Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Telegramas
revelam que
partiu de Cuba
proposta para
criar Mais
Médicos, em
negociação
secreta com
governo Dilma
Documentos da embaixada
brasileira em Cuba mostram que
tratativas foram mantidas em
sigilo para evitar reação da classe
médica brasileira. Procurados, PT
e Dilma disseram que não vão
comentar. Ex-ministro afirma que
programa foi negociado
publicamente, aprovado e
prorrogado pelo Congresso.
Por G1
Telegramas da embaixada
brasileira em Havana revelam
que partiu de Cuba a proposta
para criar o programa Mais
Médicos no Brasil, e que a
negociação com o governo Dilma
Rousseff (PT) ocorreu de forma
secreta. Os documentos mostram
ainda que foi adotada uma
estratégia para que o programa
fosse colocado em prática sem
precisar da aprovação do
Congresso Nacional. A troca de
mensagens foi publicada pelo
jornal "Folha de S.Paulo" e
confirmada pela TV Globo.
Os telegramas, mantidos em
sigilo por cinco anos, mostram
que as negociações foram
confidenciais para evitar reações
da classe médica brasileira e do
Congresso.
Iniciativa de Cuba
Em comunicação de 23 de abril
de 2012, o então encarregado de
negócios da embaixada brasileira
em Cuba, Alexandre Ghisleni,
relata encontro ocorrido três dias
antes com Tomás Reinoso, vice-
presidente de Negócios da
Empresa de Serviços Médicos
Cubanos (SMC), criada em 2011.
Segundo o diplomata, o
representante cubano informou
inclusive que uma missão da
estatal cubana já havia visitado o
Brasil. Em março de 2012, um
grupo liderado por Maria Entenza
Soto, especialista de negócios da
empresa, visitou os Estados do
Amapá, Bahia e Paraíba, além do
Distrito Federal, onde discutiram
possibilidades de cooperação.
Preocupação com o
Congresso
Em relato feito em 3 de julho de
2012, o embaixador brasileiro em
Havana, José Eduardo M. Felício,
avalia o modo de contrato
proposto por Cuba e demosntra
preocupação sobre a polêmica
que ele geraria se tivesse que
passar pelo Congresso Nacional
brasileiro.
Remessa de dinheiro
e intermediação da
Opas
A estratégia adotada para evitar
que a contratação dos médico
cubanos precisasse passar pelo
Congresso é relatada em
telegrama da Embaixada do Brasil
em Havana assinado pelo
encarregado de negócios
Alexandre Ghisleni e enviado ao
Ministério das Relações Exteriores
(MRE) em 7 de dezembro de
2012.
Medo de retaliação
dos EUA e sugestão
de envolver o BNDES
No mesmo telegrama, a
diplomacia brasileira relatou
temer que a Opas sofresse
retaliação dos EUA por
intermediar o projeto.
Indefinição sobre
salários
Em julho de 2012, telegrama
relata que uma "Delegação
Brasileira reuniu-se com
dirigentes cubanos, nesta capital,
de 27 a 29 de junho último, a fim
de tratar da contratação de
médicos cubanos para
trabalharem em regiões remotas
do País".
O que dizem os
citados
A assessoria da ex-presidente
Dilma Rousseff informou que ela
não vai comentar o que foi
relatado nos telegramas da
embaixada.