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FICHA TÉCNICA
TÍTULO
Manual de Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
AUTOR
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
DFEM – Departamento de Formação em Emergência Médica
DESIGN e PAGINAÇÃO
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
GMC – Gabinete de Marketing e Comunicação
ILUSTRAÇÕES
João Rui Pereira
© copyright
2 | INEM
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
II. A DESFIBRILHAÇÃO AUTOMÁTICA EXTERNA EM PORTUGAL ............................................... 6
Programa Nacional de DAE (PNDAE) ................................................................................... 6
Licenciamento de Programas DAE ...................................................................................... 7
Requisitos para o licenciamento de um Programa DAE ..................................................... 7
III. A CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA............................................................................................... 8
Ligar 112 - Reconhecimento Precoce .................................................................................. 8
Reanimar - Suporte Básico de Vida (SBV) ........................................................................... 9
Desfibrilhar - Desfibrilhação precoce .................................................................................. 9
Estabilizar - Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce e cuidados pós-reanimação.......... 9
SUPORTE BÁSICO DE VIDA - ADULTO ................................................................................. 10
Avaliar as Condições de Segurança ................................................................................... 10
Avaliar o Estado de Consciência ........................................................................................ 11
Permeabilizar a Via Aérea ................................................................................................. 12
Avaliar Ventilação - VOS .................................................................................................... 12
Ligar 112 ............................................................................................................................ 12
Realizar Compressões Torácicas ....................................................................................... 13
Realizar Insuflações ........................................................................................................... 14
Manter SBV........................................................................................................................ 15
V. A DESFIBRILHAÇÃO E O DESFIBRILHADOR AUTOMÁTICO EXTERNO (DAE)........................ 17
DAE: O que é e para que serve .......................................................................................... 17
Como usar um DAE ............................................................................................................ 17
SBV DAE com dois reanimadores ...................................................................................... 19
Remoção e transporte da vítima em PCR por Equipas de Emergência. ........................... 19
Utilização de DAE em crianças .......................................................................................... 20
VI. POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA (PLS) ........................................................................... 23
Técnica de colocação da vítima em PLS ............................................................................ 23
VII. OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA (OVA) ...................................................................................... 25
Classificação da OVA quanto à gravidade: ........................................................................ 25
Algoritmo de desobstrução da Via Aérea ......................................................................... 26
VIII. PONTOS A RETER ................................................................................................................ 28
IX. SIGLAS ................................................................................................................................. 29
X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 30
Apêndice 1 – Equipamento de Equipas de Emergência ............................................................... 32
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Via Aérea ........................................................................................................................... 32
Ventilação .......................................................................................................................... 33
Dispositivos mecânicos de compressão torácica .............................................................. 35
Apêndice 2 - Número Europeu de Emergência - 112 ................................................................... 36
O Número Europeu de Emergência .................................................................................. 36
Os Centros Operacionais 112 (CO112) .............................................................................. 36
Apêndice 3 – SBV DAE adaptado COVID-19 para socorristas leigos ............................................ 38
Anexo I – Registo Nacional de PCR (RNPCR) ................................................................................ 39
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 1 - Símbolo que assinala a presença de um DAE ..................................................................... 7
Fig. 2 - Cadeia de Sobrevivência ..................................................................................................... 8
Fig. 3 - Avaliação do estado de consciência ................................................................................. 11
Fig. 4 - Permeabilização da via aérea ........................................................................................... 12
Fig. 5 - Ver, Ouvir e Sentir (VOS)................................................................................................... 12
Fig. 6 - Posição Lateral de Segurança ........................................................................................... 12
Fig. 7 - Compressões Torácicas ..................................................................................................... 13
Fig. 8 - Insuflações boca-máscara ................................................................................................. 14
Fig. 9 - Insuflação boca-a-boca ..................................................................................................... 15
Fig. 10 - Algoritmo de SBV ............................................................................................................ 16
Fig. 11 - Exemplo de pacemaker implantado debaixo da clavícula esquerda ............................. 18
Fig. 12 - Elétrodos no tórax da vítima........................................................................................... 18
Fig. 13 - Mantenha as manobras de SBV DAE .............................................................................. 19
Fig. 14 – SBV DAE com dois reanimadores ................................................................................... 19
Fig. 15 - Algoritmo de SBV DAE .................................................................................................... 22
Fig. 16 - Estenda as pernas da vítima ........................................................................................... 23
Fig. 17 - Coloque o braço da vítima em ângulo reto com o corpo ............................................... 23
Fig. 18 - Dorso da mão da vítima na hemiface mais próxima do reanimador ............................. 24
Fig. 19 - Vítima rodada - em PLS ................................................................................................... 24
Fig. 20 - Levante a perna da vítima, dobrando-a ......................................................................... 24
Fig. 21 - Compressões abdominais (Manobra de Heimlich)......................................................... 26
Fig. 22 - Pancadas interescapulares ............................................................................................. 26
Fig. 23 - Algoritmo de Obstrução da Via Aérea ............................................................................ 27
Fig. 24 - Tubo Orofaríngeo............................................................................................................ 32
Fig. 25 - Aspirador de secreções ................................................................................................... 33
Fig. 26 - Insuflador Manual ........................................................................................................... 33
Fig. 27 - Técnica “C” + “E” para selagem da máscara ................................................................... 34
Fig. 28 - Máscara de Bolso ............................................................................................................ 34
Fig. 29 - Exemplos de compressores torácicos mecânicos........................................................... 35
Fig. 30 - Chamada 112 .................................................................................................................. 37
Fig. 31 - Adaptação de Algoritmo SBV DAE COVID19 Publicado pelo ERC 2020 11 ...................... 38
Fig. 32 - Ficha de Registo Nacional de PCR Acesso Público .......................................................... 39
Fig. 33 - Ficha de Registo Nacional de PCR SIEM .......................................................................... 40
Fig. 34 - Ecrã de login para RNPCR Pré-hospitalar........................................................................ 41
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
I. INTRODUÇÃO
Constitui-se assim como fundamental a intervenção rápida de quem presencia uma PCR,
com base em procedimentos específicos e devidamente enquadrados - a cadeia de
sobrevivência. i
i
Ver Capítulo III – Cadeia de Sobrevivência
INEM | 5
A Desfibrilhação Automática Externa em Portugal
i
Ver Anexo I - Registo Nacional de PCR (RNPCR)
INEM | 7
A Cadeia de Sobrevivência
i
Ver Apêndice 2 - Número Europeu de Emergência
8 | INEM
Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
Estabilizar
INEM | 9
Suporte Básico de Vida - Adulto
i
Ver Apêndice 3 – SBV DAE adaptado para Covid19
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Suporte Básico de Vida - Adulto
Ligar 112
Avaliar Ventilação - VOS
Se a vítima não responde e não respira
Mantendo a VA permeável, verifique se a normalmente ative de imediato o serviço de
vítima respira normalmente, realizando o emergência médica, ligando 112:
VOS (Ver, Ouvir e Sentir) até 10 segundos: • Quando liga 112, deverá informar o
• Ver os movimentos torácicos; local com exatidão e o tipo de situação
• Ouvir os sons respiratórios saídos da (emergência médica). Posteriormente,
boca/nariz; após transferência da chamada para o
• Sentir o ar expirado na face do CODU, deverá complementar a
reanimador. informação já transmitida,
designadamente no que respeita à
i
Ver capítulo VI – Posição Lateral de Segurança
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Suporte Básico de Vida - Adulto
Realizar Insuflações
Após 30 compressões, efetuar 2 insuflações.
• A insuflação eficaz provoca uma
elevação do tórax (semelhante à
respiração normal), devendo ter a
duração de apenas 1 segundo;
• Não demorar mais que 10 segundos
para realizar as duas insuflações; 1
• Evitar insuflações abruptas e com ar em Fig. 8 - Insuflações boca-máscara
i
Ver Apêndice 1 – Equipamento de Equipas de
Emergência.
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Suporte Básico de Vida - Adulto
Condições de segurança
Estado de consciência
Ligar 112
30 Compressões
2 Insuflações
Fig. 10 - Algoritmo de SBV
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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A Desfibrilhação e o Desfibrilhador Automático Externo
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A Desfibrilhação e o Desfibrilhador Automático Externo
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
Mitigue riscos:
• Ambientais (ex. choque elétrico, derrocada, explosão,
ASSEGURE CONDIÇÕES DE tráfego);
SEGURANÇA • Toxicológicos (ex. exposição a gás, fumo, tóxico);
• Infeciosos (ex. tuberculose, hepatite, Sars-Cov2).
Use equipamento de proteção, se aplicável.
AVALIE O ESTADO DE
• Abane os ombros com cuidado e pergunte em voz alta:
CONSCIÊNCIA
“Está-me a ouvir?”
• Coloque em PLS;
SE RESPIRAÇÃO NORMAL,
• Ligue 112;
COLOQUE EM PLS
• Mantenha vigilância.
Informe:
SE NÃO RESPIRA, • “Estou com uma pessoa que não respira e tenho DAE”;
• Forneça a sua localização (com pontos de referência);
LIGUE 112 • Responda a todas as perguntas que forem colocadas;
• Desligue apenas quando indicado.
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A Desfibrilhação e o Desfibrilhador Automático Externo
FAÇA 2 INSUFLAÇÕES
Realize 2 insuflações, garantindo uma expansão eficaz do
tórax.
Não demore mais de 10 seg.
APÓS CHOQUE
Após aplicar o choque ou se choque não indicado,
OU
recomece de imediato SBV e continue a seguir as
SE CHOQUE NÃO
indicações do DAE.
INDICADO – INICIE SBV
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Posição Lateral de Segurança
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
A obstrução da via aérea por corpo estranho apresenta-se como uma causa de PCR
acidental potencialmente reversível.
O reconhecimento precoce da obstrução da via aérea é fundamental para o sucesso da
evolução da situação de emergência.
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Obstrução da Via Aérea - OVA
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Obstrução da Via Aérea - OVA
Em caso de emergência, ligue 112 e colabore nas questões que lhe são colocadas;
O bom funcionamento da cadeia de sobrevivência permite salvar vidas em risco;
Todos os elos da cadeia de sobrevivência são igualmente importantes;
É fundamental saber como e quando pedir ajuda e iniciar precocemente o SBV;
É fundamental garantir que o SBV é executado de forma ininterrupta e com qualidade;
O atraso na desfibrilhação pode comprometer irremediavelmente a reanimação de uma
vítima em paragem cardiorrespiratória;
As vítimas inconscientes que respiram devem ser colocadas em PLS, desde que não haja
suspeitas de trauma;
A colocação em PLS permite manter a permeabilidade da via aérea;
A obstrução da via aérea é uma situação emergente que pode levar à morte da vítima
em poucos minutos;
Reconhecer a situação e iniciar de imediato medidas adequadas pode evitar a paragem
cardiorrespiratória e salvar uma vida.
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
IX. SIGLAS
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Referências Bibliográficas
X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
Documentos consultados:
https://www.abc.med.br/fmfiles/index.asp/::places::/abcmed/Marcapasso-como-
ele-funciona-Quando-e-necessario-2.jpg
https://www.ecgmedicaltraining.com/wp-content/uploads/2016/12/mechanical-cpr-
devices.jpg
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Equipamento de Equipas de Emergência
Tubo Orofaríngeo
O tubo orofaríngeo, também conhecido por Fig. 24 - Tubo Orofaríngeo
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Equipamento de Equipas de Emergência
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Equipamento de Equipas de Emergência
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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SBV DAE adaptado COVID-19 para socorristas leigos
Segurança
Estado de Consciência
Ligar 112
Fig. 31 - Adaptação de Algoritmo SBV DAE COVID19 Publicado pelo ERC 2020 11
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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Registo Nacional de PCR (RNPCR)
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Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa
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FICHA TÉCNICA
TÍTULO
Manual de Suporte Básico de Vida Pediátrico
AUTOR
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
DFEM – Departamento de Formação em Emergência Médica
DESIGN e PAGINAÇÃO
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
GMC – Gabinete de Marketing e Comunicação
ILUSTRAÇÕES
João Rui Pereira
© copyright
INEM
INDICE
I..I NTRODUÇÃO�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4
X..B IBLIOGRAFIA���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������21
INEM
Suporte Básico de Vida - Pediátrico
I. INTRODUÇÃO
No essencial, os princípios gerais são os mesmos do adulto, existindo, no entanto, algumas diferenças
que importa realçar.
Assim, todas as estruturas anatómicas são mais frágeis pelo que todas as manobras têm que ser
feitas com maior suavidade, para não causar traumatismos à criança.
A criança está particularmente sujeita a situações de obstrução da via aérea, dado que a mesma é de
menor diâmetro e colapsa com facilidade. Também a língua, de dimensões relativas maiores, mais
facilmente causa obstrução da via aérea.
A principal causa de PCR na idade pediátrica é a hipoxia, como resultado final de um processo de
deterioração progressiva da função respiratória e, posteriormente, circulatória. Raramente é um
evento súbito, ao contrário dos adultos, mas antes um processo progressivo refletindo o limite da
capacidade de o organismo compensar uma lesão ou doença subjacente. Por este facto, a prioridade
na reanimação pediátrica é a permeabilização da via aérea e a oxigenação.
As causas primárias de PCR de origem cardíaca, são raras, embora também possam ocorrer. Se
esta situação se revelar como muito provável, (ex. situação de colapso súbito numa criança com
patologia cardíaca), o prognóstico poderá estar dependente de uma desfibrilação precoce e nestas
situações a ativação do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), através da chamada para
o 112, deverá ser a prioridade.
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Cadeia de Sobrevivência Pediátrica
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
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Suporte Básico de Vida em Pediatria
Subluxação da mandíbula
A - Via Aérea (Airway) – Permeabilizar a via Esta manobra é a mais eficaz para abertura da
aérea via aérea e é a indicada nas situações em que
Numa criança inconsciente, o relaxamento do há necessidade de imobilizar a coluna cervical
palato mole e da epiglote, bem como a própria por suspeita de trauma, ou se não estamos a ser
língua, podem causar obstrução da via aérea. eficazes com a técnica da extensão da cabeça e
elevação do queixo.
Assim, é importante:
Posicionando-se atrás da cabeça da criança,
Proceder à permeabilização da via aérea. esta manobra é conseguida colocando dois ou
três dedos de cada mão debaixo dos ângulos
Existem 2 técnicas: da mandibula, elevando-a (empurrando para a
Extensão da cabeça – elevação do queixo frente), com os polegares apoiados nos malares.
É uma manobra simples e eficaz. Deve colocar- Para dar maior estabilidade, os cotovelos do
se ao lado da criança, estando esta em decúbito reanimador devem estar apoiados na superfície
dorsal, isto é, deitada de costas. em que a criança está deitada.
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
oxigénio.
Técnica de ventilação boca a boca
Na criança a técnica de ventilação deve ser boca
a boca.
Neste caso, o reanimador deve adaptar a sua
boca sobre a boca da criança, garantindo uma
boa selagem. Com os dedos da mão que faz a
extensão da cabeça deve pinçar as narinas da
criança para evitar a fuga do ar insuflado.
Mais uma vez se reforça que não é a idade que
Fig. 5 - Avalie se respira normalmente.
determina a decisão de efetuar a ventilação boca
a boca-nariz ou boca a boca, mas efetivamente o
tamanho da vítima.
Ao executar as ventilações verifique movimentos Se tiver dificuldade em conseguir insuflações
de deglutição ou tosse associado às insuflações. eficazes, o reanimador deve rever a via aérea,
Esta resposta ou a sua ausência farão parte da com reposicionamento da cabeça e garantir
avaliação de “sinais de vida”, que será descrita que há boa selagem antes de tentar a próxima
mais adiante. insuflação. Se, apesar do correto procedimento,
não conseguir adequada expansão torácica deve
Cada insuflação de ar deve ser lenta e feita ser considerada a possibilidade de obstrução da
durante 1 segundo, com um volume de ar via aérea (OVA).
suficiente para causar uma expansão torácica
visível. Após cada insuflação, deve afastar a boca
e manter a via aérea permeável para permitir a
expiração e repetir o procedimento, voltando a Nesse caso:
encher o peito de ar antes de cada insuflação,
para melhorar o conteúdo de oxigénio no ar • Abra a boca da vítima e procure objetos
expirado que irá insuflar. visíveis; se existirem remova-os;
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Suporte Básico de Vida em Pediatria
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
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Suporte Básico de Vida em Pediatria
Não deve ser apenas a idade da criança a Após o pedido de ajuda para o 112 apenas deverá
determinar a técnica de compressões a aplicar. reavaliar o lactente ou a criança se, quando a
Nas crianças maiores poderá ser necessário deixou para pedir ajuda, ela apresentava sinais
usar o mesmo método do adulto, ou seja, que, entretanto, pudessem ter-se deteriorado
usando as duas mãos entrelaçadas (a segunda (como a existência de respiração normal ou
mão colocada sobre a primeira, com os dedos outros sinais de vida).
entrelaçados e afastados da parede torácica).
Esta técnica pode ser também utilizada quando Caso contrário deve reiniciar de imediato as
o reanimador for pequeno. Nestes casos é usada compressões torácicas seguidas de ventilações.
também a relação compressões insuflações 15:2.
5 - LIGAR 112
Caso esteja presente apenas um reanimador
devem ser mantidas as manobras de SBV
durante 1 minuto (5 ciclos da sequência de 15
compressões e 2 insuflações) e só depois, se
ainda estiver sozinho, deverá ligar 112.
Quando ligar 112 deverá estar preparado para
responder às questões: ONDE, O QUÊ, QUEM,
COMO.
Se estiver sozinho, pode ser utlizado um
telemóvel em alta voz, enquanto mantém o SBV.
Se estiverem presentes dois reanimadores deve 7 - EXCEÇÕES
confirmar que o 112 foi ativado e manter SBV na
mesma sequência de compressões/insuflações A única exceção em que não se realiza um
(15:2). minuto de SBV antes de pedir ajuda é o caso
duma criança que colapsa subitamente perante
6 - REAVALIAÇÃO o reanimador, e este se encontra sozinho com a
vítima. Neste caso a causa provável da paragem
Se, para ligar 112, tiver que se deslocar do cardiorrespiratória é uma arritmia e a criança
sitio onde se encontra a criança/lactente, mas pode necessitar de desfibrilhação.
esta for suficientemente pequena para ser
transportada ao colo, deve levá-la consigo para 8 - ALGORITMO DE SUPORTE BÁSICO DE
manter manobras de SBV durante esse período VIDA PEDIÁTRICO
de tempo.
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
Quando um corpo estranho entra na via aérea Se a criança está consciente, mas não tosse
– obstrução da via aérea por corpo estranho ou esta é ineficaz, o reanimador deve gritar
(OVACE), a criança começa imediatamente por ajuda e aplicar pancadas interescapulares
a tossir, na tentativa de o expelir. A tosse (pancadas nas costas).
espontânea é provável que seja mais eficaz
e mais segura do que qualquer manobra que Se as pancadas não resolvem a obstrução, devem
um reanimador execute. No entanto, se a fazer-se compressões torácicas no lactente ou
tosse é ausente ou ineficaz e o objeto obstruir abdominais na criança.
completamente a via aérea, a criança vai ficar
asfixiada necessitando então de intervenções Lactente:
ativas para a resolver.
Pancadas interescapulares e compressões
Na criança, a obstrução da via aérea por torácicas
corpo estranho manifesta-se por dificuldade
respiratória de início súbito com tosse e Segure o lactente em decúbito ventral com a
estridor. Estes mesmos sinais também podem cabeça mais baixa que o tronco, para que a
surgir na obstrução da via aérea por infeção ou gravidade ajude na remoção do corpo estranho
inflamação, como na epiglotite, mas o seu início (CE), suportando a cabeça com uma mão e
é habitualmente menos abrupto e acompanhado apoiando o tórax no antebraço e/ou na coxa
por febre. Nestas situações não está indicado (neste último caso deverá estar sentado). Para
proceder a manobras de desobstrução da via apoiar a cabeça deve colocar o polegar num dos
aérea. ângulos da mandibula, e um ou dois dedos no
mesmo ponto no outro lado da mandibula. Deve
2 - ABORDAGEM ter-se cuidado para não pressionar os tecidos
moles debaixo da mandibula para não aumentar
Se a criança tosse eficazmente, não são a obstrução da via aérea.
necessárias outras manobras. Encorajar a tosse
e vigiar continuamente. Aplique até 5 pancadas, secas, nas costas, entre
as duas omoplatas, com a base da mão, usando
Se a tosse é, ou se está a tornar ineficaz, deve uma força adequada ao tamanho da criança.
gritar por ajuda de imediato e avaliar o estado O objetivo não é necessariamente efetuar
de consciência. obrigatoriamente as 5 pancadas, mas antes que
alguma delas consiga remover o corpo estranho.
Várias técnicas e várias sequências de atuação
têm sido defendidas em relação à desobstrução Após as pancadas interescapulares, se não
da via aérea nas crianças, sendo difícil provar o conseguiu deslocar o objeto e remover o corpo
benefício indiscutível de umas sobre as outras. estranho, e o lactente continua consciente,
Basicamente se uma técnica não funciona deve passe à aplicação de compressões torácicas.
passar-se á outra.
Segure a cabeça do lactente na região occipital
Nos lactentes podem ser utilizadas pancadas com a mão que estava livre e rode-o em bloco,
interescapulares e compressões torácicas. para que este fique em decúbito dorsal sobre
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Obstrução da Via Aérea na idade Pediátrica
Criança:
Mais uma vez se reforça que o objetivo não é
Pancadas interescapulares e compressões fazer o total das 5 compressões, mas antes que
abdominais alguma delas consiga remover o corpo estranho.
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
Insuflações
Tente efetuar 5 insuflações com ar exalado,
verificando a eficácia de cada uma: se a insuflação
não promove a expansão torácica, reposicione a
cabeça antes de nova tentativa.
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Obstrução da Via Aérea na idade Pediátrica
6 - ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA
VIA AÉREA - CONSCIENTE
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
7 - ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA
VIA AÉREA - INCONSCIENTE
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Posição de Recuperação
Se há suspeita de trauma, a vítima só deve Se tiver óculos, devem ser removidos, assim
ser mobilizada se for impossível manter a como objetos volumosos (chaves, telefones,
permeabilidade da via aérea de outro modo, canetas etc.) que estejam nos bolsos. A
e neste caso, deve ser sempre respeitado roupa em volta do pescoço também deve ser
simultaneamente o alinhamento da coluna alargada;
cervical. A permeabilidade da via aérea deve ser
A posição de recuperação usada nas crianças avaliada e se necessário permeabilizada,
obedece aos mesmos princípios da PLS (posição através da extensão da cabeça e elevação da
lateral de segurança) do adulto e pode ser usada mandibula;
a mesma técnica. O braço da criança, mais próximo do
Nos lactentes sugere-se a colocação em decúbito reanimador, é estendido no chão,
lateral, usando uma almofada ou um lençol perpendicularmente ao corpo;
dobrado, colocado por trás, a nível das costas, O outro braço da criança é dobrado sobre o
para manter a posição estável. tórax e a face dorsal da mão encostada à face
da vítima, do lado do reanimador.
Com a outra mão, o reanimador dobra o
Posição de Recuperação: joelho da perna mais afastada de si;
A Posição de Recuperação deve respeitar os Puxando cuidadosamente o joelho dobrado,
seguintes princípios: o reanimador rola a criança na sua direção e
ajusta a perna que fica por cima de modo a
• Ser uma posição o mais “lateral “possível formar um ângulo reto a nível da coxa e do
para que a cabeça fique numa posição em joelho.
que a drenagem da cavidade oral se faça Se necessário, ajusta a mão sob a face da
livremente; vítima para que a cabeça fique em extensão,
de modo a garantir a permeabilidade da via
• Ser uma posição estável; aérea.
• Não causar pressão no tórax que impeça a Deve ser exercida uma vigilância regular sobre
a vítima, certificando-se que a mesma respira
respiração normal; normalmente (se fizer ruído reposicionar a
cabeça).
• Possibilitar a observação e acesso fácil à via
aérea;
• Ser possível voltar a colocar a vítima em
decúbito dorsal de forma fácil e rápida; Se a criança tiver que permanecer em Posição de
Recuperação por um longo período de tempo,
• Não causar nenhuma lesão à vítima (por recomenda-se que ao fim de 30 minutos seja
isso não está indicada se existe suspeita de colocada sobre o lado oposto, para diminuir o
traumatismo da coluna cervical); risco de lesões resultantes da compressão sobre
o ombro.
• Alterar regularmente de lado para evitar Se a vítima deixar de respirar espontaneamente
pontos de pressão (isto é, a cada 30 minutos). é necessário voltar a colocá-la em decúbito
dorsal, reavaliar e iniciar SBV.
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
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112 - Número Europeu de Emergência
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
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Bibliografia
X. BIBLIOGRAFIA
Manual de Suporte Básico de Vida Pediátrico - INEM- versão 2.0 - 1ª Edição 2012
Paediatric basic life support, Guidelines 2015 – European Resuscitation Council
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