E O COTIDIANO
1ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
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Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
ISBN 978-65-5646-380-3
ISBN Digital 978-65-5646-381-0
CDD 370
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
A Evolução do Ensino de Física no Brasil..................................7
CAPÍTULO 2
Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o Ensino
de Física.........................................................................................67
CAPÍTULO 3
Ensino de Física por Meio de Projetos................................... 117
APRESENTAÇÃO
A ciência tem progredido de forma impressionante. Difícil imaginar, nos dias
atuais, nossas vidas sem os aparelhos desenvolvidos pelo trabalho de cientistas
e desenvolvedores ao redor do mundo. Quem sabe você não está lendo este
texto com o auxílio de um desses equipamentos e se perguntando: como isso
funciona? Qual ciência está por trás do desenvolvimento desse aparelho? Nas
últimas décadas, o conhecimento humano acumulado nos fez viajar para além das
fronteiras do sistema solar, exploramos a constituição da matéria e desenvolvemos
tecnologias capazes de nos auxiliar em diferentes tarefas do cotidiano.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A escola passou por diferentes transformações ao longo da história no
Brasil. Os objetivos educacionais mudaram conforme a sociedade também
se transformou. Vivemos épocas em que a escola era um espaço para a
catequização dos colonos e para a formação de mão de obra para um Brasil em
desenvolvimento econômico e, atualmente, vivemos em uma sociedade que utiliza
de forma diária ferramentas digitais tecnológicas. Que tipo de escola estamos
formando? Quais os objetivos da escola? Será que o currículo desenvolvido pelos
docentes, nas diferentes áreas do conhecimento, contempla os objetivos de vida
dos estudantes?
Enfim, será que a escola tem olhado para esses exemplos da vida real ou
continua oferecendo um ensino conteudista, retirado do contexto social, político e
econômico? Muitos esforços precisam ser empreendidos para agregar diferentes
tecnologias ao currículo escolar: políticas públicas voltadas à formação inicial e
continuada de professores; redução da desigualdade; flexibilização do currículo;
uso de teorias educacionais que concebam o uso de diferentes metodologias
como ferramentas importantes para o ensino e a aprendizagem etc.
Olhar para a história do currículo de Física nos faz entender como chegamos
no ponto em que estamos e, a partir daí, tendo esses subsídios, podemos
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O Ensino de Física e o Cotidiano
transformar nossa prática docente e oferecer um ensino que seja capaz de ajudar
a formar cidadãos críticos, capazes de questionar a realidade em que vivem,
resolver problemas de forma lógica e consciente e ter a capacidade de analisar
situações de forma crítica, respaldada em fatos científicos, afastando-se da
sombra do negacionismo.
2 A EVOLUÇÃO DO ENSINO DE
FÍSICA NO BRASIL
A escola é um espaço onde as relações sociais, culturais e afetivas são
fortalecidas. Em todos os seus processos, a formação humana é muito presente
e todos os seus integrantes, professores, alunos, funcionários, pais/responsáveis,
comunidade, precisam canalizar esforços para atingir os objetivos educacionais.
Como objetivos das instituições de ensino, podemos destacar o desenvolvimento
das potencialidades dos estudantes por meio do ensino e da aprendizagem dos
conteúdos de todas as áreas do conhecimento, sempre almejando uma formação
cidadã. Dentre as disciplinas que colaboram para a formação do estudante, temos
a Física.
A Física faz parte do grupo das disciplinas que compõem a área de Ciências
da Natureza e suas Tecnologias. Além de estudar os fenômenos da natureza,
a Física auxilia, dentre outras coisas, o aluno a desenvolver um olhar crítico
para o uso do espaço no qual ele vive. O desenvolvimento da Física ao longo
dos anos ajudou a sociedade a aprimorar tecnologias. Ajudar o estudante a
reconhecer a ciência por trás dos diferentes equipamentos tecnológicos que ele
utiliza em tarefas cotidianas fará com que a ciência deixe de ser encarada como
algo distante, por exemplo, o aluno perderá a visão distorcida de que a ciência
somente é aquela produzida por cientistas em laboratórios.
Nesta seção, veremos como a Física vem sendo trabalhada nas escolas
brasileiras ao longo da história. Entender esse caminho é fundamental para
nos reconhecermos como elementos importantes da construção do currículo de
Física. Ao final desta seção você conhecerá um pouco mais da origem da Física
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Podemos perceber o caráter prático dado à escola, ela teria que ser útil aos
interesses do Estado, auxiliando no seu desenvolvimento. Saviani (2019) afirma
que as reformas pombalinas não foram tão bem-aceitas no reinado de D. Maria,
que permitiu o retorno às antigas tradições, como a presença de religiosos ao
magistério.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Outra palavra que podemos inferir como essencial para a escolha dos
conteúdos ministrados no seminário é utilidade. Muitas vezes em nossas salas de
aula ouvimos indagações do tipo: ‘professor, onde eu vou usar isso que você está
falando na minha vida?’. Por trás dessa fala podemos concluir várias e uma delas
é que o aluno que faz essa pergunta não vê sentido naquilo que o professor está
ensinando.
Com base nesses tópicos, era emergente conceber aulas em que os alunos
pudessem ir a campo explorar os espaços e registrar os fenômenos estudados por
meio de desenhos e dissertações. Vale lembrar que as experiências realizadas
à época eram bem diferentes das que são realizadas nos laboratórios de Física
experimental na contemporaneidade.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Para Almeida et al. (2008), uma das grandes contribuições para o ensino de
Física promovido por Azeredo Coutinho foi a criação do gabinete de Física.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
Você pode estar se perguntando: por que foi importante a criação de uma Lei
que regulamentasse o sistema educacional? A escola, ao longo da história, não
era para todos?
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Canto Canto or- Canto Canto Física Geografia Desenho Geografia Desenho
orfeôni-co feônico orfeônico orfeônico do Brasil geral
Inglês Inglês Inglês Química Filosofia Desenho
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Você pode estar se perguntando: por que foi importante a criação da LDB?
Vamos nos amparar em Queiroz (2016) para responder essa pergunta. Para o
autor, a LDB/1961 representou um marco na Educação do Brasil, pois foi a primeira
legislação educacional que, sozinha, tratou de todos os ramos e níveis do ensino.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
FONTE: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-
26012017-104013/publico/Maria_Neuza_Almeida_Queiroz.pdf>.
Acesso em: 19 set. 2021.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
FONTE: <https://www.scielo.br/j/reben/a/
HGRfCn9wSk7XZckTQKFDYDg/?lang=pt>. Acesso em: 19 set.
2021.
2.2.4 LDB/1996
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, determina as diretrizes para a
educação brasileira segundo treze princípios, alguns foram incorporados ao longo
da história, são eles:
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
a) Flexibilização do currículo.
b) Valorização da concepção de mundo dos alunos.
c) Contextualizar o ensino.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
Moreira (2017) afirma que o ensino de Física passa por uma crise graças à
fraca formação dos professores, às más condições de trabalho e à progressiva
perda de identidade do currículo. Resolver o problema da falha de comunicação
entre professor e aluno e uma consequente desvalorização da Física pode não ser
uma tarefa simples, mas passa por refletir a importância da divulgação científica
na escola, os objetivos da escola do século XXI e quais ferramentas pedagógicas
utilizar no ensino de Física.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
Pensar em mudar esse quadro passa por quebrar a passividade dos alunos,
que muitas vezes esperam respostas prontas, oferecer ao aluno oportunidades
de desenvolver o pensamento crítico e não achar que a observação científica se
reduz a experimentos em um laboratório.
Moreira (2017) apresenta uma série de estratégias que podem fazer parte da
prática docente, por exemplo, ensinar por meio de perguntas no lugar de oferecer
respostas prontas e acabadas, diversificar os materiais utilizados em sala, utilizar
uma linguagem que ajude na percepção da realidade e o professor precisa ter em
mente que o significado está nas pessoas, não nas palavras.
Para Pozo e Crespo (2009), a escola tem o papel de formar pessoas mais
flexíveis quanto à aprendizagem, uma vez que a aprendizagem não se encerra
com o fim da etapa escolar. Percebe-se a importância de oferecer aos alunos um
ambiente onde ele possa construir um pensamento crítico e reflexivo. A mudança
deve ser partilhada em diferentes linhas, que passam, principalmente, pelos
objetivos do ensino. Adotar novas metodologias para o ensino de ciências não
garante, por si só, uma mudança na forma como o aluno ressignifica os conteúdos.
É preciso renovar as metas para as quais esses conteúdos estão dirigidos.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
Silveira et al. (2009) afirmam que a escola não pode continuar ignorando o que
acontece ao seu redor, anulando e marginalizando as diferenças nos processos
por meio dos quais forma e instrui os alunos. Nesse movimento existe uma
tentativa de incorporar ao ensino de Física o cotidiano dos alunos, abandonando
práticas tradicionais de ensino, incorporando inovações metodológicas e,
sobretudo, tendo professores ativos à frente de projetos que buscam desenvolver
competências científicas e tecnológicas, que utilizam a argumentação a partir de
evidências, a validação e a comunicação de resultados.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
da humanidade, por que o ensino de Física deve ficar restrito às leis e à resolução
de exercícios? É inerente uma tomada de decisão pela utilização de instrumentos
de ensino que favoreçam a pesquisa, incentivem o trabalho em grupo, facilitem a
observação de fenômenos e contribuam com a aprendizagem do aluno por meio
de feedback.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
Cada escola tem seus valores, sua estrutura e sua filosofia de trabalho.
Algumas estão mais propensas a mudanças rápidas e radicais, outras aceitam
alterações mais pontuais e lentas. Moran (2016) defende que o primeiro e o mais
importante passo é o da mudança mental, mudança cultural, mostrando que essas
novas formas de aprender fazem mais sentido, que os alunos se engajam mais e
obtêm melhores resultados.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Como docente, talvez você já tenha se perguntado: como vou ensinar esse
assunto? Como posso promover a avaliação dos meus alunos? Como fomentar
um ensino que seja significativo para o meu aluno e que ele possa utilizar o que
aprendeu na sua vida?
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
- Desenvolver projetos.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
Por fim, mas não menos importante, a escola que acolhe as juventudes
tem de explicitar seu compromisso com os fundamentos científico-tecnológicos
da produção dos saberes, promovendo, por meio da articulação entre diferentes
áreas do conhecimento:
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Diante desse cenário, a BNCC propõe que o Ensino Médio amplie o olhar
sobre os conteúdos que foram trabalhados no Ensino Fundamental, focando em
como os fenômenos estão presentes na vida das pessoas, de modo que o aluno
consiga se apropriar do conhecimento.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Nesse ponto já deve ter ficado claro que não existem competências para
a Física, uma vez que esta deixa o caráter de disciplina isolada e passa a fazer
parte de um conjunto de conhecimentos da área de Ciências da Natureza. Vamos
às competências.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Não basta ensinar ao homem uma especialidade científica,
porque assim poderá se tornar uma máquina útil, mas não uma
personalidade harmoniosamente desenvolvida. É necessário
que o estudante adquira uma compreensão dos valores éticos,
um sentido daquilo que vale a pena ser vivido, daquilo que é
belo, do que é moralmente correto. Sem cultura moral, não
há solução para os grandes problemas humanos (EINSTEIN,
1981, p. 16).
Escolhemos esse trecho de Albert Einstein por acreditar que ele resume bem
o pensamento sobre o ensino de Física. Olhar a Física como elemento importante
na transformação social é um dos passos para que o professor possa levar aos
alunos um novo pensamento sobre essa ciência.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Falando em ensino de Física, este seria oferecido aos alunos com o desejo
de continuar os estudos no nível superior. Observamos aí que grande parcela da
população só teve acesso aos conhecimentos básicos dessa ciência.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. V. de et al. Pressupostos do ensino da Filosofia Natural no
Seminário de Olinda (1800-1817). Revista Electrónica de Enseñanza de las
Ciencias, [s. l.], v. 7, n. 2, 2008. Disponível em: http://reec.uvigo.es/volumenes/
volumen7/ART12_Vol7_N2.pdf. Acesso em: 30 ago. 2021.
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 1 A Evolução do Ensino de Física no Brasil
VIECHENESKI, J. P.; CARLETTO, M. Por que e para que ensinar ciências para
crianças. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Tecnologias, [s. l.], v. 6,
n. 2, p. 213-227, maio/ago. 2013.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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C APÍTULO 2
Ciência, Tecnologia e Sociedade
(CTS) e o Ensino de Física
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Você já pensou em quanta ciência existe no instrumento que está utilizando
para ler esses parágrafos? Não importa se é um equipamento analógico, como
um livro impresso, ou um instrumento digital, por exemplo, um computador, você
poderia explicar toda a cadeia produtiva da ferramenta que está utilizando nesse
momento? Para onde todos esses produtos, produzidos aos milhares, irão após
não servirem mais aos objetivos para os quais foram fabricados?
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O Ensino de Física e o Cotidiano
2 EDUCAÇÃO CTS
Cada escola tem suas características próprias. Assim como um ser vivo,
a escola mostra, para quem a lê, sua identidade. Essas características são
mutáveis, uma vez que as pessoas que fazem parte dessa escola também o são,
respeitando suas idiossincrasias.
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
o autor tece com o leitor uma trama envolvente, que denuncia o modelo de
apresentar a natureza em conceitos fornecidos para a educação. Veja um trecho
do livro a seguir:
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Esse cenário também foi visto no Brasil, mesmo nos anos em que os
governos estiveram empenhados em fomentar a indústria nacional e implantar
sistemas de ensino com um caráter científico, como vimos no capítulo anterior
estudando as mudanças no sistema educacional na década de 1970.
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
Já está claro para você o que é o movimento CTS? Para Freitas (2008), o
objetivo do enfoque CTS é a promoção da alfabetização científica e tecnológica,
requisito necessário para uma cidadania responsável e a consolidação da
democracia.
• Mudança curricular
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Para Freitas (2008), a decisão de trabalhar em sala de aula sob o enfoque CTS
passa por substituir os currículos centrados na transmissão dos conhecimentos,
pouco relevantes, centrados única e exclusivamente no livro didático, passando
a valorizar ações que buscam a voz ativa do aluno, preocupado com a formação
para a cidadania, para que assim o aluno possa entender sua corresponsabilidade
em assuntos relacionados à ciência, à tecnologia, à sociedade e ao ambiente.
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
FONTE: <https://www.uol.com.br/tilt/reportagens-especiais/sirius-
veja-como-e-o-maior-acelerador-de-particulas-do-brasil/#page1>.
Acesso em: 30 mar. 2021.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Santos (2011) afirma que o movimento CTS no Brasil vem ganhando outras
abordagens, por exemplo, educação científica para a cidadania, ciência para
a vida ou educação científica para todos. Embora mude o slogan, deve ficar
claro para os professores os benefícios que a abordagem CTS no ensino pode
promover, principalmente nos quesitos popularização da ciência e formação
para a ciência. O Quadro 2 mostra algumas dessas vantagens e os desafios da
dinâmica CTS em sala de aula.
Vantagens Desafios
Refletir sobre o modelo desen- Pensar num modelo para formar cidadãos e
volvimentista da sociedade. ao mesmo tempo ensinar para exames.
Desenvolver a capacidade de Planejar as ações em sala de aula.
tomada de decisões.
Inserir em sala de aula temas Promover debates fora do contexto de vida do
sociocientíficos. aluno.
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
Bondezan (2019) afirma que os projetos escolares com viés CTS surgem para
preencher lacunas no currículo. O autor cita como pressupostos para trabalhos
com enfoque CTS a crítica ao modelo de produção e distribuição dos produtos da
ciência. Projetos CTS não visam atacar a ciência ou os seus desenvolvedores,
muito menos apontar as mazelas sociais, esses projetos aproximam a ciência das
pessoas.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
FONTE: <https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/fotos/
experiencia-com-acelerador-de-particulas-pode-destruir-o-mundo-
afirmam-especialistas-19022014#!/foto/1>. Acesso em: 30 mar.
2021.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
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O Ensino de Física e o Cotidiano
FONTE: O autor
Alguém pode pensar que a culpa está nas redes sociais, terreno fértil para
a criação de bolhas e disseminação de notícias falsas. Entretanto, Santaella
(2018) alerta que as redes sociais somente nos devolvem aquilo que desejamos
e cremos. Outro pode pensar que a culpa é da internet. A mesma autora mostra
que mesmo que a internet fosse extinta, as pessoas ainda criariam bolhas. Esse
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Santaella (2018) cunhou o termo educação para as mídias, que nada mais
é do que a busca por procedimentos adequados para enfrentar os desafios
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
a) V – V – V – V.
b) F – V – V – V.
c) V – F – V – V.
d) V – F – F – V.
3 ENSINO DE FÍSICA: DO
CONHECIMENTO COTIDIANO AO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
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O Ensino de Física e o Cotidiano
O que é ensinar?
Paul H. Hirst
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
FONTE: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3232878/mod_
resource/content/1/O%20QUE%20%C3%89%20ENSINAR_%20
1.%20por.%20Paul%20H.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2021.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
O texto do sociólogo Paul Hirst (1971), embora tenha uma abordagem ampla
sobre o assunto, nos ajuda a desenhar o conceito de ensinar. Segundo o autor,
ensinar é uma atividade humana com o objetivo de produzir em outra pessoa o
objetivo de aprender. Entretanto, o que acontece em sala de aula que dificulta
que a mensagem passada pelo professor seja entendida pelo aluno e com isso a
aprendizagem seja dificultada?
O segundo texto, do físico Marco Antônio Moreira, nos dá uma pista sobre
como o ensino de Física é percebido na Contemporaneidade e os desafios que
precisamos enfrentar. Um dos pontos em comum aos dois textos é a associação
do ensino aos objetivos educacionais, isto é, a prática de ensinar se adéqua
tanto a fatores próprios do professor, por exemplo, sua formação inicial, quanto a
fatores externos, como um projeto de escola desenhado em diferentes épocas e
momentos políticos.
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
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O Ensino de Física e o Cotidiano
Dificuldades Possibilidades
Interação entre as características Os alunos aceitariam somente aquilo que
da disciplina e a forma como os poderiam observar primeiro.
alunos aprendem.
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
Moreira (2018) afirma que o ensino de Física, embora tenha passado nos
últimos anos por significativas transformações, por exemplo, novas ferramentas
de ensino, ainda carece de importantes análises e discussões. O Quadro 8
exemplifica alguns desses pontos de atenção.
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
FONTE: O autor
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
FONTE: O autor
Perceba que uma sequência didática precisa ser desenvolvida por meio de
atividades sequenciadas, com objetivos bem definidos e compartilhados com os
alunos e outros professores.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
Visão colorida
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
4 DEBATES CONTEMPORÂNEOS NO
ENSINO DE FÍSICA
Nesta seção, debateremos dois tópicos que podem dar subsídios aos
professores de Física que tenham a proposta de transformar a sala de aula em
um laboratório. Não um laboratório cheio de equipamentos, como nos filmes, com
cientistas de jaleco branco, mas um espaço onde a imaginação possa fluir, as
ideias possam ter espaço para surgir e onde o erro não é apontado como algo
negativo, mas sim como algo a ser discutido e trabalhado.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
Vale lembrar que quando você aprendeu a ler e a escrever, sua professora
do ensino infantil não ofereceu um livro de Machado de Assis como indicação de
primeira leitura. Por que, muitas vezes, queremos que nossos alunos entendam
a teoria da relatividade sem que eles tenham conhecimento suficiente sobre o
movimento dos corpos?
FONTE: O autor
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
109
O Ensino de Física e o Cotidiano
Dentre os olhares que a Física pode dar durante uma visita ao museu,
podemos citar:
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
A mediação numa visita ao museu pode ser feita pelo professor ou por um
guia disponibilizado pelo próprio espaço. Caso seja feita pelo professor, este
precisa conhecer bem a exposição e traçar um roteiro, uma trilha que possa
ser percorrida pelos alunos, para que eles percebam o sentido da visita e não
transformem a aula num passeio. Lembre-se de que a aula num espaço não formal
de aprendizagem não pode ser uma cópia do que acontece em sala de aula. O
aluno precisa sentir que possui certa liberdade para interagir com a exposição,
assim estaremos proporcionando uma experiência pessoal de aprendizagem.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A ciência entra na vida escolar de muitas pessoas ainda na Educação
Infantil. Observar o desenvolvimento de um grão de feijão pode parecer simples,
mas envolve uma metodologia científica própria, com passos bem determinados
e atenção extrema do cientista (criança). Nessa situação, algo de muito precioso
está sendo formado: a admiração pela área científica.
Foi isso que discutimos ao longo deste capítulo, teorias, formas e ideias para
transformar a sala de aula, aproximar o aluno dos conceitos e fazê-lo ver, além
dos conteúdos do livro didático, a ciência que existe no seu cotidiano.
Qual o modelo de ensino ideal? Responder a essa pergunta não é uma tarefa
simples, uma vez que envolve uma série de fatores, por exemplo, fatores políticos,
sociais e econômicos da sociedade, além dos atores envolvidos nesse processo.
Entretanto, o modelo de ensino não é algo estruturado somente por estâncias
superiores, tais como governos? Não, ou pelo menos não deveria ser. Todas as
pessoas que fazem parte da escola, dentro de um modelo democrático, deveriam
ser ouvidas para assim oferecer um ensino que atendesse às expectativas das
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
REFERÊNCIAS
ABIB, M. L. V. dos S. Física no Ensino Fundamental? In: PAVÃO, A. C.;
FREITAS, D. de. (org.). Quanta ciência há no ensino de Ciências. São Carlos:
EdUFSCar, 2008.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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Capítulo 2 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e o
Ensino de Física
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O Ensino de Física e o Cotidiano
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C APÍTULO 3
Ensino de Física por Meio
de Projetos
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Capítulo 3 Ensino de Física por Meio de Projetos
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Ainda que avanços na área da educação tenham sido conquistados nos
últimos anos, é possível verificar uma distorção no ensino entre as escolas
brasileiras. Seja pela falta de materiais suficientes ou adequados ou pela falta
de formação de professores, o problema é que muitos jovens brasileiros ainda
recebem uma educação longe de ser considerada a ideal.
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O Ensino de Física e o Cotidiano
2 PEDAGOGIA DE PROJETOS
Que escola desejamos formatar? Como o aluno enxerga a escola? Como as
disciplinas podem colaborar para a formação de um cidadão crítico? Os muitos
desafios colocados pela sociedade Contemporânea fazem com que a escola
se transforme. Não que a escola seja uma peça de um tabuleiro, que se move
conforme a vontade de um jogador, mas a escola, por ser um elemento importante
para o desenvolvimento social, não pode ficar alheia às mudanças sociais.
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Capítulo 3 Ensino de Física por Meio de Projetos
121
O Ensino de Física e o Cotidiano
Começar este capítulo com o texto de Dermeval Saviani nos ajuda a entender
um pouco o que é a pedagogia tradicional e o que é a pedagogia renovadora.
Enquanto a primeira coloca a teoria como elemento principal, o professor como
detentor do conhecimento e único responsável por transmiti-lo, a segunda dá
ênfase à prática, o aluno constrói seus conhecimentos com o professor.
122
Capítulo 3 Ensino de Física por Meio de Projetos
123
O Ensino de Física e o Cotidiano
Fundamentos Ações
Foco no desenvolvimento de Contextualizar os conteúdos dos componen-
competências tes curriculares.
Compromisso com a educação Fortalecer a competência pedagógica das
integral equipes escolares para adotar estratégias
mais dinâmicas, interativas e colaborativas
com relação à gestão do ensino e da apren-
dizagem.
Igualdade Selecionar e aplicar metodologias e estraté-
gias didático-pedagógicas diversificadas,
recorrendo a ritmos diferenciados e a conteú-
dos complementares.
Diversidade Conceber e pôr em prática situações e pro-
cedimentos para motivar e engajar os alunos
nas aprendizagens.
Equidade Construir e aplicar procedimentos de aval-
iação formativa de processo ou de resulta-
do que levem em conta os contextos e as
condições de aprendizagem.
Selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos
didáticos e tecnológicos para apoiar o proces-
so de ensinar e aprender.
Criar e disponibilizar materiais de orientação
para os professores.
Manter processos contínuos de aprendiza-
gem sobre gestão pedagógica e curricular
para os demais educadores, no âmbito das
escolas e sistemas de ensino.
FONTE: Adaptado de Brasil (2018)
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Perante esse quadro, podemos ficar pensando nas mudanças que serão
implementadas em sala de aula com a aprovação da BNCC. Rocha e Pereira
(2016) fizeram um apanhado em 34 publicações acadêmicas sobre a BNCC, cujo
resumo veremos no Quadro 2, apresentando dois pontos: o ponto de vista de
autores que são a favor da BNCC e o ponto de vista de autores contrários ao
documento.
O grupo que apoia a BNCC afirma que o Brasil, levando em conta suas
dimensões geográficas e diversidade cultural, cria um ambiente de desigualdade
acadêmica, e a BNCC, ao considerar os conteúdos mínimos, estaria criando um
ambiente de regularidade educacional, em que todos os estudantes brasileiros
teriam a mesma oportunidade de desenvolver os mesmos saberes.
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Dimensão Ações
Estruturação da gover- Articular um regime de colaboração, mobilizando
nança da implementação pessoas, criando mecanismos de financiamento e
monitoramento.
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Planejar a formação.
Executar a formação.
Monitorar a formação.
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Nogueira (2013) afirma que os conteúdos acadêmicos não são a única fonte
de conhecimento, embora muitos professores tenham como meta cumprir o rol
de conteúdos dispostos no planejamento curricular da disciplina. Não queremos
tirar o valor do trabalho dos conteúdos em sala de aula, mas queremos abrir a
discussão para diferentes formas de conduzir essa abordagem. Para fazer essa
reflexão, veremos dois quadros. No Quadro 5, abordaremos as concepções
de Fernando Hernández sobre o trabalho com projetos e, no Quadro 6, as
concepções de projetos na perspectiva de Nilbo Ribeiro Nogueira.
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2 Qual das opções a seguir diz respeito às ações que precisam ser
desenvolvidas na escola para a implementação da BNCC nas
práticas pedagógicas?
3 CONSTRUINDO UM PROJETO
INTERDISCIPLINAR
Para Fazenda (2015), se a interdisciplinaridade for definida como junção
de disciplinas, caberia pensar no currículo apenas na formatação de sua grade,
porém se a interdisciplinaridade for definida como atitude de ousadia e busca ao
conhecimento, cabe pensar aspectos que envolvem a cultura do lugar onde se
formam professores, seu aspecto humano.
3.1 INTERDISCIPLINARIDADE NO
ENSINO
Dentre os pesquisadores em educação que tratam do tema
interdisciplinaridade, destacamos a professora Ivani Catarina Arantes Fazenda.
Dentro de um olhar clássico, a interdisciplinaridade passa por criar um ambiente
onde diferentes disciplinas interagem. Essa interação pode acontecer de diferentes
maneiras, por exemplo, pela comunicação das ideias ou na congregação de
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Patrícia Takahashi
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Interdisciplinaridade na prática
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A sala de aula, por si só, conduz a ações de ensino. O professor de Física que
escolher trabalhar temas de forma interdisciplinar tem a seu favor o fato de a sala
de aula ser uma geradora de ações. Cada sala tem suas próprias características e
ensinar de forma interdisciplinar respeita as complexidades e as relações que os
alunos estabelecem entre si e os conteúdos discutidos. Esse fato eleva o ensino
a um patamar em que o aluno se beneficia ao experimentar uma nova forma de
conhecer o mundo e o professor garante, dentro de sua prática pedagógica, a
experimentação de novas formas de organizar suas aulas. O Quadro 7 mostra
algumas definições a respeito do trabalho interdisciplinar.
Termo Conceito
Interdisciplinaridade het- Este tipo é dedicado à combinação de programas
erogênea diferentemente dosados, em que é necessário ad-
quirir uma visão geral não aprofundada, mas su-
perficial (poderia dizer-se de caráter enciclopédico);
dedicado a pessoas que tomarão decisões bastante
heterogêneas e que precisarão de muito bom senso.
Ex.: professores primários e assistentes sociais.
Pseudointerdisciplinari- Para realizar a interdisciplinaridade, parte-se do
dade princípio de que uma interdisciplinaridade intrínse-
ca poderia estabelecer-se entre as disciplinas que
recorrem aos mesmos instrumentos de análise. Ex.:
uso comum da matemática. Interdisciplinaridade
auxiliar – utilização de métodos de outras disciplinas.
Admite um nível de integração ao menos teórico. Ex.:
a Pedagogia recorre aos testes psicológicos para
fundar suas decisões em matéria de ensino, como
também colocar à prova as teorias da educação, ou
avaliar o interesse de um programa de estudos.
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Stress shielding
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QUADRO 12 – EXEMPLO
Tema Sistema solar
Possíveis atividades a serem Áreas das múltiplas inteligências trabalhadas
desenvolvidas e disciplinas envolvidas
Pesquisa e descrição dos plan- Linguística – Ciências e Português
etas
Localização dos planetas Espacial – Ciências e Geografia
Mapa astronômico Espacial e pictórica – Ciências, Geografia e
Artes
Distância, tamanho, relação Espacial e lógico-matemática – Ciências,
com a Terra Geografia e Matemática
Construção de maquetes Espacial – Ciências e Artes
Elaboração de um folheto infor- Linguística – Português
mativo
Representação do sistema solar Corporal-cinestésico – Educação Física, Artes
por meio de uma coreografia e Ciências
Elaboração de uma música so- Musical e linguística – Artes e Português
bre os planetas
Desenho ou maquete do relevo Espacial e pictórica – Ciências e Artes
de alguns planetas
Entrevista em uma visita ao Inter e intrapessoal – Português
planetário
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Nogueira (2009) apresenta uma série de pontos que podem ser úteis na
elaboração, desenvolvimento e avaliação de um projeto escolar. Veja no Quadro
13 um resumo dessas considerações.
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A partir dessa definição podemos inferir que usar metodologias de ensino por
investigação passa por instigar nos alunos o questionamento sobre o tema que
está sendo trabalhado e o planejamento das ações de ensino e de aprendizagem.
No ensino por investigação, o aluno é convidado a desenvolver uma agenda que
o ajudará a construir e desenvolver o conhecimento de acordo com os objetivos
educacionais. O aluno também será levado a recolher evidências em diferentes
fontes, comparar informações e buscar formas de comunicar o que aprendeu.
Não custa lembrar que todos esses processos precisam estar pautados no
conhecimento científico.
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O ensino por investigação possui terreno fértil na Física, pois, segundo Vieira
(2012), a ciência é constituída por procedimentos conceituais e procedimentais
que foram revisados ao longo da história. Segundo a autora, o ensino por
investigação ganhou relevância na pesquisa brasileira na década de 1990, numa
tentativa de modificar alguns paradigmas, por exemplo, que o método científico
se baseia exclusivamente na observação, desconsiderando que a observação
depende da teoria ou que o conhecimento científico é definitivo, ou seja, exclui a
evolução do conhecimento científico ao longo da história.
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Tópicos de ótica
geométrica.
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Araújo e Santos (2018) afirmam que para que os alunos não fiquem sentados
executando tarefas, é necessário despertar o interesse. A teoria piagetiana
declara que a criança se interessa pelo que faz. Os autores falam que ao utilizar
métodos lúdicos, os professores estariam criando um ambiente prazeroso, onde
o aluno pode estabelecer diferentes ligações e desenvolver diversas habilidades.
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a) V – V – V – V.
b) V – F – V – F.
c) V – V – F – V.
d) V – F – F – V.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Durante este capítulo buscamos aproximá-lo de questões que são próprias
não só do ensino de Física, mas de todas as áreas do conhecimento, porque
entendemos que precisamos caminhar juntos em busca de atingir um objetivo
em comum. Ao discutir a implementação da BNCC, podemos refletir o papel
do professor nesse processo. Colocar pontos de vista divergentes com
relação ao tema nos ajuda a criar um cenário de discussão da prática docente
e aproximar você, leitor, de questões atuais do ensino de Física, por exemplo,
interdisciplinaridade, objetivos educacionais, momentos sociais que influenciam
no ensino e modelo de educação que está sendo construído no Brasil.
Você já pensou nas expectativas que seus alunos constroem com relação
a sua disciplina? Queremos com essa perguntar instigar a reflexão sobre a
sua prática docente, algo bem recorrente nesse texto. Certamente você possui
expectativas com relação aos seus alunos e a sua disciplina, são elas que te
ajudam a construir o currículo e o seu planejamento.
A busca por alternativas de ensino faz parte do trabalho docente e precisa ser
uma prática recorrente. A sociedade mudou e a escola precisa acompanhar essas
mudanças. Reconhecer o papel social da escola é importante para oferecer uma
aula de Física que seja vista para os alunos como algo importante para as suas
vidas. O desenvolvimento de competências não é novo na estrutura educacional
brasileira, mas precisa ser repensado e reconfigurado.
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REFERÊNCIAS
ANJOS, M. B. et al. A interdisciplinaridade no ensino de Física: propostas
didáticas para o Ensino Fundamental. In: PEREIRA, G. R. et al. (org). A
interdisciplinaridade no ensino de Física: possibilidades de ações didáticas
para o Ensino Fundamental. Rio de Janeiro: Yellow Carbo, 2019.
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FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
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