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ConScientiae Saúde

ISSN: 1677-1028
conscientiaesaude@uninove.br
Universidade Nove de Julho
Brasil

Lopes Dias, Shirley; Costa Maciel, Tatiana Regina; Sablich, Giovanna M.


Diabetes tipo 2 na infância: revisão de literatura
ConScientiae Saúde, vol. 6, núm. 1, 2007, pp. 71-80
Universidade Nove de Julho
São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=92960109

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Número completo
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Diabetes tipo 2 na infância:
revisão de literatura
Shirley Lopes Dias
Aprimoranda em Epidemiologia Ambiental pela
Faculdade de Saúde Pública – USP.
São Paulo – SP [Brasil]
shirleyldias@yahoo.com.br

Tatiana Regina Costa Maciel

Editorial
Enfermeira formada pela Uninove
São Paulo – SP [Brasil]
retatynhas@hotmail.com

Giovanna M. Sablich
Especialista em Saúde Publica pela Unifesp;
Administração Hospitalar pela Universidade São
Camilo; Oncologia pelo Memorial S. K. Cancer
– New York; Educação Profissional na Saúde
– Escola Nacional Saúde do Rio de Janeiro.

Ponto de vista
São Paulo – SP [Brasil]
giosablich@yahoo.com.br

Artigos
A tendência mundial é o aumento da incidência do diabe-
tes tipo 2 na infância e na adolescência. Além dos fatores

para os autores
de risco predisponentes para a doença, as alterações, nos

Instruções
últimos anos, no estilo de vida da criança têm cooperado
para incrementar esses índices. O sedentarismo e as mo-
dificações do hábito alimentar têm contribuído para a epi-
demia da obesidade infantil. O avanço desse mal sobre as
crianças, nos países desenvolvidos e em desenvolvimen-
to, é considerado o maior fator de risco para o diabetes
mellitus tipo 2. Essa doença na criança é semelhante a do
adulto, tendo como características a resistência insulínica
e as alterações nas células β pancreáticas. Analisando esse
período transicional, o objetivo deste estudo é identificar
os fatores de risco que, relacionados ao estilo de vida da
criança, têm contribuído para o aumento da incidência do
diabetes mellitus tipo 2 na infância.

Palavras-chave: Diabetes tipo 2. Estilo de vida.


Incidência. Infância. Obesidade.

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1 Introdução as alterações no estilo de vida da criança não só
ajudam a elevar o nível de estresse, mas também
Acreditava-se, há pouco tempo, que o dia- estimulam o sedentarismo, que predispõe a pre-
betes mellitus tipo 2 era uma doença específi- valência de crianças obesas.
ca da fase adulta, relacionada a fatores como a Quando o valor calórico ingerido é su-
má alimentação, a obesidade e o sedentarismo. perior ao valor gasto, dizemos que o balanço
Os casos na infância eram atribuídos, apenas, energético é positivo, o que colabora para o
à herança genética. Entretanto, de acordo com desenvolvimento da obesidade, promovendo
Oliveira et al. (2004), percebe-se, atualmente, aumento nos estoques de energia e do peso
que essa doença não é exclusiva dos adultos, corporal. De acordo com Oliveira e colabora-
pois tem-se verificado um aumento de sua inci- dores (2003), a obesidade constitui um excesso
dência em crianças, principalmente em relação de gordura relacionado à massa magra, e o so-
àquelas que tenham demonstrado problemas de brepeso, uma proporção relativa de peso maior
obesidade. que a desejável para a altura.
O diabetes mellitus tipo 2, ou não insuli- O excesso de gordura corporal bloqueia
no-dependente, caracteriza-se pela combinação
a captação da insulina pelos receptores celula-
da resistência à ação da insulina com a incapa-
res, elevando os níveis de glicose circulante na
cidade de a célula beta manter uma adequada
corrente sanguínea. Para evitar esse acúmulo
secreção dessa substância (ZIMMET et al., 1992
no sangue, o pâncreas aumenta a produção de
apud GABBAY; CESARINI; DIB, 2003). Segundo
hormônio, embora não consiga atender à de-
Smeltzer e Bare (2000), a resistência em questão
manda por muito tempo, fazendo com que os
refere-se à perda de sensibilidade dos tecidos
níveis de glicose voltem a subir e, conseqüen-
em relação àquele hormônio que torna menos
temente, que o diabetes mellitus tipo 2 se de-
efetiva a estimulação para captar a glicose.
senvolva. Segundo Silink (2002), em razão de a
Trata-se, portanto, de uma doença crônica, cau-
obesidade, as dietas hipercalóricas e hiperlipí-
sada por fatores ambientais, genéticos e pelo
dicas, a redução das atividades físicas, a urbani-
estilo de vida, que, quando não tratada preco-
zação e outras alterações no estilo de vida sem
cemente, pode evoluir para males ainda mais
os principais fatores etiológicos da epidemia do
graves, o que contribui para aumentar o risco
de mortalidade. diabetes, é preocupante o aumento acelerado da
Com a urbanização, a população passou a obesidade infantil nos últimos tempos, conside-
mudar do campo para as cidades e a residir em rada, por Arslanian (2002), o principal fator de
pequenas casas ou apartamentos, trocando os risco da incidência do diabetes mellitus tipo 2
afazeres rurais pelas comodidades da vida mo- em crianças.
derna. Diante dessas mudanças, a infância, por Diante de todas essas informações, este
exemplo, que era sinônimo de brincadeiras como estudo visa identificar as causas do aumento da
pular, correr, subir em árvore, andar de bicicleta incidência desse mal na infância.
e brincar na rua, atualmente, em decorrência da
falta de espaço e do aumento da violência nos
grandes centros urbanos, tem feito com que as 2 Material e método
crianças, cada vez mais, deixem de lado as ativi-
dades características desse perío­do de vida para Este estudo tem como base uma pesquisa
ficar na frente de um computador acessando a bibliográfica exploratória. Conforme Lakatos e
internet, de uma televisão a cabo ou brincando Marconi (2001), esse tipo de pesquisa abrange
com videogames, deixando de lado a prática de toda a bibliografia já tornada pública, referente
exercícios físicos, conforme Milech (2000). Assim, ao tema em estudo, tendo como finalidade pôr o

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pesquisador em contato direto com tudo o que cientes não apresentam quaisquer outras causas
foi escrito, dito e filmado sobre o assunto. conhecidas de diabetes.
Para Gil (1999), realiza-se a pesquisa bi- A resistência à ação da insulina é defi-
bliográfica, especialmente quando o tema esco- nida por Gabbay, Cesarini e Dib (2003) como
lhido é pouco explorado, e se torna difícil for- uma anormalidade primária e precoce no
mular hipóteses precisas e operacionalizáveis curso da doença, que se caracteriza pela di-
sobre ele. minuição da habilidade de a insulina estimu-
O material bibliográfico foi colhido tan- lar a utilização da glicose pelos tecidos. Em
to nas bibliotecas públicas da Bireme, perten- fase inicial, a resistência é compensada pelo
centes à Universidade Federal de São Paulo aumento da secreção daquele hormônio. Com
(Unifesp); da Escola de Enfermagem; Faculdade a persistência desse processo por longos perí-

Editorial
de Saúde Pública e de Medicina, integradas à odos, há ocorrência de um efeito glicotóxico,
Universidade São Paulo (USP), quanto no acer- ou seja, o aumento da resistência à ação da in-
vo privado do Centro Universitário Nove de sulina é acompanhado da diminuição na fun-
Julho (Uninove). Livros, periódicos (revistas e ção das células b pancreáticas provocada pela
hiperglicemia acentuada, segundo afirmam
jornais), documentos eletrônicos, dissertações
Zecchin e Saad (2002).
e teses, dos últimos dez anos, compuseram as

Ponto de vista
O diabetes mellitus tipo 2 tanto na infân-
fontes bibliográficas. Já os dados foram levan-
cia quanto na adolescência, conforme Gabbay,
tados a partir de palavras-chave, tais como dia-
Cesarini e Dib (2003), é semelhante ao que aco-
betes tipo 2 em crianças, incidência e diabetes,
mete o adulto, especialmente no que diz respei-
obesidade e diabetes, sedentarismo e incidência
to à resistência à ação da insulina e às altera-
na obesidade infantil.
ções verificadas nas células b pancreáticas. De
De acordo com Gil (2002), o processo ex-
acordo com Ramchandani (2004), a faixa etária
ploratório de leitura visa verificar em que medi-
de maior incidência dessa doença é dos 12 aos
da as obras consultadas interessam à pesquisa.
14 anos de idade.

Artigos
Depois da identificação e seleção dessas obras,
Estudos efetuados pelo grupo de Gabbay,
submeteu-se o material à análise e interpreta-
Cesarini e Dib (2003), em crianças e adolescen-
ção. Nesse processo, foram fichadas as idéias
tes da Grande São Paulo, detectaram maior re-
centrais dos autores consultados. sistência à ação da insulina em portadores com
excesso de peso e com antecedentes familiares

para os autores
para o diabetes mellitus tipo 2. Isso sugere que,
3 Fisiopatologia

Instruções
como no adulto, a ação daquele hormônio pode
ser dificultada pela obesidade, considerada, por
O diabetes mellitus é definido, confor- essa razão, fator de risco para o desenvolvimen-
me Barceló, Rajpathak (2001) e World Health to da doença.
Organization (WHO) (2003), como um mau fun- Para Oliveira e colaboradores (2004), a
cionamento metabólico crônico, caracterizado resistência à insulina nos tecidos, bastante
por hiperglicemia com distúrbio dos carboidra- freqüente em indivíduos obesos, evidencia
tos, da gordura e do metabolismo da proteína. um dos primeiros sinais para o desenvolvi-
Está associado à absoluta ou relativa deficiência mento do diabetes mellitus tipo 2. Com esse
na secreção ou na ação do hormônio insulina. De enfoque, pode-se afirmar que esse tipo espe-
acordo com Davidson (2001), as causas específi- cífico de diabetes representa mais de 30% dos
cas para essa forma de diabetes não são conhe- novos casos, o que comprova sua provável re-
cidas, porque não ocorre destruição auto-imune lação com o aumento da prevalência da obesi-
das células b pancreáticas. Além disso, os pa- dade infantil.

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4 Epidemiologia 1996 e 1999. Nos Emirados Árabes Unidos, em
relação aos jovens abaixo dos 18 anos, a incidên-
Conforme King (1999), estima-se que, até cia do diabetes tipo 2 é de 12,5%.
o ano 2000, havia 150 milhões de pessoas dia- Um estudo envolvendo uma amostra da
béticas no mundo, e que, até 2030, serão 300 mi- população da Líbia mostra a incidência de 19,6
lhões, dos quais aproximadamente 75% estarão e 35,3 para 100 mil (sexo masculino e feminino,
vivendo nos países desenvolvidos. De acordo respectivamente), conforme Gabbay, Cesarini
com a World Health Organization (2003), a epi- e Dib (2003). Em outros trabalhos desenvolvi-
demia do diabetes está acelerada tanto nos pa- dos por Libman e Arslanian (2003), relata-se o
íses desenvolvidos quanto naqueles em desen- aumento de casos de crianças com o diabetes
volvimento, com um aumento significativo do tipo 2 na França, Alemanha, Austrália, Nova
público jovem na proporção das pessoas aco- Zelândia e Bangladesh.
metidas pela doença. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde
Até recentemente, pensava-se ser rara a (2005), estima-se a existência de 6 milhões de
ocorrência de diabetes tipo 2 entre as crianças diabéticos, em média, 7,6% da população com
e os adolescentes (GABBAY; CESARINI; DIB, idade entre 30 e 69 anos. Conforme Ortiz e
2003; KIESS et al., 2003). Entretanto, nos últi- Zanetti (2001), metade da população brasileira
mos anos, tem-se observado um aumento da portadora de diabetes mellitus desconhece a
incidência dessa doença nessa faixa etária. sua condição, e cerca de um quinto dos que a co-
Conforme Matthews e Wallace (2002), os nhecem não realiza nenhum tipo de tratamento.
primeiros dados sugeriam que, entre as crian- Apesar desses dados, ainda são poucos os estu-
ças diagnosticadas com diabetes, apenas 1 a 2% dos de abrangência nacional existentes sobre a
eram portadoras do tipo 2; no entanto, estudos prevalência do diabetes, e a maioria deles en-
recentes indicam que, em algumas etnias, esses volve apenas cidades ou regiões (SARTORELLI;
índices variam de 8 a 45% do total de novos ca- FRANCO, 2003) – fato que dificulta a coleta de
sos diagnosticados nessa faixa etária. informações mais precisas e detalhadas sobre o
O aumento dessa patologia foi observa- diabetes mellitus tipo 2.
do, inicialmente, em minorias étnicas como os
índios Pima do Arizona (EUA), cuja prevalên-
cia de casos, entre 1992 e 1996, foi de 22,3 por 5 Quadro Clínico
mil, entre os jovens de 10 a 14 anos, e de 50,9
por mil, entre os de 15 a 19 anos (CAMPANA As crianças com diabetes tipo 2 são assin-
et al., 2000 apud RAMCHANDANIN, 2004). De tomáticas por longos períodos. Em média, 50%
acordo com Gomes (2004), estudos no Canadá são citadas por clínicas especializadas, devido
demonstram que, em Manitoba, a incidência do à glicosúria ou à hiperglicemia, constatadas em
diabetes tipo 2 nos índios nativos triplicou nos exames de rotina, afirmam Arslanian (2002),
últimos cinco anos. Em Cincinati, aumentou de Libman e Arslanian (2003).
0,7 para 7,2/100 mil, de 1982 a 1994. Aproximadamente 30% dos pacientes
Nas crianças japonesas, segundo dados le- apresentam poliúria, polidipsia, leve emagre-
vantados por Arslanian (2002), o aumento da in- cimento e o acanthosis nigricans (hiperpigmen-
cidência do diabetes tipo 2 é acompanhado pelo tação da pele com espessamento das regiões
crescimento da prevalência da obesidade, de 0,2 flexurais do pescoço, axilas e região inguinal
a 7,3/ 100 mil, entre 1975 a 1995. Em crianças e – sinal característico da resistência insulínica),
adolescentes de Bangkok, o número de casos da de acordo com Ramchandani (2004).
doença, conforme Bloomgarden (2004), subiu de Algumas crianças podem apresentar ceto-
5%, no período de 1986 a 1995, para 17,9%, entre núria e/ou cetoacidose, náusea, vômito e desi-

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dratação, segundo Libman e Arslanian (2003). 7 Sedentarismo, obesidade
Esses sintomas são compatíveis com aqueles e estilo de vida
demonstrados pelo diabetes tipo 1. Para esses
casos, recomenda-se a insulinoterapia. Mundialmente, segundo a International
Diabetes Federation e a World Health Orga­
A obesidade, conforme exposto, apre- nization (2004), estima-se que mais de 22
senta-se de forma constante no diabe- milhões de crianças abaixo dos cinco anos
tes tipo 2 no jovem. Aproximadamente
estejam acima do peso ou sejam obesas apre-
sentando um risco maior de desenvolver o
70 a 90% dessas crianças são obesas,
diabetes tipo 2.
sendo que 38% apresentam obesidade
Nos últimos 10 anos, os casos de obesida-
mórbida. (GABBAY; CESARINI; DIB,

Editorial
de entre os latino-americanos, de acordo com
2003, p. 204).
Jacoby (2004), aumentaram de 11%, em 1990,
para 21%, em 2000. No Brasil, os índices de so-
brepeso e obesidade entre crianças e adolescen-
6 Fatores de risco tes dos 6 aos 18 anos triplicou, de 4%, em 1970,
para mais de 13%, em 1997, conforme dados da
Dados clínicos e epidemiológicos, de acor-

Ponto de vista
IDF e da WHO (2004).
do com Libman e Arslanian (2003), descrevem Ainda que Oliveira e Fisberg (2003) res-
como fatores de risco para o diabetes tipo 2 na saltem que a obesidade pode ser causada por
infância e na adolescência a obesidade, as mi- fatores tanto genéticos quanto fisiológicos e
norias raciais, a puberdade, o histórico fami- metabólicos, a explicação para o crescente nú-
liar para essa doença, as condições associadas mero de obesos parece estar mais relacionada
à resistência insulínica e a síndrome do ovário às alterações no estilo de vida e nos hábitos ali-
policístico. Todos eles contribuem para o desen- mentares.
Após a Segunda Guerra Mundial, os paí­

Artigos
volvimento da resistência à ação da insulina, fe-
nômeno crítico para o desenvolvimento daquele ses da América Latina vivenciaram rápida
tipo de diabetes. urbanização, industrialização e crescimento
Conforme Gomes (2004), o recém-nascido econômico, passando a incorporar TV, compu-
de pais diabéticos com baixo (< 2,5 kg) e alto tador/internet, mudanças no sistema de trans-
peso (> 4,5 kg) é considerado um outro impor- porte e avançadas tecnologias na produção de

para os autores
alimentos. Produtos ricos em gorduras e açúca-
tante fator de risco. Um estudo de Philips e co-

Instruções
res, de acordo com Jacoby (2004), tornaram-se
laboradores (1994) verificou que indivíduos que
muito mais acessíveis e baratos. Enquanto ve-
nascem abaixo do peso têm sete vezes mais ris-
getais, frutas, verduras e cereais sofreram um
co de desenvolver a intolerância à glicose e o
aumento de até 118% entre 1985 e 2000, o preço
diabetes tipo 2 (apud GABBAY; CESARINI; DIB,
dos junk foods subiu, nesse mesmo período, ape-
2003). A susceptibilidade genética é um pré-re-
nas 35%.
quisito para o desenvolvimento da doença nes- Evidências indicam que o sedentaris-
sa faixa etária, segundo Libman e Arslanian mo tem sido favorecido pela vida moderna
(2003). Há evidências, contudo, de que o expres- (SARTORELLI; FRANCO, 2003). Trata-se de
sivo aumento na incidência do diabetes tipo 2 é um fator de risco tão importante quanto a má
determinado, em grande parte, por fatores am- alimentação, na etiologia da obesidade e, con-
bientais como obesidade, sedentarismo e consu- seqüentemente, do diabetes tipo 2. Segundo
mo de dietas com alto teor de gordura, carboi- Macera (2005), nos Estados Unidos, em média,
dratos simples e pobre em fibras. 50% dos adolescentes são sedentários. No Brasil,

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a porcentagem média de jovens sedentários na alguns critérios clínicos, tais como idade, sexo,
faixa dos 10 aos 19 anos é de 60,1%, conforme obesidade, histórico familiar positivo para a do-
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ença e apresentação da glicosúria e/ou hipergli-
(IBGE) (1998). cemia, em exames de rotina.
Segundo dados levantados pelo estudo de Nas crianças com o diabetes tipo 2, não
Oehlschlaeger e colaboradores (2004), numa po- há presença dos auto-anticorpos, e os níveis de
pulação de adolescentes na região sul do Brasil, peptídeo C geralmente apresentam-se normais
em média, 39% eram sedentários, sendo 54,5% ou elevados (LIBMAN; ARSLANIAN, 2003).
meninas e 22,2% meninos. O sedentarismo, nes- Segundo Gabbay; Cesarine; Dib (2003), a dosa-
sa fase, constitui fator de risco para o desenvol- gem do peptídeo C deve ser realizada em jejum
vimento de várias doenças. Esse risco só tende (glicemia próxima de 120 mg/dL), com o intuito
a aumentar com o passar dos anos, caso o jovem de se afastar um possível efeito glicotóxico so-
venha a se tornar um adulto sedentário. bre a célula β pancreática.
As características da família e o contexto “Os níveis de glicemia em jejum, basea-
social podem expor a criança a infinitos proble- dos nos critérios adotados para o diagnóstico
mas no futuro (MARTINS et al., 2004). O poder do diabetes mellitus tipo 2, são os mesmos para
aquisitivo familiar é fator essencial para a quali- adultos e crianças.” (GABBAY; CESARINI; DIB,
dade de vida, no que se refere ao acesso à saúde, 2003, p. 205). Os níveis de glicemia preconiza-
à educação, à alimentação, à habitação, entre ou- da mundialmente, segundo Pascali (2004), são:
tros. Assim comprova o estudo de Oehlschlaeger glicemia em jejum pré-prandial entre 70 – 110
e colaboradores (2004), pelo qual se pôde cons- mg/dL e pós-prandial até 140 mg/dL.
tatar que adolescentes com menor grau de esco-
laridade, baixo poder aquisitivo e com mães se-
dentárias tendem mais ao sedentarismo. 9 Complicações
O baixo grau de instrução das mães, de
acordo com Giugliano e Carneiro (2004), tam- O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença
bém contribui para a criação de filhos sedentá- progressiva (MATTHEWS; WALLACE, 2002).
rios e, conseqüentemente, para a maior incidên- As funções da célula β pancreática vão dimi-
cia da obesidade entre o público infantil. Com nuindo gradualmente, enquanto as complica-
base nisso, diz-se que a educação materna é ou- ções aumentam com o tempo.
tro fator de risco para essas enfermidades. “As complicações do diabetes a longo pra-
Hoje, os indivíduos executam menos ati- zo podem afetar quase todos os sistemas orgâ-
vidades físicas e consomem alimentos com alta nicos do corpo.” (SMELTZER; BARE, 2000, p.
concentração de açúcares e gorduras. Essas prá- 904). São categorias gerais de complicações do
ticas associadas resultam num aumento da inci- diabetes:
dência da obesidade, considerada o maior fator
de risco para o desenvolvimento do diabetes,
segundo a WHO (2003). 9.1 Doenças macrovasculares

Conforme Matthews e Wallace (2002),


8 Diagnóstico sabe-se pouco sobre o progresso das doenças
macrovasculares na população infantil, em ra-
Na maioria dos pacientes, o diagnósti- zão de a epidemia diabética estar em seu está-
co do diabetes tipo 2 é realizado com base em gio inicial. A arterosclerose é um fenômeno que
apresentações clínicas (GABBAY; CESARINI; se manifesta ao longo do tempo e, por assim
DIB, 2003). Na infância, é feito, considerando-se ser, o diagnóstico do desenvolvimento patoló-

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gico das lesões cardiovasculares demora anos. BARE, 2000). Acredita-se que a pressão elevada
É provável que ocorra excesso de morbidades estimule o desenvolvimento da nefropatia.
cardiovasculares em idade precoce; em razão
disso, é importante manter o controle metabó-
lico da doença. 9.5 Neuropatia diabética
As alterações arteroscleróticas corona-
rianas aumentam a ocorrência de infartos nas A neuropatia diabética consiste num gru-
pessoas diabéticas (SMELTZER; BARE, 2000). po de doenças que afetam todos os tipos de ner-
Nos vasos sanguíneos cerebrais, podem levar a vos, incluindo os periféricos (sensoriomotores),
ataques isquêmicos transitórios e derrames. Os autônomos e espinhais (SMELTZER; BARE,
grandes vasos sanguíneos e as extremidades 2000). Provoca o espessamento da membrana

Editorial
inferiores são responsáveis por aumentar a in- basal e a oclusão dos capilares, podendo haver
cidência da doença arterial periférica oclusiva. desmielinização dos nervos devido à hipergli-
cemia. A condução nervosa é perturbada quan-
do há aberrações nas bainhas de mielina.
9.2 Doenças microvasculares

10 Intervenções

Ponto de vista
A doença microvascular diabética é carac-
terizada, segundo Smeltzer e Bare (2000), pelo
espessamento da membrana basal. A hipergli- Conforme Ramchandani (2004), o tra-
cemia sanguínea reage por meio de uma série tamento varia de acordo com a apresentação
de respostas bioquímicas, que aumentam vá- clínica. Nas crianças assintomáticas, pode-se
rias vezes o tamanho normal da membrana. Os orientar quanto à necessidade de alterar o estilo
locais em que o funcionamento capilar pode so- de vida e os hábitos alimentares, enquanto, nas
frer efeitos devastadores são a microcirculação sintomáticas, aplica-se a terapia farmacológica
da retina ocular e dos rins. – idêntica à realizada em adultos – que consis-

Artigos
te na utilização da metformina, sulfonilorréias,
glitinides e da insulina.
9.3 Retinopatia diabética Para o tratamento eficiente do diabetes
tipo 2, não basta a criação de programas de
“A retinopatia diabética é causada por educação que forneçam informações e treina-

para os autores
alterações nos pequenos vasos sanguíneos da mento de habilidades; é preciso que sejam in-

Instruções
retina dos olhos” (SMELTZER; BARE, 2000, corporados à rotina da criança e do adolescente
p. 905) - área suprida por pequenas artérias e hábitos que auxiliem no controle metabólico da
veias, arteríola, vênulas e capilares. Existem doença e no desenvolvimento de condições psi-
três estágios da retinopatia: não-proliferativo, cológicas e sociais adaptadas ao estilo de vida
pré-proliferativo e proliferativo. que seja apropriado ao diabético (HADDAD;
GUARIENTE; TAKAHASHI, 1997).
Como ressalta Silink (2002), o tratamento
9.4 Nefropatia desse tipo de diabetes em crianças e adoles-
centes é extremamente difícil, porque envolve
Se os níveis de glicose estiverem elevados, uma grande mudança nos hábitos alimentares
o mecanismo renal fica estressado, facilitando e no estilo de vida. Entretanto, a reeducação
a passagem de proteína sanguínea (albumina) desses indivíduos é de grande importância
pela urina, o que resulta num aumento da pres- (RAMCHANDANI, 2004). Para isso, é funda-
são dos vasos sanguíneos renais (SMELTZER; mental que os familiares adotem hábitos saudá-

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veis tanto alimentares quanto físicos (GABBAY; implantar políticas e programas de saúde e de
CESARINI; DIB, 2003), o que, certamente, servi- prevenção voltados para a criança.
rá de incentivo para uma melhor adesão a esse
processo.
De acordo com Martins e colaboradores Type 2 diabetes mellitus in
(2004), ocupar-se da população para que seja sa- childhood: litarature review
dia, dando prioridade a programas que defen-
dam a saúde, a adoção de modos de vida sau- There is a worldwide tendency in the in-
crease of the incidence of type 2 diabetes in
dáveis e a percepção de perigos, pode diminuir
the childhood and adolescence. Besides the
o impacto estressante sobre essas crianças, bem
predisposing risk factors for the disease,
como sua exposição a riscos no que se refere às children lifestyle changes have been co-
questões de saúde. operating for the increase rates in the last
years. Physical inactivity associated with
food modification habits have contributed
11 Considerações finais for the childhood obesity epidemic. Both
in developed and developing countries
As alterações no estilo de vida da crian- the increase of obesity prevalence in the
ça têm sido o fator responsável pelo aumento child is considered the highest risk factor
da incidência do diabetes mellitus tipo 2 na for the increase of the type 2 diabetes. Type
infância, nos últimos anos. As facilidades e 2 diabetes mellitus in children is similar to
adult, and its characteristics are insulin re-
comodidades advindas da industrialização e
sistance and alterations in pancreatic beta-
do desenvolvimento tecnológico colaboram
cell. Analyzing this transitional period, the
decisivamente para o sedentarismo e a adoção objective of this exploratory bibliographic
de hábitos alimentares inadequados. Esses fa- study is to identify factors related to chil-
tores contribuem para a prevalência da obesi- dren lifestyle which have contributed to
dade entre crianças e adolescentes, o que tem the increase of the incidence of type 2 dia-
preocupado a World Health Organization e a betes mellitus in childhood.
International Diabetes Federation. Em razão
disso, é que elas, em conjunto, estão lançando Key words: Childhood. Incidence.
programas de combate à obesidade infantil para Lifestyle. Obesity. Type 2 diabetes.
a prevenção do diabetes tipo 2 na infância.
Ao definir epidemia como a ocorrência, Referências
numa população, durante um determinado
tempo, de um número de casos de uma doen- ARSLANIAN, S. Type 2 diabetes mellitus in children:
ça significantemente maior do que o esperado clinical aspects and risk factors. Hormone Research,
Switzerland, v. 57, suppl. 1, p. 19-28, 2002.
na comparação com os anos anteriores, pode-se
constatar a existência de uma epidemia mun- BARCELÓ, A.; RAJPATHAK, S. Incidence and prevalence
dial do diabetes tipo 2 na infância, conforme of diabetes mellitus in the Americas. Revista Panamericana
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Recebido em 4 ago. 2006 / aprovado em 30 jan. 2007

Para referenciar este texto


DIAS, S. L.; MACIEL, T. R. C.; SABLICH, G. M. Diabete
tipo 2 na infância: revisão de literatura. ConScientiae
Saúde, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 71-80, 2007.

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