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Cultura e História de Portugal


No cenõrto dos sociedades globais, os fundamentos do comunicação
intercultural conshtuem porte integrante dos abordagens d1dáhcos ao ensino
e aprendizagem de uma Língua Não Materno. O ensino do Cultura. 1nd1ss0-
c1õvel do ensino do Língua. é ho1e trabalhado numa base metodológico que.
mais do que compartimentar, viso integrar os duas componentes Ê deste
princípio que nasce o projeto Cultura e História de Portugal, orientado poro
alunos de Português no estrangeiro e possível de ser adaptado o diferentes
faixas etários e utilizado em contextos educativos diferenciados

Cultura e História de Portugal é composto por dois volumes e norteio-se


pelos princípios enunciados no Quadro Europeu Comum de Referência poro os
Línguas (QECR). no Quadro de Referência poro o Ensino Português no Estran-
geiro (OuoREPE) e nos Programas poro o Ensino Português no Estrangeiro. privi-
legiando o abordagem interdisciplinar. No enquadramento dos orientações do
QuoREPE. o volume 1 destino-se o alunos com um nível de proficiência linguís-
tico inicial/intermédio (A2/ Bll; o volume 2. poro alunos com um nível de profi-
ciência avançado/independente (82/Cl) Ambos os volumes estruturam-se em
quinze unidades temáticos com uma estruturo homogéneo: textos poro explo-
ração. ilustrados com imagens reais, complementados por vários rubricas

• Curiosidades - apontamentos de informação

• Saber mais - desenvolvimento de um dos temos textuais

• Recordo - sistematização dos tópicos mais relevantes de cada unidade

• Propostos de atividades - atividades de exploração centrados no aluno

O projeto inclui ainda o Livro do Professor, que reúne sugestões metodoló-


gicos dos conteúdos abordados nos manuais e atividades de ovohoção
Tonto os sugestões metodológicos. como os atividades de avaliação se arti-
culam com outros áreas disciplinares. promovendo o cruzamento de saberes
e competências. Considerando o enquadramento do QuoREPE no ãmbito do
comunicação intercultural. estas propostos remetem também, frequente-
mente. poro os experiências culturais dos alunos. com o ob1ehvo de cnor uma
reflexão sobre o diálogo entre culturas.

t pois. com convicção que apresentamos Cultura e História de Portugal


como um recurso didático o ser explorado nos mais diversos contextos do
Ensino Português no Estrangeiro
.....

Índice
Unidade 1 Sociedade
Portugal ..................................................................... 6 1. Futebol, o desporto-rei .......... .. .. .............. ..... ...... 31
1. As origens ............................................................. 7 2. Atletismo ............................................................ 32
2. A Primeira República ........................................... 9 3 . Ciclismo ............................................................. 32
3. O Estado Novo .................................................... 10 4 . Desportos náuticos ........................................... 33
4. Portugal nos séculos XX e XXI ........................... 11 5 . Ténis ................................................................... 33

Recorda ···················· ····················· ·· ·· ····················· 12 6. Arfes marciais ................................................... 34


7. Desporto adaptado .......................................... 35
Recordo ................................................................. 36

A língua portuguesa no mundo ............................ 13 Unidade 6 Cinema


1 Brasil .................................................................... 14

Angolo ················· ··································•············ 14 Origens do cinema portugués .............................. 37


3 Cobo Verde ........................................................ 15 1. O cinema portugués no século XX ................... 38
4. Guiné-Bissau ...................................................... 15 2. O cinema português no século XXJ .....•........... 39
Moçambique ...................................................... 16 3. Grandes nomes do cinema português ........... 40
6 São Tomé e Príncipe ......................................... 16 4. Festivais de cinema em Portugal. ..................... 41
7 nmor-leste .......................................................... 17 Recordo ................................................................. 42
V a .................................................................. 18

Unidade 7 Teatro

Origens do teatro portugués .. ..................... ......... 43
A músico portuguesa ............................................. 19 1. O teatro portugués do Estado Novo ................. 44
O todo ................................................................. 20 2. O teatro pós-25 de Abril de 1974..................... 45
Músico portuguesa diversa .. .... .............. .. ....... 22 3. O teatro portugués atual. ................................. 46
................................................................. 24 4. Grandes atores do teatro português ................ 47
Recorda ................................................................. 48

Unidade 4 Dança
Unidade 8 Literatura
Origens da danço ................................................. 25
1. Danças trodicionais ........................................... 26 Literatura portuguesa: dos origens à atualidade . 49
2. Danças sociais ................................................... 27 1. A literatura medieval .......................................... 49
3. Dança clássico .................................................. 28 2. A literatura nos Descobrimentos ...................... 49
4 . Danço contemporânea .................................... 29 3. A literatura dos séculos XVIII e XJX ................... 50
Recorda ................................................................. 30 4 . A literatura dos séculos XX e XXI ...................... 51
S. Autores intemporais do literatura portuguesa 53
Recorda ................................................................. 54
l. A arte no Pr • -História .. .. ········ .............. '
2. A arte no Antiguidod ............................ .
3. A arte m di vai. .... .. ....................... 56
4. A arte renosc ntisto ......................... 56
5. O Barroco 57 Unidade 13 Turismo
6. O Neoclassicismo ... 57
7. O Romantismo e o Noturoli mo Portugal. um d sllno turísllco 79
58
8. O Modernismo ...... .. 1. Norte d Portugal 80
58
9. As artes plásticos no otuolidod ................. 59 2. Centro d Portugal .. ............ ........ .... ... . 81

Recorda .............. ........ ... .......................... 60 3. Sul de Portugal. ..... .. ... .... .... ............. ...... 82
4. Mod ira ....... . ... .................. ........ ...... 83
5. Açores 83
Recorda .. 84

1. A modo no época contemporâneo .................. 61


2 A modo em Portugal ............................. 62 Unidade 14 Artesanato
O design .................................. 63
O artesanato português . .... .... ... .... ... ... . 85
4. O design em Portugal.. .... .............................. 64
1. Art sonoto r gionol ..... ............. ............... 85
R orda .......................................................... 66
2. Cestaria portuguesa .... .. ........... ............... 86
3. Tecelagem e tapeçaria 86
4 . Cerâmico e olono 87
5. Rendas .. 87
Origens do arquitetura portuguesa .................. 67 6. Bordados 88
1 O estilo Manuelino .... .. ....... 67 7. Joalharia portugu so 89
2. O estilo Barroco ... .. . .. .............................. 68 Recorda .. 90
3. O estilo Neoclássico... ............ ...................... 68
4. O Romantismo ... ..... ....... .... ..... ..... ... ......... 69
5 A arquitetura no século XX .. . . . ... .. 69 Unidade 15 Gastronomia
6 A arquitetura portuguesa contemporâneo 70
A gastronomia portuguesa 91
7 Arquitetos do século XX 71
l. O bacalhau, rei do cozinho portugu so 91
Recorda .. .. ... .. ... .. ............... .. 72
2 . Sabores do Nort 92
3. Sabores do C ntro 92
4. Sabores do r glõo d Lisboa 93
Unidade 12 Património Natural
5. Sabor s do Sul 93
O património natural português .. .................. 73 6. Sabor s do Ilho do Mod iro 94
1. Maravilhas naturais de Portugal 73 7. Sabores da Ilha do Açores 95
Recorda 78 Recorda 96

5
-- --. --.,
1
Unidade 1

Portugal
Situado no extremo sudoeste da Europa, Portugal Continental faz fron-
teira apenas com um país, Espanha. O território é atravessado pelo rio Te
. - t h 10,
rio principal A norte, a paisagem e mon an osa nas zonas do interior co ;
planaltos intercalados por áreas que permitem o desenvolvimento da ag: 1
cultura A sul, até ao Algarve, o relevo é caracterizado por planícies, sendo
as serras esporádicas Outros rios principais são o Douro, o Minho e O Gua-
diana, que tal como o Tejo nascem em Espanha

Portugal tem um clima mediterrãnico e é um dos países europeus mais


agradáveis. Os verões são amenos nas terras altas do Norte do país e na
região litoral do extremo Norte e do Centro. O outono e o inverno são tipica-
mente ventosos, chuvosos e frescos, sendo mais frios nos distritos do Norte
e Centro do país.

A ITngua oficial da República Portuguesa é o português, adotado em 1290


por decreto do rei D. Dinis. Com mais de 240 milhões de falantes nativos, é 0
quarta ITngua mais falada no mundo e a terceira mais falada no mundo 00.
dental. A ITngua portuguesa é uma ITngua romãnica, tal como o castelhano, 0
catalão, o italiano, o francês, o romeno e outros. O português é também conhe-
cido como a língua de Camões devido a Luís de Camões, autor de Os Lusíadas

A cultura portuguesa tem as suas raízes nas culturas celta, ibérica, germâ-
nica e romana. A diferenciação cultural dos portugueses revelo-se através
dos tipos de habitação, das manifestações religiosas, da gastronomia, do fol-
clore, da arquitetura !por exemplo, nas calçadas tipicamente portuguesas e
na azulejaria) e de outras expressões artísticas e formas de ser e estar

Portugal tem uma das histórias e culturas mais ricas a nível mundial e é
conhecido, internacionalmente, como sendo um país com um clima agra-
dável e um povo acolhedor.

Glossário
relevo: superfície
esporódicas: dispersos, em pouco
número
amenos: agradáveis
Soei dad

1. As orig ns

lqu u do u p 1, o
e L ão. D Aíon o
Henriqu 1nioou uma 1mportant campanh d xpon ão do I rrilóno
O cn tão D. Afon o H nriqu u soldados travaram duras batalhas
com o reinos n tão vizinho com os muçulmanos. qu ntão ocupa -
am praticamente lodo o I rritório da Península lb · rica Estas batalhas só
terminaram em 1297, no r inado d D. Dinis, altura em qu o país stab 1 -

ceu as suas fronteiras definitivas. Estas fron t iras man t- m-se ainda hoj
fazem de Portugal o estado mais antigo da Europa .

A expansão portuguesa
Portugal viveu um período
de grandes descobertas e
prosperidade. Ao longo de
vários reinados. os portugue-
ses realizaram coisas impres-
sionantes:
• exploraram a costa afri-
cana !exploração impul-
sionada, sobretudo, pelo
fi lho de D. João 1, o In-
fante D. Henrique);
1143 1115 11••
• descobriram o caminho . . .,, ló< ~ot\.dlWWpo,1UguM
marítimo para a Índia
121 Elopos do f rmoç o d Portugal
!numa expedição lide-
rada por Vasco da Gama, no r inado d D. João li).
• chega ra m a todos os con tin nt , tab I c ndo Iro a com r iai
cultu rais que são visív is ainda hoj
A Dinastia de Avis marca o início d uma póca pr I onó
mico, social e cultural. Enlr os séculos XV XVI, a mbar aç - u
viajaram por todo o mundo, transportando m r adori pri nl
Índia, de África, do extremo Orienl do Bra il.
Com os Descobrimentos, Portugal d ta ou- na õ
Glossário
mais poderosas do mundo, marcando a sua pr in o onlin nl
prosperidade: nqu z , obund • n lo
O início da colonização do Bra il d Afri
Impulsionada: s11mulod oliva o
estabelecidas com o Ori nte lnom adam nl expedição: 1110
~ fizeram chegar a Portugal produl mui! d1 tont
pedra s e metais precio o , mad iro rara . a u r

7
A decadência do poder português
Com a mor! do Rei D Sebastião em 1578 numa balalha em Alcácer
Qu1b1r, no Norte de África. surgiu um grave problema o rei não tinha filhos
e. por isso. não se sabia quem poderia reinar. D Filipe li de Espanha apro-
veitou esse ambiente de incerteza e invadiu Portugal. tornando-se. assim
rei de Portugal. ·

Depois de décadas de domínio espanhol. os portugueses revoltaram-se


e. em 1640, alguns nobres portugueses uniram-se e derrubaram a duquesa
de Mântua. a vice-rainha que era representante de Filipe Ili (Filipe tV de
Espanhol em Portugal. Assim. a 1 de dezembro de 1640. Portugal tornou-se
novamente independente. após sessenta anos de domínio espanhol. com
D. João IV como seu rei.

Curiosidades
Em 1m. duronte o reconstituição
O absolutismo régio
do Solxo lisboeta. foram desco- Durante os reinados de D. Pedro li ll648-1706), D. João V 0707-1750) e
bertas. no Ruo do Prato. termos D. José 1 11750-1777), foram tomadas várias medidas para aumentar os
romanas do século 1. construídas poderes do rei. Assim, no reinado de D. José 1, Portugal tornou-se urna
por ordem do lmperodor Augusto.
Monarquia Absoluta: o rei passou a ter todos os poderes.
Cheias de õguo lo que as pre-
servo), estas galerias com 2000 Uma das formas de exercer esse poder era através da Inquisição, um
cnos são es.aziodos uma vez por tribunal religioso instituído em 1536, que perseguia e executava lodos os que
ano poro poderem ser visitados eram suspeitos de não seguirem a religião católica e os "bons costumes·
pelo púbico vigentes. Este tribunal acabou por ser responsável por um atraso de Portugal
a nível científico, social e olé económico, em comparação com países onde
a Inquisição não existia.

O reinado de D. José I é, sobretudo, marcado pelas poIT!icas do seu pri-


meiro-ministro. Sebastião José de Carvalho e Melo, o famoso Marquês de
Pombal. Este realizou profundas reformas no País, lendo aproximado a reali-
dade portuguesa da realidade económica e social dos países do Norte do
Europa. Apesar de não ter conseguido extinguir a Inquisição portuguesa,
acabou com a escravatura em Portugal Continental em 1751 e com o discrimi-
nação dos cristãos-novos. Foi igualmente responsável pela reconstrução de
Lisboa após o terrível terramoto de 1755.
A Baixa de Lisboa, também chamada
de Baixa Pombalina em homenagem
ao Marquês de Pombal, é um dos pri-
meiros exemplos de construção antis-
sísmico e tem a primeira verdadeira
Glossário rede de esgotos domésticos a ser imple-
instituido: criado mentada em Portugal.
executava: matava
Portugal foi, assim, governado por
vigentes: atuais, em vigor
homenagem; provo de reconheci-
reis desde a sua fundação, em 1143. No
mento entanto, a partir do século XIX, o
antissísmico: resistente o sismos número de pessoas descontentes com
141Marquês de Pombal
este regime foi aumentando.

8
Sociedade

2. A Primeira República
Em 1908, o rei Carlos I d Bragança f i m rt num t e i l li
Com a revolução de 5 de Outubro d 1910, P rtu ai pa ~ u
blica: a autoridade má ima do pai d I ou d ro
Presidente da República

Os republicanos procederam à ub t1tu1 ao do ímb lo da monarquia


instituindo uma nova bandeira, um novo hino na I nal, A Porlugu so, e
uma nova moeda, o escudo

A Portuguesa
Saber mais
Heróis do mor, nobre povo,
Nação valente, imortal.
Ditadura Militar e Estado Novo Levanta i hoje de novo
O esplendor de Portugal!
As duas primeiras décadas do século XX foram muito difí- Entre as brumas da memória,
ceis para os portugueses. Em 191 6, Portugal entrou na 1.0 ó Pólria sente-se a voz
Guerra Mundial (1 914-1 918), o que deixou o país mais pobre e Dos teus egrégios avós,
em crise. Perante o descontentamento gerado, o general
Que há-de guiar-te à vitória!
Gomes da Costa liderou uma revolta, conhecida como o Às armas, às armas! (Refrãol
Gol pe Militar de 28 de Maio de 1926. Sobre a terra, sobre o mor,
Às armas, às armas 1

Estabeleceu-se, então, a Ditadura Militar. O golpe militar


Pela Pótria lutar
impôs a dissolução do Parlamento, a censura à imprensa e o
Contra as canhões marchar,
poder passou a ser assumido por militares.
marchar!
A instabilidade manteve-se durante cinco anos. Devido E certo de A Portuguesa
aos problemas financei ros que se continuaram a agravar, em Músico Alfredo eil
1928 António de Oliveira Salazar foi nomeado ministro das Lelro Henrique Lopes
deMendonço
Finanças e em 1932 convidado a chefiar o governo. Em 1933 a
aprovação de uma Nova Constituição lançou as bases do
Estado Novo.

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111 l,J1lo1 í /11at1 da, 1111 110111
1reze mil soldadosdeslílam, durante quatru horas, do Campo GrandeaPraça Ouquede Saldanha
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.I.• •
·~ 1 Glossário
IUO 110 • \li•
,.,.,,,_,,
regicídio: assassínio de rei
lSJ Diário de Uolicio~ instituindo: dando 1níc10
descontentamento: tristeza
dissolução: extinção, fim

9
Unidade 1

3. O Estado Novo
E todo Novo é o nome dado ao regime político que começou em 1933,,
que durou até 1974. Durante este período, Portugal viveu sob um regirn~
autoritário, tendo sido eliminadas as liberdades de expressão e de reun10 0
e o direito à greve.

o Estado Novo era um regime ditatorial que se assemelhava ao fos


cismo italiano. Este punha em ação os seguintes valores:
• culto do chefe, através de propaganda, transmitindo a mensagem de
Salazar como o salvador da pátria.
• proibição de partidos políticos e criação do partido União Nacional - 0
único partido autorizado - tendo Salazar como presidente.
• repressão através da polícia política PIDE - Polícia lnternocionol de
Defeso do Estado - que perseguia e torturava os opositores do regime
• criação do Mocidade Portuguesa - obrigatória para jovens dos sete
aos catorze anos - para aprofundar a devoção à Pátria. ·Deus, Pólno,
Família· era o lema deste regime, apoiodo em valores calólicos e em
ideais nacionalistas.

Glossário
autoritário: que impõe autoridade
ditalorial: que assume poder
absoluto
opositores. odversórios, pessoas
que es1õo contra algo ou alguém
lema: regro de comportamento
sucessor: que subs1itui alguém
num cargo

Saber mais

25 de Abril de 1974
Devido ao descontentamento do povo, em 1973, um grupo de
jovens militares formou o ·Movimento dos Forças Armadas·
(MFA). Com o objetivo de derrubar o Estado Novo, o MFA desen-
cadeou um golpe militar na noite de 24 para 25 de abril de 1974.
Derrubaram, assim, o governo de Marcello Caetano - sucessor
de Salazar -, acabando com a ditadura que existia desde 1926.
Esta revolução ficou conhecido como 25 de Abril, ou como Revo-
lução dos Cravos, porque foi uma revolução pacífica em que os
soldados enfeitaram os suas armas com cravos vermelhos, ofe-
recidos pelo população em sinal de apoio e agradecimento. :BI RevoluçôO do 25 de Abnl

10
,,,..
Sociedade

4. Portugal nos séculos XX e XXI


A revolução do 25 de Abril pôs fim à ditadura e implementou o d mo
cra cio em Portugal. Poro isso foi preciso cnor uma novo Constituição· o
Constituição de 1976. Desta destacam-se os seguinl s princípios

• igualdade de lodos os cidadãos perante o lei,

• liberdade de expressão, de reunião, de associação e de imprenso;


• direito à greve;

• direito ao voto;
25 ~e Abril
191 Imagem alusrva õ liberdade do 25 de
• direito à educação. Abnl

A novo constituição implementou um regime democrático e pluralista,


semelhante ao de outros países do Europa Ocidental. Portugal é hoje,
assim, um país democrático, onde existem vários partidos políticos. elei-
ções livres e liberdade de expressão.
O acesso à educação melhorou muito e, por isso. há cada vez mais pes-
soas com uma boa formação académico.
O acesso à cultura, às novos tecnologias e aos cuidados de saúde bási-
cos também têm evoluído bostante.
Apesar de ludo isto, continuam o existir problemas económicos e o nível
de vida dos portugueses situo-se abaixo do médio eu ropeia.

Portugal na União Europeia


A UE, anteriormente chamado Comunidade Económico Europeia (CEE), é
uma organ ização que reúne vários países europeus e que tem como obje-
tivo desenvolver o cooperação entre os seus Estados-Membros.
A necessidade de novos soluções poro os problemas económicos do
país conduziu à assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à Comuni-
dade Económico Eu ropeia (CEEI, em 12 de junho de 1985. O Tratado entrou Europeia

em vigor o l de janeiro de 1986 e deu início o uma novo fase no país. A inte-
gração no CEE permitiu o Portugal beneficiar dos meios necessários poro
modernizar setores económicos como o agricultura e o indústria. Porém,
surgiram alguns problemas no agricultura e nos pescas, pois começaram o
entrar no mercado português produtos mais baratos do que os nacionais, o
que levou à ruína de pequenos agricultores e ao abandono dos terras ll II Nolas de euro

Em 1992, o União Europeia decidiu implementar uma moeda único, o


Glossário
Euro, que iria subsliluir o moeda portuguesa· o escudo. O euro entrou em
circulação em 2002 e é atualmente o moeda oficial do maioria dos países implementou: pôs em prático

que pertencem à União Europeia . Assim, quando viajamos de um país poro pluralista: admite a d1vers1dade de

o outro, não precisamos de trocar dinheiro. A livre circulação de pessoas e partidos


cooperação: colaboração. apoio
bens entre os Estados-Membros do União Europeia é outro vantagem de
integração: inclusão
Portugal integrar esta comunidade. Atualmente, o UE conto com 28 Esta-
beneficiar. favorecer, ajudar
dos-Membros

11
Unidade
--1- ~ ~ - - - - ~ - - - ~ - - - - - - ~ - --

• Portugal possui uma dos histórias e culturas mais ricas


a nível mundial e é conhecido, internacionalmente,
como sendo um país com um clima agradável e um
povo acolhedor.

• o pois nasceu em 1143 e O. Afonso Henriques foi o seu


primeiro rei.

• Portugal deixou de ser uma monarquia há pouco mais


de cem anos. A proclamação do República aconteceu
a 5 de outubro de 1910.
02J Morceflo Coelono em enlreYISlo
• Antes de ser uma democracia, Portugal viveu num
regime autoritário, liderado por António de Oliveira
Salazar e Morcello Caetano, entre 1933 e 1974.

• No década de 1970, muitas pessoas estavam descon-


tentes com a guerra colonial, com o falto de liberdade
de expressão e com o situação económico. Por isso,
os militares prepararam uma revolução que ficou
conhecido como o Revolução dos Cravos ou 25 de
1131 Guerra ColonlOI
Abril e que instaurou o democracia em Portugal.

• Atualmente, Portugal é um dos 28 Estados-Membros


da União Europeia. É, desde 1974, uma república
democrático, representativo e participativa: todos os
cidadãos têm os mesmos direitos e elegem os seus
representantes. O Presidente da República é o repre-
sentante máximo do país e o Primeiro-Ministro tem o
poder executivo, isto é, tem o função de executar as
leis já existentes e de criar novos leis, segundo a 041 Bondettos dos E.slodos-f.Aembros do lJt
necessidade do Estado e do povo.

1. Realizo uma pesquiso sobre o teu pois e descobre se 3. Seleciona um dos períodos da História de Portugal que
este é uma democracia ou uma ditadura, quando é que foram apresentados nesta unidade e realizo uma breve
o teu país nasceu e quais foram os personalidades que pesquisa sobre ele locontecimentos importantes,
marcaram a suo história. personagens que marcaram esse período .. .!

2. Escolhe uma figura importante na história do leu pois e 4 . Realiza uma pequena pesquisa sobre o revolução do 25
escreve um pequeno texto sobre elo, justificando o tua de Abril e descobre os principais acontecimentos que
escolha. marcaram esse dia.

12
......
Alii g a
Como o es. na altura do De cobnm nt , o eh aram
a ário território , palhado or t do o mundo Hoj , rrilório ão
inde en entes, ma continuam pró imo r ia da língua
Segundo o Observolóno do língua
Além de Portugal o Br ngola Ca o rd , Guin · -Bissau, Moçam- Portuguesa, estos são os anco fin--
bique, ão Tomé e Prínci limor-L t t-m o português como língua ofi- guos mois falados no mundo
cial ou como uma da língua oficiai . O conju nto destes países cons- l º: Chinês (Mondonm)
titui a Comunid de L1ngua Ofi ial Portuguesa ICPLP). 845 milhões de folontes
2.º: Espanhol: 329 milhões
oje, a língua rtugu a é a quarta língua mais fa lada no mundo e é de folantes
utilizada O milhõ de pessoas. 3.0 : Inglês: 328 milhões de
t folantes
4.0 : Português: 244 milhões
de folantes
5.º: Hindi: 182 milhões de
folantes

OCIAHO

MCR:O

OCBN)

twRX>

.- --
Poises que compõem a Comurndode dos Poises de üngua Oficial Portuguesa (CPLP)

Port 1Ps Pm G n ç:l M nu


Para além dos países que fazem porte da Comunidade de Países
de Língua Oficial Portuguesa, existem outras regiões no mundo que
têm uma ligação forte com o português.
Macau, por exemplo, é uma região administrativo especial da
República Popular do Chino que, olé 1999, foi administrada por Portu-
gal. Por isso, ainda hoje, o língua portuguesa é importante no região,
encontrando-se nas ruas, nos meios de comunicação social e nos
escolas e universidades.
Goa, na índio, também tem uma ligação histórica com o língua
portuguesa. As marcas do passado português em Goa são visíveis
nos jardins com nomes de personalidades portuguesas (como Gar-
cia de Orta que morreu em Goa em 1568), no arquitetura colonial, no
gastronomia e nos igrejas católicas. Até 1961, o ensino do português
era obrigatório nos escolas goesas e, atualmente, continuo o haver Basílica do Bom Jesus. elha Goa
grande interesse em aprender esta língua .

13
2

t
N
1. Brasil
Com mais de 199 milhões de habi-
tantes, o Brasil é o maior país da
América do Sul e o quinto maior do
mundo, tanto em termos de território
r como de população.

No Brasil está localizada a maior


parte de uma das maiores florestas tropicais do mundo: a Floresta Amazó-
nica. Esta floresta estende-se por diversos países da América Latina e con- -
tém cerca de 50% da biodiversidade existente em todo o planeta.

O Brasil é, também, o maior país lusófono e o único país no continente -


americano onde se fala português. Tal como em Portugal, esta é a único
língua oficial do Brasil. No entanto, há muitas diferenças entre o português
falado nestes dois países.

Sabes, por exemplo, o que é um ônibus? E um trem? Já andaste de


bonde? Um bonde, no Brasil é, em Portugal, um elétrico; um ônibus é, paro
os portugueses, um autocarro; e um trem em Portugal diz-se comboio.

O pequeno-almoço é o café da manhã no Brasil; e o banheiro é, para os


portugueses, a casa de banho. Uma coisa fixe, no Brasil, é legal, e uma equipo
é, para os brasileiros, um time.

t
N

2. Angola

Angola é um país situado na costa ocidental de África, a sul do deserto


do Sahara. Tem 18 milhões de habitantes e um quarto deles vive na capital,
Luanda. Presentemente, Luanda vive uma fase de reconstrução urbanística.
ANGOLA
O português é a sua língua oficial, mas há em Angola várias línguas
nacionais de origem bantu. Assim, tal como em Portugal e no Brasil, o por-
tuguês em Angola tem características e palavras próprias.

- 1 • . uo•
Por exemplo, sabes o que é um cota? É uma pessoa mais velha ' E o
caçula é o filho mais novo. Quando um angolano quer ir embora, ele diz
que vai bazar. Bumbar é trabalhar; massa é dinheiro; doma é mulher; e se
algum angolano te diz que não tem maka, isso são boas notícias: quer
Glossário dizer que não há problema!
biodiYenidode. variedade de A economia angolana tem crescido muito nos últimos anos. No entanto,
espécies biológicas
apesar dos seus valiosos recursos naturais, como os diamantes e o petró-
urbar IÍStÍCO: relativo à cidade
leo, o país continua a apresentar grandes desigualdades sociais.
desigualdodes:dnerenças

14
3. Cabo Verde
A Repúblico Democrático d Co o v rd um r · · t

por dez ilhas. Tem c rco d 00 000 h CABO VERDE "


fio
dental africano . A uo copit
Composto por d z ilho d """""'º
variados e de uma grond

Cabo Verde · um 01
gressos consideráveis no ·r
mico, o setor energ · ti o • o u I qu monif
u o
nto pro-

lo maior potencial, através do


_,, •
vento e do luz solar. Contudo, antinua o hov r um número muito elevado
de cabo- erdionos o migrar poro países como os Estados Unidos do
Américo, Portugal e Brasil. Atualmente, existem mais cabo-verdianos espa-
lhados pelo mundo do que no próprio país.

Apesar de o ITnguo oficial em Cabo Verde ser o português, o crioulo


cabo-verd iano é considerado uma língua nocional. Praticamente todos os
pessoas usam o crioulo poro folar com os amigos e com o família, enquanto
0 português é utilizado sobretudo no escola e nos serviços públicos.

4. Guiné-Bissau
Situado no costa ocidental de
África, o Guiné-Bissau é um país com
cerco de um milhão e meio de habi-
tantes e tem como capital a cidade
de Bissau . O arquipélago dos Bijogós,
composto por 88 ilhas e situado no
Oceano Atlãntico, também faz parte
da Guiné-Bissau .

o povo guineense é constituído


por vários grupos étnicos, com lín-
guas, religiões e costumes muito dife- Glossário
rentes. A língua portuguesa é usado
consideráveis: 1mportontes
oficialmente, mos, na maior porte
potencial: copoodode, qualidade
dos vezes, os guin enses usam inato
outros línguas paro folar com o família e com os amigos. contudo: no entonto, apesar disso
étnicos: grupos culturais
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo. O seu subde- subdesenvolvimento:
~ senvolvimento económico encontro -se, sobretudo, relacionado com a ins- fraco desenvolvimento
: tabilidade político, que se v rifico desde a ind pendência do país.

15
n biqu
ombiqu , u1 cop1tol • Maputo, t m e rco d 23 milho d habita
ituo- no co to on ntol d Afn a O pai opr nto um norm Pol
101 tun ti o. O ío to. poro 01 · m d lo ai d uma norm b I z , corno o 11 0
d Moçombiqu (Património Mundial do UNESCO! o orqu1p · 1090 d u1nm
bo , ist m parques r s rvos naturais, povoados por urna grond dtv r51
dod d animais s lvag ns el fontes, leõ s, 1 opordos, hipopótamos, maca
co , girafas, búfalos, gnus... Alguns dest s animais são tão raro , qu naa se
ncontrarn em mais lugar n nhum do mundo.

A língua portuguesa é a única ofi-


cial em Moçambique, mas a maior
porte das pessoas utiliza-a apenas
corno segunda língua . Tal corno nos
outros países da CPLP, o português
de Moçambique tem características e
vocabulário próprios. Em Moçambi-
Pm do Gotongoso que pequeno-almoço diz-se matabi-
cho, autocarro diz-se machimbombo
e dinheiro diz-se mola!

6. São Tomé e Príncipe

São Tom · Prín ipe, o país mais p qu no d Africa, · um orquip · 1ago


SÃO TOM{
cornpo to por duas ilha principais - a llh d São Tom · e a Ilha do Príncipe
E PRINCIPE e vórios ilh • us. A sua ca pital, São Tom · , · da rnai p qu nas do mundo
qu r p lo u tamanho, qu r p lo núrn ro d habitant a capital t m ape
nas 60 mil habitant o pai pau o mais d 180 000 no tatalid d Ap sar
di o. a cidad d São Tom t m muitas cai a para v r ai · m do e ntro da
odad , mais movim nlado, ond ncontra
o M reado Muni ipal, pod ainda vi 1tor-s o
fort d São S ba lião o mus u obr a hi ló-
na d - o Tom ou admirar arqu1t ra a
pai natural, om inúmeros vai , rios
riachos. o portugu - , fal am- vári
l1ngua lo - m . orno o m n o ou
Glossário o noulo A I polil1 a s
fa portugu - uro
Inúmeros: muitos, vórios
riachos: p qu nos nos nqu nt falam um
arcaico: antigo, rn d suso vunon t d po ró im do p rtu
gu s ar alco

,,.J
Lu

1. 1imor-Leste

nmor-Leste, situado na parte oriental da ilha d nmor, - um dos paí


mais jovens do mundo. lndependent d sd 20 d maio d 2002 t -0
único país de líng ua oficia l portuguesa da Á ia. p rt nc m tamb -~ ao t r-
ritório timorense o enclave do Oecussi, a ilha d taúro, nort d Díli. o
ilhéu de Jaco, na ponta leste do país.
Polóc10 do Governo de nmor-Leste
Apesar de ser um país pequeno, com pouco mai d um milhão de
habitantes, Timor-Leste tem paisagens natura is de uma grand e beleza :
praias paradisíacas e gran des cadeias montanhosas.
Apesar de se ter tornado inde-
O português é uma das línguas oficiais, a par do tétum. mas existem
pendente de Portugal o 28 de
mais de 20 línguas nacionais de diferentes origens. Em nmor-Leste. são
novembro de 1975, Timor-Leste
sobretudo as pessoas mais elhas que sabem falar português: entre 1976 e
continuou o ser considerado ofi-
1999 este país esteve sob o domínio indonésio e, nessa altura, era proibido
cialmente território português
falar português. pelos Noções Unidos até 1999 .

Pro10 de Fotucomo, nmor-Leste

Saber mais

Vários países, uma só línaua 1


Coma viste, a língua portuguesa tem características diferen-
tes nos vários países onde é falada . Para uniformizar a orto-
grafia do português, foram criadas algumas regras, estabele-
cidas através da elaboração de um Acordo Ortográfico. Glossário
Presentemente, os países da Comunidade dos Países de Lín -
enclave: terntório de um país
gua Oficial Portuguesa (CPLP), exceto Angola e Moçambique, já
encaixado em território de outro
ratificaram este Acordo. país
Assim, em Portugal, no Brasil, em Cabo Verde, na Guiné- uniformizar: tornar igual
-Bissau, em São Tomé e Príncipe e em nmor-Leste existem, ortografia: regras de escrito
hoje, normas comuns de escrita da língua portuguesa. ratificaram: validaram, aprovaram

17
OPI-OWl-02
d 2

Recorda "!I

• Em todo o mundo 1st m vários países qu têm o por-


tuguês como língua oficial São I s Portugal, o Brasil,
Angola Cabo Verde, Gu1n · -Bissau, Moçambique, São
Tomé e Príncipe e nmor-L st

• A maioria dos países de língua oficial portuguesa


situo-se no continente africano

• O Brasil é o pois com o maio~ número de folantes da


Edrfic,o do B1bf101eco Portuguesa, Macau
língua portuguesa· mais de 199 milhões.

• Existem, ainda, mais duas regiões onde o português


desempenhou um papel importante: Goa e Macau!

• Além de unidos pelo língua portuguesa, estes países e


regiões partilham vários aspetos culturais. A isto cha-
mamos lusofonia.

• Apesar do língua portuguesa ser o língua oficial de oito


países espalhados pelo mundo todo, em cada um
deles, o português apresento características próprias.
Essas características estão, sobretudo, relacionados
com aspetos culturais e com os línguas nacionais exis-
tentes em cada um dos países em que é falado.
S Paulo, Macau

Foz uma pesquiso sobre o teu país. Qual é/Quais são Escolhe um dos países de língua oficial portuguesa e
o(s) suo(s) línguo(s) oficiol(ois)? Existem outros línguas no pesquiso um aspeto que te interesse mais. comido
teu país? Existem outros países com o mesmo língua tradicional, músico, desporto ...
oficial?
Realizo uma pesquiso sobre Goa e Macau e descobre
Seleciono um dos países de língua oficial portuguesa e alguns aspetos que, ainda hoje, ligam estes países o
efetuo uma pesquiso sobre os diferenças entre o Portugal.
português falado nesse país e o português falado em
Portugal.

18
,,..,1
m
A música, de uma forma g rol, tá pr nt no mom nto mais P ro 01 · m de mornfPslor d1feren•

importantes da vida humana na f stas, na c r h 10 as, 1 dos mocIonoIs e cond1 •


ções socI0Is, o músico pode ler
quando nos sentimos felizes ou tri t A mú 1ca qu
funções In perodos A canção
o nosso estado de espírito e pode at · alt ra lo
E d po,s do adeus, de Paulo de
Tanto a música tradicional portugu a orno a música rud1ta clássica e Carvalho, lronsrnilldo no ród10 no
contemporânea são altamente di ers1fi ada . música mais tradioonal, noI1e de 24 de obnl de 1974. fo, o

como a música folclórica, retrata a cultura e história do país, a música mais sinal secreto que pôs em marcho

recente surge de influências eriores de Á rica, do Brasil e dos Estados o Revolução dos Cravos

Unidos.

O folclore mantém-se vi o ainda hoje, sobretudo nos meios rurais e


entre as comun idades de emigran es por todo o mundo.

Existem estilos de música diferen es e cada um deles revela muito sobre


a cultura do seu país. A música radicional portuguesa - que incl ui géneros
tão diferentes como o olclórico e, dentro deste, o cante alentejano, a chula,
o vira, o corridinho ou o malhão - mostra como as pessoas viviam e cele-
bravam os momentos importan es da sua comunidade (as colheitas, os
casamentos, etc.) os quais es ão associados a vários tipos de dança.

Já a música con emporânea - do jazz ao hip hop, passando pelo pop/


rock e outros estilos musica is - retrata os valores que fazem parte da socie-
dade atual.

Não se pode fa lar de música portuguesa sem referir o seu estilo mais
representativo: o fado . A ualmente, o gosto pelo fado une diferentes clas-
ses socia is e gerações, pelo facto de se ter sabido reinventar. A nova diva
do fado, Mariza, conq uistou portugueses e estrangeiros com as suas inter-
pretações.

Glossário
diversificados: com ariedode
o fado • o tilo musical porlugu -s mais famoso e, poro muitos, repre-
nto o - ncio do ·s r portugu - s·.

A palavra ·todo" vem do latim "fatum ·. que significo destino Não se


conh c ao certo o origem do fado, havendo, assim, vários teorias

Todavia, o fado só passou a ser conhecido depois de 1840, nas ruas de


Lisboa. A primeiro fadista conhecida chamava -se Severo e nasceu em Lis-
boa, no bairro da Mouraria, em 1820. Severo, uma simples mulher do povo,
tornou-se um marco no música portuguesa ao atrair pessoas de todos as
classes sociais às tabernas onde contava o fado.

O fado no século XX
O fado, desde 2011 Património Imaterial da Humanidade, tem atual-
rona. l.Jsboo mente estatuto de símbolo nacional, mas nem sempre foi assim.

Durante a primeiro metade do século XX, em particular nos anos 30 e


40, o fado ganhou grande prestígio. Amália 11920-1999) foi o principal
representante deste estilo, mas muitos artistas contribuíram poro o seu
sucesso: Maria Teresa de Noronha, Maria da Fé, Teresa Tarouca, Alfredo
Marceneiro, Carlos do Carmo, João Braga, entre muitos outros.
Hã, em Portugal, um estilo de fado
Apesar de haver tontos artistas conceituados, Amália é considerada a
muno driefen1e do lodo de Lisboa:
melhor fadista de sempre. O seu sucesso mundial tornou-a uma verda-
o fado de Coimbra. Este é tradicio-
deira embaixadora do fado e de Portugal no mundo.
nalmente cantado por estudantes
e não é interpretado por mulheres.
A partir dos anos 70, outros estilos musicais apareceram e o fado per-
Amólto 101 o pnmetro o gravar um
deu a importância que linha antes. Muitos artistas mantêm a tradição do
destes fados, chamado, precisa-
fado mas, no início do século XXI, o fado redescobriu o seu caminho, expe-
mente, Combro
rimentando novas fórmulas e conquistando novos fãs.

Glossário
marco: referência
tabernas: locais simples onde os
pessoas se reúnem poro comer e
beber
estoMo: valor
prestígio: admiração
ÚIICG

O fado hoje
o final do s - culo sobr tudo no - ulo 1 ur iram novos fadist s
que Irou eram um novo fôl o ao fado outro , d Mísia. d
ália Guerreiro. de Mafalda Arnauth d a u I Tavar d
Joana Amendoeira

Entre est M riz m nl a fad, la por-


tuguesa mai amb ' m Ana Moura
é reconheoda 1nt r an ado com MickJagger
dos olling S · um fã conf sso da artista - . Ana
Moura foi co o ano m 2011 pela prestigiada revista
inglesa ng . pecialmenle depois da sua colabo-
ra ão co o es blo AI rán. com a música Perdóname, tornou-se
igualmente uma a da nova geração de maior sucesso.

O fado reinventado
Desde as suas origens nos bairros lisboetas. o fado tem sido recriado e
rein en ado por mui os artistas.
Ano Mouro
as décadas finais do século XX e já no século XXI. vários grupos musi-
cais recuperaram o ado e tornaram-no mais atual. através do fusão com
ou ros es ilos musicais e do modernidade dos suas letras. A par do fado
tradicional exis e agora um novo tipo de fado. mais apelativo paro os jovens,
que voltou o colocar este estilo musical nos tops de vendas.

Os pioneiros Madredeus, A Naifa, Deolindo, Amália Hoje e Donno Maria


são alguns dos responsáveis por esta mudança . As suas músicas alcança-
ram muito sucesso e todos os conhecem .

O grupo Deolindo inspirou-se no fado e no tradição popular portuguesa


poro criar músicas contemporãneos e atuais. evitando o tristeza característica
do fado e substituindo-o por sentido de humor. ritmo e alegria.

A Naifa é uma bando musical nascido em 2004 que conjugo as caracte-


rísticas do fado com o poplrock

Glossário
fôlego: ãnimo
fusão: junção
apelativo: atraente.
pioneiros: os primeiros a fazer algo
conjuga: combina

21
portu ue a diversa
músico por1ugueso não é composto apenas pelo fado Existem tam-
bém muitos ar11stas que se dedicam. em Portugal, ã música erudita Muitos
outros a nistas preferem o eslilo pop/ rock e ou lros ainda preferem a música
popular portuguesa. Existem igualmente fenómenos de sucesso em géne- ·
ros musicais tão distintos como o hip hop ou o heavy metal.

Jazz e música erudita


O ;azz e a música erudita não são os estil os mais populares, mas os
seus artistas conseguiram conquistar um público considerável.

O vg<.Jês Fronasco António de Na música erudita. destacam -se os compositores Emmanuel Nunes.
:.Jmetdo '1702-1755) foi um com- António Vitorino d'Almeida e António Pinho Vargas, as pian istas Olga Pratz
positor muito considerado no seu e Maria João Pires e o compositor e pianista Bern ardo Sossetti . Bernardo
tempo. mos é atualmente pouco Sassetti venceu vários prémios nacionais e internaciona is. A ba nda sonora
conheado Lo Giuditto, uma dos do filme O talentoso Mr. Ripley, protagon izado pelo famoso ator John Mal-
suas óperas mais entusiasman- kovich. contou com a sua par1icipação.
tes. o recuperado e interpretado
por alguns dos melhores músicos No jazz. destacam-se Maria João
e con ores europeus e Mário Laginha, Jacinta. cantora de
jazz com trunfos dados em Portugal e
no mundo, ou até mesmo as jovens
Luísa Sobral e Áurea - uma das mais
jovens revelações da música portu -
guesa . O primeiro álbum da cantora
Jacinta. Tribute to Bessie Smith, por
exemplo, atingiu o record de vendas
nacional e é disco de ou ro (algo muito
surpreendente para um disco de ;azz
em Por1ugall. Esta cantora foi, igualmente. considerada a melhor artista de
;azz da Europa em 2007.

...,
O nascimento do pop/ro portugu -
A música poplr e , · aqu la qu lm Ir i m I publico
Desde a década d 70 do ui dia d ho1 qu os mu ícos
portugueses se têm d d1cado ada z ma1 a filo musical

O início dos ano d 1980 m r ou uma irag m na produção musical


portuguesa, especialm nt com nt · nio ariaçõ . que, apesar da sua
curta carreira de ido à ua mort pr coce, abriu caminho para a música
pop/ roc com o eu estilo rim nlal. ui Veloso, com mais de 30 anos
de carreira, é considerado o pai do roc português.

as décadas de 1980 e 90, os artistas de maior sucesso cantavam em


português, músicas que ainda hoje definem aquela geração. Heróis do
Mor, G R, UHF, ódio Macau e Sétima Legião são apenas algumas das
bandas mais marcan es desta época . Muitos destes artistas continuam a
suo carreira com a mesma vitalidade de há 30 anos, atraindo aos seus
concertos várias gerações de fãs .

Xulos e Ponlopés

A música portuguesa hoje


Nos anos de 1990 e no início do século XXI, os novos músicos de popl
rock começaram a adaptar-se ao mercado internacional. Muitos começa -
ram a cantar a maioria das suas músicas em inglês. São exemplos disso
The Gifl, a Áurea ou o cantor David Fonseca . Outros, como os Clã, opiam
por manter o português como a sua língua de eleição.

Existem ainda artistas que se dedicam a outros géneros musicais, também


com grande sucesso. No heavy metal. por exemplo, deslocam-se os Moons-
pell. Entre os mais jovens, as preferências vão muitas vezes para o hip hop do
Boss AC (um dos pioneiros do hip hop português com o inconfundível êxito
Sexta-feirai, para a fusão entre techno e kuduro dos enérgicos Buraka Som
Sistema, ou para a pop dos Amor Eledro ou de Os Azeilonas 1

Glossário
viragem: mudança
precoce: prematuro, antes de
tempo
vitalidade: energia, entusiasmo
de eleição· preferido
inconfundível: impossível de con-
fundir, notável

23
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Recorda !ti ·
1 ll lrlldt 11 nnl 1 )fll •qu 1, 1 d, ntro d1 ,to n
n1111d11, op11' < nln d1f1 11 111,0
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nu-.., o, - a
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A mrn o
d11ciu • m Rancho folclórico
monll m o fado vrvo lual Uma
nh rda m todo o mund 1

rial

•A • ugu s tualm nt , uma produção


m cada mú rca popular à rudi la,
;afuâli
po
ca
lo iozz opl rock. há, m Portugal.
pos musicais poro lodo os gostos

• D d o final do s ulo XX, com o apor cimento de


r1gue
11 • \ •11 C...... H, . / .tn t i'
lt • • .... .

novos fad,s1os. o fado r cuperou a sua importõncia e


t m indo a s r recriado r 1nv ntado Madredeus.
A No,fo, D lindo, Amoira Hoj Donna Maria são
alguns dos r ponsôv is

R lrzo uma p qul o obr o I u can tor ou grupo Escolh uma dos luas músicos portugu sos pr fendas e
pr f ndo qu pai ? Em qu língua con to? Qual o conto -o com os teus amigos li nto traduzi lo poro o tua
u st1lo d mú 1co? língua mal rno'

R olizo uma p squ1so sobr os pnnc1pois coroei ríslicos


do fado d Lisboa e do fado d Coimbra
Origens da dança
A dança surgiu há muitas c nt na d ano a i da a r hgião
define-se pela associação do ritmo do cor o a uma forma d mu ica Dan-
çar era um ato sagrado, uma forma d liga ão ao d1v1no, razia par1 d
muitos ritua is religiosos

Só na Grécia Antigo é que a dança d i ou d ser clusivamen te um


ritual relig ioso e foi incorporada nas tragédias gregas, passando a ter, além
do componente religiosa, a artística Hoje, em ainda o runção de diverti- 111 Represenloçõo do danço no Grécia
mento. Anllgo

Dentro da vertente artística, existe a dança clássica (ou ballet), que segue
regras rigorosas e que se cen ra na criação de uma narrativa, isto é, conta
histórias através da música, da dança e do cenário. Para além da dança
clássica, há a dança con emporânea, que procura subverter essas regras,
centrando-se nos movimen os expressivos dos bailarinos e aliando-se a
formas de arte e écnicas como o vídeo e as instalações.

A dança tem ainda uma vertente social, associada à sua componente


de divertimento: dançar une as pessoas e as comunidades, estabelecendo
um sentimento de pertença. Todas as culturas têm as suas próprias dan-
ças, associadas aos seus modos de vida, valores e tradições. Estas danças
tradicionais ou folclore mantêm vivos os sentimentos de identidade e de
pertença a um determinado grupo.

Com o tempo, a vertente social da dança também evoluiu. Inicialmente,


dançar era um ritual usado para celebrar as colheitas ou outros aconteci-
mentos importantes. Depois, foram-se organizando bailes para as pessoas
de uma determinada comunidade conviverem e se divertirem. Hoje, os ami-
gos juntam-se e dançam juntos em bares, discotecas ou festas particulares.

1 Danço conlemporoneo

Glossário
incorporado: incluído
subverter: revolucionar
pertença: porte de alguma coiso

25
Unidade 4

1. Danças tradicionais

danças tradicionais fazem parte do património cultural de cada pois


Em Portugal, cada região tem as suas danças trad icionais. com ritmos. tro
1es e passos próprios. cujas origens se perdem muitas vezes no temp0
Algumas das danças tradicionais portuguesas mais conhecidas são o iro
a chula. o corridinho. a tirana. o fandango e o ba ilarico; nas quais home s
e mulheres executam uma coreografia animada ao som de palmas. gu1tor.
ras. acordeões e concertinas. Muitas destas danças estão relacionados
com as tradições de namoro e galanteio de cada região.

Nas demonstrações das danças regiona is, os dançarinos exibem colori-


património cultural: bens materiais
dos trajes locais que correspondem ao vestuário que era tradicionalmen e
castelos. 1gre1os, esculturas .. l ou
usado no trabalho do campo ou em dias festivos.
1rno1eno1s li era uro, músico, fol-
dore que con nbuem poro o Presença assídua nas romarias de Norte a Sul do país. as danças rodi-
1den idade do cultura de um povo cionais são um dos principais objetos de interesse das inúmeras assooo-
galanteio: elogio. namoro ções culturais e etnográficas que trabalham para manter viva a história dos
Trajes: roupas
costumes em Portugal.
assídua: regular, frequente
etnográficas: dedteodos à conser-
vação dos cutturos rod1cionois

O viro é urna dos mais antigos


danças populares portuguesas
O corridinho é urna Éurna danço de tradição minhoto
donço algarvio dan- embora hoje se baile em quase
çado ao som do todo o país
concertino É muito
ritrnodo e alegre e A chulo é urna danço popular
danço-se o pores. portuguesa tipicamente norte-
nho e muito antigo.

O bailarico é urna danço popular atual


Édançado. sobretudo, nos regiões de Tor-
res Vedras. Caldos do Rainha. Molveiro.
Sintra e Moiro. pelo que é conheodo pelo
O fandango veio de nome de «danço saloio».
Espanha e enraizou-se
A tirano danço-se exclusivamente do em Portugal há já muito
Minho à Beiro Litoral, particularmente tempo. É dançado em
no região de Coimbra. Éurna danço de quase todo o país. mos
ntrno compassado, sereno. dançado o particularmente no Riba-
pores e formando urna rodo tejo

26
Dança

2. Danças sociais

As danças saciai são aqu la


ra u
próprio pra zer: são as dan a do

Desde há vários s· culo qu , ont t , 0 p 00 s


reúnem poro da nçar. Antigam nt d propor ionor m pra-
zer e bem-estar físico, erviam r a a onviv r m e se conhece-
rem melhor. Tinham, ainda, outra fun - o muito im portante: a de possibilitar
que raparigas e rapazes e conh m, num contexto ·seguro·, acom-
panhados pelas famílias. A forno a fra e "A men ina dança?" deu início a
muitos namoros!

Nestes bailes, todas as essoas conviviam, conversavam e acompanha-


vam os jovens, assegurando que os bons costumes eram cumpridos e que
os pores escolhidos - paro a dança e poro a vida - eram os mais acertados.

Danças sociais hoje


Hoje em dia, as formas de convívio são muito mais abertas e já não é
preciso um baile com vigilância da família poro rapazes e raparigas se
conhecerem e aproximarem.

Apesar disso, jovens e menos jovens continuam a reunir-se ao som da


161 Hiphop
música do seu agrado poro conviver e dar um "pé de dança". Há danças
para todos os gostos. Dentro das danças sociais e de salão
existem estilos muito diversificados, como o tango, a salsa e
o chachachá (originários da América Latina), o charleston e {
o lindy hop (de origem norte-americana) e a valsa, que
ganhou popularidade nos bailes das cortes europeias do
século XVIII e que ainda hoje é da nçada, por exemplo, em
casamentas. No entanto, quer a preferência seja por estes
estilos ou pelo poplrock, o importante é mover o corpo ao
som da música, descontrair e usufruir de boa companhia .

Existem hoje, em Portugal, vários sítios onde se pode


dançar o por, mas o mais habitual entre os jovens é dançar
individualmente ou frente a frente as músicas que mais
possam na rádio e na televisão.

Outro tipo de danço que tem vindo a despertar inte-


resse nas gerações mais novos em Portugal é a chamada B-boy,ng
! dança de rua ou street dance. De origem citadin?, espon- Glossário
tãnea e improvisada, inclui géneros como o h1p hop, o
funk, o breakdonce e o b-boying. Esta tem como principal característica a contextos: situações
coordenação rápida, mas harmoniosa, de vários movimentos corporais. assegurando: garantindo
usufruir: ter o gozo de
citadina: do cidade

27
Unidade 4

3. Dança class1ca
/\ danço lassr o, tamb · m conh rda como ballet. • a manrfestaço,,
Curiosidades moi 1· nr o da danço, e, K indo uma rond cone ntroçõo por parte cfo,,
b 111 rrnos qu d v rn utar movrm .nto corporais precisos e cheios do
gra rosrdod

O prrm rro boi/ t r olr zou s m 1489, m ltáho. por ocasroo do COS<J
m nto do Duqu d Mrloo com lsob I de Arogoo t lessa altura, só 10 , 0
boilonnos masculinos. tá que os mulheres não estavam autorizada s a dor
çor O bailei surgru integrado nos espetáculos que os nobres oferecrarn aos
s us convrdodos, nos qua is hovro poesro, músico, mímico e danço

Em Portugal, a danço clássico ganhou expressão apenas nos anos de


ue o seus movimen os possam 1980 Nesta altura, existiam três companhias de da nço o Compan 0
ser mel~ os e apreoodos Nocional de Bailado, que tinha como objetivo formar bailarinos profss,o
nais de ballet clássico; o Ballet Gulbenkian. que assumiu o papel de impul-
sionador do danço em Portugal. e o Companhia de Dança de Lisboa

impulsionodor. aquele que ativo


repertólio: conjun o de obras musi-
catS. ieo otS. e e
extinção: m
COI rtroYel sa: problemóllca. muito
dlSCUhda

Saber mais

Ballet Gulbenkian
O Ballet Gulbenkian. inicialmente designado Grupo Gulbenkian de Bal-
let, foi criado em 1965. O coreógrafo britânico Walter Core foi o seu pri-
meiro diretor artístico e trouxe para o companhia bailados do repertório
tradicional Na primeiro metade da década de 1970, a direção artístico
passou para o coreógrafo croata Milko Sparemblek, que optou por manter
os bailados clássicos. mas apostar também em brnlados modernos Mais
tarde, já com direção de Jorge Salav1sa. o Ballet Gulbenkian dedicou-se
sobretudo ao bailado contemporâneo, recaindo a sua escolha em auto-
... s.. ,•• 1Lll•
.... ll lUII
res, compositores e artistas portugueses Desde a data da sua criação até
,--·-___ _
~-----_,.,......,._
'-"--~- _._._
à sua extinção, o Ballet Gulbenkian fez mais de 1100 espetáculos. quer na
91 Cor1oz do Bailei Gulbenkian
Fundação Gulbenkian quer no estrangeiro Em 2005, o Conselho de Admi-
nistração tomou a controversa decisão de extinguir esta companhia

28
Dança

4. Dança contemporânea

A dança contemporâneo foi introduzida m Portugal por Jorg Salav1sa,


que, a partir de 1977, ding1u o Bali t Gulb n 1an Salavisa trouxe coreógrafos Curiosidades
contemporâneos paro trabalhar na companhia, começando, assim, a
Cumpliododes é o nome do novo
modernizar a dança que e via m Portugal.
feslivol 1ntemooonol de danço
A portir de final dos anos de 1980, o dança contemporânea nacional contemporâneo de l.Jsboa É um
desenvolveu-se muito, surpreendendo portugueses e estrangeiros pela evento bienal em porceno com o
sua qualidade e diversidade. Centro Cultural de Belém e o Tea-
tro Camões e o 1 º edição decorre
essa altura, destacaram-se, vindos do Ballet Gulbenkian, novos criado- em março de 2014, em Lisboa
res com uma atitude renovada face ao corpo e à dança. São os casos de
Vera Mantero, Margarida Bettencourt, Paulo Ribeiro, João Fiadeiro, Rui
unes, ui Horta e Olga Roriz, a criadora de dança contemporãnea portu-
guesa com um percurso mais longo, variado e abrangente.

Glossário
coreógrafos: aqueles que conce-
bem um bailado
renovado: novo, mudado

Saber mais

Olga Roriz
Olga Roriz nasceu em Viana do Castelo, mas foi viver paro
Lisboa durante a juventude. Estudou dança na Escola do Tea-
tro Nacional de S. Carlos e aos 18 anos de idade completou o
curso da Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lis-
boa. Em 1976 ingressou no elenco do Ballet Gulbenkian, onde
permaneceu até 1992.
Foi no Ballet Gulbenkian que iniciou o seu trabalho coreo-
gráfico, aí criando mais de 20 obras, algumas com muito
sucesso em Portugal e no estrangeiro. Os seus trabalhos têm
sido apresentados nas mais importantes cidades europeias,
bem como em Nova Iorque, no Brasil, no Senegal e no Egito. 111 Olga Ronz

29
Unidade 4

~ -i
eªí'
Recorda ·
• e: ,s o 1níc10 da Humanidad Come-
i agrado , com o passar dos
ra ou ra funçõ artística social

• na, (f lclor l fazem parte da cultura


ju am a manter a identidade das
e r I mbram velhos hábitos e tra -
i, adas obretudo à vida no campo e
de acontecimentos importantes. As
as tradicionais portuguesas são a
r o andango, a chula, o corridinho e o boi-

'L Danço olcfónco

• - o social da dança é, também, muito impor-


onça permite o convívio entre as pessoas de
a co unidade e as diferentes gerações. A dança
a o relacionormo-nos uns com os outros, de uma
'o a d- e ·do e saudável!

• e: · 'e ainda a vertente artís1ica da dança, nas formas


clássica e contemporãnea . Desde a Antiguidade
G ego que a dança subiu aos palcos, mas foi em Itália,
o m do século X:V, que ela se consolidou numa forma
se elhante à que conhecemos hoje. Muitos bailarinos 3 Olga Roriz
e coreógrafos têm contribuído para o prestígio desta
orrna de arte em Portugal. Olga Roriz destaca-se por
se a criadora de dança contemporãnea portuguesa
com um percurso mais longo, variado e abrangente.

1. Realiza uma pesquisa sobre o teu país ou a lua região. 3. Seleciona uma das danças tradicionais portug uesas que
Quais são as suas danças tradicionais? As pessoas descobriste nesta unidade e realiza uma pesq uisa sobre
ainda as dançam? Se sim, onde? a forma como ela se dança. Em seguida, experimen a
dançá-la.
2 Escolhe a tua dança preferida e faz uma pesquisa sobre
as suas origens e os seus principais representantes. 4. Realiza uma breve biografia de um dos artistas
Ilustra o teu texto ! portugueses de dança contemporânea (dados pessoais
e percurso profissional).

30
1. ut b 1, d porto r i
Em Portugal, quando s p nso m d sporto, p nso-se imed1otomente
m fui ol p ar d istir m muitos ou tros modalidades, desde peque-
no qu o ortu u s s s guem atentamente os suas equipas, 1ogodores
d fui boi preferidos. Poro muitos, nodo se comparo à emoção de
er o uo quipo marcar golo e de celebrar o vitória em euforia juntamente
com os outros adeptos.

O futebol é um fenómeno cultural. Poro o campeonato europeu de sele-


ções de 2004 - o Euro 2004 - foram vendidos mais de um milhão de bilhe-
es. A participação de Portugal como país organizador provocou uma onda
enorme de entusiasmo. Hoje, vários estádios construídos propositada-
duron e o Euro 2004
mente poro o Euro 2004, de Norte o Sul do país, continuam o receber, todos
os semanas, milhares de espetadores.

No futebol português há pelo menos três figu -


ras que se destacam: Eusébio, conhecido como o
Pantera Negro, um dos melhores futebolistas de
todos os tempos; Cristiano Ronaldo, um dos
melhores jogadores de futebol do mundo e José
Mourinho, o mais famoso treinador português de
futebol (eleito o melhor treinador do mundo pela
FIFA em 2011).

egro
Os principais clubes de futebol
Os três clubes com mais his1ória e títulos conquistados no futebol portu-
guês são o Sport Lisboa e Benfica, o Futebol Clube do Porto e o Sporting
Clube de Portugal. Juntos, têm cerco de 400 mil sócios.
Poro além do futebol, os clubes
Fundado em 1904, em Lisboa, o Benfica é o têm muitos outros modalidades

clube mais popular de Portugal. O Benfica, que Reunindo todos essas modalida-
des, o Sporting é o terceiro clube
tem a águia como símbolo, foi bicampeão euro-
com mais títulos europeus, o
peu de futebol na década de 1960. Em Portugal já
seguir ao Barcelona e ao Real
foi trinta e duas vezes campeão.
Madrid
O Porto é o segundo clube com mais títulos de
futebol em Portugal, tendo vencido também várias
competições europeias, como a Liga dos Cam-
peões e a Taça Uefa. Joga de azul e branco e tem
o dragão como símbolo.

o Sporting, que utiliza um equipamento com Glossário


riscas verdes e brancos e a imagem do leão, com-
pleta o grupo dos chamados "Três Grandes· do euforia: bem estar, entusiasmo

futebol português. bicampeão: campeão duas vezes


consecutivos

31
Und d 5

2. Atletismo
o atletismo tem também uma grande trod1çâo em Portugal e um e e
ado número de praticantes Ao longo do história. nos mots diversos mOdo
!idades e nos mais variados competições, os atletas portugueses 1ã gont,0
rom centenas de medalhas de ouro, prato e bronze Nos úll1mos décadas
ficou célebre o nome de Carlos Lopes, vencedor do medalho de pro a no
provo de lO mil melros nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, e do
1 medalho de ouro no maratona nos Jogos Olímpicos de Los Angeles err
1 1984. Rosa Moto é outro figuro marcante do otlel1smo português, tende
ganho o medalho de bronze no maratona olímpico de Los Angeles e o de
ouro nos Jogos de Seul, em 1988. Do listo dos atletas mais premiados do
atletismo português fazem ainda porte os nomes de Fernando ibeiro.
Auroro Cunho, Domingos Castro ou, mais recentemente. Vanessa Fernan-
des, Jessico Augusto e Francis Obikwelu

Vanessa Femondes Francis Obdcwelu

3. Ciclismo
Com vários praticantes medalhados em provas 1nlernac1onois. o ciclismo
é outro prático desportivo muito popular em Portugal. Recentemente. os
ciclistas Cândido Barbosa e Sérgio Paulinho vieram juntar-se à listo de nomes
que ao longo dos últimos décadas marcaram o história do ciclismo pariu
guês Entre os consagrados contam-se Joaquim Agostinho, Marco Chagas.
Joaquim Gomes e Vítor Gamito. que por diversas vezes pedalaram rumo ao
Glossário pódio em competições dentro e fora de Portugal. A nível nacional. o prestígio
desta modalidade reflete-se no elevado número de pessoas que todos os
célebre: famoso
anos assistem à Volta a Portugal em Bicicleta. Este é o mais importante
marcante: importante. destacado
medalhados: premiados com
evento do ciclismo português e junto dezenas de participantes nac1ono1s e
medalhas internacionais. que representam os mais diversos equipas. Joaquim Agosti-
consagrados: reconhecidos nho foi quem mais vezes vestiu o camisola amarela no Volto, por ter vencido
camisola amarela· diz-se do o maior número de etapas que compõem a prova.
vencedor de uma provo de ciclismo

32
D po o

4. Desportos náuticos
Banhada pela oceano Atlântico, Por1ugal não pod ria d I ar d t r um
número alargado de praticante de d por1os náuticos. Modaltdad s orno
a vela e o surf estão a ganhar cada v z mai ad pio num paí qu t m
aumentado as suas par1icipa õ s m comp 11 ,nt rna ,onats
tem sido palco de eventos d r f r- n ia mundial, orno p r mplo a
prova de vela Americo's Cup ou ai uma t p do ir uito int rnaoonal d
surf. Os adeptos dest d orlo a uátt o , om d taqu para o surf,
windsurf e bodyboord, encontram na praia da Enc iro, a 50 quilómetros
de Lisboa, um dos principai ponto d r fer - ncia, pois
aqui a agitação do mar p rmit a formação de ondas sufi-
cientemente grandes para a rática de desportos com
prancha. A uma curta distância da Ericeira, a localidade do
azaré ganhou recentemente muita popularidade. A exis-
tência de ondas com cerca de 30 metros, resultantes de
uma falha geológica, le ou a Por1ugal um dos maiores
surfistas de ondas gigantes do mundo, o norte-americano
Garre! Me amara, que colocou a Nazaré em jornais e
elevisões de vários países.
Gorrel MocNomora. Nazaré

s. Ténis
O ténis é um dos desportos com o maior número de praticantes em Portu-
gal, juntando mais de 25 mil tenistas filiados na federação desta modalidade.
o país existem atualmente cerca de 300 clubes paro a prática de ténis.

Além de já ter recebido no ano 2000 a Mosters Cup - que levou a Lisboa
algumas dos maiores estrelas do ténis mundial -, Por1ugal é palco de uma
prova anual muito importante: o Por-
tugal Open. Conhecido como Estoril
Open de 1998 a 2012, esta competi-
ção realiza-se no complexo despor-
tivo do Jamor, na região da Grande O único português o conseguir
chegar à final do ES1onl Open foi
Lisboa e é um dos torneios oficiais do
Frederico Gtl que, em 2010, per-
ci rcuito mundial do ténis profissional.
deu o titulo poro o espanhol
Neste torneio já competiram tenistas
Albert Montoiiês
portugueses como Rui Machado, Fre-
derico Gil, Michelle Lorcher de Brito,
Glossário
Mogali de Lattre e o campeã nacional
Maria João Koehl r, mas também alargado: grande

nomes de referência do ténis mun- náuticos: de navegação


adeptos: fõs
dial, como Juan Martin dei Potro,
filiados: inscritos
Roger Fed rer, Thomas Must r e
Moral Sof1n. terns1o russo torneios: competições
IEsloril Open, 2004} Novak Djokovic

33
6 Art
orn mrn 'i 10 I.'.> mil prot1 con t d ko ro t· e 3 mil de taekwondo, os
, 11 1
.., m 11 1c11s t m nl uma xpr s - o m Portug al. Mas no país não exis
mar iaI importado No pa trimónio desportivo e cu llural Por
p 1 1r I vôncia o 1ogo do pau, que nasceu de um sisterno
1 mbot bo ado na utilização de um pa u. trad icionalmente usado no
omp p r pa tor s. Com t • cn1cas próprias. o jogo do pau é o único orte
mor 101 portuguesa.

Outro prática desportivo com elevado adesão em Portugal é a capoeiro


um stilo desenvolvido no Brasil que misturo arte marcial. desporto, músic~
cul tura popular. Criada há vários séculos pelos escravos africanos que
foram levados paro o Brasil, a capoeira tem hoje milhares de pro lican es

Glossário
odesõo: port1c1poçõo
meados: a meio
notoriedade. V1s1billdade, destaque
judocas: praticantes de judo
lusos: portugueses
ascendente: que sobe, progride

Capoeiro

O iudo
Com cerca de 12 mil pratican tes em Portugal. o judo
101 introduzido no país em meados do século XX, por
influência japonesa. O judo tem ganho notoriedade nos
últimos anos, sobretudo graças ao sucesso internacio-
nal de alguns judocas lusos. Um dos casos mais mediá-
ticos é o de Telmo Monteiro, que, com menos de 30
anos, já ganhou quatro títulos de campeã da Europa e
fot por três vezes vice-campeã mundial. O percurso
ascendente da jovem judoca portuguesa levou-a a ser a
porto-estandarte do país na inauguração dos Jogos
Olímpicos de Londres, em 2012, mas foi eliminada logo Telmo Monteiro
no primeiro combate. Nuno Delgado também deu um
importante contributo para o judo nocional, tendo ganho
urna medalho de bronze nos Jogos Olímpicos de Sidney,
m 2000.

34
1. Desporto adaptado

o desporto adaptado a portador d d fi, ,_n 10 1 1


igualmente um sucesso significativo Em n d, -
cos nas quais o país participou, com tiram 264
distintas, detendo um total d 88 m dalha . d
maior número de medalha v io d ti II m
que arrecadou 24 medalha . ta m d hd
desenvolver as capacidad d
ouro 1po
de incapacidades, o atleta t
mai p rto pos-
sível de uma bola-alvo.

Ainda no desporto adaptado, P riu ai t mb • m t m sucesso na natação,


com nove medalhas conqui ta a na ári edições dos Jogos Paralímpicos.

Na última edição, realizada em Londres, em 2012, Portugal participou


com 30 representantes - 22 homens e 8 mulheres - distribuídos por moda-
lidades como o atletismo, o boccia, a equitação, a natação e O remo. Nes-
tes Jogos, Portugal ganhou uma medalha de prata e duas de bronze.

Glossário
anecadou:ganhou
in1egram: pertencem a
Modalidade de notação odptodo

Nuno Sabrosa e Daniele Oliveira


Não é só nos desportos com bola que Portugal se destaca . Uma
curiosa história de sucesso é a de Nuno Sabrosa e Daniele Oliveira com
a sua presença no campeonato mundial de Dança Desportiva em
Cadeira de Rodas. A competição decorreu em São Petersburgo, na Rús-
sia, em setembro de 2012. Esta dupla de bailarinos profissionais cons -
guiu o terceiro lugar no campeonato, ficando com a medalha de
bronze. Os dois atletas, que integram o projeto "Dança sobre rodas·,
desenvolvido na cidade de Setúbal, competiram contra 18 pares d bai-
larinos, dos quais cinco eram russos. Já antes, Nuno Sabrosa e Daniele
Oliveira tinham conquistado lugares de topo em competições em Espa- A duplo portugu so Nuno Sobroso e
Dom 1 011 eira
nha, na Holanda e na Rússia. A dupla portuguesa já chegou ao terceiro
lugar do ranking do Comité Paralímpico Mundial.

5
Unidade 5
--,
@.
Recorda ""
• O desporto preferido do maioria dos portugueses é o
futebol. Os três principais clubes do país são o Benfica,
o Porto e o Sporting José Mourinho e Cristiano Ronaldo
são dois portugueses ligados ao futebol conhecidos
em lodo o mundo

• Outros modalidades têm, também, bostantes adeptos


e desportistas de talento. O ténis, o ciclismo. o atle-
tismo e o 1udo, mos também desportos de equipo
como o andebol, o voleibol e o hóquei em patins. são
José Mourinho
bons emplos disso.

• Os desportos nóuticos também têm muito sucesso em


Portugal. A velo e o surf são, provavelmente, os que
reúnem mais fõs e que !ornam mais conhecidos os
localidades costeiros portuguesas que têm boas con-
dições poro estes desportos, como o Ericeira ou o
ozoré.

• Existe uma arte marcial originário de Portugal e único


no mundo: o jogo do pau. Surf, Encetro

• Muitos modalidades desportivos são adaptados o


pessoas com algum tipo de deficiência, poro que
todos os possam praticar. É o chamado desporto
adaptado. no qual Portugal já conseguiu vencer mui-
tos medalhas em competições internacionais. Uma
delas é o danço sobre rodas, modalidade recente,
mos já muito mediático.

Velo.

Realizo uma pesquiso sobre o leu pois ou o tua região. 3. No leu pois também existem, certamente, modalidades
Quais são os desportos mais praticados? Quais são os desportivos adaptados o pessoas com algum tipo de
característicos desses desportos? deficiência. Foz uma pesquiso sobre os modalidades
mais praticados e sobre os personalidades que se
2 Escreve um pequeno texto sobre o leu desportista
preferido no qual refiras os seus dados pessoais e destacam em cada uma delas.
profissionais. Indico, também, os razões do tua escolho 4 Efetuo uma pesquiso sobre o teu desporto favorito. ano
e ilustro o teu lextoi e pois em que surgiu, eventos mais importantes e
desportistas que se têm destacado nessa modalidade

36
origens do cinema português
o cinema por1ugu- ur 1u n fin I d ulo 1 • qu ndo Aur -lio Paz
dos Reis, um mpr àn d ido do Por1o, om çou exibir cu r1os-
-metrogens (film uno duro ã l ornadoras Paz do R 1s Manuel do
costa Veiga, qu ibio film m L1 boa, são os fundadores do cinema
português.
Durante o prim iro década do século XX foram feitos alguns filmes. mos
foi nos anos 20 que o indústria do cinema surgiu em Por1ugol, sobretudo
com o rea lização de filmes baseados nos clássicos da literatura portu- :li Cena do filme O Pnmo Basíl,o
guesa: O Primo Basílio 11922). da autoria de Eça de Queirós, e As Pupilos do
sr. Reitor(l923 ). de Júlio Dinis, por exemplo.

Nesta altura. o cinema ainda não tinha som - era o chamado cinema Curiosidades
mudo. Só em 1931 é que foi feito o primeiro filme sonoro em Portugal:
O primeiro filme realizado em P0<-
A Severo (foi realizado por Leitão de Barros, um dos grandes cineastas por- tugal é do outono Aurélio Paz dos
tugueses). No década seguinte, o cinema começou a ter mais sucesso. As Reis e chama-se A Saído do Pes-
pessoas sentiam-se atraídas pelas comédias. muitas vezes musicais, e soal Operário da Fábrica Con-
pelos atores do teatro de revista. que passaram a aparecer também no fiança Este é uma 1m1tação do
grande ecrã: foi o coso de Beatriz Costa. António Silva, Maria Matos e Vasco primetro filme do história do cine-
Santana. ma, feito pelos franceses Irmãos
Lumiêre, inventores da chamada
Nas décadas de 1930 e 1940, as pessoas aperceberam-se da importân- Sétima Arte
cia do cinema e da sua capacidade para transmitir ideias e valores. Por1u-
gal vivia, nesses anos. sob o regime autoritário de Salazar. que utilizou esta
forma de orle para fazer propaganda político e divulgar os ideais do Estado
Novo. Desta época, destacam-se filmes bem conhecidos de todos os por1u-
gueses, como A Canção de Lisboa (1933), A Aldeia da Roupa Branco 11939).
OPai Tirano (1941) ou O Pátio dos Cantigas (1942). Em 1942, Manoel de Oli-
veira realizou a sua primeiro longa-metragem, Aniki-Bobó. Este foi um filme
bastante inovador e talvez por isso não tenha sido muito bem recebido na 3 Cena do filme A So1da do Pessoal
Operóno do Fóbnco Confiança
altura. Após 14 anos sem fazer filmes. Manoel de Oliveira voltou ao papel
de realizador e é, atualmente, o mais consagrado realizador por1uguês e o
mais velho do mundo ainda em atividade

Glossário
exibir. apresentar
amadoras: com pouco e penéncio,
não profissionais
cineastas: reohzodores de filmes
propaganda: divulgação de uma
ideia ou doutnna
ideais: 1de1os. princípios

37

b
7
Unidade 6

1. O cinema português no século XX


orno reação à ideologia de Salazar, um movimento chamado Cinerra
Novo Português resultou no criação de filmes muito próxim os do realidade
do vida dos pessoas, como por exemplo Mudar de Vida (1 9661, de Paulo
Rocha, que retroto o vida difícil dos pescadores.

Após o 25 de Abril de 1974, o democracia chegou o Portuga l, trazendo


consigo a liberdade de expressão e novos formos de ver e de pensar 0
mundo. Esta liberdade trouxe muitos mudanças ao cinema nacional.

A partir dos anos de 1980, o cinema português viveu uma época de


~
!!J ouro. Os cineastas portugueses exploraram novos temos e novos lécnicas
,,,- Decidiram abordar a realidade e os seus problemas, procurando criar uma
' nova consciência social e continuando o transformação iniciada com a
:a... ,, Cinema Novo. Esta época foi marcado pelo trabalho de realizadores como
João Botelho, António Reis, José Fonseca e Costa, louro António, Luís Filipe
r "" Rocha e Jorge Silvo Melo.

... - . .. .. .. Nesta década, foram sucesso de bilheteiro os filmes O Lugar do Morto


(19941, de António Pedro Vasconcelos, e Kilos, o Mau do Fito (1980) e
A Mulher do Próximo (1980) do realizador José Fonseca e Costa Surgiu.
igualmente, o cinema orientado paro o grande público, com filmes mais
comerciais, e manteve-se o cinema artístico, com filmes de realizadores
como Monoel de Oliveira, João César Monteiro, José Álvaro Morais ou João
Botelho.

Curiosidades Em 1990 continuou esta divisão entre filmes comerciais e artísticos Adão
e Eva (1995), de Joaquim Leitão, e Adeus, Poi(19961, de Luís Filipe Rocha, são
No ano 2000, o realizador João
dois dos filmes que mais marcaram esta década. Internaciona lmente, des-
César Monteiro causou grande
taco-se Manuela Viegas. O seu filme Glória (1999) foi a primeiro peITcula
polémico com Bronco de Neve: o
portuguesa o fazer porte da competição oficial do Festival de Cinema de
filme não linho imogens, mos
Berlim, um dos mais importantes e conceituados o nível mundial.
apenas sons!

Glossário
película: filme
conceituados: com boa reputação

38
Cinema

2. O cinema português no seculo XXI


O início do século I ficou marcado la r du ão d film ousados,
que retrotam injustiças oc101 r ft t m in ali fação p rant os proble-
mas que a sociedade portugu a ainda vi .

Éo caso de Cláudia Tomaz, qu abordou o problema das drogas no seu


primeiro filme, oites (2000), encedor do prémio de Melhor Filme da
Semana da Crítica no Festi ai Internacional de Cinema de Veneza. Entre
2001 e 2002, a obro de anoel de Oliveira foi homenageada no Centro
Georges Pompidou, em Paris. Em 2004, também no Festival de Veneza, o
mais velho realizador do mundo recebeu o prémio carreira Leão de Ouro.

Apesar de todo este sucesso a nível internacional, a partir de 2005 os


filmes comercia is que procuravam cativar o grande público tornaram -se
mais frequentes e conseguiram enorme sucesso: muitos desses filmes tor-
nam-se sucessos de bilheteira . Éo caso de O Crime do Padre Amaro (2005),
O Rime da Treta (2006), Cal/ Girl (2007) e A Bela e o Paparazzo (2010).

Do final desta primeira década do século XXI destacam-se ainda filmes


como Amália (2008), de Carlos Coelho da Silva, sobre a vida da diva portu-
guesa; Alice (2005), de Marco Martins, o primeiro filme português a participar
no Festival de Cinema de Cannes e Odete (2005), de João Pedro Rodrigues,
também com presença em Cannes. No mesmo ano, João Botelho levou o seu
filme O Fatalista ao Festival de Veneza, nomeado paro o Leão de Ouro.

Mais recentemente, jovens cineastas têm -se destacado na cena cinema -


tográfica mundial. João Salaviza, por exemplo, foi premiado com o Prémio
de Melhor Ficção no Hyperion de Budapeste 12006), com o filme Duas Pes-
soas; com a Palma de Ouro para a curta-metragem no Festival de Cannes
(2009), com Arena; e venceu o Urso de Ouro do Festival de Berlim (2012), com
Rafa. Já o jovem realizador Miguel Gonçalves Mendes. com o seu documen-
tário dedicado ao Nobel da Literatura. José Saramago, José e Pilar 12010), foi
nomeado e venceu vários prémios nacionais e internacionais.

Glossário
ousados: cora10s0s, atrevidos
cativar: encantar
191 Cena do filme Alice

39
Unidad 6

3. rand n rn d
1n m 1 ~ ,tu lllt''- d l mu,t 1 ol 1un<; 1n 1, t 1, qu .. u tro
ntr1l u1d ~ 11 o uo quol1dmf<' , nh un nl íl lV 1

1n I dt li\ 11 1 [ i J 11 P('I o, lv I J Nor llun 1. i r Vill


~ '11 t lh , 1 ol 1un:- it'lt

or ro ir rio 11 d , dcz0mbro de 1908) começou a lraba-


lh 1r anos d 1920. D sd 1980 t m sido um dos
qu ma, film realiza conlinua. com mais de 100 anos.
r uma m I d um film por ano. Ê o realizador em alividade
m I onhgo do mundo. Jó receb u vórios prémios. entre os quais dois
L - d Ouro no Festival de Cinema de Veneza e uma Palma de Ouro
mCann .

Solveig Nordlund (Estocolmo, 9 de junho de 1943) é uma


cineasta sueco naturalizada portuguesa. Realizou vários docu-
mentários políticos. filmes sobre peças de teatro e. a partir dos
anos 80, longas-metragens. Realizou também um documentá-
rio sobre o escritor português António Lobo Antunes.

João Botelho (Lamego, 11 de maio de 19491 inioou a sua corre,ro com


o realização de documentários. A sua primeira longo-metragem Con-
verso Acabado surge em 1981 e retrota a relação entre os esrnlores
portugueses Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro Eslo foi pre-
miado com o Grande Prémio do Festival de Antuérpia e com o Prémio
do Festival do Figueira do Foz. O cineasta lem participado em vários
festivais internacionais e é considerado um dos realizadores mais
versáteis do cinema português.

Edgar Pêra (Lisboa, 19 de novembro de 1960) é um cineasta


português que se outointitulo o "homem-câmara· porque, segundo
diz. v,ve poro arquivar a vida em filmes. Jó produziu mais de cem
trabalhos. enlre cin ma. t levisão. galerias e outros.

Teresa Viltaverde (Lisboa. 10 de Maio de 1966) é uma cineaslo


portuguesa vencedora de inúmeros prémios inlernacionois· Os
Glossário Mutantes 11998) foi o obro que confirmou internacionalmente o
versáteis: favoráveis à ,novoçõo seu trabalho. Atualmente, Teresa Villoverde reúne, com o seu tra-
autointitulo: chamo o s, próprio balho, o reconhecimento unânime dos críticos e do público por-
unânime: geral tugu ~s1

40
Cinema

4. Fe ti d n-1 P rtu ai

ui rm nt or aniz do m Portu ai
divulgação da S· timo Art
por1 ugu sa

1 1 o nema portugueses são o Doclisboa. o


e urta de Vila do Conde. o Fantasporto, o Festival
1e I boa e o Lisbon & Estoril Film Festival.
F1lm Festival

es i ais tem lugar numa área específica e tem uma


ró ria· o Doclisboa, por exemplo, exibe. na capital portu-
ores ocumentários; o Cinanima ou Festival Internacional de
e ni a ão é o mais importante festival de cinema de animação,
Glossário
ea1 ~o o a cidade de Espinho; o Curtas de Vila do Conde, que em 2012
e e u a sua 20 º edição, exibe curtas-metragens, ou seja, filmes de cur1a contributo: contnbu1çõo, auxílio

ação a'é 30/ 40 minutos); o Fantasporto, que existe desde 1980. mostra Sétima Arte onema
exibe: mostra
cianO fon ástico, o lndielisboa apresenta filmes independentes (isto é,
cinema fantóstico· tipo de cinema
p od zidos fora do circuito comercial); o Festival Temps d'lmages combina
que inclui ficção científica, fontos1a
mtes _performotivos e imagem em movimento, enquanto que o Lisbon & e terror
Estoril Film Festi ai con a geralmente com a presença de figuras de proa do artes performotivas formas de
: cinema in emocional, apresenta algumas das melhores produções euro- arte representadas perante um
~ peios e mundiais público !dança, teatro, música}
figuras de proa: pessoos relevan-
Todos estes festivais contribuem para uma maior divulgação da produ-
tes, conceituadas
ção cinematográfica portuguesa. em Portugal e no estrangeiro!

f Docr1Sboa'l2
18-28/out
~

nuCartaz do Doc l.Jsboo


---
..........

1121 cortoz do lnd1 Lisboa

11 1 orloz do T'mps D'lmoges

41
Unidade 6

Recorda •'_,

• O cinema nasceu, em Portugal, p lo mão d Paz dos


eis, no final do éculo I A partir doí, o chamado
Sétimo Arte evoluiu muito no pai

• No início do éculo olé aos anos de 1970, o


cinema esteve ao rviço do regime político vigente. A
partir do evolu ão de Abril, começou o haver uma
maior liberdade no escolho dos temos, no suo apre-
sentação e olé nos técnicos utilizados.

• Desde as últimos décadas do século XX, o cinema tem


oscilado entre uma produção artístico, reconhecido
inlemocionolmenle, e uma produção mais comercial
- e lucrativo. Apesar desta divisão, os melhores reali -
,41 Manoel de Oliveira
zadores portugueses veem o seu trabalho reconhe-
cido em Portugal e no mundo.

• Entre os vãrios realizadores portugueses de sucesso,


destaco-se o papel de Monoel de Oliveira que, com
mais de 100 anos de idade, continuo o realizar um
filme por ano.

• Poro além de Monoel de Oliveira, Solveig Nordlung,


João Botelho, Edgar Pêro, Teresa Villoverde, João Pedro
Rodrigues e, mais recentemente, João Solovizo e
Miguel Gonçalves Mendes, são alguns dos cineastas
que se têm destacado no cinema português.

• Existem vários festivais de cinema realizados em Portu-


gal, que colocam o país no mapa do cinematografia
mundial. Estes festivais divulgam filmes de vários
áreas. mostrando e valorizando o que de melhor se 1151 Cartaz do Fantasporto
foz em Portugal e no mundo!

1. Realizo uma pesquiso sobre o cinema no teu país. Quais 3. Seleciono um dos festivais do cinema portugués que
são os principais realizadores? Quais são os filmes mais descobriste nesta unidade e efetuo uma pesquiso sobre
conhecidos? ele (desde quando é que o festival se realizo, quais são
os suas característicos/temos. em que momento do ano
2. Qual é o teu filme preferido? Conto o suo história e tem lugar .. .).
explico o motivo do tua escolho!
4 . Escolhe um dos realizadores portugueses que te foram
apresentados e procuro visionar um dos seus filmes

42
Origens do teatro portugu -
o teatro é uma da form
ode Clássica Já e IslIam d i 'ª
va
mostravam asp to n 11 o
pertor reflexões • ria m di qu abor-
dava assunto d uot1 i n pr t ndia I var os
espetadores ao ri

Em Portugal, o t r ur Iu n iní io do século XVI com Gil Vicente. Ele foi


0 primeiro dramaturg rtugu- . As suas peças - autos e farsas - retrota-
vam e cri icava e or a cóm ica a sociedade portuguesa do século XVI.
Antes dele, ha ia apena pequen as encenações nas celebrações religiosas,
Curiosidades
razão pela qual Gil ,cen e é considerado o pai do teatro português. Os seus
autos são, ainda hoje, es udados nas escolas portuguesas. No final do século XVIII foram
construídas salas de tea tro em
Umas décadas ais arde, surgiu um outro tipo de teatro, inspirado nas
Portugal inspiradas nas que
tragédias e comédias gregas. Os dois principais autores deste género são havia em Itália. Os melhores
Sá de Mira nda e An ónio Ferreira . Este último escreveu, em 1587, uma das exemplos são as salas do Teatro
mais importan es peças de teatro portuguesas: chama-se A Castro e ins- Nacional S. João, no Porto, e as
piro-se na his ória rágica de D. Pedro e D. Inês de Castro. salas do Teatro S. Carlos, em Lis-
boa, que se dedica exclusiva-
Nos séculos seg uin es, o teatro foi evoluindo. No século XVIII surgiu uma
mente à ópera.
nova forma que teve muito sucesso: a ópera . Esta tornou-se o género mais
importante da altura . Os espetáculos variavam entre teatro declamado em
português e óperas ita lianas e bailados interpretados por companhias
portuguesas.

No fim do século XVIII, o teatro centrou-se mais nas emoções e nos sen -
timentos, passando a abordar ta m bém os momentos históricos de forma
saudosa, intensa e apaixonad a. Este género teatral, chamado Roman -
tismo, teve como principal representante em Portugal Almeida Garrett e a
sua obra mais conhecida chama -se Frei Luís de Sousa. Almeida Garrett foi
o fundador do teatro moderno português. A ele se devem a construção do
Teatro Nacional D. Maria li e a criação do Con servatório Nacional.

r
Glossário
dramaturgo: autor de peça para
teatro
autos: textos de teatro com valores
morais e educativos
farsas: textos d teatro com natu-
reza críti a e que usam o humor para
cnti ar
declamado: dilo em voz alia
111 Ilustração de Gil Vicente. 12! Alm ido Gorrell

43
Unidade 7

r 1. O teatro português do Estado Novo

ot atro tem uma história bostante rica e mantém uma forte tradição err
Portugal

A evolução do teatro caminhou lodo a lodo com os circunstâncias histõ.


ricos Assim, a produção teatral do século XX foi muito influenciado, pri.
meiro, pelo regime salazaristo e, numa segunda fase, pelos ideais de
democracia e liberdade que surgiram com a Revolução de Abril.
1~ Copo de O Crime
_ ____
.,,
Entre o produção teatral deste período podemos destacar os trabalhos
de AkJe,o Velho de Alves Redai, Jorge de Seno, Bernardo Santareno, José Cardoso Pires e
Luís de Sttou Monteiro.

Durante o ditadura, o Estado Novo impedia certos obras de se tornarem


públicos. A censura era um enorme obstãculo às artes e cortava ou proibia
alusões a movimentos de massa, à guerra, a ideias pacifistas, a questões
religiosas e a aspetos que punham em cousa o ideal de família que então
vigorava.

Mesmo na fase final do Estado Novo, com Marcello Caetano como novo
Presidente do Conselho de Ministros, a censura continuou, apesar do
HA: LUAR .
?eÇR C. 2 ACtOS
enorme pressão social realizada por atores e companhias de teatro. Assim,
a produção teatral dependeu da censura até à revolução de 25 de abril de
L..1S DE sm., O!TTEIRO '
1974.
,.q Copo de FeJ:-
lZITl
- en•,e-■G_,
Há Luar

Glossário
alusões: referências
151 Anlestre,o de Fehzmente Há Luor 1, no sede do Club Fronco-Portugo,s de Lo Jeunesse.
vigorava: eslavo em vigor
Paris. em 1969

44
Teatro

O teatro de revista
Curiosidades
o teatro de r vi to urgiu m Fron . ui VIII ou o
Portugal em meados . pnm ira ·r v, t • por- Jos phin Bo er lo, uma boilo-
nno otnz d musIcoIs que cho-
tugueso tenho estr o
cou o mundo e o Europa com os
o teatro de r i to, qu , Iro · d hum r, punh m cou o os closs s s us espetáculos ousados Em
dominantes, tornou- num d g · n r moi popular s do país dura nte 1941, Portugal pôde vê-lo no Tea-
mais de cem ano . O humor mi turado com a músico, o cor e a fanta sia tro do Tnndode Poro além de
ort,sto, também 101 espio durante
atraíram o público p rtugu - .
o 2 º Guerra Mundial
o século o Parqu a r, em Lisboa, tornou -se o sede do teatro de
revista, mesmo dura nte os tempos da ditadura em que havia censura . A
atriz Ivone Sil a, fa lecida em 1987, foi uma dos grandes artistas do género.

Ainda hoje, o teatro de revisto continuo o sua atividade e aborda os


temos mais polémicos da vida político e social portuguesa.

1 1 Teolro de revislo com Ivone s, o

Glossário
sede: local central
polémicos: que suIeItos o críticos
ideologicamente: influenciado por
ideais

16, Porque Moyer, l.Jsboo

2. O teatro pós-25 de Abril de 1974

Após quase 50 anos de censuro , o teatro português tentou recuperar as


décadas de atraso e abrir-se ao mundo. Nos anos que seguiram a Revolu-
ção de Abril, o teatro estava, ainda, muito marcado político e ideologica-
mente e seguia as ideias do realismo social, que via o t oiro como um meio
poro despertar consciências, educar, formar e informar.
NO

Apesar de alguns terem surgido pouco antes da Revolução d Abril, os


vá rios grupos de ·teatro independente· (Comuna, em 1972, Cornucópia, em
1973, o Bando, em 1974, 0 c asa da Comédia, em 1975, ou ainda a Barraca,
em 1976) reuniram jovens profissionais e amadores que procu ravam e pio-
rar novos caminhos no teatro. Para isso, inspiraram-se no teatro e ist nt
em diversos países europeus.

45
Unidade 7
'i

3. O teatro portu guês atual

1 mom nlo 1 1 m Portu ai um I Iro qu s renova constante


m nl qu pnma p lo uo abundonl d1v rs1dad . ap ar do m nor inves
fim nl por part do Mini 1• no d Cullura das fracas condiçõ em que a
mo1ono do art1 10 ainda lrabalho

O l Iro Nocional D Mona li mant • m a sua 1mportãncia, levando ao palco


o clássicos e 1nlempara1s. no sala principal. e explorando peças expe, .
m nt 1s e de gosto mais allernahvo na sala secundária

São. no entonto. vários os grupos que se têm destacado na cena contem


parãnea portuguesa. o Teatro Praga, os companhias Cão Solleiro, As Boas
Raparigas e o Teatro do Garagem. entre outros. Estes grupos têm renovado
um panorama que olé à década de 1990 era ainda dominado pelos encena-
dores corismáticos dos grupos independenles do década de 1970, como Luís
Miguel Cintra [Teatro do Cornucópia). João Moto (Comuna - Teatro de Pes-
quisai. Jorge Silva Melo (Artistas Unidosl. Maria do Céu Guerra [Teatro A Bar-
raca) e Joaquim Benite (Companhia de Teatro de Almada)

Destacam-se igualmente os companhias de teatro que desenvolvem um


trabalho de ilinerãncia por todo o terntório do país. como são os casos dos
renoo,a, re az. reconstrói
Teatro ACERT [Tondela). do Urze-Teatro Mia Real). do Teatro dos Beiras (Covilhã,.
prima: destaco-se
entre outros.
C01is111átic0s: que em consmo.
um dom espeool Estas companhias que trabalham com inúmeras dificuldades. em particu-
ili 1e1 ãocia: de deslocação.
lar ao nível das condições técnicas. representam uma parte bastante reduzido
movimen ação
do orçamento do Ministério do Cultura.

Saber mais

ornes e festivais do teatro


contemporâneo
Muilos atores e encenadores contribuem paro a riqueza
do teatro português contemporâneo. Se nomes consagra-
dos como Eunice Munoz ou Ruy de Carvalho são garantia

xt;·
de sucesso de bilheteiras. o mesmo se pode dizer de atores
mais jovens que, fazendo carretro no teatro. cinema e televi-
são, conquistam o público levando-o às salas de teatro

É também importante referir que existem atualmente .,.,


diversos festivais de teatro em vários regiões de Portugal
com grande divulgação O Festival Alkantora, o Festival de

Almada. o FrTEI no Porto e o Otemor em Montemor-o-Velho.
são alguns deles.

46
Teatro

4. Grandes atores do teatro português

Nom s como Am ' lia R y Colaço, Laura Alves, Armando Cortez, Raul Sol-
.
nado, Eunice _
Munoz .
Ruy d Carvalho enriqueceram e fazem porte do
história do I oiro portugu - s

São artistas qu ao longo do século XX e, em alguns casos, mesmo no


século XXI, enche~ os salas de teatro onde atuam e inspiram públ ico e
jovens atores, que conslonlemenle os a p laud em de pé.
1111 Amélia Rey Coloço

Raul Solnado
Raul Solnodo (1929-
2009) é reconhecido
Eunice Munoz
como um dos maio- Eunice Munoz (1928-) é uma atriz
res nomes do hu- de referência do teatro, televisão e
mor português e cinema português e
Ruy de Carvalho
um dos atores mais queridos é considerada uma Ruy de carvalho '1927- é um dos
pelo público. das melhores atri- mais célebres atores portugueses
Foi humorista, apresentador de zes portuguesas de ainda em atividade Respeitado e
televisão e ator. Poro além do todos os tempos. adorado por muitos. Ruy de Car-
grande êxito obtido no teatro e Neta e filha de valho destacou-se no teatro, mas
no televisão, participou como atores, começou tem partiopodo também no
ator em vários filmes e foi funda - a representar aos 5 anos onemo e no televisão
dor e diretor da Cosa do Artista, Quando foi mãe. aos 23, parou e Estreou-se como profissional em
sociedade de apoio aos artistas, só voltou à profissão porque foi 1947, no Teatro Nacional Estu-
que criou juntamente com o ator incentivada pelo seu segundo dou no Conservatório e no escola
Armando Cortez. marido. de canto do S Carlos Foi cofun-
Foi homenageado em 2002 com Participou no ci nema e em tele- dador do Teatro Moderno e pro-
o Medalha de Ouro da Cidade de novelas. mos foi principalmente tagonizou inúmeros peços no
Lisboa e recebeu, no dia 10 de no teatro que desenvolveu a sua Teatro Nacional D Maria li
junho de 2004, a Grã-Cruz da carreiro. representa ndo papéis Foi condecorado com o Ordem do
Ordem do Infante D. Henrique, dramáticos de grande intensi- Infante D Henrique. em 1994, por
pela mão do Presidente da Repú- dade, em peças como O Adorá- Mário Soares, então Presidente do
blica Jorge Sampaio. vel Mentiroso 11 963), Fedro 11967) República. e com a Ordem de Mili-
A alegria e o bom humor serão e Mãe Coragem e os Seus Filhos tar de Sont'iogo da Espoda, em
sempre associados a Raul Sol- 119861. 1998, por Jorge Sampaio
nado. Também a sua fra se Galardoado vários vezes ao longo
"Façam o favor de ser felizes 1• , da vida, não conseguiu fugir ao
que se tornou um lema, não chamamento do teatro que lhe
será esquecida. corria no sangue.

47
Unidade 7

e
Recorda "-

• O teatro no ceu, em Portugal com Gil Vicente, que


escrevia peços poro o corte Geralmente, estas peços
tinham uma forte componente moral, procurando
mostrar ao úblico o d1f ren o entre o bem e o mol, o
certo e o errado os éculos seguintes, o teatro foi
e olu1n o e rocurondo no os temos e formos .

• Pouco antes do e alução de Abril, apareceram vários


grupos de • ea ro independente· que procuravam
loror no os cominhos poro o teatro português, ins-
p1ron o-se, poro isso, no teatro europeu do época.

• Até aos anos 70 do século XX, o teatro foi muito regu -


lado e controlado pelo censuro que existia. Durante o
período do ditadura solozaristo. o teatro de revisto era
o que inho mais sucesso. Com os suas músicos ani-
mados e roupas coloridos. os atores divertiam o
público e conseguiam fazer algumas críticos à socie-
dade do época.

• Atualmente, o teatro continuo comprometido com o ....... _


.. e - • -· .. . 11 .. , , - .

sociedade, procurando despertar o consciência do ..·····-


,. .........
,
• .-,a .. ~
público. Existem muitos companhias teatrais e muitos
tipos de peços. O ponto em comum é que todos elos
······ -
... , - - - -~ • • • 0 - , 1• -
. ... ,, .a--

reconhecem que o teatro é um meio muito importante ---·----------


------------
----------
poro ajudar o formar os cidadãos e poro construir uma
sociedade melhor!

íl31 Cartaz do Componhio de leo!ro A Barroco

1. Realiza uma pesquisa sobre o teatro no teu país. Quais 3. Seleciona uma das salas de teatro que foram mencionadas
são os principais teatros? Quais são os atores mais nesta unidade e realiza uma pesquisa sobre ela lano em
conhecidos? que foi construída, arquiteto, importância. .).

2. Escolhe uma das peças de teatro que forom referidas e 4 . Imagina uma peça de teatro. Quem são as personagens?
procura informações sobre essa peça !tema abordado, Como é a história? Escreve-a e tenta encená -la com os
história, personagens, desfecho ... ). teus amigos!

48
Literatura portugue a:
das origens à atuahdade A faceto de poeta do re, D Dinis

1. A lit rotura m di vai for notado por vários portugueses


nos us poemas Manuel Alegre,
poeta cont mporôneo, é um deles
A literatur rtu u a na u no ulo li, em plena Idade Média As
nrn iro o r li r m po mas acompanhados por música (chama-
cantiga ou Ir ram cantados nas ruas. nas festas e nos palácios.

Ha ·0 quatro tipos de cantigas: de amor (em que o homem declarava o


seu amor por uma senhora), de amigo (em que a voz de uma mulher desa-
bafa O e punha o seu amor por um "amigo ausente'1, de escárnio (em
e se critica o indiretamente um membro da corte) e de maldizer (em que Manuel Alegre
e criticava alguém de forma direta e até violenta !).
Como ouvi Linda cantar
o rei D. Dinis (1 261-1325) foi
um dos principais trovadores portugueses.
por seu amigo José
0 todo, ele compôs mais de 130 cantigas. Vejamos um excerto de uma
cantiga de amigo da sua autoria: Se sabeis novos do meu amigo
novos dizei-me que vou morrendo
Ai flores do verde pino por meu amigo que me levaram
num corro negro de madrugado. 1
Ai flores. ai flores do verde pino 1
Se sabeis novos de meu amigo
se sabedes novas do meu amigo!
novos dizei-me que desespero
Ai Deus, e u é?2
por meu amigo que longe espero
Ai flores, ai flores do verde ramo,
tecendo os dias tecendo o esperança.
se sabedes novas do meu
amado! Manuel Alegre. Obra Poética. Lisboa.
Dom Ou ote. 2000
Ai Deus. e u é?
1 pinho. pinheiro
2 e u é7 onde estó 7 121 O Dinis

2. A literatura nos Descobrimentos Curiosidades


Durante os séculos XVI e XVII, os artistas valorizavam Os Lusíadas são uma epopeia -
cada vez mais a harmonia e o equilíbrio, procurando inspi- obro literária que tem o objetivo de
engrandecer e elogiar grandes fei-
ração na mitologia grega e romana .
tos de um povo. Já os gregos
O escritor mais conhecido desta altura é Luís Vaz de tinham produzido grandes obras
Camões (1524-1530), cuja obra mais importante, publicada deste género, como a Ilíada e a
em 1572, se intitula Os Lusíadas. Este livro elogia o povo Odisseia
Luís de Camões
português e fala sobre as peripécias da descoberta do
caminho marítimo para a Índia .
f
; Nesta altura tornaram-se muito populares os livros de viagens. Deste tipo
: de obras, sobr~ssai a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto e a História Tró- Glossário
~ gico-Marítima, que reúne breves histórias anónimas sobre naufrágios entre
~ 1552 e 1604. peripécias: aventuras

49
Z4iiiii

Uni a 8

3. A literatura dos séculos XVIII e XIX


ortir dos Descobnmen os, deu-se cada vez mais importância à razão
, z do moção Esta tendência acentuou-se no século XVIII, com o
mo ·m no chamado Iluminismo Os iluministas defendiam a razão e a
1· , Cimo de tudo Um dos principais representantes do Iluminismo em
1foi Luís nlónio Verney (1713-17921

o · ulo 1alguns 1ntelectua1s começaram o criticar o Iluminismo e a


,

n er o importância do sentimento e do emoção poro o ser humano


e mo men o ficou conhecido por Romantismo e, em Portugal, foi repre-
en ado por lmeido Garre . cu ja obra mais famoso é o li ro Viagens no
in o Terra (18461. Esta obra foi inovadora pelo formo como é con ada a
is ória - com coraderíslicos de oralidade - e por analisar o si uação poIT-
ico e social portuguesa através dos personagens.

o Roman ismo desloco-se. igualmente, o escritor Camilo Castelo


Bronco. Considerado o primeiro escritor profissional português, este ou or
deixou uma obro que. ainda hoje, é considerado um modelo li erário poro
mui os escritores.

o en anlo, vários escritores do século XIX defendiam, pelo contrário, a


objetividade e rigor no literatura e o utilização de linguagem claro e dire o
o escritor
de Amor oe Pe<- Es es autores ficaram conhecidos como realistas, porque inhom como
Codeio do obje i o mostrar os problemas reais do sociedade e con ribuir para aperfei-
. no , por ter o çoar o Humanidade .
l.rnCI mJihef casada. Ana
O maior escritor realisto português é Eça de Queirós (1845-19001 Dois
Plóoo
dos seus livros mais famosos são Os Maias e O Crime do Padre Amaro

Glossário
inoYodoro: que traz novidade
obfetividode: que é obte o. que meidoGorre 6 Eça de e,rós

nõo se deixo influenciar por senti-


mentos

50
Literatura

4. Aliteratura dos séculos XX e XXI


AO longo dos sécul 1, multo foram o autor
suo marco no literotur portugu o fi - 0 t mo como
Agustino Bessa-Luís ou 1 , po ia, panca,
Gonçalo M lavores recebeu o
5ophio de Mello Br n r n. -nio d
Pr' mio José Soromo o. em 2005.
Andrade ou ainda AI . on 111 com o romance Jerusalém lo
entrego do prem10, José Soro·
Mais recentem como António Lobo Antunes. Mono de
mago referiu
carvalho. Gonçalo To ar . Jo into Luco P1r . Jo • Luís Peixoto e Valter
·Jerusalém é um grande ltvro, que
Hugo Mãe têm con eguido um rond sue sso o nível nocional e interno-
pertence à gronde hteraturo OCJ·
oonoL dental Gonçalo M Tavares não
tem o d,re,to de escrever tão bem
apenas aos 35 anos dõ vontade
Alguns nomes da poesia portuguesa de lhe boteri· Atualmente. os IMos
de Gonçalo M Tavares estão edi-
tados em cerco de 47 poises

Florbela Espanca 18' 930


Florbela Espanco distingue-se pelo suo
poesia intenso. muitos vezes dedicado
ao amor e ao sofrimento. Florbela es-
creveu o primeiro poema aos sele anos
e foi precursora do movimento femi-
nista em Portugal.

Soph1a de Mello Breyner 9 O: 4,


Sophio de Mello Breyner distingue-se no
poesia, mos também escreveu contos,
muitos deles 1nfonl1s. como A Fado
Oriono. A Floresta e A Menino do Mor

Eugénio de Andrade 9 00
Eugénio de Andrade é um poeta portu-
guês de enorme prestígio nooonol e
1nternocionol Escreveu também proso e
os livros infantis História do égua bronco
e Aquela nuvem e os oulros.

Alexandre O'Ne1II 924 t °


A poesia de Alexandre O'Neíll distin-
gue-se pelos jogos de palavras ong1-
nois e surpreendentes O seu po mo
Amigo é um dos mais conhecidos•

51
Unidade 8

Alguns nomes da prosa portuguesa

Vergílio Ferreira (1916-


1996). professor e escri-
tor português do Beiro
Alto. Escreveu roman-
ces, contos e ensaios. Agu stina Bessa - Luís (1922-l
Recebeu o Prémio Ca- escreveu já mais de 50 obras,
mões em 1992. entre romances, contos, peços
de teatro, biografias e até livros
infantis!
Em 2004, foi distinguido com o
Prémio Camões.

Lídia Jorge 1946- é uma escri-


tora portuguesa nascido no
António Lobo Antunes
Algarve. Os seus romances en-
11942-) é um dos escrito-
contram-se traduzidos em mais
res portugueses mais
de 20 línguas! Escreveu dois
lidos, vendidos e traduzi-
livros infantis: O Grande Voo do
dos em todo o mundo.
Pardal e Romance do Grande
Em 2005 recebeu o
Gotõo.
Prémio Jerusalém, um
dos mais importantes
do mundo, e em 2007 recebeu o maior
distinção literária em Portugal: o Prémio
Camões.
Inês Pedrosa (1 962-) é jorna-
lista e escritora. Tem roman-
ces publicados em vários
países europeus e no Brasil.
Além de romances e cróni-
cas, Inês Pedroso publicou,
em 1991, o história infantil - José Luís Peixoto 1974-1 é um
dos escritores portugueses de
maior sucesso da atualidade Os
seus livros estão publicados em
mais de 60 países!
Em 2012, publicou A Mãe Que
Chovia, o seu primeiro livro
infantil.

52
Literatura

s.Autores intemporais da literatura portugu sa


Luís de Camões, Ferno nd0 P 00 Jo - ramo o ao, provov lm nl
os tréS nomes mais conhecido do lit rotura p nu u O Todo viv rom m
ép<>COS diferentes, mos têm m comum o fo to d t r m crito, d uma
formo único, sobre Por1ugol, o por1ugu o ondição humano

Luís de Camões
Luís voz de Camões é, pro o elmente, o poeta identificado pelo maioria
dos portugueses como aquele que melhor escreveu sobre O seu país e 0
seu povo. Camões escreveu Os Lusíadas, uma epopeia escrito totalmente
em verso onde conto o história do viagem de Vasco do Gomo e dos seus
monnheiros até à índio, elogiando o coragem e ousadia do povo português.

Luís Voz de Camões morreu a 10 de junho de 1580. Por isso, nesse dia,
celebramos o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu a 13 de junho de 1888, no
dia de Santo António, em Lisboa. Fernando Pessoa é considerado um dos
maiores poetas portugueses da língua portuguesa e da literatura universal,
sendo, muitas vezes, comparado com Luís de Camões.

Por ter sido educado na África do Sul, Pessoa aprendeu perfeitamente o


inglês, ITnguo em que escreveu poesia e prosa desde a adolescência . Das
quatro obras que publicou em vida, três são no língua inglesa. Fernando
Pessoa traduziu várias obras inglesas para português e obras portuguesas
poro inglês. Ao longo da vida trabalhou em vá rias fi rmas comerciais de
Lisboa como correspondente de língua inglesa e francesa Foi editor, crítico
literário, tradutor, ao mesmo tempo que produzia a suo obra literário em
verso e em proso. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades
conhecidos como heterónimos. Os seus heterónimos mais famosos são
81 Fernanda Pessoa
Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

- Fernando Pessoa deixou inúmeros textos dispersos e uma grande porte Glossário
~ da sua obra continua por publicar. De entre os diversos títulos disponíveis,
epopeia: poema sobre ações ou
deslocam-se Mensagem, Livro do Desassossego, A Hora do Diabo e
acontecimentos grandiosos
OBanqueiro Anarquista.

53
41111111

Unidade 8

José Saramago
José de Sousa Soromogo nasceu no Golegã, o 16 de novembro de 1922
José Soramogo é um dos grandes nomes do literatura portuguesa e do li era-
lura universal. Em 1995 ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio
literário do ITnguo portuguesa e em 1988 foi galardoado com o Prémio Nobel
do Literatura, tornando-se o primeiro - e único olé ao momento- escritor portu-
guês o receber este prémio, o que lhe trouxe reconhecimento mundial e o
tornou num dos principais representantes do literatura portuguesa no mundo.

Alguns dos seus livros mais famosos são o Evangelho segundo Jesus Cristo
(1 991), o Ensaio sobre a Cegueira 11995) e o Memorial do Convento ll982), onde
Soramogo escreve sobre o construção do Convento de Mafra, no século XVIII.
O seu livro Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado poro o cinema e lançado em
2008, tendo sido produzido no Japão, Brasil, Uruguai e Canadá. Foi realizado
José Soromogo
por Fernando Meirelles (realizador de O Rei Jardineiro e Cidade de Deus).

;
Recorda -
• A literatura portuguesa evoluiu muito ao longo dos tempos. Na F,L ,
Idade édio, as pessoas escreviam trovas e cantigas de amigo, de OS LV IA DAS
DELVISD E
amor, de escárnio e de maldizer. Depois do Renascimento, os ideais e-,.
e harmonia e equilíbrio e o noção do Homem como centro do
mundo tomaram-se os temas principais da literatura.

• O escri or mais conhecido do século XVI é Luís Vaz de Camões. Ele


---
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.
P El1/._0.

escre eu urna obra, Ioda em verso, que conta a viagem de Vasco


do Gama até à índia . Essa obra intitula-se Os Lusíadas.

• O século XVIII ficou conhecido como o século do Iluminismo e o


-
S .\lt \14. S &Ol,'t'r

ct::&~ pnya
f toC'IIC,lfTt&oa.k . .
... --,;..i..
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&;.crt,..,U rc111C11a~~
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século XIX ficou marcado pelo Romantismo e pelo Realismo. _...,...,'I"'""";.~

• José Soramago é, até ao momento. o único escritor português que ,10 Edição onttgo de Os Lusíadas
recebeu o Prémio Nobel da Literatura.

• Atualmente. muitos escritores enriquecem a literatura portuguesa e tornam-na rica e diversificada.


Autores corno Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto e Valter Hugo Mãe, entre muitos outros, con -
quistam o mercado internacional e têm os seus livros traduzidos paro dezenas de ITnguos!

1. Realiza uma pesquiso sobre os principais escritores do 3 . Seleciona um de entre os vários títulos das obras que
leu país. Quem consegue vender mais livros? Qual é o(a) foram referidos e efetua uma pesquisa sobre esse livro
esaitor(al mais conhecido(a)? Quais os temas aborda- (ano em que foi publicado, história, personagens .. .).
dos nos seus livros?
4. Escolhe um dos teus livros preferidos e escreve um
2. Escolhe um dos escritores portugueses mencionados pequeno texto sobre ele. Fala um pouco sobre o seu autor
nesta unidade e pesquiso mais informações sobre ele. e indica o motivo da tua escolha! Ilustra o teu texto.

54
rt na Pré-História
1.
rnoi antigos obro d art

a p( -Hístóno d1st1ngu m - tr · grand s ríodo . om d1f r nt


ni esta õ ort1sli a

_
0
pai ITlico (40 00 n m as pintura ravura no ro ho ,
em gru o u ar h r 1 str ).

1. m m num nt orno

do F rro (10 000 a 3 000


cudo . taças. adornos p ssoa1s
e
E p0 a m- a pinturas rupestres dos complexos do Vale
li 10 a Anta Pintada de Antelas. em Oliveira de
~· es Es o úl I a o monumento nacional que apresenta as pinturas
'Vpe5 es em el or es ado de conservação de toda a Península Ibérica !

o
ale do Côa é considerado um dos mais importantes sítios de arte
'1.lpestre do mundo e o mais importante com arte rupestre paleolítica ao ar Arrecadas de Esteio, Póvoa de Varzim.
1
e · foram identi cados cinquen ta núcleos de arte, ao longo dos últimos Idade do Bronze
·-q ilóme os do rio Côa .

2. arte na Antiguidade Curiosidades


A arte antiga em Portugal resume-se à arte romana. que se desenvol- Os menires e os antas são cons-
veu durante a ocupação romana, a partir de fina is do século Ili a.e.. truções em pedra erguidos em
direcção ao céu A anta é for-
A pintura romana aparece ligada mado por pedras colocados no
à arquitetura presente nas paredes e vertical, formando um círculo,
no chão das construções romanas. sobre o qual assento uma lo1e
Eram feitas pinturas a fresco com Os orqueõlogos referem que os

temáticos muito variadas, desde a antas eram monumentos funerã-


rios Quanto aos menires não há
natureza morta ao retraio.
grande informação sobre o suo
O mosaico era também muito ut,hdode
apreciado pelos romanos. Os mosai-
cos são uma subdivisão da pintura
pois são um meio de revestir as pare- Glossário
- des ou o chão. Existem ainda veslí- remontam: têm o suo origem em
- gios do sua utilização em Portugal, antas e menires monumentos do
como por exemplo nas ruínas de Pré-História dedicados ao Sagrado
Conímbriga

55
Unid d

rt n1 i1 vol
11 111 1111 d11 1vol I orll J< 11J< •,< 1<' <1 ',',<'1\C lul1 rn•n l! • rt•ll cJI0',<1 ', 01JIr•lo·, <Hli•,
111 " 1111111 p1< h111do•, <rn110 lot 111t 1 clc1 louvor I oq rCJclt r•r ci Dr u•, """H ri
llHJlf() uhn )', p rn q tH' (ll H'lll ( ', f11(l l1 ci CJV(l Í( J/( 11 irlV<", li CJ 11<'1<", CJífH lclr • pciri, ,
du 11u 11q 111 1 r1

Nn 11111\11<1, { qtH' r 11 <'> nlc1v(l rn Ire <, o•,. vIlrcw,, Ilurr11111Jrw, ou


rrn 111 1 1 ,rn ri lum'> e, vicio c1 '•,w1lo•,, no
cl I lIc ur I hur lluro •',lo o•,•,o
', us < ',l(JIUCJ', d,,
, a,ndu. us url<", d1l<J'>
r x m 1 . d mI <,cfü,I

nd I m o onlo oulros
muI10 ma, pmluul

4. A arte renascentista
Duran
Anliguid a vollam a
hom m c ntro do u poca, os art mam
à I nl a da perspetiva a on íficos mal poro
r produzir a natur za com fid li passaram a s r ul1l1zodos
nova I ni a . como o u o da ti

. na ór d pintura, os forno o Prnn I d São


ao uma obra do s • ulo XV ab olutom nl
· t a Nuno Gonç lv . cons1d
o m Portugal No s Is
m um tilo nt -
ai r cada fi ura 1nd1v1duolm nt

Glossário
louvor: d1rig1r louvor s; logior
simétrico: harmonioso
perspetivo: r pr s ntor os obl tos
101 como 0 0 VISIOS

56
Artes Plásticas

s. O Barroco
A escultura foi uma art d 1 1 ao do lllo Borro o Em Portugal o <'Slllo
Barroco é visível nas cultura m 01. o alto r I vo d muito 1gr 10
Estas esculturas eram culpída não m p dra, mo m mod ira m
barro A pre ão moí cara t rí tí a do borro a portugu - · a tolho dou
roda, técnico escullórica m qu mad ira · talhado po t norm nt dou
roda, ou seio. revestida por uma p li ula d ouro Esta técnica tornou s
num dos pnnc1pa1s cunhos do Barro o do nor1 d Portugal, a por do azu-
leio. nos século li e VIII p ialm nt no int nor de 1gre1as e capelas
em ai ares e retábulos Para uma encom nda de talha dourada era neces-
sário o rabalho de arios artesão sob a orientação de um mestre

inlenor do ,greio de Sóo Fronc,sco.


Porto. séc XVll e li
6. O eoclassicismo
o eoclass1osmo. os artistas ultrapassam os modelos do Barroco e
nsp1rom-se no es ética e ideais da Antiguidade Grega e Romana. Tanto na Glossário
pintura como na escultura, o Neoclassicismo segue, em Portugal, as ten- escultórico: relouvo o esculturo
dênoos internacionaís. talhado: esculpido
revestido: coberto
A escultura torna-se serena e estática, próxima da arte grega e romana runhos: marcos, corocterist1cos
e o nu passa a ser utilizado, quer de corpo inteiro, quer em busto ou em distintivos
relevo, por vezes com roupagens que pouco ou nada cobrem. retábulos: obras de arte em
madeiro ou pedra esculpido. 1unto
A pintura portuguesa desta época utiliza temáticas variadas, desde a pin-
aos altares
tura de história até ã poisagem, possando por cenas pitorescas, mitologia e
religião Entre outros pintores eviden-
oam-se Vieira Portuense e Domingos
Sequeiro

Na esculturo destaca-se João José


- de Aguiar, cuja principal obra é a
~ escultura em corpo inteiro de D João
~ VI para o Hospital da Marinha, reail-
: zada em 1823

57
Unidade 9

1. O Romantismo e o Naturalismo

Na segundo metade do século XIX, os artes plásticas em Portugal são


marcadas por dois estilos principais: o Romantismo e o Naturalismo.

As obras de arte românticos exprimem geralmente os sentimentos indi-


viduais e a exolloçâo dos feitos heroicos dos antepassados.

No Naturalismo, os artistas dedicavam-se à pintura de paisagens e do


vida quotidiana do povo.
Na pintura deste período evidenciam-se artistas como Tomás da Anun-
ciação, João Cristino da Silva, Leonel Marques Pereira e Auguste Roque-
mont e, no Naturalismo, Silva Porto, José Molhoa, Columbano e Henrique
Pousão.
No escultura romântica destacam-se obras como os monumentos 0
Camões (por Victor Bastos), a Afonso de Albuquerque (por Costa Mota-Tio).
a D. Pedro IV (por Elias Robert) e aos Restauradores (monumento da autoria
de António Tomás da Fonseca), em Lisboa. Tal como a pintura, a esculturo
naturalista abordo temos como a natureza e a vida popular, presentes em
obras como A Viúva, de Teixeira Lopes, ou O Desterrado, de Soares dos
Reis, dois dos mais importantes escultores desta época.

a. O Modernismo
No fim do século XIX enol .º metade do século XX houve uma grande
mudança nas artes plásticas. Neste período, chamado Modernismo, surgi-
ram vários correntes artísticas como o Cubismo, o Futurismo, o Expressio-
nismo, o Abstracionismo, o Surrealismo e o Neorrealismo. Algumas destas
correntes desenvolveram-se até à segunda metade do século XX.

As obras modernistas caracterizam-se pela irreverência e por não ten-


tarem apresentar fielmente a realidade. Usam cores fortes e contrastes
acentuados e as figuras são, muitas vezes, representadas utilizando for-
mas geométricas.

Guilherme de Sonto-R,to Pmlor, Cabeça.


Amadeo de Souza-Cardozo, Santa-Rita Pintor, Eduardo Viana e Almada
óleo sobre leio. 1912 Negreiros são alguns dos pintores que se destacaram inicialmente no
Modernismo português. Mais tarde, surgiram nomes como Mário Cesa-
Glossário riny, Júlio Resende, Júlio Pomar ou Maria Helena Vieira da Silva, que contri-
buíram para elevar o estatuto dos artistas portugueses no panorama inter-
exallaçõo: lowor, engrandecimento
feitos:atos,ações
nacional.
irreverência: desvio de regras esta-
belecidas

58
Artes Plásticas

. As artes plásticas na atualidade


9
Nos anos 60 e 70 do séc~lo os ort s plásticos conhec rom um novo
impulso em : º rt~gol atreves do oti~idode de artista como Paulo Rego,
Heleno Al~e1~0, Angelo de Sousa e Alvoro Lopo Uma onda d emigração Junlomente com Mono Heleno
artístico foi evidente nesta altura A Fundação Colouste Gulbenkian !criado Vieira do Silvo. Paulo Rego é o
em 1956) atribuiu diversos bolsos de estudo, pelo qu os artistas portugue- pintora portuguesa de maior
ses puderam ter contacto com os inovações do arte internacional em cida- sucesso 1ntemoc1onol Está entre
des como Paris, Londres e Berlim. os quatro melhores pintores VTVOS
em Inglaterra.
Paulo Rego, por exemplo. partiu poro Londres em 1951, onde estudou e
vive ainda hoje. A pintora portuguesa é uma dos artistas portuguesas mais
internacionais de sempre e o suo obro foi avaliado em 316 milhões de
dólares!
No entonto, são vários os artistas com sucesso e reconhecimento foro de
Portugal. como é o coso dos escultores José Pedro Croft e Pedro Cabrita Reis
ou, mais recentemente. dos artistas Joana Vasconcelos e Ângela Ferreiro.

Glossário
impulso: estimulo, mohvoçóo
Joono Vosconcelos. pormenor do esculturo Néctar

Saber mais

Joana Vasconcelos
Joana Vasconcelos é uma célebre artista, cujo obro sedes-
taco pela utilização de elementos da cultura popular ou de
objetos do quotidiano na construção das suas esculturas
Em 2012, tornou-se na primeiro portuguesa a expor no
Palácio de Versalhes, aí apresentando 17 obras, e a mais
jovem artista a representar a arte contemporânea neste palá -
-
cio francês. dente Dourado. 2004 Coração /nde-
Alguns dos seus trabalhos mais famosos são Coração pendenle Vermelho, 2005, Coração
Independente, A Noiva, Néctar e Dorothy. Independente Preto. 2006

59
• As artes plásticos fazem porte do vida do Homem
desde o Pré-História Os materiais, temos e técnicos
foram mudando, mos o princípio de recriar a realidade
manteve-se ao longo dos tempos 1

• Os movimentos ortí tico nos artes plásticos são, mui-


tos vezes, semelhantes aos do arquitetura ou literatura.
e elom os valores da sociedade de uma determinado
época no Idade Médio o mais importante era a reli-
gião; no enoscimento, o Homem passou o ser o cen-
tro do mundo; no século XIX, passou-se do elogio do
sentimento (Romantismo) à crítico social (Realismo).

• Desde o século XX, distinguem-se vários artistas nas


artes plásticos. Almada Negreiros, Amadeu de Souzo-
-Cordoso, Santo-Rito Pintor e outros marcaram o início
do século. Mais tarde, Mário Cesariny, Maria Heleno
Vieira do Silvo, Júlio Pomar, Júlio Resende, entre tontos
outros, passaram o ser os representantes desta arte.
1121 Vieira do Silvo, Jardins suspenses. óleo sobre
• Atualmente, o artista plástico portuguesa mais conhe-
tela. 1955.
cido no mundo é Joana Vasconcelos. As suas obras
são conhecidas em todo o mundo e até já estiveram
expostos no Palácio de Versalhes.

1. Escolhe um ortisto do teu país e foz uma breve pesquiso 3. Seleciono um dos artistas portugueses que marcaram o
sobre ele. Escreve um pequeno texto com os seus dados século XX e realizo uma breve pesquiso sobre ele
pessoais e principais característicos. Ilustro-o e apresento-o Escreve um pequeno texto com os seus dados pessoais
aos teus colegas. e com característicos dos suas obras. Ilustro o teu texto
com alguns dos seus trabalhos.
2 . Escolhe um dos movimentos artísticos apresentados e
efetuo uma pesquiso sobre esse movimento e sobre a 4 . Realizo uma pesquiso sobre o artista portuguesa Jaano
suo influência nos artes plásticos do teu país. Vasconcelos e elaboro um portfólio com algumas dos
suas obras.

60
.,

1. A moda na épo a ont ,npor n


oesde o in1 10 do I m m uhhzo , Uf os f iro s f 1011 J r
0 vestuário o omponh u f ro, , flt 11nd <Js mudem
ços que fiz rom nllr
A roupa f'VIU poro
Espeoolm nt n · ui oll ro d1f r nclor cio soc101s Dvronl
ções. sobretudo no Mundial, o Rcvoluçoo francesa, hOVJO um
mulheres tiv rom d nh do por rupo poíillco revolucionóno cho
homens, po ando qu m1hom Ir bo modo sons-cu/lotes, porque uso
lhor Também o /OZZ o novo vom calços d lrobolhodores
o o c, nllfic ncorojovom o
pobr Cu/lotes era o palavra
prático de d porto e po ao ar livr , conlnbuírom paro o moda avon-
francesa usado poro designar os
çor: subitamente, o mulh r u ovam sutiã m v z d sport1lho , tinham os
calços pelo ioelho dos onstocroros
cabelos mais curtos e altos passaram o usar saias mai curtos

Nos anos 20 do século passado, o modo eslavo livr do portilho do


século XIX e as saias já eram um pouco mais curtas. Muitos lilisto do
épOCO, como Coco Chonel, criaram roupas poro grond str los d Holly-
wood que influenciaram a maneiro de vestir dos mulh res. Em Portugal, o
modo do início do século XX ficou marcada como o ·s lle Êpoqu • portu-
guesa, influenciado pela moda francesa.

Nos décadas seguintes, com a Segundo Guerra Mundial, novos mudan-


ças chegaram ao mundo do modo. Na Grã-Br lanho, d vicio ao raciona-
mento do roupa, um número considerável de mulheres usou os roupas dos
maridos, incluindo as calças, enquanto eles estavam nos forças armados.
Este fado abriu o cominho paro o fim do proibição do uso d calços p los
mulheres Finalmente, na década de 1960, André Courrêg introduziu calços
compridos femininos como um item de modo. Ainda no d - oda d 1960 ur-
giu uma grande novidade. o minissaia. Inventada p lo slilista ingl a Mary
~ Quonl, esta inovação gerou grande polémica no altura
!
No século XX os criadores começaram o gozar de cada v z moi hb r- Coco Chonel
dode e o modo passou o estar ossoc1odo à imagem d inovação criollvi- A esllh ro fron eso Coco Chonel,
dode que ainda hoje tem. que começou por fazer chapéus,
lroux mu,ro inovação õ modo
europeJO FOI o responsável por
começar o fazer roupas femininos
mais fá eis d vesl!r e d usar,
hbertondo os mulheres dos restnh-
vos corpel que eram usados

MoryOuonl

61
2. A moda m Portugal
, o modo m Portugal seguiu. de uma ormo geral -
N nton to, nos úllimos d -codos do século e no =
s 1- m dado provas do suo originalidade
Certamente conheces o mor o
u1ram. ot •. uma carr ira 1nternocionol de sucesso'
de roupa de port,vo L c t
es11hsto português Fel! tualm nt , a maior parte dos eslil1stas tem os suas peças à enda no
Bopllsto é, d de 2011, m r ado o núm ro !e qualidade! de eventos ligados à moda em Portugal
cnot1Vo do marco
omo o Portugal Foshion ou a Modolisboo. tem aumentado considera e1-
m nte. Além do importante contributo para a economia e para o turismo
estas iniciativas mostram o que há de melhor no país e dão aos eslilis as
portugueses e às suas criações o possibilidade de marcar presença em
eventos de moda internacionais.

Ano Salazar, Fátima Lopes. Miguel Vieira, Luís Buchinho, uno Goma
Katty Xiomara e José António Tenente são alguns dos muitos estilistas que
fazem da moda portuguesa um setor cada vez mais interessante e compe-
titivo. Muitos deles têm já uma carreira internacional, enquanto outros estão
mais concentrados em Portugal. sobretudo nas cidades de Lisboa e do
Porto. Em qualquer dos casos. os estilistas portugueses são. em grande
parte. responsáveis pela imagem de criatividade e originalidade à qual
Portugal está associado.

Podemos dizer, por isso, que, cada vez mais. os portugueses estão na
moda!

Fátima Lopes é a eslilisla portuguesa


mais internacional e uma dos portu-
guesas de maior sucesso em todo o
mundo. Atualmente. as suas roupa s
são vendidas em Portugal e noutros Ana Salazar é a primeira
países europeus. em Guadalupe, grande estilista portuguesa e
Paris, Londres, Milão, Madrid, a maior impulsionadora da
em Porto Rico, nos EUA. no Líbano e
Atenas, Istambul e Nova Ior- moda em Portugal É uma
olé no Japão.
que são algumas dos capi- referência na modo a ní el
tais da moda por onde as internacional e recebeu vários
coleções de Miguel Vieira já prémios e condecorações
passaram. pelo seu trabalho.

62
Mo a d n

3. O design

o design ou desenho industrial o 1d ol1zo ao laboração d obi tos


que serão produzidos industriolment .

o design é. atualmente, port integrante do proc sso de produção de


muitos tipos de ob1etos uten ílio dom ficas. roupas. mãquinos. ambien-
tes, marcos e também 1mogen , como letras ltipogrofiol, páginas do inter-
nei, entre outros

os produtos de design geralmente aliam utilidade e estético, ou seja,


são úteis mos também são bonitos e inovadores!

Dentro do design existem árias áreas. As mais comuns são o design de


produto. o design isuol, o design de modo, o design gráfico e o design de Espremedor de c,rnnos
inferiores. de Philippe Stork.

A origem do design
Podemos dizer que o design está presente no nosso vida há muitos
séculos. desde que começámos o produzir objetos úteis com a preocupa-
ção de serem bonitos Esferogróficos Cnsrol. do BIC

No entonto, foi com o Revolução Industrial, no século XIX. que o design


se começou o desenvolver do forma como o conhecemos hoje. Antes da
Revolução Industrial. os objetos eram produzidos de forma artesanal, mas,
: o partir des1a altura, as fábricas passaram a produzi-los em série, ou seja,
- em grande número, recorrendo ao uso de máquinas Assim. era necessá-
.. rio planear bem a produção, criando modelos que serviam de base ao
fabrico desses objetos Surgiu então a figura do designer: um especialista
na criação desses modelos.

Cadeira lounge de fomes

5 mesas do Bouhous Bonquetos desenhados por Alvor Ao/to Codetro Barcelona de M, s ~on der ohe

63
4. O design em Portugal
O 1ni 10 do d 1gn m Portugal ficou marcodo por duas figuras murto impor-
tont oul Lino e alo I Bordalo Pinheiro. ambos nascidos no século

pós um começo promissor. o design português Iveu uma fase menos


rn oti o, durante os anos do Estado Novo Ao longo desse período, des o-
com-se os participações dos designers portugueses - no altura chamados
·pintores-decoradores· - nos exposições 1nternocionois, onde 1nhom o seu
cargo o projeto dos pavilhões de Portugal (como ocon eceu, por exemplo,
no Exposição do Mundo Português, que decorreu em Lisboa no ano de
1940).

Hoje. o design português ganhou um novo impulso e existem ános


designers prem iados pelos seus projetos em todo o mundo e em áreas
diversificados: roupa, calçado e mobiliário são apenas algumas que se
veroode dos pobres e anónimos deslocam.
Tempo Surgiu pelo pri-
me.-o ,ez no penõdico •A Lanterna
'ooglCa· em 1875, numo corica-
referen e aos impostos.
Os pioneiros : Rau l Lino e Rafael Bordalo Pinheiro
Raul Lino foi um arquiteto português do fim do século IX e início do
século XX. No entonto, é também considerado um pioneiro no área do
design uma vez que, ao contrário do maioria dos arquitetos, ele proIeto o
não só os casos mos também o seu interior - mobiliário e outros pormeno-
res-. trabalho que hoje em dia é consagrado aos designers

Rafael Bordalo Pinheiro também 101muito inovador foi o primeiro ortIsto


português o reconhecer qualidade artístico aos objetos produzidos em
série e o ver o arte como um investimento As suas cerãmIcos e ozuleIono
bem como o conhecido Zé Povinho, refletem o seu pensamento crítico e o
vontade de aliar o tradição portuguesa ã então moderno Art Nouveou

Figura em ce,am,ca do Zé PoVtnho.


de Bordalo Pinheiro

Casa dos Patudos d aul Lino. Museu d Alp,orça

6
Moda d 1gn

0 design português hoje


Atualmente, e em 101no úlllmo d · d , o d ,gn portugu con
siderado um dos ponto fort do produ ão no 1onal, t ndo os s us traba-
lhos divUlgoção em todo o mundo O oMA (Mus u de Art Moderno de
ovo lorquel organizou, em 2010, uma posição dedicado ao design por-
fUguêS, apresentando m~1s d c m produtos de mobiliário, joalharia. cerâ-
mico e acessórios de cozinho

A Vis1o Alegre, por exemplo, é o fabricante líder de porcelanas em Portu-


gal Esta marco renovo-se constantemente através do colaboração com
diferentes designers e artistas plásticos como Armando Possos, Siza Vieira e
Joana Vasconcelos.

São, assim, codo vez mais os empresas que apostam no design portu-
guéS. que alio o funcionalidade à estético e que, muitos vezes, utilizo mote-
nois reciclados ou tradicionalmente portugueses, como. por exemplo, a cor-
tiço. A cortiço é um produto ecológico usado geralmente nos garrafas de
vinho e também em automóveis e no indús1rio aeronáutico. Atualmente é Atl,go do Visto Alegre

lombém usado no ves1uário, em carteiros e noutros objetos decorativos.


Portugal é o maior produtor mundial de cortiço: 75% do cortiço usado em
todo o mundo é transformado em Portugal.

Em 1999, foi criado o ExperimentoDesign, uma feiro bienal dedicado à cul-


tura do design e onde é possível assistir o conferências, workshops e o um
ciclo de cinema.

Em 2009, nasceu o MUDE (Museu do Modo e Design), em Lisboa. onde se


pode aprender mais sobre o modo e o design em Portugal.

Seguindo es1o tendência. surgiu o projeto Alma Luso: o primeiro loja dedi-
cado exclusivamente ao design português. O seu objetivo é divulgar ·peços
conceptuais que traduzam poro os dias de hoje o nosso cultura e identi-
dade, contribuindo assim poro o construção de uma novo Portugalidade·

Atl,gos em cortiço portugueso

65
1

f rma d v stir dif r nres.


a idades dessa
a grande alteração no
os novos papéis que a
sociedade.

• ; n, mbora isto desde o século XIX. afirmou-


m mais força no século XX, através da produção
bjeto em grande escala. O design tem coma Criações de Ana Salazar
obj ti o conceber esses objetos de forma a aliarem
funoonalidade e estética!

• Em Portugal, existem muitos criadores de moda e


designers bem-sucedidos. Em qualquer uma destas
áreas, Portugal está a alcançar muito prestígio a nível
internacional.

• Atualmente, são vários os eventos de moda que ocor-


rem, todos os anos. em Portugal e que contribuem
para o desenvolvimento da economia do país e para a Criação de Fãtimo Criação de Maria
exportação das criações dos estilistas portugueses. Lopes Gomb,na

Seleciono uma época histórico e pesquiso como era o Escolhe um dos estilistas portugueses que te foram
vestuário no altura. Todos os pessoas se vestiam do apresentados nesta unidade e efetuo uma pesquiso
mesmo formo ou havia algumas distinções? Como se sobre ele. Ilustro o suo biografia com algumas dos suas
vestiam os crianças dessa época? criações.

Realizo uma pesquiso sobre os principais criadores Elaboro um portfólio com alguns dos teus objetos de
de modo do teu país, indicando qual deles é o mais design preferidos e justifico o tua escolho!
conhecido

66

origens da arquitetura portuguesa


Tal como nos restont s poí urop u . o orqu,I furo or-
ruguesa está dir _to_~ nl r lo ionodo om o oro t rí 11 0
de cada época h1stonco. o u mov1m nlo ortí li os lom-
bém com o religião. No - ulo Ili. om o o upoção romano.
as primeiros cidod com oram o r c r d uma formo
mais organizado, com difi io público slrodos povimen-
radas.
No século VIII. com o invasão europeia pelos muçulmanos ,
oram construídos mesquilos llemplos muçulmanos) e palá-
cios nas principais vilas e cidades do país. Com o Reconquislo
Crislã, no século XII. os mesquitas foram lransformodos em
igrejas (templos colólicos) e assim foi surgindo o estilo româ-
nico. caracterizado por monumentos grandes e pesados, como por exem-
plo a Sé Catedral de Braga e os Sés do Porto e de Lisboa.

A partir do final do século XII. o estilo arquitetónico mais importanle foi o


Gótico. considerado Património Mundial pela UNESCO. Os edifícios góticos
inham abóbadas altas e amplas. com vitrais o decorar as paredes.

O primeiro edifício totalmente gótico levantado em território português


foi a igreja do Mosteiro de Alcobaça. conslruída entre 1178 e 1252. O Mos-
teiro da Batalha. mandado construir por D. João 1. é também um exemplar
da arquitetura gótico em Portugal.

Crvz do Ordem de Cnsto

1. O estilo Manuelino Eslero omlllar

Escudo eol
O estilo Manuelino desenvolveu-se sobretudo durante o reinado
Co,docom
de D. Manuel I e é uma variação portuguesa do Gálico final. que bóoos
tem como característico principal o enaltecimento da expansão
marítimo portuguesa. As construções grandiosas e muito lrabalha-
dos são característicos desle eslilo. que procurava, desla forma.
mostrar O poder régio. Eram usados símbolos nacionais. com_o a
• Esfera Armilar a Cruz de Cristo e o Escudo R ai. e ainda mol1vos
l marinhos. co~o algas. corais. cordas e sereias, para exaltar as
~ Descobertas. A Janela do Sala do Capílulo do Conve~to de Cristo.
§em Tomar. é um dos exemplos mais famosos deste estilo. Convenlo de úislo. Tomar

Glossário
enaltecimento: elogio
régio: relotrvo ao re,

67
1li
) 111111, o v1v1•11 1111u 1 11p H , 1 d1• f",pl1 111t lor ,, rtq11<•1c, <orr1plt•lcur11•11t"
th ,1•, 11<111•1111 ul 1d,, 1l lrn10 V, Jf'',olv1d1111lt1lr1 JH•lc, HH lc•pc•rHfr•w 1<1 <tp ,., 0
1 IJHt•,lt< t l ilt j IIH I
NI 1 111 1 N l\1llll 11(11)1 1 1 1111 1 11111
11111,1,1 1 n1q111h t,l 1t11lhlll1l qu,, 11 11 1t'1< 1 do <'I o< ,1 lo1110tr •,<' v1•,1v<'I <'rr t t<Jrc 'j< 1',, <011vc•11lo·, ,, poloc ICJ',,
d, •,1 n , lv,•11 q11md, 1 11 h d11 ,,11 1
om 11.., •,lH t', d, •c <H< tt,< <", <'rn lolll<t do1Hrnl<t, p 11luro, 1•·,n1lll1r<1, orlP', cJ,, o
1 111 e1· 1 1111Jil'I< l'c1I 1c10 No lo11ul de• Moiro ' u1 no cl1 1•, priric tprn•, olm1•,
do 11 1 lu111I H mo /\qtH cl111 ) eh , t\q1JC1'> l 1v1< 'i, ee n•,lnm lo cluro11I 'r",11' rt t
n ido, < um do ..,,mbolo·, do rnq11il <'IUr<1 de ',lo <'p rn /\ <1clt1cf!' do Porto
1 ujo « 1111 e Iw,lodco lol elc1..,..,111wdo e rno Polrn no1110 Muncltol p< lo U r O
< m 1996) (• c1 e1dc1d cio nrnrorn. ol r tudo d<'vtdo o obro do•, mqu11 lo
/\111011 O I C1( lto C NI( ICJlJ N(I 011 /\qul, d lo (1 O l(Jí ICJ de I ron I co
c1 l011 d (l•rl<

3. tilo N o lá i o
No I uropo, o N ' K u 11c1 Jundo m ulo XVIII,
1llu1 1 m que o ternvc 11 'rrc11n
lluçc1c d Ir u 'Um r l mo inir , r
fun 1onolldc lilc 111 cl
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> lo c1do f ) 1 lovo ovem mfCl, urgiu o N


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l>rilc1111 o <1110 onslrur
'> qun lo ro N 1lro No
nol I M 11 > p1 u o r r 1 < o Pol I io da

8
Arqu fura

4. o Romantismo
No século XIX, a arqu itetura opôs-s ao valor da sim Iria, da ord m
do harmonia, do Neoclassicismo, pref rindo forma ma, irr ular s '
volumétricos. Este novo estilo tinha corno ob1 11vo provo ar n aço s
encantamento, estimular a imaginação e o ntido ficou conh ,do O Polóoo do Peno surgiu em
como Romantismo. O Pa lácio da P na, rn Sintra, con tlfui O mais notável 1839, quando o re, O Fernando li
exemplar de arquitetura do ornant, mo rn Portugal Utiliza rnolivos mou- deod,u adaptar o Mostelío de

riscas, góticos e manuelinos e in pirou- no palácios da Baviera e do Nosso Senhora do Peno o um


polóoo Ed,fícodo o cerco de 500
centro da Europa.
metros de altitude, o Polóoo do
Peno é o quarto monumento no-
cional mo,s visitado em Portugal

A religião exerceu desde sempre


uma grande influénc,o no arqui-
tetura portuguesa. Muito do
arquitetura portuguesa é de
natureza religioso O Sontuóno
de Fátima fo, o mo,s grandioso
obro religioso do regime solozo-
nsto e acolhe todos os anos
milhões de peregnnos

s. A arquitetura no século XX
Nas primeiras décadas do século XX o estilo dominante foi a Arte Nova,
que utilizou novos materiais e temos do natureza na decoração de edifícios.
A partir dos anos 50 do século XX, a arquitetura portuguesa revitalizou-se e
surgiram novos projetos urbanísticos. Nomes como Tomás Taveira e Keil do
Amoral começam a distinguir-se nesta altura.
Sonluóno de Fóllmo
O Português Suave, também conhecido como Estilo Nacionalista, foi utili-
zado em edifícios públicos e privados portugueses durante os anos de 1940 Glossário
e 1950.
notável: digno de nota, marcante
:i Este estilo procurava criar uma arquitetura genuinamente portuguesa, mouriscos: relot1Vos aos mouros
.i. utilizando as características modernistas do engenharia com elementos urbanísticos: relativos o cidade
: estéticos da arquitetura portuguesa dos séculos XVII e XVIII e das casos genuinamente: de formo genuína,
autêntico
tradicionais.
6. arqu1t fura portuguesa con emporâne
1
Curiosklodes
os ui ,mos décadas. ónos ed1teIos 'êm mo cada o o qu •e· ro
- ~
gueso Coroe enzodos por o gumo r erênc10 e co e co o ao oo. =
es es não são. niciolmente. opreoodos
1 os pessoas Co • com o ~
possor do empo es os obras ornara -se ex-fi

porõneo Pedro O p meiro destes ed1 cios con ro ersos ,01 o Cen•·o C e-
ras. primeiro grande cen ro comeroo em Por go Si· do ....sooo. es:e
foi inaugurado o 27 de setembro de 1085 e oroIe o o oeio ar •e·o -omãs
To eira Com uma conceção orqu ·e õn,co arroio o o Ceri• o C
Amoreiras ornou-se um dos 01ores si oolos o ?ós- ,'od do
poís

Um ouro edi-oo ponuguês 1r e e e 'e é o Cosa o • · sico o 00


solo de concertos do Porto Pro1e oda pelo orqu 'e o Ola 00-
hoos, cou concluído em 2005 e 'ronsfo o -se
con emporôneo o ro1ndo visi on es de :odo o u do

Também rr,orcon e no orquI e oo , gueso co •


ro Cul urol de Belém 1CCB Es e co · e
obje · o de criar um espoço poro oco 10 d
e desen ol er o dodes cu roIs O
quadrados e co numa dos zonas no res e 1s
des e loco! e e o er com o 'octo de e é
poro os Descobnmen os po gueses O Cen ro Cu iuro , pro--
Ie ado pelo orqur e o po guês onueI So godo e u consórcio emo-
cional liderado pelo 01ano , o o Grego- s os í' os em os
con ros om com o on 1gu1dode do os eira dos Jerón os e o orre de
Belém
Coso do ''l.üs,co

em oolhoos prOfE!IOU o Coso


do MúSK.o o pensar num meteo-
mo o ed1fio o pretende 1m1tor um
meteomo o ot1ngir o erro. por
isso o pov1mento em volto é em
formo de oodos'

Glossário
ineYe,ênào: rebeldia. 1r cootro os
podrões estobelecidos
controversos: polémicos. que
gerom dLSCUSSÕO
arrojado: atrevido
consórcio: sociedade porceno

70
Arquitetura

1. Arquitetos do século XX
Apesar da riqueza da arquil lura ao longo da história d Portugal, é no
Paulo David é outro arq uiteto
século XY, que o trabalho do arquit to ganha d taqu . Ao longo d ste s -culo destacado e alvo de reconheci-
e no início do século XXI, vário ão os arquI1 to que se d tocam pelos mento ló foro O pro1eto Cen tro
seus projetos, muitas vezes tão único p ooi como uma assinatura. de Arte. Coso dos Mudos, no
Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto d Moura são dois desses grandes nomes. Calheta. ilho do Madeiro, foi
nomeado poro o edição de 2005
do prémio europeu de arquite-
tura contemporâneo Mies van
Álvaro Siza Vieira derRohe.

Álvaro Siza Vieira é um dos arquitetos portugueses que maior influência


tem tido nas gerações de arquitetos mais jovens. Siza Vieira tem recebido
inúmeros prémios. Entre eles, destaca-se o Prémio Pritzker, em 1992. São
da sua autoria verdadeiros ex-libris da cidade de Lisboa, como o Pavilhão
de Portugal !com a sua pala impressionante) ou a reconstrução do Chiado,
após o incêndio de 1988. No Porto. Siza é autor da famosa Casa de Chá da
Boa Nova, em Leça da Palmeira. Porém, o seu edifício mais conhecido nesta
cidade, onde realizou o seu primeiro projeto, é o Museu de Arte Contempo-
rânea de Serralves.

Eduardo Souto de Moura


Eduardo Souto de Moura é um dos expoentes máximos da chamado
Escola do Porto. Iniciou o sua carreiro no atelier de Álvaro Siza Vieira, depois
de ter sido seu aluno no Faculdade de Arquitetura da Universidade do
Porto. o seu reconhecimento foi maior a partir da conquista do primeiro
lugar no concurso poro o projeto de um hotel no zona histórico de Salz-
burgo, no Áustria, em 1987. Entre as suas obras mais emblemáticos pode-
mos destacar O Coso dos Histórias Paula Rego, em Cascais, a Escultura da
Ponte dos Barcos, a Torre do Burgo e a Caso do Cinema Manoel de Oliveira,
no Porto. Em 2011 . foi galardoado com o Prémio Pritzker, que é a maior dis-
tinção que pode ser dada a um arquiteto. ·

71

1

orqu1t tura acompanhou o


doptondo aos seus valo-

• [m Portu ol. o orqu1t lura foi muito influenciado por


fator onóm1co polít1cos, por exemplo:
o o do D cobrimentos e o riqueza que então
ou ao País,
o u rro do independência e o crise de sucessão ao
trono no século XVII:
o I rramoto d 1755.

• Ex1st m alguns e filos arquitetónicos originários de


Por1ugol Os mais conhecidos são·
- o Manuelino - característico do reinado de D. Manuel
1e marcado pelos Descobrimentos;

- o Por1uguês Suave - associado ao regime do Estado


Novo e caracterizado pelo utilização de elementos
genuinamente portugueses.

• No século XX. alguns arquitetos por1ugueses merecem


lugar de destaque. Alvoro Siza Vieira e Souto de Mouro
são dois dos mais conceituados Existem também
vários obras que sobressaem desde o final do século
XX. o Centro Comercial Amoreiras, o Centro Cultural de
Belém. o Coso do Músico, o Museu de Ar1e Contempo-
râneo de Serralv s e o Centro de Investigação Chom-
polimoud são algumas dessas obras.
lgreio de Marco de Canaveses. de Siza V,e,ra

Escolh um orqu1t to do t u país e foz uma breve Escolhe um dos arquitetos portugueses que te foram
pesquiso sobr I ser v um pequ no I xto com os apresentados nesta unidade e efetuo uma pesquiso
us dados pessoais e pnnc1pols coroei ríshcos sobre ele. Ilustro o suo biografia com algumas dos suas
Ilustro o opr s nto o aos t u col gos obras

• Elaboro um portfólio com olgun dos I us dific1os e Escolhe um dos edificios apresentados nesta unidade e
monum ntos pr f ndos Diz ond s situam, quando informa-te sobre onde e quando 101 construído, quem o
foram construidos. qu m os pro1 tou o qu mais te pro1etou e quais os suas pnnopo1s carocterisllcos
agrado n 1

72
o património natural português

or no oq
s ío . flor
ulcõ . formoç

rocho o
Êmuito 1mportont onh rmo pr rvormos o polrimónio natural
mundial e em or11 ulor o do no o país Conh e r o nolur 20 - muilo
rno1s que admirar o no po1 og ns bonitos • r speitá-lo e prol g - -lo de
udo o que po o põ-lo m rí co, pois os recursos noluro1s são imprescindí-
veiS poro o equ11íbno do Homem do planeio

Glossário
lmprescináiveis: fundam nI01s.
necessónos

1. Maravilhas naturais de Portugal

Em 2010, os portugues s volorom nos 7 Mo


gol Esta iniciollvo do N w 7 Wond rs Portugal r d raro
beleza de Portugal Conlln ntol dos Ar · s Aço
res e submeteu-os o uma votação poro portu
gueses Os vencedor s foram o Porqu o Gruta
de Miro de A1r . o Lagoa dos t idod o o P1 o,
o Flor sto Lounssilvo, o Port1nho do Arró
Es1o 1nic1ohvo rm1hu chamar o at nçoo do portugu poro o 1mporton
eia do pr rvaçõo do Notur zo 01ud u o o onh m lhor o u po1

73
' Unidade 12

Zonas aquáticas marinhas


Curiosidades
Portugal t m umo longo orla marítima Enlre as suas multas zonas rnon- ~
nhas, destacam-se o Arquipélago das Berlengas e a Ria Formosa

o Arquipélago das Berlengas fica a cerca de 12 quilómetros de Peniche '


Na principal ilha, a Berlenga Grande, há um mosteiro de frades Jerónimos,~
uma pousado e um farol. Mos o principal tesouro dos Berlengos é a suo ·
incrível riqueza biológica: aqui os oves marinhos podem fazer ninho e ter
as suas crias, e as aves migratórias podem repousar durante as suas
migrações.
os Berlengos hã um fundeo-
douro onde êm Sido fertos mui-
los ochodos arqueológicos. obje-
los como ânforas e peços de
ort1lhono de diferentes séculos
têm Sido ofi encontrados A õnforo
l110IS onhgo que foi enconlrodo

lem 2000 onos1

151 Ponto de Sagres. Algarve

Na Ponta de Sagres, a paisagem selvagem e acidentada, as falésias e


as longas ex1ensões de areia encantam todos os visitantes.

O Parque da Ria Formosa é um dos mais belos tesouros naturais do


Algarve. Estende-se ao longo de 60 quilómetros e funciona como abrigo
para aves migratórias e espécies animais muito raras.
O Douro é região vmicolo demar-
cado desde 1756. por decrelo do
Morqués de Pombal É. por isso.
Zonas aquáticas não-marinhas
o mais onhgo do mundo
Em Portugal, a Lagoa das Sete Cidades, as Portas de Ródão e o Vale do Douro
constituem algumas das zonas aquáticas não-marinhas mais admiráveis

A Lagoa das Sete Cidades fica no fundo da caldeira das Sete Cidades, na
ilha de São Miguel, nos Açores. Uma característ1ca muito especial desta lagoa
é que a água tem duas cores· de um lado é azul e do outro é verde.

Nas Portas de Ródão, no Centro do país, o Rio Te10 forma a garganta


!71 Vale do Douro mais importante em território português. Além da paisagem maravilhosa,
este local é importante porque aqui residem muitas espécies de aves raras.

Glossário No Vale do Douro podemos encontrar rio, vinha, paisagem grandiosa e


orio: faixo de terra 1unto o uma história milenar As propriedades do solo e o clima especial que aqui se faz
extensão de água sentir permitem a existência de vinhas únicas, que dão origem a uma das
migrações: viagens, deslocações mais conceituadas bebidas do mundo, o vinho do Porto.
acidentada: montanhoso
residem: vivem

74
Património Natural

Grutas e cavernas
Portugal tem também, no s u t rrilório, gruta av rn impr ion n
Algor do Carvão, a Furna do En ofr a ruta d Mir d Air 0
tes. 0
05
mais fomosas.
Situado no ilho Terceira, nos A or , o Algar do Carvão · um f nómeno
vulcânico que permite descer ai · rca d 100 m tros d profundidade e
observar uma lagoa subterrâneo d água cristalinos. bem como estalac-
tites únicos no mundo.
A Furna do Enxofre é um fenómeno de origem vulcânico, o sul do Ilha
Graciosa. nos Açores, que tem no seu interior um logo de água frio com
cerca de 130 metros de diâmetro.

As Grutas de Miro de Aire. situados o 15 quilómetros de Fátima, em San-


tarém. são os maiores de Portugal. A profundidade máximo das grutas é
de 110 metros. Após um percurso de centenas de metros através de túneis
é possível observar vários formações calcárias. pequenos regatos e o Rio
Negro. que desaguo, em cascata. no Grande Logo.

Praias e falésias
Portugal é muito conhecido pelos suas praias de areia fino.

Algumas das melhores, segundo o votação do iniciativa 7 Maravi-


lhas Naturais. são o Pontal da Carropateiro, o
Portinho da Arrábida e a praia do Porto Santo.

Situado entre as praias Amado e Bordoeira,


de águas transparentes e falésias altos. o Pontal
da Carrapoleira em Aljezur !Algarve) possui um
grande valor ecológico e uma beleza natural
incomparável.

O Portinho da Arrábida. localizado no sopé da


serra da Arrábida e a 14 quilómetros de Setúbal, é
uma das mais bonitas praias portuguesas, de
areia branca e fina e águas transparentes. Em
frente. encontra-se o Porque Marinho Professor 191 Pro10 do Porto Sonlo

Luís Saldanha. que apresento uma área com mais


de mil espécies de fauna e flora marinhos.
A praia do Porto Santo (situado no arquipélago do Madeira ), com nove
quilómetros de extensão, é único no país. A suo areia amarela, xtr ma- Glossário
mente fino, é usado há séculos com fins medicinais regatos: pequenos rios
sopé: base
fauna: espécies animais
floro: espécies vegeta is

75
Unidad 12

matas
'-~ 'Çuriosldades
na ilho do
luman1d d
up 20% do
111lr\l 1 1 lll1' d ' 'l l" 1 qu ndo os
d,, 11 ~ li 11111111, m ( ll1 qlo
, a flor la
1 Launssdvo
' 1lvo', qu ignifico fio-
, ru · llouráceo). fomílio
p · 1 d árvor que habitam o
to (o laur iro é desta família), Esta é o maior concentração de Launssi O_
ndo conhecido como uma das mais bem preservadas

A Mota Nocional do Buçaco, situada no Centro de Portugal, a sul de


Av iro, foi mandada plantar no século XVII e possui mais de 700 espécies~
d árvores exóticas e indígenas. Aqui encontram-se monumentos que ri o-
lizam com a beleza da mota, como o Palácio Hotel do Bussaco e o Con-
vento de Santa Cruz do Buçaco.

A Paisagem Cultural de Sintra atrai poetas, artistas, pensadores e mui-


tas, muitas pessoas que se apaixonam pelo beleza da serra com o suo
vegetação exuberante e pelos palácios e parques, casas senhoriais, con-
ventos, capelas e fontes.

Grandes relevos
Consideram-se grandes relevos os vulcões, as serras, as montanhas
Estes destacam-se pela sua altitude e pela diversidade de espécies de ani-
mais e plantas que a sua existência torna possível.

Em Portugal, um dos grandes relevos mais importantes é a Paisagem


Vulcânica da Ilha do Pico. Inclui uma montanha de 2351 metros, a mais alto
de Portugal, e o terceiro maior vulcão do Atlântico, com uma cratera com
700 metros de perímetro e 30 de profundidade.

O Parque Natural da Arrábida ocupa uma área de 10800 hectares e está


situado no distrito de Setúbal. O Parque inclui a cadeia montanhosa do

r cortado por p quenas baías


com praias de areia bronca .
r-
Arrábida, a área de planície que a circunscreve e o litora l basta nte rochoso

Glossórlo Finalm nt , o Vale Glaciar


do Z-z r , na Serra da Estrela,
ox6ticos: lnvul ar
· muito p cial para os portu-
ln<figenos: nollVO
gu s, pois é aí que fica o
xuboronte: d • lumbront
maior Vai Glaciar da Europa,
crororo: ul>crturo por ond so mos
qu s t nd por 13 quilóme-
rnnl1 11(1 • 1 •lldu por um vul ao
tro d comprim nto.

16
Património Natural

zonas protegidas
As zonas protegidas são áreas prol gidos p lo I por1ugu a com
ec()SSistemos pouco alterados pelo Horn m. Curiosidades
Em Por1ugol, sobressaem três destas zonas: o Parque Nacional da O lince ibérico é uma espécie do
penedo-Gerês, no Nor1e de_Por1ugal, o _Parque Natu~al do Sudoeste Alente- família dos fefideos único do
. no e costa Vicentina. no litoral alente1ano e algarvio; e o Reserva Natural Península Ibérico É considerado
~o Lagoa do Fogo, na ilha de S. Miguel, nos Açores. uma espécie em vias de extin-
ção, mos o suo população tem
Do extremo nordeste do Minho até Trás-os-Montes. o Parque Nacional vindo o aumentar devido o um
do penedo-Gerês tem 72000 hedares de área protegida. É o único parque plano de recuperação definido
nocional do País e uma das suas maiores atra ções natura is, pela invulgar por Portugal e Espanha.
beleza da sua paisagem e pelo seu valor ecológico. Lá, encontramos uma
grande variedade de animais (lobos. aves de rapina e outros) e de plantas.

o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. que inclui


05 costas alentejana e algarvia, tem mais de 100 quilómetros de orla cos-
teira. Esta região é um caso único na Europa a nível de conservação do
litoral e da riqueza ambiental e da paisagem, que inclui falésias altas.
praias de areia fina. estuários e lagoas.

A Reserva Natural da Lagoa do Fogo é uma das paisagens mais espeta -


culares de Por1ugal. A lagoa está situada no fundo de uma caldeira de um
grande vulcão e está rodeada por montanhas de vegetação exuberante e
por algumas praias de areia bra nca.

Glossário
ecossistemas: con1unto de organis-
mos vivos que interagem com o
meio em que estão 1nsendos, con-
tribuindo poro a subsistência uns
dos outros e do próprio sistema

77
Unidade 12

:,l
Recorda

• O pa rimónio natural - on f1fuído p los bens não pro-


uz1 o p lo Horn m, i to -. p los rios, lagos. monla -
_,...,..,
- --
____,_
~-:.,:~-
nhos, ílor los lodo o zonas nofuro1s. .,..
- -
• Portugal possui uma grande riqueza natura l: praias, - .
~~.
--:,, -
-~ ..
. -
:- -.
folés1os, logos, vulcões e espécies animais e vegeta is
únicos. Es1a riqueza e esla diversidade !ornam o país Paisagem /ukõnico. Ilho do Pico
singular e de uma grande beleza .

• Poro os portugueses que escolheram as 7 Maravilhas


aturais de Portugal, os lesouros mais bonitos do país
são· o Parque Nacional Penedo-Gerês, as Grutas de
Mira de Aire. a Lagoa das Sele Cidades, a Paisagem
Vulcãnico do Pico, a Floresta Lourissilva, o Portinho da
Arrábida e o Ria Formosa .

Porque acional do Penedo-Gerês

1. Realizo uma pesquisa sobre o teu país e escolhe 3. Escolhe uma dos zonas natura is apresentadas nesta
7 das suas maravilhas naturais. Indica as suas principais unidade e foz uma pesquiso mais aprofundada sobre
caraderíslicas e ilustra o teu texto com fotografias ou elo: onde está localizado, o que o constitui, que espécies
desenhos. animais e vegetais ló existem ...

2. Conheces alguma zona natural ameaçada pelo 4. Além dos espaços naturais apresentados, exislem. em
Homem? O que eslá a ameaçá-la? Quais são as con- Portugal, vários espécies animais e vegetrns ameaçados
sequências? Como podemos impedi-lo? Faz um folheto os lobos, os linces ibéricos e os golfinhos são alguns dos
no qual alertes paro o necessidade de proteger o casos mais conhecidos. Efetuo uma pesquisa sobre
palrímónío natural mundial. uma destas espécies e ilustro-o com desenhos ou
fotografias.

78
portugal, destino turístico
undi 1
turí ti-

·tua n u , P rtugal faz


fr nt iro c m E m
tlõnti o, o I lima ameno,
poisog n n tur i , d ar ia branca
e O i od h pit I ir lguma das qua-
lidod qu atr m oes.socJs todo o mundo.
Em Portugal h • mui r ' rimentar: desde
0 banhos de ai, paro o mai calmos, ou, poro
os mais corajosos, a d porto aquáticos (como
0 canoagem, o urf, o mergulho e muitos outros) aos passeios pelas várias
serras e parques naturais, passando pela descoberta das cidades cheias
de diversões.

Em 2013, Portugal foi classificado como o melhor destino do mundo pelo


Globe Spots - site internacional de viagens. A Globe Spots considerou Portugal
o melhor pois poro visitar em 2013, para quem quer uma "viagem clássica Curiosidades
com grandes vistas·. Destacam o ·velho charme europeu" do país e as "cida- A hospitalidade portuguesa é um
des medievais e quarteirões históricas", cheios de praças, igrejas e mosteiros, dos pontos fortes do pois para
assim como os "bairros típicos, onde a roupa colorida seca à janela". muitos turistas. O Turismo de Por-
tugal aproveitou esta ideia para a
"Aqui [em Portugal], os vizinhos ainda partilham os últimos boatos edis-
sua campanha de 2013, ·Portu-
cutem poITtica à varanda ", lê-se no site. Referem, ainda, abundância de gal, Portugueses·, onde turistas
pastelarias e tabernas e questionam "se os portugueses alguma vez de diferentes poises partilham
comem em caso·. impressões sobre a sua estadia
em Portugal. O que mais marcou
Ficar amonte de vinho do Porto é também "apenas uma das coisas que
cada um deles foi, sem dúvida, a
Portugal lhe faz•, afirmam. Em terras lusas, "todos os dias parecem bons
simpatia dos portugueses!
para uma bebida" e é provável que quem por aqui passe ·se encontre, um
dia, sentado numa praça com um copo de vinho do Porto na mâo, inde-
pendentemente de, antes, gostar disso ou não", dizem.

Poro muitas das pessoas que visitam Portugal, o melhor são os portu-
gueses. Os portugueses sâo conhecidos como um povo simpático e aco-
lhedor, sempre pronto a ajudar. Geralmente, os portugueses recebem bem
os turistas e têm muito orgulho no seu país. Ao longo da sua História, os
portugueses habituaram -se a conhecer pessoas de todos as partes do
mundo e, como são hospitaleiros e comunicativos, recebem os seus visitan-
tes de braços abertos.
Glossário
lusos: portuguesas
hospitaleiros: acolhedores, genero-
sos, simpáticos

79
Unidade 13 ◄
1 Nort de Portugal
0 Nort d Portugal · uma zona montanhosa. com mui o ege ação,
rio porqu s naturais.
Aqui fica O berço da nacionalidade, a cid~de_de ~u1marães, onde Po.
vovelmente nasceu D. Afonso Henriques, o pnme1ro rei de Portugal As suas ·
ruas e edifícios históricos, o castelo, os monumentos e os jardins dão .
cidade de Guimarães um ambiente muito acolhedor

Braga também é uma cidade muito bonito e é conhecido corno u


das cidades mais religiosas de Portugal. Além das suas inúmeros igrejas
tem ainda dois santuários: o Santuário do Sameiro e o Santuário do Bo ·
Jesus do Monte.
Outro encanto do Norte é a região do Douro. Aqui, podem fazer-se cruzei.
ros maravilhosos entre a Régua e o Porto e descobrir-se uma paisagem
encantadora, com os vinhas verdes e douradas que embelezam o paisagem
e a partir das quais se faz o o vinho que torna esta região tão famoso Este é0
percurso que os barcos rabeias faziam poro trazer as pipas de vinho até às
caves, situadas em Vila Nova de Gaia.

O Porto
O Porto é a segundo maior cidade de Portugal e uma das mats on 1gas
cidades da Europa. Por isso, nesta cidade encontra-se história e tradição.
juntamente com modernidade e inovação

No Porto, há muitos sítios para visitar. igrejas, palácios, museus. pon es


e muito mais. Depois de visitar a Igreja e a Torre dos Cléngos que tem mais
de 75 metros de altura e vista panorãmica sobre a odade, não se pode
deixar de conhecer o Paláoo de Cristal e os seus belíssimos jardins As
caves do vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, dão a descobrir esta bebida
Polóoo de Cns1ol, Pono
espirituosa que tem sido produzida ao longo dos séculos

Para atrações mais modernas, o Porto oferece o Museu de Serrai es ou


a Coso da Músico lpara além dos concertos e outras ofertas culturais. a'e
o peno conhecer este sítio pelo sua arquitetura tão onginall

Ao visitar o Porto não se pode deixar de conhecer o Café Majeshc. que


tem mais de 90 anos e é considerado o sexto café mais bonito do mundo.
Glossário
Esta antiga cidade deu nome ao vinho do Porto e o Portugal Designo a
embelezam: tornam mais belo Património Mundial pela UNESCO, o cidade abraça o no Douro e conquista
barcos rabelos: barcos típicos do com o seu charme todos aqueles que a visitam
rio Douro que transportavam os
pipas de vinho do Porto
bebida espirituosa: tipo de bebido
alcoólico

80
Turismo

_centro de Portugal
2
rno9ina uma região d montanha oito . om n v p qu nos aldeias
e~ casas feitas em pedra. Imagino n~ c nt d água puro e O silêncio do
natureza. espaço onde s pod m_prohcor d portos radicais, como canoa-
gem. rafting, escalado, ou roppel. Eassim o centro de Portugal!
Monson o. o aldeia ·mo1s portuguesa·
No Serra da Estrelo, por emplo, existe o único estação de esqui portu-
de Portugal
uesa. À sua volta, encontram-se os aldeias mais típicos de Portugal
~meadamente, as Aldeias do Xisto . '

No litoral, encontro-se o cidade de Aveiro, que é conhecido como 0

venezo portuguesa. Quem percorre os seus canais e lagoas de barco des-


cobre as típicas casos coloridos e os famosos barcos moliceiros.

NõO se pode referir o Centro de Portugal sem referir Coimbra. Nesta cidade
encontro-se a universidade mais antiga de Portugal e uma das mais antigos da
Europa. Por isso, é uma cidade de estudantes, que há séculos cantam serena-
tas !canções) às suas amadas. Coimbra é uma cidade cheia de romantismo: foi
oqui que o rei D. Pedro e D. Inês viveram o seu amor proibido. Curiosidades
No Quinto dos lágnmos, em
Coimbra, encontro-se o Fon te
dos lágrimas ou Fonte dos Amo-
res Rezo o lendo que esta água
são lágrimas derramados pelo
morte de D Inês de Castro e que
os suas algas vermelhos são o
seu sangue

Lisboa
Lisboa é o capital de Portugal. Nesta cidade cosmopolita, situada na
Costeio de S Jorge, Lisboa
margem direita do rio Tejo, pode passear-se de elétrico para conhecer o
centro histórico, os bairros típicos, ir a uma casa de fados ou subir até ao
Castelo de S. Jorge. Em Belém pode usufruir-se da vista para o rio Tejo e
visitar o Mosteiros dos Jerónimos. a Torre de Belém e o Centro Cultural de
Belém. Ainda nesta cidade é imperdível provar os famosos pastéis de
Belém! No Parque das Nações, o Oceanário permite ver todas as espécies
marinhas como se estivessem no seu habitat natural.
Ao visitar Lisboa não se pode deixar de passar por Sintra, de visitar a vila
e o seu palácio e subir a serra até chegar ao Castelo dos Mouros e ao Palá-
cio da Pena. Para recuperar energias, pode sempre comer-se uma quei- Oceonàno. Porque dos
Lisboa
jada ou um trave seiro: os doces típicos desta vila.
81
Unidad 13

3 ui de Portugal
No sul d Portugal temos o Alentejo e o Algarve. O Alentejo é uma região
g ralmente seca, mas de muita beleza: as planícies douradas com as suas
árvores (especialmente sobreiros e oliveiras! e as lagoas refrescontes; os .
o Alenle,o. os cosas lipKOS são aldeias de casas brancas e azuis. onde as pessoas descansam na rua e cum- Í
bo os. caiados de bronco poro primentam quem passa. assim como as praias quase selvagens na costa,
reflelir os rolOS solares e, OSS1m, fa zem des1a região um verdadeiro paraíso. Os alentejanos são conhecidos
manterem-se mais frescos Gerol- por gostarem de fazer as coisas lentamente. com calma. Como eles dizem, ·é
men e. lêrn barros azuis ou ama-
preciso ter vagar!"
relos. que atroem os 1nselos e
impedem que es1es entrem nos Uma das cidades mais importantes do Alentejo é Évora. Évora é uma
cosas cidade muito agradável e no seu centro histórico encontra-se um templo
romano em bom estado de conservação, o templo de Diana. e uma capelo
com as paredes todas decoradas com ossos.
No Algarve. o interior é de serra. povoado também por pequenas aldeias
Já o litoral conta com uma grande agitação, especialmente nos meses do
verão. Portugueses e estrangeiros costumam fazer aqui férias: o Algarve tem
mais de 150 quilómetros de praias e hotéis para todos os gostos e carteiros
Desde Lagos e Vila Real de Santo António. passando por Portimão, Albufeiro.
Faro ou Tavira, são imensas as praias onde se pode apanhar banhos de sol

Mas o Algarve não é só praia: pode, por exemplo. visitar-se os vários cas-
telos que aqui existem. O Castelo de Silves é o maior da região e foi construído
pelos muçulmanos no século XI. No verão, em muitos destes castelos decor-
rem feiras medievais, onde as pessoas, vestidas a rigor. recriam as feiras do
Idade Média, vendendo vários produtos e entretendo os visitantes com mala-
barismos. torneios a cavalo e música.

82

d
Turismo

4. Madeira
O arquipélago a ira t - ituado no oceano Atlântico A beleza
natural desta
f ilha - d flondas
. ' de clima ameno, e· um d os seus pnncI-
• .
paIs ~n. as Também a la e cidades são bonitas com as suas igrejas
centenanas
_ A_cidade do Funchal' com a deslumbrant e b010
• e as monta-
nhas ? volta. e um encan o de cortar a respiração. A ilha de Porto Santo é
também um dos pnn~Ipa1s _destinos turíslicos do arquipélago, sobretudo
pelo q~ahdade do praia O nho do Madeira, os bordados e O trabalho em
vime soo alguns dos produtos característicos da Madeira.

_Além de tu~o ist_o, existem duas celebrações que atraem anualmente


milhares de tunstas o adeira: o Carnaval e a Festa da Flor. No carnaval há
sempre um enorme fogo de artificio e o festa invade as ruas, onde todos ~on-
tom e dançam alegremente.

A Festa do Flor, que celebra a chegada da primavera, demoro muitos


meses a preparar As pessoas decoram corras alegóricos com flores e desfi-
lam até ã Praça do Comércio. Todas as ruas ficam enfeitadas com milhares de
flores coloridas

s. Açores
O arquipélago dos Açores,
de origem vulcânica, es1ó si-
tuado no Oceano Atlântico,
entre a América do Norte e a
Europa. e é constituído por nove
ilhas: Santo Maria, São M iguel,
Curiosidades
Terceira, Graciosa, São Jorge,
Pico, Faial, Flores e Corvo. Situado no Horto, ilho do Fo1ol, o
Peter Café Sporl é local de conví-
A paisagem carad erística é exuberante, em tons de verde, dados pelo
vio e de descanso poro monnhe1-
vegetação. e de azul celeste como o mar. ros e vele1odores desde o 1nícto
do século XXI Ho1e o Peter é
Nos Açores existem numerosas manifestações religiosos. Provavelmente
conhecido em todo o mundo e é
as mais conhecidas são as Festas do Divino Espírito Santo, durante os quais os
também um reconhecido ponto
ruas são decoradas com lâmpadas e bandeirinhas e todos os açononos se
turístico
unem para homenagear o Espírito Santo.

Devido à pureza do ambiente, os Açores foram considerados o segundo


Glossário
melhor arquipélago do mundo paro turismo sustentável, is1o é, amigo do
trunfos: benetictos
ambiente
centenários: com mais de cem
~ Épar essa pureza que, nos Açores se podem ainda encontrar cachalotes e anos

golfinhos
83
Unidade 13

• Portugal tá ntr o prin 1po1 20 d t1n • ti o


do mundo O clima om no, uo lo ai, ográ-
fico, o d1v r 1dod do f rto o ho pitol por- i
tugue õo o prin ipo1 ro zõ poro

• Portugal t m tomb • m uma grond riqueza histórico e


cultural. Em todo o poí - possível encontrar monu-
mentos roordinários. como castelos e palácios
cheios de história, e cidades com teatros. centros cultu -
rais e cofés cosmopolitas, onde o passado e o pre- Costeio de Silves
sente se encontram.

• A diversidade dos paisagens é, também, um ponto o


favor: no Norte e Centro do país destacam-se os serras
!como o serro do Gerês ou o serro do Estrelo). enquanto
no Sul o destaque vai poro os praias e planícies.

• Nos arquipélagos dos Açores e do Madeiro, o desta-


que vai poro o beleza dos paisagens naturais. No
entonto. não podemos esquecer os festas que atroem
milhares de pessoas à Madeiro: o Carnaval e o Festa
do Flor. ,6 Serro do Estrelo

1. Realiza uma pesquisa sobre o teu país. Quais são as 3. Escolhe um dos lugares mencionados na unidade e
principais cidades? E os seus monumentos? Existem efetua uma pesquisa sobre ele: localização, dimensão,
parques naturais? Existem muitos turistas no teu país? características, etc. Ilustra a tua pesquisa.
Se sim, quais os sítios que eles preferem?
4 . Elabora um pequeno roteiro turístico a Portugal
2. Elabora um roteiro sobre a tua cidade ou região. Quais Seleciona alguns pontos que te tenham interessado
os sítios mais interessantes para visitar? O que há para particularmente e escreve o roteiro da viagem
fazer? Ilustra o roteiro com fotografias ou desenhos.

84
o artesanato português
o ortp-.onoto l o conIunto d obI 'tos procllwclos monuolrn0nI0 por um
ort ao. qu trod1 1onolm nt opr nd0 o suo ort com o fom1ho o ort so
noto uma prl' ao motivo do culluro h1stóno dos pois s r 9Iõ s lm
Portugal ·1~t rn muitos llpos d ort sonata o e stono, o I c log m. o
to ano o olono o r ndo . os bordados. o joolhono

os ull1mos anos o ort anoto t m cr scido muito e t m se inlernoc10


nohzodo otrov do r cup ração de antigos trod1ço s. que soo modem,
zodos As pare lonos Visto Alegre e os cristais Atlonhs soo otimos exemplos
disso E Istem tombem peços imagens trodic1ono1s que soo hoIe vestidos
com cor e formos arrojados é o que acontece com o Santo António. um
dos mais populares santos portugueses. e com o Golo de Barcelos

1. Artesanato regional

A região Norte de Portugal é muito nco em ortesonolo do Minho são líp1-


cos o Golo de Barcelos. os brinquedos de assobio e os lenços dos namora-
dos. já em Trás-os-Monles. enconlram se alguns hpos de ortesonolo únicos
no país. como os colchas de sedo nolurol. o olaria negro de B1solhões e Vilar
de Nonles, os flautas e grntos de foles de Mirando do Douro e os lrod1ciono1s
máscaras transmontanos de Ouz1lhõo e Lozonm No região Centro, o cerá
mIco é o principal atividade artesanal. mas d slacam se lamb · m a lalooria.
o madeira, os lropos. o ferro foqado. o ceslorio. os rendas e os bordados

A sul. no AlenteI0. existe


uma grande d1vers1dode de
peços em borro. rendo.
obIetos em cortiça e os
mobTiios trod1c1ono1s ai nl
Ionos. geralmente feitos em
madeiro colorido e com
motivos floro1s No Algarve.
utilizam se folhas de pai
meIro anã poro fazer cho
péus. alcofas e capachos
Aqui há também a cerâmico
vidrado e o olaria. o pequ no
mobi11ório e os brinquedos
em madeiro. colchas. bane
cos d 1ropo e os finos ren
dos d biiras
121 Ol<l!Kl 1rud1Clónol ulior,lt'j<JllU

85
Unidade 14

2. Cestaria portuguesa
A tona · o ort d ntronçor fibras naturais vegetrns, poro produzir
ob1 to como c stos cestos, esteiros, ce1ros, ferramentas e assentos poro
1
cod iras Est s ui nsílios eram utilizados em vários ollv1dodes, desde o vin-
dimo ao transporte e armazenamento de produtos agrícolas, entre outros

Os artesãos que fazem cestaria chamam-se cesteiros e trabalham em


todos os regiões de Portugal Os materiais usados são os que existem em
cada região. Os mais frequentes são o 1unco, o palha centeio, o madeiro e
o vergo.

Os cestos de maiores dimensões, usados poro o lavouro, poro o pesco


ou poro o comércio, são feitos com madeiro rachado em liras finos A ces
13 Cera faria é uma atividade que exige paciência, arte e perfeição As suas formos
harmoniosos tornam os cestos muito bonitos e por isso também servem
poro fins decorativos.

3. Tecelagem e tapeçaria

A tecelagem consiste em entrelaçar fios poro formar um tecido que


depois é usado poro fazer colchas, toalhas, montas, cobertores e tapetes
- neste coso, chamo-se tapeçaria.
Curiosidades
Em Portugal, dentro do tecelagem e do topeçono, os tapetes de Arro10-
No vila de Arraiolos, um grupo de
los, típicos desta vila alentejano, são os mais apreciados Bordados à mão
bordodeiros uniu-se poro, durante
um ano, fazer o rnoior tapete de
desde o século XVI, os tapetes de Arraiolos assumiram, nos úlllmos déco
Arraiolos do mundo. O desenho é dos do século XX, novos formos e jogos de cores
inspirado num tapete do século
Apesar de originários do Alentejo, os tapetes de Arraiolos são produzi-
XVII e terá 120m2, 210kg de lã, 47
dos hoje em todo o país e até no Brasil Os tapetes de Arraiolos são uma
melros de fron10 e rnois de 4 mil
herança cultural muito importante e levam o arte portuguesa a vários pon-
pontos
tos do mundo.

Glossário
vindimo: oponho dos uvas
lavouro: trabalho agrícola
141 Topei clOSSICO d Arro1olos

86
Artesanato

4. Cerâmica e olaria
Curiosidades
A olaria é a art a , - nica d on tru1r ut n íl 10 m rr
O Golo de Barcelos foz porte do
Inicialmente o barro ra ap na mold do à mão o ao ol Mais 1mog1nóno português Conto o
tarde. o hom m opr nd u o u ar o fo para z r a p ça d borro e lendo que um homem acusado
torná-lo resistent ao lum ua A 1m, a p ça d b rro !ornaram-se de roubar 1urou que, poro provar o
suo inocência. o golo assado que
essenciais poro armaz nor oz1nhor o olim nto . paro a construção de
estava no mesa do 1u1z se
habitações no formo d tqolo . t lho . mo a1co . lc.. poro produzir outros
levontono e contaria
utensílios e objeto d oralivo Ainda nos nossos dias. o barro continua a
Poro espanto de todos,
ser muito utilizado na nossas casas. oss,m to, o golo levantou-
-se e contou ECJSSlm todos
A olaria tradicional portuguesa, também chamada olaria de antanho
oaeditorom que o homem
está ligada principalmente ao fabrico de artigos utilitários para a cozinh~
estava inocente
(loiças de barro). Em Vila Real (Trás-os-Montesl, há uma cerãmica muito
Golo de Barcelos
escura que, depois de cozida, fica com um brilho próprio. É o chamado
barro negro ou de Bisalhães. Também no Norte de Portugal, em Barcelos. a
es rela do artesanato é o famoso Galo de Barcelos: um galo em cerâmica,
geralmente preto com desenhos muito coloridos. A zona das Caldas da
Rainha, no Centro de Portugal, é igualmente muito importante paro o arte-
sono o português. Lá viveu o grande artesão Rafael Bordalo Pinheiro que
criou inúmeros peços em cerâmico que hoje estão novamente no modo.

s.Rendas
As rendas são uma dos manifestações de artesanato mais presentes no
dia o dia das mulheres portuguesas, sobretudo dos gerações mais velhos.
Muitos ocupam o tempo livre o fazer rendas poro decorar toalhas. panos de
cozinho ou lençóis.

Presume-se que a arte de fazer rendo tenho surgido há já vários séculos,


ainda antes dos Descobrimentos. Durante a colonização do Brasil. no século
XVI, as mulheres portuguesas ensinavam os meninos e mulheres nos mis-
sões jesuítas o fazer rendo . Hoje, podemos encontrar em muitos sítios do
Brasil diversos tipos de rendo que são usados de formo inovadora no ves-
tuário, nos acessórios de modo e nos objetos do caso

Em Portugal, a técnica mais famoso é o renda de Biiras Este tipo de rendo


é característico dos zonas piscatórias, especialmente Peniche e Vila do
Conde: enquanto os homens andavam no mor o pescar, as mulheres d di-
cavam -se à renda, para se manterem ocupadas Não se sabe ao certo
quando as rendas de biiras apareceram em Portugal, mos sabe-se que
pelo menos no século XVII já existiam. Diz o povo que Vasco da Goma usava
rendas de biiras na gola e nos punhos do sua roupa . Pensa-se também que
estas rendas podem estar na origem dos rendas de praia do litoral do Brasil m endo de biiras

87

Unidade 14

Saber mais

A Aldeia TTpica José Franco


A Aldeia TTp1ca José Franca fica no concelho de /\afro, o
cerca de 35km de Lisboa Esta aldeia, construído pelo e--...cJ1
tor e oletro José Franca, é umo réplica de uma aldeia err
tamanho real, com sopatetros, mercearias, solos de aula e
muitos outros locais como havia antigamente Cada um des
tes espaços retroto fielmente uma aldeia do primeiro metade
do século XX
Além disso, ao ar hvre, José Franco apresento os ocupo
ções típicas do país em cenários em miniaturo, com os res
petivos instrumentos de trabalho Visitar a Aldeia TTp1ca José
Franco é fazer uma verdadeira viagem no tempo e conhecer,
ao vivo e a cores, muitas tradições portuguesos 1

6. Bordados
O bordado é uma formo de cnor desenhos num tecido, ulihzondo
4 l / .,..
.. agulhas e fios de algodão, de sedo, de lã, de linho, ou mesmo de
ouro Os bordados fazem porte da tradição portuguesa e e,1,1stem
.,/ : ·.. em vários regiões, como o Madeiro, Viana do Costeio ou Costeio
J
Bronco
•. Os bordados de Viana do Castelo eram usados nos tro1es ip1

. . ., ... . . ,
cos do região Estes bordados são muito vistosos e utilizam fio de
/
,...
.
./' • •> ·~ algodão e de lã, lantejoulas, m1ssongos, v1drilhos e olé cordões e
medalhas de ouro 1Também no Minho, mos em Vila Verde, há os
lenços dos namorados estes lenços coloridos são bordados
19, lenço d~ oomorodos
com corações e quadros de amor que os bordode1ros dedico
vom aos seus namorados, que depois os usavam ao pescoço
como provo do seu amor

Já os bordados de Costeio Bronco eram usados, sobretudo, poro bordar


colchas poro o enxoval dos noivas, com fio de seda e motivos orientais.
como o árvore do vida. corações. pássaros, cravos, rosas e ITrios As cores
Glossário
mais ulihzodos são o bronco, o vermelho e o azul
enxovol: con1unto de bens que
pertencem o uma mulher antes de Os bordados do Madeiro com çorom por ser ullhzodos poro bordar os
casar vestidos de algodão e cambro10 dos fidalgos e atualmente são exportados
fidalgos: mulheres nobres poro vários países sob o forma d toalhas de mesa. lençõrs e colchas

88
1. Joalharia portuguesa

A joalharia é o arte de fazer joia com m 101 p dra pr cio a . A pri


meira formo de joalharia surgiu na Pr · -Hi tóno os hom ns primitivos Curiosidades
faziam joias com materiais naturai como o o d nt s d animais, con-
chas, madeira e pedras esculpida E tas joio rom usadas para adornar O coração de Vtono, gerolmenle
fe110 em fihgrono. está o moder-
0 corpo, mas também como talismãs, para prol g r ou dar força e energia
nizar-se e pode ser enconlrodo,
a quem os usava.
atualmente, em ob1etos tão diver-
Portugal é um país com umo grande tradição na arte da joalharia, o que sificados como porto-choves, pre-
se deve, sobretudo, às descobertos marítimas dos portugueses. o contacto godeiros e muitos outros.
com novos países permitiu trazer para Portugal ouro, diamantes, pedras pre- A esculturo Coração Indepen-
dente, do artista Joana Vascon-
ciosos e semipreciosas em grandes quantidades. Estes materiais eram utili-
celos, inspirou-se no arte do fili-
zados pelos ourives para fabricarem joias que eram usados não só em Por-
grano, imitando estas peços com
tugal como noutros países do Europa. Ao longo do tempo, os ourives
um material muito original tolhe-
portugueses desenvolveram novos técnicos e tornaram-se mestres nesta arte. res de plástico.

Saber mais

A arte da filigrana
A filigrano é uma técnica de trabalhar metais muito típica
do ourivesaria portuguesa e consiste em fazer joias com
aspeto rendilhado. Os principais motivos são os crucifixos, as
cruzes de Malta e os corações de Viana . Estas são peças que
simbolizam o mor, a natureza, a religião e o amor.
A filigrana é uma arte muito antiga, aplicada em vários
pontos do mundo. Em Portugal, a filigrana surgiu em 2500-
2000 a.e. e atualmente é conhecida pela sua qualidade a nível
internacional.
Hoje em dia, os peças de filigrana podeml fJ
ser facilmente encontradas na Região Norte /J: , ~
de Portugal, uma vez que eram parte inte- ~- , ~~
grante dos trajes tradicionais das minho- w• ~ . · ?'for;.
tas. Estes trajes (~e no!va, de ~ordoma e
•""·-J"'••
, .• · -~ -~~~
~ Glossário
de lavradeira! soo ainda ho1e usados .n \i_®~· adornar: enfeitar
pelos ranchos folclóricos do Minho. r •~~~~ tolismõs: ob1etos que, segundo se
No entanto, a filigrana, e em especial f «1_a -,'~S,-: acredito, dão sorte
~l~J~"I'
7

coração de Viana, está cada vez mais ourives: ortesão que produz obje-
0
no moda, podendo ser _encontrada em ,'!~}r; tos de ouro e prato
rendilhado: que foz lembrar rendo
ourivesarias de todo o prns!
1101 Coração em filigrano crváfixos: cruzes onde se repre-
sento Jesus Cnslo cruoficodo

89
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2 t •u po1 o
u , ut1lt lo::. o rte n lo português e
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· , t m alguma lendo osso iodo, como é

90
A gastronomia portuguesa
A gos1ronomio é muito impor1ont no cultura no vida dos portugu s s
Além de fazer. naturalmente, pari do dia o dia do p ssoos, o gastrono- Curiosidades
mia marco presença em todos os mom nto p ciois. f to , c I broçõ s,
A cozinho portuguesa ullilzo mui-
momentos de convívio com o família e com os amigos.
tos especiarias 1nd1onos Depois
Há inúmeros pratos e muitos esp c1olidodes característicos de cada do descoberto do cominho marí-

regiõo e também iguarias que se comem por todo o país. timo poro o Índio. por Vasco do
Gomo. os portugueses começa-
ram o usar o pimento. o açafrão,
o cravo-do-Índio, o noz-moscado,
o canelo e outros especIorios no
suo comido.
1. O bacalhau, rei da cozinha portuguesa

Um dos alimentos preferidos dos portugueses é o bacalhau. No entonto,


es1e peixe nõo exis1e nos águas portuguesas. O mais apreciado vem do
Noruega e não é comido fresco: é seco e salgado, is1o é, conservado em sol.

Exis1em mais de mil receitas diferentes de bacalhau. As mais famosos


são o bacalhau à lagareiro (assado no forno com azeite, olho e batotas). o
bacalhau com no1os {grotinodol e os pastéis e os pataniscas de bacalhau,
que são bolinhos tritos. Os bacalhaus à Brás. à Gomes de Só ou o bacalhau
Espiritual também são muito conhecidos. Curiosidades
O ozei1e português é um dos
No noite do consoado. no dia 24 de dezembro. véspera de Notai, o
melhores do mundo. Os portu-
maior parle dos famílias por1uguesos come bacalhau cozido com couve,
gueses usam azeite em muitos
batoto, cebolo (ao qual muitos chamam bacalhau com todosl. Nos dias
pratos, como os sopas, o baca-
seguintes, os pessoas utilizam os restos do bacalhau e dos legumes poro lhau cozido ou assado, nos bato-
fazer um novo prato, chamado roupa velho. tas e até em alguns pões e bolos 1

2l Pastéis de bocolhou
13 seco do t,ocolhou

91
Unidad 1

2. d Norl .
Curlosldadoa
A Ili! 11,1 f M Ili •~1h1d<11 l 1 111 /\ q11•,lto110111l11 porltlCjlJl'',CI V! Jrlf l cf1• fl'(JICl<I poro f/'IJICJO, u111•,111mtr• (J
li <1 no 1 111<1..11 «11w, •1 lido\ eIq1 I1 11th,r e11, " e11c11,110 d1 1 rn ,Ir nc 11•, ernrn 11 •n•,11< CJ ' , d1J /CJrJC I r• trn r1!,1,r 11 d,-p,,11
ti, 1 1 )(l Nn l'llhllllll,
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onm o lnqul'.I~ lo, qu11 Irnportw11 ", 110 CJC1•,1ro1101ruo nort nho /\ •,opo rncw, ICJrno•,<1 cfp Por! J<Jol, 0
O\ flldl li oleio vc rdc•. or19In ,no clc",ICJ rcciI00 A v,I ICJ borro•,o e•" po•,fo rniror rtw,0
fc11c•1 n o cl li lo do<, opr e1oclor ', d orne [ . poro o·, rncw, yulo•.os, 0

r 011nho elo Norl , 1•rn o pu t11 n ob cl d pn O',, O'> popo dr• onI0" o•, un,
orro, do 1

u, no <,c1 do Porto, conw t •rodo urno d<J


( f I1c1 o ho • l1 ngu1ço, bif • d , vorn ou dP

,-
cJ rr 11d ,mo O qu d1stin9uc• d • outros
m 1 sp 10I. r ,n onfund,v 1

3. Sabores do Centro

O nlro de Portu ai tomb m I m muito I uonos onh idos m lodo


Glossário o POI Umo do mw · fom '>CJ · 1 1100 do 801rrodo. mos o chonfuno
gulosos: oqu<:les que oslorn lwrn . de obro 011nhodu rnuI1 1 ntom nl m v,nh hnlol o cubnto
rnu,10 d to1 r)(>r, spcclofnl('nl os ado I mb rn suo p 10lIdod . · bostonl opr 1odos
dow~
lguorios: cornldo\ soboro~s rro, proclutido no rro do [<,Ir lo, ((U CJ'> dt llc10s
l.x•1n wnfl'alonodo~ d s rnrns guio <>'> lomb rn noo p d( m ct •i w d , provor o ovo~
rnol(•s clP /\v 1ro P o poo cf , to dP Ovcir'

92
Gastronomia

4. ab d lt
Curiosidadas
N
O po t I dP n 10 o bolo por1u
p que\ m 1 IntPrn (IOnol onw
nho'> 1. m l t llywoo<J no
rn n puro J6
rcorr u o quolro conto do
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93
Unidade 15

6. Sabores da Ilha da Madeira


o arqu 1 · 100 d Mo iro s1tuo-s em pleno oceano Atlântico e, por
Curiosidades 1 . 1 r d mino nos pratos lípicos Exemplos disso são os filetes de
- - --

do r to O b1f atum, acompanhados por milho frito esta-


m ri os, como o lapas e os caramujos

u lima, o frutos lrop1cois, como o banana. o ananás e 0


mar u1 ·, - mu1I importonl s no astronomia madeirense Também a
ano d a u ar I m aqui um pop I d I rm1nonte dela se ex1ro1 o mel para
foz r o famo o bolo d mel do Madeiro que pode ser acompanhado com
pon ha, uma b bido alcoólico madeirense célebre em lodo o país

Uma especialidade madeirense também muito apreciado é o espetada


Este prato consiste em carne assado num pau de louro sobre carvão quente.
É muito comum nos arroiais
madeirenses.

Finalmente, é também
célebre o bolo do coco.
Apesar do seu nome, esta
especialidade não é um
bolo: é um pão cozido so-
bre um pedaço de telho.

1111 Bife de atum com milho fnto

Saber mais

A cana-de-açúcar
A produção de cano -de-açúcar é muito importante no
arquipélago do Madeira, quer pelos vantagens que traz à
economia local quer pelo papel de relevo que assumiu no
gastronomia madeirense.
A cano-de-açúcar foi introduzida no Madeira em 1425
pelo Infante D. Henrique, logo depois do início da coloniza-
ção do ilha. As primeiras plantas foram importadas da Sicília
e rapidamente as plantações se destacaram pela excelente
qualidade do açúcar obtido a partir das canas_
Além do açúcar, a partir desta planta obtém -se também o
mel de cana, característico da gastronomia madeirense e
Cano -de-açúcar e den odas
presente, por exemplo, no famoso bolo de mel, nas broas e
nos sonhos. Também a aguardente de cana é muito conhe-
cida e usada na poncha, uma bebida preparada à base de
aguardente, mel de abelhas e sumo de limão.

94
Gastronomia

7. Sabores da Ilha dos Açores


Nos Açores tomb · m predominam os p 1x s - gr lhodos, m caldeira-
dos e em sopas - e os mariscos, como o cavaco, o croco s as lapas

No Terceira, uma das ilha do arquip • 1ago do Açores, a especialidade


é O alcatra tum tipo d come d vocal, nquanto que em S Miguel a iguaria
de eleição é o cozido dos furnas O mrns sp cial deste cozido (de carne ou
de bacalhau) é que os ahm ntos são cozinhados debaixo da terra, com 0
calor que vem das furnas

o Gracioso, destacam-se as saborosas queijadas, que competem, nas


sobremesas, com a mosso sovada, apreciada em todo o arquipélago.
Glossário
o ilho de S. Jorge, o destaque vai paro o queijo: tão célebre que em
Portugal continental é conhecido simplesmente como queijo da ilha! fumos: crateras ou buracos
no chão com vapor muito quente,
devido õ atMdade vukõrnca

Saber mais

O cozido das furnas


Como sabes, a gastronomia dos Açores tem uma
particularidade muito interessante: o cozido dos furnas,
cozinhado com o calor da terra! Este prato é preparado
nos Furnas, no ilho de São Miguel.
Além de ser o nome do localidade, furnas é o nome
que se dó o crateras no chão. Como nesta região exis-
tem vulcões ainda em atividade, debaixo da terra a tem-
peratura é bostante oito e. por isso. é possível cozinhar
apenas com o calor do terra, sem fogo nem eletricidade 1
O cozido dos furnas pode ser feito com carne ou com
bacalhau. Os ingredientes são cozinhados com o calor
dos vulcões durante algumas horas e quem provou
garante que têm um sabor verdadeiramente especial!
Por couso do atividade vulcânico, existem, nos Aço-
res, zonas em que o água é mesmo quente! São os cha-
madas águas térmicas. Existem também os caldeiras.
onde se encontram geiseres de água a ferver e lamas 1141 Cozido dos fumos
medicinais, bem como água mineral com vários sabo-
res e temperaturas.

95
Unidad 1

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