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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL

PRÓ-REITORIA DE GRADUÇÃO-PROGRAD
PROGRAMA ESPECIAL PARA FORMAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS-PROSESP
POLO – ARAPIRACA

CURSO DE LICENTURA EM PEDAGOGIA

MARIA CARATARINA DE MOURA

MEMORIAL

ARAPIRACA – AL

2017
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MARIA CARATARINA DE MOURA

MEMORIAL

Memorial descritivo das vivências da vida


pessoal e acadêmica da pedagoga em formação
apresentado ao curso de Licenciatura em
pedagogia da Universidade Estadual de Alagoas,
como requisito de avaliação final para obtenção
do título de Licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Profª Juracilene Ramos de Oliveira.

ARAPIRACA – AL

2017
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL


PRÓ-REITORIA DE GRADUÇÃO-PROGRAD
PROGRAMA ESPECIAL PARA FORMAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS-PROSESP
POLO – ARAPIRACA

MARIA CARATARINA DE MOURA

MEMORIAL

Memorial Apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de


Alagoas, como requisito final para obtenção do título de Licenciatura em
Pedagogia.

Banca examinadora:

_______________________________________
Orientadora Profª Juracilene Ramos de Oliveira.

______________________________________

______________________________________

ARAPIRACA – AL
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2017

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe e as minhas filhas que me incentivaram


muito durante esta longa caminhada, e que me fizeram acreditar que eu era capaz
dessa grande vitória.
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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me confiar e me capacitar para essa longa jornada, e


por ter tornado o meu sonho realidade.

Agradeço também a minha mãe que sempre me incentivou, acreditou e


apoiou antes, durante e depois deste curso.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 07
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA MINHA VIDA PESSOAL ....................................... 08

2.1 Minha Infância ........................................................................................ 08


2.2 Minha Adolescência .............................................................................. 10

MARCAS HISTÓRICAS EDUCACIONAIS .............................................................. 11

3.1 Ensino Fundamental I ............................................................................ 11


3.2 Ensino Fundamental II ........................................................................... 12
3.3 Ensino Médio .......................................................................................... 12
3.4 Curso Normal ......................................................................................... 14

MARCAS PROFISSIONAIS ..................................................................................... 15


4.1 Contrato .................................................................................................. 15
4.2 Demissão ................................................................................................ 16
4.3 Concurso ................................................................................................ 17
4.3.1 Vida pessoal pós concurso ..................................................... 18

5.0 PRÓ-FUNCIONÁRIO ......................................................................................... 18

6.0 EXPERIÊNCIAS ACADEMICAS ....................................................................... 27


6.1 Pedagogia? ............................................................................................. 29
6.2 Disciplinas Marcantes ........................................................................... 30
6.2.1 Psicologia ................................................................................. 30
6.2.2 A psicologia e a participação enquanto servidora pública .. 32
6.2.3 Leitura e produção de texto .................................................... 33
6.2.4 Educação e Diversidade, Educação e Direitos Humanos .... 35
6.2.5 Palestras e Seminários ............................................................ 36
6.2.6 Fundamentos da educação infantil ........................................ 38
6.3 Pesquisa de campo ............................................................................... 40

MINHAS EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO ................................................................ 43

7.1 ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO ................................................................ 43


7.2 ESTÁGIO DE GESTÃO ESCOLAR ........................................................ 43
7.3 ESTÁGIO DE NÍVEL MÉDIO .................................................................. 44

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 46
7

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 47

INTRODUÇÃO

No presente memorial irei relatar todas as minhas experiências vivenciadas


por mim e o aprendizado do dia a dia e especificamente todos os conhecimentos
adquiridos durante o Curso de Pedagogia do Programa Especial para a Formação
de Servidores Públicos – PROESP, na Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL.
Durante o decorrer do mesmo, relatei a história da minha vida, descrevendo
momentos que iniciam na minha infância, passando pelas dificuldades encontradas,
as experiências adquiridas e os fatos históricos ocorridos durante vários períodos da
minha vida.

Mostrarei alguns dos meus passos e as dificuldades que eu, enquanto


Mulher, Mãe e Dona de Casa, enfrentei para chegar ao final de um curso superior.
Curso o qual, me proporcionou uma melhor compreensão e uma nova visão, que
adquiri na busca de conhecimentos para me tornar uma profissional apta para ser
atuante na mudança para um futuro educacional melhor.

Relatarei também todos os acontecimentos sobre a minha vida escolar,


profissional, acadêmica e pessoal. Enquanto estudante de pedagogia e profissional
atuante no meio, em cada fase deste memorial busco relacionar a teoria e a prática
vivenciada por mim, além das fases mais marcantes da minha vida, primeiros anos
escolares, e outros momentos na minha vida.

Busquei apresentar todas as etapas que foram vivenciadas com muito


otimismo, acreditando que quando há dedicação o resultado almejado será
encontrado, e que a realização pessoal alcança seu nível de maturidade em cada
etapa vivida.
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TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA MINHA VIDA PESSOAL

Assim como em toda história, devemos começar pelo começo, falemos então
da minha infância, passando pela adolescência, até chegar a minha fase adulta
atual.

2.1 Minha Infância

Chamo-me Maria Catarina de Moura, tenho 39 anos, nasci em Pernambuco


na cidade Catende. Meus pais José Pereira de Moura e Maria Edite Souza de
Moura, sou de uma família de sete irmãs, oito comigo, todas mulheres, nasceram
dois homens mas morreram quando bebês. Toda minha família morava em
Pernambuco quando meus pais decidiram vir para Arapiraca-AL. Eu tinha seis
meses de vida, não foi fácil para mim, pois aqui só tinha agua de cacimba para
beber, e meu organismo não aceitava, então só vivia doente, muito doente, foi
quando meus pais resolveram comprar água mineral, foi o remédio para minha
doença, logo na mesma época foi chegando água encanada nas casas, assim
facilitou, pois era caro comprar água mineral.

Meu pai trabalhava como pedreiro, construiu muitas casas no bairro em que
morávamos, mas logo depois começou a vender frutas, assim conseguiu um
caminhão e começou a viajar para as feiras em outras cidades. Nessa época,
minhas irmãs acompanhavam meu pai nas feiras, só ficavam em casa minha irmã
Ana Maria e eu, pois éramos muito pequenas para viajar com ele.

Meu pai era muito carinhoso e brincalhão comigo e com minha irmã mais
nova, éramos o xodó da casa, ele passeava muito com nós duas. Quando ele
viajava para as feiras em outras cidades, eu sentia muita saudade dele, mas logo
que chegava era uma festa. O que posso falar dessa fase da minha vida é que fui
muito feliz com toda minha família.
9

Figura 1

Figura 2

Nesse período eu já tinha quase quatorze anos, e nessa espera comecei a


trabalhar no comercio em uma loja de roupas, que foi o meu primeiro emprego.
Gostei muito, e melhor ainda foi receber meu primeiro salário. Como na minha casa
éramos oito filhas, meu pai não tinha como dar para nós roupas e calçados, entre
outras coisas, então todas nós tínhamos que trabalhar cedo, mesmo sem ter
terminado os estudos, algumas trabalhavam durante o dia, e estudavam a noite. No
meu caso, eu era muito nova para estudar a noite, então comecei a trabalhar muito
nova, como as escolas só viviam em greve.
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2.2 Minha Adolescência

Comecei a namorar aos quatorzes anos, e com pouco tempo fomos morar
juntos, ele tinha seus dezessete anos. Meus pais ficaram muito tristes com essa
situação, então resolveram que não íamos casar, pois éramos muito novos, na
verdade meu pai achava que não ia da certo, por isso preferiu deixar o tempo dizer o
que ia acontecer.

No inicio meu ex-marido era responsável, ele trabalhava para o irmão que era
muito bem de vida. No ano seguinte engravidei, tive a minha primeira filha com
quinze anos, nasceu Thayse, sofri um pouquinho na hora do parto normal, mas deu
tudo certo. Na mesma época eu já trabalhava na creche, a mesma que até hoje
trabalho, minha tia era diretora da mesma, e conseguiu para mim, só que como eu
era muito nova, toda documentão teve que ser da minha mãe. Trabalhei por quatro
anos e a minha filha ia junto comigo, como eu ficava no berçário, dava para cuidar
dela também. Nesse período, meu ex-marido estava desempregado, toda
responsabilidade era comigo, foi então que ele começou a beber muito todos os
dias, saia de casa dizendo que ia procurar emprego, mas só chegava bêbado.
Enquanto eu trabalhava fora e cuidava da filha e da casa, ele só bebia e morávamos
de aluguel.

Figura 3
11

MARCAS HISTÓRICAS EDUCACIONAIS

Quando eu tinha 06(seis) anos minha mãe me colocou em uma escolinha


perto da minha casa, era um salão grande, uma parte dele guardavam bolas de
fumo, tinha um forte cheiro de fumo, mas mesmo assim tinha muitas crianças
estudando comigo. Nessa época eu gostava de estudar.

3.1 Ensino Fundamental I

Quando tinha sete anos comecei a estudar na escola Pedro de França Reis,
estudei lá 1º, 2º, 3º e 4º série, minha mãe trabalhava na mesma escola, então não
foi difícil me adaptar a uma nova escola. Ainda hoje me lembro da minha primeira
professora que se chamava Josefa, eu gostava muito dela, era muito carinhosa com
os alunos. Já na segunda série, minha professora chamava-se Tânia, eu admirava
muito o jeito dela se vestir, não esqueço, lembro-me que ela usava as roupas todas
combinando, se ela ia de saia verde a blusa tinha que ter algum detalhe verde, o
brinco verde e a sandália tinha alguma parte verde, eu achava o máximo. Ela
também gostava de entrar na sala e abrir um chiclete de maçã verde era um cheiro
que até hoje eu me recordo.

Quando eu fui para terceira série foi um terror, a professora se chamava Alba,
ela gritava muito, era muito agressiva, até beliscão ela dava nos alunos, eu não
conseguia olhar e nem ficar perto dela, foi um terror para mim a terceira série.

Figura 4
12

A quarta série foi tranquila, lembro-me que tinha duas estagiárias, eram muito
carinhosas e bastante atenciosas, brincavam muito com os alunos na hora do
recreio, elas ficaram muito tempo na sala de aula, quando chegou o ultimo dia
fizemos uma festa, cada aluno levou um pratinho, teve muito presentes e choramos
bastante, foi uma festa linda. Tenho todas essas lembranças boas na memória.
Entretanto, essa série foi um pouco complicada, pois naquela época havia muitas
greves, paramos uns três meses. Sempre ficávamos atrasados, no ano seguinte, eu
passei quase dois anos para terminar a quarta série, e para começar a quinta série
passou um ano.

3.2 Ensino Fundamental II

Depois da minha separação, foi quando eu comecei a estudar de onde tinha


parado, fiz a 5º, a 6º, a 7º e a 8º série, a noite na escola Jaime de Altavila, bem
próxima da minha casa. Gostei muito de voltar a estudar, e ainda mais por ser lá. Os
professores eram ótimas pessoas, tanto no profissional, como no pessoal, eles
conversavam muito e aconselhavam também. Foi quando eu descobrir a importância
do conhecimento, que até então não dava tanto valor.

Foi um período de muito aprendizado, que eu trago comigo até hoje, pois não
era fácil, tinha que deixar minhas duas filhas pequenas com as vizinhas todas noites,
as vezes perdia muitas aulas, quando elas ficavam doentes, mas os professores
eram compreensivos e sabiam da minha situação, isso facilitava bastante a minha
vida. Naquele momento eu estava dando bastante importância aos estudos e em
termina-los.

3.3 Ensino Médio

Quando terminei o fundamental, fui para o Quintalla Cavalcanti para o ensino


médio, foi outra experiência boa também, bastante significativa, os professores eram
muito bons, e profissionais. Foi uma época que fiz novas amizades, muitas das
quais preservo até hoje.

Foi quando conheci meu segundo ex-marido, ele era uma pessoa boa, que
me incentivava muito nos estudos. Vivemos juntos por dez anos, tivemos uma filha,
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Milena. Separamo-nos quando ela estava com dois anos, ele se relacionou com
outra, então ali foi o fim do nosso casamento.

Figura 5

Figura 6
14

3.4 Curso Normal

No mesmo período que estava fazendo o curso técnico Pró-funcionário fazia


também o curso normal a noite na Escola Pedro de França Reis, que nessa época
eram quatro anos para concluir, com oito módulos, cada módulo com duração de
seis meses. Hoje não é mais assim o curso normal só dura dois anos, e se eu não
estou enganada não tem mais este curso nesta escola.
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Foi uma experiência ótima, pena que não concluir, mas cheguei perto fui até o
sétimo módulo. Quando estava no sexto módulo engravidei e já tinha feito uma
prova Uneal para o curso de pedagogia e fui selecionada então parei no sétimo
módulo, pois não tinha como continuar, pois já estava no sétimo mês de gestação,
então pensei não iria ter como dar conta dos dois cursos e ainda com o bebê, então
resolvi parar.

Figura
Mas7 estava
gostando muito dos
professores, da turma,
cheguei até estagiar em
uma turma do 3º ano, no
turno vespertino era
em dupla o estagio, as
crianças bastante
16

amorosas com a gente, participaram e interagiram com a aula, e não eram crianças
bagunceiras, não sei se era por que a turma era mais meninas, mas foi uma ótima
oportunidade.

O horário do estágio era das 07:00 da manha as 11:30, e o mais interessante


era que a hora passava muito rápido, passando assim despercebidamente, e muitas
vezes não dava tempo para concluir as atividades.

Os meus professores a noite, a maioria eu já conhecia, pois a minha mãe,


nessa época trabalhava na mesma escola, uma vez ou outra eu ia falar com ela.
Hoje ela já está aposentada. O curso normal lhe da uma bagagem muito boa para
enfrentar uma sala, mas não é o suficiente, é preciso se aprofundar muito mais, para
assim obter bons resultados; mas também, é preciso gostar muito da profissão, ser
professor, por que não é fácil assumir uma sala com 35 alunos, no começo é tão
assustador, mas logo depois passa. É nessa hora que se tem a certeza se quer
realmente assumir a profissão de professor.

Foram momentos satisfatórios do curso normal, arrependo-me de não ter


concluído o curso, pois só faltava um módulo, que é equivalente a seis meses. Se
fosse hoje não teria desistido tão fácil, hoje tenho a certeza que tudo é um
aprendizado, e não podemos deixar passar essas oportunidades nessa vida, mas
valeu muito o tempo que eu passei estudando, pois aprendi muito.

MARCAS PROFISSIONAIS

4.1 Contrato

Como havia relatado anteriormente, quando casei e engravidei minha tia era
diretora de uma creche localizada no Bairro Manoel Teles, ela me contratou para
trabalhar na mesma (com a documentação d aminha mãe, pois eu era muito nova) e
depois de muitas reviravoltas e idas e vindas trabalho nesta mesma creche até os
dias de hoje.

4.2 Demissão
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Quando já tínhamos quatro anos trabalhando contratadas, eu e algumas


colegas fomos demitidas. Ficou mais difícil ainda para mim, desempregada,
pagando aluguel com uma filha pequena, e um marido que bebia cada vez mais, e
para completar fui saindo da creche e, ao mesmo tempo, engravidando de novo.
Minha mãe quem me ajudou muito, muitas vezes pagou feira, e comprou o enxoval
das minhas duas filhas, foram tempos difíceis para mim, não tive uma adolescência
tranquila, pois foi muito atropelada.

Com tudo isso para eu voltar a estudar era quase impossível, com duas filhas
e morando nos fundo da casa de uma tia, pois não tinha como pagar aluguel. Então
comecei a trabalhar em uma escola particular próximo da minha casa, na limpeza.
Ganhava muito pouco, mas era a única opção e eu não poderia deixar passar, pois
sem eu não teria como sustentar a casa.

4.3 Concurso

Figura 8
18

Em 2002 abriram as inscrições para o concurso aqui em Arapiraca, a prefeita


na época era Celia Rocha. Quem me incentivou muito a fazer esse concurso foi a
minha mãe, pois eu não estava com vontade de fazer, as pessoas que já
trabalhavam à muitos anos contratadas diziam que esse concurso era só pra quem
estava efetiva, até aulas para prova do concurso a prefeita dava para essas
pessoas, então eu fiquei muito desanimada e não queria fazer. Mas minha mãe
como um anjo na minha vida me deu o dinheiro, e eu fiz inscrição desmotivada.

No dia da prova fui bem tranquila, era de raciocínio lógico, achei bastante
fácil, mas para quem já trabalhava há dez anos, estavam bastante nervosos. O
cargo que eu fiz foi para Auxiliar de Serviços Administrativos Educacionais, para
este cargo eram 260 vagas, quando saiu a primeira chamada a minha colocação foi
211, eu não acreditava no que eu estava vendo, foi uma alegria sem tamanho. Na
semana seguinte organizaram os nomes pela ordem alfabética e pela idade, então a
minha colocação ficou em 240, mas já era para levar toda a documentação para
prefeitura, esse momento foi ótimo.

Em compensação as pessoas que já eram contratadas há dez anos, não


tiveram o mesmo resultado e tiveram que sair de seus cargos. Foi uma tristeza para
essas pessoas e alegria para nós. Mas a vida é assim mesmo, uns choram e outros
riem, e assim a vida continua. Devo essa conquista a minha mãe, pois se não fosse
pelo apoio dela eu mão teria feito esse concurso.

Figura 9
19

4.3.1 Vida Pessoal pós concurso

Logo em seguida conquistei também a minha casa própria, que foi outra
vitória na minha vida, tudo com ajuda da minha mãe, só não estava melhor, por que
meu pai ficou doente, passando vários dias internado, e isso me deixava muito triste
e sem esperanças. No ano de 2004, no dia 11 de abril ele faleceu, foi uma fase
muito difícil, pois não foi fácil aceitar que ele não ia estar com a gente. Meu pai era
muito presente, alegre e comunicativo, sempre estava disposto ajudar, era um ótimo
pai. Mas nós também tínhamos que aceitar, pois ele estava bastante debilitado, e
fraco. Ele sofreu muito, e nós, filhas, juntamente com minha mãe também em ver ele
naquela situação, sofrendo tanto. Era difícil de aceitar, mas tinha chegado a hora
dele descansar.

No mesmo ano meu casamento acabou... nos separamos. Não foi tão difícil,
pois há alguns meses comecei a perceber que eu não gostava mais dele, sentia
apenas pena, pois ele já estava muito viciado no álcool. Mas ele não aceitava a
separação, então resolvi pedir ajuda para a sua família, para que me ajudasse com
a situação que estávamos vivendo. Foi quando ele sofreu um pequeno acidente de
moto, estava pilotando bêbado, então a família resolveu leva-lo para a casa da mãe
dele, e ele nunca mais ele voltou para minha casa.

5.0 Pró-Funcionário

Em 2009 eu e algumas amigas começamos um curso técnico de Merenda


Escolar, na escola Pedro Reis, as aulas eram aos sábados das 08horas ás 14hoas,
foram dois anos de curso, foi outra experiência maravilhosa. O Pró-funcionário, a
nossa tutora foi um anjo de pessoa durante esses dois anos, uma pessoa que
estava ali para nos ajudar sempre que precisávamos, nos incentivava muito a não
desistir, pois algumas colegas pensavam em desistir, era um pouco difícil para quem
era dona de casa e com filhos sair no sábado de manha e deixar a casa, os filhos e
o marido, tínhamos que ter muita força de vontade para não desistir.

O curso abordava não só a parte de alimentação, mas também as atividades


do dia a dia. Socializar o saber para todos é função das instituições e de cada
cidadão, a escola jamais será competente se não enxergar os seus próprios
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trabalhadores e buscar junto com a comunidade escolar a formação dos que lutam
diariamente pela qualidade social da educação do nosso país.

O curso era divido por módulos, foram 16 módulos, cada um abordava um


tema diferente e muito interessante. O curso nos levou a pensar, perguntar, buscar
respostas e responder; nos fez falar, escutar, olhar, observar, escrever, ler, aprender
e ensinar, por que na sala de aula temos muito a aprender e a ensinar, pois são
pessoas diferentes, historias diferentes, cada uma com a sua importância singular.

O curso possibilitou novas experiências que, sem dúvida, será um grande


salto que pode ser dado em termos de formação. Apesar de que era de certa forma
a distância, pois era uma vez na semana, mas era muito trabalho e pesquisas para
desenvolver durante a semana em casa.

No decorrer de cada aula ficava mais clara a importância do funcionário da


escola no processo de aprendizagem. Embora não estejam tão diretamente ligados
aos alunos como professores, mas o acompanham de perto e tem conhecimento,
até mesmo da sua vida fora da escola, por que existem alunos que vão para escola
logo cedo sem comer nada e quando chegam na escola procuram a cozinha para
perguntar qual era o lanche, mas antes de ir para a sala de aula esse aluno comia.
Sem duvida o funcionário percebe todo o funcionamento da escola e participa
diariamente do seu desenvolvimento juntamente, coletivamente com os demais ali
presentes.

Cada módulo apresentado era uma novidade, pois cada um nos trazia a
possibilidade de conhecer de fato a importância, os alimentos e todo o seu preparo e
os cuidados na hora de prepara-los. Não só como preparar, mas também desde a
chegada dos alimentos na escola, pois se não chegasse de acordo com as normas
estabelecidas os alimentos não seriam recebidos. Tem também a parte da higiene
da cozinha e de todo material a ser usado, e a forma que ele deve ser utilizado.
Esse curso técnico de merenda escolar era para ser obrigatório para todas as
merendeiras, pois é muito importante para todo o preparo dos alimentos e a sua
importância à saúde.

Durante o curso fizemos muitas receitas deliciosas, com alimentos que eu


nunca imaginei, e era tão bom quando feito naquela receita, dá pra usar de tudo e
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explorar o máximo com as receitas que ate então eu não tinha conhecimento. Sem
contar no aproveitamento dos alimentos desde a casca até semente, ricos em
nutrientes e vitaminas, e que são importantíssimos para o nosso organismo.

Foram abordados vários temas durante o curso como: A relação da psicologia


com a educação, esse foi o primeiro módulo. O mesmo abordou: Processo do
desenvolvimento humano: infância, adolescência, fase adulta e velhice. Relações e
práticas pedagógicas educativas na escola.

Relações interpessoais na perspectiva da construção coletiva na evolução.


Desenvolvimento afetivo e cognitivo. Que são temas importantes para uma boa
convivência na escola, em casa e na sociedade em geral.

Esse módulo me chamou muito atenção, pois sou uma que gosta de se sentir
bem coletivamente de se dar bem com todos. Então esses temas abordados na área
da psicologia me ajudaram muito a ter um bom relacionamento com minhas colegas
de trabalho, pois convivemos com pessoas diferentes, pensamentos diferentes,
atitudes diferentes e temos que não aceitar mais se posicionar agradavelmente
diante da situação vivenciada.

Figura 10 Figura 12

Figura 11 Figura 13
22

É um processo de construção e conhecimento que acontece das novas


formas de organização da sociedade, se olharmos, por exemplo, o surgimento da
escravatura com homens se apropriando de outros, podemos verificar também em
relação no nosso trabalha, existe diretor como também professor que humilham os
funcionários, que tratam como se fosse funcionários deles, como se estivessem na
sua própria casa. Por isso que é preciso estudar e pesquisar para obter
conhecimento diante de pessoas que acham que são melhores que as outras, só
porque tem um cargo superior, mas isso não lhe dar o direito de querer mandar, até
mesmo humilhar os colegas de trabalho. Até por que a escola ou empresa, ou
qualquer outro setor de trabalho é importante trabalhar em conjunto, pois cada
pessoa tem sua importância naquilo que faz.

A partir das explicações durante as aulas sobre psicologia, ficou claro que a
psicologia estuda o ser humano em todas as suas expressões, comportamentos e
sentimentos, construídos a partir das relações sociais, e das vivências individuais.

Entendemos que a concepção do que o ser humano não é dado desde o


nascimento, ou seja, ele constrói o seu ser aos poucos, apropriando-se do material
do mundo social e cultura, ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo.

Posso afirmar que depois desse curso técnico de merenda escolar sou outra
pessoa, mas bem informada dentro e fora da escola, sou capaz de cumprir meus
deveres, mas também de exigir meus direitos, pois o curso passou todos esses
pontos importantes para a convivência social que até então passava despercebida
no meu dia a dia. Em vários locais de trabalho existem pessoas que tem a
mentalidade de achar que o funcionário da escola por que ocupa esse cargo é
desinformado, que só por que é um professor, coordenador ou diretor entre outros
cargos superiores ao do funcionário tem o direito de se achar mais inteligente, e não
é assim.

A realidade de hoje é que a maioria dos funcionários tem a faculdade, e entre


outros cursos técnicos não pararam no tempo, ate por que não podemos parar de
estudar e se especializar seja qual for a área de preferencia, a qual você mais se
identificar, o que não pode é parar no tempo. Mas também existem aquelas pessoas
que podem ter várias faculdades, pós etc., enfim, e mesmo assim é uma pessoa mal
23

educada que se acha superior. Eu já tive uma coordenadora assim, sempre de nariz
empinado, sentindo-se mais inteligente, mas que na hora de colocar as tarefas em
prática, ela sempre pegava a ideia ou opinião de alguém, ela era muito insegura.

Eu acredito que educação e caráter vêm de berço, então sendo assim, não
adianta ser o que você não é, para se sentir superior ao outro. A melhor coisa é
você se sentir bem, com você mesma, se aceitar na medida dos acontecimentos e
oportunidades que a vida nos oferece, sabendo aproveitar cada uma dela. Não é por
que não tenho um cargo superior que vou me tornar uma pessoa amarga, ou
sempre achar que as pessoas estão querendo me colocar para baixo.

O interessante do curso é que, os temas abordados e discutidos eram muita


teoria, mais que na verdade sempre surgia uma oportunidade na escola de
colocarmos em prática, e que na maioria das vezes sempre dava certo. Tanto na
parte da merenda, nos preparos dos lanches, como também com o convívio com os
colegas de trabalho, pois de que serviria passar dois anos estudando e não colocar
em prática, tudo o que foi visto?

No módulo 13 tive a oportunidade de ficarmos bem informados sobre os


alimentos industrializados, que tem sido nos dias de hoje apontado como umas das
causas de doenças crônicas mais difíceis de solucionar do que os problemas de
desnutrição. Na realidade eu acredito que as comidas simples e caseiras são muito
mais nutritivas e sadias do que todos os alimentos que passam pelo processo
industrial. Sem contar que tem aqueles alimentos de épocas que são saudáveis e
mais baratos.

A minha turma começou com 40 alunos, mas nem todos chegaram até o final,
o nome da minha tutora era Maria Ângela Ferreira de Brito, um amor de pessoa,
super dedicada e profissional durante as aulas. Tive a oportunidade também de
conhecer outras culturas alimentares, brasileira, como por exemplo: a cozinha dos
índios da época da escravidão e ate mesmo dos portugueses. Receitas deliciosas,
que tive a oportunidade de fazer e comer todos na sala de aula, a mesa ficou linda
com uma variedade enorme de receitas gostosas e saudáveis. Por que é preciso
pensar não só na quantidade, mas também na qualidade, e esse curso deixou bem
24

claro que ao falar de alimentação não se devem ingerir alimentos que falte e nem
ultrapasse as necessidades de um individuo.

Esse aspecto é importante, pois previne o aparecimento de doenças


causadas tanto pela falta, quanto pelo excesso de alimentos. Uma alimentação
saudável é aquela que atende a todas as exigências do corpo, ou seja, não esta
abaixo nem acima das necessidades do nosso organismo, além de ser uma fonte de
nutriente.

Eu durante o curso pus em prática a reeducação alimentar, mas depois


relaxei um pouco, pois é preciso muita força de vontade para obter uma alimentação
de qualidade e nutritiva. Pois uma alimentação envolve diferentes aspectos, tais
como valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais. As pessoas, diferentemente
dos outros seres vivos, ao alimentar-se não buscam apenas suprir suas
necessidades orgânicas de nutrientes, mas de alimentos palpáveis e com cheiro,
cor, textura e sabor. Portanto, o alimento como fonte de prazer e identidade cultural,
e familiar também é uma abordagem importante para promover a saúde.

A minha tutora Ângela, passou um trabalho onde fizemos em equipe alguns


cartazes falando dos alimentos saudáveis e nutritivos para darmos uma aula para
crianças de cinco anos. Eles ficaram muito atentos, e interagiram muito bem, falaram
dos alimentos que gostavam, e dos que não gostavam. Mas explicamos os
alimentos e da sua importância para á saúde, convencemos alguns.

No final da aula fizemos uma salada de frutas com a ajuda das crianças, e
eles gostaram muito, tanto na hora de preparar como também na hora de
experimentar. É mais interessante quando eles preparam, todos gostaram dessa
novidade e eu também. Algumas crianças não comeram tudo o que colocaram,
então dividiram com quem queria mais um pouco, para não ser desperdiçado.
Registramos esses momentos com varias fotos, cada momento foi fotografado com
muito amor, pelas fotos da para notar que todas as crianças estavam amando essa
aula, pois foi muito diferente e especial.

Ao chegar a casa as crianças comentaram com seus pais, sobre essa aula,
no dia seguinte houve vários comentários positivos, que as crianças pediram em
casa frutas e a todo o momento explicaram o que aprenderam na sala de aula, que
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faz bem para saúde, e falaram também o que não podiam comer e que não eram
saudáveis. Do jeitinho deles, explicaram, e seus pais tentaram entender da melhor
forma possível.

É satisfatório quando fazemos algo e vemos de imediato o resultado, é uma


ótima sensação, pois deu tudo certo. Deixamos vários cartazes expostos na parede
para as crianças sempre estarem olhando, e se sentirem motivadas para comer
esses alimentos saudáveis.

Estou ciente também que muitos pais não têm condições de dar alimentos
saudáveis diariamente em casa, pois muitas delas só comem alimentos saudáveis
na escola, pois em casa a situação é preocupante. Meu trabalho me da à
oportunidade de observar as condições de cada criança. Muitas das crianças que
frequentam a creche estão lá por conta da alimentação, por falta de comida em
casa.

O bairro Manoel Teles, o qual a creche está situada, é um bairro muito


carente de alimentação e cuidados, muitos pais não dão carinho devidamente e nem
atenção, às vezes chegam crianças com febre, e os professores quem tem que se
locomover ao posto que seja mais próximo. O bairro Manoel Teles, antiga Catita, é
um bairro bastante violento, os jovens se envolvem muito cedo com drogas e
roubos, o que acaba por levar em muitos e muitos casos á uma morte muito precoce
e violenta. Algumas crianças da creche são órfãs, por conta do crime e do uso de
drogas. É um bairro que precisa de uma atenção muito grande, pois precisamos
cuidar do futuro dessas crianças, para que não tenham o mesmo destino que os pais
ou até mesmo de outros parentes.

Esse curso foi praticamente à distância, mas todos os dias eram vivenciadas
novas experiências no trabalho, tudo que aprendíamos lá colocávamos em prática
todos os dias, tanto no trabalho, como na vida pessoal. A proposta do Pró-
funcionário é inovadora do ponto de vista da modalidade de ensino-aprendizagem.
Uma experiência que, sendo a primeira para muitos, deve ser tomada como
desafiadora e motivadora.

É preciso dizer isso por que se deve entender que o processo de ensino-
aprendizagem com o qual se está acostumado e que se conhece desde criança,
26

necessita ser repensado. A educação a distância é uma ótima opção para quem
trabalha e não tem tempo disponível para esta todos os dias na sala de aula. Mas
por ser a distância também não quer dizer que o aluno só vai estudar uma vez ou
outra, muito pelo contrário, tem muito que estudar e pesquisar, pois uma coisa é
está na sala de aula tirando as dúvidas com o professor, outra coisa é não ter
professor todos os dias, então a atenção e o esforço é muito maior para que não se
perca o ritmo do curso. Mas também existem aquelas pessoas que não estão
preocupadas e vai empurrando com a barriga, pois a única intenção e concluir e
receber o certificado.

Portanto a educação a distancia neste sentindo, tonar-se acessível a todos e


ajuda a repensar a tradição pedagógica, configurando-se como inovadora na oferta
do Pró-funcionário. Basta está aberta a essa nova experiência que, sem dúvida, foi
dado em grande salto que pode ser dado em termos de formação.

É preciso muita força de vontade e determinação para enfrentar, um curso


técnico, uma faculdade, enfim... Uma sala de aula, pois quem já é casada e se tem
filhos, como é no meu caso, tudo se torna mais difícil. Como tudo na minha casa só
se desenvolve quando estou presente, então se pensa uma, duas, três vezes antes
de sair de casa, e mesmo assim quando saio, estou em outro determinado lugar,
não sai do meu pensamento as coisas de casa. A vida da mulher é sempre mais
corrida que a do homem, pois a mulher normalmente fica com quase toda
responsabilidade de casa, filhos, trabalho, estudo, é difícil, mas não é impossível
quando se tem um objetivo na vida.

Portanto é preciso enfrentar as dificuldades buscando sempre o melhor, nos


momentos de desanimo, não podemos parar no tempo, pois o tempo não para.
Sempre vai haver as oportunidades como foi esse curso técnico em Alimentação
Escolar, que me ensinou a questionar o óbvio, a rotina, aquilo que é tido com certo e
acabado. Saber significa abrir-se, interagir como as inovações e oportunidade que a
vida oferece. Conduzir situações complexas e lidar com os inventos. Interpretar e
distinguir as informações disponíveis, saberes atitudes e concepções. É saber fazer
as escolhas, enfim experimentar as coisas de maneira diferente daquele que se está
acostumada com bom humor, sempre aberta para as críticas seja ela qual for, mas
27

que seja para o seu crescimento. Pense de modo diferente buscando sempre a
união e a paz para você e para aqueles ao seu redor.

Foram esses e outros conhecimentos que esse curso técnico me


proporcionou, foram dois anos de muito aprendizado e conhecimento. Dois anos de
convivência com pessoas diferentes, mais que aprendi muito com cada uma delas e
que aprenderam também um pouco comigo. No Pró-funcionário que é uma formação
técnica consiste em um conjunto de atividades, teórico-prática, investigativo e
reflexivo. Tais atividades apontam para aquisição e construção crítica de
conhecimento, habilidades, valores que podem contribuir para que os funcionários
da educação se tornem educadores competentes e se qualifiquem como pessoas,
como cidadãos e como gestores de um determinado espaço escolar, definido em
novos perfis profissionais, segundo a proposta político-pedagógica aqui
apresentada.

Seria interessante que todas as prefeituras investissem mais nos funcionários,


é um investimento que todos ganham através uma educação de qualidade, mas
também conhecimentos e habilidades necessárias para o desempenho e valores
adquiridos com esses cursos técnicos. Nessa direção consiste em funcionários
preparados profissionalmente para atuar e participar como cidadãos, técnicos no
processo educativo e participativo.
28

EXPERIÊNCIAS ACADEMICAS

No ano de 2012 iniciei as aulas na Universidade Estadual de Alagoas -


UNEAL no curso de pedagogia, no programa especial para formação de Servidores
Públicos - PROESP. Nesse período eu estava com trinta dias que tinha ganhado
minha filha, foi um desafio deixar ela tão pequena todas as sextas - a noite- e aos
sábados -o dia todo-, foi muito difícil, a minha sorte era a minha outra filha que que
tinha 17 anos, e que não trabalhava aos sábados, então cuidava dela.

A parte complicada era na hora da amamentação, pois era apenas um mês, a


criança nunca fica satisfeita, é o tempo todo mamando. Sair de casa na sexta a noite
era tão difícil, mas no sábado era ainda mais, pois meus seios derramavam o tempo
todo na sala, e ficavam muito doloridos, quando ela começava a mamar eu sentia
uma forte dor, porém valia muito a pena todo esse esforço, e resulta até hoje. Na
sala também tinha colega que estava na mesma situação com um bebê em casa, às
vezes quando eu olhava para ela, a blusa dela estava toda molhada, os seios
derramando, ela corria para o banheiro, era um desperdício de leite na sala, mas
deu tudo certo.

Os primeiros dias foram na Escola Zélia Barbosa, no bairro Nova Esperança,


mas ficamos pouco tempo por lá. Em seguida, fomos para Escola Pedro Correia nas
sextas a noite, e no sábado durante o dia era na Uneal.

Não gostava muito das sextas a noite, devido a distancia e aos assaltos
constantes que por ali tinha. Quase todas as noites alguém do curso era vitima,
algumas alunas faltavam as sextas por conta do perigo, por volta das 20:50 ou 21:00
os alunos já começavam a se organizar para ir embora, a professora até que tentava
continuar a aula, mas não tinha como, pois tinha bastante barulho das outras turmas
que iam embora, juntamente com alguns da nossa turma.

Logo mas fomos para o Tibúrcio Valeriano, um pouco distante, e com o


mesmo índice de assalto, porém deu uma tranquilizada, até hoje frequentamos as
sextas para concluir o curso.
29

A nossa primeira disciplina foi Introdução à prática e ao curso, a professora


Cristina, que por sinal, um amor de pessoa, muito profissional, as aulas suas aulas
são incríveis, envolvem muito os alunos, chamam bastante a atenção, e é também
exigente e com razão, por que se deixarem nós alunos livres, acaba não tento o
mesmo rendimento. Por isso ela adotava a pressão, que é para o nosso bem e
aprendizado, não tem como aprender sem fazer esforço, sem pesquisar, ou melhor,
sem estudar, e muita das vezes, deixei de passear, se divertir para concluir algum
trabalho, ou estudar para alguma prova. Mas é assim, quando queremos chegar
algum lugar, com objetivo.

Essa disciplina de Introdução a Prática ensina muito da formação do


pedagogo. Ela visa ensinar que o curso de pedagogia deve formar professores
profissionais qualificados para atuar em vários campos educativos para entender de
modo socioeducativa de tipo formal e não informal decorrente de novas realidades,
novas tecnologias, novos atos sociais, aplicação das formas de fazer mudanças nos
ritmos da vida, presença dos meios de comunicação e informação. Essas foram
questões muito debatidas na sala, quando falamos de tecnologia as informações
eram que muitos professores não sabem lidar com o computador, não são
capacitados. Muitas escolas fornecem salas com computadores, mas elas ficam
fechadas sem professores capacitados ou até mesmo algum professor de fora para
instruir as crianças na frente do computador.

Então os professores precisam está por dentro dessas tecnologias e dessas


mudanças que são atuais e futuras, que todo momento estão modificando os nossos
meios, atentos as informações, mudanças profissionais, desenvolvimento
sustentando preservações ambientais e não se limitar apenas na gestão,
supervisão, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento educacional,
mas se aprofundar de politicas educacionais, nos movimentos sociais, nas
empresas, nas várias instâncias de educação de adultos, nos serviços de
psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos serviços para
a terceira idade, nos serviços de fazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na
produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na requalificação profissional.

São muitas opções e sugestões para o pedagogo se qualificar no mercado de


trabalho, é preciso de tudo isso e muito mais para ele não ficar para trás. Só assim
30

poderá ser um profissional habilitado e bem sucedido, diante dos desafios que,
sempre aparecem para nos tornar fortes e corajosos.

6.1 Pedagogia?

Foram vários debates e polemicas em relação ao curso de pedagogia, que


por sua vez desdobra-se em múltiplas especializações profissionais, uma delas é a
docência, mas seu objetivo específico não se resume só a docência. Portanto, o
curso de pedagogia não se reduz à formação de professores. Ou seja, todo trabalho
docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é trabalho
docente. O professor está no pedagogo, o pedagogo está no professor, mas cada
profissional desses carece de uma formação diferenciada.

Uma ideia recorrente, inclusive entre os próprios pedagogos, de que a


pedagogia é o modo de ensinar, quem tem pedagogia que ensina bem. Mas, no meu
ponto de vista, a pedagogia está em vários lugares e modalidades: Na família, no
trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na politica, na escola. Ou
seja, ela não se refere apenas às práticas escolares, mas a um conjunto de práticas
educativas, há também uma diversidade de práticas educativas, e pedagógicas.

A pedagogia ocupa-se de fato, da formação escolar de crianças, com


processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso tudo ela tem
um significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de
conhecimento; diz respeito ao estudo e a reflexão sistemática sobre o fenómeno
educativo, sobre as práticas educativas, para poder ser uma instância orientadora do
trabalho educativo.

Foram várias discussões e debates na sala, com esse tema, pois ajudaram
muito à esclarecer muitas dúvidas que nós, alunos, tínhamos, e serviu também para
ficarmos cientes de fato se era realmente o que queríamos. Pois, muitas vezes
iniciámos um curso, mas na verdade, só vamos ter a certeza se é isso mesmo que
queremos depois de todo o estudo do que realmente se trata aquela formação.

A minha filha, por exemplo, começou a fazer o curso de serviço social, mas
na metade do curso desistiu, ela não se identificou. Por isso, é muito importante se
31

aprofundar no conteúdo do curso, logo no início para não perder tempo deixando de
fazer o que realmente gosta. Acredito que qualquer curso envolve uma educação,
uma prática humana, uma prática social, que modifica os seres humanos nos seus
estados físicos, mentais, espirituais, que da uma configuração à nossa existência
humana individual e grupal.

Logo depois tive a disciplina Psicologia da Educação I, que tratou de um tema


bastante complicado, a psicologia da mente humana, os comportamentos, as
atitudes, entre outras reações.

6.2 Disciplinas Marcantes

6.2.1 Psicologia

Então vieram as perguntas: O que é Psicologia então? E o que estuda a


psicologia? De acordo com a origem grega da palavra, psicologia significa o estudo
ou o discurso (Logos) acerca de alma ou do espírito(Psique). É a ciência do
comportamento, comportamento compreendido de maneira mais ampla. O
comportamento aqui, inclui muito mais do que movimentos flagrantes, como os que
fazemos ao andar de um lado para o outro. Inclui atividades como perceber, pensar,
conceber e sentir. A psicologia se ocupa de todas as atividades, reações,
configurações e pensamentos do ser humano.

Assim como toda ciência, a Psicologia utiliza métodos científicos rigorosos e


também como qualquer outra ciência, procura entender, produzir e controlar os
fenómenos que estuda, neste caso, os comportamentos.

Apesar de ser o comportamento humano o seu principal interesse, a


psicologia também estuda o comportamento animal, com o objetivo de através dele,
melhor compreender o comportamento humano ou porque o estudo do
comportamento animal se justifica por si mesmo.

Foram muitos debates e as duvidas na sala, pois falar da mente humana é um


assunto muito complexo e delicado de se entender. Dentre os seres vivos é sem
dúvida o homem que apresenta o comportamento mais variado e complexo. Por
isso, é também o mais difícil de ser estudado, um objeto que somos nós mesmos. O
32

objetivo de compreender o comportamento humano não é fácil de ser alcançado. Os


psicólogos admitem que ainda não conheçam todas as respostas dos problemas
relacionados ao comportamento humano. Apesar disto, não desejam apenas
compreender, mas também reproduzir os fenómenos.

O homem tem características próprias, é singular e complexo e por isso, não


pode ser investigado com os mesmos procedimentos aplicados ao estudo de ratos
ou de outros animais em laboratório. Além disso, o homem tem característica pelas
suas potencialidades, pela sua tendência e realiza-las por estar em contínua
modificação. BLEGER (1979) assinala que a Psicologia não é a ciência apenas das
manifestações observáveis e nem apenas dos fenómenos mentais, mas também
abarca o estudo de todas as manifestações do ser humano.

Durante algumas aulas fizemos a leitura da apostila que fala muito da


Afetividade e o processo de ensino e aprendizagem. A questão da afetividade tem
sido bastante discutida por professores, pais e educadores em que é percebida a
importância da afetividade no processo e ensino e aprendizagem.

Uma educação entre professores e alunos que não aborde a emoção na sala
de aula como a afetividade traz prejuízos para a ação pedagógica, pois podem
atingir não só o professor, mas também o aluno. E se o professor não souber lidar
com crises emocionais isso poderá provocar desgastes físicos e psicológicos.

Fizemos discursões também a cerca da Interação Infantil, o estudo sobre a


infância pode ser analisado e estudado por diversas áreas (psicologia, pedagogia,
pediatria, fonoaudiologia, sociologia e etc.), ao longo do tempo tem sido estudado o
lugar social que a criança ocupa em relação à outra criança, podendo revelar
transformações e orientações necessárias para a compreensão de ser conhecida, e
é através da educação que a criança se transforma em um adulto responsável.
Segundo WALLON, o desenvolvimento, em grande parte é função do meio social.
Para que a criança possa transportar o nível da experiência ou da invenção imediata
e concreta, tornam-se necessários os instrumentos de origem social, como a
linguagem e os diferentes sistemas de símbolos surgido desse meio.

A maior preocupação não é só em como a criança socializa, mas em como a


sociedade socializa a criança. A concepção moderna de infância é contraditória.
33

Muitas vezes a criança é vista como um ser puro e inocente, sem maldade, que
precisa ser protegido. Outras vezes, a criança é vista como um ser de más
qualidades, que precisa ser domada para ser útil a sociedade. O potencial da
criança torna-se criativo e expressivo quando ela cria a linguagem e atualizam
culturalmente seus conhecimentos, através da educação familiar ela vive em um
mundo de verdades e mentiras, pois os pais lhe escondem certas realidades com
isso ela vive sonhos e fantasias. A aquisição da linguagem é, portanto um salto
qualitativo na evolução do pensamento infantil.

Isso faz com que os adultos e as crianças não se misturem: os pais com seus
compromissos profissionais deixam suas crianças com as babás, televisão,
videogames, preencham a agenda de seus filhos para que eles não sintam a falta
dos pais ausentes, a ausência de diálogo faz com que, às vezes as crianças
cresçam rejeitadas, desobedientes e agressivas. As relações familiares e o carinho
dos pais exercem grande influência sobre a evolução dos filhos, em que a
inteligência não se desenvolve sem a afetividade.

6.2.2 A psicologia e a atuação enquanto servidora publica

Na creche em que trabalho é visível o comportamento e o desenvolvimento


das crianças, até por que comecemos sua família e a convivência com eles em
alguns casos não é nada fácil. São pais que muitas vezes possuem problemas com
álcool e drogas, que em muitos casos agridem sua esposa e filhos, outras vezes são
presos e as crianças participam destas tristes realidades. Então é difícil que esta
criança se desenvolva e interaja da maneira esperada com as outras. Em muitas
dessas situações, as crianças só tem carinho e afetividade na escola, são os
professores e demais funcionários da escola que dão, dentro do possível, a atenção
e a segurança de que as crianças necessitam.

As relações familiares e o carinho dos pais exercem grande influência sobre a


evolução dos filhos, de maneira que fica evidente que a inteligência não se
desenvolve sem afetividade necessária. Isso mostra que está presente na vida dos
filhos é muito importante: sentar com eles, contar uma história, contar as vitórias e
as derrotas da vida, deixar que eles façam parte do seu mundo.
34

É muito importante também que os pais brinquem com seus filhos: Role no
tapete, jogue e participe do seu dia-a-dia. Essa afetividade pode trazer grandes
benefícios para a aprendizagem escolar da criança. Uma vez que a ausência de
uma educação que aborde a emoção tanto na sala de aula quanto na família traz
prejuízos que não poderão ser corrigidas pela ação pedagógica resultando em
grandes dificuldades de aprendizagem por parte do aluno. Cabendo aos pais e aos
professores construírem com o papel da afetividade no desenvolvimento da criança,
onde sejam trabalhadas as emoções de forma prazerosa, pois o resultado do
trabalho com essas emoções pode resultar em grandes aprendizados significativos,
sejam eles em casa ou na escola.

Essa disciplina me fez observar melhor o comportamento e as atitudes das


pessoas e das crianças ao meu redor, pois cada pessoa tem emoções e formas de
agir diferentes individuais em cada situação, seja na família, no trabalho ou na
sociedade.

6.2.3 Leitura e produção de texto

Ainda no primeiro módulo tive a disciplina leitura e produção de texto, foi um


tema muito polémico, pois muitas de nós, alunas, não tínhamos o hábito de ler, pois
quem não ler, pouco sabe interpretar textos por menores que sejam. A leitura é a
extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida
terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança
maior do que qualquer diploma.

A grande maioria dos problemas que os alunos encontram ao longo dos anos
de estudo, chegando até a Pós-graduação é decorrente de problemas de leitura. O
aluno muitas vezes não resolve problemas de matemática, não por que não saiba
matemática, mas por que não sabe ler e interpretar o enunciado do problema. Ele
sabe somar, dividir e etc., mas ao ler o problema não sabe o que fazer com os
números e a relação destes com a realidade e a que se referem. Não adianta dizer
que o aluno não sabe nem sequer somar ou dividir números, que ele não entende
matemática, ele de fato não entende mesmo é o português que lê.
35

A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos


alunos é a leitura. É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O
melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve está voltado para a leitura. Se
um aluno não se sair muito bem nas outras atividades, mas se for um bom leitor,
penso que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa.

As vezes, ler é um processo de descoberta, como a busca do saber científico.


Outras vezes requer um trabalho paciente, perseverante, desafiador, semelhante à
pesquisa laboratorial. A leitura pode também ser uma atividade lúdica, com um jogo
de bola em que os participantes jamais se preocupam com a lei da gravidade, mas
nem por isso deixam de jogar bola com gosto e perfeição.

Fizemos vários trabalhos em equipe e apresentações, todas voltadas para


leitura. Na minha turma tem algumas professoras, e esse tema despertou a forma
que cada um ensina para sua turma a melhor maneira de ensinar a ler, a interpretar
pequenos textos com seus alunos na sala de aula. Cada um tem seu jeito, sua
maneira e recursos, de ensinar a ler e escrever. A escola deve dá chance ao aluno
de ler e escrever no seu devido tempo, no seu ritmo, pois tem crianças que
aprendem com mais facilidade e outras não. É preciso identificar esse aluno que tem
mais dificuldade para não pressionar essa criança, pois se corre o risco da mesma
perder o interesse pela leitura.

Escrever e ler são duas atividades da alfabetização conduzidas mais ou


menos paralelamente. Ensina-se a ler e escrever letras, famílias silábicas, palavras,
frases e textos. Na prática, ao longo do ano escolar, se dá muito mais ênfase a
escrita do que a leitura. Exige-se mais do aluno com relação com a escrita do que a
leitura. Isso se deve ao fato da escola saber avaliar mais facilmente aos acertos e
erros de escrita e não saber muito o que aluno faz quando lê, sobretudo quando ele
lê em silencio.

A escola tem o habito de querer controlar tudo. Porém, ler principalmente nos
primeiros anos da escola, me parece uma atividade tão importante quando a
produção espontânea de textos, no mundo em que vivemos é muito mais importante
ler do que escrever. Muitas pessoas alfabetizadas vivem praticamente sem escrever,
mas não sem ler. Ainda mais há muitos analfabetos de leitura que não são alfabetos
36

de escrita. Sobretudo pessoas que vivem nas cidades, precisam saber ler pelo
menos placas de ônibus, números, nomes, documentos etc. Para no mínimo saber
onde está, e para onde vai.

No meu ponto de vista, não se ler mais como antigamente, principalmente nos
trabalhos da escola. Pois quando eu estudava a professora passava algum trabalho
de pesquisa, o primeiro lugar a ir era a biblioteca lá tinha muito livros para ler e
pesquisar. Hoje o que acontece é que o computador, ou o celular já está lá, com
tudo prontinho. Então foi deixando de lado o habito de ler. Esses recursos acabam
dificultando na hora do aluno se dedicar a uma redação, a interpretar textos, até na
hora de se preparar para concursos, focam nas tecnologias, e esquecem-se de se
preparar para o momento da prova, entre outras atividades que não necessitam da
presença tecnologia. Atualmente precisamos resgatar o habito de ler e passar isso
para nossas crianças.

6.2.4 Educação e Diversidade, Educação e Direitos Humanos

Foi maravilhosa essa disciplina com o professor Bruno Rogério Duarte da


Silva. Ele deu um show nas apresentações e no primeiro seminário que iniciou no
dia 05 de setembro de 2014 a 27 de setembro de 2014.

No primeiro momento do seminário foi abordado o tema: Diversidade e


Diretos Humanos do Proesp, com a palestra sobre Educação Plural no Brasil: uma
abordagem histórica, tendo como palestra a professora Ana Cristina de Lima
Moreira, mestre em Educação e em Ciências da Religião-UNICAP, professora da
UNEAL, coordenadora de Geografia e Pedagogia do Proesp.

A palestra iniciou falando sobre a diversidade, como objetivo histórico e


cultural e a abordagem conceituais possíveis para a investigação da historia da
educação. Foi debatido também a nossa mistura de raça, e observado o índio desde
a chegada dos portugueses ao Brasil, que queriam ocultar suas diversidades, suas
culturas e seus costumes. Não se esquecendo do negro que até a criação das cotas
raciais era mantido a margem de muitos programas de educação.
37

No decorrer da palestra foi passado um vídeo com uma música muito bonita
com vários instrumentos feitos de bambu, e que tinha seu destaque na música, pois
ali estava à diversidade nos instrumentos e que cada um tem seu valor musical.
Com o ser humano não é diferente, cada pessoa tem seu valor independente de cor,
raça, ou posição social. A palestra terminou com a música do Jhon Lenon - Imagine,
que retrata o que queremos para nós, o Brasil e o mundo.

6.2.5 Palestras e Seminários

A disciplina com o professor Bruno foi muito boa e muito divertida. Ele ensina
divertindo e o espectador aprende sorrindo. Em outro momento ele deu uma aula na
sala maravilhosa, se vestiu de palhaço, interpretou personagens, cantou, dançou.

Em seguida fomos para o pátio, toda a turma, fizemos uma roda gigante,
onde dançamos e cantamos muito foram aulas inesquecíveis, eu acredito que são
essas aulas que fazem a diferença na aprendizagem, quando o lúdico é explorado
espontaneamente envolvendo todos e conduzindo para o objetivo da aula. Professor
Bruno maravilhoso.

Tive outro professor que começava suas aulas cantando, ficávamos todos de
pé, ele colocava a música no Datashow e todos da sala cantavam e dançavam.
Professor Carlindo, muito gente boa e agradável em suas aulas, deixou saudades.

Voltando para o seminário, no segundo dia tive uma palestra com o tema: O
estatuto da criança e do adolescente e os Direitos humanos. O palestrante professor
Administrador e Bacharel em Direito, Fabiano Lúcio de Almeida Silva, que abordou e
esclareceu os direitos da criança e do adolescente de acordo com a legislação
brasileira vigente.

O estatuto da criança e do adolescente ECA é uma lei Federal (lei N° 8.069


de 13.07.1900) que trata da proteção integral de crianças e adolescentes no Brasil.
Ele surgiu como uma resposta da sociedade brasileira aos desafios de cuidar de
suas novas gerações dentro da perspectiva dos Direitos Humanos com suas
garantias fundamentais. O mesmo foi criado para proteger nossas crianças e
adolescentes, garantindo aos mesmos todas as oportunidades e facilidades, a fim de
38

lhes facilitar o desenvolvimento físico, mental, espiritual e social, em condição de


liberdade e de dignidade.

O ECA através de seu artigo 4° coloca como dever da família da comunidade,


da sociedade em geral e do poder público priorizar a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à educação, ao esporte, ao lazer, a liberdade e a
convivência familiar e comunitária.

No segundo dia do seminário foi apresentado pelo professor Me Bruno


Rogério Duarte da Silva, como tema educação diversidade e identidade. O termo
diversidade diz respeito a variedade e convivência de ideias variáveis em termo de
um assunto concreto de faculdade, características ou elementos diferentes entre si,
em determinado assunto, situação ou ambiente.

A ideia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade,


diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedades. E
muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários na
intersecção de diferenças ou ainda na tolerância mútua.

Também foram apresentados vários slides focados na diversidade humana,


que se formos falar são muitas as diversidades, é um tema muito amplo e muito
complexo.

Mais uma noite de palestra iniciou com o tema Politicas para as mulheres.
Palestrante Bethy Jane Mendes Tenório, Pedagoga e Secretária adjunta da
secretaria municipal de políticas para as mulheres do município de Arapiraca. A
palestra foi muito interessante, quando foi colocada a frase, "Homens e mulheres
são iguais em direitos e obrigações", essa frase é linda, mas fica só na teoria por
que na prática ela não funciona como deveria.

A mulher de antes ficava em casa cuidando dos filhos, do marido e da casa,


aí achou pouco e quis trabalhar fora. Então os trabalhos e as tarefas dobraram, e o
homem continua na mesma, com direitos e os deveres. São poucos os que
cumprem e se pontificam a ajudar a mulher em casa e no trabalho. É difícil de
encontrar, mas existe homem assim.
39

Sem contar àqueles homens que chegam a casa e ainda agridem a mulher, e
alguns outros chegam até a matar, são muitos os casos e violência contra a mulher,
e são poucas que tem a coragem de denunciar esses monstros. Essas mulheres
precisam de ajuda para se libertar desses maus tratos domésticos.

Ainda existem aqueles que estupram sua própria esposa, “Questionam se o


marido pode ou não ser considerado réu de estupro, quando mediante a violência,
constrange sua esposa à prestação sexual. A solução justa é no sentido negativo.
(...) O marido é violador salvo excesso inescusável, ficará isento até mesmo da pena
correspondente à violência física em si mesma (...), pois é licita a violência
necessária para o exercício regular de um direito.”

Este foi o nosso entendimento durante muito tempo. No entanto, este


entendimento não mais se admite nos tempos atuais. Seja por que a moderna
sociedade, na qual homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, seja por
que a violência sexual e doméstica atingiu patamares nunca antes vistos, repudia-se
e com razão, a conjunção carnal, bem como qualquer outro ato libidinoso praticado
com violência ou grave ameaça.

Foram momentos de muita aprendizagem e descobertas ao longo dos temas


dessa disciplina. Foram muitos temas e palestras com professores muito
profissionais naquilo que fazem e de muita boa vontade, adorei essa disciplina.

6.2.6 Fundamentos da educação infantil

Nesta disciplina o nosso professor foi o Reitor Jairo José Campos da Costa,
legal as aulas dele, muito inteligente e também é um ótimo profissional. Essa
disciplina para mim não foi novidade, por que ela adota as creches e a educação
infantil, como eu já trabalho há 15 anos em creche, já tenho muito conhecimento
sobre o assunto facilitou muito, mas também aprendi com outras experiências na
sala de aula com os demais.

No que se referem à educação da criança pequena em creches e pré-escolar,


práticas educativas e conceitos básicos foram sendo constituição com base em
40

situações sociais concretas que, por sua vez, geraram regulamentações e leis como
parte de politicas públicas historicamente elaboradas.

Ao longo de muitos séculos, o cuidado e educação das crianças pequenas


foram entendidos como tarefas de responsabilidade familiar, particularmente da mãe
e de outras mulheres. Logo após o desmama, a criança pequena era vista como
pequeno adulto, e quando atravessava o período de dependência de outros para ter
atendimento suas necessidades físicas, passava a ajudar os adultos nas atividades
cotidianas, em que prendia o básico para sua integração nomeio social. Nas classes
sócias mais privilegiadas, as crianças eram geralmente vistas como objeto divino,
misterioso, cuja transformação em adulto também se fazia pela direita imersão no
ambiente doméstico. Nesses casos, paparicos superficiais eram reservados a
criança, mas sem considerar a existência de uma identidade pessoal.

Têm exatos 15 anos que trabalho em creche, 80% deste tempo diretamente
na sala com crianças, confesso que é um trabalho de muita responsabilidade em
todos os sentidos. Nos cuidados psicológicos, nos carinhos, enfim... É um trabalho
que o professor se envolve por completo. Essa fase de creche e pré-escolar é a
formação de todos os sentidos, valores e cuidados que a criança passa é à base de
toda formação para um adulto futuro.

Na creche que eu trabalho as crianças de 1 a 4 anos passam o dia todo, e


essas crianças passam mais tempo com o professor do que com os próprios pais,
muitas delas -de um aninho- acabam chamando as professoras de mães, e assim
acabam notando o tamanho da responsabilidade e claro a satisfação também. Então
no meu ponto de vista o professor que trabalha com educação infantil precisa gostar
muito de está com essa faixa etária de criança, até por que os cuidados, os carinhos
e a atenção são bem maiores do que com os meninos das séries iniciais. Eu gosto
muito de trabalhar em creche, principalmente no berçário, lá é onde eu me identifico
mais, com os bebês.

As aulas do professor Jairo foram muito dinâmicas, em uma das aulas fiz,
juntamente aos demais, livros de pano, que por sinal ficaram lindos, inclusive para
trabalhar com a educação infantil. Fizemos uma exposição no pátio do Costa Rego,
todos que passavam paravam para admirar e queriam até os livros. Gostei muito
41

dessa disciplina, pois debatemos tudo que de fato o que acontece e toda vivência na
educação infantil, que no meu caso é a realidade no meu trabalho.

6.3 Pesquisa de campo

Logo em seguida tive a disciplina Saberes e Práticas na Educação Infantil


com a professora Ângela. Essa disciplina adota todo o desenvolvimento da criança,
da motricidade, do linguístico e toda a construção do pensamento infantil. Desde o
nascimento a criança desenvolve seu corpo e os movimentos para que com ele
possa realizar tarefas variadas com diferentes parceiros em situações cotidianos. O
movimento que usa para orientar o tronco e as mãos em relação a um estímulo
visual. A maturidade se desenvolve por meio da manipulação de objetos diferentes
formas, cores, volumes, pesos e texturas. Além disso, a criança nasce em um
mundo onde estão presentes sistemas simbólicos diversos socialmente elaborados
particularmente o sistema linguístico.

O desenvolvimento da linguagem apoia-se em forte motivação para se


comunicas verbalmente com outra pessoa, motivação parcialmente inata, mas
enriquecida durante o primeiro ano de vida nas experiências interpessoais com a
mãe, pai, irmãos e outros educadores.

A professora Ângela nos proporcionou uma viagem para uma creche em


Teotónio Vilela, creche Vovô Noêmia. Fomos muito bem recebidos por toda a
equipe, uma creche muito grande com várias turmas, uma área livre com muitos
brinquedos e muito espaço, posto médico, sala de leitura, de vídeo. Fiquei
encantada com o berçário enorme com três ambientes, a cozinha é dentro do
berçário, fiquei apaixonada, até por que gosto muito de trabalhar com os bebês. O
refeitório muito adaptado para cada faixa etária das crianças.
Figura 16 Figura 17
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Figura 18

Muito linda a creche e organizada, formos no período da manhã de ônibus,


meio dia estávamos voltando. É gratificante conhecer outras realidades de trabalho
e de muito aprendizado.

Logo após iniciei a disciplina de Arte com a professora Alice Virginia Brito de
Oliveira, uma excelente profissional e uma ótima pessoa, contribuiu muito para o
nosso aprendizado durante toda a disciplina.

A educação em arte própria, o desenvolvimento do pensamento artístico e da


percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentindo á
experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e
imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e
conhecer as formas produção por ele e pelos colegas, pela natureza e nas
diferentes culturas.

Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a


relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir, que
podem criar um campo de sentindo para a valorização do que lhe é próprio e
favorecer a abertura, a riqueza e á diversidade da imaginação humana. Além disso,
torna-se capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo
objetivos e formas que estão a sua volta, no exercício de uma observação critica do
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que existe na sua cultura, podendo criar condições para uma qualidade de vida
melhor.

Durante a disciplina tive aulas de oficio com sucata, fizemos vários


brinquedos lindos, que podem ser feitos junto com as crianças na sala de aula. A
professora passou um trabalho para cada equipe, todos feito com material reciclável
passamos uma semana confeccionando, todos da equipe, mas valeu apena ficaram
lindos os quadros todos com as fotos de alguns pontos de Arapiraca. Fizemos a
exposição no pátio do Costa Rego, todas as esquipes, foi um dia maravilhoso e com
várias apresentações culturais, ficou tudo muito organizado e lindo.

Figura 19

Figura 20
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MINHAS EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO

7.1 ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO

A disciplina de Estágio de Observação que é bem tranquilo, fizemos em


equipe de três, foi bom, mas o melhor mesmo foi o de regência que foi em dupla. Eu
e minha colega Cecília, estagiamos duas semanas na Escola Professor Jayme de
Altavilla, no bairro Baixão de Arapiraca-Al com a turma de 1° ano, educação Infantil,
a nossa professora orientadora, Maria José de Brito Araújo.

O estágio de licenciatura é uma experiência da Lei de Diretrizes e Bases da


educação (N° 9.394/96). O estágio é necessário à formação profissional a fim de
adequar essa formação às expectativas do mercado de trabalho onde o licenciado
irá atuar, assim o estágio dá oportunidade de aliar a teoria à prática.

A prática em sala de aula nos leva a refletir como será nosso dia-a-dia sendo
professor. Enquanto estamos estudando apenas as teorias, não temos ideia do que
é está frente a uma classe com 30 ou 40 alunos. Onde cada uma dessas crianças
tem sua peculiaridade. Ou que cada indivíduo aprende de um jeito, e o professor
deve está preparado e atento, sempre refletindo sobre sua prática educativa.

A experiência vivida através da prática em sala de aula me mostrou


claramente o que significa ser professor. Saber como explicar como determinado
conteúdo ao aluno. Que um texto, como a historia dos "três porquinhos", por
exemplo, pode ser usado como eixo temático para trabalhar além da leitura,
geografia, ciências naturais. Portanto, é no estágio prático em sala de aula, que o
professor tem a oportunidade de se aperfeiçoar, para exercer com êxito sua futura
profissão. A primeira concepção que deve nortear o papel do professor é: "Aprender
a ensinar" e "ensinar é aprender". Ambas constituem um processo dinâmico onde
um não existe sem o outro. Ensinar pressupõe um aprendizado.

7.2 ESTÁGIO DE GESTÃO ESCOLAR


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Logo em seguida tive a disciplina de Estágio e Gestão Escolar com a


professora Gleyce Kelly da Silva Souza. Eu fiz o estágio na escola professor Jayme
de Altavilla, foi outra experiência de muita aprendizagem. O estágio tem como
finalidade a participação da rotina escolar e demonstração dos conhecimentos
adquiridos durante a realização do estagio de Gestão.

Durante o estagio, ficou claro que mudar não é fácil, nem rápido, embora seja
necessário e urgente. Portanto, cabe à escola tornar-se um dos agentes desta
mudança social e constitui-se num espaço democrático, garantindo ao educador o
direito de usufruir da construção do ser conhecimento, oferecendo aos professores
da educação continuada no sentido de se sentirem comprometidos com a qualidade
da educação, viabilizando uma gestão mais democrática e atuante, criando
propostas que intervenham na superação dos problemas e na aprendizagem.

7.3 ESTÁGIO DE NÍVEL MÉDIO

Logo após tive a disciplina Fundamentos Históricos Filosóficos da Educação II


com a professora Juracilene Ramos, um amor de pessoa e uma profissional
excelente. A turma foi estagiar nas escolas do Estado no ensino médio com a
disciplina de Sociologia.

O estágio ocorreu no período das ocupações dos alunos nas escolas contra a
Pec 241. Mesmo assim, fomos para a Escola Estadual Professora Izaura Antônia
Lisboa - EPIAL, conversarmos muito com os alunos e fizemos muitas perguntas e
percebemos que esses alunos estavam ali com muita responsabilidade, não

Figura 21 Figura 22
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estavam brincando. Tudo muito organizado, as tarefas divididas. A escola estava


limpa e tinham momentos das atividades educacionais, onde alguns professores
estavam presentes dado todo o apoio, principalmente o professor Helder de
sociologia que deu uma aula maravilhosa para todos os presentes.

Diante das observações, ficou clara a força de vontade dos alunos, pois os
mesmos estão representando uma sociedade que, no entanto, não estão nem aí
para os acontecimentos assustadores presentes na nossa sociedade brasileira.
Esses jovens estão lutando por seus direitos, direitos esses conquistados com muita
luta durante muito tempo, e que, hoje querem tirar facilmente, como se não fosse
importante uma educação de qualidade para todos, saúde, transporte e etc.

É preciso um grande e forte movimento para não permitir que a educação


seja tratada como uma coisa qualquer, é necessário avançar nos questionamentos e
combater aos ataques a educação pública

Esses alunos que ocuparam as escolas são disciplinados e capazes de liderar


um movimento tão importante para o bem da sociedade, sociedade essa que não
faz nada para mudar a educação, e avançar para um mundo ideal onde todos
possam exercer seu talento e criatividade. Nesse sentido, o estado deve nos
fornecer saúde, transporte, moradia, segurança e ensino de qualidade. É pensando
nessa sociedade ideal, que esses jovens se mobilizam unidos e com muita
responsabilidade.

Observei durante a aula de sociologia com o professor Helder Pereira que os


alunos participam da aula com debates e discussões sobre o assunto em pauta. Os
alunos tiveram também o apoio de alguns professores durante a ocupação, pois os
mesmos estavam sempre presentes na escola com palestras, aulas dinâmicas,
rodas de conversas, entre outras atividades diárias. Durante a ocupação os alunos
tinham rotina, regras a serem cumpridas com muita responsabilidade.

É possível e necessário unir forças e criar movimentos por uma educação


pública de qualidade e para todos.
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CONCLUSÃO

Interessante o quanto esse trabalho me proporcionou uma viagem no tempo.


Tempo este, que por sinal, passa muito rápido e que as vezes não percebemos e
deixamos as oportunidades passarem por nossas vidas sem o devido
aproveitamento. Foi muito significante resgatar momentos importantes da minha
história e observar as dificuldades e os obstáculos que foram transpostos no
decorrer da minha vida. Entanto, analisando hoje vejo que foi necessário ter
enfrentando-os sem desistir em nenhum momento, pois os mesmos foram de
importância e aprendizado ímpar e me transformaram na mulher que sou hoje.

Tive que fazer muitas escolhas e tomar decisões, pois as mesmas me


proporcionaram crescimento pessoal e profissional. As dificuldades enfrentadas me
permitiram ser ainda mais forte para enfrentar as diversas situações que a vida e
encarrega de apresentar.

Aprendi a valorizar o que a vida me oferece. Aprendi a valorizar os que me


querem bem, a começar pela minha família. Percebi que conhecimento sem amor é
vazio, viver sem amor é não encontrar sentido para a vida.

Sei que não foi possível realizar tudo o que desejo, mas tudo tem seu tempo,
mesmo assim, me sinto muito feliz com tudo que tenho, e vou continuar a buscar
sempre meus sonhos e objetivos.
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REFERÊNCIAS

LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e Pedagogos, Para Quê? 9. Ed. São Paulo:


Cartaz, 2007 Matos, E. L. M. Pedagogia Hospitalar. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

WALLON, H. A evolução psicológica da criança, Lisboa: Edições 70, 1968.


Artigos feitos por Rafaela Vale S. Gomide.

HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In: Identidade e diferença, a


perspectiva dos estudos culturais. Tomas Tadeu da Silva et al(org) 14ª edição –
Petropoles. RJ: Vozes, 2014 pp. 103 – 131.

OLIVEIRA, Zelma Ramos de. Educação Infantil. Fundamentos e métodos.


São Paulo, 2002.
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ANEXOS
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