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DE AUDIOVISUAL

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA


SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO DE POLÍTICAS DE JUSTIÇA

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

4ª edição

Organização
Secretaria Nacional de Justiça

Brasília
2021

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MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
Anderson Gustavo Torres

SECRETÁRIO EXECUTIVO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA


Márcio Nunes de Oliveira

SECRETÁRIO NACIONAL DE JUSTIÇA


José Vicente Santini

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO DE POLÍTICAS DE JUSTIÇA


Bruno Andrade Costa

COORDENADOR DE POLÍTICA DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA


Eduardo de Araújo Nepomuceno

ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO
Antônio Carlos R. Dantas Eduardo de A. Nepomuceno Marcelo M. Pacheco Savino
David G. Athias Hamilton C. Gomes Paula Lacerda Resende
Denisson Luís A. Penna Henrique Oliveira da Rocha
Diego do Carmo Coelho Marcela Fernandes C. Lemos

REDAÇÃO E REVISÃO
Antônio Carlos R. Dantas
David G. Athias
Eduardo de Araújo Nepomuceno

DIAGRAMAÇÃO
Guilherme Tavares Corrêa
Bruna Arruda Portilho Corrêa
João Vitor Lima Chaveiro
Hamilton C. Gomes

AGRADECIMENTO
A Secretaria Nacional de Justiça agradece o empenho de todos que fazem ou fizeram parte da equipe de
colaboradores da Coordenação de Política de Classificação Indicativa e que, no decorrer de seu trabalho,
testaram e aprimoraram os conteúdos presentes neste guia.

Distribuição gratuita
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

SUMÁRIO

Apresentação 4
Secretaria Nacional de Justiça 5
Objetivo 6
Autorização dos Pais e Responsáveis 7
Aplicação dos Critérios de Classificação Indicativa 8
Classificação Indicativa: Critérios de Análise 9
Violência (Livre) 9
Violência (10 anos) 10
Violência (12 anos) 12
Violência (14 anos) 16
Violência (16 anos) 18
Violência (18 anos) 20
Sexo e Nudez (Livre) 21
Sexo e Nudez (10 anos) 21
Sexo e Nudez (12 anos) 21
Sexo e Nudez (14 anos) 23
Sexo e Nudez (16 anos) 24
Sexo e Nudez (18 anos) 24
Drogas (Livre) 26
Drogas (10 anos) 26
Drogas (12 anos) 27
Drogas (14 anos) 28
Drogas (16 anos) 28
Drogas (18 anos) 29
Atenuantes 30
Agravantes 33
Descritores de Conteúdos e Elementos Interativos 36
Classificação Indicativa: Modo de Exibição 37
Símbolos da Classificação Indicativa 37
Exibição para Invólucros, Embalagens e Capas de Livros de RPG 38
Exibição para Banners, Cartazes, Outdoors, Displays e Mídia Impressa 42
Exibição para Catálogos, Agendas e Programações 42
Exibição para Distribuição Digital e Vídeo por Demanda (VOD) 42
Exibição para Televisão 43
Exibição para Anúncios e Chamadas em Mídia Eletrônica 44
Exibição para Sítios da Internet 45
Exibição no Acesso a Obras e Demais Diversões e Espetáculos Públicos 45

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

APRESENTAÇÃO

A Secretaria Nacional de Justiça (SENAJUS), do Ministério da Justiça e


Segurança Pública, tem como uma de suas competências a atribuição da classificação
indicativa a obras audiovisuais (televisão aberta e fechada; mercado de cinema e vídeo;
serviços de streaming e vídeo por demanda; jogos eletrônicos, aplicativos; jogos de
interpretação de personagens – RPG e espetáculos abertos ao público).
Essa competência decorre de previsão constitucional regulamentada pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente e é disciplinada por portarias do Ministério da
Justiça e Segurança Pública. A classificação indicativa se encontra consolidada como
política pública de Estado e seus símbolos são reconhecidos pela maioria das famílias. Estas
os utilizam para escolher a programação televisiva, bem como os filmes, seriados,
espetáculos, jogos e aplicativos que suas crianças e adolescentes devem ou não ter acesso.
O processo de classificação indicativa adotado pelo Brasil considera a
corresponsabilidade da família, da sociedade e do Estado na garantia à criança e ao
adolescente dos direitos à educação, ao lazer, à cultura, ao respeito e à dignidade. Essa
política pública consiste em indicar a idade não recomendada, no intuito de informar aos
pais, garantindo-lhes o direito de escolha.
O surgimento da classificação indicativa no Brasil, sua regulamentação e
aplicação, foi uma conquista da sociedade brasileira, que ansiava por um mecanismo de
informação que garantisse aos pais os subsídios mínimos para poder decidir sobre quais
conteúdos o seu núcleo familiar deveria ter acesso, com segurança e responsabilidade.
Entender a liberdade de expressão como sendo um direito fundamental
do homem, como preceito para garantir a manifestação de opiniões, ideias e
pensamentos sem retaliação ou censura, seja por parte de governos, órgãos privados ou
públicos, ou outros indivíduos, é fundamental e inequívoco, dentro de uma sociedade
democrática.
A Secretaria Nacional de Justiça tem buscado unificar, objetivar e dar
publicidade aos critérios e à interpretação do Manual da Nova Classificação Indicativa. O
esforço de tornar cada vez mais clara a classificação indicativa vai ao encontro do
propósito efetivo da política pública: fornecer instrumentos confiáveis para a escolha da

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

família e proteger a criança e o adolescente contra imagens que lhes possam prejudicar a
formação.
Este Guia Prático é um instrumento democrático que visa dar
transparência e objetividade à política pública da classificação indicativa, evidenciando os
critérios de análise. Tanto pode servir às emissoras de TV, produtoras e distribuidoras de
filmes e jogos, como também à sociedade em geral e à família.

SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA

A Secretaria Nacional de Justiça (SENAJUS) é parte integrante da


estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública e possui vasta área de atuação. Sua
missão visa promover e construir direitos e políticas de justiça voltadas à garantia e ao
desenvolvimento dos direitos humanos e da cidadania, por meio de ações conjuntas do
poder público e da sociedade.
A Secretaria tem como objetivos específicos coordenar a política de
enfrentamento ao tráfico de pessoas; articular o enfrentamento ao crime organizado, à
lavagem de dinheiro e à corrupção; proteger e promover os direitos dos migrantes;
intensificar e aprimorar a cooperação jurídica internacional; aperfeiçoar os mecanismos de
acreditação e supervisão das entidades sociais qualificadas como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ou Organização Estrangeira (OE).
Também está a cargo da SENAJUS a coordenação das atividades de
classificação indicativa, objeto desse guia prático.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

OBJETIVO

Este guia prático tem por objetivo expor, de maneira clara e simplificada,
como o Ministério da Justiça e Segurança Pública realiza a análise de obras audiovisuais e
demais produtos classificáveis.
A seguir, serão apresentadas as definições operacionais e técnicas das
tendências ou critérios de indicação de faixa etária, fatores atenuantes e agravantes,
evidenciando como a equipe da Secretaria Nacional de Justiça emite os relatórios que
instruem os processos administrativos da Coordenação de Política de Classificação
Indicativa.
O Manual da Nova Classificação Indicativa é de 2006 e a última edição
do Guia Prático é de 2018. Essa revisão foi realizada com o objetivo de melhor instruir os
processos administrativos, visando proteger crianças e adolescentes de conteúdos
inadequados, nocivos ao seu saudável desenvolvimento físico e psíquico, como preconiza o
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Esta edição revista e ampliada incorpora as alterações propostas pela
Portaria 502, de 23 de novembro de 2021, publicada em 24 de novembro do mesmo ano,
que foi construída com a participação ampla da sociedade, que inclui: órgãos de controle,
sociedade civil e os demais órgãos da administração direta. Para tanto, utilizou-se de uma
consulta pública ocorrida entre os dias 1º de junho a 15 de julho de 2021. Esta
Coordenação de Política de Classificação Indicativa recebeu centenas de sugestões, que
foram analisadas individualmente. Esse esforço coletivo que resultou na supracitada
portaria também é refletido neste guia prático.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

A autorização dos pais, tutores, curadores e responsáveis será feita da


seguinte maneira:
I – A autorização de acesso aos cinemas e espetáculos abertos ao público,
quando da exibição de obras classificadas como “não recomendado para menores de 18
(dezoito) anos”, poderá ser feita apenas para adolescentes com idade igual ou superior a 16
(dezesseis) anos.
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

II – A autorização de acesso aos cinemas e espetáculos abertos ao público,


quando da exibição de obras classificadas como “não recomendado para menores de 16
(dezesseis) anos” ou inferior poderá ser feita para crianças e adolescentes com idade igual
ou superior a 10 (dez) anos.
Em conformidade com o art. 75, parágrafo único, da Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990, as crianças menores de 10 (dez) anos somente poderão ingressar e
permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável.
A autorização deverá ser feita:
I – no caso da presença do responsável ou acompanhante legal durante o
transcorrer do evento, pela apresentação da documentação que identifica o menor de
idade, comprovando o vínculo; ou
II – por escrito, assinada exclusivamente pelos pais, tutores, curadores ou
responsáveis, no caso de menores desacompanhados.
São considerados como responsáveis, para os fins dessa autorização, os
pais, avós, padrastos, irmãos, tios, primos, tutores, curadores ou os detentores da guarda. Já,
por sua vez, são considerados acompanhantes os que, embora não se enquadrem como
responsáveis, possuam autorização por escrito.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE


CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
É importante esclarecer que obras audiovisuais são analisadas levando-se
em consideração três eixos temáticos distintos: “sexo e nudez”, “drogas” e “violência”,
além da mensuração das fases descritiva e contextual dos conteúdos identificados. A
análise de uma obra é feita como um todo e não somente por partes isoladas. Por exemplo,
no caso de obras seriadas, a classificação etária será atribuída ao conjunto de episódios,
levando-se em consideração as particularidades, a incidência, a relevância, a composição
de cena das tendências de indicação apresentadas, além de outras características
específicas presentes neste guia. Ainda assim, ressalta-se que é possível que a apresentação
de um determinado tipo de conteúdo seja suficiente para sustentar a classificação de todo
o restante do conjunto. Os elementos denominados atenuantes e agravantes podem
suavizar ou potencializar o impacto das tendências de indicação, de modo a diminuir ou
aumentar a faixa etária a que não se recomendam as obras.
Cabe ressaltar, ainda, que os critérios que respaldam a política pública da
Classificação Indicativa são objetivos e não há interferências de abordagens
particularizadas de cada espectador, o que tornaria a aplicação de uma determinada faixa
etária impraticável.
Entende-se que o trabalho realizado pela Classificação Indicativa não
restringe nenhum conteúdo de ser veiculado (censura), tampouco é de ordem qualitativa,
sem a presença de juízo de valor.
São classificadas previamente: obras audiovisuais destinadas à televisão
aberta; obras audiovisuais destinadas ao vídeo doméstico; obras audiovisuais destinadas às
salas de cinema e espaços de exibição; jogos eletrônicos e aplicativos comercializados ou
distribuídos gratuitamente em mídia física e jogos de interpretação de personagens
(RPG’s).
O procedimento de inscrição processual realizado no Ministério da Justiça
e Segurança Pública, exigido para todas as plataformas, emissoras e demais sujeitos que

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

realizam classificação indicativa, é atualmente realizado por meio de peticionamento no


Sistema Eletrônico de Informação – SEI 1 , com o preenchimento da ficha técnica.
Posteriormente, o procedimento será realizado pelo novo Sistema Eletrônico de
Classificação Indicativa – CLASSIND, atualmente em desenvolvimento.
Ainda, são classificadas pelo sistema de autoclassificação, com dispensa de
inscrição processual, sujeitas ao monitoramento e a alteração determinada pelo Ministério
da Justiça e Segurança Pública: obras classificáveis destinadas ao serviço de acesso
condicionado (SeAc); obras classificáveis destinadas aos serviços de vídeo sob demanda
por meio de assinatura ou gratuitos; as exibições ou apresentações ao vivo, abertas ao
público, tais como as circenses, teatrais, shows musicais, exposições e mostras de artes
visuais; os programas radiofônicos; as chamadas de programação; jogos eletrônicos e
aplicativos comercializados ou distribuídos, ofertados ou acessíveis gratuitamente,
exclusivamente em mídia digital e as obras classificáveis destinadas aos aplicativos ou
aplicações de internet direcionadas ao mercado brasileiro.
Não serão objeto de classificação indicativa: as competições, os eventos e
os programas esportivos; os programas e propagandas eleitorais; as propagandas e
publicidades em geral; os programas jornalísticos; os conteúdos audiovisuais produzidos
por usuários de aplicações de internet, mediante pagamento ou não, sem prejuízo da
responsabilidade prevista na Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014, Marco Civil da Internet,
e outras legislações específicas.
Este Guia Prático não se utiliza de critérios ou tendências que atribuem
indicações etárias diferentes à conteúdos similares, em razão de juízos de valor,
divergências culturais ou religiosas, orientação sexual, etnia, raça ou cor, pertencimento a
quaisquer grupos sociais e gênero. Excetuam-se critérios que buscam elucidar a equidade
de gêneros, eliminar o racismo, promover o respeito entre culturas e religiões, combater a
violência, promover a igualdade e os direitos humanos.
A Política de Classificação Indicativa não proíbe a exibição de obras ou
espetáculos, não promove cortes de cenas ou solicita a exclusão de conteúdos audiovisuais,
em consonância com o art. 5º, inciso IX, da Constituição Federal.

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Disponível em:
https://sei.mj.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=usuario_externo_logar&id_orgao_acesso_externo=0
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
CRITÉRIOS DE ANÁLISE
Estão relacionadas aqui as tendências de indicação e suas respectivas
descrições operacionais, divididas por critérios (violência, drogas e sexo & nudez),
elementos atenuantes e agravantes, além de serem subdivididas por faixas etárias a que
não se recomendam.

A. VIOLÊNCIA

A.1 Livre
Nem sempre a ocorrência de cenas que remetem à violência é prejudicial ao
desenvolvimento psicológico da criança. São admitidos para esta faixa etária conteúdos
que apresentem:

A.1.1 ARMA SEM VIOLÊNCIA


- Presença de armas de qualquer natureza, sem que o contexto violento esteja presente,
desde que o objeto seja o cerne da cena ou imagem em questão.
- Para este critério, amolda-se a utilização de armas em estandes de tiro, treinamentos em
que não há agressão direta entre os personagens e a utilização em qualquer outro local
apropriado, cujo uso não seja apresentado de forma violenta.
- Não há a consolidação da tendência quando os personagens são apresentados
caracterizados e que sua indumentária esteja associada às armas, tais como filmes de
cowboys, policiais, samurais, guerreiros, entre outros, à exceção dos casos em que o
armamento seja o foco das imagens apresentadas.
EXEMPLO: um samurai faz uma demonstração de suas habilidades com uma espada e, na
sequência, a coloca sobre a mesa.

A.1.2 MORTE SEM VIOLÊNCIA


- Cenas em que as mortes são apresentadas sem violência, tanto no momento em que o ato
ocorre, como na exposição de cadáver, sem que haja o envolvimento de dor ou lesões.
- Podem estar relacionadas às enfermidades ou à velhice, sem que o padecimento físico
seja evidenciado.
EXEMPLO: uma senhora idosa morre, enquanto dorme.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

A.1.3 OSSADA OU ESQUELETO SEM VIOLÊNCIA


- Exibição de ossadas e esqueletos humanos ou de animais que não apresentem relação
com quaisquer tipos de violência.
EXEMPLO: o fóssil de um homem pré-histórico, em que não há marcas de violência, é
apresentado em escavação arqueológica ou em um museu.

A.1.4 VIOLÊNCIA FANTASIOSA


- Apresentação de níveis elementares e fantasiosos de violência, a exemplo dos atos
agressivos vistos em desenhos animados destinados ao público infantil, que não
apresentem correspondência com a realidade, desde que as consequências do ato também
não sejam imageticamente agressivas ou impactantes.
- Apresentação de brigas não impactantes de tramas infanto-juvenis maniqueístas, de luta
do bem contra o mal, respeitado o disposto no conceito supracitado.
- Apresentação da violência de forma caricata, tal como aquela inserida no gênero
comédia-pastelão (guerra de comida, pancadas que não resultem em danos físicos
importantes), ou seja, que são feitas para provocar o riso e não como incentivadores de
agressões.
- Vale mencionar que a caracterização do critério absorve a apresentação de armas e
artefatos usados na consecução fantasiosa da violência, de forma que tais objetos não
devem ser identificados como critério gravoso de análise. Nestes casos, a depender da
apresentação, não existe a tendência de “arma com violência”, que fica absorvida pelo
critério técnico da violência fantasiosa.
EXEMPLO 1: apresentação de um desenho animado, em que um personagem bate com
uma bigorna na cabeça de outro, que é amassado e, logo em seguida, volta a sua forma
original.
EXEMPLO 2: um personagem dispara sua escopeta contra o rosto de outro, que fica
coberto de fuligem e com fumaça saindo dos ouvidos.

A.2 Não recomendado para menores de 10 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

A.2.1 ANGÚSTIA
- Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de
discussões ríspidas, escatologia, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e
destruições, morte de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem.
- Incluem-se os procedimentos ou intervenções cirúrgicas, em hospitais ou não, em que
um médico (ou alguém com conhecimentos de socorrismo) performa qualquer ação
invasiva, com visualização de lesões, incisões, suturas, entre outras, com o intuito de salvar
ou restituir a saúde de um paciente.
- Em tais procedimentos, quando existir a apresentação de sangue ou lesões, estes devem
ser citados como critérios temáticos próprios.

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EXEMPLO 1: uma criança com câncer morre no hospital, acompanhada pela família, que
chora.
EXEMPLO 2: situação em que uma pessoa acaba vomitando sobre outra.
EXEMPLO 3: um médico performa um transplante cardíaco. O procedimento é exibido
com grande detalhamento.

A.2.6 ARMA COM VIOLÊNCIA


- Utilização de armas, com o intuito de praticar violência, havendo ou não a consumação
do ato violento.
- A tendência deve ser utilizada desde que haja, no mínimo, uma ameaça real.
EXEMPLO 1: um personagem aponta qualquer tipo de arma para outrem ou o ameaça,
mesmo que não se consume a agressão ou atentado de fato.
EXEMPLO 2: um personagem ouve um ruído em casa e apanha uma faca para defender-se.

A.2.2 ATO CRIMINOSO SEM VIOLÊNCIA


- Qualquer ação que resulte em crime, contravenção ou infração previstos na legislação
brasileira, que não resultem ou se relacionem diretamente à violência.
EXEMPLO: furto, invasão de domicílio, pichações, corrupção, entre outros.

A.2.3 LINGUAGEM DEPRECIATIVA


- Cenas em que os personagens tecem comentários maldosos ou depreciativos a respeito de
alguém que não esteja presente, amoldando-se a xingamentos e a inferiorizações aferidas
ao personagem que é vítima indireta da ação.
- Não há a presença da tendência quando forem utilizados termos infantilizados, que não
comprometam a dignidade e a honestidade dos envolvidos, com baixo ou nenhum poder
ofensivo, tais como bobo, chato, feio, etc.
EXEMPLO: personagem diz: “Olha aquele escroto chegando perto do nosso amigo”.

A.2.4 MEDO/TENSÃO
- Cenas em que o enquadramento, o jogo de câmera, a iluminação, a direção de arte, a
sonorização, o comportamento dos personagens, os recursos de edição ou qualquer outro
elemento da linguagem audiovisual criem uma ambientação tensa, que possa causar medo
ou susto no espectador.
EXEMPLO: em uma casa escura, um personagem ouve barulhos estranhos. De repente,
uma pessoa mascarada surge em cena, acompanhada por um alto efeito sonoro, capaz de
provocar susto no espectador.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

A.2.5 OSSADA OU ESQUELETO COM RESQUÍCIO DE ATO DE VIOLÊNCIA


- Exibição de ossadas ou esqueletos humanos ou de animais resultantes de qualquer tipo
de violência. Incluem-se aqueles encontrados durante as investigações policiais, perícias
médicas e outras situações típicas em que a consumação da violência é evidente.
EXEMPLO: uma equipe de investigação encontra um esqueleto, que apresenta uma
perfuração no crânio provocada por projétil de arma de fogo.

A.3 Não recomendado para menores de 12 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

A.3.1 AGRESSÃO VERBAL


- Apresentação de cenas em que ocorram xingamentos ou troca de ofensas entre
personagens.
- Não há a presença da tendência quando forem utilizados termos infantilizados ou lúdicos,
que não comprometam a dignidade e honestidade dos envolvidos, com baixo ou nenhum
poder ofensivo, tais como bobo, chato, feio, entres outros.
EXEMPLO: um personagem utiliza termos de baixo calão para agredir ou ofender um
outro indivíduo presente na cena, tais como “vagabundo”, “filho da puta”, entre outros.

A.3.2 ASSÉDIO SEXUAL


- Um personagem constrange alguém, com o intuito de obter vantagem ou favor sexual,
prevalecendo-se da sua condição de superior hierárquico no exercício de emprego, cargo
ou função.
- A tendência também é identificada quando o agressor pratica o ato valendo-se de
qualquer outra forma de poder.
- Neste caso, o ato sexual não se consuma, estando presente apenas o constrangimento.
- Para fins de classificação indicativa, qualquer toque libidinoso não autorizado também
configura a tendência, neste caso, conjugada com o ato violento.
EXEMPLO 1: um patrão seduz uma funcionária, insinuando que ela deve manter uma
relação sexual com ele para conseguir uma promoção. Porém, o ato sexual não ocorre.
EXEMPLO 2: uma pessoa é apalpada sexualmente, sem consentimento, enquanto utiliza o
transporte público.

A.3.3 ATO VIOLENTO


- Ameaça ou ação intencional de violência, que atente contra a integridade corporal,
liberdade ou a saúde, própria ou de outrem. Incluem-se nesta tendência os casos de tráfico
de pessoas.
EXEMPLO 1: os personagens brigam entre si, trocando socos e chutes.
EXEMPLO 2: alguém coloca comprimidos ou tranquilizantes no chá de outrem, para fazê-
lo desmaiar.
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO 3: um homem lança gás de pimenta nas pessoas que participam de um evento
público.
EXEMPLO 4: um personagem ameaça matar outro.
EXEMPLO 5: uma pessoa se autoflagela.

A.3.4 ATO VIOLENTO CONTRA ANIMAL


- Exibição de maus-tratos, com a presença, ou não, de ferimentos contra animais. Também
se aplica a tendência quando o personagem, intencionalmente, tira a vida de um animal.
- A utilização de animais em qualquer tipo de rinha, para divertimento ou prazer, também
se amolda à tendência.
- Não há a configuração do critério nos casos em que o abate seja feito com o intuito de
sobrevivência ou consumo. Porém, podem ser utilizados outros critérios, tais como
angústia e presença de sangue, caso sejam determinantes nas cenas.
EXEMPLO 1: irritado, um homem chuta seu cachorro.
EXEMPLO 2: um grupo de garotos se diverte apedrejando gatos na rua.

A.3.5 BULLYING
- É o ato de violência psicológica, intencional e repetitiva, cometido contra pessoas
indefesas ou que apresentem alguma característica que possa ser estigmatizada. A
tendência é identificada, geralmente, em ambientes estudantis, tais como colégios e
universidades.
- Frequentemente, o agressor (ou agressores) comete tal tipo de violência, devido a sua
superioridade física ou por meio da intimidação, derivada de sua influência sobre o meio
social em que está inserido.
- Sempre quando houver a concretização da tendência com a utilização de violência física,
deve ser conjugado o ato violento.
EXEMPLO: um grupo de estudantes intimida ou humilha alguém, pelo simples fato desta
pessoa ter sobrepeso, por sua altura, por usar óculos ou por ter melhores ou piores notas
que eles.

A.3.6 DESCRIÇÃO DE VIOLÊNCIA


- Narrações, cartelas gráficas ou diálogos que narrem, de forma detalhada, qualquer tipo
de violência, tais como as descrições de abortos, de penas de morte, de eutanásia, de
assassinatos, de suicídios, de torturas ou de agressões de qualquer tipo sob qualquer
motivação.
- As descrições de acidentes, com padecimento físico ou mortes, também representam esta
tendência.
EXEMPLO 1: um personagem confessa um assassinato, revelando os detalhes do ato.
EXEMPLO 2: um personagem relata ter sido expulso de casa pelos pais apenas por conta
de sua orientação sexual.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

A.3.7 EXPOSIÇÃO AO PERIGO


- Exibição de ato volitivo ou omissivo que coloque em risco a vida ou a saúde de si mesmo
ou de outrem. O ato depende da consciência sobre a omissão ou o risco da ação realizada.
O perigo deve ser palpável e previsível.
- A tendência não se consuma quando o agente tem o dever legal de agir (policiais,
bombeiros) ou quando possui o devido treinamento (artistas circenses, ginastas).
- A tendência não se consuma em obras cujo personagem principal predominantemente se
coloca em situação de risco, tais como filmes de ação, super-heróis e afins.
EXEMPLO 1: uma pessoa anda no alto de um prédio, de forma temerária, sabendo do risco
de queda.
EXEMPLO 2: um personagem embriagado dirige um veículo.
EXEMPLO 3: um indivíduo deixa uma criança trancada em um automóvel, sem qualquer
assistência.
EXEMPLO 4: uma pessoa percebe que outrem vai sofrer um acidente e, mesmo podendo
impedi-lo, omite-se de ata -lo.

A.3.8 EXPOSIÇÃO DE CADÁVER


- Exibição de corpos sem vida, com o óbito sendo resultante de violência ou não.
- Vale mencionar que os cadáveres devem ser apresentados de forma descontextualizada
com a causa mortis.
- Exclui-se a tendência quando há exibição do momento exato do óbito ou logo após a
morte de uma pessoa.
- Os cadáveres oriundos de morte sem violência devem ter seu impacto suavizado pelos
atenuantes de composição de cena e/ou motivação.
EXEMPLO 1: uma equipe de polícia encontra um defunto no meio da rua.
EXEMPLO 2: vários corpos caídos e sem vida são vistos no cenário de um jogo de ação.
EXEMPLO 3: cenas em que o cadáver é mostrado durante a análise de peritos no local do
crime ou em laboratórios.

A.3.9 EXPOSIÇÃO DE PESSOA EM SITUAÇÃO CONSTRANGEDORA OU


DEGRADANTE
- Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de
várias formas, seja verbalmente, por meio de imagens ou contextos.
- A predisposição da(s) pessoa(s) em se envolver em uma situação não é um atenuante da
tendência, mesmo que o faça por inocência ou em troca de qualquer tipo de retribuição.
- Quando o constrangimento envolve violência física, deve ser conjugada com o ato
violento.
EXEMPLO 1: uma pessoa aceita colocar um chapéu de burro, em troca de dinheiro.
EXEMPLO 2: um patrão ofende o funcionário diante da equipe, ridicularizando-o.
EXEMPLO 3: o professor humilha um aluno que chegou atrasado na sala de aula.
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO 4: um aluno ridiculariza seu professor, para deixá-lo em situação


desconfortável.

A.3.10 LESÃO CORPORAL


- Exibição de lesões corporais, cortes, fraturas ou órgãos internos, sejam eles produzidos
por quaisquer tipos de violência ou acidentes.
- Exceptuam-se as pequenas lesões sem grande impacto imagético, sempre quando não
forem oriundas de violência direta de um ser-humano contra outro, tais como escoriações
por quedas, arranhões furtuitos, vermelhidões, entre outros.
- Cicatrizes ou mutilações já consolidadas não se amoldam à tendência.
EXEMPLO: um personagem apresenta uma fratura exposta, hematoma corte ou outra
lesão visível.

A.3.11 MORTE DERIVADA DE ATO HERÓICO


- Consiste em ato altruísta de qualquer personagem, que resulte em sua morte, quando
feito com o intuito de salvar a vida de outrem, em prol da maioria ou para o bem da
humanidade.
EXEMPLO: um piloto lança sua espaçonave contra um objeto celeste, para tentar desviá-
lo da Terra, perdendo a vida no ato.

A.3.12 MORTE NATURAL OU ACIDENTAL COM DOR OU VIOLÊNCIA


- Mortes acidentais ou naturais. Devem apresentar o sofrimento identificável, o
padecimento ou as lesões.
EXEMPLO 1: um homem sente as dores de um ataque cardíaco e cai morto na rua.
EXEMPLO 2: um alpinista cai do alto de uma montanha, vindo a óbito.

A.3.13 OBSCENIDADE
- Ato ou palavra, expressos de forma escrita ou gestual, com o intuito de ofender,
ridicularizar ou constranger alguém.
EXEMPLO 1: no trânsito, um homem mostra o dedo médio em riste para outro motorista.
EXEMPLO 2: um personagem faz gestos que remetem ao ato sexual, apenas para ofender
ou constranger alguém.

A.3.14 PRESENÇA DE SANGUE


- Exibição de sangue oriundo de alguma lesão corporal, seja ela exibida ou não; de
agressões físicas (como socos, cortes e tiros), acidentes (como os automobilísticos e
domésticos), procedimentos médicos e lesões internas (como cirurgias, vômitos com
sangue) e cenários ou objetos ensanguentados.
- Vale ressaltar que: pequenos cortes, retirada de sangue para exames laboratoriais,
menstruação e sangramentos nasais não relacionados a agressões físicas não são
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

considerados (salvo quando o enquadramento e as composições de cena valorizem a


presença de sangue).
- O abate de animais, mesmo que para consumo, pode apresentar tal tendência, desde que
o enquadramento imagético valorize a visualização do sangue.
EXEMPLO: identificação de paredes ensanguentadas em uma suposta cena de crime.

A.3.15 SOFRIMENTO DA VÍTIMA


- Exibição de sofrimento ou padecimento, em razão de fato violento, acidente,
enfermidade ou procedimento médico/cirúrgico.
- Os desdobramentos de partos naturais sem complicações explícitas não se amoldam a
esta tendência.
EXEMPLO 1: um personagem chora de dor, após sofrer um acidente de carro.
EXEMPLO 2: os personagens de um jogo gritam de dor, quando são atingidos por golpes.

A.3.16 SUPERVALORIZAÇÃO DA BELEZA FÍSICA


- Valorização excessiva da beleza física, apresentada como condição imprescindível para
uma vida mais feliz ou para a aceitação social.
- A valorização tem que ser expressa de maneira clara.
- Não se amoldam à tendência os concursos de beleza ou programas de moda, desde que
não haja o discurso ou afirmações que definam de maneira fútil ou restrita os padrões de
beleza ou de estética corporal.
- A apresentação dos riscos inerentes a este comportamento, tais como anorexia ou
bulimia, além de possíveis falhas nos procedimentos cirúrgicos, atenuam a tendência.
EXEMPLO: situações em que cirurgias plásticas ou dietas extremas são valorizadas, sendo
apresentadas como imprescindíveis para se conseguir uma vida melhor e mais feliz,
sempre associadas à estética e não à saúde.

A.3.17 SUPERVALORIZAÇÃO DO CONSUMO


- Cenas e diálogos que apresentem, enfaticamente, o consumo como condição
imprescindível para uma vida mais feliz ou para a aceitação social.
EXEMPLO: um personagem humilha o outro porque este não possui um tênis da moda.

A.3.18 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA


- Violência que acontece em uma relação desigual, em que os agentes exercem qualquer
tipo de poder sobre as vítimas, sujeitando-as de forma intencional a maus tratos psíquicos.
EXEMPLO: pai humilha filho, dizendo que ele nunca será nada na vida e que é um fardo
para a família.

18
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

A.4 Não recomendado para menores de 14 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

A.4.1 ABORTO
- Descontinuação dolosa da gravidez, com ou sem expulsão do feto, da qual resulta a morte
do nascituro. Para a contemplação desta tendência é necessário que o ato seja iniciado ou
que o indivíduo se dirija ao local do procedimento, deixando clara a sua execução.
- Não se amolda à tendência o aborto espontâneo.
EXEMPLO: uma mulher se dirige a uma clínica médica e realiza a interrupção dolosa de
sua gravidez.

A.4.2 ESTIGMA/PRECONCEITO
- Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos
vulneráveis, apresentados em forma de chacota ou que depreciem um indivíduo ou grupo.
Tal violência pode levar em conta as particularidades, reiterando sua valoração histórica
como algo negativo, de modo a ridicularizar suas características ou crenças próprias (a
identidade social). Este comportamento resulta na diminuição do indivíduo ou grupo,
atribuindo-lhe condição defeituosa.
- Considera-se estigma quando uma característica depreciativa é atribuída a uma pessoa
ou a um grupo de pessoas. O preconceito, por sua vez, quando existe ofensa direta ou
limitação de acesso aos direitos garantidos a todos.
- Os casos em que personagem descrevem ou relatam eventos em que foram vítimas de
agressões movidas por preconceito não se amoldam a esta tendência. Neste caso, aplica-se
a descrição de violência.
- Referências ou apelidos utilizados de forma pejorativa também se amoldam à tendência.
- Exceptuam-se aquelas situações em que os termos são usados sem constrangimento,
consensualmente, empregadas entre amigos, cônjuges ou familiares, desde que sejam
objetivamente utilizadas como forma de carinho ou em razão de confiança ou derivada de
cumplicidade.
EXEMPLO 1: índios são apresentados como preguiçosos ou indolentes.
EXEMPLO 2: moradores de rua são retratados como bandidos.
EXEMPLO 3: uma pessoa é alvo de adjetivos pejorativos, devido a sua orientação sexual.

A.4.3 EUTANÁSIA
- É o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o
sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. Geralmente é realizada por um
profissional de saúde ou pessoa próxima, mediante pedido expresso da pessoa doente.
- O suicídio assistido, em condições humanitárias, amolda-se à tendência.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO: um homem, paciente terminal de câncer, tem a ajuda de um amigo para que
os aparelhos de suporte à vida sejam desligados.

A.4.4 EXPLORAÇÃO SEXUAL


- Conteúdos em que um personagem se beneficia da prostituição de outro. Corresponde,
também, à indução ou à atração de alguém à prostituição ou outra forma de exploração
sexual, como facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone.
EXEMPLO 1: um personagem mantém um estabelecimento onde se pratica prostituição,
de forma que ele lucra com essa atividade.
EXEMPLO 2: um personagem de um jogo de vídeo game realiza o trabalho de um rufião.

A.4.5 MORTE INTENCIONAL


- Um personagem assassina outrem, intencionalmente ou premeditadamente,
independentemente da razão ou motivo apresentado.
- Esta tendência também é observada quando seres mitológicos, fantasiosos, extraterrestres
(antropomorfizados ou não) e animais cometem a violência, assumindo o papel central do
ato.
- Inclui-se nesta tendência os atos comissivos em que o agente assume o risco de matar, tal
como a morte provocada em acidente automobilístico em que o condutor está ébrio.
- Não há a incidência da tendência em documentários sobre a vida animal, em que possam
ser mostrados ataques fortuitos de animais a seres humanos. Neste caso, vislumbra-se a
tendência de morte acidental com violência.
EXEMPLO 1: um homem dispara um revólver contra a cabeça de sua vítima.
EXEMPLO 2: um lobisomem mata um vampiro, depois de perfurar-lhe o tórax com uma
estaca de madeira.
EXEMPLO 3: um tubarão assassino mata alguns banhistas, demonstrando um
comportamento não condizente com o da espécie.

A.4.6 PENA DE MORTE


- Processo legal pelo qual uma pessoa é morta pela ação do Estado, como punição por um
crime cometido.
- Os juízos de exceção (realizados sem o devido processo legal) não são contemplados
nesta tendência.
EXEMPLO: mediante a atuação de uma corte penal, uma pessoa é condenada à pena
capital.

20
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

A.5 Não recomendado para menores de 16 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

A.5.1 ATO DE PEDOFILIA


- Violência sexual contra vulnerável (menor de 14 anos). Neste caso, não há a necessidade
da consumação sexual, mas sim de qualquer ato libidinoso que envolva crianças e
adolescentes nesta faixa etária.
EXEMPLO 1: um adulto comete conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso contra
criança de 11 anos, mesmo que a vítima pareça concordar com o ato.
EXEMPLO 2: um personagem se diverte ou sente prazer ao ver fotos de crianças nuas na
internet.
EXEMPLO 3: uma cena mostra um indivíduo ou grupo produzindo ou difundindo
imagens sexuais envolvendo crianças ou adolescentes.

A.5.2 CRIME DE ÓDIO


- Imagens ou contextos que apresentem agressões físicas, motivadas por ódio
discriminatório.
- Incluem-se o preconceito de gênero ou identidade de gênero, raça ou etnia, religião ou
credo, orientação sexual, pertencimento geográfico, idade, condição física ou social,
comportamentos ou qualquer outra situação que estigmatize um grupo de pessoas.
- Diálogos que tratam destes assuntos são, geralmente, mais adequados às tendências de
descrição de violência ou estigma / preconceito.
EXEMPLO: um grupo antissemita encontra um judeu na rua e o agride motivado pelo
ódio à sua cultura, etnia ou religião.

A.5.3 ESTUPRO/COAÇÃO SEXUAL


- Tipo de agressão sexual que, geralmente envolve o coito forçado ou outras formas de atos
libidinosos violentos não consensuais, realizados contra uma pessoa. O ato pode ser
realizado mediante força física, coerção, abuso de autoridade ou contra uma pessoa
incapaz de oferecer um consentimento válido, como nos casos em que a vítima está
inconsciente, incapacitada ou apresente qualquer deficiência.
- Observa-se, também, no momento em que alguém tenta constranger outrem, mediante
violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso.
- Conteúdos em que um personagem convence outrem a praticar o ato sexual, utilizando-
se de sua condição hierárquica ou de qualquer outra relação de poder.
EXEMPLO 1: uma pessoa é forçada a praticar sexo oral em seu parceiro.
EXEMPLO 2: um presidiário é obrigado a manter relações sexuais com os companheiros
de cela, sob ameaça de morte ou lesão corporal.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO 3: um personagem é coagido a manter relações sexuais com o patrão, para


manter o emprego.

A.5.4 MUTILAÇÃO
- Cena ou ato grotesco ou superestimado de desmembramento ou evisceração de um
personagem, vivo ou não, ocasionando dor ou não. Contempla-se também quando há a
exibição de partes de cadáveres resultantes de violência.
EXEMPLO: um homem corta a cabeça de outro.

A.5.5 SUICÍDIO
- Exibição de ato em que personagem utiliza qualquer meio para tirar a própria vida.
- Contextos em que o personagem tenta realizar o ato também são contemplados nessa
tendência.
- Excluem-se os casos de morte derivada de ato heroico ou aqueles em que o personagem é
compelido a se matar. Neste último, cabe a morte intencional.
- No caso de óbito derivado da participação em um jogo conhecido como “roleta-russa”,
considera-se a tendência.
EXEMPLO 1: um personagem se joga do alto de um prédio e morre na queda.
EXEMPLO 2: um personagem consome uma grande dose de medicamentos, com intenção
de tirar a própria vida.

A.5.6 TORTURA
- Refere-se à imposição prolongada ou grave de dor física ou psicológica, por meio de
violência, intimidação ou punição, para a obtenção de satisfação pessoal (vingança ou
prazer), informação ou qualquer outra vantagem.
EXEMPLO 1: um personagem espanca sua vítima para que esta revele onde está guardada
uma quantia em dinheiro.
EXEMPLO 2: um personagem inflige um grande padecimento físico a outrem, por
vingança ou prazer.

A.5.7 VIOLÊNCIA GRATUITA/BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA


- Reação violenta desproporcional a uma situação banal, sem motivo aparente, como
forma predominante ou única de resolução de conflitos.
- Não se amoldam as ocorrências em que a violência é cometida de forma abrupta, mas há
uma motivação gravosa capaz de motivar a agressão.
EXEMPLO 1: um personagem esfaqueia outrem pelas costas, sem que seja apresentada a
causa da agressão ou as consequências ao autor da violência.
EXEMPLO 2: um personagem de um jogo de videogame agride livremente os pedestres na
rua.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO 3: uma pessoa reclama da música alta que está sendo executada por seu vizinho
e este reage com um disparo de arma de fogo, matando-o.

A.6 Não recomendado para menores de 18 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

A.6.1 APOLOGIA À VIOLÊNCIA


- Cenas que, por diálogos, imagens e contextos, enalteçam e incentivem a prática de
violência ou a retratem de forma “bonita”, “interessante”, “aceitável” ou “positiva”. O
conteúdo, portanto, valoriza o ato violento e/ou os agressores.
EXEMPLO 1: uma pessoa estimula outras a praticarem violência contra quem quer que
seja, sempre utilizando isto como a única solução para a resolução do conflito.
EXEMPLO 2: diálogos e cenas em que um personagem declara, defende ou incita a
violência como algo prazeroso ou necessário.

A.6.2 CRUELDADE
- Cena gráfica e/ou realista de violência, apresentada de forma sádica, em que se
vislumbrem intensos padecimentos físicos.
- O detalhamento visual da agressão é condição imprescindível para a consolidação da
tendência.
EXEMPLO 1: um homem quer se vingar de outro e o pendura em uma árvore, arrancando,
na sequência, todos seus dedos e dentes, antes de matá-lo.
EXEMPLO 2: uma pessoa é carbonizada por outrem, como forma de vingança, em
contexto realista.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

B. SEXO E NUDEZ

B.1 Livre
Nem sempre a ocorrência de cenas que remetem a sexo ou nudez são prejudiciais
ao desenvolvimento psicológico da criança. São admitidos para esta faixa etária conteúdos
que apresentem:

B.1.1 NUDEZ NÃO ERÓTICA


A tendência é aplicada taxativamente aos seguintes casos: retratação de comunidades
indígenas ou tradicionais silvícolas; amamentação; nudez infantil (sem a associação com
pedofilia); autópsias; obras de arte sem teor erótico explícito; exames médicos; casos em
que um indivíduo necessita de auxílio ou cuidados para trocar de roupa e/ou banhar-se.
- Não se amoldam à tendência as cenas em que há uma valorização das partes íntimas dos
personagens por meio de close-ups ou outros recursos cenográficos. Neste caso, deve ser
usada a tendência de nudez.
EXEMPLO: um documentário que mostra a realidade de uma tribo indígena, em que as
pessoas convivem nuas.

B.2 Não recomendado para menores de 10 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

B.2.1 CONTEÚDO EDUCATIVO SOBRE SEXO


- Diálogos e imagens não estimulantes sobre sexo e que estejam dentro de contexto
educativo ou informativo.
EXEMPLO: em uma escola, os estudantes aprendem sobre o sistema reprodutor humano.

B.3 Não recomendado para menores de 12 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

B.3.1 APELO SEXUAL


- Cenas que apresentem diálogos estimulantes, manifestações de desejo ou provocações de
caráter sexual.
- A sexualização deve ser latente, seja pela valorização imagética de alguma característica
física ou alguma qualidade sexual do indivíduo.
- Nestes casos, o contexto erótico geralmente não é estimulado ativamente pela
personagem enfocada.
EXEMPLO 1: alguns personagens olham para as nádegas de uma mulher que passa por eles,
demonstrando interesse sexual.
24
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO 2: um personagem comenta com outro: “Nossa! Como ele é gostoso!”.


Simultaneamente ao comentário, o enquadramento valoriza o corpo da pessoa descrita.

B.3.2 CARÍCIA SEXUAL


- Cenas em que personagens se acariciam e a sexualização está presente, mas a ação não
resulta em relação sexual. A tendência, portanto, ocorre quando há carícias mais
contundentes, em que fique clara a não consecução do ato ou da insinuação sexual.
- Esta tendência nunca vem conjugada com a insinuação sexual e com nenhum tipo de
relação sexual.
EXEMPLO: em um quarto, um casal se acaricia de forma intensa. Porém, eles são
interrompidos pela chegada de uma terceira pessoa, o que inviabiliza a consecução do ato
sexual.

B.3.3 INSINUAÇÃO SEXUAL


- A tendência é aplicada quando é possível deduzir por diálogos, imagens e/ou contextos,
que a relação ocorreu ou ocorrerá, sem que seja possível visualizar o ato sexual.
EXEMPLO 1: um casal se beija, enquanto se despem e deitam-se na cama. A cena é
cortada antes que o ato possa ser visto pelo espectador.
EXEMPLO 2: um casal desperta pela manhã, ambos nus, sob os lençóis. Pode-se inferir
que o ato sexual ocorreu.

B.3.4 LINGUAGEM CHULA


- Diálogos, narrações ou cartelas gráficas que apresentem palavras chulas ou de baixo calão.
São expressões ofensivas geralmente relacionadas ao sexo, excrementos e órgãos sexuais.
- Não entram no rol os termos como: nádegas, pênis e vagina.
EXEMPLO: m*rda, c*, b*ceta, p*rra, p*ta, etc.

B.3.5 LINGUAGEM DE CONTEÚDO SEXUAL


- Diálogos, narrações, sinalizações ou cartelas gráficas sobre sexo, sem que haja
apresentação de vulgaridades. Os termos descrevem a prática do ato sexual ou do
comportamento sexual, sem que a sua descrição seja detalhada e/ou banalizada.
- A tendência refere-se a uma linguagem que faz referência ao comportamento ou ato
sexual sem a alusão a posições e práticas sexuais específicas, que se amoldam à tendência
de vulgaridade.
EXEMPLO 1: dois personagens conversam: “Vocês dois transaram mesmo? Quando foi
isso?”.
EXEMPLO 2: por meio de uma linguagem gestual, um personagem insinua que uma
relação sexual está ocorrendo.
EXEMPLO 3: um personagem diz a outro: “Sabia que eles foderam ontem à noite?”.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

B.3.6 MASTURBAÇÃO
- Cena não explícita de masturbação individual. Não há de se falar na tendência quando o
indivíduo recebe a ajuda de outra pessoa na realização do ato (sexo manual).
EXEMPLO: apresenta-se o plano médio de homem no banheiro e, pela sua gesticulação
(movimento de mão na região pélvica), percebe-se que ele se masturba.

B.3.7 NUDEZ VELADA


- Nudez sem a apresentação de nus frontais (pênis, vagina), seios ou nádegas, ou seja, em
que as partes íntimas dos indivíduos não são apresentadas, desde que haja um contexto
sexual.
- Nas cenas em que personagens acabam de sair do banho ou sauna e estão cobertos apenas
por toalhas, não há de se considerar a tendência. A exceção dá-se quando a construção da
cena evoca a suposta nudez velada.
EXEMPLO 1: em uma cena com nudez, insere-se tarja ou efeito gráfico sobre os seios, as
nádegas e os órgãos genitais.
EXEMPLO 2: é apresentada uma cena em que os seios nus de uma personagem são,
estrategicamente, cobertos por um objeto do ambiente.

B.3.8 SIMULAÇÃO DE SEXO


- Imagens ou sons em que sejam apresentados quaisquer tipos de relação sexual, de forma
farsesca, sem que seja contemplado o ato sexual em si. Tratam-se, em outras palavras, de
situações em que os personagens encenam o ato sexual.
EXEMPLO: dois personagens encenam o ato sexual para constranger um amigo.

B.4 Não recomendado para menores de 14 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

B.4.1 EROTIZAÇÃO
- Apresentação de imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente
estimulantes, tais como strip-teases e danças eróticas. Existe a valorização imagética do
contexto sexual.
- Nestes casos, o contexto erótico geralmente é estimulado ativamente pela personagem
enfocada.
EXEMPLO 1: um personagem realiza um strip-tease.
EXEMPLO 2: uma personagem se insinua, ficando apenas de trajes íntimos para seduzir
outra pessoa, enquanto faz gestos sexualmente estimulantes para provocar seu parceiro.

B.4.2 NUDEZ
- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais, sempre que esteja presente
o contexto sexual ou a valorização do enquadramento.
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

- Qualquer nudez não especificada no rol taxativo de nudez não erótica.


- Especialmente no que concerne à retratação de falos eretos e a percepção da genitália
feminina em plano fechado, entende-se que a tendência é agravada por composição de
cena.
EXEMPLO 1: uma pessoa troca de roupa, enquanto outra a observa. Os órgãos genitais
ficam à mostra.
EXEMPLO 2: um personagem está tomando banho e o enquadramento da cena enfoca em
suas partes íntimas.

B.4.3 PROSTITUIÇÃO
- Apresentação de qualquer etapa do ato da prostituição: sedução/conquista, oferecimento,
contratação, prática sexual ou pagamento.
EXEMPLO: um homem para o carro na rua. Uma prostituta se aproxima, revela seu preço
e entra no automóvel.

B.4.4 RELAÇÃO SEXUAL


- Cena em que é apresentada qualquer modalidade de sexo (vaginal, anal, oral e/ou
manual) não explícito.
- Nas cenas em que se percebe os sons do ato sexual, mesmo quando que o excerto não
mostre os partícipes e com exceção dos casos comprovados de simulação de sexo, há a
consolidação da tendência, porém com o atenuante de composição de cena.
EXEMPLO: um personagem deita-se sobre sua parceira, que entrelaça as pernas ao redor
da cintura dele. Ambos estão despidos, mas o enquadramento enfoca apenas seus rostos
durante um beijo.

B.4.5 VULGARIDADE
- Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira detalhada ou
vulgar. Existe a valorização imagética do conteúdo sexual ou a banalização da linguagem
imprópria, de forma que o impacto para o espectador é mais intenso.
EXEMPLO 1: um jovem menciona o ato sexual, descrevendo a prática de forma incisiva,
afirmando: “Vou colocar meu pau na sua boceta e depois fazer você gozar”.
EXEMPLO 2: ao descrever uma experiência sexual, um jovem detalha o ato libidinoso,
ainda que com termos técnicos.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

B.5 Não recomendado para menores de 16 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

B.5.1 RELAÇÃO SEXUAL INTENSA


- Cena superestimada e/ou de longa duração, em que é apresentada qualquer modalidade
de sexo (vaginal, anal, oral, manual) não explícito. Nesta modalidade, o ato sexual é
mostrado de forma verossímil, extensa ou contundente.
EXEMPLO: um casal mantém uma relação sexual de longa duração, em que são
valorizados alguns detalhes, como suor, movimentos típicos do coito ou orgasmos, não
sendo possível a visualização da penetração, de felações ou de masturbações.

B.6 Não recomendado para menores de 18 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

B.6.1 SEXO EXPLÍCITO


- Apresentação de relação sexual explícita, de qualquer natureza, inclusive da masturbação,
com a mostra de reações realistas dos participantes do ato sexual e/ou visualização dos
órgãos sexuais. Não ocorre exclusivamente em obras pornográficas.
EXEMPLO: uma mulher abre as calças de um homem, acaricia seu pênis e o introduz em
sua vagina.

B.6.2 SITUAÇÃO SEXUAL COMPLEXA/DE FORTE IMPACTO


- Apresentações de atos ou situações sexuais, tais como incesto (cenas de sexo ou relações
erótico-afetivas entre parentes de primeiro grau ou correlatos, como pai, mãe, irmão,
padrasto, enteado, etc.), sexo grupal, fetiches violentos, zoofilia, necrofilia, coprofilia.
EXEMPLO: é apresentada uma cena de sexo grupal, em que os participantes relacionam-se
com mais de um parceiro.

28
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

C. DROGAS

C.1 Livre
Nem sempre a ocorrência de cenas que remetem a drogas são prejudiciais ao
desenvolvimento psicológico da criança. São admitidos para esta faixa etária conteúdos
que apresentem:

C.1.1 CONSUMO MODERADO OU INSINUADO DE DROGA LÍCITA


- Cenas irrelevantes para a trama, em que são apresentados o consumo moderado ou
insinuado de drogas lícitas, em situações sociais, sem o vislumbre ou percepção dos efeitos
relacionados a sua ingestão, como é o caso da embriaguez. Inclui-se, nesta tendência, o
consumo regular de medicamentos.
EXEMPLO 1: o consumo de espumante no ano novo ou vinho no jantar pode ser
percebido em uma celebração.
EXEMPLO 2: um homem consome um remédio leve para dor, com prescrição médica.
EXEMPLO 3: em um bar veem-se copos e garrafas de bebidas alcoólicas sobre as mesas,
sem, contudo, qualquer um dos personagens e figurantes ingerirem seu conteúdo.

C.2 Não recomendado para menores de 10 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

C.2.1 DESCRIÇÃO DO CONSUMO DE DROGA LÍCITA


- Diálogos, narrações, sinalizações ou cartelas gráficas com a descrição do consumo de
drogas lícitas.
EXEMPLO: um personagem diz: “Ontem estava calor, abri uma cerveja geladinha e bebi
numa golada só. Nada como tomar minha cervejinha aqui na praia”.

C.2.2 DISCUSSÃO SOBRE O TEMA DROGAS


- Imagens, diálogos ou contextos que apresentem o tema drogas. Inserem-se nesta
tendência abordagens sobre causas, consequências, soluções pertinentes,
descriminalização e tráfico. O discurso é apresentado de forma equilibrada, envolvendo as
questões sociais a respeito da temática, sem que haja apologias.
EXEMPLO 1: alguns personagens debatem sobre as possíveis penas para traficantes de
drogas.
EXEMPLO 2: o narrador de um documentário comenta que a cidade vislumbrada é o
principal ponto de narcotráfico do país, mas também possui várias qualidades e pontos
turísticos de destaque.

29
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

C.2.3 USO MEDICINAL DE DROGA ILÍCITA


- A tendência é aplicada quando há cenas em que algum personagem consome drogas que
são consideradas ilícitas no Brasil, para fins medicinais, em um contexto pertinente.
EXEMPLO: um personagem, que vive em um país onde o consumo de maconha para fins
medicinais é lícito, ou mediante receita médica, usa a droga para atenuar a dor do câncer.

C.3 Não recomendado para menores de 12 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

C.3.1 CONSUMO DE DROGA LÍCITA


- Cena em que seja exibido o tabagismo e/ou a ingestão de bebidas alcoólicas.
- A tendência também se consolida no caso em que a embriaguez é mostrada, mesmo que
não se observe o consumo prévio das bebidas, visto que a consequência do ato confirma o
uso da droga, excluindo-se, portanto, a possibilidade de insinuação.
- O uso ritualístico de substância alucinógena, tais como ayahuasca, peiote ou Santo-
Daime se amoldam à tendência. Quando tais substâncias são usadas de forma
descontextualizada, apenas para fins recreativos, a tendência utilizada deve ser a de
consumo de drogas ilícitas.
EXEMPLO: um personagem chega em casa e fuma um cigarro de nicotina.

C.3.2 CONSUMO IRREGULAR DE MEDICAMENTO


- Sequências em que seja exibido o consumo de medicamentos, sem prescrição médica ou
em desacordo com esta.
- Exceptua-se o consumo de medicamentos originariamente legais, cujo uso visa o
entorpecimento ou alteração psicossensorial, tais como morfina, opiáceos, derivados de
anfetamina, entre outros. Nesse caso, considerar-se-á o consumo de droga ilícita.
EXEMPLO 1: um personagem consome remédios de uso controlado sem ter consultado
um médico.
EXEMPLO 2: um personagem dobra, por conta própria, a dose de um calmante receitado
pelo médico.
EXEMPLO 3: um personagem ingere um remédio de uso controlado conjuntamente com
bebidas alcoólicas. Neste caso, a tendência é conjugada com o consumo de droga lícita.

C.3.3 DISCUSSÃO SOBRE LEGALIZAÇÃO DE DROGA ILÍCITA


- Apresentação de diálogos entre personagens gerando um debate sobre a legalização das
drogas (desde a produção até o consumo), deixando claras as causas, consequências e
soluções pertinentes, com um discurso equilibrado sobre as questões sociais e de saúde.
- É imprescindível que não haja a apologia ou o detalhamento do consumo das drogas.
EXEMPLO 1: um programa de televisão sobre a legalização da maconha apresenta um
debate ponderado sobre o tema.
30
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO 2: o narrador de um documentário descreve, genericamente, o consumo de


drogas em um determinado país, com viés informativo dentro do contexto de legalização.

C.3.4 INDUÇÃO AO USO DE DROGA LÍCITA


- Cenas em que o personagem estimula o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas ou o
consumo de medicamentos de forma irregular.
- É imperativo que haja, no mínimo, a tentativa de convencimento da outra pessoa,
ficando claro que ela não tem o hábito do consumo, que está sendo convencida a provar a
substância pela primeira vez ou que é compelida a retomar o uso da droga, depois de
abandoná-la.
EXEMPLO: uma pessoa insiste para que outra prove um cigarro de nicotina.

C.3.5 MENÇÃO A DROGA ILÍCITA


- Menção, descrição ou apresentação de drogas ilícitas, sem que se possa presumir o
consumo.
- A tendência não é observada quando se infere o tráfico de entorpecentes.
- Obrigatoriamente a droga deve ser apresentada ou mencionada, não ocorrendo a
tendência quando esta fica implícita ou não descrita de forma objetiva.
EXEMPLO 1: é visto um “saco de cocaína” ou um “tijolo de maconha” sobre a mesa de
uma delegacia.
EXEMPLO 2: um personagem usa uma camiseta que faz referência a qualquer tipo de
droga, sem incentivar diretamente o uso.

C.4 Não recomendado para menores de 14 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

C.4.1 CONSUMO INSINUADO DE DROGA ILÍCITA


- Cena em que, por imagens, diálogos, sinalizações ou contexto, entende-se que houve o
consumo de drogas ilícitas.
EXEMPLO: em um cinzeiro, podem ser vistos restos de um cigarro de maconha.

C.4.2 DESCRIÇÃO DO CONSUMO OU TRÁFICO DE DROGA ILÍCITA


Cena em que um personagem revela por linguagem verbal ou gestual, que consumiu ou
traficou qualquer droga ilícita.
EXEMPLO 1: um personagem diz: “Ontem, cheguei em casa e fumei um baseado”.
EXEMPLO 2: uma pessoa deixa uma carta, afirmando que trafica cocaína, para confessar
seu crime.

31
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

C.5 Não recomendado para menores de 16 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

C.5.1 CONSUMO DE DROGA ILÍCITA


- Apresentação do uso de drogas ilícitas, como cocaína, merla, crack, maconha, drogas
sintéticas, etc.
- A tendência se consolida no caso em que os efeitos do consumo são mostrados,
comprovando de forma inequívoca a prática.
- Inclui-se na identificação da tendência o consumo de medicamentos originariamente
legais, cujo uso visa o entorpecimento ou alteração psicossensorial, tais como morfina,
opiáceos, derivados de anfetamina, entre outros.
EXEMPLO 1: um homem inala uma linha de cocaína.
EXEMPLO 2: um personagem apresenta reações incisivas do consumo de drogas, de forma
que o uso fica comprovado.

C.5.2 INDUÇÃO AO CONSUMO DE DROGA ILÍCITA


- Cenas em que o personagem estimula o consumo de drogas consideradas ilícitas no Brasil.
- É imperativo que haja, no mínimo, a tentativa de convencimento da outra pessoa,
ficando claro que ela não tem o hábito do consumo, que está sendo convencida a provar a
substância pela primeira vez ou que é compelida a retomar o uso da droga, depois de
abandoná-la.
EXEMPLO: um homem oferece um cigarro de maconha ao colega, que reluta em
experimentá-lo, mas cede ao desejo do amigo, para ser considerado “descolado”.

C.5.3 PRODUÇÃO OU TRÁFICO DE DROGA ILÍCITA


- A tendência é aplicada quando são apresentadas cenas em que se verifica qualquer etapa
da produção (desde o plantio até a colheita) e/ou comercialização (do embalo até o
recebimento por parte do usuário) de drogas consideradas ilícitas no Brasil.
EXEMPLO: cenas que retratem a produção de cocaína, uma plantação de maconha ou a
compra de haxixe.

C.6 Não recomendado para menores de 18 anos


São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem:

C.6.1 APOLOGIA AO USO DE DROGA ILÍCITA


- Imagens, diálogos ou contextos em que se estimule ou enalteça o consumo de qualquer
droga ilícita, disseminando-se a ideia de que as drogas são benéficas (em qualquer
contexto) ou inócuas.

32
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

- Também se amoldam a esta tendência, quaisquer enaltecimentos ao consumo destas


substâncias, ao relacioná-las, diretamente, como condição sine qua non para se chegar ao
poder, divertimento, sucesso ou felicidade.
EXEMPLO: um homem discursa sobre os benefícios da cocaína, incentivando o seu uso
como forma de recreação prazerosa.

33
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

D. ATENUANTES E AGRAVANTES

D.1 ATENUANTES
Atenuantes são fatores imagéticos ou contextuais da obra que podem reduzir o
impacto das tendências de indicação.

D.1.1 COMPOSIÇÃO DE CENA


- Qualquer elemento da linguagem audiovisual (direção, roteiro, fotografia, iluminação,
direção de arte, som, edição e qualidade da imagem) que atenue o conteúdo classificável.
EXEMPLO 1: um assassinato é exibido em um grande plano geral.
EXEMPLO 2: uma cena de sexo é exibida de forma entrecortada, sem a valorização do
conteúdo sexual.
EXEMPLO 3: no contexto de um jogo, os personagens de uma cena violenta são mostrados
à distância, aparecendo muito pequenos e pouco detalhados.
EXEMPLO 4: os protagonistas de uma briga aparecem como animações infantilizadas
durante uma cena violenta, ao invés de reproduções realistas de seres humanos.
EXEMPLO 5: um assassinato é exibido de forma que, tanto o agressor quanto a vítima
aparecem desfocados ou embaçados, de modo que a ação não fica explícita.

D.1.2 CONTEÚDO POSITIVO


- Apresentação de conteúdos adequados para uma formação saudável de crianças e
adolescentes.
- Apresentação de referências à educação sexual (incluindo IST’s), ao uso de preservativos
e a métodos anticoncepcionais.
- Apresentação de comportamentos que denotem responsabilidade, que valorizem a
honestidade, a amizade, o respeito, a solidariedade, a diversidade, as habilidades cognitivas
da criança, o conhecimento, os cuidados com o corpo e o meio ambiente, as habilidades
manuais, motoras, sociais ou emocionais, que promovam uma cultura de paz ou que façam
menção aos direitos humanos de forma positiva.
EXEMPLO 1: cena que apresenta discussões intrafamiliares sobre sexo e gravidez na
adolescência, com o intuito de conscientização.
EXEMPLO 2: crianças se organizam para ajudar os animais abandonados na região.

D.1.3 CONTEXTO ARTÍSTICO


- O conteúdo classificável está vinculado a um contexto artístico.
EXEMPLO 1: há um vocábulo chulo em um poema declamado pelo personagem.
EXEMPLO 2: em uma música entoada pelo cantor, há versos que relatam eventos
violentos.

34
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

D.1.4 CONTEXTO CÔMICO OU CARICATO


- O conteúdo classificável é apresentado de forma engraçada, ridícula, caricata ou burlesca.
- O atenuante se aplica em situações que genericamente induzem ao riso ou à comicidade.
EXEMPLO 1: um ladrão está saindo do local do furto e fica preso na grade da janela, sem
conseguir fugir. A música e o gestual do personagem conferem um tom ridículo à situação.
EXEMPLO 2: um programa de humor apresenta uma relação sexual malsucedida de um
casal em crise, para provocar o riso.

D.1.5 CONTEXTO CULTURAL


- O conteúdo classificável está vinculado a questões culturais.
- Para que este atenuante seja atribuído, os conteúdos deverão aparecer associados a rituais,
tradições e costumes de povos, religiões ou comunidades específicas.
EXEMPLO: em meio a uma tribo indígena, um pajé fuma um cachimbo e sopra a fumaça
sobre a pessoa que está sendo benzida.

D.1.6 CONTEXTO ESPORTIVO


- O conteúdo classificável está vinculado a um contexto esportivo.
- O atenuante não se aplica em lutas clandestinas ou quando alguém é obrigado, contra
sua vontade, a participar da peleja.
EXEMPLO: dois adversários trocam golpes em uma luta esportiva, com regras claras.

D.1.7 CONTEXTO FANTASIOSO


- A tendência é aplicada quando a composição de cena da obra audiovisual é fantasiosa,
deixando clara sua não correspondência com a realidade.
EXEMPLO 1: uma criança com superpoderes destrói um carro com apenas uma das mãos.
EXEMPLO 2: um homem atinge outro com um disparo de laser saído de seus olhos.

D.1.8 CONTEXTO HISTÓRICO


- O conteúdo classificável tem a finalidade de retratar um momento reconhecidamente
importante na história mundial ou local.
- O simples fato de um filme ser ambientado em determinada época não referenda o
atenuante. O fato descrito tem que ser contextualizado historicamente.
EXEMPLO: uma cena de batalha retrata um acontecimento documentado e amplamente
conhecido.

D.1.9 CONTEXTO IRÔNICO


- O conteúdo classificável é apresentado em um contexto que manifesta sentido sarcástico
ou oposto ao seu significado literal.

35
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

EXEMPLO: em tom de brincadeira, dois amigos se xingam, sem a intenção de ofenderem


um ao outro.

D.1.10 CONTRAPONTO
- Aplica-se quando o conteúdo classificável apresentado é seguido de imagens, diálogos ou
contextos que desestimulem sua prática, tais como:
a) explicitação de consequências negativas ao agressor, traficante, criminoso ou às
vítimas e consumidores de drogas;
b) condenação à violência;
c) formas alternativas para a resolução de conflitos.
EXEMPLO: um personagem se torna dependente químico e é demonstrada sua degradação,
com consequente arrependimento e iniciativa para deixar o vício.

D.1.11 FREQUÊNCIA
- O conteúdo classificável é apresentado de forma pontual (uma ou poucas vezes na obra),
deixando o seu impacto reduzido.
EXEMPLO: durante uma novela, apresenta-se apenas um ato violento em todo o decorrer
da obra.

D.1.12 INSINUAÇÃO
- O conteúdo classificável não é apresentado de fato, mas infere-se a possibilidade de sua
ocorrência por meio de imagens, diálogos, gesticulações, sons ou contextos.
EXEMPLO: dois personagens entram dentro de um cômodo e a porta é fechada. Com a
imagem estática do lado de fora, ouve-se o som do disparo de uma arma de fogo, de modo
que fica subentendido um assassinato.

D.1.13 MOTIVAÇÃO
- Esta condição atenuante aplica-se aos casos em que o personagem pratica o conteúdo
classificável em circunstâncias específicas como legítima defesa, cumprimento do dever
legal, exclusão de ilicitude, coerção, assistência ou sacrifício por outrem.
- Também é aplicada quando o conteúdo é apresentado de forma que fique claro que o
autor comete o ato classificável mediante engano, ameaça ou coação.
- A linguagem chula utilizada como interjeição, sem que haja ofensa direta a outro
personagem, se amolda à tendência.
EXEMPLO 1: ao ver que uma personagem está em estado de choque, outra lhe desfere um
tapa no rosto para que volte ao normal.
EXEMPLO 2: para defender um refém que estava prestes a ser executado, uma policial
alveja e mata o criminoso.
EXEMPLO 3: um homem bate com o pé em uma quina de mesa e diz: “Ai, m*rda!”.

36
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

D.1.14 RELEVÂNCIA
- O conteúdo classificável não é importante ou relevante para a obra.
EXEMPLO: apresenta-se uma cena de insinuação sexual sem importância para a trama da
obra, sendo facilmente ignorada ou desconsiderada pelo espectador.

D.1.15 SIMULAÇÃO
- O conteúdo classificável é apresentado como real, mas fica claro ao espectador, durante a
obra, que se trata de um engano ou um embuste.
EXEMPLO: um personagem dispara uma arma de fogo contra outro, que cai no chão
ensanguentado. Contudo, na cena seguinte, é elucidado que a arma era de festim e o
sangue era falso.

D.1.16 TENTATIVA
- O conteúdo classificável não se concretiza por circunstâncias alheias à vontade do agente.
EXEMPLO: um homem dispara sua pistola contra outro. Apesar de atingida, a vítima
sobrevive ao atentado.

D.2 AGRAVANTES
Agravantes são fatores contextuais ou imagéticos da obra que podem aumentar o
impacto ou o potencial agressivo das tendências de indicação.

D.2.1 BANALIZAÇÃO
- Apresentação de conteúdos cômicos ou caricatos, que ao invés de atenuarem a cena, dão
a sensação de serem apologéticos ou incentivadores do ato praticado.
- O conteúdo classificável é apresentado de forma trivial, sem a devida ponderação sobre
suas reais consequências.
EXEMPLO: o autor de um homicídio múltiplo faz comentários para gerar riso no
espectador, tentando minimizar a violência cometida.

D.2.2 COMPOSIÇÃO DE CENA


- Qualquer elemento da linguagem audiovisual (direção, roteiro, fotografia, iluminação,
direção de arte, som, edição e qualidade da imagem) que agrave o conteúdo classificável.
EXEMPLO 1: um assassinato é visto em detalhes, com a exibição minuciosa da agressão e
das suas consequências para a vítima.
EXEMPLO 2: uma trilha sonora sensual valoriza uma cena erótica.
EXEMPLO 3: o alto grau de realismo gráfico de um jogo faz o sangue parecer muito vivo e
convincente, sendo altamente valorizado na cena.

37
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

D.2.3 CONTEÚDO INADEQUADO COM CRIANÇA OU ADOLESCENTE


- Aplica-se quando o conteúdo classificável envolve criança ou adolescente. Neste
contexto, também estão contempladas cenas nas quais a criança ou o adolescente são
espectadores do conteúdo classificável.
EXEMPLO 1: um adolescente dispara uma arma de fogo contra uma criança.
EXEMPLO 2: uma criança assiste à briga entre seus pais.
EXEMPLO 3: uma criança ou um adolescente faz uso de droga lícita ou ilícita.

D.2.4 CONTEXTO
- Aplica-se quando o conteúdo classificável está inserido em um contexto que ressalta o
impacto, sensação ou intensidade, tal como a violência familiar e a violência contra
pessoas com reduzida capacidade de reação, tais como idosos, mulheres ou deficientes.
EXEMPLO 1: uma mulher é espancada pelo marido.
EXEMPLO 2: uma pessoa deficiente é vítima de uma violência sexual.
EXEMPLO 3: um idoso é agredido por seu cuidador.

D.2.5 FREQUÊNCIA
- O conteúdo classificável é apresentado várias vezes na trama.
EXEMPLO: durante uma novela, assassinatos são frequentemente exibidos.

D.2.6 INTERAÇÃO
- A tecnologia empregada possibilita que o espectador ou jogador experimente níveis
elevados de interação e excitação, aumentando sua imersão na obra.
- Os conteúdos classificáveis são realizados pelo personagem controlado pelo usuário.
EXEMPLO 1: em um jogo de guerra realista, são vistos sangue e mortes, de forma que o
jogador segura o controle da mesma maneira que seguraria um rifle de verdade.
EXEMPLO 2: em um jogo de luta, em que há a apresentação de sangue e personagens
realistas, o jogador precisa se movimentar intensamente, enquanto joga, imitando os
golpes dos personagens.
EXEMPLO 3: apresentação de aparatos cinematográficos com efeito realista, como
imagens tridimensionais, que promovem uma maior imersão do espectador na obra.

D.2.7 MOTIVAÇÃO
- O agravante é aplicado quando o personagem realiza o ato classificável por motivo torpe
ou fútil, como revolta, vingança ou interesse.
EXEMPLO: um personagem decide matar um criminoso, sem necessidade, ao invés de
denunciá-lo à polícia.

38
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

D.2.8 RELEVÂNCIA
- O conteúdo classificável é importante ou relevante para a obra.
EXEMPLO: apresenta-se um assassinato como o ponto de partida da obra, de modo que o
ato é imprescindível para a compreensão do enredo.

D.2.9 VALORIZAÇÃO DE CONTEÚDO NEGATIVO


- Aplica-se quando o conteúdo negativo apresentado é seguido de imagens, diálogos ou
contextos que valorizem sua prática, tais como:
a) apresentação de consequência positiva para quem perpetra a violência;
b) elogio à violência ou a apresentação de sua prática de forma ambígua;
c) exibição de violência ou consumo de drogas como a forma única ou predominante
de resolução de conflitos;
d) conteúdo violento realizado por personagem de imagem valorizada (protagonista
ou pessoa dentro de um padrão de beleza pré-estabelecido).
EXEMPLO 1: ao final da obra, o criminoso engana a polícia e vai viver em um local
paradisíaco.
EXEMPLO 2: um jogador ganha mais pontos por praticar um assassinato mais violento,
durante um jogo.
EXEMPLO 3: um personagem diz: “Tem que matar o assassino, porque ele merece morrer”.
EXEMPLO 4: um personagem é demitido e decide voltar a beber para se esquecer de sua
frustração.

39
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

E. DESCRITORES DE CONTEÚDOS

A informação sobre a classificação indicativa inclui descritores de conteúdo, que


são um resumo das principais tendências de indicação presentes na obra classificada. A
lista de descritores explica a classificação e, também, informa aos pais e responsáveis sobre
o tipo de conteúdo presente na obra.
O procedimento interno para a utilização dos descritores supracitados segue um
padrão rígido de análise. Sua função social é a de informar os conteúdos presentes na
obra, não sendo usado como parâmetro apenas da classificação atribuída ou das tendências
com classificação mais alta. Reflete, primordialmente, os três eixos temáticos, mesmo que
algum deles não seja definidor específico da classificação indicativa atribuída para a obra
em questão. Entende-se, com isso, que os descritores refletem os conteúdos como um todo,
informando aos pais e responsáveis, da forma mais ampla possível, as especificidades dos
critérios presentes nas obras audiovisuais.
Por exemplo, uma obra classificada como “Não recomendado para menores de 10
anos” e com o descritor “Violência” irá conter cenas violentas leves, enquanto uma obra
com classificação “Não recomendado para menores de 16 anos” e o mesmo descritor,
apresentará cenas violentas mais fortes.
É importante informar que obras classificadas como “Livre” podem conter
descritores de conteúdo, em razão da identificação de tendências especificadas neste Guia
Prático.
No que diz respeito à quantidade, utiliza-se no máximo três descritores de
conteúdo e, no mínimo um, salvo nas obras classificadas como “Livre” que não apresentem
tendências identificáveis.
Segue abaixo a lista dos termos usados na exibição da classificação indicativa:

E.1 – Atos Criminosos E.8 – Nudez


E.2 – Conteúdo Sexual E.9 – Procedimentos Médicos
E.3 – Drogas E.10 – Sexo Explícito
E.4 – Drogas Ilícitas E.11 – Temas Sensíveis
E.5 – Drogas Lícitas E.12 – Violência
E.6 – Linguagem Imprópria E.13 – Violência Extrema
E.7 – Medo E.14 – Violência Fantasiosa

Historicamente, a Política de Classificação Indicativa, apresentou diferentes


descritores de conteúdo, cada qual em razão da legislação outrora em vigor e que agora
caíram em desuso. Entretanto, estes podem ser substituídos pelo equivalente em vigor,
citados acima. Há, ainda, descritores antigos que perderam a sua importância, devendo ser
totalmente excluídos ou ignorados em razão de serem associados a juízos de valor. Tal
construção foi utilizada nos primórdios da Política Pública, mas não representa os
princípios e diretrizes em vigor. Para tanto, seguem, abaixo, as listas de equivalência (E.15,

40
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

E.16 e E.17) que poderão ser utilizadas e a lista de descritores que devem ser
desconsiderados (E.18).

E.15 – Eixo de violência:

Descritores antigos Equivalência


Apologia ao crime
Ato Criminoso
Atos criminosos
Atos criminosos sem lesão corporal
Atos criminosos sem lesões corporais
Agressão Verbal
Descrição de Violência Linguagem
Descrição do ato violento imprópria
Descrição verbal do ato violento
Cenas que Assustam
Horror Medo
Medo, angústia Medo/Tensão
Cenas Detalhadas de Parto Natural
Procedimento Cirúrgico
Procedimento Médico Procedimentos
Procedimento Médico com Dano Visível Médicos
Procedimento médico com danos visíveis
Procedimentos Médicos
Angústia
Conflitos
Conflitos Familiares
Conflitos Psicológicos
Conflitos Psicológicos Atenuados
Conflitos Psicológicos Extremos Temas sensíveis
Conflitos Psicológicos Intensos
Conflitos Psicológicos Moderados
Discussões acerca do aborto
Eutanásia
Temas Angustiantes
Aborto
Agonia
Agonia da Vítima
Agonia das Vítimas
Agressão Familiar
Agressão Física Violência
Agressão física contra a mulher
Agressão Física Contra Criança
Agressão Física e Verbal
Agressão no ambiente doméstico
Agressão no ambiente doméstico ou familiar

41
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Agressão no Ambiente Familiar


Agressões Física
Ambiente de Guerra
Ameaça
Ameaça, desonestidade e irresponsabilidade
Apresenta arma de fogo
Apresenta sangue
Armas
Armas de Fogo
Assassinato
Assassinatos
Ato Violento
Ato violento contra animais
Atropelamento
Bullying

Cenas de abuso com mulheres ou menores

Cenas de Violência
Cenas impactantes
Conteúdo impactante
Conteúdo Violento
Conteúdo violento com armas brancas
Conteúdo violento com armas de fogo
Conteúdo violento com presença de armas
Conteúdo violento com presença de armas de fogo
Conteúdo violento não relevante para compreensão da trama
Conteúdos Impactantes
Crime contra a dignidade sexual
Crime Sexual
Crimes contra a dignidade sexual
Discriminação
Dor ou Sofrimento
Envolve criança como vítima
Envolve crianças e adolescentes como vítimas e agressores
Estigma
Exploração sexual
Exposição a situações degradantes
Exposição ao perigo
Exposição da pessoa em situação constrangedora
Exposição da pessoa em situação constrangedora e degradante
Exposição de Cadáver
Exposição de pessoa em situação constrangedora
Exposição de pessoa em situação constrangedora e degradante
Exposição de pessoas em situações degradantes
Ferimentos
Homicídio
Homicídio Culposo
Insinuação de Abuso Sexual
Lesão corporal
42
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Morte Acidental
Morte Acidental com Violência
Morte com Violência
Morte Intencional
Morte Natural com Violência
Morte Violenta Morte/Assassinato
Mutilação
Ossada com resquícios de violência
Ossada com resquícios de violência
Ossadas
Ossadas com resquício de violência
Pena de Morte
Perturbação Emocional Extrema
Perturbação Emocional Grave
Perturbação Emocional Extrema
Perturbação Emocional Grave
Perturbação Emocional Moderada
Preconceito
Presença de arma branca
Presença de arma branca e de fogo
Presença de arma de fogo
Presença de armas
Presença de Armas com Violência
Presença de sangue
Presença de sangue e arma de fogo
Racismo
Sangue
Sangue Animado
Sangue Realista
Sofrimento
Sofrimento da Vítima
Suicídio
Tapa, Empurrão e Pancada na Cabeça
Tentativa de assassinato
Tentativa de Estupro
Tentativa de Homicídio
Tentativa de Suicídio
Tortura
Violência Animada
Violência contra Criança
Violência doméstica
Violência envolvendo criança como vítima
Violência Envolvendo Crianças Como Vítimas e Agressoras
Violência Envolvendo Crianças e Adolescentes
Violência Familiar
Violência gratuita
Violência Leve
Violência Moderada
43
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Violência Moderada Animada


Violência Moderada Realista
Violência Ocasional
Violência Realista
Violência Realista Leve
Vítima em estado de agonia
Abuso Sexual
Apologia à violência
Assassinatos e mutilações com requintes de crueldade e em excesso
Banalização
Banalização da violência
Cenas Violentas de Forte Impacto
Crime de Ódio
Crueldade
Decapitação
Elogio à violência
Elogio e apologia à violência
Estupro
Estupro de crianças
Extrema Violência
Extrema Violência
Extrema Violência Animada
Extrema Violência Realista
Violência Extrema
Glamorização e banalização da violência.
Glamourização e apologia à violência
Glamourização da violência
Indução à Violência Grave
Mutilações
Pedofilia
Repetição de Cenas Violentas de Forte Impacto
Repetição ou Exagero de Cenas Violentas de Forte Impacto
Violência Banalizada
Violência com Forte Impacto Violência com requinte de crueldade
Violência com requinte de crueldade
Violência de Forte Impacto
Violência Excessiva
Violência Grave
Violência Grave Animada
Violência Grave Realista
Violência impactante

Apresentação da violência de forma divertida ou humorística


Violência Fantasiosa
Violência Animada Leve

44
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

E.16 – Eixo de Sexo e Nudez:

Descritores antigos Equivalência


Apelo Sexual
Carícia Intima
Carícias
Carícias Intimas
Cenas de Insinuação de Sexo
Cenas de Sexo
Cenas de sexo sem penetração
Conteúdo Sexual Leve
Conteúdos Educativos sobre Sexo
Conteúdos Sexuais
Educação Sexual Educacional
Erótico
Erotismo
Erotização
Erotização Sexual Precoce
Exposição da afetividade e sexualidade infantil em contexto adulto.
Gesto Obsceno
Gestos Obscenos
Incesto
Insinuação de Relação Sexual com Apelo Erótico
Insinuação de Sexo
Conteúdo sexual
Insinuação de sexo anal
Insinuação de sexo frequentemente
Insinuação de Sexo Leve
Insinuação de sexo ocasionalmente
Insinuação de Sexo Oral
Insinuação de Sexo Oral e Anal
Insinuação Sexual
Insinuações de sexo
Masturbação
Nudez Velada
Obscenidade
Prostituição
Relação Íntima
Relação Sexual
Relação sexual intensa
Relação Sexual Não-Explícita
Relações Íntimas
Sexo
Sexo Atenuado
Sexo oral

45
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Sexo Realista
Sexo Velado
Simulação de Sexo
Situação Sexual Complexa
Situações Sexuais Complexas
Descrição superficial de prostituição
Linguagem
Linguagem Chula
Linguagem chula e de conteúdo sexual
Linguagem chula e depreciativa
Linguagem chula, de baixo calão, palavrões
Linguagem de baixo calão
Linguagem de Conteúdo Sexual

Linguagem Depreciativa Linguagem depreciativa e de conteúdo sexual

Linguagem e gestos obscenos


Linguagem Erótica
Linguagem erótica e depreciativa
Linguagem erótica, de conteúdo sexual
Linguagem Imprópria
Linguagem Inadequada
Linguagem
Linguagem Inadequada
imprópria
Linguagem inadequada com conotação sexual
Linguagem inapropriada Linguagem Metaforizada
Linguagem Metaforizada de Conteúdo Sexual
Linguagem Obscena
Linguagem Obscena e Chula
Linguagem obscena e de conteúdo sexual
Linguagem obscena e depreciativa
Linguagem obscena e erótica
Linguagem obscena, chula e de conteúdo sexual
Linguagem Obscena, Chula e Depreciativa
Linguagem obscena, depreciativa e de Conteúdo sexual.
Linguagem Obscena, Depreciativa e Erótica, de Contéudo Sexual
Linguagem Sexual
Palavrões
Vocabulário de Baixo Calão
Vulgaridade
Cenas de Nudez
Nudez artística
Nudez completa
Nudez de Nádegas
Nudez
Nudez de nádegas e seios
Nudez de Seios
Nudez frequentemente
Nudez Frontal

46
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Nudez não erótica


Nudez ocasionalmente

Conteúdo pornográfico
Pornografia
Relação Sexual Explícita Sexo explícito
Sexo explícito frequentemente
Sexo explícito ocasionalmente

Conteúdo educativo sobre diversidade sexual Temas sensíveis

Violência e
Envolve adolescentes em cenas de conteúdo violento e sexual
conteúdo sexual

E.17 – Eixo de Drogas:

Descritores antigos Equivalência


Consumo de Drogas Lícitas e Ilícitas
Drogas
Uso de Drogas Uso e/ou Consumo de Álcool
Adolescente envolvido no consumo de drogas
Adolescentes Envolvidos no Consumo de Drogas Ilícitas
Apologia ao Uso de Drogas
Apologia ao uso de drogas ilícitas
Consumo Atenuado de Drogas
Consumo de Droga Ilícita
Consumo de Droga Leve
Consumo de Drogas
Consumo de Drogas Envolvendo Adolescentes
Consumo de Drogas Ilícita Por Adulto
Consumo de Drogas Ilícitas
Drogas Ilícitas
Consumo de Drogas Ilícitas (Jogador)
Consumo de Drogas Ilícitas (NPC)
Consumo de Drogas Ilícitas Leves
Consumo de Drogas Leves
Consumo de Drogas Pesadas
Consumo de Drogas por Adolescente
Consumo de Drogas por Adulto
Consumo de Drogas por Criança
Consumo e Tráfico de Drogas
Consumo e Tráfico de Drogas
Consumo e Venda de Drogas Ilícitas

47
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Consumo Excessivo de Drogas Ilícitas


Consumo explícito e repetido de drogas ilícitas
Consumo Ocasional de Drogas
Consumo repetido de drogas
Consumo repetido de drogas pesadas
Consumo, Produção e Tráfico de Drogas
Drogas frequentemente
Drogas ocasionalmente
Drogas Pesadas
Indução ao Uso de Drogas Ilícitas
Indução ao uso de drogas lícitas Infantil
Insinuação de Consumo de Drogas
Insinuação do Consumo de Drogas
Insinuação do consumo de drogas ilícitas
Posse de Drogas
Posse de Drogas Leves
Posse de Drogas Pesadas
Posse e consumo de drogas leves
Posse e consumo de drogas pesadas
Produção de Drogas Ilícitas
Temáticas de Drogas Ilícitas
Tráfico Atenuado de Drogas
Tráfico de Drogas
Tráfico e Consumo de Drogas
Adolescente envolvido no consumo de drogas lícitas
Adolescentes envolvidos no consumo de drogas lícitas
Álcool e Derivados de Tabaco
Álcool frequentemente
Álcool ocasionalmente
Consumo de Álcool

Consumo de Álcool e Fumo

Consumo de Álcool ou Cigarro


Consumo de Álcool ou Cigarro (Jogador)
Consumo de Álcool ou Cigarro (NPC)
Consumo de bebida alcoólica e cigarro Drogas Lícitas
Consumo de Droga Lícita
Consumo de Droga Lícita sob um enfoque positivo
Consumo de Drogas Lícitas
Consumo de Drogas Lícitas (tabaco)
Consumo de Drogas Lícitas por Adolescente
Consumo e Tráfico de Drogas Lícitas
Consumo Excessivo de Drogas Lícitas
Consumo insinuado de droga lícita
Consumo insinuado de drogas lícitas
Consumo Irregular de Medicamento
Consumo Irregular de Medicamentos

48
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Consumo Moderado de Álcool ou Cigarro


Consumo moderado de drogas lícitas
Crianças envolvidas no consumo de drogas lícitas
Droga lícita
Drogas Lícitas Frequente
Drogas Lícitas Ocasional
Insinuação de Consumo de Drogas Lícitas
Tabaco frequentemente
Tabaco ocasionalmente
Tráfico de Drogas Lícitas
Tráfico e consumo de drogas lícitas
Uso de Alcool
Uso de derivados de tabaco
Descrição Pormenorizada do Consumo de Drogas Lícitas
Descrição superficial do consumo de drogas
Descrição verbal de consumo de drogas
Descrição verbal de consumo de drogas ilícitas
Descrição Verbal do Consumo de Drogas Lícitas Linguagem
Descrições verbais de drogas imprópria
Discussão sobre drogas ilícitas
Discussão sobre produção de drogas ilícitas
Menção a drogas
Menção a drogas ilícitas

E.18 – Descritores que devem ser desconsiderados sem necessidade de substituição:

Descritores antigos Equivalência


Alta Tensão
A pedido do requerente
A pedido do requerente (Valorização do consumo)
Aprendizado Infantil (Formas, Cores, Motricidade, etc)
Apresenta Ironias
Apresenta ironias e/ou metáforas
Apresenta ironias e metáforas
Apresenta Metáforas
Apresentação de comportamentos repreensíveis/não desejáveis
Apresentação de Gírias
Excluir
Arte
Ausência de Drogas
Ausência de Sexo
Ausência de Violência
Baixa tensão
Ciências
Comercialização
Comportamento que valoriza o consumo

49
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Comportamentos repreensíveis/não desejáveis


Conhecimentos Gerais
Coordenação Motora
Criatividade
Criaturas frequentemente
Criaturas ocasionalmente
Desonestidade
Desvirtuamento Absoluto de Valores Éticos
Desvirtuamento de Valores
Desvirtuamento de valores éticos
Desvirtuamento Grave dos Valores Éticos
Desvirtuamento Moderado dos Valores Éticos
Desvirtuamento Ocasional dos Valores Éticos
Estudos Sociais
Faroeste
Física
Folclore
Geografia
Gírias
História
Humano (Civil) frequentemente
Humano (Civil) ocasionalmente
Humano (Militar) frequentemente
Humano (Militar) ocasionalmente
Humanos frequentemente
Humanos ocasionalmente
Incitação ao jogo de azar
Indução ao Desvirtuamento dos Valores Éticos
Inglês
Ironias e/ou metáforas
Leitura
Matemática
Metáforas
Música
Não Humano frequentemente
Não Humano ocasionalmente
Nenhum
Objetos frequentemente
Objetos ocasionalmente
Português
Promiscuidade
Química
Redação
Religião
Situações Ofensivas aos Valores Éticos
Temática
Temática Adolescente
Temática Adolescente Leve

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Temática adulta
Temática Adulta Atenuada
Temática Atenuada
Temática com Impropriedade
Temática Imprópria
Temática Pré-Adolescente

Tensão

Tensão Atenuada
Tensão Episódica
Tensão Frequente
Tensão Moderada

F. ELEMENTOS INTERATIVOS

Para jogos eletrônicos e aplicativos, a informação sobre a classificação indicativa


pode incluir também descritores de elementos interativos, que são alertas sobre
mecanismos presentes no produto que podem permitir exposição excessiva do jovem na
internet ou gasto de dinheiro real. São três os descritores usados:
F.1 – Compartilha localização
Indica a capacidade de exibir a localização precisa do usuário, no mundo real, a
outros jogadores;
F.2 – Compras on-line
Indica a possibilidade de efetuar compras de produtos digitais, como fases extras,
skins, itens surpresa, músicas, moedas virtuais, assinaturas, passes de temporada, upgrades
ou prêmios, com moeda do mundo real.
F.3 – Compras on-line (inclui itens aleatórios)
Indica a possibilidade de efetuar compras no jogo, com dinheiro real (ou com
moedas virtuais ou outras formas de moeda do jogo que podem ser compradas com
dinheiro real), de bens digitais ou prêmios para os quais o jogador não sabe antes da
compra o que receberá (por exemplo, caixas de saque, pacotes de itens, prêmios
misteriosos, trajes, skins, etc.).
F.4 – Interação de usuários
Indica possível exposição a conteúdo gerado pelo usuário, não filtrado, incluindo
comunicações entre usuários e compartilhamento de mídia por meio de redes ou mídias
sociais.

51
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
MODO DE EXIBIÇÃO
As informações de classificação indicativa das obras audiovisuais devem ser
divulgadas de forma padronizada. Entende-se por padronização a definição e especificação
de tamanho, cor, proporção, posicionamento, tempo e duração de exibição.
As informações padronizadas da classificação devem estar visíveis e claramente
transmitidas em qualquer meio que contenha ou anuncie o produto classificável, dispostas
de maneira específica, a depender do produto.

I. Exibição dos símbolos e dos descritores de conteúdo:


a) invólucros e embalagens de produtos classificáveis;
b) invólucros e embalagens de outros produtos com material classificável embutido;
c) capas de livros de RPG;
d) catálogos, agendas e programações;
e) aplicativos e jogo disponibilizados em dispositivos portáteis (celulares,
smartphones, tablets e congêneres);
f) locais de acesso a obras audiovisuais, jogos eletrônicos, RPG e demais diversões e
espetáculos públicos;
g) obras com distribuição digital;
h) obras exibidas na televisão por acesso condicionado, televisão aberta, vídeo por
demanda (VoD) e/ou salas de exibição;
i) sítios da internet, brasileiros ou voltados para o público brasileiro;

II. Exibição da informação “verifique a classificação indicativa”:


a) banners, cartazes e displays de divulgação;
b) propaganda em mídia eletrônica (anúncios na televisão, rádio, internet);
c) publicidade exposta ao ar livre (outdoors, painéis etc.);
d) publicidade impressa;
e) trailers ou teasers.

III. Exibição facultativa do símbolo da classificação indicativa atribuída à obra


completa que anuncia ou exibição obrigatória da informação “verifique a
classificação indicativa”:
a) chamadas de programação em televisão aberta.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Para todas as situações supracitadas, os descritores de conteúdo somente devem


ser exibidos quando oficialmente atribuídos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A exibição dos símbolos deve seguir as diferenciações especificadas neste Guia
Prático para os casos da atribuição oficial ou da autoclassificação.
Para o caso de divulgação de obras ainda não classificadas oficialmente pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública, que não tenham regras especificadas na portaria
vigente e/ou neste Guia Prático e que não se amoldem ao descrito acima, deverá ser
divulgada a informação “verifique a classificação indicativa”.

A. DOS SÍMBOLOS DA CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA

Todos os símbolos e modelos tratados nesta seção estão disponíveis para download
no sítio da Classificação Indicativa, dentro do portal do Ministério da Justiça e Segurança
Pública.
A informação da classificação indicativa deve ser exibida de forma resumida ou
completa, de acordo com o tipo de material e local de exibição, nos seguintes moldes:

A.1 Para as obras classificadas oficialmente pelo Ministério da Justiça e Segurança


Pública deverá ser feita a apresentação do símbolo da classificação da obra conforme
consta nos exemplos deste item, não podendo ser invertido, espelhado, apresentar
transparência parcial ou sofrer qualquer alteração angular.

Os seis tipos de símbolos definitivos estão exibidos a seguir:

Livre 10 anos 12 anos 14 anos 16 anos 18 anos

Para as obras autoclassificadas, ainda não referendadas pelo Ministério da Justiça e


Segurança Pública, deverá ser feita a apresentação do símbolo provisório, conforme
exibição abaixo:

Livre 10 anos 12 anos 14 anos 16 anos 18 anos

A autoclassificação de obras, produtos e espetáculos abertos ao público deve ser


apresentada por meio da utilização dos símbolos provisórios especificados acima, até a
confirmação da classificação indicativa atribuída pelo Ministério da Justiça e Segurança
Pública, quando deverão ser substituídos pelos definitivos.

53
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Em ambas as situações de exibição do símbolo, estes deverão ter o formato


quadrado, com arestas arredondadas. As cores de cada quadrado colorido não podem ser
alteradas ou sofrer variação de tom, tendo as seguintes composições:

Livre (verde): RGB 0; 166; 81 CMYK 83%; 6%; 96%; 1%


10 anos (azul claro): RGB 0; 149; 218 CMYK 76%; 29%; 0%; 0%
12 anos (amarelo): RGB 251; 193; 21 CMYK 1%; 25%; 99%; 0%
14 anos (laranja): RGB 245; 130; 32 CMYK 0%; 60%; 100%; 0%
16 anos (vermelho): RGB 236; 29; 37 CMYK 1%; 99%; 97%; 0%
18 anos (preto calçado, rich black): RGB 0; 0; 0 CMYK 20%; 20%; 10%; 100%

A.2 Os símbolos podem ser exibidos de forma monocromática quando o material em


que serão impressos não possibilitar a exibição de cores ou quando todo o restante da peça
de divulgação ou embalagem não apresentar cores.
A.3 O processo de classificação indicativa poderá ser originário ou matricial, quando se
tratar da primeira apresentação da obra ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, em
versão integral ou não. Por outro lado, será considerado derivado, no caso de reedição de
obra já classificada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com acréscimo ou
supressão de conteúdo. Neste segundo caso, estes produtos serão considerados como obras
editadas.
É facultado ao interessado solicitar o processo derivado nos casos de supressão de
conteúdos de obras já classificadas, desde que mantida a classificação do processo original.
É obrigatória a solicitação, pelo interessado, da análise de obra reeditada, no caso de
acréscimo de conteúdo. Cabe ressaltar que a dublagem ou legendagem da obra já
classificada não caracteriza processo derivado de classificação indicativa.

B. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA PARA INVÓLUCROS, EMBALAGENS E CAPAS
DE LIVROS DE RPG

A classificação indicativa deve ser exibida em dois locais no invólucro e


embalagens de mídias ou de produtos que contenham, de alguma forma, o produto
classificável:

B.1 O símbolo deve constar no canto inferior esquerdo ou no canto inferior direito da
parte frontal, seguindo o modelo exposto no item A.1.
Para capas ou embalagens de até 270cm2 de área frontal, o símbolo deverá medir
no mínimo 10mm de altura X 10mm de largura. Ao redor do símbolo deverá constar uma

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

borda obrigatória na cor branca, com no mínimo 0,25mm de largura. Logo, o símbolo e
sua borda deverão medir, no total, no mínimo 10,5mm de altura X 10,5mm de largura.
Para capas ou embalagens de área frontal superior a 270cm2, o símbolo e borda
deverão ser ajustados para que tenham altura total de no mínimo 10% da altura da capa ou
embalagem. A alteração da altura do símbolo implica em alteração proporcional de todas
as suas dimensões.
B.2 A exibição completa deve constar em qualquer lugar da parte de trás da embalagem,
em dois modelos possíveis:
a) caixa de informação padrão, para produtos sem descritores de elementos
interativos; ou
b) caixa de informação interativa, para produtos que tem descritores de elementos
interativos.

A caixa de informação padrão e a caixa de informação interativa da classificação


indicativa deverão ser exibidas conforme os exemplos deste item, não podendo ser
invertidas, espelhadas, apresentar transparência parcial ou sofrer qualquer alteração
angular. Os modelos de caixas de informação foram criados exclusivamente para a parte de
trás de embalagens, não devendo ser usados em nenhuma outra mídia.

B.2.1 Para capas ou embalagens de até 270cm2 de área frontal, a caixa de informação
padrão deverá medir no mínimo 16mm de altura X 35mm de largura. Ao redor da caixa
deverá constar uma borda obrigatória na cor branca, com no mínimo 0,25mm de largura.
Logo, a caixa e sua borda deverão medir, no total, no mínimo 16,5mm de altura X 35,5mm
de largura.
Para capas ou embalagens de área frontal superior a 270cm2, as caixas e as bordas
deverão ser ajustadas para que tenham altura total de no mínimo 10% da altura da capa ou
embalagem. A alteração da altura das caixas implica em alteração proporcional de todas as
suas dimensões e elementos.

Os seis tipos de caixas de informação para obras já classificadas de forma oficial


pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública estão exibidos a seguir:

A caixa de informação padrão é composta pelos seguintes elementos: a) título


“CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: XX ANOS” escrito no topo, em caixa alta; b) símbolo
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

da classificação à esquerda; c) descritores de conteúdo da obra, alinhados na área branca;


d) nome completo, por extenso, da faixa de classificação.
Os descritores de conteúdos devem ser inseridos em fonte Arial Narrow, tamanho
7, cor preta, e devem estar centralizados no espaço entre o símbolo e a borda preta. Os
descritores de conteúdo, até o máximo de três, devem ser escritos cada um em sua linha,
com a letra inicial de cada palavra escrita em maiúscula.
Para obras classificadas antes de 2012, cuja classificação oficial ainda apresente
descritores de conteúdos antigos ou em número maior que três, os exibidores devem
entrar em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para receber uma lista
atualizada de descritores.
Seguem três exemplos de caixas com descritores de conteúdo aleatórios:

No caso de uma obra para a qual não foi apontado descritor de conteúdo, a frase
“Não há inadequações” deverá constar no interior da área branca. A frase deverá estar em
fonte Arial Narrow, tamanho 7, cor preta, e centralizada no espaço entre o símbolo e a
borda preta. Neste caso exclusivo, apenas a primeira letra da palavra “Não” deverá estar
em maiúscula. Segue o modelo:

B.2.2 A caixa de informação interativa deverá medir no mínimo 20mm de altura X


35mm de largura. Ao redor da caixa deverá constar uma borda obrigatória na cor branca,
com no mínimo 0,25mm de largura. Logo, a caixa e sua borda deverão medir, no total, no
mínimo 20,5mm de altura X 35,5mm de largura.
Para capas ou embalagens de área frontal superior a 270cm2, as caixas e as bordas
deverão ser ajustadas para que tenham altura total de no mínimo 10% da altura da capa ou
embalagem. A alteração da altura das caixas implica em alteração proporcional de todas as
suas dimensões e elementos.
Os seis tipos de caixas de informação interativa estão exibidos a seguir:

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

A caixa de informação interativa é composta pelos seguintes elementos: a) título


“CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: XX ANOS” escrito no topo, em caixa alta; b) símbolo
da classificação à esquerda; c) descritores de conteúdo da obra, alinhados na área branca;
d) elementos interativos, alinhados na área preta.
Os descritores de conteúdos devem ser inseridos seguindo as mesmas regras para a
caixa de informação padrão.
Os descritores de elementos interativos devem ser inseridos em fonte Arial Narrow,
tamanho 6, cor branca, e devem estar centralizados na borda preta inferior, em no
máximo duas linhas, com a letra inicial de cada frase escrita em maiúscula.
Seguem três exemplos de caixas elementos interativos aleatórios:

B.3 Embalagens com múltiplas obras


No caso de mais de uma obra ser distribuída na mesma embalagem, com distintas
faixas de classificação, independente de estarem ou não na mesma mídia, a informação
sobre a classificação indicativa deve ser exibida do seguinte modo:

B.3.1 A exibição resumida, na frente da embalagem, consistirá na exibição do símbolo da


obra de classificação mais elevada, seguindo o modelo exposto no item A.1.
Exemplo 1: Os treze episódios da primeira temporada da série X serão vendidos em
conjunto. Dez dos episódios foram classificados como 12 anos, dois deles classificados
como 14 anos e um deles classificado como 16 anos. A exibição resumida (frontal) deverá
ser a de 16 anos.
Exemplo 2: Os jogos X, Y e Z serão lançados em uma mesma mídia, em uma edição
comemorativa. Dois deles têm classificação 16 anos e um deles classificação 18 anos. A
exibição resumida (frontal) deverá ser a de 18 anos.

B.3.2 A exibição completa para múltiplas obras poderá ser feita de duas formas:
Opção a) Cada caixa de informação deve indicar a obra a que corresponde.
Opção b) Usa-se a caixa de informação com a faixa etária da obra de maior
classificação, mas os descritores de conteúdo devem ser combinados. O interessado deve

57
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

requerer ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que indique quais descritores de


conteúdo devem constar na caixa de informação.

C. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA PARA BANNERS, CARTAZES, OUTDOORS,
DISPLAYS DE DIVULGAÇÃO E MÍDIA IMPRESSA

A informação “verifique a classificação indicativa” deve ser exibida nos cartazes,


flyers, banners, displays (cubos, caixas, silhuetas, totens, etc) e mídia impressa (jornais,
revistas, revistas em quadrinhos, panfletos, entre outros) quando divulgarem produtos
classificáveis como filmes, jogos eletrônicos, RPGs e programas televisivos ainda não
classificados oficialmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Estes dizeres devem ser escritos em caixa alta e em fonte Arial Narrow Bold, de
modo que a altura das letras seja, no mínimo, 1% da altura da peça de divulgação.
Quando já classificados, as regras de exibição dos símbolos dar-se-ão conforme
especificado abaixo:

C.1 A veiculação da informação se dará por meio do símbolo da classificação indicativa,


com borda branca obrigatória, seguindo o modelo do item A.1, e afixado em qualquer
lugar visível do objeto.
O símbolo e sua borda devem ter altura total de no mínimo 10% da altura ou
largura da peça de divulgação.

D. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA PARA CATÁLOGOS, AGENDAS E
PROGRAMAÇÕES

A classificação indicativa deve ser exibida em catálogos de produtos, agendas e


programações.

D.1 A informação se dará por escrito, apresentando-se apenas a faixa etária da obra
oficialmente classificada. Não havendo ainda classificação, deve-se usar o termo “verifique
a classificação indicativa”.
É obrigatória a exibição dos símbolos da classificação da obra, próximo ao referido
produto, seguindo o modelo do item A.1.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

E. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA PARA DISTRIBUIÇÃO DIGITAL, TELEVISÃO
POR ASSINATURA, VÍDEO POR DEMANDA (VOD) E
PROVEDORES QUE DISPONIBILIZEM PRODUTOS
CLASSIFICÁVEIS

A classificação indicativa deve ser exibida em sítios de distribuição digital de


produtos audiovisuais como filmes, jogos eletrônicos, aplicativos, programas televisivos e
em serviços de vídeo por demanda.
Estão incluídas nesta categoria as seguintes modalidades, embora a lista de inclusão
não se limite a elas: serviços de download de jogos, aplicativos e obras audiovisuais para
smartphones; serviços de download de jogos, aplicativos e obras audiovisuais para consoles
portáteis ou de mesa; serviços de compra ou locação de filmes por meio de download;
serviços de download de jogos ou filmes para computadores, televisão por assinatura ou
acesso condicionado, TV on-line e televisão por IP (IPTV - Internet Protocol
Television), aplicação de conteúdo audiovisual (armazenadas localmente ou não), serviços
de vídeo sob demanda (VoD, SVoD e TVoD) independentemente do tipo de aparelho,
serviços over the top (OTT) que hospedem produtos classificáveis e quaisquer outros tipos
que hospedem conteúdos classificáveis.

E.1 A informação sobre a classificação indicativa – símbolos e descritores – deve ser


exibida em todas as plataformas, independentemente do tipo de aparelho ou equipamento.
Apenas o símbolo deve ser exibido obrigatoriamente na própria cartela de seleção de
produtos na prestação de informação a pais e responsáveis. Os descritores poderão ser
oferecidos aos usuários em tela separada, desde que possa ser acessada pelo controle
remoto, cursor ou outro dispositivo similar, a depender da plataforma.

E.2 A apresentação se dará por meio do símbolo da classificação da obra, com borda
branca obrigatória, seguindo os modelos do item A.1, dependendo da metodologia usada
para a classificação (análise prévia ou autoclassificação). Não existe determinação para
formato ou tamanho da fonte usada na redação dos descritores; exige-se apenas que
estejam perfeitamente legíveis. No caso de obra para a qual não foi atribuído descritor de
conteúdo, não é necessária nenhuma informação além do quadrado símbolo.

E.3 Para as plataformas em que a classificação indicativa esteja disponível a qualquer


tempo é facultada a exibição resumida durante a programação.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

F. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA PARA TELEVISÃO ABERTA

A classificação indicativa deve ser veiculada em dois momentos durante a exibição


de programas televisivos:
- Exibição completa, no início do programa.
- Exibição resumida, no retorno dos intervalos.

F.1 A exibição completa no início do programa consiste na apresentação da faixa de


informação da classificação indicativa no rodapé da área de projeção ou em tela cheia
antes do início do programa.

F.1.1 A exibição completa é composta por seis elementos específicos: (a) quadrado
símbolo da faixa etária, respeitando a cor e o formato especificados no campo A.1; (b)
nome completo da faixa etária apontada, no formato “Não recomendado para menores de
XX anos.” ou “Livre”, em caixa alta e de tamanho legível; (c) descritores de conteúdo,
quando houver, no formato “Apresenta: XXX, XXX e XXX.”, de tamanho legível; (d) –
informação na Língua Brasileira de Sinais; (e) – Audiodescrição (f) – Recomendação
horária do programa.
No item b troca-se a marcação XX do modelo pela idade em numerais. No item c
trocam-se as marcações XXX do modelo pelos descritores de conteúdo informados pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A informação na Língua Brasileira de Sinais, item d, e audiodescrição, item e,
devem ser exibidas quando houver a regulamentação específica aplicável a cada tipo de
mídia, plataforma ou espetáculo aberto ao público, de forma que deverá ser prestada a
informação completa sobre a classificação indicativa.
É facultado às emissoras exibir a informação inicial completa por outro modo que
não o modelo padrão supracitado (B.2.1 e B.2.2), desde que apresente todas as informações
necessárias para aquela faixa etária, que inclui os descritores de conteúdo - quando
atribuídos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública - e mantenha a utilização do
símbolo, seguindo o modelo especificado no item A.1.

F.2 A exibição resumida consiste na apresentação do símbolo da classificação


indicativa, por no mínimo cinco segundos consecutivos, nos primeiros trinta segundos
após a volta do intervalo, quando houver. O símbolo deve seguir o modelo apresentado no
item A.1.

60
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

G. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA EM ANÚNCIOS E CHAMADAS EM MÍDIA
ELETRÔNICA

A classificação indicativa deve ser informada nos anúncios em mídia eletrônica


(televisão, cinema, rádio e internet). Isto inclui as seguintes formas de propaganda,
embora não se limite a elas: chamadas de programação na televisão, trailers de filmes
exibidos na televisão ou no cinema, comerciais que anunciam jogos eletrônicos e produtos
do mercado de vídeo, banners eletrônicos em sítios da internet e anúncios no rádio de
produtos classificáveis.

G.1 No rádio, deve-se anunciar a faixa etária de programas, espetáculos e diversões


públicas. Enquanto não for atribuída classificação indicativa, deve-se anunciar a expressão
“verifique a classificação indicativa”.

G.2 Na televisão, cinema e mercado de jogos e vídeo doméstico, os anúncios de


programas, diversões, espetáculos devem exibir a informação “verifique a classificação
indicativa”.

G.3 No caso dos trailers exibidos em salas comerciais de cinema e obrigatória a exibição
da classificação indicativa da seguinte forma:
a) no canto inferior esquerdo da tela, nos termos do item F.2, já durante a exibição
do anúncio. A exibição do símbolo deve durar no mínimo três segundos consecutivos, nos
primeiros dez segundos do anúncio; ou
b) de forma centralizada na tela, em tamanho grande, sobre fundo preto. A
exibição deverá ter duração mínima de três segundos consecutivos e deve ser inserida no
início ou no final do anúncio.
G.4 Para anúncios gráficos de obra classificável (como banners) na internet, deve ser
anunciada a expressão “verifique a classificação indicativa”.
É facultada a utilização do símbolo para todos os produtos elencados neste item G,
à exceção do especificado em G.3, desde que seja seguido o modelo apresentado no item
A.1.

H. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA EM SÍTIOS DA INTERNET

A classificação indicativa deve ser informada em sítios da internet, brasileiros ou


voltados ao público brasileiro, que divulguem qualquer produto classificável, como sítios
que anunciem produtos, diversões e espetáculos, sítios de jogos, de programas de televisão
e de filmes.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

H.1 Deve-se apresentar a exibição resumida em qualquer localização da página


principal (no caso de sítios específicos do produto, espetáculo ou diversão), ou junto ao
produto, em caso de sítios com maior variedade de divulgação. A classificação exibida
deverá ser aquela autodeclarada (vide A1) ou, no caso de obras que já possuam
classificação publicada, é obrigatório o uso da classificação atribuída pelo Ministério da
Justiça e Segurança Pública.
O símbolo deve seguir os moldes no disposto em A.1, com altura de 70 pixels.
Em caso de divulgação de obra ainda não classificada, deverá constar a informação
“verifique a classificação indicativa”, escrita em caixa alta e em fonte Arial Narrow Bold,
de forma clara e de fácil visualização.

I. DA FORMA DE EXIBIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO


INDICATIVA NO ACESSO A OBRAS AUDIOVISUAIS, JOGOS
ELETRÔNICOS, RPG E DEMAIS DIVERSÕES E ESPETÁCULOS
PÚBLICOS

A classificação indicativa deve ser informada em locais de acesso direto ao produto,


diversão ou espetáculo público (lojas, portões de entrada) ou nos pontos de venda de
bilhetes.

I.1 Em cinemas, teatros, circos, casas de show/espetáculos etc.: deve ser apresentada a
exibição completa da classificação indicativa em local de fácil visualização, segundo o
disposto no item A.1, tanto no ato da compra ou aquisição do bilhete ou convite, como
próximo às portas ou aos portões de acesso. Os descritores de conteúdo da obra devem
estar listados por extenso, necessariamente próximos ao quadrado símbolo, no formato
descrito no item E.2, apenas para obras cuja classificação indicativa foi atribuída
oficialmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e publicada no Diário Oficial
da União.

I.2 Em lojas, estabelecimentos comerciais – inclusive sítios eletrônicos – de venda e


aluguel de produto classificável: caso não seja possível informar a exibição completa de
qualquer produto de forma clara e de fácil visualização na embalagem ou invólucro, cabe
ao estabelecimento ou sítio eletrônico disponibilizar, nos moldes do disposto no item I.1, a
exibição completa da classificação indicativa.

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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: GUIA PRÁTICO DE AUDIOVISUAL

Contatos Úteis

Classificação Indicativa

Ministério da Justiça e Segurança Pública


Secretaria Nacional de Justiça
Departamento de Promoção de Políticas de Justiça
Coordenação de Política de Classificação Indicativa
Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, Sala 313
CEP 70064-901 – Brasília/DF
Tel: (61) 2025-9061 e (61) 2025-9115
E-mail: classificacaoindicativa@mj.gov.br

Para mais informações recomendamos o acesso ao nosso site: http://www.justica.gov.br/seus-


direitos/classificacao, onde será possível encontrar toda a legislação vigente que regulamenta
a Classificação Indicativa.

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