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O MÉTODO EXPERIMENTAL E O René Descartes teve papel relevante na

construção do pensamento científico:


PROGRESSO DO CONHECIMENTO
- evidenciou os princípios racionalistas para o
DO HOMEM E DA NATUREZA conhecimento do Homem e do mundo que o
rodeia.
Foi durante os séculos XVII e XVIII que se
estabeleceram os fundamentos da ciência Isaac Newton foi uma figura cimeira da
moderna: ”revolução científica” do seculo XVII:
- resultou de um longo processo, desde o - conjugou a razão, a observação, a
Renascimento italiano, o Humanismo e os demonstração e a análise matemática;
Descobrimentos portugueses, que contribuíram - formulou a lei da gravitação universal que pôs
para questionar a autoridade dos Antigas e a fim à cosmologia Antiga;
tradição. - demonstrou que o universo era infinito e que o
sistema solar se regia por regras matemáticas.
Os contributos herdados do século XVI
levaram à valorização, nos séculos XVII e XVIII: O novo espírito científico afirmou-se
- da observação direta e do experiencialismo; pelas seguintes atitudes:
- do conhecimento assente num método - renúncia dos preconceitos e a valorização da
rigoroso; observação, da experiência e da matemática;
- da experiência, base da ciência moderna. - recusa de doutrinas antigas substituídas por
novas teorias que criaram o método científico;
Este desenvolvimento teve como - com o método científico era necessário repetir
principais impulsionadores Galileu Galilei, as experiências de modo a comprová-las e a
Francis Bacon, René Descartes e Isaac Newton. torná-las leis.

As observações de Galileu foram A “revolução científica” fez entrar as


fundamentais: ciências na modernidade e os seus métodos
- basearam-se na experiência e no conhecimento Foram amplamente seguidos pelos mais
matemático; variados domínios do conhecimento.
- abriram um novo caminho à construção do
conhecimento científico; A FILOSOFIA DAS LUZES
- puseram em causa o saber tradicional
académico e as convicções defendidas pela
Igreja; O iluminismo foi um movimento
- Comprovam a Teoria Coperniciana, intelectual que teve o seu início na segunda
defendendo o heliocentrismo. metade do século XVII e se prolongou pelo
século XVIII, difundiu-se pela Europa. A “luz”
O contributo de Francis Bacon assentou: simbolizava:
- na defesa de um novo método para alcançar o - o conhecimento e a clareza de espírito que fazia
conhecimento, baseado na observação, na despertar o Homem do obscurantismo;
experiência e na indução; - a passagem das “trevas” para a “luz” era
- na defesa da observação de factos concretos e alcançada através da razão.
de experiências para se chegar ao
conhecimento; O Iluminismo preconizava:
- na valorização do raciocínio indutivo, isto é, - a liberdade de pensamento orientada pelo uso
partir de uma observação empírica particular da razão;
(facto) para alcançar uma conclusão universal - o progresso material e espiritual do homem;
(lei). - o desenvolvimento de várias áreas do
conhecimento, contra a ignorância e o fanatismo.
MEIOS DE DIFUSÃO DO PENSAMENTO - condenaram-se a tortura e a escravatura;
ILUMINISTA - defendeu-se o ideal de tolerância religiosa, e o
princípio da liberdade de pensamento.
As ideias iluministas divulgam-se pela
Europa através dos seguintes meios de difusão: DEFESA DO CONTRATO SOCIAL E
- as academias – objetivos científicos em vários DA SEPARAÇÃO DOS PODERES
ramos do conhecimento;
- as bibliotecas – colecionavam os trabalhos
Apesar de o reconhecimento dos direitos
científicos;
naturais do Homem, a vida em sociedade levava
- a língua francesa – instituiu-se como a língua do
a que o individuo renunciasse a uma parte dessa
Iluminismo;
liberdade natural, sujeitando-se a uma
- os cafés – reuniam os pensadores e debatiam as
autoridade político que devia garantir a,
novas ideias;
manutenção da ordem social.
- a imprensa – divulgou as ideias iluministas,
Nesta medida, entre o governo e o indivíduo era
apesar da censura;
estabelecido um acordo, isto é, um contrato
- os salões – recebiam intelectuais e filósofos,
social.
promovendo debates;
- a Enciclopédia – reuniu os mais importantes
No que respeita a Rosseau, o contrato
vultos do Iluminismo e abarcou os
social consistia na conciliação da vontade
conhecimentos da época.
particular, isto é, do individuo, com a vontade
geral (da maioria), que deveria atender ao bem
A APOLOGIA DA RAZÃO, DO comum e ao bem publico, se bem que guiados
PROGRESSO E DO VALOR DO por uma lei.
INDIVIDUO A ideia de contrato social, preconizada, por
Rosseau, representava uma nova conceção do
pensamento político.
O Iluminismo ficou conhecido como a
Assim, segundo esta teoria, a sociedade
“Idade da razão” porque defendia:
organizava-se mediante um contrato, segundo o
- o uso da razão, considerada como guia,
qual os indivíduos, os governados, entregavam
aplicada a todos os domínios dos
parte da sua liberdade aos governantes, os quais
conhecimentos;
deviam respeitar a vontade geral.
- a razão, de que todos os Homens eram dotados,
era um meio através do qual se chagava à
Também John Locke havia já defendido,
verdade;
no século XVII, como já foi estudado, a ideia de
- o usos da razão como motor do progresso e do
que a autoridade régia assentava num contrato
desenvolvimento da humanidade.
entre o soberano e a nação.
Caso o contrato fosse quebrado, isto, se o poder
A apologia da razão humana estava
régio degenerasse em poder absoluto e não
aliada à fé inabalável no progresso:
respeitasse o contrato, Locke considerava
- o uso da razão foi determinante no progresso
legítima a deposição do monarca.
do conhecimento científico;
Assim, a associação dos indivíduos através do
- a ideia de progresso possibilitava o
contrato tinha subjacente a ideia de submissão
desenvolvimento da humanidade;
relativamente a uma maioria, mas também a
- o progresso era contínuo e assentava na virtude
possibilidade de destituição, em caso de
que conduzia à felicidade.
incumprimento do contrato, o que significava
que a sociedade mantinha parte da sua
O valor do individuo passou a centrar-se
liberdade face ao governo.
no mérito e não no nascimento.
Neste sentido, da ideia do contrato social
As luzes atribuíram uma importância
decorria a convicção de que o povo se assumia
crucial à educação como fator de promoção
como detentor do poder que partilhava, através
individual.
do contrato, com o soberano. Era, portanto,
A valorização do individuo levou à defesa
através das leis e da partilha do poder,
da tolerância como um valor fundamental:
consagradas no contrato, que a sociedade se -criou, em 1760, a Intendência-Geral da Policia
organizava. da Corte e Reino.
Segundo a conceção de poder de Montesquieu,
é da proteção dada pelas leis à sociedade, e da ORDENAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
limitação do poder pelo poder, que decorre a
liberdade.
A 1 de Novembro, de 1755, Lisboa foi
Pelo contrário, se os três poderes se confundirem
devastada por um violento terramoto.
num Estado, o despotismo que daí advém
impede a concretização da liberdade.
Sebastião José de Carvalho e Melo tomou
A garantia da liberdade fundava-se, então, na
iniciativas:
distribuição dos poderes por órgãos diferentes e
- o abastecimento da cidade foi feito para evitar
independentes que, não obstante, exercerem as
a especulação nos preços;
suas competências de forma independente,
- policiaram-se as ruas para conter os roubos e
estavam interligados, cooperando e
implementaram-se medidas de higiene publica;
controlando-se entre si como forma de evitar o
abuso do poder.
A reconstrução de Lisboa implicou o
reordenamento urbano, inspirado no
Montesquieu via, com grande admiração,
iluminismo:
a monarquia inglesa, modelo de um governo
- uso de modelos padronizados e de elementos
moderado.
de simetria e infraestruturas de saneamento;
Em Inglaterra a liberdade era garantida pelo
- os edifícios, nivelados e ordenados, com
facto dos três poderes políticos (legislativo,
fachadas sóbrias, destinavam-se a burguesia
executivo e judicial) não se confundirem e serem
pombalina ou à nobreza renovada;
independentes, bem como pela proteção que as
- destacou-se o sistema de gaiola, que constitui
leis davam aos indivíduos, impedindo
um eficaz sistema antissísmico.
arbitrariedades, ainda pelo facto do monarca
cumprir e respeitar a lei que tinha sido elaborada
pelos representantes eleitos da nação.

MODERNIZAÇÃO DO ESTADO E
DAS INSTITUIÇÕES

O governo de D. José I e de Pombal


procedeu a um conjunto de reformas para
centralizar e reorganizar o aparelho do Estado:
- criou a Real Mesa Censória, em 1768, para o
controlo da censura;
- criou o Erário Régio, em 1761, que tinha como
objetivo a centralização e o controlo das contas
públicas;
- criou o cargo do tesoureiro-geral das sisas e de
tesoureiro-mor;
- criou a Junta do Comércio, que promoveu o
desenvolvimento do reino e da produção
nacional;
- promulgou, em 1769, Lei da Boa Razão, que
visava uma uniformização das fontes do Direito e
da prática jurídica, para impor, em todo o
território nacional, a autoridade incontestável do
rei;
- criou novas áreas jurisdicionais e reformou os
cargos judiciais;

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