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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE


CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Bruno Casillo de Souza

Abordagem das Relações Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente


(CTSA) em Livros Didáticos de Biologia do Ensino Médio

São Paulo
2011
Bruno Casillo de Souza

Abordagem das Relações Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente


(CTSA) em Livros Didáticos de Biologia do Ensino Médio

Projeto do Trabalho de Graduação


Inter-disciplinar apresentado à
Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Rita de Cássia Frenedozo

São Paulo
2011
AGRADECIMENTOS

É difícil agradecer todas as pessoas que de algum modo, nos momentos serenos
e ou apreensivos, fizeram ou fazem parte da minha vida, por isso primeiramente agradeço à
todos de coração.

Agradeço à Universidade Presbiteriana Mackenzie (CCBS), a minha


orientadora Professora Rita de Cássia Frenedozo por aceitar fazer parte desta caminhada,
trazendo contribuições para o enriquecimento deste estudo.

Aos meus pais Vera Regina Casillo de Souza e Ivanir de Souza, por serem meu
alicerce e por sempre me apoiarem em todos os momentos da minha vida.

Aos meus colegas de curso com quem passei a grande maioria dos meus dias,
com quem aprendi muitas coisas, com quem passei momentos alegres e momentos tristes, e
que com certeza serão futuros excelentes profissionais.

A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para que este


trabalho fosse concluído com sucesso. Principalmente ao Damiati pelas informações sobre os
livros mais utilizados nas escolas estaduais da cidade de São Paulo.

E finalmente agradeço a Deus, por proporcionar estes agradecimentos à todos


que tornaram minha vida mais afetuosa, além de ter me dado uma família maravilhosa e
amigos sinceros. Deus, que a mim atribuiu alma e missões pelas quais já sabia que eu iria
batalhar e vencer, agradecer é pouco. Por isso lutar, conquistar, vencer e até mesmo cair e
perder, e o principal, viver é o meu modo de agradecer sempre.
RESUMO

Estudos sobre livro didático devem-se ao fato de ser o recurso mais utilizado
pelo professor na preparação das aulas como única fonte de informação. Portanto, é
necessário um olhar crítico para o material uma vez que ele se constituirá parte da rotina
escolar e do conhecimento do aluno sobre as relações entre o fazer ciência, a produção da
tecnologia e suas relações com a sociedade e o ambiente.
A introdução da abordagem CTSA (Ciência/Tecnologia/Sociedade/Ambiente)
nos currículos de Ciências pode ser uma alternativa para adequar os conteúdos ensinados a
uma nova compreensão dos conteúdos científicos em relação às aplicações tecnológicas
(CUNHA, 2006).
Este trabalho teve como objetivo analisar conteúdos que tratavam sobre Meio
ambiente e recursos humanos nos livros didáticos de Biologia analisados, verificar se o
movimento CTSA estava presente e como é abordado o movimento CTSA.
Os métodos utilizados foram através da escolha de livros didáticos de biologia
do Ensino Médio, tendo como referência o Programa Nacional do Livro Didático para o
Ensino Médio-PNLEM/2007, depois foram escolhidos 4 livros mais utilizados pelas escolas
estaduais do estado de São Paulo.
As análises feitas foram baseadas no trabalho de Sá e Santin (2009) na qual
foram usados dois quadros com quesitos elaborados para a análise dos livros. Esses quesitos
levam numeração de um a cinco conforme o tipo de aplicação dos quesitos do conteúdo.
Os resultados mostraram que, em geral, as relações CTSA não estão totalmente
contempladas nos conteúdos investigados. Os resultados com relação aos textos abordados
mostram dentre os livros analisados com relação ao texto apresentado, o livro que melhor se
saiu com relação a todos os quesitos foi o livro de número quatro (Conceitos de Biologia –
Genética, Evolução e Ecologia de José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho,
Volume 3, 1ª edição, Editora Moderna, 2001) porque é o livro que apresenta as melhores
notas. Já com relação às atividades propostas aos alunos o livro que melhor se saiu foi o
número três (Biologia de José Arnaldo Favaretto e Clarinda Mercandante, Volume único, 1ª
edição, Editora Moderna, 2005) porque foi o que teve as melhores notas.
Palavras chaves: livro didático, abordagem CTSA, conteúdo cientifico, currículo
ABSTRACT

Studies on the textbook are due to being the most used resource in the teacher
preparation classes as the sole source of information. Therefore, you need a critical look at the
material since it will be part of routine school and the student's knowledge about the
relationship between doing science, production technology and their relations with society
and the environment.
The introduction of STSE approach (Science/Technology/Society/
Environment) curricula in science can be a method to improve the content taught to a new
understanding of scientific content in relation to technological applications (Cunha, 2006).
This study aimed to analyze content that dealt on Environment and Human
Resources in Biology textbooks analyzed to determine whether the STSE movement was
present and as we approached the STSE movement.
The methods used have been through the selection of textbooks for high school
biology, with reference to the National Program of Textbooks for Teaching Médio-
PNLEM/2007, were chosen after four books used by most state schools in the state of São
Paulo.
Analyses were made based on work by Sa and Santin (2009) in which we used
two frames with items designed to examine the books. These questions lead numbering from
one to five depending on the type of application of the requirements of the content.
The results showed that, in general, the relationships are not fully covered
STSE the contents investigated. The results discussed in relation to the texts show among the
books reviewed in relation to the text presented, the book that is best left with respect to all
issues was the number four book (Concepts of Biology - Genetics, Evolution and Ecology of
Jose Mariano Amabis and Gilberto Rodriguez Martho, Volume 3, 1st edition, Editora
Moderna, 2001) because it is the book that presents the best grades. Now with regard to the
proposed activities to the students the best book that came out was the number three (Biology
José Arnaldo Favaretto and Clarinda Mercandante, Single Volume, 1st edition, Editora
Moderna, 2005) because that was what had the best grades.
Keywords: Textbook, movement STSE, scientific content, curriculum
SUMÁRIO

1. Introdução..................................................................07
2. Objetivos.....................................................................10
3. Justificativa.................................................................10
4. Fundamentação Teórica............................................11
5. Procedimentos Metodológicos...................................19
5.1. Escolha dos livros....................................................19
5.2. Análise do conteúdo sob o movimento CTSA.......20
6. Resultados e Discussão...............................................22
6.1. Análise dos conteúdos dos livros segundo a abordagem
CTSA...............................................................................25
6.2. Análise das atividades propostas para os alunos..55
7. Conclusão ...................................................................71
8. Cronograma................................................................72
9. Bibliografia..................................................................73
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1. INTRODUÇÃO

O debate sobre a situação do ensino em ciências no Brasil começou a ser mais


intenso a partir da década de trinta quando foi criado o Ministério da Educação Saúde e
Cultura (PRETTO, 1995) e se intensificou ao longo dos anos com o aparecimento de novas
tecnologias que podem ajudar no ensino, pois aumentam as possibilidades de busca por
informações e fazem com que as informações cheguem mais rápido até nós. Esses novos
equipamentos (TV, rádio, internet, jornais, revistas, bibliotecas eletrônicas, computadores e
entre outros.) que ajudam a buscar e passar informações e com isso o desenvolvimento das
tecnologias tem que se relacionar com os métodos tradicionais de transmissão do
conhecimento, ou seja, a influência da ciência e das tecnologias está claramente presente no
dia-a-dia de cada cidadão.
Pensando nisso, para se ter uma visão do currículo praticado nas escolas de
Ensino Médio, vários elementos devem ser considerados e explorados, pois estes se
constituem em importantes indicadores das características do ensino desenvolvido nas
escolas. Um dos elementos que foi explorado nesse projeto de pesquisa é o recurso didático
mais utilizado na escola no Ensino Médio – o livro didático.
A preocupação com o livro didático vem desde a década de trinta, mas
acentuou-se na década de 50 e ao longo dos anos onde foram criados vários projetos e
políticas com o intuito de o governo melhorar os problemas que apareceram ao longo dos
anos com relação ao sistema educacional e aos livros didáticos. Por exemplo, os programas
relacionados ao livro didático: o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o Programa
Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) e o Programa Nacional do Livro
Didático para Alfabetização de Jovens e Adultos (PNAL).
As políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de ensino devem
levar em conta o compromisso com a melhoria e ampliação dos recursos didáticos disponíveis
para o trabalho docente e para o efetivo apoio ao desenvolvimento intelectual do aluno
(PNLEM, 2009).
De uma maneira geral, o livro didático ainda é um poderoso recurso didático
segundo o Relatório da Comissão Internacional para a UNESCO (1998) que ainda considera o
livro didático “o suporte mais fácil de manejar e mais econômico” (DELORS, 1998, p. 192),
pois tem sido de uma forte influência no contexto escolar, fazendo parte da prática diária dos
alunos e dos professores e é o recurso mais utilizado pelos professores para planejar e
executar suas aulas, ou seja, ele é um objeto a serviço da relação professor-aluno. Isso ocorre
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pelo fato de que o livro didático é o recurso de mais fácil acesso. Também se pode considerar
que a insuficiência de salas de aula, ausência de uma política mais séria de formação de
professores, ausência de uma política mais séria de capacitação de professores e as difíceis
condições de trabalho dos docentes ajudam na escolha do livro didático como recurso
principal a ser utilizado, ou seja, a precária situação do sistema educacional faz com que o
livro didático seja utilizado como a principal fonte de ensino e consequentemente acabe
determinando conteúdos e condicionando estratégias de ensino e muita das vezes o único
recurso disponível de ensino.
Mas não podemos esquecer que o livro didático não será o único material a ser
usado por professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem, devido ao fato do
aparecimento de novas tecnologias ao longo dos anos que se relacionam e se interligam com
os métodos tradicionais de ensino e aprendizagem e, portanto a relação ou movimento CTSA
(Ciência/Tecnologia/Sociedade/Ambiental) propõe que os conhecimentos básicos sobre
ciência e tecnologia sejam incorporados à cultura da população, e esta proposta surgiu da
discussão da necessidade de se estabelecer novos caminhos para o ensino, mais
especificamente o Ensino de Biologia. Segundo Fourez (1995 apud SANTOS e MORTIMER
2002) a principal proposição dos currículos com ênfase em CTSA é disponibilizar as
representações que permitam ao cidadão agir, tomar decisão e compreender o que está em
jogo no discurso dos especialistas e não de se tratar de mostrar as maravilhas da ciência.
Observa-se que o Ensino de Biologia, ao longo do tempo, mostra-se
desconectado da realidade, dos problemas sociais e de sua interação com a tecnologia. O livro
didático oferece uma imagem de ciência empirista e cumulativa, que não leva em conta os
aspectos qualitativos do tipo histórico, sociológico, humanista e tecnológico e de suas
relações. Por essas e outras razões, aparecem manifestações em defesa da mudança nos
conteúdos desenvolvidos no Ensino de Ciências na escola (CUNHA, 2006).
Se considerarmos que a escola pode contribuir para a formação do cidadão, o
Ensino de Ciências, de alguma forma, deve cumprir seu papel na compreensão dos fenômenos
e tecnologias. Mas para que isso ocorra, é necessário rever os conteúdos desenvolvidos no
Ensino Médio a fim de atender às necessidades de uma sociedade que mudou e que está em
constante mudança (CUNHA, 2006, p. 123-124). Os livros didáticos de Biologia vêm
apresentando conteúdos inalterados por anos e que não estabelecem relações com a
Tecnologia e a Ciência. Como atualmente há uma necessidade, cada vez maior, da
compreensão dos conhecimentos científicos e das aplicações tecnológicas desses
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conhecimentos é necessário que os conhecimentos sejam incorporados aos currículos de


ciências e o contexto do dia-a-dia do aluno.
Uma maior aproximação entre a escola e o cotidiano, entre o ensino de ciências
e o contexto que o aluno vive no seu dia-a-dia, poderá superar alguns dos problemas
enfrentados por esse ensino, que é baseado na memorização por parte dos alunos dos
conteúdos passados aos mesmos e que pouco ou nada têm contribuído para formação do aluno
(CUNHA, 2006).
Embora a análise dos livros didáticos retrate o conteúdo que os professores têm
disponível para desenvolver em sala de aula, ele não é um fator limitante do trabalho do
professor. O livro didático por si só não pode retratar todo o conteúdo pedagógico que é dado
em sala de aula, já que as aulas podem ser dinâmicas na discussão de assuntos relevantes e de
temas de interesse dos alunos e professores. Contudo, o livro parece ser o recurso mais
utilizado pelos professores.
Além disso, os livros didáticos devem ser avaliados para saber se realmente os
temas apresentados são relevantes e válidos para a formação dos alunos, avaliar a forma que o
conteúdo é abordado e se estão de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
no caso do Ensino Médio.
O que motivou a realização desse projeto foi saber a consistência com que o
tema meio ambiente interage com a Tecnologia, a Sociedade e o Ambiente, pois com essa
interligação o aluno pode desenvolver como diz segundo Auller (2001 apud OLIVEIRA,
2008) os pensamentos críticos e a independência intelectual promovendo a compreensão da
ciência no desenvolvimento de novas tecnologias e sua relevância no contexto social em que
são inseridas.
Tendo em vista que a utilização de recursos complementares, como artigos,
reportagem, materiais paradidáticos, entre outros, pelo professor no seu papel de educador é
benéfica ao ensino, será proposto aqui um material ao qual tem como objetivo auxiliar o
tratamento desse tema na educação dos jovens no Ensino Médio.
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2. OBJETIVOS
Frente às questões anteriormente apresentadas foram objetivos do presente
estudo:
- analisar os conteúdos de Ecologia, mais precisamente as relações do homem
com o uso dos recursos naturais em livros didáticos de biologia utilizados no Ensino Médio;
- verificar a ocorrência do movimento CTSA (Ciência/Tecnologia/
Sociedade/Ambiente) nesses conteúdos;
- verificar como é a abordagem CTSA dentro dos conteúdos de Ecologia.

3. JUSTIFICATIVA

Segundo Oliveira (2008), no ensino formal devido à falta de recursos


financeiros, os recursos didáticos se tornam restritos, tornando às vezes difícil o acesso a
outros tipos de recursos como internet, bibliografia variada e etc; E o que ocasiona na
utilização do principal recurso disponível que são os livros didáticos. Este material vem sendo
utilizado pelos professores como a única fonte de informação. Para que ainda segundo
Oliveira (2008), seja possível constituir com os alunos uma postura que leve à leitura crítica
do mundo, é necessário então, também olhar com criticidade o material que, ao fazer parte da
rotina escolar, constituirá parte do conhecimento do aluno sobre as relações entre o fazer
ciência, a produção da tecnologia e suas relações com a sociedade e o ambiente.
Então é importante sabermos se nos livros didáticos analisados apresentam a
abordagem CTSA (Ciência/Tecnologia/Sociedade/Ambiente), pois segundo Cunha (2006), a
introdução dessa abordagem nos currículos de ciências, pode ser uma alternativa para adequar
os conteúdos ensinados a uma nova compreensão dos conteúdos científicos em relação às
aplicações tecnológicas desse conhecimento nos dias de hoje, ou seja, os conteúdos devem
atender as necessidades de uma sociedade como, por exemplo: os alunos podem ser
estimulados a participar democraticamente da sociedade por meio da expressão de suas
opiniões, refletindo as relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade. Esta análise não
poderá ser isolada de fatores sociais, éticos e de valores, pois estes fazem parte do indivíduo e
de suas relações, sendo por eles afetados. Lembrando que as questões sociais englobariam os
aspectos políticos, interesses econômicos etc.
Com a presença da abordagem CTSA em livros didáticos saberemos o quanto
os conteúdos apresentados nos livros de biologia de Ensino de Médio segundo Caamaño
(1995) apud CUNHA (2006) abarcam os interesses, as motivações e as necessidades dos
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alunos como futuros cidadãos. Dá-se para compreender, a partir dos conceitos e teorias da
ciência, o mundo físico e tecnológico que rodeia os alunos, seu próprio corpo e o planeta em
que vivem.
Segundo Ramsey (1993) apud SANTOS e MORTIMER (2002), analisando os
livros didáticos dá para evidenciar como os contextos social, cultural e ambiental, nos quais se
situam a ciência e a tecnologia, influenciam a condução e o conteúdo das mesmas; como
ciência e tecnologia, por sua vez, influenciam aqueles contextos e como ciência e tecnologia
tem efeitos recíprocos e suas inter-relações variam de época para época e de lugar para lugar.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No emaranhado de relações atuais que configuram a realidade pessoal e social
dos indivíduos, não se pode menosprezar o papel da alfabetização científica e da tecnologia na
formação de uma cidadania responsável (FREITAS e SOUZA, 2004).
Como se observa nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002),
diariamente grandes quantidades de informações veiculadas pelos meios de comunicação se
refere a fatos cujo completo entendimento depende do domínio de conhecimentos científicos.
Nesses últimos anos, em especial, os conhecimentos biológicos têm, por essa
via, estado presentes em nossas vidas com uma freqüência incomum, dado avanço dessa
ciência em alguns domínios. Segundo Pretto (1995), as tecnologias ajudam no ensino fazendo
com que se tenha uma maior oportunidade de se passar os conhecimentos, através da
possibilidade de busca por informações com uma velocidade espantosa, e por isso os
desenvolvimentos das tecnologias têm que se relacionar com os métodos tradicionais de
transmissão do conhecimento, ou seja, as influências da ciência e das tecnologias estão
claramente presentes no dia-a-dia de cada cidadão.
Apesar de a ciência ser parte, direta ou indireta da realidade vivida pelas
pessoas, poucas vezes, é apresentada para os alunos a relação entre ciência, tecnologia,
sociedade e ambiente. A sociedade está usufruindo produtos da ciência, sem muitas vezes,
compreenderem os prós e contras dos mesmos. Neste sentido, percebe-se a necessidade da
escola em contribuir para a formação de pessoas capazes de opinar a respeito dos destinos da
ciência, de suas realizações e limitações (FREITAS e SOUZA, 2004).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002), aprender
Biologia na Escola Básica permite ampliar o entendimento sobre o mundo vivo e,
especialmente, contribui para que seja percebida a singularidade da vida humana
relativamente aos demais seres vivos, em função de sua incomparável capacidade de
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intervenção no meio. Compreender essa especificidade é essencial para entender a forma pela
qual o ser humano se relaciona com a natureza e as transformações que nela promove. Ao
mesmo tempo, essa ciência pode favorecer o desenvolvimento de modos de pensar e agir que
permitem aos indivíduos se situar no mundo e dele participar de modo consciente e
conseqüente.
Segundo Ferreira e Selles (2003) o conhecimento científico passa por
modificações, mediadas por contextos político-históricos, denominadas transposição didática,
e se transforma em um saber a ser ensinado, característico do ambiente escolar, encontrado,
por exemplo, nos livros didáticos. Por conseguinte, os livros didáticos são produtos culturais,
construídos de modo específico para atender às finalidades sociais próprias da escolarização.
Tradicionalmente, os livros didáticos estão sempre presentes nas instâncias
formais de ensino, fazendo parte do currículo escrito desenvolvido no ambiente escolar.
Pesquisas investigam os fatores que interferem na produção desses materiais de ensino e
como o uso desses manuais didáticos pode vir a influenciar o trabalho docente e a formação
dos educandos (STELLING, 2007).
O livro didático é o principal recurso utilizado no sistema de ensino, seja como
fonte de pesquisa bibliográfica, seja como fonte de consulta para o aluno e para o professor,
como proposta de exercício e projetos e, muitas vezes, como a única fonte de informação que
o docente dispõe para trabalhar com seus educandos (Stelling, 2007; Detregiachi e Arruda,
2003; Leão e Megid Neto, 2003).
Ribeiro et al. (2001), afirmam a importância da análise de livros didáticos ao se
investigar as limitações das linguagens que estão nos textos, os modos de subjetividade, o
papel do imaginário e dos valores culturais presentes em determinado contexto sócio-
histórico, assuntos que necessitam ser discutidos e problematizados pelos professores com
seus alunos.

Relação CTSA e o Ensino de Ciências:

O movimento Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente – CTSA – surgiu no


contexto histórico em contraposição a um modelo de desenvolvimento científico e
tecnológico e às consequências ambientais trazidas pelo desenvolvimento. O desenvolvimento
científico e tecnológico foi, inicialmente, visto como necessário e que traria benefícios ao
mundo e à sua população.
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Mas, nas décadas de 1960 e 1970 já era possível perceber a degradação


ambiental, bem como a vinculação do desenvolvimento científico e tecnológico a fatos e
acontecimento não tão agradáveis, tais como os ocorridos nas guerras (as bombas atômicas, a
guerra do Vietnã com seu napalm desfolhante). Esses fatos fizeram com que a ciência e a
tecnologia se tornassem alvo de um olhar mais crítico, uma vez que estavam degradando o
planeta (NASCIMENTO, 2007).
Esse movimento, junto com outros que surgiram paralelamente, passou a
influenciar nas propostas curriculares de ensino de ciências, sobretudo na década de 1980 e
1990. Ele não é um movimento consensual, mas já há algumas evidências de mudanças no
ensino provocadas pelo mesmo. Existe, hoje, uma atenção especial nos livros didáticos com
assuntos relacionados à ciência e suas relações com o meio-ambiente, isso porque estudantes
que têm hoje em sua formação assuntos dedicados à dimensão CTSA podem desenvolver
visões mais críticas e mais questionadoras enquanto cidadãos. A incorporação de dimensões
CTSA em livros didáticos, em diferentes níveis educacionais ou a conscientização científica
sobre os problemas da conservação do planeta e de problemas ambientais é muito importante
para a construção de cidadãos corresponsáveis com a conservação e manutenção do planeta
em que vivemos.
A conciliação entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente é uma
possibilidade real, capaz inclusive, de incrementar a produção científica e tecnológica com a
redução do consumo de recursos naturais e dos impactos ambientais. Considera-se que essa
perspectiva tem trazido contribuições importantes para a educação ao questionar o estatuto da
ciência e da tecnologia diante dos atuais desafios relacionados ao desenvolvimento e à
sustentabilidade (BORGES et al., 2010).
Segundo Fourez (1995) apud SANTOS e MORTIMER (2002), a principal
proposição dos currículos com ênfase em CTSA é disponibilizar as representações que
permitam ao cidadão agir, tomar decisão e compreender o que está em jogo no discurso dos
especialistas e não de tratar de mostrar as maravilhas da ciência. O objetivo da educação
numa abordagem CTSA segundo Santos e Mortimer (2002), é o de possibilitar o
conhecimento científico para os estudantes, auxiliando-os “a construir conhecimentos,
habilidades e valores necessários para tomar decisões responsáveis sobre questões de Ciência
e Tecnologia na sociedade e atuar na solução de tais questões”.
No campo da educação científica o movimento CTSA encontra ressonância
com as idéias de Paulo Freire por apoiar um ensino mais humanista das ciências e ter em vista
a conscientização social de que a ciência e a tecnologia também são elementos da cultura e
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que sala de aula tem de ser concebida como um ambiente educativo que seja ela própria um
ambiente de cidadania (SANTOS, 2001). Ainda, segundo Borges et al. (2010), o ensino e o
aprendizado não podem mais se basear em concepções superficiais idealizadas no
desenvolvimento científico e tecnológico, sem considerar suas conseqüências sócio-
ambientais.
O aprender sobre ciência numa perspectiva CTSA tem a ver com a
compreensão da natureza, dos propósitos, do ethos e da história da ciência (SANTOS, 2004).
Uma compreensão que, procurando dar a conhecer por dentro os procedimentos da ciência,
tem presente que nem todos os fatores condicionantes são interiores ao trabalho científico.
Uma compreensão que não deixa de fora nem a tecnologia nem a sociedade; que questiona o
estatuto e propósitos do conhecimento científico; que, para além dos processos, incide nas
convicções, nos valores e nos fatores sociais e instrumentais da ciência. O ensino sobre
ciência que tem em conta o ethos da ciência atual constitui um foco importante da
aprendizagem CTSA não só pelo seu papel como suporte da aprendizagem do conteúdo
científico com sucesso, mas também por razões utilitárias, democráticas, culturais e morais –
razões de cidadania (SANTOS, 2004).
Segundo Amorim (1995), esse movimento de inovação dentro do currículo de
Ciências e Biologia, têm-se destacado, a partir da década de 1980, na qual os avanços das
forças produtivas e as exigências colocadas pelo trabalho produtivo foram, cada vez mais,
alterando a posição da ciência e da tecnologia na sociedade. Hoje, espera-se que tanto a
ciência como a tecnologia sejam produzidas em benefício da nação e incluídas como
prioridade em planos nacionais e de desenvolvimento (DAL PIAN, 1992).
O movimento CTSA apresenta um caráter interdisciplinar, manifestando a
preocupação central com os aspectos sociais relativos às aplicações da ciência e tecnologia, o
que se vincula diretamente à formação da cidadania (BORGES et al., 2010) e, contudo a
articulação entre as áreas envolve uma sintonia de tratamentos metodológicos e, no presente
caso, pressupõe a composição do aprendizado de conhecimentos disciplinares com o
desenvolvimento de competências gerais. Só em parte essa integração de metas formativas
exige, para sua realização, projetos interdisciplinares, concentrados em determinados
períodos, nos quais diferentes disciplinas tratem ao mesmo tempo de temas afins (BRASIL,
2002).
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O tema meio ambiente nos PCNS e nos livros didáticos:

Nas diretrizes e parâmetros que organizam o Ensino Médio, a Biologia, a


Física, a Química e a Matemática integram uma mesma área do conhecimento. São ciências
que têm em comum a investigação da natureza e dos desenvolvimentos tecnológicos,
compartilham linguagens para a representação e sistematização do conhecimento de
fenômenos ou processos naturais e tecnológicos. As disciplinas dessa área compõem a cultura
científica e tecnológica que, como toda cultura humana, é resultado e instrumento da evolução
social e econômica, na atualidade e ao longo da história. Portanto o tema ambiental pode
aparecer nas diferentes disciplinas como na Física, na Química, na Geografia, na própria
Biologia, pois se trata de um tema interdisciplinar.
Segundo os Parâmetros Curriculares (BRASIL, 2002), na Biologia o tema
Meio Ambiente pode vir abordado dentro de temas estruturadores como, por exemplo, a
Interação entre os seres vivos na qual este tema reúne conteúdos que permitem, em essência,
desenvolver a concepção de que os seres vivos e o meio constituem um conjunto
reciprocamente dependente. Vida e meio físico interagem resultando em uma estrutura
organizada, um sistema. Portanto compreender a organização sistêmica da vida é essencial
para perceber o funcionamento do planeta e a idéia de que as modificações ocorridas em
determinados componentes do sistema interferem em muitos outros, alterando as interações e,
não raramente, desorganizando-as definitivamente ou por um longo tempo, até que se
equilibrem novamente. A noção de sistema também põe em evidência o fato de que o ser
humano é, ao mesmo tempo, agente e paciente das transformações e possibilita dimensionar o
significado dessas modificações para a evolução e permanência da vida no planeta.
Segundo os Parâmetros Curriculares (BRASIL, 2002), na Química o tema
Meio Ambiente pode vir abordado dentro de temas estruturadores como, por exemplo, o tema
estruturador chamado de Química e atmosfera que trata de fontes e efeitos da poluição
atmosfera; pode vir dentro de temas como Química e Hidrosfera na qual se pode reconhecer a
água como veículo de contaminantes e poluentes, compreender seu papel e efeitos nesses
transportes, a hidrosfera como fonte de recursos materiais, perturbações na hidrosfera
produzidas por ação humana etc. Pode vir dentro do tema Química e Litosfera na qual se trata
de perturbações na litosfera e a litosfera como fonte de recursos materiais; pode vir dentro do
tema Química e Biosfera no qual se trata de materiais fósseis e seus usos e as perturbações na
biosfera, e por fim, pode vir dentro do tema Modelos quânticos e propriedades químicas no
qual se trata da constituição nuclear e propriedades físico-químicas.
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Então os temas estruturadores permitem entender como o ser humano tem


produzido materiais a partir dos recursos disponíveis na Terra e vem modificando o ambiente
e os seus estilos e qualidade de vida. E também enfocam os materiais extraídos e sintetizados
pelo homem na atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera, seus processos de produção, seus
usos e as implicações ambientais, sociais, econômicas e políticas deles decorrentes. Esse
conjunto de temas das várias “esferas” tem como fio condutor a sobrevivência do ser humano,
sob a ótica do conhecimento químico (BRASIL, 2002).
Segundo os Parâmetros Curriculares (BRASIL, 2002), na Matemática o tema
Meio Ambiente pode vir abordado em Variações de grandeza e em Análises de dados na qual
estes temas estruturadores permitem o desenvolvimento de várias competências relativas à
contextualização sócio-cultural, como a análise de situações reais presentes no mundo
contemporâneo e a articulação de diferentes áreas do conhecimento. Contribui também para a
compreensão e o uso de representações gráficas, identificação de regularidades, interpretação
e uso de modelos matemáticos e conhecimento de formas específicas de raciocinar em
Matemática.
Segundo os Parâmetros Curriculares (BRASIL, 2002), na Física o tema Meio
Ambiente pode vir abordado em temas estruturadores como Movimentos: variações e
conservações, Calor, ambiente uso de energia na qual em todos os processos que ocorrem na
natureza e nas técnicas, o calor está direta ou indiretamente presente. O estudo do calor pode
desenvolver competências para identificar e avaliar os elementos que propiciam conforto
térmico em residências ou outros locais, através da escolha adequada de materiais, tipo de
iluminação e ventilação. Pode, também, promover competências para compreender e lidar
com as variações climáticas e ambientais como efeito estufa, alterações na camada de ozônio
e inversão térmica, fornecendo elementos para avaliar a intervenção da atividade humana
sobre essas variações.
E por fim vir associado ao último tema estruturador abordado, Matéria e
radiação, na qual introduzir esses assuntos relacionados com a matéria e radiação no Ensino
Médio significa promover nos jovens competências para, por exemplo, ter condições de
avaliar riscos e benefícios que decorrem da utilização de diferentes radiações, compreender os
recursos de diagnóstico médico (radiografias, tomografias etc.), acompanhar a discussão sobre
os problemas relacionados à utilização da energia nuclear ou compreender a importância dos
novos materiais e processos utilizados para o desenvolvimento da informática.
Portanto os temas estruturadores da Física devem estar relacionados, com a
natureza e a relevância contemporânea dos processos e fenômenos físicos, cobrindo diferentes
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campos de fenômenos e diferentes formas de abordagem, privilegiando as características mais


essenciais que dão consistência ao saber da Física e permitem um olhar investigativo sobre o
mundo real.

Papel do professor no contexto do livro didático:

Segundo Vasconcelos e Souto (2003), a produção, escolha, utilização e


avaliação do livro didático envolve uma complexidade de agentes, um gigantesco mercado de
consumo e, principalmente, um objetivo de incalculável valor social: a melhoria da qualidade
de ensino. A escolha dos livros didáticos, numa perspectiva democratizada, exige dos
profissionais em educação muito mais que a mera observação de aspectos gráficos,
linguagem, ou atividades propostas. O envolvimento do professor na seleção dos recursos
didáticos, em especial do livro, deve estimular a definição de critérios que instrumentalizem o
processo de escolha e fomentem a discussão sobre os caminhos da educação.
Portanto segundo Cunha (2006), o professor é um elemento chave no processo
ensino e aprendizagem e também para as mudanças que se fazem necessárias nesse ensino.
Sem a participação do professor, qualquer tentativa de mudança pode naufragar. É o que
temos observado com algumas tentativas que são impostas através de órgãos governamentais.
O professor que não participa do processo de construção de propostas para o ensino também
não se sente comprometido com elas, fazendo com que as mudanças sejam, muitas vezes,
experiências desastrosas.
O professor pode se utilizar do livro didático para ensinar competências e
habilidades aos alunos. Segundo BRASIL (2002), um ensino por competências nos impõe um
desafio que é organizar o conhecimento a partir não da lógica que estrutura a ciência, mas de
situações de aprendizagem que tenham sentido para o aluno, que lhe permitam adquirir um
instrumental para agir em diferentes contextos e, principalmente, em situações inéditas de
vida. Trata-se, portanto, de inverter o que tem sido a nossa tradição de ensinar Biologia como
conhecimento descontextualizado, independentemente de vivências, de referências a práticas
reais, e colocar essa ciência como “meio” para ampliar a compreensão sobre a realidade,
recurso graças ao qual os fenômenos biológicos podem ser percebidos e interpretados,
instrumento para orientar decisões e intervenções. Partindo das competências gerais
estabelecidas pelos PCNEM, relativamente às disciplinas da área das Ciências da Natureza,
podemos detalhar a seguir algumas possíveis correspondências para as competências na área e
em Biologia.
18

Na área:
-Reconhecer e utilizar adequadamente, na forma escrita e oral, símbolos,
códigos e nomenclatura da linguagem científica.

-Ler, articular e interpretar símbolos e códigos em diferentes linguagens:


sentenças, equações, esquemas, diagramas, tabelas, gráficos e representações geométricas.

Na Biologia:
-Interpretar fotos, esquemas, desenhos, tabelas, gráficos, presentes nos textos
científicos ou na mídia, que representam fatos e processos biológicos e/ou trazem dados
informativos sobre eles.
-Relacionar conceitos da Biologia com os de outras ciências, como os
conhecimentos físicos e químicos, para entender processos como os referentes à origem e à
evolução da vida e do universo ou o fluxo da energia nos sistemas biológicos; os
conhecimentos geográficos e históricos para compreender a preservação ou a destruição dos
ambientes naturais e mesmo para compreender a produção do próprio conhecimento
biológico.

Ainda segundo Brasil (2002), cabe ao professor montar seu currículo


escolhendo conteúdos relevantes para os objetivos de ensino nas quais são tradicionalmente
previstos ou recomendados para cada uma das três séries. É importante salientar que não
possível ensinar tudo. Mesmo que se compacte o vasto conteúdo que se encontre nos livros
didáticos e se limite a transmitir informações prontas como verdadeiras inquestionáveis não se
estará ensinando tudo.
Segundo o Brasil (2002), o professor deve se utilizar dos livros didáticos no
processo de mediação, ao promover objetivamente a capacidade de pensar, e como já foi dito
possibilita a construção de competências para fazer inúmeras e inusitadas relações. Assim
sendo, a construção de um conceito passa por uma etapa intuitiva, mais subjetiva, voltada para
a experiência pessoal; uma etapa representacional, na qual existem possibilidades de se fazer
análises um pouco mais objetivas e, finalmente, uma etapa conceitual, na qual, por meio da
linguagem, o pensamento do aluno alcança níveis mais objetivos e generalizadores que
permitem aplicar o conhecimento a novas situações. Nesse processo, deve-se provocar a
motivação do aluno, ou seja, criar situações de desequilíbrio para despertar o interesse. Para
que isso ocorra, invariavelmente o professor deve propor situações-problema, desafios e
19

questões instigantes. Situações-problema mobilizam o aluno, colocam-no em uma interação


ativa consigo mesmo e com o professor; criam necessidades, provocam um saudável conflito;
desestabilizam a situação e paulatina e sucessivamente o vão auxiliando a organizar seu
pensamento.
Portanto a qualidade do livro didático adotado interfere no desempenho do
professor pois o conteúdo que o livro didático apresenta orienta a seleção de conteúdos e o
modo de apresentar a matéria na qual ao abordar esses conteúdos propostos pelo livro
didático, o professor, às vezes pode viver situações embaraçosas ao se questionar sobre a
validade e a importância de certos temas (GOLDAK e MARTINS, 1996).

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5.1 Escolha dos livros

Neste trabalho analiso um conjunto de livros didáticos, que foram aprovadas


pelo Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio, o PNLEM/2007. Dos livros presentes
no programa, analiso 4 deles, já que os outros dois não estavam disponíveis no momento da
análise, não sendo, portanto possível considerá-los. Os livros aprovados pelo Programa
Nacional são de diferentes autores e, por isso, uma vez trazendo o tema em questão, espera-se
que o abordem de maneira diferenciada um do outro.
Os métodos utilizados para a elaboração deste projeto foram feitos através da
escolha de livros didáticos de biologia do ensino médio. Alguns livros didáticos selecionados
tiveram como referência o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio–
PNLEM/2007 (Brasil, 2007), divulgado pelo Ministério de Estado e Educação através da
Portaria nº 501, de 14 de fevereiro de 2006. Da lista do PNLEM, na qual aparecem os livros
recomendados pelo Ministério de Estado e Educação e que são 10 livros didáticos de biologia
do Ensino Médio, foram escolhidos quatro livros didáticos que são os mais utilizados nas
escolas estaduais da cidade de São Paulo (Damiati, informação pessoal).

Os livros didáticos de biologia do Ensino Médio escolhidos foram:

1) LOPES, Sonia. BIO. Volume único, 1 ª edição, Editora Saraiva, 1999.

2) PAULINO, Wilson Roberto. Biologia (Genética, Evolução e Ecologia). Volume 3, 1ª


edição, Editora Ática, 2006.

3) FAVARETTO, José Arnaldo; MERCADANTE, Clarinda. Biologia. Volume único, 1ª


edição, Editora Moderna, 2005.
20

4) AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia –


Genética, Evolução e Ecologia. Volume 3, 1ª edição, Editora Moderna, 2001.

O capítulo analisado nos livros foi o que tratava das relações do homem com o
uso dos recursos naturais. Pode-se lembrar de que este tema vem sendo abordado nas escolas
estaduais tanto na 1ª série e novamente retomado na 3ª série do Ensino Médio.

5.2 Análises do conteúdo sob o movimento CTSA

Buscou-se fazer uma análise dos livros em que se verificasse aspectos de


conteúdo, particularmente como a intensidade com que as relações CTSA estavam
contempladas no texto, e sobre a qualidade das atividades propostas aos alunos. As análises
feitas foram baseadas no trabalho de Sá e Santin (2009) apresentadas nos Quadros 1 e 2.
Para cada um dos quesitos elencados nas tabelas foi atribuídos um valor numa
escala numérica que varia de 1 até 5, conforme abaixo:

5-a obra atende plenamente ao quesito.


4- a obra atende satisfatoriamente ao quesito.
3-a obra atende parcialmente ao quesito.
2-a obra atende de modo insuficiente ao quesito.
1-a obra não atende ao quesito.

Os valores numéricos foram apenas utilizados como referenciais, de modo que


não se pretendeu aqui executar uma análise quantitativa das obras, uma vez que ela não está
ancorada em referenciais de análise de texto ou de discurso, mas apenas na presença, em
maior, menor ou mesmo nenhuma intensidade, de proposições, frases e textos ou propostas de
trabalho reflexivas que vinculem o tema aos aspectos CTSA (SÁ E SANTIN, 2009). Os livros
foram chamados de L1, L2,L3 e L4. Sendo que L1 é o livro da Sonia Lopes, L2 é o livro do
Paulino, L3 é o livro do Favaretto e L4 é o livro do Amabis.

Os quadros 1 e 2 a seguir contêm os quesitos elaborados para a análise dos


livros didáticos de biologia do Ensino Médio e que devem ser atendidos, que a nosso ver, se
espera de uma obra que aborde minimamente as relações CTSA.
21

Quadro 1. Critérios de análise das relações CTSA contidas nos textos

Quanto aos textos Valor atribuído

1 - Os textos incentivam uma postura de respeito ao meio


ambiente e às pessoas
2 - Existem sugestões de leituras complementares
diversificadas para possibilitar uma melhor aprendizagem
e uma postura crítica do aluno
3 - Relacionam o tema com o cotidiano do aluno
4 - Discutem ou proporcionam a discussão das relações
de riscos
e benefícios dos desequilíbrios ambientais
5 - Discutem riscos ambientais decorrentes de possíveis
acidentes
6 - Mostram uma evolução histórica dos fatos e
acontecimentos
7 - Abrangem questões sociais, políticas e éticas

Quadro 2. Critérios de análise das atividades propostas nos livros

Quanto às atividades Valor Atribuído

1 - Apresentam atividades variadas e não apenas exercícios de


memorização
2 - Apresentam atividades em grupos que permitam o trabalho
cooperativo
3 - Propõem atividades que permitam e incentivam o respeito
às opiniões alheias
4 - As atividades sugerem e proporcionam diferentes análises
para os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e a busca
de novas respostas
5 - As atividades propostas permitem ou incentivam o aluno a
uma opinião crítica
22

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No livro de Lopes (1999), o tema homem e uso de recursos foi abordado no


capítulo 38 com o título “Poluição”. O capítulo tem início com uma introdução sobre o que é
poluição e suas causas e dá exemplos de poluições. Após a introdução, o texto do capítulo é
subdividido em 8 partes. Essas partes tratam sobre poluição do ar, poluição por
radioatividade, poluição sonora, poluição térmica, poluição pelo DDT e pelo mercúrio,
poluição por derramamento por petróleo. Além disso, existe no final do capítulo um texto (o
texto está em destaque, ou seja, apresentado dentro de um quadro e com cor de fundo
diferente) para reflexão com o título “Controle biológicos de insetos” na qual ele mostra
sobre o uso de pesticidas, sobre feromônios e sobre o peixe-do-paraíso que pode ser
considerado como alternativa para o controle biológico de pernilongos.
Nas atividades propostas aos alunos foram apresentadas questões dissertativas
que o aluno tem que usar seu conhecimento prévio para responder, apresenta testes e questões
discursivas de vestibular que não precisam de conhecimento prévio para respondê-las e sim
saber analisar gráficos, tabelas e interpretar textos.
No livro do Paulino (2006), o tema homem e uso de recursos foi abordado no
capítulo 20 com o título “Desequilíbrios ambientais”. Começa o capítulo com um texto curto
definindo desenvolvimento sustentável. Depois o capítulo é dividido em duas partes, a
primeira com o título “Formas de desequilíbrios ambientais” na qual se discute sobre os
desequilíbrios ambientais naturais e os causados por atividades humanas, terminando essa
primeira parte com um texto sobre as “Reservas naturais” (box com texto em destaque de cor
de fundo diferente) na qual se faz definições de reservas biológicas integrais, parques
nacionais e estações ecológicas e ainda dá exemplos e quantifica em forma de tabela os mais
importantes biomas brasileiros, suas parcelas protegidas e as suas parcelas totais, na qual os
dados foram retirados do Atlas de conservação da natureza brasileira. Já a segunda parte do
capítulo com o título “Os principais tipos de poluição” que trata dos seguintes temas:
monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), dióxido de enxofre (SO2), como se
formam as chuvas ácidas, óxidos de nitrogênio (NOx), inversão térmica – este texto está em
destaque, ou seja, apresenta-se dentro de um quadro e com cor de fundo diferente);
eutrofização, agrotóxicos, controle biológico (outro box com texto em destaque),
radioatividade, metais pesados, “o veneno persiste”, que trata do vazamento nuclear de
Chernobyl (box com texto em destaque), petróleo, “Haja estrago” que trata de um caso de
23

derramamento de petróleo no Rio de Janeiro (box com texto em destaque), detergentes e


queimadas.
As atividades propostas aos alunos apresentam questões de testes de vestibular
na qual precisa-se de embasamento teórico para responde-las, algumas questões são de
interpretação de texto e algumas são de interpretação de gráfico e esquemas, apresenta
também um texto sobre o lixo que trata o problema do lixo nos últimos 30 anos no Brasil e
cita e explica os destinos do lixo que são o lixão, aterro sanitário, incineração e compostagem.
Esse texto será seguido de questões dissertativas e testes que serão feitas em grupos baseadas
no próprio texto na qual precisa-se de interpretação do texto.
No livro do Favaretto (2005), o tema homem e uso de recursos foi abordado no
capítulo 5 com o título “Ambiente e Sociedade: Atmosfera e hidrosfera”, ele divide o capítulo
em cinco partes. Na primeira parte com o título “Poluição atmosférica”, ele explica sobre a
inversão térmica, define poluição, fala quais são as origens naturais dos poluentes
atmosféricos, fala sobre as fontes das atividades humanas dos poluentes e apresenta uma
tabela sobre poluentes atmosféricos que contém os tipos de poluentes, componentes e efeitos
sobre a vida humana. Na segunda parte com o título “Clorofluorcarbonos (CFCs) e Camada
de ozônio”, ele explica sobre os CFCs e fala sobre a camada de ozônio. Na terceira parte com
o título “Chuva ácida”, ele explica sobre a chuva ácida. Na quarta parte com o título
“Carbono e Aquecimento”, explica-se sobre o ciclo de carbono, o aquecimento global e o
efeito estufa. Na quinta parte com o título “Terra, o mundo das águas”, ele explica sobre o
ciclo das águas com a presença de problemas ambientais relacionados com os impactos
diretos ou indiretos das atividades humanas no ciclo da água e explica sobre as outras formas
de poluição das águas como a poluição por mercúrio, poluição térmica e tratamento de
esgotos. O fim do capítulo existe um texto (o texto está em destaque, ou seja, apresentado
dentro de um quadro e com cor de fundo diferente) com o título de “Água, poder e política: a
luta por um recurso escasso” que traz um trecho de um texto de Aristóteles e depois
apresenta um texto jornalístico com o mesmo tema.
Nas atividades propostas aos alunos apresentam-se questões testes de
vestibular e questões discursivas de vestibular nas quais com interpretação de texto, analise de
gráficos e de esquemas e embasamento teórico da para se fazer. E também apresenta questões
discursivas sobre o texto “Água, poder e política: a luta por recurso escasso” na qual precisa-
se de interpretação do texto para faze-las. Existem questões testes e discursivas entre a parte 4
e a parte 5.
24

No livro do Amabis e Martho (2001), o tema homem e uso de recursos foi


abordado no capítulo 8 com o título “Humanidade e ambiente”, começa-se o capítulo com
uma introdução com o título “Por um mundo mais equilibrado” que mostra sobre ameaças ao
planeta Terra e suas causas e mostra o que se tratará nesse capítulo. O capítulo é subdividido
em duas partes, a primeira parte com o título “Populações” que trata de características das
populações na qual mostra sobre densidade populacional, taxa de crescimento populacional,
taxa de natalidade, taxa de mortalidade, curvas de crescimento. Trata também sobre o perigo
da explosão demográfica na qual mostra sobre o crescimento da população humana,
planejamento familiar e controle da natalidade, pirâmides de idade e conceito de
sustentabilidade.
Já a segunda parte do capítulo com o título A humanidade e seu “impacto
ambiental” na qual trata de poluição ambiental como, por exemplo, a poluição atmosférica, a
inversão térmica, efeito estufa, destruição da camada de ozônio, poluição da água e do solo,
concentração de poluentes ao longo das cadeias alimentares, o problema do lixo urbano,
interferência humana em comunidades naturais (na qual trata sobre desmatamento, a
introdução de espécies e extinção de espécies) e também trata de caminhos e perspectivas na
qual mostra sobre as alternativas energéticas. No final do capítulo há um texto jornalístico (o
texto está em destaque, ou seja, apresentado dentro de um quadro e com cor de fundo
diferente) intitulado “Cuidando de nossa casa” que mostra sobre as flutuações climáticas
causadas pelos gases poluentes, mostra sobre o Protocolo de Kyoto e no final do texto mostra
sobre o que nós podemos fazer para controlar a poluição.
Nas atividades propostas aos alunos apresentam-se questões de testes que liga
conceitos aos fatos, questões de testes que revêem conceitos fundamentais, questões
dissertativas que são para pensar e discutir e questões testes de vestibular.
25

6.1 Análise dos conteúdos dos livros segundo a abordagem CTSA

Adotando-se os critérios estabelecidos anteriormente, foi elaborada o quadro 3


que apresenta as análises dos conteúdos dos livros escolhidos para a análise CTSA. Sendo que
L1 é o livro da Sonia Lopes, L2 é o livro do Paulino, L3 é o livro do Favaretto e L4 é o livro
do Amabis.

Quadro 3. Resultado das análises dos quatro livros escolhidos quanto ao texto apresentado

Quanto aos textos L1 L2 L3 L4

1-Os textos incentivam uma postura 2 2 2 4


de respeito ao meio ambiente e às pessoas
2-Existem sugestões de leitura complementar 2 1 3 3
diversificada para possibilitar uma melhor
aprendizagem e uma postura crítica do aluno
3-Relacionam o tema com o cotidiano do aluno 2 1 2 3
4-Discutem ou proporcionam a discussão das 3 4 4 3
relações de riscos e benefícios dos
desequilíbrios ambientais
5-Discutem riscos ambientais decorrentes 2 4 1 3
de possíveis acidentes.
6-Mostram uma evolução histórica dos 2 4 2 4
fatos e acontecimentos
7-Abrangem questões sociais, políticas e éticas 3 4 3 3

LIVRO 1 – BIO- Sônia Lopes

Quanto ao incentivo ao respeito ao meio ambiente e às pessoas, o texto foi


avaliado como 2, isto é, a obra abordou o tema insuficientemente. A abordagem CTSA
apareceu somente na introdução e os demais tópicos do capítulo tratavam de conteúdos sem
conexão e frases soltas ilustrando o problema da poluição ambiental e o ser humano.
26

Exemplos:
“Toda e qualquer alteração ocorrida no ambiente que cause desequilíbrio e
prejudique a vida é poluição ambiental. A poluição ambiental pode ser causada de matéria
como pela liberação de energia no ambiente” (LOPES, 1999, p. 577).

“Cada um de nós é responsável por cerca de 3,6 quilogramas de lixo por dia”
(LOPES, 1999, p. 581).

Quanto a existir sugestões de leitura complementar diversificada para


possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura crítica do aluno, o texto foi avaliado
como 2, isto é, a obra abordou o tema insuficientemente. Apareceu em somente no final do
capítulo na qual há um quadro intitulado “Texto para reflexão” na qual o texto abordou sobre
controle biológico de insetos. Apesar de o texto ter falado sobre o DDT na introdução, o resto
do corpo do texto não tem nada a ver com os temas do capítulo analisado.

Quanto ao texto relacionar o tema com o cotidiano do aluno, o texto foi


avaliado como 2, isto é, a obra atendeu de modo insuficiente ao quesito. Esse quesito
apareceu somente na parte sobre o lixo na qual trata do lixão a céu aberto e seus problemas e
o que fazer com o lixo. No resto do texto não se observou esse quesito.

Exemplos:
“Uma das soluções mais antigas, e que ainda se utiliza, consiste em remover o
lixo de um local e transferi-lo para outro, na periferia das cidades, formando os lixões a céu
aberto” (LOPES, 1999, p. 581).

“Além disso, as populações de baixa renda passaram a explorar esses lixões,


recolhendo restos de comida, objetos e outros itens, colocando em risco a própria saúde”
(LOPES, 1999, p. 581).

“Por isso, em algumas cidades, as prefeituras têm feito a coleta seletiva,


facilitando o tratamento do lixo urbano e sua reciclagem” (LOPES, 1999, p. 581).

Quanto ao texto discutir ou proporcionar a discussão das relações de riscos e


benefícios dos desequilíbrios ambientais, o texto foi avaliado como 3, isto é, a obra atendeu
27

parcialmente ao quesito. Esse quesito apareceu nas partes sobre poluição do ar, poluição
térmica, inversão térmica e poluição pelo DDT, poluição sonora e poluição pelo mercúrio.
Nessas partes os textos apresentaram exemplos de riscos dos desequilíbrios ambientais, na
qual poderia ser melhor abordado, dando um contexto mais amplo e melhor.

Exemplos:
“Além de destruir monumentos, mármores e metais, a chuva ácida provoca
acidentes ecológicos em conseqüência da queima da vegetação e do aumento da acidez da
água e do solo. O ácido sulfúrico, quando inalado, provoca destruição dos alvéolos
pulmonares e pode levar a pessoa à morte” (LOPES, 1999, p. 577).

“O aumento da temperatura propicia o desenvolvimento de fungos e bactérias,


muitos dos quais causam doenças em peixes e em outros organismos aumentando suas taxas
de mortalidade. Outro importante efeito do aumento da temperatura é a diminuição do teor de
O2 dissolvido na água” (LOPES, 1999, p. 579).

“É o caso das substâncias organocloradas, como o DDT, e os metais pesados,


como o mercúrio. Eles se acumulam nos tecidos dos organismos e vão se concentrando ao
longo das cadeias alimentares” (SONIA LOPES, 1999, p. 579)

Quanto ao texto discutir riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes, o


texto foi avaliado como 2, isto é, a obra atendeu de modo insuficiente ao quesito. A
abordagem CTSA apareceu na parte sobre poluição por radioatividade e sobre poluição por
derramamento de petróleo. Nessas partes o texto abordou bem esse quesito dando exemplos
de acidentes que ocorreram e os riscos que aconteceram e que podem acontecer no futuro. Na
parte sobre poluição por derramamento de petróleo deixou a desejar, sendo um texto curto e
simples na qual só cita o que o derramamento de petróleo causa. O restante do texto não
apresentou essas discussões.

Exemplo:
“O petróleo derramado no mar forma extensas manchas na camada
superficial das águas e, com isso, bloqueia a passagem de luz, afetando a fotossíntese, além
de impedir as trocas de gases entre o ar e a água. O petróleo afeta também diretamente os
animais aquáticos, pois impregna-se na superfície de seus corpos, matando-os por
28

intoxicação ou por asfixia, quando essa impregnação ocorre nas brânquias” ( LOPES, 1999,
p. 580).

Quanto ao texto mostrar uma evolução histórico de fatos e acontecimentos, o


texto foi avaliado como 2, isto é, a obra atendeu de modo insuficiente ao quesito. A
abordagem CTSA apareceu na parte sobre poluição por radioatividade. No texto
apresentaram-se dois fatos históricos que são os exemplos sobre o acidente de Chernobyl e o
de Goiânia. No restante do texto esse quesito não foi visto.

Exemplos:
“Um exemplo de grave acidente com uma dessas usinas ocorreu em 25 de abril
de 1987, em Chernobyl (antiga União Soviética). O acidente provocou a liberação de uma
nuvem radioativa que atingiu não só as pessoas da cidade mais próxima (Kiev) como vários
países da Europa. Foi sem dúvida, o pior acidente nuclear da História, matando várias
pessoas, mutilando outras e provocando doenças de vários tipos, desde câncer e lesões de
pele até mutações genéticas preocupantes para as gerações futuras” (LOPES, 1999, p. 578).

“Foi em virtude de um descuido com esse lixo que um grave acidente foi
causado em Goiânia, em 13 de setembro de 1987. A cápsula fazia parte de uma bomba de
césio-137 abandonada nos escombros do antigo Instituto Goiano de Radioterapia e removida
dali por sucateiros, para ser vendida como ferro-velho. Ao abrir a cápsula, essas pessoas
ficaram atraídas pela luminescência do césio e manipularam o pó, passando-o pelo corpo e
distribuindo-o entre crianças, parentes e amigos” (LOPES, 1999, p. 579).

Quanto ao texto abranger questões sociais, políticas e éticas, o texto foi


avaliado como 3, isto é, a obra atendeu parcialmente ao quesito. A abordagem CTSA
apareceu nas partes sobre poluição do ar, na parte do lixo e na parte sobre poluição por
radioatividade na qual são bem abordadas e na qual citou-se sobre o acidente de Chernobyl e
de Goiânia. No restante do texto não observou-se esse quesito.
29

Exemplos:
“A queima de combustíveis e do lixo em incineradores, bem como a atividade
das indústrias de cimento e de aço são alguns dos agentes introdutores de partículas no ar”
(LOPES, 1999, p. 578).

“O uso de usinas nucleares como geradoras de energia tem aumentado o risco


de poluição radioativa, em função de possíveis vazamentos ou mesmo acidentes. Um exemplo
de grave acidente com uma dessas usinas ocorreu em 25 de abril de 1987, em Chernobyl
(antiga União Soviética). O acidente provocou a liberação de uma nuvem radioativa que
atingiu não só as pessoas da cidade mais próxima (Kiev) como vários países da Europa”
(SONIA LOPES, 1999, p. 578).

O capítulo analisado apresentou interdisciplinaridade e/ou


multidisciplinaridade, relacionando Biologia com História, na qual citou fatos históricos que
aconteceram como, por exemplo, o fato histórico do acidente nuclear de Goiânia e de
Chernobyl. Também há a relação entre Biologia e Química, na qual em determinadas partes
do texto existem símbolos químicos e nomes de substâncias, como por exemplo: monóxido de
carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), DDT, oxigênio (O2), DDT, césio-137 e dióxido
de enxofre (SO2). E observou-se relação entre Biologia e Geografia, podendo ser observada
nas partes dos textos em que se citam nomes de cidades e em que país fica a mesma.
Exemplo: Minamata, Japão; Chernobyl, antiga União Soviética.

Portanto analisando e discutindo as notas dadas para todas as características


adotadas e que aparecem no quadro 3, com relação aos textos do capítulo analisado que
tratava sobre as relações do homem com o uso dos recursos naturais, verificou-se que o livro
apresentou notas dois e três.
O livro analisado atendeu de modo insuficiente aos quesitos elencados no
quadro 3, ou seja, foi avaliado como nota dois nas características: - Incentivo ao respeito ao
meio ambiente e às pessoas; - Existir sugestões de leitura complementar diversificada para
possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura critica do aluno; - Relacionar o tema
com o cotidiano do aluno; - Discutir riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes; -
Mostrar uma evolução histórico de fatos e acontecimentos.
O livro analisado atendeu parcialmente aos quesitos elencados no quadro 3, ou
seja, foi avaliado como nota três nas características: - Discutir ou proporcionar a discussão das
30

relações de riscos e benefícios dos desequilíbrios ambientais; - Abranger questões sociais,


políticas e éticas.

O livro deixa a desejar quando no texto se trata de respeito ao meio ambiente e


ao ser humano, pois aparecem somente na introdução. Também quando no texto existem
sugestões de leitura complementar diversificada para possibilitar uma melhor aprendizagem e
uma postura crítica do aluno, pois apareceu somente no final do capítulo quando há um texto
curto para reflexão onde apesar de comentar rapidamente sobre DDT, o texto não mostra
locução com o restante do capítulo quando se refere aos temas abordados ao longo do
capítulo. Também deixa a desejar quando se trata de abordar o cotidiano do aluno, pois este
quesito somente tratando sobre o lixo e problemas associados à disposição em lixões a céu
aberto.
Quanto à discussão sobre riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes
apesar de aparecer na parte sobre poluição por radioatividade e sobre poluição por
derramamento de petróleo não deixa a desejar porque o texto abordou bem esse quesito dando
exemplos de acidentes que ocorreram e os riscos que aconteceram e que podem acontecer no
futuro. Quanto à poluição por derramamento de petróleo apresentou um texto curto na qual só
cita o que o derramamento de petróleo causa. No restante do texto não apresentou discussões
sobre riscos ambientais.
O livro deixa a desejar quando o mesmo tenta mostrar uma evolução histórica
de fatos e acontecimentos porque o livro não apresenta evolução de fatos históricos e
acontecimentos, e sim a discussão de dois fatos históricos que estão na parte sobre poluição
por radioatividade, sendo eles o do acidente nuclear de Chernobyl e de Goiânia.
O livro não deixa a desejar em dois quesitos, um deles é o do texto aparecer ou
proporcionar a discussão das relações de riscos e benefícios dos desequilíbrios ambientais
porque esse quesito apareceu em várias partes ao longo do capítulo como, por exemplo, sobre
poluição do ar, poluição térmica, inversão térmica e poluição pelo DDT, poluição sonora e
poluição pelo mercúrio. Os textos apresentaram exemplos de riscos dos desequilíbrios
ambientais, mas podem ser mais bem abordados, fazendo uma discussão mais aprofundada
sobre o assunto. Também o texto não deixa a desejar quando no texto se trata de abranger
questões sociais, políticas e éticas porque apareceu nas partes sobre poluição do ar, na parte
do lixo e na parte sobre poluição por radioatividade na qual são bem abordadas.
De maneira geral, o livro abrange muito pouco e superficialmente sobre a
questão CTSA. Segundo Caamãno (1995) apud CUNHA (2006), dentre os objetivos do
31

movimento CTSA observei apenas alguns dos objetivos que é o de abordar as implicações
sociais e éticas relacionadas ao uso da tecnologia, promover o interesse dos estudantes em
relacionar as ciências com as suas aplicações tecnológicas e os fenômenos da vida cotidiana
abordando o estudo daqueles eixos e aplicações científicas que têm maior relevância social.
O capítulo contribuiu muito pouco com a questão da tecnologia relacionada
com ciência, sociedade e ambiente. Só traz a questão tecnológica na parte de poluição por
radioatividade. A questão social também deixou a desejar, pois só apareceu na parte sobre o
lixo. Freitas e Souza (2004), mostra que a abordagem do cotidiano tem sido valorizada nos
últimos anos por ter importância para a formação da cidadania dos educandos mas não é o que
se vê nesse livro didático analisado. Mas ainda segundo Freitas e Souza (2004), observar-se
“diferentes” formas de tratar as questões do cotidiano, dentre as quais nesse livro didático
observou-se o tratamento do cotidiano no levantamento e discussão de questões sócio-
ambientais nas quais são apresentados problemas ambientais explicando as possíveis causas
e/ou soluções destes problemas.
Com relação aos quesitos analisados sobre os textos ao longo do capítulo,
observei que aparecem exemplos para todos, mas a maneira com é trabalhada deixa muito a
desejar, sendo trabalhados superficialmente, ou seja, os textos são “pobres” com as
características analisadas dando pouca amplitude e discussão dos exemplos das
características. Cada tema se apresentou em textos curtos, explicando de forma rápida e
resumida.

LIVRO 2 - Biologia (Genética, Evolução e Ecologia) – Wilson Roberto Paulino

Quanto ao incentivo ao respeito ao meio ambiente e às pessoas, o texto foi


avaliado como 2, isto é, a obra abordou de modo insuficiente ao quesito. A abordagem CTSA
apareceu somente na introdução do capítulo analisado e os demais tópicos do capítulo não
vêem o incentivo ao respeito ao meio ambiente e as pessoas.

Exemplos:
“Mas a interferência humana na natureza, especialmente nas ultimas décadas,
tem provocado muitos e variados casos de desequilíbrios ambientais, comprometendo o
desenvolvimento dos seres vivos nos mais diversos ecossistemas e a qualidade de recursos
naturais como o solo, a água e o ar” (PAULINO, 2006, p. 271).
32

“As alterações ambientais advindas das atividades humanas costuma-se


aplicar o termo poluição” (PAULINO, 2006, p. 271).

“Esses produtos químicos, de certa maneira, podem ser entendidos como um


avanço tecnológico a serviço dos meios de subsistência da humanidade. Entretanto, sempre
que possível, devem ser substituídos por outros métodos de combate às espécies nocivas aos
nossos interesses” (PAULINO, 2006, p. 276).

Quanto a existir sugestões de leitura complementar diversificada para


possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura critica do aluno, o texto foi avaliado
como 1, isto é, a obra não atendeu ao quesito. Não apareceu em nenhuma parte do texto
alguma sugestão de leitura complementar diversificada.

Quanto ao texto relacionar o tema com o cotidiano do aluno, o texto foi


avaliado como 1, isto é, a obra não atendeu ao quesito. Não apareceu em nenhuma parte do
texto temas que se relacionavam com o cotidiano do aluno.

Quanto ao texto discutir ou proporcionar a discussão das relações de riscos e


benefícios dos desequilíbrios ambientais, o texto foi avaliado como 4, isto é, a obra ao
atendeu satisfatoriamente ao quesito. Esse quesito apareceu nas partes sobre formas de
desequilíbrios ambientais, os principais tipos de poluição, como se formam as chuvas ácidas,
inversão térmica, eutrofização, poluição térmica, queimadas e na introdução. Ele aborda bem
esse quesito, pois ao mostrar sobre os desequilíbrios ambientais ele também relaciona com as
consequências tanto negativas quando positivas dos desequilíbrios ambientais e sempre cita
mais de uma consequência de um mesmo desequilíbrio ambiental.

Exemplos:
“Mas, a interferência humana na natureza, especialmente nas ultimas
décadas, tem provocado muitos e variados casos de desequilíbrios ambientais,
comprometendo o desenvolvimento dos seres vivos nos mais diversos ecossistemas e a
qualidade de recursos naturais como o solo, a água e o ar“ (PAULINO, 2006, p. 271).
33

“Incêndios também podem ocorrer naturalmente, devastando a cobertura


vegetal de uma região e comprometendo a fertilidade do solo, entre outras conseqüências”
(PAULINO, 2006, p. 271).

“Nessas condições, o solo fica frio ou o ar das camadas superiores se aquece,


de maneira que o ar inferior, mais frio, não sobe, interrompendo-se o fluxo de ar entre as altas
e as baixas camadas da atmosfera. Esse fenômeno, aliado à ausência de ventos, agrava s
poluição nos grandes centros, uma vez que os poluentes ficam retidos e concentrados no ar
das camadas inferiores” (PAULINO, 2006, p. 275).

“A elevação da temperatura afeta a solubilidade do O2 na água, fazendo com


que esse gás se difunda mais facilmente para a atmosfera; isso acarreta uma diminuição de sua
disponibilidade na água, o que prejudica diversas formas de vida aeróbica aquáticas”
(PAULINO, 2006, p. 282).

Quanto ao texto discutir riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes, o


texto foi avaliado como 4, isto é, a obra atendeu satisfatoriamente ao quesito. A abordagem
CTSA apareceu nas partes que sobre poluição por radioatividade, na parte sobre poluição por
derramamento de petróleo e na parte sobre metais pesados. Nessas partes observou-se no
corpo do texto uma discussão de alguns acidentes ambientais e suas conseqüências para o ser
humano e/ou natureza (Acidente com césio 137 em Goiânia, Acidente de derramamento de
petróleo e acidente de mercúrio). Observou-se que no final do tema Radioatividade e Petróleo
existe um texto complementar ao assunto, os dois textos tratam de acidentes ocorridos
(Vazamento nuclear de Chernobyl e derramamento de petróleo em Guanabara no Rio de
Janeiro) na qual são discutidos o ocorrido e suas consequências para o ser humano e meio
ambiente.

Exemplos:
“O perigo por radioatividade pôde ser tristemente comprovado no Brasil, em
setembro de 1987. Uma bomba de césio (equipamento usado no tratamento de câncer),
abandonada nas antigas instalações de uma clínica, no centro de Goiânia, foi aberta a golpes
de marreta num ferro-velho. A fonte radioativa, uma pequena pastilha com pó de césio 137,
ficou exposta durante vários dias e foi intensamente manuseada, contaminando mais de
duzentas pessoas. Cerca de vinte adoeceram gravemente e algumas morreram. Muitas áreas
34

da cidade ficaram contaminadas e várias casas tiveram até de ser demolidas” (PAULINO,
2006, p. 279).

“No dia 28 de abril de 1986, um vazamento da usina nuclear de Chernobyl (na


Ucrânia, ex-república da União Soviética) liberou uma nuvem de substâncias radioativas que
os ventos espalharam pela Europa Ocidental. O consumo de frutas silvestres, cogumelos e
peixes, em certas regiões da antiga União Soviética, continuarão desaconselháveis pelos
próximos cinqüenta anos” (PAULINO, 2006, p. 279).

“No dia 18 de janeiro de 2000, um cano corroído pela ferrugem, rompeu-se e


deixou escapar mais de 1 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
A maré estava alta. Quando baixou, horas depois, as raízes das árvores do manguezal, que
circunda boa parte da baía, estavam pintadas de preto. Caranguejos e aves marinhas
agonizavam” (PAULINO, 2006, p. 281).

Quanto ao texto mostrar uma evolução histórico de fatos e acontecimentos, o


texto foi avaliado como 4, isto é, a obra atendeu satisfatoriamente ao quesito. A abordagem
CTSA apareceu nas partes sobre poluição por radioatividade, poluição por petróleo, metais
pesados, controle biológico e reservas naturais. Sendo textos complementares sobre reservas
naturais, controle biológico, radioatividade e poluição petróleo. Mas no corpo do texto
verificou-se a discussão de fatos históricos na parte sobre poluição por petróleo, metais
pesados e radioatividade.

Exemplos:
“Segundo matéria publicada em maio de 2005, desde a criação do Parque
Nacional de Itatiaia, em 1937, mais de 517 mil km² do território brasileiro já ganharam o
status de proteção federal – uma área maior do que a Espanha ou quase do tamanho da
Bahia” (PAULINO, 2006, p. 273).

“O perigo por radioatividade pôde ser tristemente comprovado no Brasil, em


setembro de 1987. Uma bomba de césio (equipamento usado no tratamento de câncer),
abandonada nas antigas instalações de uma clínica, no centro de Goiânia, foi aberta a golpes
de marreta num ferro-velho. A fonte radioativa, uma pequena pastilha com pó de césio 137,
ficou exposta durante vários dias e foi intensamente manuseada, contaminando mais de
35

duzentas pessoas. Cerca de vinte adoeceram gravemente e algumas morreram. Muitas áreas
da cidade ficaram contaminadas e várias casas tiveram até de ser demolidas” (PAULINO,
2006, p. 279).

“Na tarde de 16 de julho de 2000, 4 milhões de litros de óleo escaparam da


refinaria Presidente Getúlio Vargas, no município de Araucária (PR), espalhando-se pelos
rios Barigui e Iguaçu até a cidade de Balsa Nova, situada a 44 km de Araucária”
(PAULINO, 2006, p. 281).

Quanto ao texto abranger questões sociais, políticas e éticas, o texto foi


avaliado como 4, isto é, a obra atendeu satisfatoriamente ao quesito.
A abordagem CTSA apareceu nas partes sobre as reservas naturais, chuvas
ácidas, agrotóxicos, controle biológico, radioatividade, petróleo, queimadas, metais pesados.
Sendo texto complementar sobre reservas naturais, radioatividade e petróleo. Mas no corpo do
texto sobre chuvas ácidas, agrotóxicos, radioatividade, metais pesados, petróleo e queimadas
observaram-se uma discussão sobre questões sociais, políticas e éticas.

Exemplos:
“As reservas, ou unidades de conservação, são trechos de biomas protegidos
por lei e criados basicamente para conservar as paisagens naturais, sua fauna e sua flora”
(PAULINO, 2006, p. 272).

“Agrotóxicos, ou defensivos agrícolas, são produtos químicos utilizados no


combate aos seres que prejudicam cultivadas e os animais de criação” (PAULINO, 2006, p.
276).

“Controle biológico é uma técnica de combate a espécies nocivas aos


interesses humanos com o uso de seus inimigos naturais, como predadores ou parasitas”
(PAULINO, 2006, p. 277).

“Um exemplo disso ocorreu na Jamaica, em 1982; lá se introduziu o mangusto


(mamífero carnívoro) para combater ratos que causavam grandes prejuízos às plantações de
cana-de-açúcar. O mangusto cumpriu tão bem seu papel de predador nato que praticamente
dizimou não só os ratos, como também diversas populações de outros mamíferos, além de
36

aves terrícolas, répteis e crustáceos, alterando a harmonia do ecossistema em questão”


(PAULINO, 2006, p. 278).

“As conseqüências mais traumáticas do vazamento nuclear ocorreram na


própria Ucrânia. O Ministério da Saúde ucraniano estima que 3,5 milhões de pessoas
adoeceram por causa da radiação, um terço das quais eram crianças. Pesquisas atuais
mostraram que a taxa de contaminação de alimentos ainda é significativa” (PAULINO,
2006, p. 279).

“O acidente acabou matando onze pessoas e despejando no mar 1,5 milhão de


litros de óleo. Do óleo que vazou, 1,2 milhões de litros era diesel, usado como combustível na
plataforma, e os 300 mil litros restantes eram petróleo cru que estava retido nos dutos que
ligam os poços às plataformas” (PAULINO, 2006, p. 281).

O capítulo analisado apresentou interdisciplinaridade e/ou


multidisciplinaridade, relacionando Biologia com História, na qual citou fatos históricos que
aconteceram como, por exemplo, o fato histórico de o acidente nuclear de Goiânia e de
Chernobyl, o fato histórico sobre controles biológicos, o fato histórico sobre a criação do
Parque Nacional de Itatiaia, o fato histórico sobre a tragédia causada pela poluição de
mercúrio na Baía de Minamata (Japão) em 1950 e o fato histórico sobre acidentes de petróleo
em 2000 e 2001 no Brasil. Existe a relação de Biologia e Matemática quando se observou no
texto sobre poluição térmica que para demonstrar a diminuição da solubilidade de O2 na água
por efeito do aquecimento, o texto utiliza de números e transformações matemáticas. Num
texto complementar sobre as reservas naturais mostra uma tabela na qual apresenta área total
e a parcela protegida de biomas brasileiros para exemplificar sobre as reservas naturais
brasileiras.

Exemplo:
“A 5º C, 1 litro de água pode conter cerca de 9 ml³ de O2; a 20º C, 1 litro de
água contém apenas 6ml³ de O2. Isso demonstra a diminuição de O2 na água por efeito do
aquecimento” (PAULINO, 2006, p. 282).

Também há a relação entre Biologia e Química, na qual em determinadas


partes do texto existem símbolos químicos e nomes de substâncias, como por exemplo:
37

monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), DDT, oxigênio (O2), mercúrio
metálico, ouro, ácido sulfúrico, chumbo, estrôncio-90, iodo radioativo (I129 3 I131) e dióxido
de enxofre (SO2). E também há a presença de reações químicas e sua explicação em um
contexto de poluição atmosférica com óxido de nitrogênio e observou-se o uso do termo pH
em um contexto sobre chuva ácida.
A interdisciplinaridade e/ou Multidisciplinaridade da Biologia e da Geografia
pode ser observada nas partes dos textos em que se citam nomes de cidades e em que país fica
a mesma. Exemplo: Minamata, Japão; Chernobyl, antiga União Soviética.

Portanto na análise das notas dadas para todas as características adotadas e que
aparecem na tabela 3, com relação aos textos do capítulo analisado que tratava sobre as
relações do homem com o uso dos recursos naturais, verificou-se que o livro apresentou nota
dois, notas um e notas quatro.

O livro analisado não atendeu aos quesitos elencados no quadro 3, ou seja, foi
avaliado como nota um nas características: - Existem sugestões de leitura complementar e
diversificada para possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura critica do aluno; -
Relacionam o tema com o cotidiano do aluno.
O livro analisado atendeu de modo insuficiente aos quesitos elencados no
quadro 3, ou seja, foi avaliado como nota dois na característica: - Os textos incentivam uma
postura de respeito ao meio ambiente e às pessoas.
O livro analisado atendeu satisfatoriamente aos quesitos elencados no quadro
3, ou seja, foi avaliado como nota quatro nas características: - Discutem riscos ambientais
decorrentes de possíveis acidentes; - Discutem ou proporcionam a discussão das relações de
riscos e benefícios dos desequilíbrios ambientais; - Mostram uma evolução histórica de fatos e
acontecimentos; - Abrangem questões sociais, políticas e éticas.
A avaliação sobre a relação de respeito ao meio ambiente e ao ser humano foi
baixa e deixando a desejar porque apareceu somente na introdução e nos demais tópicos do
capítulo não vêem o incentivo ao respeito ao meio ambiente e as pessoas. Deixa a desejar
quando se trata no texto de existir sugestões de leitura complementar diversificada para
possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura crítica do aluno porque não apareceu
esse quesito ao longo do texto. Também deixa a desejar quando se trata no texto de relacionar
o tema com o cotidiano do aluno, pois esse quesito não apareceu ao longo do texto.
38

O livro não deixa a desejar quando o texto apresenta relações de riscos e


benefícios dos desequilíbrios ambientais porque o quesito apareceu nas partes sobre formas de
desequilíbrios ambientais, os principais tipos de poluição, como se formam as chuvas ácidas,
inversão térmica, eutrofização, poluição térmica, queimadas e na introdução. Ele aborda
adequadamente esse quesito, pois ao mostrar sobre os desequilíbrios ambientais ele também
relaciona com as consequências tanto negativas quando positivas dos desequilíbrios
ambientais e sempre cita mais de uma consequência de um mesmo desequilíbrio ambiental.
Quando o texto trata de mostrar uma evolução histórica de fatos e acontecimento não deixa a
desejar porque o quesito apareceu nas partes sobre poluição por radioatividade, poluição por
petróleo, metais pesados, controle biológico e reservas naturais. Sendo textos complementares
sobre reservas naturais, controle biológico, radioatividade e poluição petróleo. Mas no corpo
do texto verificou-se a discussão de fatos históricos na parte sobre poluição por petróleo,
metais pesados e radioatividade. Quando no texto se trata de se discutir riscos ambientais
decorrentes de possíveis acidentes não deixa a desejar porque apareceu nas partes sobre
poluição por radioatividade, poluição por derramamento de petróleo e sobre metais pesados.
Nessas partes observou-se no corpo do texto uma discussão de alguns acidentes ambientais e
suas conseqüências para o ser humano e/ou natureza (Acidente com césio 137 em Goiânia,
Acidente de derramamento de petróleo e acidente de mercúrio). Observou-se que no final do
tema Radioatividade e Petróleo existe um texto complementar ao assunto, os dois textos
tratam de acidentes ocorridos (Vazamento nuclear de Chernobyl e derramamento de petróleo
em Guanabara no Rio de Janeiro) na qual são discutidos o ocorrido e suas consequências para
o ser humano e meio ambiente. Quando no texto mostra uma evolução histórica dos
acontecimentos e fatos não deixa a desejar porque apareceu nas partes sobre poluição por
radioatividade, poluição por petróleo, metais pesados, controle biológico e reservas naturais.
Sendo textos complementares sobre reservas naturais, controle biológico, radioatividade e
poluição petróleo. Mas no corpo do texto verificou-se a discussão de fatos históricos na parte
sobre poluição por petróleo, metais pesados e radioatividade. Quando abrange questões
sociais, políticas e éticas observei que o livro não deixa a desejar porque apareceu nas partes
sobre as reservas naturais, chuvas ácidas, agrotóxicos, controle biológico, radioatividade,
petróleo, queimadas, metais pesados. Sendo texto complementar sobre reservas naturais,
radioatividade e petróleo. Mas no corpo do texto sobre chuvas ácidas, agrotóxicos,
radioatividade, metais pesados, petróleo e queimadas observaram-se uma discussão sobre
questões sociais, políticas e éticas.
39

Observando os resultados concluí que com relação ao texto observado e


analisado, o livro abrange muito bem a questão CTSA na qual trata de forma abrangente
questões de aspectos sociais relacionando com a tecnologia, a ciência e o ambiente. Segundo
Caamãno (1995) apud CUNHA (2006), dentre os objetivos do movimento CTSA observei
apenas um dos objetivos que é o de abordar as implicações sociais e éticas relacionadas ao
uso da tecnologia.
Segundo Freitas e Souza (2004), observar-se “diferentes” formas de tratar as
questões do cotidiano, dentre as quais nesse livro didático observou-se o tratamento do
cotidiano no levantamento e discussão de questões sócio-ambientais nas quais são
apresentados problemas ambientais explicando as possíveis causas e/ou soluções destes
problemas e na apresentação e discussão da relação entre ciência, tecnologia, sociedade e
ambiente na qual priorizam situações em que se pode debater o possível papel da ciência na
sociedade, mostrando suas realizações e mesmo suas limitações.
E os quesitos analisados, apresentam muitos exemplos para quase todos os
quesitos, o texto discorreu muito bem sobre os temas abordados no capítulo deixando o texto
bem didático, abrange fatos atuais e também traz textos complementares sendo alguns desses
textos reportagens sobre questões ambientais. Só não relacionou o texto com o cotidiano do
aluno, na qual o livro poderia abordar esse quesito pois trazendo fatos do cotidiano do aluno
poderia melhorar a explicação sobre os temas abordados no capítulo.

LIVRO 3 – Biologia – José Arnaldo Favaretto e Clarinda Mercadante.

Quanto ao incentivo ao respeito ao meio ambiente e às pessoas, o texto foi


avaliado como 2, isto é, a obra abordou de forma insuficiente ao quesito. A abordagem CTSA
apareceu nas partes que apresentaram sobre poluição atmosférica e no texto que termina o
capítulo intitulado “Água, poder e política: a luta por um recurso escasso”. Acho que no
capítulo analisado, esse quesito poderia ser abordado nos demais subitens e não só na parte
em um trecho do texto do subitem poluição atmosférica e no texto complementar que termina
o capítulo.

Exemplos:
“O despejo de poluentes pelas indústrias pode ser diminuído pelo emprego de
filtros, que reduzem em mais de 90% a liberação de material particulado para a atmosfera. A
substituição dos combustíveis empregados é eficaz. Em vez de óleo diesel, as indústrias
40

podem usar gás natural, que reduz a quantidade de poluentes, bem como seus efeitos tóxicos.
Além disso, devem ser usados preferencialmente equipamentos e motores de alto rendimento,
capazes de obter a mesma quantidade de energia com a queima de menor quantidade de
combustível” (FAVARETO e MERCADANTE, 2005, p. 40).

“O principal debate a ser realizado neste momento diz respeito à regulação do


uso da água, procedimento que se confronta com a milenar percepção do ser humano em
relação à água, de que, por se tratar de um bem natural, é um bem desprovido da
possibilidade de controle ao livre acesso. Para muitos, a água ainda é uma dádiva que ‘cai
do céu’, de forma abundante e constante” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 46).

Quanto à existência de sugestões de leitura complementar diversificada para


possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura critica do aluno, o texto foi avaliado
como 3, isto é, a obra atendeu parcialmente ao quesito. Apareceu somente em um quadro no
final do capítulo intitulado “Ética e cidadania”, na qual apresentou um texto intitulado
“Água, poder e política: a luta por um recurso escasso” na qual traz um texto de Aristóteles e
depois pede que o aluno leia um texto de um jornal. Os conteúdos do capítulo analisado
poderiam trabalhar com mais textos complementares e não somente no último item do
capítulo.

Exemplo:
“Leia agora um texto publicado pelo jornal O Estado de S. PAULO. (17 de
abril de 2000) da então senadora Marina Silva (AC), que assumiu o Ministério do Meio
Ambiente em janeiro de 2003” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 46).

Quanto ao texto relacionar o tema com o cotidiano do aluno, o texto foi


avaliado como 2, isto é, a obra atendeu de forma insuficiente ao quesito. Esse quesito
apareceu ao tratar de poluição atmosférica e aquecimento global. No resto do texto só
apareceram conteúdos sem ligação com o cotidiano do aluno.

Exemplos:
“No entanto, as principais fontes de poluentes são as atividades humanas: os
meios de transporte (que queimam combustíveis fósseis e óleo diesel), as indústrias (que
emitem gases e material particulado), a queima de florestas ou lenha, o lixo urbano, os
41

fertilizantes e defensores agrícolas e resíduos hospitalares” (FAVARETTO e


MERCADANTE, 2005, p. 40).

“Segundo a teoria do efeito estufa, o atual ciclo de aquecimento está sendo


causado principalmente pela emissão excessiva de gases-estufa, que aumentaria a
temperatura média global, até 2100, de 1,0 º C a 3,5º C” (FAVARETTO e MERCADANTE,
2005, p. 42).

Quanto ao texto discutir ou proporcionar a discussão das relações de riscos e


benefícios dos desequilíbrios ambientais, o texto foi avaliado como 4, isto é, a obra atendeu
satisfatório ao quesito. Esse quesito apareceu nas partes sobre poluição atmosférica, inversão
térmica, clorofluorcarbonos (CFCs), camada de ozônio, carbono e aquecimento, o ciclo da
água, outras formas de poluição das águas e o texto final sobre água, poder e política: a luta
pela água. Verificou-se também que no começo do capítulo na parte sobre poluição
atmosférica, existe uma tabela com os tipos de poluentes, componentes e efeitos sobre a vida
humana.

Exemplos:
“Em geral, os poluentes atmosféricos causam irritações nas áreas expostas do
corpo, principalmente na pele, nas vias aéreas, nos olhos e na boca” (FAVARETTO e
MERCADANTE, 2005, p. 40).

“A entrada de luz solar é dificultada, reduzindo o aquecimento do solo e,


conseqüentemente, do ar” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 41).

“Esse bloqueio, provocado pela inversão térmica, é rompido somente por


ventos fortes. Tal situação provoca problemas oculares, respiratórios e cardíacos, que podem
ser fatais” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 41).

“Quando expostas excessivamente á radiação UV, as plantas sofrem redução


da área total de folhas, da atividade fotossintética e do comprimento das raízes. A radiação
UV-B destrói o fitoplâncton. Com a rarefação da camada de ozônio sobre a Antártida, já
diminuiu a produção de matéria orgânica, afetando toda a teia alimentar, pois o fitoplâncton
42

serve de alimento para o zooplâncton, e ambos alimentam crustáceos, peixes, aves e


mamíferos marinhos” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 41).

Quanto ao texto abordar sobre riscos ambientais decorrentes de possíveis


acidentes, o texto foi avaliado como 1, isto é, não atendeu ao quesito, pois não foi observado
no texto nenhum tipo de discussão de riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes.

Quanto ao texto mostrar uma evolução histórica de fatos e acontecimentos, o


texto foi avaliado como 2, isto é, a obra atendeu de modo insuficiente ao quesito. A
abordagem CTSA apareceu nas partes sobre outras formas de poluição das águas, poluição
atmosférica e no texto que fecha o capítulo intitulado “Água, poder e política: a luta por um
recurso escasso”. O texto não mostrou evolução histórica e sim apenas três recortes de
acontecimentos de poluição ambiental.

Exemplos:
“Na década de 1980, foram desenvolvidos os conversores catalíticos (ou
catalisadores)” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 40).

“Na Baía de Minamata, no Japão, na década de 1950, pescadores e suas


famílias foram afetados pelo mercúrio eliminados nas águas por uma indústria”
(FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 45).

Quanto ao texto abranger questões sociais, políticas e éticas, o texto foi


avaliado como 3, isto é, a obra atendeu parcialmente ao quesito. A abordagem CTSA
apareceu nas partes sobre outras formas de poluição das águas e no texto que fecha o capítulo
intitulado “Água, poder e política: a luta por um recurso escasso”. No restante do capitulo os
textos não abordam nenhum tipo de questão social, política e ética. Mas no texto que fecha o
capítulo apresenta vários trechos sobre a questão social, política e ética sobre a água.

Exemplos:
“Esgoto domiciliar, fábricas de papel e celulose, criadouros de animais,
curtumes, lacticínios e outras indústrias liberam, nos cursos d`água, poluentes ricos em
matéria orgânica. As margens de represas, rios e córregos também vêm sendo rapidamente
ocupadas por bairros sem infra-estrutura (principalmente redes de água e de esgoto). Com
43

isso, a quantidade de matéria orgânica lançada na água vem aumentando” (FAVARETTO e


MERCADANTE, 2005, p. 45).

“No fórum Mundial das Águas, recentemente realizado em Haia, na Holanda,


os especialistas divulgaram que um em cada cinco habitantes do planeta carece de água
potável; de cada dois habitantes, um não dispõe de serviço de fornecimento da água”
(FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 46).

“O principal debate a ser realizado neste momento diz respeito à regulação do


uso da água, procedimento que se confronta com a milenar percepção do ser humano em
relação à água, de que, por se tratar de um bem natural, é um bem desprovido da
possibilidade de controle ao livre acesso. Para muitos, a água ainda é uma dádiva que ‘cai
do céu’, de forma abundante e constante” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 46).

“A relação estabelecida entre o ser humano e estes bens públicos é de usufruto


máximo e mínimo. A idéia básica está centrada na dura realidade de “o que é de todos eu
não percebo como meu para cuidar, apenas para usar”. Há uma ausência quase que
completa de responsabilidade social para com o que é coletivo. Assim se explica a destruição
de rios, lagos, lagoas e milhares de espécies de plantas e animais em todo o mundo”
(FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 46).

O capítulo analisado apresentou interdisciplinaridade e/ou


multidisciplinaridade, relacionando Biologia com História, na qual citou fatos históricos que
aconteceram como, por exemplo, o fato histórico do desenvolvimento dos conversores
catalíticos ou catalisadores em 1980. (FAVARETTO E MERCADANTE, 2005, p. 40).
Também há a relação entre Biologia e Química, na qual em determinadas
partes do texto observou-se símbolos químicos e nomes de substâncias, como por exemplo:
óxido nítrico (NO), dióxido de nitrogênio (NO2), óxido nitroso (N2O), chumbo (Pb), ozônio
(O3), monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), dióxido de enxofre (SO2), cloro
(Cl) e oxigênio (O2). E também se observou a relação entre Biologia e Geografia, quando no
texto apareceram nomes de cidades e os seus respectivos países. Exemplo: Haia, Holanda.

Portanto analisando e discutindo as notas dadas para todas as características


adotadas e que aparecem no quadro 3, com relação aos textos do capítulo analisado que
44

tratava sobre as relações do homem com o uso dos recursos naturais, verificou-se que o livro
apresentou nota um, notas dois, notas três e nota quatro.
O livro analisado não atendeu ao quesito elencado no quadro 3, ou seja, foi
avaliado como nota um pois não discute riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes.
O livro analisado atendeu do modo insuficiente aos quesitos elencados no
quadro 3, ou seja, foi avaliado como nota dois nas características: -Incentivam uma postura de
respeito ao meio ambiente e às pessoas; -Relacionam o tema com o cotidiano do aluno; -
Mostram uma evolução histórico de fatos e acontecimento.
O livro analisado atendeu parcialmente ao quesito elencado no quadro 3, ou
seja, foi avaliado como nota três nas características: -Existem sugestões de leitura
complementar diversificada para possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura critica
do aluno; -Abrangem questões sociais, políticas e éticas.
O livro analisado atendeu satisfatoriamente aos quesitos elencados no quadro
3, ou seja, foi avaliado como nota quatro na característica: - Discutem ou proporcionam a
discussão das relações de riscos e benefícios dos desequilíbrios ambientais.
O livro deixa a desejar quando no texto não aparece o quesito discutir riscos
ambientais decorrentes de possíveis acidentes, quando se trata de aparecer o quesito respeito
ao meio ambiente e ao ser humano porque só aparece na parte em um trecho do texto do
subitem poluição atmosférica e no texto complementar que termina o capítulo, quando se trata
de relacionar o tema com o cotidiano do aluno porque nesse quesito somente apareceu ao
tratar de poluição atmosférica e aquecimento global e no resto do texto só apareceram
conteúdos sem ligação com o cotidiano do aluno, quando se trata de mostrar uma evolução
histórico de fatos e acontecimento porque apareceu nas partes sobre outras formas de poluição
das águas, poluição atmosférica e no texto que fecha o capítulo intitulado “Água, poder e
política: a luta por um recurso escasso”. O texto não mostrou evolução histórica e sim
apenas três recortes de acontecimentos de poluição ambiental.
O livro não deixa a desejar com relação aos quesitos sobre existir sugestões de
leitura complementar diversificada para possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura
crítica do aluno porque apareceu somente em um quadro no final do capítulo intitulado “Ética
e cidadania”, na qual apresentou um texto intitulado “Água, poder e política: a luta por um
recurso escasso” na qual traz um texto de Aristóteles e depois pede que o aluno leia um texto
de um jornal e os conteúdos do capítulo analisado poderiam trabalhar com mais textos
complementares e não somente no último item do capítulo.
45

Também o livro não deixa a desejar com relação ao quesito abranger questões
sociais, políticas e éticas porque apareceu nas partes sobre outras formas de poluição das
águas e no texto que fecha o capítulo intitulado “Água, poder e política: a luta por um
recurso escasso” e no restante do capitulo os textos não abordam nenhum tipo de questão
social, política e ética. Mas no texto que fecha o capítulo apresenta vários trechos sobre a
questão social, política e ética sobre a água. Nesse quesito, os textos abrangem de forma
ampla, dando muitos exemplos e fazendo uma boa discussão das questões sociais e políticas
como por exemplo, em uma parte do texto faz-se uma discussão sobre a regulação do uso da
água.
Não deixa a desejar quanto no texto apresentar discussão ou proporcionar a
discussão das relações de riscos e benefícios dos desequilíbrios ambientais porque apareceu
nas partes sobre poluição atmosférica, inversão térmica, clorofluorcarbonos (CFCs), camada
de ozônio, carbono e aquecimento, o ciclo da água, outras formas de poluição das águas e o
texto final sobre água, poder e política: a luta pela água, na qual ao longo do texto esse
quesito aparece em quase todos os temas abordados e por, essas discussões serem bem feitas
pois comenta as relações de riscos e benefícios dos desequilíbrios ambientais de uma forma
de fácil entendimento com linguagem de fácil entendimento e tabelas como por exemplo a
tabela com os tipos de poluentes, componentes e efeitos sobre a vida humana que aparece no
começo do capítulo na parte sobre poluição atmosférica.
Com relação ao texto observado ao longo do capítulo, o livro abrange a questão
CTSA fazendo relações dos temas abordados no capítulo com o ambiente, sociedade e
tecnologia. Tornando o texto bem didático e explicativo, além de apresentar tabelas, figuras,
esquemas que ajudam no entendimento.
Segundo Caamãno (1995) apud CUNHA (2006) , dentre os objetivos do
movimento CTSA observei apenas alguns dos objetivos que é o de abordar as implicações
sociais e éticas relacionadas ao uso da tecnologia, promover o interesse dos estudantes em
relacionar as ciências com as suas aplicações tecnológicas e os fenômenos da vida cotidiana,
abordar as implicações sociais e éticas relacionadas ao uso da tecnologia, aprofundar a
problemática associada à construção do conhecimento científico que permitirá compreender
melhor o papel da ciência e da tecnologia e contribuir para que o ensino de ciências se
transforme num elemento fundamental de nossa cultura, não só para capacitação profissional,
mas também para participação ativa nos assuntos sociais.
Segundo Freitas e Souza (2004), observar-se “diferentes” formas de tratar as
questões do cotidiano, dentre as quais nesse livro didático observou-se o tratamento do
46

cotidiano no levantamento e discussão de questões sócio-ambientais nas quais são


apresentados problemas ambientais explicando as possíveis causas e/ou soluções destes
problemas e na apresentação e discussão da relação entre ciência, tecnologia, sociedade e
ambiente na qual priorizam situações em que se pode debater o possível papel da ciência na
sociedade, mostrando suas realizações e mesmo suas limitações.
E sobre os quesitos analisados, apresentam muitos exemplos para quase todos
os quesitos, o texto discorreu sobre os temas abordados no capítulo deixando o texto bem
didático, abrange fatos atuais e também traz um texto complementar sendo um pedaço de um
texto de Aristóteles e um pedaço de uma reportagem sobre a questão da água. Só não há
discussão de riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes na qual poderia trazer
acidentes que aconteceram e que foram importantes para a humanidade para discutir a questão
ambiental, tecnológica e social, como por exemplo, o que os acidentes como o nuclear podem
fazer com os animais, plantas e humanos a curto e longo prazo.
Foi interessante encontrar no capítulo uma tabela de poluentes atmosféricos na
qual contêm alguns tipos de poluentes, componentes e os efeitos sobre a vida humana porque
muita das vezes não se vê isso em livros didáticos e sim sobre a poluição de forma genérica
sem mostrar os efeitos ao ser humano.

LIVRO 4 – Conceitos de Biologia- Genética, Evolução e Ecologia – José


Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho.

Quanto ao incentivo ao respeito ao meio ambiente e às pessoas, o texto foi


avaliado como 4, isto é, a obra atendeu satisfatoriamente ao quesito. A abordagem CTSA
apareceu na introdução, nas partes sobre a humanidade e seu “impacto” ambiental, na parte de
Poluição ambiental e seus subitens: “Poluição das águas e do solo” e “O problema do lixo
urbano”. Na parte de interferência humana principalmente nos subitens: Extinção de espécies,
Caminhos e perspectivas e alternativas energéticas e no texto no fim do capítulo (Cuidando
da nossa casa). Já os demais tópicos do capítulo tratavam de conteúdos que apresentam uma
relação de problemas ambientais com o crescimento populacional como, por exemplo, na
parte sobre características das populações, crescimento da população humana, planejamento
familiar e controle da natalidade, na parte sobre conceito de sustentabilidade e no texto
complementar intitulado “Cuidando da nossa casa”. Em quase todos os subitens do capítulo
apresentam esse quesito.
47

Exemplos:
“O grande desafio da humanidade, neste século XXI, é modificar o antigo
conceito desenvolvimentista de progresso, substituindo-o pelo de desenvolvimento
sustentável, como já mencionamos. É necessário refletir sobre o impacto que cada um de nós
causa ao ambiente, em termos dos recursos que utilizamos e do destino do lixo que
produzimos. Só assim poderemos suavizar nosso impacto sobre o ambiente e garantir um
local habitável para as gerações futuras” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 238).

“O controle da poluição e a preservação do ambiente dependem,


fundamentalmente, do esclarecimento e da educação da população. Somente uma sociedade
civil amplamente organizada será capaz de exercer uma fiscalização ambiental sistemática,
exigindo a criação e o cumprimento de leis ecológicas eficientes” (AMABIS e MARTHO,
2001, p. 239).

“A natureza pode suportar a atividade exploradora da humanidade, desde que


ela não ultrapasse certos limites. Teoricamente, nossa espécie poderia viver em harmonia
com o ambiente. Muitos ainda não se deram conta da gravidade e da extensão dos danos
causados à natureza, mas dentro de pouco tempo, a defesa do ambiente natural será uma das
prioridades de todos os povos” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 248).

“Esse desequilíbrio climático é produto de nossas próprias mãos. No entanto,


existe algo que cada um de nós pode fazer que é controlar localmente os vários abusos em
nossa vida diária. O planeta é finito. E muito mais frágil do que pensamos. É bom não
esquecermos que nossas vidas são mais frágeis ainda” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
249).

Quanto a existir sugestões de leitura complementar diversificada para


possibilitar uma melhor aprendizagem e uma postura critica do aluno, o texto foi avaliado
como 3, isto é, a obra atendeu parcialmente ao quesito. Apareceu no final do capítulo, na qual
o texto de uma página, intitulado “Cuidando da nossa casa”. Consiste em uma reportagem de
um jornal que compreende as opiniões do autor da reportagem sobre um resumo que ele leu
sobre as mais importantes notícias no mundo científico durante o ano de 2000. Esse quesito
recebeu nota três porque apesar de o capítulo analisado apresentar apenas uma leitura
48

complementar, o texto trata de vários assuntos sobre a relação do homem com o uso dos
recursos naturais abordados no capítulo e ainda os assuntos estão interligados.

Quanto ao texto relacionar o tema com o cotidiano do aluno, o texto foi


avaliado como 3, isto é, a obra atendeu parcialmente ao quesito. Esse quesito apareceu ao ser
abordado nos subitens Sustentabilidade Ambiental, Poluição atmosférica, Inversão térmica,
efeito estufa, destruição da camada de ozônio, alternativas energéticas e no texto
complementar intitulado “Cuidando da nossa casa”. Nesses subitens observou-se que esse
quesito é abordado, mas muito por cima. No resto dos textos do capítulo analisado não
observou-se uma relação com o cotidiano do aluno. Acho que o capítulo poderia relacionar
todos os assuntos abordados com o cotidiano do aluno ou pelo menos aprofundar mais,
mostrando como o cotidiano do aluno está envolvido diretamente ou indiretamente com o
meio ambiente.

Exemplos:
“A civilização moderna está voltada para um alto consumo de energia.
Atualmente, a maior parte da energia empregada nas sociedades industrializadas provém de
combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 248).

“O efeito estufa vem despertando polêmicas na Europa, nos Estados Unidos e


no Japão“ (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 242).

Quanto ao texto discutir ou proporcionar a discussão das relações de riscos e


benefícios dos desequilíbrios ambientais, o texto foi avaliado como 3, isto é, a obra atendeu
parcialmente ao quesito. Esse quesito apareceu nas partes sobre poluição ambiental, poluição
atmosférica, poluição térmica, inversão térmica, efeito estufa e no texto complementar do
final do capítulo, intitulado “Cuidando de nossa casa”. E nessas partes sobre a relação de
riscos e benefícios dos equilíbrios ambientais observou-se uma boa discussão na qual
apresentou vários riscos e benefícios dos equilíbrios ambientais.
49

Exemplos:
Prejuízo:
“A camada quente impede a dispersão de poluentes, que ficam aprisionados
junto à superfície. Nessas ocasiões, ocorre grande aumento de casos de irritação das
mucosas e problemas respiratórios” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 241).

Benefício:
“Os componentes atmosféricos responsáveis pelo efeito estufa são
principalmente vapor d´água, gás carbônico, metano e dióxido de nitrogênio. O efeito estufa
tem sido importante, desde a origem da vida na Terra, para manter a superfície terrestre
aquecida, impedindo a perda rápida de calor para o espaço” (AMABIS e MARTHO, 2001,
p. 241).

Quanto ao texto discutir riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes, o


texto foi avaliado como 3, isto é, a obra atendeu parcialmente ao quesito. A abordagem CTSA
apareceu nas partes sobre poluição ambiental, poluição atmosférica, aumento do efeito estufa
e destruição da camada de ozônio. Observou-se somente nessas partes discussão de riscos
ambientais decorrentes de possíveis acidentes e muito por cima.

Exemplos:
“Acredita-se que a destruição da camada de ozônio seja, pelo menos em
partes, conseqüência da liberação de gases denominados clorofluorcarbonos (CFCs) para a
atmosfera. Desde 1930, gases desse tipo têm sido empregados na indústria. Por serem
extremamente leves, os CFCs vão para as altas camadas da atmosfera, onde prejudicam a
reação de formação de ozônio” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 243).

“As atividades humanas, principalmente nas sociedades industrializadas


modernas, geram diversos tipos de poluentes: excrementos, urina, lixo, fumaça e resíduos
industriais, gases dos escapamentos de automóveis e etc“ (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
239).

“A poluição ambiental das sociedades industrializadas tem causado tragédias


de grandes proporções” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 239).
50

Quanto ao texto mostrar uma evolução histórica de fatos e acontecimentos, o


texto foi avaliado como 4, isto é, a obra atendeu satisfatoriamente ao quesito. A abordagem
CTSA apareceu nas partes sobre conceito de sustentabilidade, poluição ambiental,
crescimento da população humana, planejamento familiar, concentração de poluentes ao
longo das cadeias alimentares, introdução de espécies e no texto complementar intitulado
“Cuidando da nossa casa”. Apareceram mais fatos históricos do que evolução histórica de
fatos e também apareceram muitos fatos históricos durante o texto.

Exemplos:
“Em 1839, introduziu-se na Austrália um único exemplar da planta cactácea
Opuntia inermis, popularmente conhecida como figo-da-índia. Essa espécie é originária da
América do sul e não existia anteriormente no continente australiano. Em 1920, o figo-da-
índia ocupava quase 25 milhões de hectares, e sua tendência era aumentar em cerca de 4
milhões de hectares por ano” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 246).

“Calcula-se que no ano 8000 a.C. a população do mundo era de


aproximadamente 5 milhões de pessoas. Na época de Cristo, o número de pessoas atingiu os
300 milhões, saltando para 500 milhões em 1650. Em 1850, a população humana já era de
aproximadamente 1 bilhão de pessoas, passando a 2 bilhões em 1930. Em 1990, já havia sido
ultrapassada a cifra de 5 bilhões. No ano 2000, a população mundial foi estimada em quase 6
bilhões de pessoas” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 235).

Quanto ao texto abranger questões sociais, políticas e éticas, o texto foi


avaliado como 4 isto é, a obra atendeu de modo satisfatório ao quesito. A abordagem CTSA
apareceu nas partes sobre densidade populacional, o perigo da explosão demográfica
(crescimento da população humana, planejamento familiar e controle da natalidade, conceito
de sustentabilidade, poluição ambiental (poluição atmosférica, destruição da camada de
ozônio, o problema do lixo urbano) e no texto complementar intitulado “Cuidando de nossa
casa”. Observaram-se muitas discussões de questões sociais, políticas e éticas ao longo do
texto.

Exemplos:
“O enorme crescimento da população humana deve-se principalmente à
diminuição da taxa de mortalidade, decorrente tanto dos avanços agrícolas e tecnológicos,
51

que aumentaram a produção de alimentos, como dos progressos médicos e sanitários, que
prolongam a expectativa da vida” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 236).

“Tanto lixo não pode ser simplesmente abandonado em áreas desabitadas e


permanecer acumulado a céu aberto. É cada vez mais urgente educar a população acerca do
problema do lixo” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 245).

O capítulo analisado apresentou interdisciplinaridade e/ou


multidisciplinaridade, relacionando Biologia com História, na qual cita fatos históricos que
aconteceram como, por exemplo:

“A preocupação com essas questões, da maior relevância para o futuro da


humanidade, levou as nações do mundo a se reunirem , em 1972, na Suécia, na primeira
Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente, quando foram debatidos os problemas
causados pela poluição e as maneiras para preservar o ambiente” (AMABIS e MARTHO,
2001, p. 238).

“Em 1992, o Brasil sede da segunda conferência da ONU sobre ambiente, a


ECO-92, realizada no Rio de Janeiro” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 238).

“Em Londres, no inverno de 1952, as condições climáticas não permitiram a


dispersão dos poluentes liberados pelos automóveis, pelas fábricas e pelos sistemas de
aquecimento das residências, o que causou efeitos dramáticos.” (AMABIS e MARTHO,
2001, p. 239).

“Outra catástrofe de grandes proporções ocorreu em Chernobyl, na União


Soviética, em 1986” (AMABIS e MARTHO, 2001, p. 239).

Também observou-se a relação entre Biologia e Matemática, na qual há dentro


do capítulo: gráficos de barras, gráficos de setores, fórmulas matemáticas, pirâmides de
energia, porcentagem e unidades (milhões, hab./Km², horas, anos, habitantes e
indivíduos/hora). Vemos uma relação entre Biologia e Química, na qual em determinadas
partes do texto existe símbolos químicos e nomes de substâncias, como por exemplo: metano
(CH4), gás natural, DDT, clorofluorcarbonos (CFCs), gás ozônio (O3), gás oxigênio (O2), gás
52

carbônico (CO2), dióxido de nitrogênio (NO2), combustíveis fósseis (carvão e petróleo),


monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), hidrocarbonetos e sílica.
E também observou-se relação entre Biologia e Geografia, quando no texto
aparecem nomes de cidades e os seus respectivos países, somente o país e mapas geográficos
do Brasil e da Antártida. Exemplos: Rio de Janeiro no Brasil, Tailândia, Costa Rica,
Colômbia, Nigéria, Itália, EUA, Suécia, Chernobyl na União Soviética, Chile, Antártida,
Austrália, América do Sul, Índia e etc.

Portanto analisando e discutindo as notas dadas para todas as características


adotadas e que aparecem no quadro 3, com relação aos textos do capítulo analisado que
tratava sobre as relações do homem com o uso dos recursos naturais, verificou-se que o livro
apresentou notas três e nota quatro.
O livro analisado atendeu parcialmente ao quesito elencado no quadro 3, ou
seja, foi avaliado como nota três na característica: - Relacionam o tema com o cotidiano do
aluno; - Existem sugestões de leitura complementar diversificada para possibilitar uma melhor
aprendizagem e uma postura critica do aluno; - Discutem ou proporcionam a discussão das
relações de riscos e benefícios dos desequilíbrios ambientais; - Discutem riscos ambientais de
possíveis acidentes.
O livro analisado atendeu satisfatoriamente aos quesitos elencados no quadro
3, ou seja, foi avaliado como nota quatro nas características: -Os textos incentivam uma
postura de respeito ao meio ambiente e às pessoas; -Mostram uma evolução histórico de fatos
e acontecimentos.
O livro deixa um pouco a desejar quando se trata de aparecer o quesito existir
sugestões de leitura complementar diversificada para possibilitar uma melhor aprendizagem e
uma postura critica do aluno porque apesar de o capítulo analisado apresentar apenas uma
leitura complementar, o texto trata de vários assuntos sobre a relação do homem com o uso
dos recursos naturais abordados no capítulo e ainda os assuntos estão interligados, quando no
texto se trata de aparecer o quesito relacionar o tema com o cotidiano do aluno porque esse
quesito apareceu ao ser abordado nos subitens Sustentabilidade Ambiental, Poluição
atmosférica, Inversão térmica, efeito estufa, destruição da camada de ozônio, alternativas
energéticas e no texto complementar intitulado “Cuidando da nossa casa”. Nesses subitens
observou-se que esse quesito é abordado, mas muito por cima. No resto dos textos do capítulo
analisado não observou-se uma relação com o cotidiano do aluno; quando no texto se trata de
aparecer à relação de riscos e benefícios dos equilíbrios ambientais porque esse quesito
53

apareceu nas partes sobre poluição ambiental, poluição atmosférica, poluição térmica,
inversão térmica, efeito estufa e no texto complementar do final do capítulo, intitulado
“Cuidando de nossa casa” e na qual nessas partes observou-se uma boa discussão na qual
apresentou vários riscos e benefícios dos equilíbrios ambientais; quando no texto se trata de
aparecer discutir riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes porque a abordagem
CTSA apareceu nas partes sobre poluição ambiental, poluição atmosférica, aumento do efeito
estufa e destruição da camada de ozônio na qual observou-se somente nessas partes discussão
de riscos ambientais decorrentes de possíveis acidentes e muito por cima
O livro não deixa desejar quando no texto se trata de aparecer o quesito
incentivar uma postura de respeito ao meio ambiente e às pessoas porque a abordagem CTSA
apareceu na introdução, nas partes sobre a humanidade e seu “impacto” ambiental, na parte de
Poluição ambiental e seus subitens: “Poluição das águas e do solo” e “O problema do lixo
urbano”. Na parte de interferência humana principalmente nos subitens: Extinção de espécies,
Caminhos e perspectivas e alternativas energéticas e no texto no fim do capítulo (Cuidando
da nossa casa). Já os demais tópicos do capítulo tratavam de conteúdos que apresentam uma
relação de problemas ambientais com o crescimento populacional como, por exemplo, na
parte sobre características das populações, crescimento da população humana, planejamento
familiar e controle da natalidade, na parte sobre conceito de sustentabilidade e no texto
complementar intitulado “Cuidando da nossa casa”. Em quase todos os subitens do capítulo
apresentam esse quesito; quando no texto se trata de aparecer o quesito abranger questões
sociais, políticas e éticas porque a abordagem CTSA apareceu nas partes sobre densidade
populacional, o perigo da explosão demográfica (crescimento da população humana,
planejamento familiar e controle da natalidade, conceito de sustentabilidade, poluição
ambiental (poluição atmosférica, destruição da camada de ozônio, o problema do lixo urbano)
e no texto complementar intitulado “Cuidando de nossa casa” e na qual observaram-se
muitas discussões de questões sociais, políticas e éticas ao longo do texto; e quando no texto
se trata de mostrar uma evolução histórico de fatos e acontecimento porque apareceram mais
fatos históricos do que evolução histórica de fatos e também apareceram muitos fatos
históricos durante o texto e na qual são bem discutidas, ou seja, esses fatos históricos estão
bem relacionados com alguns assuntos abordados no capítulo.
Com relação ao texto observado ao longo do capítulo, o livro abrange a questão
CTSA fazendo relações dos temas abordados no capítulo com o ambiente, sociedade e
tecnologia. Tornando o texto bem didático e explicativo, além de apresentar tabelas, figuras,
54

esquemas e gráficos que ajudam no entendimento dos assuntos e na qual as tabelas, figuras,
esquemas e gráficos apresentam legendas.
Segundo Caamãno (1995) apud CUNHA (2006), dentre os objetivos do
movimento CTSA observei apenas alguns dos objetivos que é o de abordar as implicações
sociais e éticas relacionadas ao uso da tecnologia, promover o interesse dos estudantes em
relacionar as ciências com as suas aplicações tecnológicas e os fenômenos da vida cotidiana,
abordar as implicações sociais e éticas relacionadas ao uso da tecnologia, aprofundar a
problemática associada à construção do conhecimento científico que permitirá compreender
melhor o papel da ciência e da tecnologia e contribuir para que o ensino de ciências se
transforme num elemento fundamental de nossa cultura, não só para capacitação profissional,
mas também para participação ativa nos assuntos sociais.
Segundo Freitas e Souza (2004), observar-se “diferentes” formas de tratar as
questões do cotidiano, dentre as quais nesse livro didático observou-se o tratamento do
cotidiano no levantamento e discussão de questões sócio-ambientais nas quais são
apresentados problemas ambientais explicando as possíveis causas e/ou soluções destes
problemas e na apresentação e discussão da relação entre ciência, tecnologia, sociedade e
ambiente na qual priorizam situações em que se pode debater o possível papel da ciência na
sociedade, mostrando suas realizações e mesmo suas limitações.
Segundo Vasconcelos (1993), o livro didático propicia ao aluno uma
compreensão cientifico, filosófico e estética de sua realidade oferecendo suporte no processo
de formação dos indivíduos. E é observando o conteúdo do livro que vejo essa ocorrência.
Sobre os quesitos analisados, apresentam-se todos os quesitos na qual alguns
deles podem ser melhor trabalhados e também há muitos exemplos para todos os quesitos, o
texto discorreu muito bem sobre os temas abordados no capítulo deixando o texto bem
didático, pois abrange fatos atuais e antigos, e também traz um texto complementar sendo
uma reportagem de um jornal na qual o autor traz sua opinião sobre uma reportagem que viu
sobre as principais notícias do mundo científico durante o ano de 2000. Foi interessante na
parte sobre populações, o texto usar quase metade do capítulo para explicar sobre o tema e na
qual alguns livros esse tema não é abordado ou é abordado de forma resumida. Mas nesse
livro esse tema é bem abordado, utilizando fatos históricos, tabelas, gráficos e figuras (na qual
apresentam legendas explicativas).
55

6.2 Análise das atividades propostas para os alunos

Adotando-se os critérios estabelecidos anteriormente, foi elaborado o quadro 4


que apresenta as análises das atividades propostas aos alunos dos livros escolhidos para a
análise CTSA. Sendo que L1 é o livro da Sonia Lopes, L2 é o livro do Paulino, L3 é o livro
do Favaretto e L4 é o livro do Amabis.

Quadro 4. Resultado das analises dos quatro livros escolhidos quanto às atividades
propostas aos alunos

Quanto às atividades L1 L2 L3 L4

1 - Apresentam atividades variadas e não 3 3 3 3


apenas exercícios de memorização
2 - Apresentam atividades em grupos 1 2 2 1
que permitam o trabalho cooperativo
3 - Propõem atividades que permitam 1 2 2 2
e incentivam o respeito às opiniões alheias
4 - As atividades sugerem e 2 2 2 2
proporcionam diferentes análises para os
fenômenos, desenvolvendo o senso crítico
e a busca de novas respostas
5 - As atividades propostas permitem 2 1 2 2
ou incentivam o aluno a uma opinião crítica

LIVRO 1 – BIO - Sônia Lopes

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades variadas e


não apenas exercícios de memorização, as atividades foram avaliadas como 3, isto é, a obra
atendeu parcialmente ao quesito. As atividades apareceram em forma de questões discursivas
e testes na qual com os conhecimentos prévios se consegue fazer as questões e apareceram
questões discursivas e testes que apresentaram textos e com suas interpretações se consegue
fazer as questões. Encontramos mais questões de interpretações de textos, interpretação de
tabela e interpretação de imagem do que questões de memorização.
56

Exemplos:
“Considerando as relações do homem com o meio ambiente.
1- Apresente dois argumentos contra o uso excessivo de defensivos químicos nos canaviais;
2-Justifique, exemplificando, a afirmação seguinte: “o relacionamento entre os insetos e o
homem assume múltiplos aspectos, que vão desde a saúde até a agricultura” (LOPES, 1999,
p.586).

Quanto às atividades aos alunos apresentarem atividades em grupos, as


atividades foram avaliadas em 1, isto é, a obra não atendeu ao quesito. Não foi encontrado
nenhum exercício ou atividade proposta ao aluno que atendesse ao quesito.

Quanto às atividades aos alunos apresentarem atividades que permitam e


incentivem às opiniões alheias, as atividades foram avaliadas como 1, isto é, a obra não
atendeu ao quesito. Não foi encontrado nenhum exercício ou atividade proposta ao aluno que
atendesse ao quesito.

Quanto às atividades aos alunos apresentarem atividades que sugerem e


proporcionem diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso critico e a busca
de novas respostas, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra atendeu de modo
insuficiente ao quesito. Só foi encontrada uma atividade proposta ao aluno que apareceu na
parte sobre questões para estudo.

Exemplos:
“2-Procure saber quais são os impactos ambientais que têm acontecido nos
últimos anos na região em que você mora. Quais medidas têm sido tomadas para minimizar
esses impactos? Faça uma pesquisa sobre esse assunto, pois são problemas que tocam
diretamente você. Amplie sua pesquisa procurando saber também quais são os principais
problemas ecológicos que ocorrem em seu Estado” (LOPES, 1999, p. 583).

“1-Quando tratamos da seleção natural, comentamos que Darwin influenciou-


se pela seguinte afirmação de Malthus, um sociólogo inglês do século XVIII: “as populações
humanas tendem a crescer em proporção geométrica, enquanto a produção de alimentos
cresce em progressão aritmética”. Isso significa que, se as populações humanas crescerem
57

livremente, acabará morrendo de fome. Considerando seu conhecimento, analise outros


problemas decorrentes da explosão populacional humana“(LOPES, 1999, p. 583).

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades que


permitem ou incentivam o aluno a uma opinião crítica, as atividades foram avaliadas como 2,
isto é, a obra atendeu de modo insuficiente ao quesito. Esse quesito apareceu na parte de
questões para estudo. Acho que as atividades propostas aos alunos deveriam abordar mais e
melhor esse quesito e não só uma atividade proposta ao aluno.

Exemplo:
“2-Procure saber quais são os impactos ambientais que têm acontecido nos
últimos anos na região em que você mora. Quais medidas têm sido tomadas para minimizar
esses impactos? Faça uma pesquisa sobre esse assunto, pois são problemas que tocam
diretamente você. Amplie sua pesquisa procurando saber também quais são os principais
problemas ecológicos que ocorrem em seu Estado” (LOPES, 1999, p. 583).

Portanto analisando e discutindo as notas dadas para todas as características


adotadas e que aparecem no quadro 4, com relação às atividades propostas aos alunos
presentes no capítulo analisado que tratava sobre as relações do homem com o uso dos
recursos naturais, verificou-se que o livro apresentou notas um, notas dois e três.
O livro analisado não atendeu aos quesitos elencados no quadro 4, ou seja, foi
avaliado como nota um nas características: - Apresentam atividades em grupos que permitam
o trabalho cooperativo; - Propõem atividades que permitam e incentivam o respeito às
opiniões alheias.
O livro analisado atendeu de modo insuficiente aos quesitos elencados no
quadro 4, ou seja, foi avaliado como nota dois nas características: - As atividades propostas
permitem ou incentivam o aluno a uma opinião crítica; - As atividades sugerem e
proporcionam diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e a busca
de novas respostas.
O livro analisado atendeu parcialmente aos quesitos elencados no quadro 4, ou
seja, foi avaliado como nota três nas características: - Apresentam atividades variadas e não
apenas exercícios de memorização.
O livro deixa a desejar quando nas atividades propostas aos alunos trata-se de
apresentar atividades em grupos que permitam o trabalho cooperativo, pois não se encontrou
58

esse quesito nas atividades propostas. Também deixa a desejar quando se trata de propor
atividades que permitam ou incentivem o respeito às opiniões alheias, pois também não se
encontrou esse quesito. Também deixa a desejar quando nas atividades propostas permitem ou
incentivem a uma opinião crítica porque esse quesito apareceu na parte de questões para
estudo, somente em uma atividade proposta ao aluno. Deixa a desejar também quando as
atividades sugerem ou proporcionam diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o
senso crítico e a busca de novas respostas porque só foi encontrada em uma atividade
proposta ao aluno e que apareceu na parte sobre questões para estudo.
Observando as notas de todos os quesitos desse livro, concluí que o livro
melhorou em um dos quesito na qual recebeu nota três, quando nas atividades propostas aos
alunos trata-se de apresentar atividades variadas e não apenas exercícios de memorização
porque essas atividades apareceram em forma de questões discursivas e testes na qual com os
conhecimentos prévios consegue-se fazer as questões e apareceram questões discursivas e
testes que apresentaram textos e com suas interpretações se consegue faze as questões.
Encontramos mais questões de interpretações de textos, interpretação de tabela e interpretação
de imagem do que questões de memorização.
Com relação às atividades propostas aos alunos observadas no capítulo, o livro
abrange de modo insuficiente sobre a questão CTSA, apesar de ter tido duas notas dois e uma
nota três. Com relação aos quesitos analisados sobre as atividades propostas aos alunos no
capítulo, observei que as questões não são de memorização e sim de interpretação de textos,
esquemas e tabelas, não incentivam as opiniões alheias e nem críticas feitas pelos alunos,
abrangem todos os assuntos abordados no capítulo. Mas as atividades poderiam abordar os
quesitos de apresentar atividades em grupos que permitam o trabalho cooperativo e propor
atividades que permitam e incentivam o respeito às opiniões alheias, pois é a partir delas que
o aluno sabe pensar e formular suas respostas a partir de um referencial ou do conhecimento
que já possui e também saber ouvir e respeitar as opiniões alheias.

LIVRO 2 – Biologia (Genética, Evolução e Ecologia) – Wilson Roberto Paulino

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades variadas e


não apenas exercícios de memorização, as atividades foram avaliadas como 3, isto é, a obra
atendeu ao parcialmente ao quesito. As atividades apareceram em forma de questões testes na
qual com os conhecimentos prévios se conseguem fazer as questões e também com ajuda de
textos curtos que existem no exercício e olhando e interpretando os desenhos que existem no
59

exercício. Apareceram questões discursivas que precisam da ajuda do texto que existem no
próprio exercício para respondê-las e apareceram questões que se precisa pesquisar para
responder. Segue abaixo um exemplo de atividade proposta ao aluno que atendeu
parcialmente ao quesito:

“O lixo hospitalar resulta dos resíduos gerados em hospitais, postos de saúde


e clínicas veterinárias, entre outros exemplos. Pesquise, se necessário, e identifique alguns
produtos normalmente encontrados nos lixos hospitalares e que, em geral, estão ausentes nos
lixos domésticos” (PAULINO, 2006, p. 293).

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades em grupos


que permitam o trabalho cooperativo, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra
atendeu de modo insuficiente ao quesito. Observou-se que dentre todas as atividades
encontram-se poucas atividades que atenderam ao quesito e essas atividades são de um texto
complementar sobre o lixo. Abaixo está um exemplo de atividade proposta ao aluno que
atendeu parcialmente ao quesito:

“Em grupo resolver: 1- Os aterros sanitários, em relação aos depósitos de lixo


a céu aberto, têm a vantagem de diminuir o contato humano direto com o lixo, por exemplo.
Mas eles têm também algumas restrições. Identifique algumas delas” (PAULINO, 2006, p.
293).

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades que


permitam e incentivem o respeito às opiniões alheias, as atividades foram avaliadas como 2,
isto é, a obra atendeu de modo insuficiente ao quesito. Considero que esse quesito apareceu
somente nas partes em que há um texto sobre o problema do lixo e no final do texto há
questões sobre o assunto. No restante das atividades não apresentou esse quesito, sendo
apenas questões de vestibular.

Exemplo:
“Em grupo resolver: 1- Os aterros sanitários, em relação aos depósitos de lixo
a céu aberto, têm a vantagem de diminuir o contato humano direto com o lixo, por exemplo.
Mas eles têm também algumas restrições. Identifique algumas delas” (PAULINO, 2006, p.
293).
60

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades que


sugerem e proporcionam diferentes analises para os fenômenos, desenvolvendo o senso
crítico e a busca de novas respostas, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra
atendeu de forma insuficiente ao quesito. As maiorias das atividades são de vestibular, sendo
questões de interpretação de texto, gráficos e tabelas, tanto testes como escritas, que pedem
respostas curtas e que, portanto não abordam esse quesito. Abaixo segue um exemplo de
atividade proposta ao aluno que atendeu ao quesito:

“Com freqüência, ouvimos em noticiários de televisão que determinada


reserva florestal está em chamas e que o incêndio é controlável. Geralmente, grandes
extensões da reserva são danificadas, numerosos indivíduos de espécies de vegetais e animais
morre, sendo que algumas espécies correm perigo de extinção. Além desses efeitos imediatos,
indique um problema a médio ou em longo prazo decorrente das queimadas e analise as
conseqüências” (PAULINO, 2006, p. 284).

Quanto às atividades propostas aos alunos permitirem e incentivarem o aluno a


uma opinião crítica, as atividades foram avaliadas como 1, isto é, que a obra não atendeu ao
quesito. Não foram encontrados em nenhuma das atividades propostas aos alunos que
preenchessem esse quesito.
Portanto analisando e discutindo as notas dadas para todas as características
adotadas e que aparecem no quadro tabela 4, com relação às atividades propostas aos alunos
presentes no capítulo analisado que tratava sobre as relações do homem com o uso dos
recursos naturais, verificou-se que o livro apresentou nota um, notas dois e nota três.
O livro analisado não atendeu aos quesitos elencados no quadro 4, ou seja, foi
avaliado como nota um nas características: - As atividades propostas permitem ou incentivam
o aluno a uma opinião crítica.
O livro analisado atendeu de modo insuficiente aos quesitos elencados no
quadro 4, ou seja, foi avaliado como nota dois nas características: - Apresentam atividades em
grupos que permitam o trabalho cooperativo; -Propõem atividades que permitam e incentivam
o respeito às opiniões alheias; - As atividades sugerem e proporcionam diferentes análises
para os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e a busca de novas respostas.
61

O livro analisado atendeu parcialmente aos quesitos elencados no quadro 4, ou


seja, foi avaliado como nota três nas características: - Apresentam atividades variadas e não
apenas exercícios de memorização.
O livro deixa a desejar quando nas atividades propostas aos alunos, trata-se de
as atividades propostas permitirem ou incentivarem o aluno a uma opinião crítica, pois não foi
encontrado esse quesito nas atividades propostas. Com relação aos quesitos: Apresentar
atividades em grupos que permitam o trabalho cooperativo, propor atividades que permitam e
incentivam o respeito às opiniões alheias e apresentar atividades que sugerem e proporcionam
diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e as buscas de novas
respostas poderiam melhorar porque observou-se que dentre todas as atividades relacionados
com atividades em grupos que permitam o trabalho cooperativo encontram-se poucas
atividades que atenderam ao quesito e essas atividades são de um texto complementar sobre o
lixo, porque observou-se que com relação às atividades permitir e incentivar o respeito às
opiniões alheias apareceu somente nas partes em que há um texto sobre o problema do lixo e
no final do texto há questões sobre o assunto. No resto das atividades não apresentou esse
quesito, sendo apenas questões de vestibular. Com relação às atividades sugerirem e
proporcionarem diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e as
buscas de novas respostas poderiam melhorar porque na maioria das atividades são de
vestibular, sendo questões de interpretação de texto, gráficos e tabelas, tanto testes como
escritas, que pedem respostas curtas e que, portanto não abordam esse quesito.
Mas dentre os quesitos analisados relacionados com as atividades, um quesito
se destacou por receber nota 3, que é o quesito: apresentar atividades variadas e não apenas
exercícios de memorização. Destacou-se porque as atividades apareceram em forma de
questões testes na qual com os conhecimentos prévios se conseguem fazer as questões e
também com ajuda de textos curtos que existem no exercício e olhando e interpretando os
desenhos que existem no exercício. Apareceram questões discursivas que precisam da ajuda
do texto que existem no próprio exercício para respondê-las e apareceram questões que se
precisa pesquisar para responder.
Com relação às atividades propostas aos alunos observados no capítulo, o livro
abrange parcialmente sobre a questão CTSA, apesar de ter tido notas três, notas dois e uma
nota um. Com relação aos quesitos analisados sobre as atividades propostas aos alunos no
capítulo, observei que as questões não são de memorização e sim de interpretação de textos,
esquemas, tabelas e gráficos, não incentivam as opiniões alheias e nem críticas feitas pelos
alunos, mas abrangem todos os assuntos abordados no capítulo. As atividades poderiam
62

melhorar na abordagem dos quesitos de apresentar atividades em grupos que permitam o


trabalho cooperativo e propor atividades que permitam e incentivam o respeito às opiniões
alheias, pois é a partir delas que o aluno segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais
(BRASIL, 2002), favorece o desenvolvimento de modos de pensar e agir que permitem aos
indivíduos se situar no mundo e dele participar de modo consciente e conseqüente além de
sabe pensar e formular suas respostas a partir de um referencial ou do conhecimento que já
possui e também saber ouvir e respeitar as opiniões alheias. Também poderiam melhorar nos
quesitos de sugerirem e proporcionarem diferentes análises para os fenômenos,
desenvolvendo o senso crítico e a busca de novas respostas, pois dá aos alunos segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002), chances de além de analisar, argumentar
e posicionar-se criticamente em relação a temas de ciência e tecnologia como, por exemplo,
sobre analisar dados relacionados a problemas ambientais como a destinação do lixo e do
esgoto, o tratamento da água e etc.
Já com relação ao quesito sobre apresentar atividades variadas e não apenas
exercícios de memorização, as atividades cumprem o seu papel, mas poderiam ser melhor
abordadas apresentando não somente questões de vestibular, mas questões criativas
discursivas que façam o aluno pense, analise, interprete e etc., para tentar chegar nas respostas
com seus conhecimentos prévios e os conhecimentos que aprenderam durante as aulas, sem se
ater em olhar nas alternativas de questões testes para tentar descobrir a resposta certa.

LIVRO 3 – Biologia – José Arnaldo Favaretto e Clarinda Mercadante.

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades variadas e não


apenas exercícios de memorização, as atividades foram avaliadas como 3, isto é, a obra
atendeu parcialmente ao quesito. Os exercícios propostos apresentaram gráficos, esquemas e
textos que ajudarão os alunos a fazerem os exercícios, eles ainda se apresentaram em forma
de testes e escritos e estavam misturados. E estavam divididos em atividades complementares
e atividades com base total no capítulo.

Exemplo:
“Observe graficamente os gráficos:
Taxa de mortalidade infantil e porcentagem da população com acesso à água potável
de boa qualidade (fonte do gráfico: UNICEF).
a- Que conclusões podem ser retiradas pela análise dos gráficos?
63

b- Elabore pelo menos uma hipótese que justifique essas conclusões”


(FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 49).

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem em grupos


que permitam o trabalho cooperativo, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra
atendeu de modo insuficiente ao quesito. Dentre todas as atividades propostas encontramos
apenas duas questões que atenderam ao quesito, em que se pede que primeiro se leia um texto
intitulado “Água, poder e política: a luta por um recurso escasso”, e depois pede-se que
discuta em grupo as seguintes questões.
Exemplo:
“1- Estabeleçam um paralelo entre as preocupações expostas por Aristóteles e as
ponderações de Marina Silva sobre as possíveis disputas por água no futuro.
2- Atualmente, já existem casos de conflito entre países, motivados pela disputa por
fontes de água. Pesquisem e discutam alguns desses casos” (FAVARETTO e
MERCADANTE, 2005, p. 46).

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades que permitam e


incentivem o respeito às opiniões alheias, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra
atendeu de modo insuficiente ao quesito. Dentre todas as atividades propostas aos alunos
encontramos dois exercícios que incentivam às opiniões alheias, o exercício consiste em,
primeiro ler um texto intitulado “Água, poder e política: a luta por um recurso escasso” e
depois responder a duas questões em grupo e discuti-las. As questões que atenderam a esse
quesito são:

“1- Estabeleçam um paralelo entre as preocupações expostas por Aristóteles e as


ponderações de Marina Silva sobre as possíveis disputas por água no futuro.
2- Atualmente, já existem casos de conflito entre países, motivados pela disputa por
fontes de água. Pesquisem e discutam alguns desses casos” (FAVARETTO e
MERCADANTE, 2005, p. 46).

Quantos as atividades propostas aos alunos sugerirem e proporcionarem diferentes


análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico
e a busca de novas respostas, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra atendeu de
64

modo insuficiente ao quesito. Foram encontradas 3 questões que desenvolva o senso crítico e
a busca por novas respostas. Elas seguem como exemplo abaixo:

“Observe graficamente os gráficos:


Taxa de mortalidade infantil e porcentagem da população com acesso à água potável
de boa qualidade (fonte do gráfico: UNICEF).
a-Que conclusões podem ser retiradas pela análise dos gráficos?
b-Elabore pelo menos uma hipótese que justifique essas conclusões”
(FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 49).

“2- Atualmente, já existem casos de conflito entre países, motivados pela disputa por
fontes de água. Pesquisem e discutam alguns desses casos”
(FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 46).

“Apresente uma possível explicação para o aquecimento global aumentar a incidência


da malária” (FAVARETTO e MERCADANTE, 2005, p. 48).

Quanto às atividades propostas aos alunos permitirem ou incentivarem o aluno a uma


opinião crítica, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra atendeu de modo
insuficiente ao quesito. Abaixo segue um exemplo de uma única atividade que atendeu ao
quesito na qual se pede que primeiro se leia um texto intitulado “Água, poder e política: a
luta por um recurso escasso”, e depois pede-se que discuta em grupo as seguintes questões:

“1- Estabeleçam um paralelo entre as preocupações expostas por Aristóteles e as


ponderações de Marina Silva sobre as possíveis disputas por água no futuro.
2- Atualmente, já existem casos de conflito entre países, motivados pela disputa por
fontes de água. Pesquisem e discutam alguns desses casos” (FAVARETTO e
MERCADANTE, 2005, p. 46).

Portanto analisando e discutindo as notas dadas para todas as características adotadas e


que aparecem na tabela 4, com relação às atividades propostas aos alunos presentes no
capítulo analisado que tratava sobre as relações do homem com o uso dos recursos naturais,
verificou-se que o livro apresentou notas dois e notas três.
65

O livro analisado atendeu de modo insuficiente aos quesitos elencados na tabela 4, ou


seja, foi avaliado como nota dois nas características: - Apresentam atividades em grupos que
permitam o trabalho cooperativo; - Propõem atividades que permitam e incentivam o respeito
às opiniões alheias; - As atividades sugerem e proporcionam diferentes análises para os
fenômenos, desenvolvendo o senso crítico
e a busca de novas respostas; - As atividades propostas permitirem ou incentivarem o aluno a
uma opinião crítica.
O livro analisado atendeu parcialmente aos quesitos elencados na tabela 3, ou seja, foi
avaliado como nota três nas características: - Apresentam atividades variadas e não apenas
exercícios de memorização.
Na parte das atividades propostas aos alunos que são feitas em grupos e que permitam
o trabalho cooperativo deixam a desejar porque dentre todas as atividades propostas
encontramos apenas duas questões que atenderam ao quesito, em que se pede que primeiro se
leia um texto intitulado “Água, poder e política: a luta por um recurso escasso”, e depois se
pede que discuta em grupo as seguintes questões. E também essas questões sobre o texto que
existe no final do capítulo não tem nada a ver com os restos dos temas do capítulo, as outras
atividades sobre os temas do capítulo não atenderam ao quesito. A mesma coisa acontece
com os quesitos sobre propor atividades que permitam e incentivam o respeito às opiniões
alheias porque dentre todas as atividades propostas encontramos apenas duas questões que
atenderam ao quesito, em que se pede que primeiro se leia um texto intitulado “Água, poder e
política: a luta por um recurso escasso”, e depois pede-se que discuta em grupo as seguintes
questões. E sobre as atividades propostas permitem ou incentivarem o aluno a uma opinião
crítica também deixou a desejar porque também apresentou 2 questões que atendeu ao quesito
e que fazem parte do texto que termina o capítulo na qual o conteúdo do texto não tem nada a
ver com os assuntos abordados dentro do capítulo
Já com relação ao quesito sobre as atividades propostas sugerirem e proporcionarem
diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e a busca de novas
respostas poderia ser melhor trabalhada tendo mais exercícios com esse tipo de quesito, mas
com relação a todas as atividades observadas não deixa a desejar porque foram encontradas 3
questões que desenvolve o senso crítico e a busca por novas respostas e na qual são bem
elaboradas, fazem o aluno interpretar (analisar) os textos e gráficos para responder as questões
propostas.
Dentre os quesitos analisados relacionados com as atividades, um quesito se destacou
por receber nota 3, que é o quesito: apresentar atividades variadas e não apenas exercícios de
66

memorização, o livro não deixa a desejar porque os exercícios propostos apresentaram


gráficos, esquemas e textos que ajudarão os alunos a fazerem os exercícios, eles ainda se
apresentaram em forma de testes e escritos e estavam misturados.
Também se destacou porque nessas atividades com os conhecimentos prévios se
consegue fazer as questões e também com ajuda de textos curtos que existem no exercício e
olhando e interpretando os desenhos, tabelas e gráficos que existem no exercício.
Com a relação às atividades propostas aos alunos observados no capítulo, o livro
abrange parcialmente sobre a questão CTSA, apesar de ter tido notas três e notas dois porque
essa abordagem deixa a desejar na qual são poucas as atividades que atendem essa
abordagem.
Com relação aos quesitos analisados sobre as atividades propostas aos alunos no
capítulo, observei que as questões não são de memorização e sim de interpretação de textos,
esquemas, tabelas e gráficos, não incentivam as opiniões alheias e nem críticas feitas pelos
alunos, abrangem todos os assuntos abordados no capítulo. As atividades poderiam melhorar
na abordagem dos quesitos: apresentar atividades em grupos que permitam o trabalho
cooperativo e propor atividades que permitam e incentivam o respeito às opiniões alheias,
pois é a partir delas que o aluno segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,
2002), favorece o desenvolvimento de modos de pensar e agir que permitem aos indivíduos se
situar no mundo e dele participar de modo consciente e conseqüente além de sabe pensar e
formular suas respostas a partir de um referencial ou do conhecimento que já possui e também
saber ouvir e respeitar as opiniões alheias. Também poderia melhorar nos quesitos de
sugerirem e proporcionarem diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso
crítico e a busca de novas respostas, pois dá aos alunos segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 2002), chances de além de analisar, argumentar e posicionar-se
criticamente em relação a temas de ciência e tecnologia como, por exemplo, sobre analisar
dados relacionados a problemas ambientais como a destinação do lixo e do esgoto, o
tratamento da água e etc.
Já com relação ao quesito sobre apresentar atividades variadas e não apenas exercícios
de memorização, as atividades cumprem o seu papel por conter atividades que fazem com que
o aluno pense, análise, discuta e pesquise para chegar até a resposta certa.
67

LIVRO 4 – Conceitos de Biologia- Genética, Evolução e Ecologia – José


Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho.

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades variadas e não


apenas exercícios de memorização, as atividades foram avaliadas como 3, isto é, a obra
atendeu parcialmente ao quesito. As atividades propostas apresentaram-se em forma de testes
e questões escritas, com a presença de gráficos e tabelas. Primeiro apareceram atividades
ligados aos conteúdos presentes nos subtítulos do capítulo analisado, na qual os exercícios
estão divididos conforme os temas dos subtítulos. Estando divididas essas atividades em 2
blocos: 1º bloco: Revendo conceitos fundamentais e 2º bloco: Ligado conceitos e fatos.
Depois apareceram questões escritas para pensar e discutir. E por fim apareceram questões de
vestibular.

Exemplos:
“Suponha que um lago receba grande volume de esgotos domésticos, constituído
basicamente por resíduos orgânicos. Que efeito positivo teria um grande motor de pás que
movimentasse a água, causando sua oxigenação? Discuta” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
253).

“Redija um texto que correlacione: sociedade industrial; superpopulação; efeito


estufa. Tente desenvolver uma argumentação lógica, que mostre relações de causa e efeito.
Por exemplo, sociedade industrializada implica aumento no uso de combustíveis? De que
tipo? O que isso tem a ver com o efeito estufa? Por quê? E assim por diante. Procure dados
no livro (ou em outras fontes) para justificar sua análise” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
252).

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades em grupos que


permitam o trabalho cooperativo, as atividades foram avaliadas como 1, isto é, a obra não
atendeu ao quesito. Não foi encontrada nas atividades propostas nenhuma atividade em grupo.

Quanto às atividades aos alunos apresentarem atividades que permitam e incentivem


às opiniões alheias, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra atendeu de modo
insuficiente ao quesito. Foram encontrados apenas um exercício ou atividade proposta ao
aluno que atendesse ao quesito.
68

Exemplo:
“Suponha que um lago receba grande volume de esgotos domésticos, constituído
basicamente por resíduos orgânicos. Que efeito positivo teria um grande motor de pás que
movimentasse a água, causando sua oxigenação? Discuta” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
253).

Quanto às atividades aos alunos apresentarem atividades que sugerem e proporcionem


diferentes análises para os fenômenos, desenvolvendo o senso critico e a busca de novas
respostas, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra atendeu de modo insuficiente
ao quesito. Esse quesito apareceu somente na parte de questões para pensar e discutir. As
maiorias das atividades propostas apresentam interpretações de texto, tabelas e gráficos.

Exemplos:
“Suponha que um lago receba grande volume de esgotos domésticos, constituído
basicamente por resíduos orgânicos. Que efeito positivo teria um grande motor de pás que
movimentasse a água, causando sua oxigenação? Discuta” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
253).

“Redija um texto que correlacione: sociedade industrial; superpopulação; efeito


estufa. Tente desenvolver uma argumentação lógica, que mostre relações de causa e efeito.
Por exemplo, sociedade industrializada implica aumento no uso de combustíveis? De que
tipo? O que isso tem a ver com o efeito estufa? Por quê? E assim por diante. Procure dados
no livro (ou em outras fontes) para justificar sua análise” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
252).

Quanto às atividades propostas aos alunos apresentarem atividades que permitem ou


incentivam o aluno a uma opinião crítica, as atividades foram avaliadas como 2, isto é, a obra
atendeu de modo insuficiente ao quesito. Esse quesito apareceu somente na parte de questões
para pensar e discutir. Observou-se apenas nessas 2 atividades propostas o incentivo a opinião
crítica por parte do aluno.
Exemplos:
“Suponha que um lago receba grande volume de esgotos domésticos, constituído
basicamente por resíduos orgânicos. Que efeito positivo teria um grande motor de pás que
69

movimentasse a água, causando sua oxigenação? Discuta” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.


253).

“Redija um texto que correlacione: sociedade industrial; superpopulação; efeito


estufa. Tente desenvolver uma argumentação lógica, que mostre relações de causa e efeito.
Por exemplo, sociedade industrializada implica aumento no uso de combustíveis? De que
tipo? O que isso tem a ver com o efeito estufa? Por quê? E assim por diante. Procure dados
no livro (ou em outras fontes) para justificar sua análise” (AMABIS e MARTHO, 2001, p.
252).

Portanto analisando e discutindo as notas dadas para todas as características adotadas e


que aparecem no quadro 4, com relação às atividades propostas aos alunos presentes no
capítulo analisado que tratava sobre as relações do homem com o uso dos recursos naturais,
verificou-se que o livro apresentou nota um, notas dois e nota três.
O livro analisado não atendeu ao quesito apresentar atividades em grupos que
permitam e incentivem o trabalho cooperativo.
O livro atendeu de modo insuficiente aos quesitos elencados no quadro 4, ou seja, foi
avaliado como nota dois nas características: - Propõem atividades que permitam e incentivam
o respeito às opiniões alheia; - As atividades sugerem e proporcionam diferentes análises para
os fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e a busca de novas respostas; - As atividades
propostas permitem ou incentivam o aluno a uma opinião crítica.
O livro analisado atendeu parcialmente aos quesitos elencados no quadro 4, ou seja,
foi avaliado como nota três nas características: - Apresentam atividades variadas e não apenas
exercícios de memorização.
Na parte das atividades propostas aos alunos que são feitas em grupos e que permitam
o trabalho cooperativo deixam e muito a desejar porque dentre todas as atividades propostas
não encontramos esse quesito.
Com relação às atividades propostas aos alunos serem variadas e não apenas
exercícios de memorização não deixam a desejar porque as atividades que aparecem são em
sua maioria atividades forma de testes e questões escritas, com a presença de gráficos e
tabelas, sendo atividades que estão ligados aos conteúdos presentes nos subtítulos do capítulo
analisado, na qual são atividades que são de interpretações de texto, gráficos e tabelas. A
mesma coisa acontece com questões escritas para pensar e discutir.
70

Com relação ao quesito propor atividades que permitam e incentivam o respeito às


opiniões alheias deixam a desejar porque foram encontrados apenas um exercício ou atividade
proposta ao aluno que atendesse ao quesito. A mesma coisa acontece com os quesitos
apresentarem atividades que sugerem e proporcionem diferentes análises para os fenômenos,
desenvolvendo o senso critico e a busca de novas respostas porque esse quesito apareceu
somente na parte de questões para pensar e discutir; quanto às atividades propostas aos alunos
apresentarem atividades que permitem ou incentivam o aluno a uma opinião crítica porque
esse quesito apareceu somente na parte de questões para pensar e discutir. Observou-se
apenas nessas 2 atividades propostas o incentivo a opinião crítica por parte do aluno.
Com relação às atividades propostas aos alunos observados no capítulo, o livro
abrange parcialmente sobre a questão CTSA, por ter tirado uma nota um, três notas dois e
uma nota três. Com relação aos quesitos analisados sobre as atividades propostas aos alunos
no capítulo, observei que as questões não são de memorização e sim de interpretação de
textos, esquemas, tabelas e gráficos, não incentivam as opiniões alheias e nem críticas feitas
pelos alunos, abrangem todos os assuntos abordados no capítulo. Mas acho que as atividades
poderiam melhorar na abordagem dos quesitos de apresentar atividades em grupos que
permitam o trabalho cooperativo e propor atividades que permitam e incentivam o respeito às
opiniões alheias, pois é a partir delas que o aluno segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 2002), favorece o desenvolvimento de modos de pensar e agir que
permitem aos indivíduos se situar no mundo e dele participar de modo consciente e
conseqüente além de sabe pensar e formular suas respostas a partir de um referencial ou do
conhecimento que já possui e também saber ouvir e respeitar as opiniões alheias. Também
poderia melhorar nos quesitos de sugerirem e proporcionarem diferentes análises para os
fenômenos, desenvolvendo o senso crítico e a busca de novas respostas, pois dá aos alunos
segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002), chances de além de analisar,
argumentar e posicionar-se criticamente em relação a temas de ciência e tecnologia como, por
exemplo, sobre analisar dados relacionados a problemas ambientais como a destinação do lixo
e do esgoto, o tratamento da água e etc. Já com relação ao quesito sobre apresentar atividades
variadas e não apenas exercícios de memorização, acho que as atividades cumprem o seu
papel, mas poderiam ser melhor abordadas apresentando não somente questões de vestibular,
mas questões criativas discursivas que façam o aluno pense, analise, interprete e etc para
tentar chegar às respostas com seus conhecimentos prévios e os conhecimentos que
aprenderam durante as aulas, sem se ater em olhar nas alternativas de questões testes para
tentar descobrir a resposta certa.
71

7. CONCLUSÃO
Observando os resultados obtidos com relação ao texto, presente nos capítulos
analisados sobre as relações do homem com o uso dos recursos naturais, concluímos que o
melhor livro na abordagem CTSA é Conceitos de Biologia – Genética, Evolução e Ecologia
de José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho. Volume 3, 1ª edição, Editora
Moderna, 2001. Este livro foi considerado o melhor dentre todos os livros analisados porque é
o livro que apresenta todas as características analisadas e também por apresentar as melhores
notas.
Observando os resultados obtidos com relação às atividades propostas aos alunos,
presente nos capítulos analisados sobre as relações do homem com o uso dos recursos
naturais, concluímos que o melhor livro na abordagem CTSA é o livro de número três,
intitulado: Biologia de José Arnaldo Favaretto e Clarinda Mercadante. Volume único, 1ª
edição, Editora Moderna, 2005. Este livro foi considerado o melhor dentre todos os livros
analisados porque é o livro que apresenta todas as características analisadas e por apresentar
as melhores notas.
72

8. CRONOGRAMA
Semana Datas importantes O que o aluno se compromete a fazer?
Data limite para entrega do formulário de orientação de acompanhamento Entregar o formulário de acompanhamento do
1ª do aluno assinada pelo orientador. O formulário deve ser entregue impresso aluno assinado pelo orientador.
16/02 na secretaria do Prédio 38 e uma cópia por e-mail para
pechliye@mackenzie.br
Ler os artigos relacionados com meu

tema,fazer a introdução,fazer os objetivos e
23/02
fazer a metodologia,
Data limite para entrega do cronograma de atividades (pode ser nesse Fazer a justificativa e revisar o que já foi
3ª próprio formato). O cronograma deve ser entregue impresso ao seu escrito. Fazer a capa,folha de rosto e as
02/03 orientador e uma cópia por e-mail para pechliye@mackenzie.br referências.

Dar uma olhada nos livros didáticos que usarei



para a análise do conteúdo e ver se existe a
16/03
abordagem CTSA.
5ª Começar a relacionar os conteúdos dos livros
23/03 didáticos analisados com os artigos lidos.
6ª Começar e escrever a fundamentação teórica.
30/03
Continuar na fundamentação teórica se

necessário, fazer os resultados,fazer a
06/04
discussão.
Fazer a conclusão, fazer o resumo e

abstract,fazer o sumário. Caso necessário fazer
13/04
o anexo.
9ª Fazer a apresentação em slides do projeto.
20/04
10ª REVISAR O PROJTEO
27/04
11ª Escolha do título definitivo que deve ser enviado para REVISAR O PROJETO. E ESCOLHER O
04/05 pechliye@mackenzie.br TEMA DEFINITIVO.
Entrega final do trabalho para o orientador Entregar o final do trabalho para o
Escolha dos componentes da banca. Preencher formulário com opções de orientador.Preencher o formulário com opções
12ª horário que o orientador e os componentes da banca podem. Enviar para de horário que o orientador e os componentes
11/05 pechliye@mackenzie.br e entregar uma cópia assinada pelo seu orientador da banca podem.Enviar para o prédio
na secretaria do prédio 38. 38(assinado pelo orientador) e para
pechliye@mackenzie.br
13ª Devolução do trabalho a ser modificado REVISAR O PROJETO.
18/05
Protocolar as monografias na secretaria do prédio 38. Três cópias, PROTOCOLAR AS MONOGRAFIAS.
14ª
encadernadas em acetato, datadas, com visto do orientador na última página
25/05
(verifique modelo no site)
15ª ESTUDAR O PROJETO
01/06
16ª Apresentação dos TCC CORRIGIR O PROJETO APÓS A DEFESA E
08/06 APRESENTAÇÃO
17ª Apresentação dos TCC CORRIGIR O PROJETO APÓS A DEFESA E
15/06 APRESENTAÇÃO.
Entrega da versão final da monografia (corrigida após defesa). Esta versão ENTREGA FINAL DA MONOGRAFIA.
18ª deve ser postada no Moodle da disciplina TCC.
22/06
Até o dia 20/06/2011
73

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia –


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