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Separação de Poderes e Função do Estado

Introdução

No estudo da etimologia do conceito, Vile demonstrou que, simplesmente enquanto


teoria do governo, a "separação de poderes" falhou abruptamente em proporcionar a
estabilidade do sistema político.

Sendo assim, a esse conceito — e com o passar dos anos – foram combinadas outras
ideias da área política, tais como a teoria do "governo misto", "ideia de balanço" e a
concepção de pesos e contrapesos (ou controlos e equilíbrios, de checksand balances,
em inglês); culminando no complexo de teorias constitucionais que dão o substrato
teórico para os modernos sistemas políticos do Ocidente.[3]

Na busca por uma definição "pura" do conceito que não esteja imbuída destas
mutabilidades posteriores, Vile[4] propõe o seguinte:

Uma doutrina 'pura' da separação dos poderes pode ser formulada da seguinte maneira:
é essencial para o estabelecimento e manutenção da liberdade política que o governo
seja dividido em três ramos ou departamentos, o legislativo, o executivo e o judiciário.

Para cada um destes ramos há uma função governamental identificável correspondente,


legislativa, executiva ou judicial.

Ademais, as pessoas que compõem estas três agências do governo devem se manter
separadas e distintas, sendo nenhum indivíduo autorizado a ser, ou estar, ao mesmo
tempo membro de mais de um ramo

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A Teoria da Separação dos Poderes de Montesquieu

A teoria da separação dos poderes de Montesquieu tem por poderes: o poder legislativo,
poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes e o poder executivo
daqueles que dependem do direito civil.[1] Observa-se que poder judiciário não é um dos
poderes em Montesquieu.

Esse engano é frequente nas referências à teoria da tripartição dos poderes, que,
inclusive, já havia em John Locke. Por exemplo, em uma democracia parlamentar, o
legislativo (Parlamento) limita o poder do executivo (Governo): este não está livre para
agir à vontade e deve constantemente garantir o apoio do Parlamento, que é a expressão
da vontade do povo.

Judiciário não é poder, na teoria de Montesquieu, mas função do Estado. Da mesma


forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso a certas decisões governamentais
(especialmente, no Canadá, com o poder que a Carta dos Direitos e Liberdades da
Pessoa confere aos magistrados).

Um Modelo de Separação de Poderes.

O conceito da separação dos poderes, também referido como princípio de trias politica,
é um modelo de governar cuja criação é datada da Grécia Antiga. A essência desta
teoria se firma no princípio de que os três poderes que formam o Estado (poder
legislativo, executivo e judiciário) devem atuar de forma separada, independente e
harmônica, mantendo, no entanto, as características do poder de ser uno, indivisível e
indelegável.[2]

O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única
pessoa, para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por exemplo,
em que todo o poder concentrava-se na mão do rei. A passagem do Estado Absolutista
para o Estado Liberal caracterizou-se justamente pela separação de Poderes,
denominada Tripartição dos Poderes Políticos.

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Conceito

Existe uma questão que sempre atormentou os teóricos institucionais do ocidente: como
assegurar o controle do exercício do poder governamental de tal modo que não seja
possível, a este, destruir os valores para cuja promoção ele foi criado?

Aliada a essa visão, aqueles que historicamente advogavam em nome do


constitucionalismo foram enfáticos em reconhecer o papel estratégico a ser
desempenhado por uma estrutura governamental na sociedade; contudo, atentaram
também para o fator essencial de se limitar e controlar o exercício desse poder.[3]

Dentre todas as teorias políticas que visaram a amenizar essa dicotomia — relevância da
função/limitação de poder — a doutrina da "separação dos poderes" foi a mais
significativa, vindo a influenciar diretamente os arranjos institucionais do mundo
Ocidental. Adquirindo, inclusive, o status de um arranjo que virou verdadeira substância
no curso do processo de construção e de aprimoramento do Estado de Direito, a ponto
de servir de "pedra de toque" para se afirmar a legitimidade dos regimes políticos.[nota 1]

Princípio da Separação de Poderes

O princípio da separação de poderes é um modelo político que visa à melhor


governança de um Estado pela fragmentação do seu poder em órgãos distintos e
independentes, cada qual especializado em um aspecto ou área de governo. Embora seja
mencionada quase como sinônimo da tripartição de poderes proposta por Montesquieu,
a separação de poderes é um princípio muito mais amplo e antigo do que o modelo do
filósofo francês, sendo primeiro identificada na Grécia Antiga e aplicada em diversas
ocasiões, sob diversos formatos em governos tão díspares quanto a República de Roma
e em algumas das Treze Colônias britânicas na América do Norte.

Assim, pode-se dizer que a separação de poderes é um modelo teórico fundamental na


história do Ocidente.

A preocupação básica deste princípio é como impedir que os poderes políticos de uma
sociedade se concentrem demais em uma única figura de autoridade, seja ela uma
pessoa, um grupo ou um órgão do governo.

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O equilíbrio entre autoridade e autonomia, cujos extremos são o despotismo e a


anarquia, tem sido objeto de estudo pelo menos desde os anos de Aristóteles (384-322
a.C.), que, em seu tratado "Política", delineou o conceito de "constituição mista", onde
os três principais tipos de autoridade até então conhecidos - realeza, aristocracia e
governo constitucional - seriam mesclados para que as virtudes de uns compensassem
os defeitos dos outros.

Da Grécia Antiga até o Iluminismo europeu, os governos ocidentais passaram por


períodos de maior ou menor concentração de poder, não havendo uma corrente teórica
hegemônica sobre o tema. Se, durante a República Romana, o poder se equilibrava entre
as assembleias (perfil democrático), o Senado (aristocrático) e os cônsules
(monárquico), durante o Império houve uma relocação do poder na figura do imperador.
Do Renascimento ao Iluminismo, a Europa testemunhou tanto governos com elevado
grau de despotismo (Portugal, Espanha, França) quanto territórios com crescente
partição das funções do governo, como a República Holandesa ou a Inglaterra pós-
Revolução Gloriosa.

Em colônias britânicas como RhodeIsland, Pensilvânia e Nova Jérsei, o governo era


usualmente dividido entre representantes da Coroa e conselhos democraticamente
eleitos pela população colonial.

A importância do filósofo Montesquieu se dá justamente pela apresentação de uma


estrutura bem ordenada e universalmente reconhecida no tópico: o princípio da
tripartição dos poderes, ou corrente tripartite, dividindo as atribuições do governo em
três grandes órgãos - executivo, legislativo e judiciário - em seu tratado "O Espírito das
Leis" (1748).

Nesta corrente cada órgão ou poder é independente a ponto de não interferir nas
atribuições dos demais, mas dotado de suficiente autoridade para impedir abusos de
poder (ex.: o judiciário verifica o cumprimento das leis pelo legislativo e o executivo)
ou executar medidas determinadas pelos outros poderes (ex.: o executivo aplica as leis
aprovadas pelo legislativo). Esse mútuo controle de atribuições, cuja função é impedir
que um poder sobrepuje os outros, é conhecido como sistema de balanços e checagens
(checksand balances).

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A corrente tripartite, hoje, é a base de democracias presidencialistas como Brasil,


França ou Estados Unidos. Em sistemas como o parlamentarismo britânico, embora haja
a divisão formal em três poderes, na prática há o acúmulo de funções em um
determinado poder - no caso, o parlamento (legislativo com atributos do executivo). Já a
Alemanha é um exemplo de país com uma divisão ainda maior, havendo um poder
eleitoral (Assembleia Federal) e dois executivos (Gabinete e Presidente) além do
judiciário e do legislativo bicameral.

Por fim, a União Europeia apresenta uma das mais radicais divisões de poder
atualmente, com sete órgãos representando, muitas vezes de modo intercalado, os
poderes executivo, legislativo, judiciário e auditor.

Montesquieu O Espírito das Leis

Famoso por sua teoria da separação dos poderes, hoje adotada por quase todas as
constituições do mundo, Charles-Louis de Secondat, mais conhecido por Montesquieu,
devido ao seu título de nobreza, barão de La Brède e de Montesquieu, foi um filósofo
politico francês de formação iluminista e importante critico da monarquia absolutista,
bem como do clero católico.

Montesquieu, um dos principais filósofos do Iluminismo. Obra de autor desconhecido.

Sua obra mais importante foi o tratado politico O Espírito das Leis, de 1748. Nesta obra
Montesquieu defende um sistema de governo constitucional, a separação dos poderes, a
preservação das liberdades civis, manutenção da lei e o fim da escravidão.

Apresentou ainda a ideia de que as instituições politicas representam aspectos


geográficos e sociais de cada comunidade, um conceito inovador para a época.

Em sua teoria constitucional, Montesquieu definiu três principais formas de governo:


republicano, monárquico e despótico. Governos republicanos poderiam variar de acordo
com a extensão dos direitos de seus cidadãos, sendo dois os tipos mais característicos,
as republicas democráticas, nas quais cidadania é mais ampla, e as republicas
aristocráticas, nas quais a cidadania é restringida em algum medida. Em diferentes
épocas, regiões e estruturas sociais, as republicas variam entre estes dois polos.

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Os regimes monárquicos por outro lado são, como o nome estabelece, regidas por um
monarca. Se existe um conjunto de leis que restringe a autoridade do governante, o
regime é considerado uma monarquia.

Se não existe um conjunto de leis restringindo a autoridade do governante, o regime é


considerado despótico.

Por trás de cada sistema político existe um princípio que direciona o comportamento
dos indivíduos que vivem sob aquele regime. Estes princípios podem nos auxiliar a
entender sob qual regime uma sociedade vive.

Para os regimes despóticos, o princípio é o medo do governante, na ausência deste um


regime despótico não perdurará, pois sem medo os indivíduos se levantarão contra o
governante. No caso das monarquias o amor pela honra é o princípio que dirige o
comportamento da sociedade.

E no caso das republicas democráticas este princípio é o amor à virtude. Uma sociedade
na qual não exista amor à virtude nunca será capaz de estabelecer uma republica
democrática, da mesma forma que um regime monárquico não persistirá se não houver
amor à honra.

Montesquieu rejeitou a ideia de liberdade como auto-governo coletivo. Rejeitou


também a ideia de que liberdade significaria ausência de restrições. Para o autor, estas
duas posições são hostis à liberdade política.

Ainda, a liberdade seria possível, embora não garantida, apenas em sistemas


monárquicos e repúblicas, nunca em sistemas despóticos.

O modelo de liberdade politica apresentada por Montesquieu, dependeria de dois


elementos:

1. A separação dos poderes

Mesmo em uma república, se não há separação de poderes, a liberdade não pode ser
garantida, pois a separação de poderes em diferentes esferas independentes permite que
um poder restrinja tentativas de outros poderes de infringir a liberdade dos indivíduos.

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2. Um conjunto apropriado de leis civis e criminais para garantir a segurança pessoal

Liberdade de pensamento, expressão e associação, além da eliminação da escravidão,


seriam os elementos fundamentais deste conjunto. Montesquieu incluía ainda, o direito
a um julgamento justo, a presunção da inocência e a proporcionalidade na severidade
das penas.

Defendeu ainda que o clima tem influência na formação do espirito de um povo, sua
forma de agir e pensar acerca da sociedade e suas instituições. Este espírito tornaria
algumas sociedades mais propensas a um modelo de governo do que a outros.

Autores modernos como Phillip Parker e Louis Althusser chamaram atenção para a
influência do clima na economia e hábitos de um povo, o que influencia em grande
medida a estrutura de uma sociedade e suas instituições.

Esta visão específica da "separação dos poderes" pode ser conceituada como uma
definição "formalista" do conceito; denominando, por conseguinte, seus adeptos de
formalistas.[8]

Analisando-se a questão sob a perspectiva histórica,[9] percebe-se que foi a experiência


do absolutismo e a desconfiança nos magistrados do rei que deram causa a
dogmatização e ao endurecimento do princípio da "separação de poderes".

Talvez por essa desconfiança, não prosperou a concepção hegeliana. Na Filosofia do


Direito de Hegel, o poder executivo abrange a esfera judiciária. Coerente com a tensão
entre universal e particular que perpassa sua filosofia, o poder Legislativo produz a
universalidade (as leis), a partir do jogo das demandas particulares dos grupos de
interesse sociais.

O poder executivo é guiado pelo universal (o conjunto de leis) para atuar na


particularidade dos acontecimentos sociais, incluindo-se aí a resolução dos conflitos
judiciais. O monarca é o terceiro poder, representando o singular, sancionando as leis do
legislativo e demandando alterações nas leis existentes, quando julgadas defasadas ou
incompatíveis com a realidade particular da época.[10]

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Contudo, vivemos hoje uma consolidação do Estado de Direito (ruleof Law), no qual se
tem demonstrado eficaz o sistema de checksand balances.

Sendo assim, e passada a conjuntura histórica na qual a concepção clássica de


"separação de poderes" foi criada e solidificada, demonstra-se imprescindível para o
pesquisador do Direito ultrapassar essa barreira teórica; repensando o paradigma
institucional criado pelo conceito em perspectiva temporalmente adequada, vez que sua
sobrevivência enquanto princípio dependerá de seu fit[nota 2] às exigências da sociedade
aberta dos formuladores, intérpretes e realizadores da Constituição.

Imprimindo mais substrato a esse tema, Vile propõe uma visão funcionalista[11] acerca
do conceito de "separação de poderes", tomando uma visão mais flexível da assertiva de
que "cada ramo do governo deve ficar adstrito ao exercício do 'poder' que lhe foi
explicitamente conferido pela Constituição". Sendo esta, por excelência, a maneira de
dar molde ao conceito da maneira mais coerente com a natureza do moderno governo
constitucional.

Por país

Brasil

A composição dos poderes do Estado brasileiro, que adotou a teoria de Montesquieu em


sua Constituição, funciona da maneira tripartite: o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário, independentes e harmônicos entre si.[12]

Cada um desses Poderes tem sua atividade principal e outras secundárias. Por exemplo,
ao Legislativo, cabe, principalmente, a função de produzir leis e fiscalizá-las, e
administrar e julgar em segundo plano. Ao Judiciário, cabe a função de dizer o direito
ao caso concreto, pacificando a sociedade, em face da resolução dos conflitos, sendo,
sua função atípica, as de administrar e legislar.

Ao Executivo, cabe a atividade administrativa do Estado, é dizer, a implementação de o


que determina a lei, atendendo às necessidades da população, como infraestrutura,
saúde, educação, cultura. Sendo sua função secundária as de legislar e julgar.

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Legislativo

Poder Legislativo do Brasil

É o poder do Estado ao qual, segundo o princípio da separação dos poderes, é atribuída


a função legislativa. Por poder do Estado, compreende-se um órgão ou um grupo de
órgãos pertencentes ao próprio Estado porém independentes dos outros poderes.

Nos Estados modernos, o poder legislativo é formado por:

 um parlamento em nível nacional;


 parlamentos dos estados federados, nas federações;
 eventuais órgãos análogos ao parlamento, de regiões e outras entidades
territoriais às quais se reconhece autonomia legislativa.

O poder executivo (representado, por exemplo, pelo Presidente da República) fica


encarregado de sancionar ou vetar o projeto de lei.

No sistema de três poderes proposto por Montesquieu, o poder legislativo é


representado pelos legisladores, pessoas que devem elaborar as leis que regulam o
Estado. O poder legislativo na maioria das repúblicas e monarquias é constituído por
um congresso, parlamento, assembleias ou câmaras.

O objetivo do poder legislativo é elaborar normas de direito de abrangência geral ou


individual que são aplicadas a toda a sociedade, objetivando a satisfação dos grupos de
pressão ou da administração pública em causa própria.

Em regimes ditatoriais, o poder legislativo é exercido pelo próprio ditador ou por


câmara legislativa nomeada por ele.

Entre as funções elementares do poder legislativo, está a de fiscalizar o poder executivo,


votar leis orçamentais e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o
Presidente da República ou os próprios membros da assembleia. No Brasil, os
legisladores são escolhidos por meio da eleição (votação).

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Executivo

Poder Executivo do Brasil

O Poder Executivo tem a função de governar o povo e administrar os interesses


públicos, de acordo com as leis previstas na Constituição Federal. No Brasil, país que
adota o sistema presidencialista, o líder do Poder Executivo é o Presidente da
República, que tem o papel de chefe de Estado e de governo.

O Presidente é eleito democraticamente para mandato com duração de quatro anos e


possibilidade de uma reeleição consecutiva para igual período.

Ao tomar posse, o chefe do Executivo tem o dever de sustentar a integridade e a


independência do Brasil, apresentar um plano de governo com programas prioritários,
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento. Cabe, ao Poder
Executivo, executar as leis elaboradas pelo Poder Legislativo, mas o Presidente da
República também pode iniciar esse processo.

Em caso de relevância e urgência, adota medidas provisórias e propõe emendas à


Constituição, projetos de leis complementares e ordinárias e leis delegadas.

O Presidente da República também tem o direito de rejeitar ou sancionar matérias e,


ainda, decretar intervenção federal nos Estados, o estado de defesa e o estado de sítio;
manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional. Compete, ao cargo, a concessão de indulto e a comutação de penas, ou seja,
substituir uma pena mais grave, imposta ao réu, por outra mais branda.

Para concorrer ao cargo, o candidato ou candidata deve cumprir alguns requisitos:

 ser brasileiro nato;


 ter a idade mínima de 35 anos, completos antes do pleito;
 ter o pleno exercício de seus direitos políticos;
 ser eleitor e ter domicílio eleitoral no Brasil;
 ser filiado a uma agremiação ou partido político;

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 não ter substituído o atual presidente nos seis meses antes da data marcada para
a eleição.

Em caso de viagem ou impossibilidade de exercer o cargo, o primeiro na linha


sucessória a ocupar o cargo de presidente é o seu vice. Em seguida, vêm o presidente da
Câmara dos Deputados, o presidente do Senado Federal e o presidente do Supremo
Tribunal Federal, sendo a sucessão exclusividade do vice-presidente da república.

Judiciário

Poder Judiciário do Brasil

A estrutura do Poder Judiciário é baseada na hierarquia dos órgãos que o compõem,


formando, assim, as instâncias. A primeira instância corresponde ao órgão que irá
primeiramente analisar e julgar a ação apresentada ao Poder Judiciário. As demais
instâncias apreciam as decisões proferidas pela instância inferior a ela, e sempre o
fazem em órgãos colegiados, ou seja, por um grupo de juízes que participam do
julgamento.

Devido ao princípio do duplo grau de jurisdição, as decisões proferidas em primeira


instância poderão ser submetidas à apreciação da instância superior, dando oportunidade
às partes conflitantes de obterem o reexame da matéria.

Às instâncias superiores, cabe, também, em decorrência de sua competência originária,


apreciar determinadas ações que, em razão da matéria, lhes são apresentadas
diretamente, sem que tenham sido submetidas, anteriormente, à apreciação do juízo
inferior. A competência originária dos tribunais está disposta na Constituição Federal.

A organização do Poder Judiciário está fundamentada na divisão da competência entre


os vários órgãos que o integram nos âmbitos estadual e federal.

À Justiça Estadual, cabe o julgamento das ações não compreendidas na competência da


Justiça Federal comum ou especializada.

A Justiça Federal comum é aquela composta pelos tribunais e juízes federais. É


responsável pelo julgamento de ações em que a União, as autarquias ou as empresas

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públicas federais forem interessadas. Já a Justiça Federal especializada é aquela


composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.

No que se refere à competência da Justiça Federal especializada, tem-se que, à Justiça


do Trabalho, compete conciliar e julgar os conflitos individuais e coletivos entre
trabalhadores e empregadores.

É formado por Varas do Trabalho, pelos Tribunais Regionais do Trabalho (composto


por juízes nomeados pelo Presidente da República) e pelo Tribunal Superior do
Trabalho (composto por vinte e sete ministros, nomeados pelo Presidente da República,
após aprovação pelo Senado Federal).

À Justiça Eleitoral, compete, principalmente, a organização, a fiscalização e a apuração


das eleições que ocorrem no país, bem como a diplomação dos eleitos. É formada pelas
Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais Eleitorais, compostos por sete juízes e pelo
Tribunal Superior Eleitoral, também composto por sete ministros.

E, à Justiça Militar, compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. É


compostaː pelos juízes-auditores e seus substitutos; pelos Conselhos de Justiça,
especiais ou permanentes, integrados pelos juízes-auditores; e pelo Superior Tribunal
Militar, que possui quinze ministros nomeados pelo Presidente da República, após
aprovação do Senado Federal do Brasil.

Função de Estado

Uma função de estado é uma função que descreve uma relação entre duas ou mais
variáveis de estado que definem o estado de um sistema termodinâmico. Designa
também qualquer variável de estado assumida dependente daquelas escolhidas para
definirem-se os estados do sistema e por tal tratadas como independentes.

Definição

Em termodinâmica, as variáveis de estado ou variáveis termodinâmicas são as


grandezas físicas termodinâmicas utilizadas na definição e descrição do estado de um
sistema termodinâmico.

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Algumas das variáveis de estado, comuns a todos os sistemas termodinâmicos massivos,


incluso os mais simples, são:

massa (m) ; quantidade de matéria (n) ; Pressão (P) ; Temperatura (T) ; Volume (V) ;
Energia interna (U) e Entropia (S).

Há ainda outras, não menos importantes, tais como:

Entalpia (H) ; Energia livre de Helmholtz (A); Energia livre de Gibbs (G);

Magnetização ( ) ; etc.

Um estado de um sistema é descrito por um conjunto específicos de valores de suas


variáveis de estado. A definição de "estado" do sistema - e mesmo das variáveis de
estado - assume em princípio o sistema em equilíbrio termodinâmico.

Um dado sistema termodinâmico altera o seu estado de equilíbrio em virtude de


alterações nas interações que estabelece com a sua fronteira ou mesmo vizinhança. Ao
fazê-lo, o processo desencadeado pode dar-se e usualmente se dá de forma abrupta o
suficiente para que não se possa definir estado de equilíbrio durante a transição entre os
assumidos estados de equilíbrio inicial e final. Poucos são os casos onde os processos -
então nomeados processos quasi-estáticos - dão-se de forma adequada o suficiente para
que se possa corretamente descrevê-los via uma sequência de incontáveis transições
diferenciais entre estados de equilíbrio imediatamente adjacentes, ou seja, entre estados
quasi-idênticos, de forma que o sistema possa sempre ser assumido estar em equilíbrio
termodinâmico em qualquer instante durante a transição.

O conjunto de valores das variáveis de estado define o estado do sistema apenas quando
esse encontra-se no equilíbrio termodinâmico, e tais variáveis não podem - ao menos
sem considerações muito específicas - ser usadas para descrever a evolução temporal do
sistema na grande maioria dos processos termodinâmicos onde, durante a transição de
um estado de equilíbrio a outro, o sistema não está em equilíbrio (muitas das variáveis
de estado não são sequer definidas em tal situação).

Tal descrição é corretamente possível apenas nos processos quasi-estáticos.

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Independente da forma como se dá o processo que culmina por levar o sistema de um


dado estado a outro qualquer, uma vez comparados os valores das variáveis de estado
nos diversos estados de equilíbrio possíveis para o sistema (usualmente mas não
necessariamente um sistema fechado), verifica-se contudo que, em qualquer estado, há
vínculos e restrições de natureza física conectando os diversos valores possíveis das
variáveis de estado.

Igualmente satisfeitos em qualquer estado do sistema, são tais vínculos que, nos
processos termodinâmicos, não permitem que os valores das variáveis de estado se
alterem de forma indiscriminada ou mesmo de forma completamente independente das
demais, mesmo que o processo entre os estados seja em essência um processo caótico e
de não equilíbrio.

As relações de dependência entre as variáveis - as funções de estado, traduzidas


matematicamente na forma de equações de estado - são relações que conectam os
possíveis valores de um dado subconjunto de variáveis de estado de um sistema. Dá-se
também o nome de "função de estado" às variáveis de estado que são assumidas
dependentes de outras - geralmente daquelas escolhidas para definir-se o estado. Assim,
a energia interna U de um gás ideal é dita ser uma "função de estado; sendo as variáveis
independentes - as que definem o estado no estudo de tais gases - usualmente escolhidas
como sendo a temperatura T, a pressão P e o volume V do gás.

É nesses termos e com base no antes exposto que se diz: A variação de uma função de
estado depende apenas do estado final e do estado inicial do sistema.

Uma função de estado estabelece relações entre um determinado número de variáveis de


estado, mas não necessariamente entre todas simultaneamente, havendo assim várias
equações de estado possíveis para um sistema. Uma função de estado usualmente não
encerra em si todas as propriedades físicas do sistema, e não é assim capaz, ao menos
sozinha, de descrevê-lo completamente. Precisa-se usualmente de um conjunto mínimo
de equações de estado independentes para fazê-lo.

É possível contudo escrever-se uma única equação - nomeada equação fundamental -


que encerra em si todas as propriedades físicas do sistema. Essa equação descreve,

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sozinha, todo o sistema, e dela é possível extrair-se todas as equações de estado


desejadas. Para fazê-lo basta utilizar o formalismo termodinâmico associado.

Elementos do Estado

O Estado possui quatro elementos, a saber:

1. População: é a reunião de indivíduos num determinado local, submetidos a um


poder central.
2. Quando os indivíduos da população possuem elementos comuns, como a
cultura, a religião, a nacionalidade, a etnia ou o idioma, são chamados de nação;
caso contrário, são chamados de povo, pois apesar de se submeterem ao poder
de um Estado e estarem reunidos num determinado local, possuem elementos
diferentes;
3. Território: é o espaço geográfico onde reside determinada população, servindo
de limite de atuação dos poderes do Estado. Ou seja, não poderá haver dois
Estados exercendo seu poder num mesmo território;
4. Soberania: é o exercício do poder pelo Estado, tanto internamente, quanto
externamente. O Estado portanto deve ser soberano para controlar seus recursos
e dirigir seus objetivos políticos, econômicos e sociais, sem depender de nenhum
outro Estado ou órgão internacional;
5. Governo: Essa é a autoridade governante de uma unidade política, que tem o
objetivo de regrar uma sociedade política e exercer autoridade. O tamanho do
governo vai variar de acordo com o tamanho do Estado, e ele pode ser local,
regional e nacional.

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Conclusão

Há em cada estado três tipos de poderes, o poder legislativo, o poder executivo das
coisas que dependem do direito das nações e o poder executivo daqueles que dependem
do direito civil.

Pelo primeiro, o príncipe ou o magistrado faz leis por um tempo ou para sempre, e
corrige ou abroga aqueles que são feitos. Pelo segundo, ele faz paz ou guerra, envia ou
recebe embaixadas, estabelece segurança, evita invasões. Pelo terceiro, punha os crimes
ou julga os diferentes indivíduos. Este último será chamado de poder judicial; e o outro,
simplesmente o poder executivo do estado.

Quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está


unido ao poder executivo, não há liberdade; porque pode-se temer que o mesmo
monarca ou senado possa fazer leis tiranistas, executá-las tiranicamente.

Ainda não existe liberdade, se o poder judicial não for separado do poder legislativo da
executivo. Se fosse unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos
cidadãos seria arbitrário; pois o juiz seria legislador. Se ela se juntasse ao poder
executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor.

tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais ou dos
nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as
resoluções públicas, e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos".

O poder executivo deve estar nas mãos de um monarca; porque essa parte do governo,
que quase sempre precisa de ação momentânea, é melhor administrada por um que por
vários; Em vez disso, o que depende do poder legislativo, muitas vezes é melhor
ordenado por vários, do que por um.

Que, se não houvesse monarca, e o poder executivo confiado a um certo número de


pessoas retiradas do corpo legislativo, não haveria mais liberdade; porque os dois

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poderes seriam unidos, as mesmas pessoas tendo às vezes e podendo sempre ter parte no
um e no outro.

Referencia Bibliografica

WWW.WIKIPEDIA.COM

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