses do 7º e 10º
anos (12 a 18 anos); onde os pontos de corte da Organização Mundial da Saúde foram
usados para categorizar os adolescentes como sem excesso de peso (PN) ou com excesso
de peso (EP); e também foram coletadas amostras de sangue para análise de PCR, IL-6,
leptina e adiponectina. A ingestão de produtos lácteos foi avaliada por meio de um
questionário de frequência alimentar e os participantes foram divididos por tercis de
acordo com a quantidade de laticínios consumida. As associações entre o consumo de
produtos lácteos com biomarcadores metabólicos e inflamatórios foram avaliadas usando
modelos de regressão linear generalizada com ligação logarítmica e distribuição gama e
ajustados para evitar possíveis confusões. Este estudo apresentou uma associação inversa
entre o total de produtos lácteos e ingestão de leite e as concentrações séricas de IL-6 em
adolescentes sem excesso de peso, mas não com excesso de peso. Além disso,
adolescentes sem excesso de peso no tercil intermediário de consumo de iogurte
apresentaram níveis mais baixos de IL-6 do que aqueles do tercil inferior (ABREU et al.,
2019).
Outro estudo realizado a partir de ensaios baseados em células que foram usadas
para testar a capacidade das preparações de MFGM (membrana de glóbulo de gordura do
leite) para modular os níveis dos mediadores inflamatórios IL-1β, óxido nítrico, ânion
superóxido, CO-2 e elastase de neutrófilos foi relatado que a atividade anti-inflamatória
da MFGM, não vem de um único componente, e sim é contribuída por uma variedade de
componentes que atuam em conjunto contra vários alvos inflamatórios. A partir disso
confirmou-se então o potencial da MFGM como uma intervenção nutricional para a
mitigação de condições inflamatórias sejam elas tanto crônicas quanto agudas
(PALMANO et al., 2020).
à base de iogurte, foi associado a níveis mais baixos de gordura corporal, e menor risco
cardiovascular, e maior aptidão cardiorrespiratória (PASIAS et al., 2016).
Resultados de estudos sobre impactos na saúde causada pelo consumo de lácteos
e seus subprodutos principalmente seus fosfolipídios, mostram que foi documentada uma
relação inversa entre o consumo de produtos lácteos e a prevalência de síndrome
metabólica, e que a ingestão de membrana de glóbulo de gordura do leite (MFGM, uma
rica fonte de fosfolipídios) em longo prazo combinada com exercícios regulares melhorou
a capacidade de resistência; esta melhora é devida a um aumento do metabolismo lipídico
modulado por componentes da MFGM. A atividade dos fosfolipídios na saúde do cérebro
também foi testada em modelos humanos in vivo por outros autores outros autores
evidenciando que os fosfolipídios do leite, que aumentaram a disponibilidade de cortisol,
podem atenuar os prejuízos da memória induzidos pelo estresse em um homem com
estresse crônico. Os efeitos positivos associados ao cérebro podem estar relacionados ao
fato da MFGM conter grandes quantidades de derivados de colina (fosfocolina,
glicerofosfocolina, fosfatidilcolina e esfingomielina) (VERARDO et al., 2017).
4 Conclusão
Desta forma com base na literatura revisada por este trabalho, é possível concluir
que o consumo de produtos lácteos demonstrou ter um impacto inversamente
proporcional na redução dos marcadores inflamatórios onde o consumo de acima de 11-
14 porções na semana demonstrou impacto positivo, sendo consideravelmente menor o
nível de marcadores inflamatórios quando comparado aos que ingeriram menos de 8
porções na semana. Sendo essa redução nos níveis de marcadores inflamatórios como
PCR, IL-6, e TNF-α.
Assim o presente trabalho constata por meio da revisão feita, que há uma
associação neutra protetora do consumo de lácteos para com os níveis de marcadores
inflamatórios e a saúde cardiometabólica, podendo serem considerados como agentes
anti-inflamatórios; tendo diminuído as concentrações séricas de IL-6 em adolescentes. A
MFGM que é derivada dos lipídeos lácteos, possui uma forte ação anti-inflamatória,
sendo necessário um maior aprofundamento da literatura a respeito.
5 Referências Bibliográficas
ABREU, S. et al. Association of Dairy Product Consumption with Metabolic and
Inflammatory Biomarkers in Adolescents: A Cross-Sectional Analysis from the
LabMed Study. Nutrients, v. 11, n.10, p. 2268, 2019. Disponível em
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ASLAM, H. et al. The effects of dairy and dairy derivatives on the gut microbiota: a
systematic literature review. Gut Microbes, v. 12, n. 1, 2020. Disponível em
<https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/19490976.2020.1799533>. Acesso em 7
de abril de 2021.