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Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou

psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês


bully, "tiranete" ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de
intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se
defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em
determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de
assédio escolar pela turma.

Terminologia
Devido ao fato de ser um fenômeno que só recentemente ganhou mais atenção, o
assédio escolar ainda não possui um termo específico consensual [1], sendo o termo em
inglês bullying constantemente utilizado pela mídia de língua portuguesa. Existem
entretanto alternativas como acossamento, ameaça, assédio, intimidação'[2]', além dos
mais informais judiar e implicar"[3], além de diversos outros termos utilizado pelos
próprios estudantes em diversas regiões.

[editar] Caracterização do assédio escolar


"Acossamento",[4] ou "intimidação" ou entre falantes de língua inglesa bullying é um
termo frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por
alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém
ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em
Bergen (Noruega) - Dan Olweus define assédio escolar em três termos essenciais:[5]

1. o comportamento é agressivo e negativo;


2. o comportamento é executado repetidamente;
3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder
entre as partes envolvidas.

O assédio escolar divide-se em duas categorias:[1]

1. assédio escolar direto;


2. assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social

O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A


agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo
feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social.
Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

 espalhar comentários;
 recusa em se socializar com a vítima;
 intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
 ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos
(incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).
O assédio escolar pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou
faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer
que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e
a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende
somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer
alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor,
devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de
subsistência.

[editar] Características dos bullies


Pesquisas[6] indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias,
combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido
sugerido[7] que uma deficiência em habilidades sociais e um ponto de vista
preconceituoso sobre subordinados podem ser particulares fatores de risco. Estudos
adicionais[8] têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para
a prática do assédio escolar, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que
sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de autoestima.[9] Outros pesquisadores
também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a
comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a
preocupação com a autoimagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas. [10] É
frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:

"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que


ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a
prática do assédio escolar durante a infância põe a criança em risco de
comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta".[11]

O assédio escolar não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por


exemplo, o assédio escolar frequentemente funciona por meio de abuso psicológico ou
verbal. Os bullies sempre existiram mas eram (e ainda são) chamados em português de
rufias, esfola-caras, brigões, acossadores, cabriões, avassaladores, valentões e verdugos.

Os valentões costumam ser hostis, intolerantes e usar a força para resolver seus
problemas.[12]

[editar] Tipos de assédio escolar


Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para
atormentar os outros. Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:

 Insultar a vítima;
 Acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
 Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou
propriedade.
 Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar,
roupas, etc, danificando-os.
 Espalhar rumores negativos sobre a vítima;
 Depreciar a vítima sem qualquer motivo;
 Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as
ordens;
 Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma
autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela
não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
 Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente
a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação
sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra
inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
 Isolamento social da vítima;
 Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas
falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com
publicação de fotos etc);
 Chantagem.
 Expressões ameaçadoras;
 Grafitagem depreciativa;
 Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora)
enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com
frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
 Fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.

Bullying professor-aluno
[13] [14] [15] [16] [17] [18]
O assédio escolar pode ser praticado de um professor para um aluno.
As técnicas mais comuns são:

 Intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua


auto-estima. Uma forma mais cruel e severa é manipular a classe contra um
único aluno o expondo a humilhação;
 Assumir um critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com
os demais. Alguns professores podem perseguir alunos com notas baixas;
 Ameaçar o aluno de reprovação;
 Negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber água, expondo-o a tortura
psicológica;
 Difamar o aluno no conselho de professores, aos coordenadores e acusá-lo de
atos que não cometeu;
 Tortura física, mais comuns em crianças pequenas. Puxões de orelha, tapas e
cascudos.

Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados em


um Boletim de Ocorrência numa delegacia ou no Ministério Público. A revisão de
provas pode ser requerida ao pedagogo ou coordenador e, em caso de recusa, por
medida judicial.r Locais de assédio escolar
O assédio escolar pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos
interajam, tais como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de
trabalho.

[editar] Escolas
Alguns meninos flagrados intimidando um colega. Instituto Regional Federico
Errázuriz, Santa Cruz, Chile.

Em escolas, o assédio escolar geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta


mínima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou
fora do prédio da escola.[19]

Alguns sinais são comuns como a recusa da criança de ir à escola ao alegar sintomas
como dor de barriga ou apresentar irritação, nervosismo ou tristeza anormais.[12]

Um caso extremo de assédio escolar no pátio da escola foi o de um aluno do oitavo ano
chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi
vítima de assédio escolar contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser
espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences
vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993.
Alguns especialistas em "bullies" denominaram essa reação extrema de "bullycídio". Os
que sofrem o bullying acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes
irreversíveis, que podem até levar a atitudes extremas como a que ocorreu com Jeremy
Wade Delle. Jeremy se matou em 8 de janeiro de 1991, aos 15 anos de idade, numa
escola na cidade de Dallas, Texas, EUA, dentro da sala de aula e em frente de 30
colegas e da professora de inglês, como forma de protesto pelos atos de perseguição que
sofria constantemente. Esta história inspirou uma música (Jeremy) interpretada por
Eddie Vedder, vocalista da banda estadunidense Pearl Jam.

Na última década de 90, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em


escolas (dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine). Muitas das crianças
por trás destes tiroteios afirmavam serem vítimas de bullies e que somente haviam
recorrido à violência depois que a administração da escola havia falhado repetidamente
em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as
famílias dos atiradores quanto as escolas. Como resultado destas tendências, escolas em
muitos países passaram a desencorajar fortemente a prática do assédio escolar, com
programas projetados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o
treinamento de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas,
configurando uma forma de suporte por parte dos pares.

O assédio escolar nas escolas (ou em outras instituições superiores de ensino) pode
também assumir, por exemplo, a forma de avaliações abaixo da média, não retorno das
tarefas escolares, segregação de estudantes competentes por professores incompetentes
ou não-atuantes, para proteger a reputação de uma instituição de ensino. Isto é feito para
que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os
pais (que geralmente pagam as taxas) sejam levados a acreditar que seus filhos são
incapazes de lidar com o curso. Tipicamente, estas atitudes servem para criar a política
não-escrita de "se você é estúpido, não merece ter respostas; se você não é bom, nós não
te queremos aqui". Frequentemente, tais instituições (geralmente em países asiáticos)
operam um programa de franquia com instituições estrangeiras (quase sempre
ocidentais), com uma cláusula de que os parceiros estrangeiros não opinam quanto a
avaliação local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante. Isto serve para
criar uma classe de tolos educados, pessoas com títulos acadêmicos que não aprenderam
a adaptar-se a situações e a criar soluções fazendo as perguntas certas e resolvendo
problemas.

[editar] Local de trabalho

O assédio escolar em locais de trabalho (algumas vezes chamado de Assédio escolar


Adulto) é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido[20] como:

"Um problema sério que muito frequentemente as pessoas pensam que seja
apenas um problema ocasional entre indivíduos. Mas o assédio escolar é mais do
que um ataque ocasional de raiva ou briga. É uma intimidação regular e
persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bully. E é
frequentemente aceita ou mesmo encorajada como parte da cultura da
organização".

[editar] Vizinhança

Entre vizinhos o assédio escolar normalmente toma a forma de intimidação por


comportamento inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os
padrões de vida normais ou fazer queixa às autoridades (tais como a polícia) por
incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma de comportamento é fazer com
que a vítima fique tão desconfortável que acabe por se mudar da propriedade. Nem todo
comportamento inconveniente pode ser caracterizado como assédio escolar: a falta de
sensibilidade pode ser uma explicação.

Alcunhas ou apelidos (dar nomes)


Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma
característica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma característica
que a vítima não quer que seja chamada, tal como uma orelha grande ou forma obscura
em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-
la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é sutil demais para ser
reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou não o nome
pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa
que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).

Legislação
No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas
sócio-educativas.[12]De acordo pelo código penal brasileiro, a negligência com um crime
pode ser tida como uma coautoria.[12] Na área cívil, e os pais dos bullies podem, pois, ser
obrigados a pagar indenizações e podem haver processos por danos morais.[12]
A legislação jurídica do estado brasileiro de São Paulo define assédio escolar como
atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente
praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e
angústia. [24]

Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados
pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex:
dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que
cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos
de assédio escolar pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor,
tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por
atos de assédio escolar que ocorram nesse contexto.[25]

No estado brasileiro do Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em 23 de setembro


de 2010 institui a obrigatoriedade de escolas públicas e particulares notificarem casos de
bullying à polícia.[26] Em caso de descumprimento, a multa pode ser de três a 20 salários
mínimos (até R$ 10.200) para as instituições de ensino.[26]

Na cidade brasileira de Curitiba todas as escolas têm de registrar os casos de bullying


em um livro de ocorrências, detalhando a agressão, o nome dos envolvidos e as
providências adotadas.[2]

Condenações legais

Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disseminada é a prática do assédio
escolar, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a se simpatizarem com as
vítimas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido ações judiciais diretamente
contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional" e incluindo
suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas
norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma
escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis,
discriminação racial ou de gênero ou assédio moral.

No Brasil

Uma pesquisa do IBGE realizada em 2009 revelou que quase um terço (30,8%) dos
estudantes brasileiros informou já ter sofrido bullying, sendo maioria das vítimas do
sexo masculino. A maior proporção de ocorrências foi registrada em escolas privadas
(35,9%), ao passo que nas públicas os casos atingiram 29,5% dos estudantes.[27]

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e
particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª
e 6ª séries. Entre todos os entrevistados, pelo menos 17% estão envolvidos com o
problema - seja intimidando alguém, sendo intimidados ou os dois. A forma mais
comum é a cibernética, a partir do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites de
relacionamento como o Orkut.[28]

Em 2009, uma pesquisa do IBGE apontou as cidades de Brasília e Belo Horizonte como
as capitais brasileiras com maiores índices de assédio escolar, com 35,6% e 35,3%,
respectivamente, de alunos que declararam esse tipo de violência nos últimos 30 dias.[29]
Casos célebres

Na Grande São Paulo, uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a
perseguiam[30] e em Porto Alegre um jovem foi morto com arma de fogo durante um
longo processo de assédio escolar.[31]

Em maio de 2010, a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, no


bairro Sion de Belo Horizonte, a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15
anos por conta de assédio escolar[32]. A estudante foi classificada como G.E. (sigla para
integrantes de grupo de excluídos) por ser supostamente feia e as insinuações se
tornaram frequentes com o passar do tempo, e entre elas, ficaram as alcunhas de tábua,
prostituta, sem peito e sem bunda.[33][34] Os pais da menina alegaram que procuraram a
escola, mas não conseguiram resolver a questão. [35][36] O juiz relatou que as atitudes do
adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes
inconvenientes de 'intimidar'", o que deixou a vítima, segundo a psicóloga que depôs no
caso, "triste, estressada e emocionalmente debilitada" [37]. O colégio de classe média alta
não foi responsabilizado.[37]

Na USP, o jornal estudantil O Parasita ofereceu um convite a uma festa brega aos
estudantes do curso que, em troca, jogassem fezes em um gay.[38][39] Um dos alunos a
quem o jornal faz referência chegou a divulgar, em outra ocasião, estudantes da
Farmácia chegaram a atirar uma lata de cerveja cheia em um casal de homossexuais,
que também era do curso, durante o tradicional happy hour de quinta-feira na Escola de
Comunicações e Artes da USP. Ele disse que não pretende tomar nenhuma providência
judicial contra os colegas, embora tenha ficado revoltado com a publicação da cartilha.
[39]

Também em junho de 2010, um aluno de nona série do Colégio Neusa Rocha, no Bairro
São Luiz, na região da Pampulha de Belo Horizonte, foi espancado na saída de seu
colégio, com a ajuda de mais seis estudantes armados com soco inglês.[40] A vítima ficou
sabendo que o grupo iria atacar outro colega por ele ser "folgado e atrevido", sendo
inclusive convidada a participar da agressão.[41]

Em entrevista ao Estado de Minas, disse: Eles me chamaram para brigar com o


menino. Não aceitei e fui a contar a ele o que os outros estavam querendo fazer, como
forma de alertá-lo. Quando a dupla soube que contei, um deles colocou o dedo na
minha cara e me ameaçou dentro de sala, durante aula de ciências. Ele ainda ligou,
escondido, pelo celular, para outro colega, que estuda pela manhã, e o chamou para ir
à tarde na escola.[42]

Durante o ano de 2010, Bárbara Evans, filha de Monique Evans e estudante da


Universidade Anhembi Morumbi (onde cursava o primeiro ano de Nutrição), em São
Paulo, entrou na Justiça com um processo de assédio escolar realizado por seus colegas.
[43]
No dia 12/06/2010, um sábado à noite, o muro externo do estacionamento do
campus Centro da referida Universidade foi pichado com ofensas a ela e a sua mãe.[44]

Em recente caso julgado no Rio Grande do Sul (Proc. nº 70031750094 da 6ª Câmara


Cível do TJRS), a mãe do bullie foi condenada civilmente a pagar indenização no valor
de R$ 5 mil (cinco mil reais) à vítima. Foi um legítimo caso de cyberbullying, já que o
dano foi causado por meio da Internet, em fotolog (flog) hospedado pelo Portal Terra.
No caso, o Portal não foi responsabilizado, pois retirou as informações do ar em uma
semana. Não ficou claro, entretanto, se foi uma semana após ser avisado informalmente
ou após ser judicialmente notificado.[45]

Alguns casos de assédio escolar entre crianças têm anuência dos próprios pais, como um
envolvendo um garoto de 9 anos de Petrópolis. A mãe resolveu tirar satisfação com a
criança que constantemente agredia seu filho na escola e na rua, mas o pai do outro
garoto, em resposta, procurou a mãe do outro garoto chamado de "boiola" e "magrelo".
Ela foi empurrada em uma galeria, atingida no rosto, jogada no chão e ainda teve uma
costela fraturada. O caso registrado em um vídeo foi veiculado na internet e ganhou os
principais jornais e telejornais brasileiros.[46][47]

Em 2011, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou uma
escola privada a pagar indenização a uma vítima de bullying. [48]

Em 2011, o Massacre de Realengo, no qual 12 crianças morreram alvejadas por tiros,


foi atribuído, por ex-estudantes da escola e ex-colegas do atirador, a uma vingança por
bullying.[49]O atirador, que se suicidou durante a tragédia, também citou o bullying como
a motivação para o crime nos vídeos recuperados pela polícia durante as investigações.
[50][51]

Referências
1. ↑ Propostas de tradução para bullying
2. ↑ a b Folha de S.Paulo. (22 de março de 2011). Escolas anotam bullying em
"livro negro", Caderno Cotidiano
3. ↑ Bullying em inglês, acoso em espanhol. O que é em português?
4. ↑ Bullying em inglês, acoso em espanhol. O que é em português?
5. ↑ Student Reports of Bullying, Resultados do 2001 School Crime Supplement to
the National Crime Victimization Survey, US National Center for Education
Statistics
6. ↑ The Harassed Worker, Brodsky, C. (1976), D.C. Heath and Company,
Lexington, Massachusetts.
7. ↑ Petty tyranny in organizations , Ashforth, Blake, Human Relations, Vol. 47,
No. 7, 755-778 (1994)
8. ↑ Bullying and emotional abuse in the workplace. International perspectives in
research and practice, Einarsen, S., Hoel, H., Zapf, D., & Cooper, C. L. (Eds.)
(2003), Taylor & Francis, London.
9. ↑ Bullies and their victims: Understanding a pervasive problem in the schools,
Batsche, G. M., & Knoff, H. M. (1994) School PSYCHOLOGY REVIEW, 23
(2), 165-174. EJ 490 574.
10. ↑ Areas of Expert Agreement on Identification of School Bullies and Victims,
Hazler, R. J., Carney, J. V., Green, S., Powell, R., & Jolly, L. S. (1997). School
Psychology International, 18, 3-12.
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12. ↑ a b c d e UOL Educação. (24 de março de 2011). Bullying: identifique se o seu
filho é vítima desse tipo de intimidação, acesso em 24 de março de 2011
13. ↑ Ellen deLara; Garbarino, James. And Words Can Hurt Forever: How to
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s.n.].
14. ↑ Whitted, K.S. (2005). Student reports of physical and psychological
maltreatment in schools: An under-explored aspect of student victimization in
schools. University of Tennessee.
15. ↑ (2007) "Do Teachers Bully Students?: Findings From a Survey of Students in
an Alternative Education Setting". Education and Urban Society 40: 329.
DOI:10.1177/0013124507304487.
16. ↑ Bullying by Teachers.
17. ↑ Bullying educacional: terror contra a sabedoria.
18. ↑ Bullying: Definição e critérios para identificação.
19. ↑ [http://revistaescola.abril.com.rjyfbyfvbtebgtgbdegvtrt rafaela ! carlos dããã~
br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-preciso-levar-serio-
431385.shtml NOVA ESCOLA - REPORTAGEM - Bullying: é preciso levar a
sério ao primeiro sinal]
20. ↑ Bullied at work? Don't suffer in silence in Trades Union Congress - TUC.
21. ↑ The Values and Standards of the British Army – A Guide to Soldiers, Ministry
of Defence, GB, Março de 2000, parágrafo 23.
22. ↑ Social Psychology of the Individual Soldier, Jean M. Callaghan e Franz
Kernic, 2003, Armed Forces and International Security: Global Trends and
Issues, Lit Verlag, Munster
23. ↑ a global problem, BBC, GB, segunda-feira, 28 de novembro de 2005.
24. ↑ Vítima de bullying não sabe por que apanhou, e mãe diz que ela podia morrer
(ao final do texto), acessado em 20 de maio de 2010
25. ↑ CALHAU, Lélio Braga. Bullying: o que você precisa saber. RJ, Impetus,
2009, p. 21-36.
26. ↑ a b D'Angelo, Rafael. (23 de setembro de 2010). Lei torna obrigatória a
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2010
27. ↑ IBGE. (18 de dezembro de 2009). IBGE revela hábitos, costumes e riscos
vividos pelos estudantes das capitais brasileiras, acesso em 16 de outubro de
2010
28. ↑ Humilhações afetam mais alunos de 5ª e 6ª séries - Folha de S.Paulo, 15 de
abril de 2010 (visitado em 15-4-2010)
29. ↑ Teixeira, Tâmara. (21 de maio de 2010). [Acusado de bullying vai recorrer de
condenação http://otempo.com.br/otempo/noticias/?
IdEdicao=1667&IdCanal=6&IdSubCanal=&IdNoticia=141597&IdTipoNoticia=
1]. Jornal O Tempo, acesso em 21 de maio de 2010
30. ↑ G1 > Edição São Paulo - NOTÍCIAS - Vítima de bullying não sabe por que
apanhou, e mãe diz que ela podia morrer. Página visitada em 11 de Junho de
2010.
31. ↑ Jovem é morto devido a suposto caso de bullying em Porto Alegre - educacao
- Estadao.com.br. Página visitada em 11 de Junho de 2010.
32. ↑ G1 - Psicóloga foi testemunha em caso de bullying que gerou indenização -
notícias em Vestibular e Educação. Página visitada em 11 de Junho de 2010.
33. ↑ Garoto multado por bullying xingou vítima de "prostituta" - Terra -
Comportamento. Página visitada em 11 de Junho de 2010.
34. ↑ Aluno terá de pagar R$ 8 mil por bullying - vida - Estadao.com.br. Página
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41. ↑ Bullying acaba em agressão e caso vai parar na delegacia O Tempo, Acessado
em 26 de junho de 2010
42. ↑ Bullying em Belo Horizonte Acessado em 26 de junho de 2010
43. ↑ http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1602352-9798,00-
MONIQUE+EVANS+QUER+QUE+PICHADOR+PAGUE+TERAPIA+PARA
+BARBARA+EVANS.html
44. ↑ http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/barbara-evans-filha-monique-
evans-vitima-bullying
45. ↑ Inédita condenação por "bullying" no RS
46. ↑ Bom Dia Brasil. (15 de outubro de 2010). Pais se agridem em shopping no RJ
após os filhos brigarem na escola, acesso em 16 de outubro de 2010
47. ↑ Italiani, Rafael. (16 de outubro de 2010). Agressão de crianças vira briga de
pais, Agora São Paulo, acesso em 16 de outubro de 2010
48. ↑ http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/instituto-
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49. ↑ UOL Notícias (8 de abril de 2011). Autor do massacre no Rio sofreu bullying,
dizem ex-colegas de escola, acesso em 8 de abril de 2011
50. ↑ Brito, Diana (13 de abril de 2011). 'Descobrirão quem eu sou da maneira mais
radical', diz atirador. Folha de S.Paulo, Caderno Cotidiano, acesso em 18 de
abril de 2011
51. ↑ Folha de S.Paulo (15 de abril de 2011). Em novo vídeo, atirador relembra
humilhações vividas na escola, acesso em 18 de abril de 2011

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