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AO DOUTO JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE

XXX

MARIA DO BAIRRO, naturalidade, estado civil, autônoma, portadora da cédula de


identidade RG nº XXX, inscrita no CPF/MF nº XXX, endereço eletrônico XXX,
residente e domiciliada na Rua XXX., nº XXX, Bairro XXX, CEP XXX, cidade XXX
estado XXX neste ato representado por seu advogado infra-assinado, com endereço
profissional na Rua XXX, nº XXX bairro: XXX, CEP XXX., cidade XXX, estado XXX,
endereço eletrônico XXX, vem perante Vossa Excelência, ajuizar a presente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO

Em face da loja MAIS BARATO, pessoa jurídica de direito privado, devidamente


inscrita sob o CNPJ nº.........................., endereço eletrônico ............., com sede na
Rua.........., nº. ,Bairro............., Cidade............., Estado............, com base nos fatos
e fundamentos a seguir expostos:

I- DOS FATOS

A requerente, adquiriu na data de XXX um aparelho de telefone celular da


marca Xing Ling, geração 10, no estabelecimento LOJAS MAIS BARATO, pelo
valor de R$2.300,00 (dois mil e trezentos reais), porém ele apresentou o seguinte
defeito:

Passado 30 Dias Maria do Bairro acordou pela manhã e foi usar o


aparelho, observado que ele não funcionava. Sendo o celular seu instrumento de
trabalho, sendo a Requerente (vendedora de queijos) necessitando do aparelho
para venda dos produtos.
Assim, no dia XXX Maria do Bairro dirigiu-se até a loja e falou com o
gerente da loja MAIS BARATO, para solucionar o problema, sendo informado por
ele, para que a consumidora a ligar no serviço de atendimento do fabricante para
realização de assistência.
Acontece, que o produto referido acima apresentou vicio do produto. Por
fim, diante do descaso, a Reclamante desistiu de tentar obter assistência pelo
GERENTE da Loja MAIS BARATO, sobre o vício do produto assim informado de
que nada poderia ser feito para resolver o problema.

Cabe salientar que, até a presente data o produto encontra-se sem reparo
e a Requerente encontra-se nesse Estado de impotência, pois não pode desfrutar
do bem que comprou com tanto sacrifício e principalmente depende do aparelho
celular devido a seu trabalho dependendo-o do seu sustento.

II- DA JUSTIÇA GRATUITA

A autora requer os benefícios da justiça gratuita, nos termos da lei por ser
pobre na acepção jurídica do termo e não reunir condições financeiras para
pagamento de custas e despesas processuais, sem prejuízo, sem prejuízo de seu
próprio sustento, consoante inclusa declaração em anexo.

III- DO DIREITO – APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR

O Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de


1990, define, de maneira bem nítida, que o consumidor de produtos e serviços deve
ser agasalhado pelas suas regras e atendimentos.

Observando que, a Requerente o direito do produto pelo estabelecimento


(lojas MAIS BARATO), encontrando-se em nosso ordenamento jurídico conforme
Art. 26, ll do CDC. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil
constatação caduca em: Inciso ll. Noventa dias, tratando-se de fornecimento de
serviço e de produtos duráveis.
IV- DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES REQUERIDAS

A responsabilidade pelos vícios de qualidade apresentados por produtos de


consumo duráveis é suportada solidariamente pelo comerciante, nos exatos temos
do Art. 18 do Código de Defesa do consumidor:
“Art.18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor,
assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitaria, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição
das partes viciadas.” A disposição traduz a responsabilidade solidária, que obriga
os diversos níveis de fornecedores a resolver o problema. No caso de protelarem a
solução por um dos envolvidos, os outros também podem ser chamados à
responsabilidade. Basicamente, todas as empresas envolvidas na lesão ao
consumidor têm participação e devem responder pelos problemas causados. Cabe
ao consumidor escolher se quer acionar o comerciante ou o fabricante.

V - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova se faz necessária na hipótese em estudo, vez


que a inversão é “ope legis”. Resulta isso o contido no Código de Defesa do
Consumidor (CDC art. 14, § 3°, incs. I e II).

À Ré, portanto, cabe, em face de inversão do ônus da prova, evidenciar se a


Autora concorreu para o evento danoso, na qualidade de consumidora dos serviços;
ou, de outro bordo, em face de terceiro(s), que é justamente a regra do inc. II, do
art. 14, do CDC, acima citada.

Nesse sentido, de todo oportuno evidenciar as lições de Rizzatto Nunes:

“Já tivemos oportunidade de deixar consignado que o Código de Defesa do


Consumidor constituir-se num sistema autônomo e próprio, sendo fonte primária
(dentro do sistema da Constituição) para o intérprete.

Dessa forma, no que respeita à questão da produção de provas, no processo


civil, o CDC é o ponto de partida, aplicando-se a seguir, de forma complementar,
as regras do Código de Processo Civil (arts. 332 a 443). “(NUNES, Luiz Antônio
Rizzatto. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 6ª Ed. São Paulo:
Saraiva, 2011, pp. 215-216).

VI- DOS PEDIDOS

Diante acima exposto, e dos documentos acostados aos autos, vem perante Vossa
Excelência requerer os seguintes pleitos:

a) A citação da Requerida para que responda a presente ação, no prazo legal, sob
pena de revelia e confissão;

b) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o


depoimento pessoal do Requerido, e, apresentação dos títulos;

c) A concessão dos benefícios da Assembleia Judiciaria Gratuita, como apresentado


no contraditório desta exordial, para em caso de haver necessidade de recurso.

d) A procedência do pedido, com a condenação da Requerida ao ressarcimento


imediato da quantia paga, no valor de R$ 2.300,00 (Dois miI e trezentos reais),
acrescidas ainda de juros e correção monetária.

e) Subsidiariamente, na remota hipótese de o pedido principal não ser procedente,


requer a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições
de uso ou o abatimento proporcional do preço do produto conforme artigo 18 do
Código de Defesa do Consumidor;

f) A condenação da Requerida nas custas judiciais e honorárias advocatícios, estes


a serem fixados no que tange Art. 85 § 2º e § 6º do CPC, 20% sobre o valor da
condenação;

g) Seja deferido o pleito de inversão do ônus da prova ou, subsidiariamente, a


transmutação do ônus em face da teoria dinâmica da divisão do ônus da prova.
Dá-se o valor da causa: R$ 2.300,00 (Dois mil e trezentos reais)

Nesses Termos,

Pede deferimento.

10 de Dezembro de 2021
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ADVOGADO
OAB/XX nº______

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