PTR 0106

NOÇÕES BÁSICAS DE GEOLOGIA E MÉTODOS

DE PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

Prof. Dr. Marcos Allyson Felipe Rodrigues

 1. NOÇÕES BÁSICAS DE GEOLOGIA E MÉTODOS DE
PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

Geologia
É uma ciência que estuda o planeta terra, a sua
origem, a sua estrutura, os materiais constituintes e
a história neles registradas ao longo dos ciclos de
processos que os modificam.
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PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

Rocha
É um agregado sólido que ocorre naturalmente e é
constituído por um ou mais minerais.
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PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

1.1 Tipos de Rochas

 Rochas ígneas ou magmáticas

Resultam da consolidação do magma. Ex.: Granito,

Diabásio, Quartzo, Basalto, Pegmatito, etc.

GRANITO
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PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

 Rochas metamórficas

são o produto da transformação de qualquer tipo de

rocha levada a um ambiente onde as condições físicas
(pressão, temperatura) são muito distintas daquelas onde a
rocha se formou.

São produtos da transformação das rochas ígneas ou

sedimentares sob a ação da temperatura, pressão, chuvas,
agentes químicos ou mecânicos, ventos, etc. Ex.: Quartzito,
Mármore, Ardósia, etc.
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PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

 Rochas metamórficas

HIMALAIA ANDES
1. NOÇÕES BÁSICAS DE GEOLOGIA E MÉTODOS DE
PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

1.1 Tipos de Rochas

Rochas sedimentares

São rochas formadas a partir de fragmentos da rochas

ígneas, metamórficas e até mesmo sedimentares, carreados
pelos rios ao longo de milhões de anos e depositados nos leitos
dos oceanos, mares e águas interiores, sob a forma de lama,
material particulado muito fino (silte), areias, conglomerados,
conchas, etc.
A continuidade do processo de transporte e sedimentação
desse material ao longo de milhões de anos, resultou na
compactação das camadas inferiores, propiciando a formação
de camadas de rochas, denominadas de rochas sedimentares,
com características bem definidas.
Ex.: Folhelhos, Arenitos, Conglomerados, Calcários, etc.
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PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

1.1 Tipos de Rochas

Rochas sedimentares

A transformação dos sedimentos inconsolidados (p. ex.

areia) em rochas sedimentares (p. ex. arenito) é denominada
DIAGÊNESE, sendo causada por compactação e cristalização
de materiais que cimentam os grãos dos sedimentos.

SEDIMENTOS
 BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS

O Brasil possui 6,4 milhões de km² de terrenos sedimentares

Total de bacias: 29
Processo de deposição dos fragmentos de rocha num leito
marinho, originando as rochas sedimentares.
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1.2 Classificação das rochas sedimentares sob o ponto

de vista da geração e acumulação do petróleo

 Rocha matriz ou geradora

Ex.: folhelhos e carbonatos.

 Rocha reservatório
Ex.: arenitos e carbonatos.
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1.3 Teorias da origem do petróleo

1.3.1 Teoria da origem orgânica

Essa é a teoria mais aceita dentre outras explicações
para a formação do petróleo. A matéria orgânica depositada
com os sedimentos é convertida por processos bacterianos
e químicos, durante o soterramento, num polímero complexo
chamado de querogênio. Este processo é acompanhado por
remoção da água e compactação dos sedimentos. “O
querogênio, por sua vez, é convertido em hidrocarbonetos
por craqueamento térmico a maiores profundidades e
temperaturas relativamente elevadas.”
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1.3.1 Teoria da origem orgânica (cont.)

Nessas condições, e com o passar de milhões
de anos, sob a ação das pressões das camadas que
continuaram a se depositar, da temperatura e ação
bacteriana, a matéria orgânica aprisionada
transformou-se em compostos de hidrocarbonetos.
Planctons
Phytoplânctons
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DE PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO
 1. NOÇÕES BÁSICAS DE GEOLOGIA E MÉTODOS DE
PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

Processo de Transformação
Na faixa de temperaturas mais baixas, até 65ºC, predomina a
atividade bacteriana que provoca a reorganização celular e transforma
a matéria orgânica em querogênio. O produto gerado é o “metano
bioquímico” ou biogênio. Este processo é denominado de:
DIAGÊNESE.

O incremento de temperatura, até 165ºC, é determinante da quebra

das moléculas de querogênio e resulta na geração de hidrocarbonetos
líquidos e gás, o processo é CATAGENESE.

A continuação do processo, avançando até 210ºC, propicia a quebra

das moléculas de hidrocarbonetos líquidos e sua transformação em gás
leve, o processo é METAGENESE.

Ultrapassando essa fase, a continuação do incremento de

temperatura leva à degradação do hidrocarboneto gerado, deixando
como remanescente grafite, gás carbônico e algum resíduo de gás
metano: METAMORFISMO.
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1.3.2 Teoria da origem inorgânica do petróleo e gás

Segundo essa teoria os hidrocarbonetos foram formados a
grandes profundidades, a partir de materiais que foram incorporados
por ocasião da formação da Terra.
Principais argumentos dos defensores dessa teoria
1. O metano já foi encontrado em áreas onde seria improvável
uma origem biogenética.
2. Algumas jazidas de petróleo encontradas a grandes
profundidades e a altas temperaturas, carecem de evidências
biológicas.
3. As jazidas de hidrocarbonetos encontradas em áreas muito
extensas apresentam, freqüentemente, características químicas
comuns, independentemente da composição variada e da idade
geológica das formações nas quais o petróleo é encontrado.
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MÉTODOS DE PESQUISA APLICADOS AO
PETRÓLEO

1.3.2 Teoria da origem inorgânica do petróleo e gás

Principais argumentos dos defensores dessa
teoria
4. Acredita-se que, face às grandes jazidas já
encontradas e a serem descobertas os
resíduos orgânicos não seriam suficientes para
justificar a sua existência.
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1.3.3 Fatores essências para a ocorrência de uma acumulação

de petróleo numa bacia sedimentar
• Rocha geradora;
• Geração de hidrocarbonetos;
• Migração primária;
•Rocha reservatório
• Armadilhas;
• Rocha capeadora;
• Migração secundária na rocha reservatório.
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1.3.3.1. Rocha geradora

Contêm matéria orgânica (querogênio), em

quantidade e qualidade, tendo sofrido uma
evolução térmica adequada para
geração/expulsão de quantidades significativas
de petróleo. São preferencialmente folhelhos,
margas e calcilutitos.
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1.3.3.2. Rochas carreadoras

Rochas porosas e permeáveis que, estando em

uma situação geológica adequada (sem armadilha, mas
capeada), permitem que o petróleo expulso das
geradoras migre até a trapa. São preferencialmente
arenitos ou carbonatos porosos
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1.3.3.3. Rochas Reservatório

São capazes de conter e transmitir fluidos que,

estando numa situação geológica adequada (fazendo
parte da trapa e capeadas adequadamente) permitem
que o petróleo seja produzido e possa ser explorado
comercialmente.

Propriedades essenciais:

• Porosidade
• Permeabilidade
ROCHA-RESERVATÓRIO
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Porosidade

Proporção de vazios (não ocupados por grãos,

matriz e cimento) em relação à rocha total (%) → volume
de fluidos contido na rocha

Ø = VOLUME TOTAL DE ESPAÇO POROSO . 100

VOLUME TOTAL DA AMOSTRA
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Permeabilidade

É uma medida de capacidade de se deixar

atravessar por fluidos.

Lei de Darcy:

Onde:
K – permeabilidade absoluta
μ – Viscosidade do fluido
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1.3.3.4. Rochas Selantes

São rochas com baixas permeabilidades que não

permitem (ou retardam muito) a migração secundária do
petróleo. Caso estejam associadas adequadamente
(estrutural ou estratigraficamente) às rochas reservatório
formam a trapa.
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1.3.3.5. Rochas de Sobrecarga

São rochas sobrejacentes que exercem pressão

litostática.
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1.3.3.6. Migração Primária

Ocorre dentro da rocha geradora, em distâncias

relativamente curtas. o deslocamento de petróleo se dá
por microfissuras. Quando o mesmo sai das geradoras,
chama-se expulsão.
RESUMO:

A)PETRÓLEO É GERADO POR SOTERRAMENTO (→

AQUECIMENTO) AO LONGO DO TEMPO GEOLÓGICO, A
PARTIR DA MATÉRIA ORGÂNICA CONTIDA EM ROCHAS
ARGILOSAS (FOLHELHOS)

B) PETRÓLEO É EXPULSO E MIGRA PARA ROCHAS

POROSAS E PERMEÁVEIS (ARENITOS)

C) PETRÓLEO ACUMULA-SE EM ARMADILHAS,

CONTIDO POR ROCHAS IMPERMEÁVEIS (FOLHELHOS)
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1.4 Movimentos tectônicos

1.4.1 Falhas
São fraturas nas camadas rochosas, nas quais
ocorre um deslocamento bem perceptível das partes.
1.4.1.1 Elementos geométricos da falha

• Plano da falha
É a superfície segundo a qual se dá o
deslocamento.
• Rejeito da falha
É a medida do deslocamento linear resultante da
falha.
 FALHA NORMAL
R – Rejeito vertical da falha
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1.4 Movimentos tectônicos

1.4.1 Falhas
1.4.1.2 Classificação das falha

• Falha normal
Nesse tipo de falha um dos blocos é abatido na
mesma direção na qual mergulha o plano da falha.

• Falha inversa ou falha de empurrão

Nesta falha uma parte é empurrada sobre a outra.

• Falha transcorrente ou de deslocamento horizontal

O deslocamento de um bloco em relação ao outro
acompanha a horizontalidade das camadas.
FALHA NORMAL
 FALHA INVERSA OU DE ACAVALAMENTO
R – Rejeito da falha
FALHA TRANSCORRENTE OU DE DESLOCAMENTO HORIZONTAL
Obs.: o deslocamento acompanha a horizontalidade
 FALHA HORIZONTAL
Obs.: um dos flancos está gasto pela erosão, dificultando o reconhecimento da falha
Existem muitos outros tipos de falhas cuja abordagem
foge aos objetivos da disciplina
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1.4 Movimentos tectônicos
1.4.2 Dobras
São ondulações que se formam nas camadas
rochosas, produzidas por esforços de natureza
tectônica.

1.4.2.1 Principais formas de dobras

• Anticlinal
Nesse tipo de dobra os flancos se abrem para
baixo.
• Sinclinal
É a dobra na qual os flancos se abrem para cima.
• Arrasto
Trata-se de um conjunto de dobras menores
subordinadas a uma dobra maior, onde existem
camadas competentes e camadas incompetentes.
 DOBRA
ANTICLINAL SIMÉTRICA
 DOBRAS

SINCLINAL ANTICLINAL
(ASSIMÉTRICO) (ASSIMÉTRICO)
DOBRA DE ARRASTO
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MÉTODOS DE PESQUISA APLICADOS AO
PETRÓLEO

1.5 Discordâncias
A discordância é um fenômeno geológico
significando uma superfície de erosão ou de não-
deposição que separa rochas formadas em diferentes
épocas geológicas.
1.5.1 Tipos de discordâncias

• Angular
• Erosiva
• Inconformidade
• Paraconformidade
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1.5 Discordâncias

1.5.1 Tipos de discordâncias

1.5.1.1 Discordância angular

É caracterizada pelas fortes deformações tectônicas
das camadas mais antigas, antes da deposição das
camadas seguintes.
As camadas mais antigas comumente mergulham
em ângulos maiores que as camadas mais jovens.
DISCORDÂNCIA ANGULAR
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1.5 Discordâncias

1.5.1 Tipos de discordâncias

1.5.1.2 Discordância erosiva

Neste tipo de discordância houve desgaste erosivo da
camada mais antiga, antes da deposição posterior, sem ter
havido deformação.
DISCORDÂNCIA EROSIVA
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1.5 Discordâncias

1.5.1 Tipos de discordâncias

1.5.1.3 Inconformidade
Nesta discordância, as rochas sedimentares
depositadas repousam sobre rochas cristalinas.
DISCORDÂNCIA DO TIPO INCONFORMIDADE
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1.5 Discordâncias

1.5.1 Tipos de discordâncias

1.5.1.4 Paraconformidade ou discordância paralela

É assim chamada porque as camadas são paralelas
entre si, e, somente são constatadas disparidades na
deposição através da análise de fósseis.
PARACONFORMIDADE OU DISCORDÂNCIA PARALELA
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1.6 Armadilhas para o petróleo (traps)

As armadilhas são barreiras que impedem a
continuidade do processo migratório do petróleo nas
jazidas, propiciando a sua acumulação.
1.6.1 Classificação das armadilhas

• Estruturais – dobras, falhas, domos salinos,

intrusões vulcânicas;
• Estratigráficas – as descontinuidades;
• Combinadas – uma associação das armadilhas
estruturais e estratigráficas.
 ARMADILHA (TRAP)

Processo de migração e acumulação de petróleo numa

armadilha, partindo da rocha matriz
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1.6 Armadilhas para o petróleo (traps)

1.6.1 Classificação das armadilhas

1.6.1.1 Armadilha estrutural

Neste tipo de armadilha, o elemento estrutural

principal responsável pelo aprisionamento do petróleo é
representado pelo posicionamento estrutural da rocha
reservatório.

Ex.: dobras, falhas, domos salinos, intrusões

vulcânicas.
ARMADILHA ESTRUTURAL

DOBRA ANTICLINAL
ARMADILHA ESTRUTURAL

DOBRA ANTICLINAL
ARMADILHA ESTRUTURAL

DOMO SALINO
ARMADILHA ESTRUTURAL

FALHA
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1.6 Armadilhas para o petróleo (traps)

1.6.1 Classificação das armadilhas (cont.)

1.6.1.2 Armadilha estratigráfica

É uma armadilha em que o aprisionamento do petróleo

ocorre em função da mudança na estratigrafia ou litologia da
rocha reservatório, que a torna impermeável, impedindo a
migração do petróleo.
ARMADILHA ESTRATIGRÁFICA
ARMADILHA ESTRATIGRÁFICA
1. NOÇÕES BÁSICAS DE GEOLOGIA E MÉTODOS DE
PESQUISA APLICADOS AO PETRÓLEO

1.6 Armadilhas para o petróleo (traps)

1.6.1 Classificação das armadilhas (cont.)

1.6.1.3 Armadilha combinada

Nessa armadilha, o petróleo fica aprisionado em

função das mudanças litológicas ou estratigráficas,
combinadas com elementos estruturais, na rocha
reservatório.
ARMADILHA COMBINADA
ARMADILHA COMBINADA