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FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA

PRÁTICA DE LEITURA E REDAÇÃO


DISCENTE: VALÉRIA HENRIQUE DA SILVA

ATIVIDADE AVALIATIVA DO MÓDULO CONVALIDATÓRIO

Exercício: análise num conto literário nacional (O morto no mar da Urca – Por
Clarice Lispector).

1. Deve-se começar toda análise de narrativa pela reconstituição do enredo, para


conhecer melhor o objeto. Três etapas devem ser cumpridas:
a) Resumo

b) Organização do relato

c) Ritmo do relato

2. A segunda parte da análise deve deter-se no elemento tempo, respondendo ás


questões: Quando se passa a história? O tempo é cronológico ou psicológico?
A história se passa em uma manhã quente de quarta-feira na Urca. O tempo
é cronológico, se bem observado, a história se passa em uma quarta-feira, na sexta-
feira o vestido estará pronto (em casa), e no sábado será usado. Não é possível
determinar inicio, meio e fim da história, pois o texto é meio desconexo aos fatos.

3. O terceiro passo é o enfoque do espaço. Devemos saber: onde acontece a


história? O cenário é descrito minuciosamente? Pode-se dizer que o espaço
físico é importante para a história?
A história se passa dentro de um apartamento (em um espaço fechado), e
através de lá a costureira e a provadora do vestido conseguem enxergar o que está
acontecendo fora (o espaço aberto). O cenário do espaço fechado do conto não é
descrito de forma minuciosa, enquanto o cenário (do espaço aberto) observado
pelas personagens é descrito com um mar azul, casas brancas, e a cena do morto
com os bombeiros. O espaço físico é essencial para a construção de boas histórias e
para contextualizar o leitor no ambiente descrito pelo narrado.

4. O quarto passo é a analise das personagens: há personagens protagonistas e


coadjuvantes (ou secundarias)? Elas são redondas, planas, tipos caricaturais?
A personagem protagonista é o narrado, na qual é uma personagem redonda.
Os personagens coadjuvantes são: o morto e Dona Lourdes costureira, são
personagens planas, pois são sabemos nada deles.

5. O quinto momento da análise deve ser o estudo do foco narrativo: quem conta
a história? Existe onisciência narrativa? Há diálogo com o leitor? Há
imparcialidade no relato?
Quem conta a história é um narrador na primeira pessoa, que participa dos
fatos e não é onisciente. O narrador se dirige ao leitor em diversos momentos do
texto, pois o mesmo envolve o leito por meio de suas indagações. Percebe-se que o
narrado é parcial, há momentos em que são emitidas suas reflexões ou opiniões
sobre os fatos descritos.

6. O sexto ponto a ser abordado é a linguagem o estilo do texto: como é feita a


narração? Qual o tipo de discurso predominante? Qual é o “tom” da
narrativa?
No texto, a narração é simples, com um discurso direto, pois a própria
personagem fala e tem uma relação íntima com os outros elementos da narrativa. O
discurso direto foi o único utilizado, há diálogos e percepção de consciência. O
"tom" da linguagem é reflexiva, emotiva, sensata, há tentativa de despertar
emoções.

7. O ultimo passo é elaborar uma síntese ou conclusão que deve, ao menos,


responder aos seguintes quesitos: que tipo de mensagem o relato transmitiu?
Quais os temas presentes no relato? Existe crítica social? O que você, como
leitor, pensa desse texto: imagine outro final para o conto e o escreva.
Em o morto no Mar da Urca tem como mensagem principal a preocupação pelo
bem estar e a fugacidade da vida. Percebe-se há duplos sentimentos no texto, pois que em
certos momentos a narradora até se envolve com a morte do desconhecido, mais na
realidade parece todos seus sentimentos estavam voltados para o vestido.
“Vou contar um segredo: meu vestido é lindo e não quero morrer. Na sexta-feira o
vestido estará em casa, e no sábado eu o usarei. Sem morte, só mar azul”.
“Mas e o rapaz? e sua história? Capaz de ser estudante. Nunca saberei”.
“Mas estava atônita. Atônita no meu vestido lindo”.
Os temas presentes no texto são: receio da morte, a morte é para todos e pode
ocorrer a qualquer momento, inquietação com coisas que apresentam pouco significado
(como por exemplo, um vestido) em vez da vida.
Há crítica social explícita, porque de modo claro o narrador se deixa envolver pela
morte de um desconhecido que a faz repensar sobre a fugacidade da vida, mas logo sua
atenção é voltada para seu lindo vestido amarelo e azul.

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