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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE ARARAQUARA


CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

João Paulo da Silva Neves


Matheus Miranda Souza
Sheila Ghirello Cabestré
Vinicius Nicolau de Lima Rezende dos Santos

O COMPORTAMENTO DAS TRANSAÇÕES


CORRENTES NO BRASIL: Uma análise para a
disciplina de Economia Internacional: Finanças

Araraquara - SP
2019

JOÃO PAULO DA SILVA NEVES


MATHEUS MIRANDA SOUZA
SHEILA GHIRELLO CABESTRÉ
VINICIUS NICOLAU DE LIMA REZENDE DOS SANTOS

O COMPORTAMENTO DAS TRANSAÇÕES


CORRENTES NO BRASIL: Uma análise para a
disciplina de Economia Internacional: Finanças

Trabalho de Conclusão da disciplina de


Economia Internacional: Finanças entregue
ao Prof.º Dr.º Elton Eustáquio Casagrande na
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, sob orientação do mesmo.

Orientador: Prof.º Dr.º Elton Eustáquio


Casagrande

ARARAQUARA - SP

1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo maior a análise das Transações Correntes
brasileiras entre os anos de 1998 e 2008, segmentadas entre agronegócio e
produtos com maiores graus de intensidade tecnológica. É importante que se tenha
este trabalho de investigação uma vez que o período mencionado acontece em uma
situação posterior ao chamado Boom das Commodities, que ocorreu de 2002 até
2007, aproximadamente. Será possível observar as influências e os
desdobramentos na economia interna no ano que acumula o maior déficit em
transações corrente pré crise, até o momento da mesma.

Figure 1.

Os dados da Balança de Pagamentos mostra que os setores mais influentes


do comércio internacional brasileiro são o agronegócio e a indústria. Durante o
trabalho será explicado do que se tratam as transações correntes e como elas
influenciam na economia nacional. Logo após será utilizado os dados recolhidos de
institutos como o Agrostat e Banco Central para apresentar a realidade do saldo
brasileiro no período escolhido, para então expor a opinião de quem já contribuiu no
estudo sobre o tema. Por fim, serão apresentados resultados decorrentes deste
trabalho e que serão comparados com os que já foram descritos por outros autores
a fim de ser exposta uma conclusão sobre o estudo.
2. REVISÃO DA LITERATURA
A fim de formar os conceitos trabalhados no artigo, buscou-se nos texto
“Notas explicativas ao Balanço de Pagamentos compilado de acordo com as
normas estabelecidas na quinta edição do Manual de Balanço de Pagamentos do
FMI” expor as diferentes facetas da Balança de Pagamentos, sendo associado ao
estudo do setor externo para complementar a análise de cada tópico da Balança de
Pagamentos, dando foco para o aglomerado das Transações Correntes.

Neste ponto, para quantificar o estudo do período de 1998 a 2008. Muniu-se


dos dados obtidos nas Tabelas anexadas no final deste ensaio, evidenciando as
Transações Correntes no Brasil.

No intuito de entender como o estudo da Balança de Pagamentos exemplifica


o caso brasileiro e sua dependência tecnológica nos setores industriais, recorre-se a
explicar como a importação de tecnologia atinge a estrutura produtiva. Logo, através
da análise do contexto político-econômico no período aferido no Brasil e a base
utilizada onde mostra o contraste no nível tecnológico das importações e
exportações obtida no “Comércio exterior brasileiro de acordo com a intensidade
tecnológica dos setores industriais: notas sobre as décadas de 1990 e 2000”
(Chiarini, Tulio; Gonçalves da Silva, Ana Lucia), entende-se a carência de tecnologia
pelas características do produtos exportados, em ênfase o Setor Agronegócio
Brasileiro.

Para compreender a performance do setor brasileiro, recorre-se ao


“Agronegócio brasileiro no comércio internacional”, onde o resultado encontrado
explica o superávit comercial, passando de 3,23% na média do triênio 1999-2001 e
chegando a 5,66% em 2009-2011, contrastando os baixos saldos da BP no mesmo
período.
3. PROVAS METODOLÓGICAS

Método Quantitativo

De acordo com as “Notas explicativas ao Balanço de Pagamentos compilado


de acordo com as normas estabelecidas na quinta edição do Manual de Balanço de
Pagamentos do FMI” e com o documento “Balanço de Pagamentos - Apresentação
por setores institucionais” de 2007 do Banco Central do Brasil, em 1993, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) publicou a quinta edição do Manual de Balanço de
Pagamentos (Balance of Payment Statistics - Yearbook - Part 1: Country Tables),
sendo que os conceitos utilizados foram referenciados do Sistema de Contas
Nacionais da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Banco Central brasileiro se utiliza dessas normas metodológicas para


divulgar informações sobre as Contas Externas, o Balanço de Pagamentos e a
Posição Internacional de Investimentos, sendo eles divididos nas categorias:
Autoridade Monetária, Governo Geral, Bancos e Outros Setores. A descrição de
todas foram retiradas do documento “Balanço de Pagamentos - Apresentação por
setores institucionais” do Banco Central do Brasil de 2007.

Autoridade Monetária (compreende transações efetuadas pelo Banco


Central). Governo Geral (compreende transações efetuadas pelos governos federal,
estaduais e municipais. Fundos de seguridade social em cada um dos três níveis de
governo, instituições sem fins lucrativos controlados por entidades governamentais,
e empresas estatais de capital fechado. Para esta última categoria, entretanto, o
BPM5 abre a possibilidade de enquadrar as empresas em Bancos ou Outros
Setores, para fins de compatibilidade com as contas nacionais. No caso brasileiro,
apesar das empresas estatais mais relevantes em termos de fluxos externos
apresentarem capital aberto, aproveitou-se a possibilidade sugerida pelo Manual,
não existindo estatais alocadas no setor Governo Geral).

Bancos (compreende transações efetuadas por instituições para as quais


intermediação financeira é a principal atividade, e cujo passivo é formado por
depósitos, à vista ou a prazo, ou algum instrumento financeiro similar. Assim, além
de bancos comerciais, estão incluídos nesse setor: bancos múltiplos, associações
de poupança e empréstimos, bancos de investimento, cooperativas de crédito, e
sociedades de crédito, investimento e financiamento, e sociedades de crédito
imobiliário. Instituições financeiras, públicas ou privadas, classificam-se, conforme
definição de balanço de pagamentos, no setor Bancos).

Outros Setores (compreende transações efetuadas por empresas não


financeiras (públicas e privadas), companhias de seguro, fundos de pensão, outras
instituições financeiras que não aceitam depósitos (no caso brasileiro sociedades
corretoras de câmbio, sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
bolsas de valores e câmaras ou prestadores de clearing cambial) e pessoas físicas).

Não houve nenhuma alteração relacionada aos lançamentos de débito e


crédito da 4ª para a 5ª edição, somente em relação “setorização institucional dos
fluxos de balanço de pagamentos na conta de transferências correntes e em todos
os itens da conta financeira” o documento ainda explicita que “essa setorização é
justificada pela necessidade de compatibilizar a estatística do balanço de
pagamentos com o sistema de contas nacionais”. Dentre elas, a mudança principal
que afeta a conta de Transações Correntes foi a introdução na conta corrente a
distinção entre bens, serviços, renda e transferências correntes, reforçando o
detalhamento na classificação dos serviços.

O documento de 2007 do Banco Central do Brasil explicita que “a balança


comercial é apresentada de forma mais desagregada, enquanto as transferências
correntes são compostas por dois setores institucionais” (estes seriam a
“discriminação das operações por dois setores institucionais, e discriminação de
remessas entre aquelas realizadas por trabalhadores e transferências de outra
natureza). Os componentes da conta de Transações correntes são: a) Balança
Comercial: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC); b)
Serviços, 1- Transporte (Estatística nacional das operações de câmbio;
informações prestadas diretamente por empresas de transporte marítimo e pelo
Departamento de Marinha Mercante do Ministério do Transportes (DMM/MT); e
dados fornecidos por companhias brasileiras de aviação comercial e pelo
Departamento de Aviação Civil (DAC)); 2- Demais itens da conta serviços
(Estatística nacional das operações de câmbio); c) Rendas (Estatística nacional das
operações de câmbio, exceto para receitas de juros sobre as reservas
internacionais, apuradas pelo Departamento de Operações de lucros reinvestidos,
apurados pelo Departamento de Capitais Estrangeiros e Câmbio (Decec)); d)
Transferências unilaterais correntes (a fonte para as operações em moeda é a
estatística nacional das operações de câmbio. Transferências sob forma de bens
têm como fonte para as receitas a natureza cambial das importações disponibilizada
pela Coordenação Geral de Tecnologia de Sistemas de Informação (Cotec)do
Ministério da Fazenda, e para as despesas a natureza cambial das exportações
elaborada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio).

Período analisado

No período analisado neste trabalho houve um cenário favorável à


produtividade agrícola brasileira e também houve um aumento da demanda por
alimentos no cenário mundial.

Esse aumento é explicado pelo crescimento populacional e pelo aumento da


renda dos consumidores. Dessa forma, o incremento populacional e o crescimento
econômico dos países resultaram no aumento da demanda de alimentos que o
Brasil passou a produzir de forma competitiva, entre estes, os que consomem mais
recursos para serem produzidos, como por exemplo, as carnes.

A ascensão do agronegócio teve seu momento de inflexão a partir da


desvalorização do real em 1999 com uma onda de crescimento no setor e um salto
na produção de grãos, sendo que além do consumo interno, a União Europeia, a
China e outros países asiáticos entraram no mercado comprando grandes volumes
de alimentos. Consequentemente é também em 1999 que temos a primeira
recuperação na balança comercial, movimento que se mantém até o fim do período
selecionado.

Materiais

Os Materiais usados para a análise das Transações Correntes no Brasil


foram obtidos dos demonstrativos da Balança de Pagamentos divulgados pelo
Banco Central, onde verifica-se cada tópico e seu respectivo grau de influência.
Apontando com informações específicas o setor agropecuário.

4. RESULTADOS E OBSERVAÇÕES

A pauta de exportações brasileiras se encontra bastante concentrada em


poucos produtos, com 4 produtos sendo responsáveis por mais de 50% do valor das
exportações. Sendo o agronegócio no período o principal setor.
Fonte: Agronegócio brasileiro no comércio internacional.

O aumento da produtividade, o uso de novas tecnologias e o aumento da


demanda internacional por produtos agrícolas, aliados à uma gestão eficiente do
agronegócio brasileiro, inclusive com a utilização de programas de gestão da
qualidade e com processos administrativos profissionalizados, oportunizou que o
Brasil abandonasse a situação de vulnerabilidade apresentada na década de 1990.
Fonte: Comércio exterior brasileiro de acordo com a intensidade tecnológica dos setores
industriais: notas sobre as décadas de 1990 e 2000.

Embora o país tenha aumentado seu grau de abertura, a inserção das


exportações brasileiras de produtos industrializados com alto e médio-alto
conteúdos tecnológicos é escassa e frágil, apoiando-se em uma marcante
especialização de exportações de produtos de baixo e médio-baixo conteúdos
tecnológicos. Dessa forma, agrupando as informações do grau tecnológico das
importações brasileiras, pode-se concluir que a dependência industrial atinge as
Transações Correntes pois vulnerabiliza o estado comercial a efeitos políticos e
externalidades mundiais.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Balanço de Pagamentos - Apresentação por setores institucionais. Banco do Brasil.


2007. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/nm1bpm6p.pdf. Acesso em:
22.11.2019.

Estatística do Setor Externo - Adoção da 6ª Edição do Manual de Balanço de


Pagamentos e Posição Internacional de Investimentos (BPM6). Banco do Brasil.
2014. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/nm1bpm6p.pdf. Acesso em:
02.12.2019.

Estatísticas do Setor Externo. Nota para a imprensa. Banco do Brasil. 2019.


Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticassetorexterno. Acesso
em: 02.12.2019.

Notas explicativas ao Balanço de Pagamentos compilado de acordo com as normas


estabelecidas na quinta edição do Manual de Balanço de Pagamentos do FMI.
Banco Central do Brasil. 2000. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/
balanco_pagamentos/bpm5/NotasExplBPM5.pdf. Acesso em: 02.12.2019

Comércio exterior brasileiro de acordo com a intensidade tecnológica dos setores


industriais: notas sobre as décadas de 1990 e 2000 -
https://www.redalyc.org/pdf/4004/400450108011.pdf. Acesso em: 28.11.2019

“Agronegócio brasileiro no comércio internacional” -


http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?pid=S0871-
018X2016000100007&script=sci_arttext&tlng=en. Acesso em: 28.11.2019
6. ANEXOS

Figure 2.
Figure 3.

Figure 4.

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