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FACULDADE DOM ALBERTO

PÓS-GRADUAÇÃO EM SUPERVISÃO EDUCACIONAL

NILSA TERESINHA ZAMPIERI

UM NOVO DESPERTAR DA EDUCAÇÃO DEVIDO A PANDEMIA DA


COVID-19

SANTA CRUZ DO SUL

2021

UM NOVO DESPERTAR DA EDUCAÇÃO DEVIDO A PANDEMIA DA


1

COVID-19

¹ Nilsa Teresinha Zampieri

RESUMO
Este trabalho pretende ressaltar sobre um novo despertar da educação devido a pandemia da Covid-
19, mas ao mesmo tempo resgata a importância dessas novas mudanças no processo de
aprendizagem e fomentar novas discussões sobre as condições ao acesso as novas tecnologias.
Sabemos que crianças e adolescentes enfrentam problemas para aprender, para se concentrarem e
essas dificuldades escolares ou de aprendizagem, também são encontrados pelos professores e são
um dos grandes problemas de nosso sistema educacional, mas imagine essas mesmas crianças
devido ao isolamento social, tendo que aprender em casa. Através dos recursos, das novas
ferramentas utilizadas

Palavras-chave: despertar – mudanças - educação

INTRODUÇÃO

Sabemos que tudo e todos evoluem e isso também aconteceu com o uso das
tecnologias digitais. Essas mesmas fazem parte das nossas vidas, fazem parte do
cotidiano da população nos seus mais variados contextos, seja para a socialização,
pagamentos, entretenimento e agora para estudar.
Cada vez mais cedo os meios de comunicação e informação, influenciam e
modificam as nossas vidas. Essas tecnologias são reais, principalmente na vida das
famílias dos nossos alunos. As crianças antes mesmo de aprender a falar e a
caminhar. Elas já sabem manipular, o controle da TV, DVD, do mouse ou do teclado,
jogam no computador, buscam brincadeiras na internet, assistem vídeos no You
Tube, etc. Entre os mais atingidos ou envolvidos por essa “onda tecnológica” estão
os adolescentes ou jovens que sabem manipular os mais variados recursos
tecnológicos. Isso ocorre devido à facilidade de manuseio, permitindo uma
participação ativa nos espaços virtuais: internet, jogam videogames, criam seu perfil
no Orkut, agora acessam as redes sociais (whatsapp, facebook, blogs, bate-papos
virtuais, sites onde compartilham fotos, vídeos, ou recursos de multimídia, etc.).

nilsazampieri@yahoo.com.br
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A facilidade de acesso as tecnologias digitais pelos jovens obriga o processo


de ensino e aprendizagem se adaptar, para preparar e desenvolver cidadãos
críticos, ativos e responsáveis. Então a escola não pode ficar parada no tempo. Os
avanços são necessários, a expansão do uso desses recursos tecnológicos irão
proporcionar mudanças na forma de ensinar e de aprender tornando-se necessária.
Incluir ou inserir esses recursos tecnológicos nas escolas, nas salas de aula é
uma tendência inevitável, mas necessária, sendo capaz de contribuir para o
desenvolvimento de metodologias ativas e inovadoras no processo de ensino-
aprendizagem.
Escolhi como tema a ser pesquisado “UM NOVO DESPERTAR DA
EDUCAÇÃO DEVIDO A PANDEMIA DA COVID-19”, que tem por objetivo analisar a
forma como são vivenciadas as mudanças e as transformações na vida dos
professores e dos alunos. Busca-se, neste trabalho apresentar alguns objetivos
propostos que assim ficam divididos em seis etapas: a primeira: A escola como
espaço de trabalho e lugar de aprendizagem do professor; a segunda: Tecnologias
digitais, a terceira: Tecnologia na educação no processo de ensino-aprendizagem; a
quarta: Tecnologia na educação e seus benefícios; a quinta: Tecnologia na
educação e seus desafios, sexta: Mudanças, transformações e adaptações dos
professores, sétima: Metodologias ativas com o uso de tecnologias digitais e a oitava
e última: modelos de ensino híbrido.

A ESCOLA COMO ESPAÇO DE TRABALHO E LUGAR DE


APRENDIZAGEM DO PROFESSOR

Muito se falava na educação no século XXI, na necessidade de quebra de


paradigmas, na necessidade da inserção das tecnologias digitais ... De repente, o
mundo da educação virou do avesso do dia para a noite, nunca imaginávamos que
iríamos estudar em casa, dar aula de casa, os recursos digitais vieram para ficar e
também para revolucionar a prática pedagógica.
Mas ainda estamos condicionados a uma concepção arcaica, tradicional e
mal fundadas a respeito do que seja aprender e ensinar. As salas de aula, ainda são
construídas e usadas segundo a concepção tradicional: o professor e o quadro
negro no foco da atenção dos alunos, que permanecem sentados uns atrás dos
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outros, enfileirados, esses devem ficar quietos, ouvindo as coisas sem dar nenhum
sentido a sua realidade e desinteressados.
Devido a este descompasso, a essa incoerência entre o ensinar e o aprender,
o ensino tradicional não só não favorece a aprendizagem, como, muitas vezes
dificulta. Ele não só faz com que as pessoas aprendam menos do que seriam
capazes, mas, o que é muito pior, também inibe o desenvolvimento da capacidade
de aprenderem por si próprias, de serem criativas, de serem críticas e de se
tornarem autônomas e responsáveis.
No entanto, o mundo lá fora, com o qual os alunos se defrontam todos os dias
é cheio, repleto de transformações, inovações, tecnologias e nós professores e as
escolas temos dificuldades de acompanhar essas mudanças.
Compreende-se que os espaços escolares vêm sofrendo modificações
bruscas das tecnologias, trazendo uma necessidade de modernização das aulas dos
professores para acompanhar a cultura digital, que é uma realidade em nossa
sociedade.
No início essas mudanças fizeram com que muitos profissionais ficassem
nervosos, ansiosos, com muitas preocupações e com muito medo. Esse medo pode
surgir quando os professores percebem que terão de assumir que não dominam
certas técnicas com seus alunos. Então O LETRAMENTO DIGITAL nos foi ofertado
através de curso, mostrando-nos como cada professor pode ligar de acordo com a
sua realidade e com a realidade de cada escola, além de todo elo comunicativo,
reuniões e vidas permitem ao professor expor conteúdos com diversos recursos
atrativos, disponíveis na esfera virtual, porque ser original também é recriar com
toque de criatividade e inovação com suporte na tecnologia digital e toda gama de
recursos que ela pode agregar às aulas nesse novo formato.
Através do letramento digital uma série de conhecimentos no domínio das
tecnologias, proporcionando um conjunto de conhecimentos, habilidades e
competências necessários para o uso funcional e construtivo das tecnologias da
informação e da comunicação. Tendo em vista a necessidade de instrumentalização
dos professores para o uso e o manuseio das tecnologias para que se apropriem e
sirvam de guia para os seus alunos.
Essas mudanças são inevitáveis, proporcionando ao professor, ampliar seu
campo de ação didática e no mesmo tempo é difícil, mas é necessário o estímulo
dos nossos alunos, a observação, a análise, a troca de ideias, para que possam
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desenvolver o pensamento crítico dando um novo significado às tarefas que lhe são
dadas, de forma inovadoras e estimuladoras.
O uso das tecnologias na educação é muito importante, seu uso é de grande
estímulo para o aprendizado, quando feito de maneira pedagógica e em conjunto
com todos os professores. A expansão da tecnologia e dos seus recursos
tecnológicos na educação proporcionou transformações na forma de ensinar e
aprender se tornando necessária.
Aos poucos a escola precisa se transformar num lugar onde os alunos
encontrem amplas oportunidades de interagirem uns com os outros, com o professor
e com os objetos de aprendizagem e onde se sintam bem, alegres, entusiasmados a
aprendam bem as noções básicas e aquilo que realmente lhes será útil por toda a
vida: capacidade de aprender, descobrir, pensar, inventar, planejar, se comunicar,
discutir, trabalhar em equipe. Estamos percebendo, agora, que o ensino foi e
continua a ser praticado com base em concepções insuficientes, no que diz respeito
do processo de aprendizagem. Estamos tomando consciência de que, tenta-se
ensinar de uma maneira que não corresponde ao verdadeiro processo natural pelo
qual se aprende.

TECNOLOGIAS DIGITAIS

Cultura Digital: Proporciona compreender, utilizar e criar tecnologias digitais


de forma crítica, significativa e ética. Por meio dessa Cultura, o aluno e a aluna
tornam-se competentes para comunicar, acessar e produzir informações e
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria. As
ferramentas digitais, a produção multimídia e a linguagem de programação
proporcionam, também, o exercício da ética.
Diversas ferramentas foram surgindo ao longo dos anos. Mattos (2011, p.631)
afirma que:” tecnologia é um conjunto de conhecimentos de uma ciência, usado para
fazer alguma coisa”. Entendemos tecnologia como o conhecimento técnico científico
aplicado na criação e transformação de ferramentas, processos e materiais para
determinado fim.
Com essa palavra definimos muitas invenções que deram um novo sentido e
contexto para toda sociedade e tudo começou com e luz elétrica (1879), a fibra
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óptica (1979), o telescópio espacial (1983), os chips de alta velocidade (1984), a TV


via satélite (1985), o telefone celular (1985, a fotografia digital (1988), o carbono
sintético (1991), a web (1993) e as chamadas de vídeo em celulares (1996). Mas
teve duas invenções que revolucionaram o mundo: os computadores (1945) e a
internet (nos anos 1980), etc. Todas essas mudanças começam a fazer parte
emergir novas formas de perceber a realidade, articular o pensamento e se
relacionar com o mundo e com toda as partes do mundo.
Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC), Tecnologias
da Informação e da Comunicação (TCI) ou, ainda, Novas Tecnologias da Informação
e da Comunicação (NTIC) são alguns dos termos utilizados pelos pesquisadores
desta área e podem ser considerados, de certa forma, sinônimos. As TCIs são
Internet, TV, rádio, mídia impressa, celulares e outras.
As novas tecnologias invadem nosso cotidiano, fazendo-se presentes não
apenas como suporte técnico, mas também como cultura.
De acordo com Carvalho (2007, P.2):
Avalia a importância do uso das tecnologias digitais nos ambientes de
acesso à informação oportunidade que os professores têm para tornar suas
aulas interessantes para os alunos e, assim, conseguir ensinar de forma
prazerosa e didática sobre essa questão, ela ainda destaca que à medida
que as TCI ganham espaço na escola, o professor passa a se ver diante de
novas e inúmeras possibilidades de acesso à informação e de abordagem
dos conteúdos, podendo se libertar das tarefas repetitivas e concentrar-se
nos aspectos mais relevantes da aprendizagem, porém, torna-se necessário
que o professor desenvolva novas habilidades para mover-se nesse mundo,
sendo capaz de analisar os meios à sua disposição e fazer suas escolhas
tendo como referencial algo mais que o senso comum.

TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-


APRENDIZAGEM

Um vírus que mudou os hábitos, os costumes das pessoas do planeta Terra,


com os mecanismos de distanciamentos e o isolamento social.
Essas transformações foram radicais na área da educação. O uso de
tecnologias não representa apenas um novo recurso facilitador do processamento,
do armazenamento e a transmissão de informações, bem como um recurso
riquíssimo para o ensino e a aprendizagem.
A UNESCO e a ONU, são as responsáveis por acompanhar e apoiar a
educação, a comunicação e a cultura, os impactos da pandemia da COVID-19 na
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educação, isso quer dizer que mais de 1,5 bilhões de estudantes em 188 países,
isso significa 91%.
Silveira (2005, p.434), aponta que existe três pontos, que são fundamentais
quando acontece a inclusão digital:
A inclusão voltada para a cidadania, no sentido da busca do direito de
interagir e do direito de se comunicar por meio das redes; a inclusão voltada
para inserir as camadas mais pauperizadas ao mercado de trabalho – neste
caso seria uma inclusão com um foco mais tecnicista, de ações que estão
voltadas a meros “cursos de informática” ; e por último a inclusão voltada a
educação, na perspectiva da importância da formação sociocultural dos
jovens, na sua formação e orientação diante do dilúvio informacional. Sendo
assim, a definição da inclusão digital de dá com a universalização do acesso
ao computador conectado à internet, bem como, ao domínio da linguagem
básica para manuseá-lo com autonomia.

Serão apresentados abaixo algumas sugestões para incluir essas ferramentas na


prática pedagógica:
 Preparação: manter-se informado, atualizado sempre em busca de
informação;
 Planejamento: estabeleça quais os conteúdos a serem trabalhados e só pois
avalie quais são os recursos tecnológicos podem colaborar com o
aprendizado deles;
 Tempo: calcule o tempo necessário para executar, acompanhar, tirar as
dúvidas e avaliar;
 Teste: antes de utilizar um equipamento ou um programa, fazer vários testes
antes;
 Limites: as regras de convivência são importantes em qualquer momento,
combine quais serão os programas e equipamentos que podem ser usados;
 Avaliação: A tecnologia veio para contribuir no aprendizado dos alunos, mas é
importante estabelecer prazos, quais os objetivos que deverão serem
alcançados.
Compreender, utilizar e criar as tecnologias digitais de comunicação e
de informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais, para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva (BNCC, 2017).
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TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO E SEUS BENEFÍCIOS

A presença cada vez maior de computadores nas escolas e também com os


alunos tais como: aparelhos celulares, tablets, notebook e a internet passou a ser
cada vez mais utilizada na realização de pesquisas e também como um recurso
didático.
De acordo com KenskI (2007, P.46):
[...] Não há dúvida de que novas tecnologias de comunicação e informação
trouxeram mudanças consideráveis e positivas para a educação. Vídeos,
programas educativos na televisão e no computador, sites educacionais,
softwares diferenciados transformam a realidade da aula tradicional,
dinamizam o espaço de ensino-aprendizagem, onde, anteriormente,
predominava a lousa, o giz, o livro e a voz do professor. Para que as
(Tecnologias de Infornação e Comunicação) TCIs possam trazer alterações
no processo educativo, no entanto, elas precisam ser compreendidas e
incorporadas pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as
especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que
seu uso, realmente, faça diferença.

Por meio delas, professores e alunos têm acesso a um universo de


informações as quais podem, ser bem exploradas, ser muito útil e enriquecedor no
processo de ensino-aprendizagem.
A tecnologia em nossas vidas: assim como a tecnologia trouxe benefícios
para as diversas esferas da nossa sociedade atual, aos recursos disponíveis
também têm impactos positivos na educação, provocando mudanças.
Como funciona os produtos da tecnologia: além disso, a mobilidade das TCIs
permite que o aprendizado ocorra de maneira contextual e situada, visto que a
instrução pode ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento.
Quais os benefícios do uso da tecnologia: em meio a esse dinamismo das
forças de trabalho e das incertezas de formação, o profissional que possui
interesses mais variados e estudos em diversos campos do conhecimento obtém
muita vantagem.
Os principais benefícios do uso da tecnologia na educação são:

 Despertar o maior interesse e prende a atenção dos alunos.


 Auxiliar na percepção e na resolução de problemas reais.
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 Inserir os jovens no debate social e contribui para a formação do senso


crítico.
 Trabalhar a responsabilidade na utilização da internet e dos recursos digitais.
 Contribuir para democratizar o acesso ao ensino.
 Oferecer feedback imediato e constante a professores, alunos e
responsáveis.
 Permitir traçar um plano de ensino adequado a cada aluno.
 Facilitam o acompanhamento individualizado do aluno.
 Possibilita que o processo de aprendizagem seja personalizado.
 Estimula a autonomia do estudante, tornando-o um agente ativo na
construção do conhecimento.
 Incentiva o trabalho em equipe através de atividades colaborativas e
interativas;
 Tornam o aprendizado mais dinâmico;
 Auxilia os educadores a gerenciar tarefas burocráticas, tornando o seu
trabalho mais prático.

TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO E SEUS DESAFIOS

Cada vez mais os nossos alunos chegam à escola, sabendo lidar com
diferentes tipos de tecnologias, mas para uso pessoal. Mas quando se fala em
educação, a tecnologia é voltada para o conhecimento, e aí aparecem as
dificuldades maiores.
As crianças e os jovens também não estavam acostumados a rotinas mais
pesadas de estudos em casa. Mesmo sabendo manusear, acessar, tendo muitas
habilidades para utilizar diversas tecnologias, existe a necessidade de uma série de
conhecimentos. Os estudantes não possuíam a maturidade para lidar com a
autonomia do ensino a distância, em especial os alunos da Educação Infantil e do
Ensino Fundamental.
Mas o desafio está aí, deve ser encarado pela educação, pelas escolas e
principalmente por nós professores, de modo assegurando a democratização do
acesso aos meios tecnológicos de comunicação; estimular e preparar as novas
gerações para a apropriação ativa, consciente e crítica, que preparem os nossos
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alunos para exercerem a cidadania com responsabilidade, que tenham autonomia


na busca e na pesquisa, na seleção da informação e na produção dos
conhecimentos necessários para saber interpretar e resolver os problemas da vida e
do mercado de trabalho, tornando essas aprendizagens em saberes.

[...] Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de


informação e comunicação e do crescente acesso a elas pala maior
disponibilidade de computadores, telefones, celulares, tablets e afins, os
estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não somente como
consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez mais como protagonistas
da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação
multimidiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de
modo cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura também apresenta forte
apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e à enfermidade das
informações, privilegiando análises superficiais e o uso de imagens e formas
de expressão mais sintética, diferentes dos modos de dizer e argumentar
característicos a vida escolar.
Toso esse quadro impõe à escola desafios ao cumprimento do seu papel em
relação à formação das novas gerações. E importante que a instituição
escolar preserve seu compromisso de estimular a reflexão e a análise
aprofundada e contribua para o desenvolvimento, no estudante. De uma
atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de ofertas midiáticas
e digitais.[...] (Brasil, Base Nacional Comum Curricular- 3ª versão, 2017,
p.57.)

No Brasil a desigualdade no acesso ao mundo virtual mostra-se uma grande


barreira ao uso da tecnologia na sala de aula. As tecnologias educacionais são a
principal solução para a situação que vivemos e de maior potencial de inovação na
maneira como ensinamos crianças e jovens. Contudo, a realidade brasileira está
bem longe de ser igualitária, infelizmente.
Foi ofertado o Ensino Híbrido e o impresso. Segundo pesquisa do IBGE,
apenas 57% da população do nosso país possui um computador em condições de
executar softwares mais recentes. Outro estudo realizado em 2018, a Pesquisa TIC
Domicílio, aponta que mais de 30% dos lares no Brasil não possuem acesso à
internet, que é praticamente indispensável para o serviço de ensino remoto.
Conforme dados do Ministério da Educação, em 2019, 30% dos estudantes
brasileiros não tinham nenhuma forma de acesso à internet, além disso, 45% das
escolas públicas não possuem laboratórios de informática, como consequência
milhões de alunos ficam de fora do mundo virtual. Isto acaba limitando e muito a
aprendizagem destes estudantes, pois ficam sem possibilidade de usar tais
recursos, criando uma “segregação digital”.
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Fica evidente, portanto, a dificuldade do uso da tecnologia no aprendizado de


jovens mais pobres, onde esse acabaram utilizando a forma impressa das atividades
escolares. Realidade essa vivida em grande número em nossas escolas.
O resultado disso é uma inevitável acentuação da desigualdade de acesso
não só ao ensino de qualidade, mas do ensino básico, causando um déficit de
aprendizagem ainda maior do que já temos entre alunos do sistema público e da
rede particular.

MUDANÇAS, TRANSFORMAÇÕES E ADAPTAÇÕES DOS


PROFESSORES

O ano de 2020 começou, tudo normal e, com ele, uma necessidade impõem-
se: o uso das tecnologias. Todo mundo sabe que as novas tecnologias precisam ser
incorporadas, adicionadas na área da educação, porque elas fazem parte do dia a
dia das pessoas e estão presentes nas mais variadas áreas da sociedade.
O mundo mudou junto a tudo isso as informações, o conhecimento, as
tecnologias e a produção cultural, tudo acontece num sistema de redes. E agora,
aconteceu a suspensão das aulas, no espaço físico forçou as instituições escolares
e órgãos educacionais do mundo todo a procurar experiências inovadoras de
aprendizado remoto, mais dinâmicas, efetivas e condizentes com o ensino a
distância. Enquanto isso, os educadores estão tendo a iniciativa de testar novas
maneiras de ensinar, e a combinação dessas movimentações representa uma
enorme evolução para a Educação.
Mas infelizmente, nem todos os professores têm preparo, e acesso às
tecnologias, isso os leva a sentirem certa insegurança, ansiedade e despreparo para
enfrentar os desafios profissionais e situações da prática pedagógica. Sem apoio,
desprovidos de orientação, procuram agir e encontrar um significado para a sua
prática, expondo-se a riscos, acertos, dúvidas e erros. É preciso que a gestão
garanta ações de treinamento e atualização, para que os professores — muitas
vezes, de gerações mais antigas — possam se adaptar ao novo contexto. Primeiro
vou citar os que estão familiarizados com as tecnologias, mas que apresentam
algumas dificuldades em aplicá-los e os que nunca chegaram perto, que têm medo,
mas que não querem ficar para trás.
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A internet facilitou o acesso à informação; atualmente, pessoas de todas as


idades têm nela a principal fonte para aprendizado. Frente a isso, o papel do
professor também muda, já que ele não é um detentor exclusivo de conhecimentos
para que essa metodologia seja colocada em prática, é preciso redimensionar o
papel do professor. Ele deixará de transmitir o conhecimento e passará a ser um
mediador em relação entre professor e aluno. Em vez de transmissor de saberes, o
professor passa a atuar como intermediador entre a informação e o aluno, além de
mentor, para que a aprendizagem seja facilitada.

Como mediador, é preciso promover debates sobre as propostas dos alunos,


indicar os caminhos que podem levar as soluções dos problemas, orientar as
reformulações das hipóteses e valorizar as soluções mais adequadas para cada
situação. O professor precisa incorporar na sua metodologia: conhecimento das
novas tecnologias e da maneira de aplicá-las;

 Tornar os conceitos e os conteúdos possíveis de serem aprendidos pelos


alunos, fornecendo as informações necessárias que eles não têm condições
de obter sozinhos;
 Estimular à pesquisa como base de construção do conteúdo a ser veiculado
através do computador, saber pesquisar e transmitir o gosto pela investigação
a alunos de todos os níveis;
 Conduzir e organizar o trabalho em sala de aula, ou através do meet,
buscando desenvolver a autonomia dos alunos;
 Capacidade de provocar hipóteses e deduções que possam servir de base à
construção e compreensão de conceitos;
 Habilidade de permitir que o aluno justifique as hipóteses que construiu e as
discuta;
 Estimular continuamente os alunos, motivando-os a refletir, investigar,
levantar questões e a trocar ideias com os colegas;
 Especialidade de conduzir a análise grupal a níveis satisfatórios de conclusão
do grupo a partir de posições diferentes ou encaminhamentos diferentes do
problema;
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 A capacidade de divulgar os resultados da análise individual e grupal de tal


forma que cada situação suscite novos problemas interessantes à pesquisa.
Ser professor é uma das mais nobres profissões, é um trabalho que exige
sacrifício e muita dedicação, pois a matéria-prima com que se trabalha é a mais
importante do mundo: o ser humano.
Embora o percurso profissional dos professores revele características
peculiares, como nos afirma Gonçalves (1995) ele é o resultado da ação conjugada
de três processos de desenvolvimento: a) processo de crescimento individual, em
termos de capacidades, personalidade e capacidade pessoal de interação com o
meio; b) processo de aquisição e aperfeiçoamento de competências de eficácia no
ensino e de organização do processo de ensino-aprendizagem, e; c) processo de
socialização profissional, em termos normativos ou de adaptação ao grupo
profissional a que pertence e à escola onde trabalha, e interativos, pela
reciprocidade de influências que estabelece entre si próprio e o meio em que
desenvolve seu trabalho.
Ninguém faz essa mudança sozinha, os caminhos da mudança se encontram
dentro de nós, sob a pele de cada professor, de cada indivíduo. Ter desenvolvido
com a formação do novo educador, que deverá ser capaz de integrar-se a dimensão
técnica a uma preocupação com a ética, a estética, a política e a prática cotidiana do
fazer escolar ou então garantir a articulação entre as abordagens da docência e da
gestão do trabalho administrativo, pedagógico e comunitário, desenvolvidos de
educação formal ou não-formal, usando as tecnologias digitais e educacionais
promovem ainda meios de colaboração para a execução das atividades e de
compartilhamento de experiências de maneira síncrona e assíncrona, ou seja, as
participações são registradas e acessadas por todos, evitando a fragmentação na
formação deste profissional.

O processo de transformação provoca a necessidade mais exigente de


formação, contribuindo para um ensino de qualidade:

 Ampliou-se a pesquisa científica;


 Preocupação com a gestão educacional;
 Conciliar o saber/fazer;
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 Entender que a instituição de ensino é o berço do empreendedorismo;


 Planejamento com propostas renovadoras;
 Tendo em vista os contextos socioeconômicos, políticos e tecnológico.

METODOLOGIAS ATIVAS COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS

A proposta de metodologia ativa é uma estratégia de ensino, por vezes


influenciada pelo uso das tecnologias digitais, que se caracteriza por inserir o
estudante no centro do processo a partir de discussões, interações, atividades de
análise, síntese e avaliação no sentido de solucionar problemas. Vamos conhecer
um pouco mais sobre o uso da tecnologia e suas metodologias na educação:

Webquest
A WebQuest é uma metodologia de ensino e aprendizagem que utiliza diferentes
recursos, além da web, por meio do desenvolvimento de uma tarefa de investigação
estruturada.
Aprendizagem baseada em projeto – ABP

É uma metodologia ativa desenvolvida por meio de intenso processo de


investigação e elaboração de produtos de modo colaborativo e interdisciplinar.

Sequência didática

É uma metodologia de ensino e aprendizagem composta por um conjunto de


atividades planejadas para ensinar um conteúdo, constituído de passos e etapas ligadas
entre si e organizadas de acordo com os objetivos propostos pelo professor para tornar
o aprendizado mais significativo e eficiente.

Aula gamificada

No contexto do uso escolar das tecnologias digitais, a Gamificação surge como


uma alternativa para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, superando a
abordagem tradicional. Os recursos digitais (computadores, tablets e smartphones) são
um meio de aproximação do cotidiano do estudante com o ambiente escolar.
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Ensino híbrido

Ensino Híbrido, ou blended learning, é um modelo de educação formal que se


caracteriza por combinar tempos, espaços, atividades, metodologias e públicos
diversos, misturando o ensino à distância e o presencial Online: o aluno possui
controle sobre algum elemento do seu estudo na escola ou fora dela, como o tempo,
modo o ritmo ou o local e o Offline: deve ser realizado na escola, e pode ter vários
momentos diferentes.

O contexto educacional sofreu e continua sofrendo várias mudanças devido ao


uso das tecnologias. Para compreendermos mais profundamente o que propõe a
metodologia de ensino híbrido, precisamos entender o conceito de híbrido. Ao
realizar suas reflexões sobre o ensino híbrido Moran, (2015, p. 22):

Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi


misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades,
metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a
conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um
ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de
inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido é
um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado,
combinado, e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos
“pratos”, com sabores muito diferentes.

MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO

As estratégias metodológicas a serem usadas no ensino híbrido e nos


planejamentos das aulas são recursos importantes pois estimulam a reflexão sobre
outras questões essenciais, como relevância da utilização das tecnologias digitais
para favorecer o engajamento dos alunos e as possibilidades de personalização do
ensino.
Modelo de rotação: os alunos alteram atividades que envolvem o uso de
tecnologias digitais de acordo com a orientação do professor. As atividades
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realizadas nos grupos devem, preferencialmente, abarcar diferentes estratégias de


aprendizagem, como discussões, atividades escritas, leituras e, necessariamente,
uma atividade on-line.

 Rotação por estações: O espaço escolar é dividido e estações de trabalho,


onde cada estação tem um objetivo específico. Mas cada uma delas está
relacionada ao objetivo central da aula. Cada estudante ou grupo de
estudantes deve passar por diferentes estações. Depois de um determinado
tempo, preestabelecido pelo professor, trocarão de estação, de modo que ao
final da atividade todos tenham trabalhado em todas as estações, que são
independentes uma das outras e promovem a conclusão de objetivos
separados, para que ao final do processo todos se completem. Algumas das
estações poderão ter atividades online para que eles possam ter mais
autonomia.
 Laboratório Rotacional: Aqui o espaço para o aprendizado é dividido em
dois ambientes, sendo um deles online. O professor pode, por exemplo,
alternar prática e teoria, com experimentação num laboratório físico ou
experimentação virtual. Cada grupo fica um tempo predeterminado em cada
módulo. A troca permite que os dois grupos passem pelos mesmos módulos
e possa aprender de formas diferentes um mesmo tema.

 Sala de aula invertida: a teoria é estudada em casa, no formato on-line, e o


espaço da sala de aula é utilizado para discussão, resolução de atividades,
entre outras propostas. O que se fazia na sala de aula (explicação do
conteúdo) é agora é feito em casa, e o que se fazia em casa (aplicação,
atividades sobre o conteúdo) agora é feito em sala de aula.

 Rotação individual: Sua base é muito parecida com o modelo de rotação por
estações, contudo, aqui cada estudante tem seu roteiro personalizado, não
sendo obrigado a passar por todas as estações. Ele passará apenas nas
estações que fazem sentido ao nível de aprendizado dele.
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O professor também precisa ter uma mentalidade de educação


interdisciplinar, onde conteúdos de diferentes áreas possam ser cruzados e
contextualizados para um aprendizado mais orgânico e próximo à realidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Falou-se muito nas mudanças, nas transformações ocorridas nos últimos


tempos devido a Pandemia da COVID-19 nas tecnologias digitais, mas é preciso
ressaltar no crescimento, dos professores como pessoas e principalmente como
profissionais. Que buscou, que pesquisou, que correu atrás, que ampliou o seu
campo de ação didática implementando essas novas ferramentas pedagógicas;
onde incentivou, resgatou, nos alunos a observação, a análise, a troca de ideias, de
modo que desenvolveram um pensamento mais crítico em relação às informações a
que têm acesso em seu cotidiano por meio dessas tecnologias.

As tecnologias digitais são muito importantes na educação, sendo o seu uso


um grande estímulo para o aprendizado de ambos os lados: aluno/família e
professor/escola, quando feita de maneira correta e pedagógica.

Para o aluno no sentido de se sentir mais ativo e responsável, à medida que


o seu conhecimento é construído de forma, dialógica, dinâmica e interativa,
resultando num grande estímulo ao seu processo de ensino-aprendizagem. Para o
professor, quando ele percebeu que é capaz, que se atualizou, através de cursos e
treinamentos, que viu do seu potencial e de suas limitações, mas que acreditou e
contribuiu para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, por meio da
renovação, da reinvenção da prática pedagógica do professor como profissional e do
aluno como sujeito ativo na construção do seu conhecimento.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular- 3ª versão, 57.

CARVALHO, Rosiani. As tecnologias no cotidiano escolar: possibilidades de articular


o trabalho pedagógico aos recursos tecnológicos. Paraná, 2007.
GONÇALVES, J. A. M. A carreira das professoras do ensino primário. In: NÓVOA, A.
Vidas de professores. 2. ed. Portugal: Porto, 1995.

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Este documento é uma adaptação, para fins didáticos, de um Projeto Político
Pedagógico de uma escola. Disponível em <https://arquidiocesano.com/proposta-
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