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Parte da Dissertação de Mestrado da primeira Autora
Resumo
Este trabalho apresenta e discute os fenômenos e teorias da comunicação e o preparo
para emergências e situações de risco, utilizando como objeto de estudo a situação e os
moradores da cidade de São Sebastião, SP, onde existe um terminal marítimo da
Petrobrás, que, virtual e concretamente, poderia gerar situações de real emergência, daí
a necessidade da prontidão da população. Analisa-se a implementação do plano APELL
(Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level) na cidade, no ano de
2000 e criticamente comenta-se o fato de que, depois de todo o esforço no sentido de
preparar a população para um estado de prontidão em caso de situação de risco, a
proposta hoje encontra-se esvaziada e limitada a treinamento de simulação em um único
dia do ano, existindo moradores que nem sequer conhecem o plano APELL.
Abstract
This paper presents and discusses the phenomena and theories of communication and
emergency preparedness and risk, using as an object of study the situation and the
residents of São Sebastião, SP, where there is a maritime terminal of Petrobras, which,
virtual and concrete, could lead to cases of real emergency, hence the need for
preparedness of the population. We analyze the implementation of the plan APELL
(Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level) in the city in 2000 and
critically comment upon the fact that, after all the effort to prepare the population for a
state readiness in case of risk, the proposal now is empty and the limited training
simulation in a single day of the year. There are residents who do not even know about
the plan APELL.
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ISSN 1808-978X
AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA DA COMUNICAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NA
PREPARAÇÃO DO PÚBLICO PARA ACIDENTES DE GRANDE PORTE: ESTUDO DE CASO DO
PLANO APELL EM SÃO SEBASTIÃO – SP
Raquel Dalledone Siqueira Da Cunha, Sandra Farto Botelho Trufem
Introdução
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AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA DA COMUNICAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NA
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Raquel Dalledone Siqueira Da Cunha, Sandra Farto Botelho Trufem
6
Idem.
7
Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD). Guiding Principles for Chemical
Accident Prevention, Preparedness and Response. 2nd ed. OECD Environment, Health and Safety
Publications. Series on Chemical Accidents, n. 10, 2003
8
Sevá, Oswaldo. Urgente: combate ao risco tecnológico. Cadernos Fundap, n. 16, p. 74-83, 1989.
9
Naciones Unidas. Prevención y mitigación de desastres – compendio de los conocimentos actuales.
Nueva York: Naciones Unidas, 1986.
10
Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza; Machado, Jorge Mesquita Huet. A questão
dos acidentes industriais ampliados. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza;
Machado Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2000. p. 25-45.
11
Idem.
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12
Idem, p. 28.
13
PASCON, P.E., Flixborough – 25 anos. Disponível em: <http://www.processos.eng.br>. Acesso em:
28 agosto 2008.
14
Petroquímica Brasileira de Classe Mundial (BRASKEM). Disponível em:
<http://www2.braskem.com.br>. Acesso em: 28 agosto 2008.
15
Serpa, Ricardo Rodrigues. As metodologias de análises de riscos e seu papel no licenciamento de
indústrias e atividades perigosas. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza;
Machado Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2000. p. 253-266.
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... algumas fontes citam um número extra oficial superior a 500 vítimas fatais
(baseado no número de alunos que deixou de comparecer à escola e a morte
de famílias inteiras sem que ninguém reclamasse os corpos), dezenas de
feridos e a destruição parcial da vila .18
16
Serpa, Ricardo Rodrigues & Prado-Monje, Hugo. Prevenção e resposta a acidentes químicos – Situação
na América Latina e no Caribe. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza; Machado
Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000, p.
267-276.
17
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/riscos/acidentes/soco.asp>. Acesso em: 19 fev. 2008.
18
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/riscos/acidentes/soco.asp>. Acesso em: 19 fev. 2008.
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19
Serpa, Ricardo Rodrigues. Prevenção e resposta a acidentes químicos – Situação na América Latina e
no Caribe. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza; Machado Jorge Mesquita Huet
(org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000, p. 267-276.
20
Flare é o nome dado aos sinalizadores - chamas de fogo que queimam incessantemente – usado em
indústrias químicas como indicador de segurança. Enquanto o fogo arde, o gás residual da atividade está
sendo queimado como o previsto, sem vazar para a unidade e contaminar os funcionários.
21
Zonno, Isabella do Valle, Pessoa, Valdir & Andrade, Hubmaier. A situação atual da análise de risco
na atuação da ANP. Disponível em: <http://www.portalabpg.org.br.>. Acesso em: 28 agosto 2008.
22
Serpa, Ricardo Rodrigues. As metodologias de análises de riscos e seu papel no licenciamento de
indústrias e atividades perigosas. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza;
Machado Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2000. p. 253-266.
23
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/riscos/acidentes/mexico.asp>. Acesso em: 19 fev. 2008.
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decorrência do acidente e, em 1994, dez anos depois, eram mais 4.000 mortes. O
número de pessoas que ficaram permanentemente inválidas chega a 30.000. As novas
gerações continuam sentindo as seqüelas do acidente 24 e a população local não recebeu
qualquer apoio ou tratamento. A Union Carbide Corporation fundiu-se a outra
25 26
multinacional do setor químico que não aceita o passivo ambiental de Bhopal.
Esses acidentes industriais ampliados, com vítimas fatais e sérias conseqüências
à saúde pública, ao meio ambiente e ao patrimônio e com custos sociais muito altos,
tornaram evidente a necessidade de melhorar a segurança das instalações perigosas e
dos processos produtivos. Principalmente por causa da pressão pública, a partir da
década de 1980, a indústria química e petroquímica começou a sentir necessidade de um
plano de resposta à emergência que alcançasse, não só seus funcionários, como também
a comunidade onde está instalada.27
Indústrias com atividades fortemente poluidoras e perigosas transferiram suas
atividades para países em desenvolvimento, tornando mais baratos os custos de
produção com os salários baixos e as poucas exigências por um processo produtivo
ambiental e socialmente responsável. Além da vantagem em continuar comercializando
substâncias tóxicas banidas em seus países de origem. 28
Geralmente, nas periferias das grandes cidades estão instaladas as indústrias
perigosas. Ao lado dessas indústrias está a população que carece de todo os recursos
para enfrentar situações de risco. 29
Durante muito tempo, a indústria química operou sem qualquer restrição. Pouco
se sabia sobre os riscos de contaminação e intoxicação provocados por produtos
químicos. Os efeitos nocivos dos resíduos dispensados sem qualquer tratamento e do
24
Esses dois últimos números são controversos. Esse trabalho optou pelos dados fornecidos no texto de
autoria do pesquisador sênior - COPPE / UFRJ, Moacyr Duarte.
25
Bhopal, o desastre continua (1984 / 2002). Disponível em: < http://www.greenpeace.com.br>. Acesso
em: 28 agosto 2008.
26
Duarte, Moacyr. Op. cit.
27
Souza Jr. Álvaro Bezerra de & Souza, Marlúcia Santos. Implantação de sistemas de resposta para
emergências externas em áreas industriais no Brasil. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo
de Souza; Machado Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro:
Editora Fiocruz, 2000. p. 221-235.
28
Demajorovic, Jacques. Sociedade de risco e responsabilidade socioambiental – Perspectivas para a
educação corporativa. São Paulo: Editora Senac, 2003.
29
Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza; Machado, Jorge Mesquita Huet. A
questão dos acidentes industriais ampliados. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de
Souza; Machado Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora
Fiocruz, 2000. p. 25-45.
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uso indiscriminado desses produtos não eram conhecidos pela grande maioria da
população. 30
O assunto só atingiu um público maior no início da década de 1960, quando
Rachel Carson mostrou os danos causados em animais e seres humanos devido ao
31 32
consumo excessivo de agrotóxicos, no livro Primavera Silenciosa.
No Brasil, a legislação ambiental foi se aperfeiçoando apenas a partir da década
de 1980. Em 1981 foi criado Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
através da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981. Em 1988 foi promulgada a Constituição
Federal, onde “estão assegurados os direitos e deveres básicos para garantir a
preservação ambiental”.33
30
Demajorovic, Jacques. Sociedade de risco e responsabilidade socioambiental – Perspectivas para a
educação corporativa. São Paulo: Editora Senac, 2003.
31
Publicado no Brasil pela Editora Melhoramentos, com tradução de Raul de Polillo.
32
Demajorovic, Jacques. Op. cit.
33
Serpa, Ricardo Rodrigues. As metodologias de análises de riscos e seu papel no licenciamento de
indústrias e atividades perigosas, p. 257. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza;
Machado Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2000. p. 253-266.
34
Constituição República Federativa do Brasil – 1988.
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utilizado para estimar o risco dessa atividade e possibilita que se adotem medidas para
gerenciar essas probabilidades e conseqüências. 40 41
No caso de acidentes que
ultrapassem os limites da instalação industrial e possam afetar pessoas, a CETESB
adota o conceito de risco social – relacionado ao risco que pode afetar determinado
número ou grupo de pessoas que estariam expostas a possíveis acidentes, e risco
individual – está relacionado ao indivíduo presente na área do acidente.42
Esse cálculo, no entanto, é utilizado apenas para risco de acidente maior, isto é,
para eventos com chances reais de acontecer com conseqüências graves para a
comunidade e para os ecossistemas. Para acidentes com grande probabilidade de
ocorrer mas sem qualquer conseqüência significativa, tanto quanto para acidentes com
raríssima probabilidade mas com impacto catastrófico, não se faz cálculo de risco.43
Gerenciar os riscos é criar e estabelecer regras com o objetivo de evitar, diminuir
e controlar os riscos existentes numa instalação perigosa e, ao mesmo tempo, garantir o
pleno funcionamento dentro dos padrões de segurança. 44
O plano de emergência é criado a partir do estudo de análise de ricos, para que
todos os cenários de acidentes possíveis sejam conhecidos e o plano estabeleça e
implante ação de respostas a essas possibilidades. O plano de emergência não tem
função preventiva, isto é, ele não é uma ferramenta para evitar o acidente, mas exerce
papel importante para minimizar os impactos decorrentes de um evento indesejado.45
O Plano de Ação de Emergência tem ação direta na redução das conseqüências.
Entre outras coisas, é esse plano que estabelece:
. ação ordenada entre equipes responsáveis em situação de risco (para conter um
incêndio, por exemplo);
. equipamentos adequados e suficientes para conter um vazamento ou atender
40
Serpa, Ricardo Rodrigues. As metodologias de análises de riscos e seu papel no licenciamento de
indústrias e atividades perigosas. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza;
Machado Jorge Mesquita Huet(org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2000. p. 253-266.
41
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 22 agosto 2008.
42
Idem.
43
Duarte, Moacyr. O problema do risco tecnológico ambiental. In: Trigueiro, André (coord). Meio
ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003, p. 245-257.
44
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Manual de orientação para a
elaboração de estudos de análise de riscos. São Paulo: CETESB, 1994.
45
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), Manual de orientação para
elaboração de estudos de análise de riscos. São Paulo: CETESB, 1994.
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uma emergência (para retirada de óleo do mar, quando houver vazamento, por
exemplo);
. inventário de bens naturais ou matérias vulneráveis, para protegê-los e evitar
que sejam atingidos em caso de acidente (evitar que óleo ou outra substância
tóxica atinja uma área de mangue, por exemplo);
. proteção das pessoas, quando for o caso. O Plano de Ação de Emergência prevê
e planeja detalhadamente a remoção da população para lugar seguro.
46
Serpa, Ricardo Rodrigues. Prevenção e resposta a acidentes químicos – Situação na América Latina e
no Caribe. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo de Souza & Machado Jorge Mesquita
Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000, p. 267-276.
47
Freitas, Carlos Machado; Porto, Marcelo Firpo de Souza & Machado, Jorge Mesquita Huet. A questão
dos acidentes industriais ampliados. In: Ibidem, p. 25-45.
48
Idem.
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ocorrer, ou, se por alguma razão ocorresse, o atendimento de emergência fosse mais ágil
e eficiente.
O APELL foi elaborado em 1986, pelo Departamento de Meio Ambiente e
Indústria do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O
PNUMA é a agência do sistema das Organizações das Nações Unidas (ONU),
responsável por estimular a proteção do meio ambiente no contexto do desenvolvimento
sustentável através de incentivo e apoio a povos e nações na busca pela melhoria de sua
qualidade de vida, sem comprometer as futuras gerações. Essa agência, estabelecida em
1972 com sede no Quênia, atua em diversas frentes, principalmente na busca de
resposta e suporte para soluções eficazes para a prevenção de acidentes ambientais; e na
promoção de troca de informações e trabalho conjunto de autoridades e comunidade
para a criação de políticas ambientais, além de dar o apoio necessário para a
implantação dessas políticas 49.
O Plano APELL enfatiza a necessidade da participação do governo local, da
comunidade e das indústrias para minimizar as conseqüências para a saúde da
população e para o meio ambiente em casos de acidentes industriais ampliados. As
instruções foram elaboradas com o objetivo de tornar público à população que vive
próxima a uma instalação perigosa as possíveis conseqüências de um acidente industrial
ampliado quando ele extrapola a planta industrial50.
Os danos causados por um acidente que se estende para além dos muros da
instalação química podem ser maiores ou menores, de acordo com a rapidez e a eficácia
das medidas tomadas e do conhecimento que a população que vive no entorno dessa
instalação, tem sobre os procedimentos a serem adotados.51
É preciso que haja diretriz única sobre os procedimentos adotados numa situação
de emergência, tanto pelos responsáveis por debelarem o acidente quanto pela
população afetada. Todos devem ser conscientizados sobre os riscos e orientados sobre
como agir durante a ocorrência antes que ela aconteça. Essa é a finalidade de um plano
49
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Disponível em:
<www.onu-brasil.org.br/agencias-pnuma.php>. Acesso em: 15 jan. 2008.
50
Souza Jr., Álvaro Bezerra de & Souza, Marlúrcia Santos. Implantação de sistemas de resposta para
emergências externas em áreas industriais no Brasil. In: Freitas, Carlos Machado de; Porto, Marcelo Firpo
de Souza & Machado Jorge Mesquita Huet (org). Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro:
Editora Fiocruz, 2000, p. 221-235.
51
Associação Brasileira de Indústria Química e de Produtos Derivados (ABIQUIM). Manual APELL:
alerta e preparação de comunidades para emergências locais. São Paulo: ABIQUIM, 1990.
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52
Associação Brasileira de Indústria Química e de Produtos Derivados (ABIQUIM). Manual APELL:
alerta e preparação de comunidades para emergências locais. São Paulo: ABIQUIM, 1990.
53
Idem.
54
Machado, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 3.ed.São Paulo: Ed. Revista dos
Tribunais Ltda., 1991, p. 84.
55
Idem.
56
Cunha, Icaro. Desafios do gerenciamento de riscos ambientais na Baixada Santista, p. 68. In:
Perdicaris, A. André M. (org). Temas de Saúde Coletiva: desafios e perspectivas. Santos: Ed.
Universitária Leopoldianum, 2004, p. 55-79.
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57
Idem.
58
Idem.
59
Idem.
60
Associação Brasileira de Indústria Química e de Produtos Derivados (ABIQUIM). Manual APELL:
alerta e preparação de comunidades para emergências locais. São Paulo: ABIQUIM, 1990.
61
Idem.
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de materiais perigosos.62
Uma vez identificadas essas fontes de riscos, é preciso checar os procedimentos
de emergência adotados por cada uma delas para que eles sejam padronizados.
Conhecer esses procedimentos resulta em uma ação mais elaborada, uma vez que
eventuais falhas e omissões dos planos já existentes podem ser superadas pelo trabalho
do grupo coordenador.63
Saber o que já foi informado a ela, se já foi feito algum tipo de treinamento, com
que freqüência e como foi feito é necessário no planejamento de ações futuras.
Relacionar os equipamentos disponíveis na localidade que possam ser usados em casos
de emergência e os profissionais especializados que possam agir e colaborar em casos
de emergência ajuda na preparação das ações a serem adotadas.64
Por fim, estabelecer procedimentos para a proteção da comunidade durante
situações de emergência e, para que funcione, informar e treinar essa comunidade para
que adotem esses procedimentos.65
Uma situação de emergência não tem hora para acontecer. Tanto os órgãos de
fiscalização e licenciamento quanto os técnicos trabalham para que acidentes não
aconteçam. A preparação do Processo APELL parte do princípio que, mesmo
trabalhando para evitá-los, indústria e Poder Público devem ter um plano de emergência
elaborado e passível de ser posto em prática no caso de um acidente. Revisar e atualizar
o plano de emergência e treinar a comunidade com periodicidade para que as
informações recebidas não sejam esquecidas é importante para o bom andamento das
ações durante um evento indesejável. 66
Comunicação é o processo de tornar uma idéia comum a diversas pessoas 67, seja
62
Idem.
63
Idem.
64
Idem.
65
Associação Brasileira de Indústria Química e de Produtos Derivados (ABIQUIM). Manual APELL:
alerta e preparação de comunidades para emergências locais. São Paulo: ABIQUIM, 1990.
66
Idem.
67
Aidar, Marcelo Marinho & Alves, Mário Aquino. Comunicação de Massa nas Organizações Brasileiras
– explorando o uso de histórias em quadrinhos, literatura de cordel e outros recursos populares de
linguagem nas empresas brasileiras. In: Motta, Fernando C.Prestes & Caldas, Miguel P.(org). Cultura
Organizacional e Cultura Brasileira. São Paulo: Editora Atlas S/A, 1997, p. 203-219.
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68
Rabaca, Carlos Alberto & Barbosa, Gustavo. Dicionário de comunicação. Rio de Janeiro: Editora
Codecri, 1978.
69
Santos, Susan L. Developing a risk communication strategy. Journal AWWA, p. 45-49, November
1990.
70
National Research Council. Apud
Lundgren, Regina & Mcmakin, Andrea. Risk communication: a handbook for communicating
environmental, safety and health risks. 3.ed. Columbus, Ohio: Battelle Press, 2004, p. 15.
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suas vidas. 71
O propósito da comunicação de riscos também pode ser diversificado, como seu
público. Em determinadas situações é preciso alertar o público apático, motivá-lo à
ação. Em outras, é preciso acalmar o público alarmado, informando e buscando a
construção de um consenso, mostrando a ele que não há razão para preocupação. 72 73
Para ser efetiva, a comunicação dos riscos não pode partir da premissa de que o
público fica descontente porque não entende o que acontece, o que o público necessita é
ser ouvido e seus temores e anseios serem respondidos. 74 75
Para serem eficazes, comunicadores de riscos devem reconhecer e superar
inúmeros obstáculos que têm suas raízes nas limitações da avaliação científica dos
riscos e nas idiossincrasias da mente humana. 76
Selecionar o canal de comunicação é outro ponto. Um mesmo canal pode não ser
apropriado para todos os grupos a que a comunicação de riscos se dirige. Esses canais
podem ser encontros públicos, folhetos, programas de rádio ou televisão, palestras,
jornais. O importante é que o público seja atingido e sinta-se satisfeito com a
informação recebida. 77
A avaliação final do processo é o último passo, e envolve desde uma avaliação
prévia do material utilizado nas atividades de apoio como avaliação dos encontros
públicos, dos panfletos e cartilhas, da interação com a mídia e da cobertura jornalística.
Essa avaliação deve ser constante para que os ajustes sejam feitos quando necessários.
Isso implica em um compromisso com um programa de comunicação de riscos que seja
ativo, constante.78
71
Sevá, Oswaldo. Op. cit, p. 43.
72
Idem.
73
Santos, Susan L. Op. cit.
74
Santos, Susan L. Developing a risk communication strategy. Journal AWWA, p. 45-49, November
1990.
75
Lundgren, Regina & Mcmakin, Andrea. Op. cit.
76
Slovic, Paul. Informing and educating the public about risk, p. 182. In: Slovic, Paul. The perception of
risk. 4. ed. London: Earthscan Publications Ltd., 2004, p. 182-198.
77
Idem.
78
Idem.
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79
Cunha, Icaro Aronovich, Sustentabilidade e poder local: a experiência de política ambiental em
São Sebastião, costa norte de São Paulo (1989-1992). Tese de doutorado. Faculdade de Saúde Pública,
1996, Universidade de São Paulo.
80
Idem.
81
Idem.
82
Segundo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), em 2007, o número de habitantes
em São Sebastião era 79.403 habitantes. Disponível em:<
http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php>.
Acesso em: 21 agosto 2008.
83
Morais, Fernando. Chatô, o rei do Brasil. São Paulo: Ed. Companhia das Letras, 1994.
84
Idem.
21
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União e Estado.85
Dentro do Porto Organizado está também o terminal marítimo da Petrobrás;
construído na década de 1960, que teve um grande papel e ainda tem, no
desenvolvimento local. 86
Para a população, o terminal marítimo e o porto de cargas secas são duas coisas
distintas. Porto é apenas o porto de cargas gerais que é pequeno, tem um berço, e é
administrado pela Companhia Docas de São Sebastião. E píer é a denominação
recebida pelo terminal de carga líquida do Terminal Marítimo Almirante Barroso
(TEBAR). Visando padronizar o texto com as designações locais, nesse trabalho
também os dois serão tratados de maneira separada.87
O Terminal Marítimo Almirante Barroso entrou em operação em 1969. Mesmo
antes de começar a operar, em 1969, o terminal marítimo da Petrobrás trouxe mudanças
para o município. A estrada de acesso que liga o Vale do Paraíba ao litoral norte –
Rodovia dos Tamoios – teve que ser alargada e asfaltada para permitir o tráfego de
caminhões com materiais para a construção do terminal.88
O terminal trouxe melhorias, mas trouxe também problemas até então não
enfrentados na região, como o desmatamento e a intervenção na Serra do Mar para a
instalação de oleodutos ou a construção da estrada de serviço da Petrobrás.89 90 91
85
Idem.
86
Cunha, Icaro Aronovich, Sustentabilidade e poder local: a experiência de política ambiental em
São Sebastião, costa norte de São Paulo (1989-1992). Tese de doutorado. Faculdade de Saúde Pública,
1996, Universidade de São Paulo.
87
Idem.
88
Kandas, Esther. A implantação do Terminal Marítimo Almirante Barroso: marco na definição da
política petrolífera brasileira (1953-1969). Tese de doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, 1988, Universidade de São Paulo.
89
Cunha, Icaro Aronovich, Sustentabilidade e poder local: a experiência de política ambiental em
São Sebastião, costa norte de São Paulo (1989-1992). Tese de doutorado. Faculdade de Saúde Pública,
1996, Universidade de São Paulo.
90
A empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás), criada no ano de 1953, atua na exploração, produção,
refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados. Atua também no segmento de gás
natural e fertilizantes, na indústria petroquímica e na distribuição de derivados de petróleo.
Torres, Carlos Alberto Rodrigues. Gestão Ambiental e Resolução de Conflitos: licenciamento de
dutovias no litoral de São Paulo. Dissertação de mestrado. Gestão de Negócios, 2006, Universidade
Católica de Santos.
91
O sistema Petrobrás inclui empresas subsidiárias que são independentes, com diretorias próprias. São
elas:Petrobrás Distribuidora S/A (BR Distribuidora), que atua na distribuição de derivados de
petróleo;Petrobrás Energia Participaciones S/A;Petrobrás Química S/A (PETROQUISA), que atua na
indústria química;Petrobrás Gás S/A (GASPETRO), subsidiária responsável pela comercialização do gás
natural nacional e importado;Petrobrás Transporte S/A (TRANSPETRO), subsidiária responsável pela
construção e operação da rede de transportes;Downstream Participações S/A, subsidiária que facilita a
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ano 2000. Desses, 22 são tanques de petróleo, 13 de derivados e dois de slop ( utilizados
para transbordo) – com capacidade de armazenamento de 1.850.000 m³.99 100
O responsável pela Comunicação Institucional/ Atendimento e Articulação
Regional da TRANSPETRO informou que a quantidade de tanques de produtos é 41,
com capacidade de armazenamento de 1.890.184 m³. Esse volume é equivalente a sete
dias do consumo nacional.
Ao longo de 15 anos, de 1974 a 1999, foram contabilizados 220 acidentes
ambientais em decorrência das atividades do terminal.101 A maioria desses acidentes
foi de derramamento de óleo no mar, mas houve também casos de impacto imediato
mais forte sobre a população, como o acidente com o petroleiro Cairu, em abril de 1977,
que colidiu contra o píer do TEBAR, causando incêndio sobre a mancha de óleo
derramada no mar102; e em junho de 1984, quando o vazamento de óleo do TEBAR
para o córrego do Outeiro, que corta o centro da cidade, causou novo incêndio.103
O acidente com o Brazilian Marina, em nove de janeiro de 1978, colocou o
Porto de São Sebastião na categoria de local inadequado para operações de petróleo,
pelas bolsas de seguro. Essa situação se deu por causa dos altos custos que eventos
como esse costumam provocar: conserto do navio, perda do produto, despesas de
permanência no terminal, além das multas.104
O acidente com o navio petroleiro Cairu aconteceu em 20 de abril de 1977,
devido ao rompimento de um cabo de amarra. O petroleiro Cairu, da Frota Nacional de
Petroleiros (Fronape), colidiu com o píer sul do terminal marítimo Almirante Barroso e
atingiu sua parte elétrica. O óleo vazado pegou fogo e ficou queimando na superfície do
mar por mais de 12 horas.105 106 O Cairu chegava do Oriente Médio, com 260 mil
toneladas de óleo. Apesar das grandes labaredas resultantes do fogo no óleo sobre o
99
Ministério dos Transportes. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br>. Acesso em 1 set. 2008.
100
Para efeito de cálculo, 1 m ³ = 1.000 litros = 1 tonelada.
101
Poffo, Íris Regina Fernandes. Vazamentos de óleo no litoral norte do Estado de São Paulo: análise
histórica (1974-1999). Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental,
2000, Universidade de São Paulo.
102
A longa noite de pânico no porto. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 abril 1977. Disponível em:
<http://almanaque.folha.uol.com/cotidiano_21abr1977.htm>. Acesso em: 8 julho 2007.
103
Vazamento de óleo causa pânico em São Sebastião. O Estado de S.Paulo, São Paulo, 5 junho 1984.
104
Petróleo no mar, um clima de medo em São Sebastião. O Estado de S.Paulo, São Paulo, 11 janeiro
1978, primeira página.
105
A longa noite de pânico no porto. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 abril 1977. Disponível em:
<http://almanaque.folha.uol.com/cotidiano_21abr1977.htm>. Acesso em: 8 julho 2007.
106
Nery, F. Fogo e pânico em São Sebastião. Jornal da Tarde, São Paulo, 6 junho 1984, p.13.
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PLANO APELL EM SÃO SEBASTIÃO – SP
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107
A longa noite de pânico no porto. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 abril 1977. Disponível em:
<http://almanaque.folha.uol.com/cotidiano_21abr1977.htm>. Acesso em: 8 julho 2007.
108
Idem.
109
Nery, F. Fogo e pânico em São Sebastião. Jornal da Tarde, São Paulo, 5 junho 1984, p.13.
110
Vazamento de óleo causa pânico em São Sebastião. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 5 junho 1984.
111
Os dutos do pânico. Revista IstoÉ, São Paulo, 13 junho 1984, p. 26-28.
112
Nery, F. Op. cit., p.13.
113
Poffo, Íris Regina Fernandes. Vazamentos de óleo no litoral norte do Estado de São Paulo: análise
histórica (1974-1999). Dissertação de mestrado. Programa de pós-graduação em Ciência Ambiental,
2000, Universidade de São Paulo.
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PREPARAÇÃO DO PÚBLICO PARA ACIDENTES DE GRANDE PORTE: ESTUDO DE CASO DO
PLANO APELL EM SÃO SEBASTIÃO – SP
Raquel Dalledone Siqueira Da Cunha, Sandra Farto Botelho Trufem
114
Idem.
115
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) – Análise de
ocorrência de acidentes e proposta de ação preventiva para 1986.
116
Cunha, Icaro Aronovich. Op. cit.
117
Lei Municipal 848/92
118
Cunha, Icaro Aronovich, Sustentabilidade e poder local: a experiência de política ambiental em São
Sebastião, costa norte de São Paulo (1989-1992). Tese de doutorado. Faculdade de Saúde Pública, 1996,
Universidade de São Paulo.
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tinham direito a voto. Entidades como Porto, Petrobrás, SABESP e CETESB, desde a
criação do conselho e ainda hoje, participam como convidadas.119 120
A empresa apresentou à prefeitura os estudos de riscos que já dispunha; a
prefeitura contratou uma empresa de consultoria para fazer a análise dos estudos, com
os custos da contratação repassados à Petrobrás; e a CETESB respondeu ao pedido de
ajuda da prefeitura com informações e documentos.121
O estudo e análise dos riscos permitiram a identificação das situações de perigo;
quantificaram as probabilidades de ocorrência de acidentes e suas conseqüências;
indicaram propostas para a redução dos acidentes e a minimização das conseqüências.
122
Os avanços no controle e prevenção dos acidentes foram progressivos. Os planos
de emergência foram implantados gradativamente. E a etapa mais avançada desse
processo foi a implantação do Plano APELL (Alerta e Preparação de Comunidades para
Emergências Locais) em São Sebastião. 123
Em 1992, a Prefeitura Municipal de São Sebastião propôs à Petrobrás que
trabalhassem juntas na implantação do Plano APELL. Com a posse do prefeito que
administrou o município entre 1993 e 1996, o trabalho Prefeitura / Petrobrás estagnou,
só vindo a ser retomado na administração seguinte de 1997 a 2000.
119
Idem.
120
Em 2007, foi promulgada a Lei Municipal 1860, que reformulou o Conselho Municipal de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Urbano – COMDURB, com uma nova composição, ainda paritária, entre
Poder Público e sociedade civil. Sendo indicados pelo Poder Público Municipal um representante de cada
um dos órgãos listados:
Secretaria de Meio Ambiente; Secretaria de Planejamento e Obras; Secretaria de Saúde; Secretaria de
Educação; Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Humano; Procuradoria Ambiental e de Obras da
Secretaria de Assuntos Jurídicos; Secretaria de Cultura e Turismo; Subprefeituras.
Os eleitos pela sociedade civil, um representante de cada uma das instituições, organizações ou
associações, todas obrigatoriamente sediadas em São Sebastião:
Organização não-governamental (ONG); Instituição de ensino, pesquisa e extensão; Instituição de setores
do comércio, indústria e serviços de São Sebastião; Sindicato de trabalhadores.
Para representar Federação de associação de moradores de bairro e Associação de classe ou profissionais,
são eleitos dois conselheiros, que devem representar Federações e Associações distintas.
Lei Municipal 1860/2007.
121
Cunha, Icaro Aronovich. Op. cit.
122
Idem.
123
Cunha, Icaro Aronovich, Sustentabilidade e poder local: a experiência de política ambiental em São
Sebastião, costa norte de São Paulo (1989-1992). Tese de doutorado. Faculdade de Saúde Pública, 1996,
Universidade de São Paulo.
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124
Prefeitura Municipal de São Sebastião - Comissão Municipal de Defesa Civil. Manual APELL São
Sebastião, 2000.
125
Idem.
126
Idem.
127
Prefeitura Municipal de São Sebastião - Comissão Municipal de Defesa Civil. Manual APELL São
Sebastião, 2000.
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128
Idem.
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Conclusões
129
Nyelse Trench Martins, entrevista gravada em 30 abril 2007.
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conhecimento especializado.
O trunfo da implementação do Plano APELL em São Sebastião foi a realização
do Dia do Alerta, em outubro de 2000. Com as cartilhas já nas mãos dos moradores das
áreas de risco, foi realizado exercício simulado através de uma gincana, onde cada setor
competia com o outro. As tarefas foram estabelecidas de acordo com os procedimentos
recomendados no plano de emergência e constantes na cartilha. A rádio local foi
envolvida na gincana e, além dos moradores, as escolas também participaram. A adesão
ao exercício simulado que envolveu todos os setores foi bastante significativa, foram
oito mil participantes. É um fato importante conseguir mobilizar tanta gente de forma
ordenada e adequada ao treinamento recebido. Sem mencionar a ação dos vários órgãos
do governo local responsáveis pelo transporte, atendimento médico, cadastramento da
população, recepção nos abrigos, fornecimento de bens de primeira necessidade.
Ao abrir-se para a comunidade pela primeira vez, depois de 31 anos, e mostrar
preocupação com a segurança da população, a Petrobrás demonstrou disposição em
estabelecer relação de confiança com os moradores da cidade, principalmente seus
vizinhos instalados em áreas de risco. Essa atitude caracteriza a „abordagem da
confiança social‟.
A experiência do APELL São Sebastião é vista no meio especializado como uma
referência em relação aos resultados obtidos quanto à mobilização da comunidade.
Mesmo em países desenvolvidos, é especialmente difícil construir boas estratégias para
gerar interesse e participação dos moradores, comerciantes e outros segmentos da
população das áreas vizinhas a instalações perigosas. Combinam-se nesse trabalho
objetivos diversos, como acalmar o público e ao mesmo tempo envolvê-lo em
treinamentos para eventos que talvez nunca ocorram. Daí o reconhecimento da
relevância de uma experiência que nos seus melhores momentos conseguiu trazer a
participação de milhares de pessoas.
Lamenta-se que todo o preparo de resposta da população tenha se diluído com a
falta de novos e constantes treinamentos, que ficaram reduzidos apenas ao dia da
Simulação, ainda que por força de um decreto municipal, que obriga a sua realização.
Hoje (2008) muita gente não sabe o que é o APELL e, São Sebastião.
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Fontes
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