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1.

1- Os principais objetivos da Política Agrícola Comum eram melhorar o nível de vida dos
agricultores, garantir a segurança dos abastecimentos, assegurar preços acessíveis aos cidadãos,
estabilizar os mercados e desenvolver a agricultura melhorando a produtividade.

1.2- Para a concretização dos objetivos foram usados 3 pilares: A unicidade de mercado, isto é,
estabeleceram um mercado agrícola único, eliminando as barreiras alfandegárias entre os
Estados-membros e harmonizaram as regras sanitárias e as normas técnicas; A preferência
comunitária, ou seja, evitar a concorrência dos produtos estrangeiros, estabelecendo preços
mínimos para as importações e subsídios para as exportações , e, por fim, a solidariedade
financeira que consiste na criação de um fundo comunitário, o FEOGA- Fundo Europeu de
Orientação e Garantia Agrícola-, para financiamento das medidas da PAC, o que permitia um
apoio financeiro à agricultura.

1.3- Os resultados da aplicação da PAC ao longo de 30 anos consistiram num aumento da


produtividade agrícola e do rendimento dos agricultores, devido à crescente mecanização,
introdução de novas tecnologias e práticas de investigação científica; a uma redução da
superfície e da mão de obra utilizada, devido sobretudo à mecanização, e, por fim, a um grande
crescimento da produção que passou para o triplo, devido à introdução de novos métodos
produtivos e à utilização de fertilizantes artificiais.

1.4- O desenvolvimento da PAC teve algumas consequências negativas: A criação de excedentes


agrícolas em quantidades impossíveis de escoar nos mercados, o que acabou por gerar preços
bastante elevados de armazenamento; houve um peso muito elevado da PAC no orçamento
comunitário, comprometendo o desenvolvimento de outras políticas; o desajustamento entre a
produção e as necessidades do mercado, devido a isto, a oferta tornou-se maior do que a
procura; houveram vários problemas ambientais devido á intensificação das produções onde
eram utilizados numerosos produtos químicos e, por fim, houve uma tensão entre os principais
exportadores mundiais devido às medidas protecionistas e à política de incentivos à exportação.

2.1- As primeiras reformas da PAC destinadas a reduzir os excedentes agrícolas foram, em 1984,
a criação de um sistema de quotas, inicialmente aplicado ao setor do leite, que estabeleceu um
limite de produção para cada país com penalizações em caso de superação. Em 1988 também
houveram várias reformas: houve uma fixação de quantidades máximas garantidas e de
condições de descida automática dos preços na proporção da quantidade excedida; criou-se
incentivos à cessação da atividade agrícola e à reforma antecipada dos agricultores; houve uma
retirada, inicialmente voluntária e, mais tarde, obrigatória de terras da produção, que afetou
sobretudo os cereais e as explorações com maior produção, ao qual foi chamado set-aside;
houve uma limitação da superfície de cultivo/número de animais para os quais o agricultor tinha
direito a subsídios, e, por fim, ocorreu uma reconversão dos produtos excedentários, baseada na
concessão de prémios aos produtores que se comprometessem a reduzir a produção.
2.2- As medidas tomadas para a redução da produção e a preservação do ambiente na reforma
de 1992 foram: diminuição dos preços agrícolas garantidos; ajudas diretas aos produtores,
desligadas da produção; reformas antecipadas para os agricultores mais idosos; orientação da
produção para novas produções industriais ou energéticas; incentivos à pluriatividade da
população agrícola; promoção do pousio temporário; incentivo à prática da agricultura biológica
e, por fim, estímulo ao desenvolvimento da silvicultura.

2.3- As alterações à PAC introduzidas pela reforma de 2003 foram: orientação para a procura, ou
seja, a PAC passa a ter em conta os interesses dos consumidores e dos contribuintes e,
simultaneamente, confere aos agricultores da União Europeia a liberdade de produzirem o que o
mercado pretende; o pagamento único por exploração onde se mantém alguns apoios diretos,
por opção de cada Estado-membro, mas os agricultores recebem um pagamento por exploração,
desligado da produção; e o princípio da condicionalidade, onde as ajudas ficam condicionadas
ao respeito pelas normas ambientais, segurança alimentar, fitossanidade e bem-estar animal e à
manutenção das superfícies agrícolas em boas condições agronómicas e ambientais.

2.4- Em 2013, em termos económicos havia vários desafios: segurança alimentar, instabilidade
dos preços e crise económica.
Em termos ambientais: emissão de gases de efeito de estufa, degradação dos solos, qualidade da
água e do ar e habitats e biodiversidade.
Por fim, em termos territoriais: vitalidade das áreas rurais e diversidade da agricultura.

3.1- Agricultura biológica é um método de produção agrícola que exclui totalmente a utilização
de fertilizantes químicos e pesticidas e se apoia em descobertas científicas recentes,
principalmente em matéria de nutrição, de biologia dos solos e de luta antiparasitária.

3.2- Os três principais objetivos da agricultura biológica são: Produzir alimentos de elevada
qualidade nutritiva, com teores nulos ou mais fracos de resíduos de pesticidas e nitratos e melhor
conservação, sabor e digestibilidade; promover o melhoramento e conservação da fertilidade dos
solos, através do aumento do seu teor em húmus, da correção das suas carências minerais e do
relançamento da sua atividade biológica, sendo importante as aplicações de matérias orgânicas
(especialmente estrume) e a prática de rotações variadas que incluem culturas de leguminosas
(adubos verdes) e, por fim, eliminar todas as formas de poluição agrícola (dos alimentos, água e
ambiente em geral).

3.3- As dificuldades de implementação da agricultura biológica em Portugal são: A produção


biológica tem baixo rendimento pelo facto de as culturas agrícolas e animais necessitarem de
mais tempo no seu ciclo natural; o custo da produção é elevado e o consumo nacional não tem
acompanhado o aumento do número de produtores e, por fim, os produtores biológicos devem
possuir conhecimentos atualizados ao nível da produção biológica e da luta antiparasitária, o que
deriva a um perfil de agricultor diferente: jovem, instruído e com formação profissional.
3.4- O aumento recente do número de produtores biológicos e da área a cultivada em Portugal
deve-se ao facto da União Europeia procurar estimular os agricultores comunitários a dotarem
técnicas de produção biológica, em alternativa à agricultura tradicional, numa tentativa de
combater a poluição ambiental resultante de práticas agrícolas intensivas e redução da produção.

4.1- As condições especiais de que Portugal beneficiou até 1990 no âmbito da PAC foram: não
estar sujeito às regras de preços e mercados da PAC, e os incentivos financeiros do PEDAP
(Programa Específico de Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa) para corrigir as deficiências
estruturais da agricultura e melhorar as condições de produção e comercialização dos produtos.

4.2-Nos primeiros anos da integração de Portugal, o setor agrícola português teve de passar por
inúmeras dificuldades acrescidas: sofreu limitações à produção, pelo sistema de quotas, na
sequência de um excesso de produção para o qual não havia contribuído; foi desfavorecido pelo
sistema de financiamento e de repartição dos apoios, feito com base nos preços elevados para o
consumidor e em função da produtividade agrícola, do rendimento médio e da área de
exploração, que beneficiava os países que mais produziam e produtos que não tinham expressão
em Portugal, e, por fim, os investimentos nos projetos cofinanciados por fundos comunitários
levaram ao endividamento de muitos agricultores, agravado pelas taxas de juro bancário que,
durante muito tempo, foram as mais elevadas da União Europeia.

4.3- Verificaram-se vários progressos na agricultura portuguesa, esses progressos foram: uma
diminuição do número de explorações agrícolas para quase 40% e aumento da sua dimensão
média de 6,3 para 9,3 hectares); redução da mão de obra agrícola; aumento da produção e da
produtividade e um crescimento do investimento de infraestruturas fundiárias, tecnologias e
formação profissional.

4.4- As seis prioridades da Política de Desenvolvimento Rural para o período entre 2014 e 2020
são: promover a transferência de conhecimentos e a inovação nos setores agrícolas e florestal e
nas zonas rurais; melhorar a competitividade de todos os tipos de agricultura e reforçar a
viabilidade das explorações agrícolas; promover as cadeias alimentares e a gestão do risco na
agricultura; promover a utilização eficiente dos recursos e apoiar a passagem para uma economia
de baixo teor de carbono e resistente às alterações climáticas nos setores agrícolas, alimentar e
florestal; inclusão social, redução da pobreza e desenvolvimento económico das zonas rurais e
restaurar, preservar e melhorar os ecossistemas que dependem da agricultura e das florestas.

4.5- As cinco formas de modernização da agricultura portuguesa são: redimensionar as


explorações agrícolas e aumentar a dimensão média das propriedades, através do
emparcelamento rural; promover a especialização cultural e o abandono da policultura (de
acordo com a aptidão dos solos, as condições ambientais e as necessidades dos mercados);
introduzir novas culturas (espargo, kiwi, banana, papaia, goiaba, maracujá); intensificar a cultura
de flores e plantas ornamentais, sobretudo no litoral sul do país e, por fim, desenvolver o sector
florestal, com a limpeza das florestas, abertura de caminhos, colocação de pontos de água (a
produção florestal da União Europeia corresponde apenas a metade das necessidades atuais).
6.1- A multifuncionalidade do espaço rural, é uma opção estratégica que poderá contribuir para
melhorar as condições de vida de muitas delas, afastando-as da situação de "desfavorecidas".
Implica a pluriatividade, que permite o plurirrendimento, através de atividades alternativas ou
complementares associadas à mobilização e potencialização dos recursos locais. Mas implica
também o reconhecimento do papel essencial da população rural na preservação dos valores da
cultura e do património material e ambiental.

6.2- As formas de implantação industrial nas áreas rurais são: a produção agropecuária
(conservas de frutas e vegetais, transformação de tomate, laticínios, carne, lanifícios, vestuário,
couro, calçado, etc); a exploração florestal (serrações, carpintarias, corticeiras, mobiliário); a
exploração e transformação de rochas minerais.

6.3- As vantagens da localização das indústrias nas áreas rurais são: criar emprego e contribuir
para fixar e atrair população; promove, a montante, o desenvolvimento das produtoras da
matéria-prima, nomeadamente a agricultura, a pecuária e a silvicultura; desenvolve, a jusante,
outras indústrias complementares e diferentes serviços; aumenta a riqueza produzida, pois o
valor acrescentado as matérias-primas reverte pelo menos em parte, a favor das regiões onde se
instala.

6.4- Algumas fontes de energias renováveis disponíveis nas áreas rurais são: a biomassa-
bioenergia; os biocombustíveis; os biocombustíveis líquidos; a energia eólica e a energia hídrica.

7.1- As atividades turísticas existentes no espaço rural são: turismo ambiental, turismo fluvial,
turismo cultural, turismo gastronómico e o enoturismo, turismo cinegético e turismo termal.

7.2- Turismo de habitação desenvolve-se em solares, casas apalaçadas ou residências de


reconhecido valor arquitetónico, com dimensões adequadas e mobiliário e decoração de
qualidade. Pode também localizar-se em espaços urbanos. Caracteriza-se por um serviço de
hospedagem de natureza familiar e de elevada qualidade. Já o turismo de casas de campo
desenvolve-se em casas rústicas particulares que se integram na arquitetura e ambiente
característicos da região, pela sua traça e elos materiais de construção. O valor etnográfico é mais
importante do que o arquitetónico, Têm, geralmente, pequenas dimensões e mobiliário simples e
podem ser utilizadas como habitação do proprietário.
7.3- Agroturismo caracteriza-se por permitir que os hóspedes observem, aprendam e participem
nas atividades das explorações agrícolas, em tarefas como a vindima, apanha da fruta,
desfolhada, ordenha, alimentação de animais, fabrico de queijo, vinho e mel. Em muitos casos,
existem atividades organizadas e a possibilidade de alugar o equipamento necessário. O turismo
ambiental é cada vez mais procurado, pela aventura, pelo contacto com a Natureza e pela
multiplicidade de atividades ao ar livre, desde canoagem, rafting, parapente, asa-delta-
balonismo, bicicleta de montanha ou todo o terreno, montanhismo, escalada etc. As áreas
protegidas são espaços privilegiados para o turismo ambiental, beneficiando de um grande
número anual de visitantes. O turismo cultural valoriza o património arqueológico, histórico e
etnográfico local. Castelos, solares, templos, museus, romarias, recriação de atividades
tradicionais, com roteiros próprios, organização de visitas guiadas e documentação
pormenorizada, contribuem para dinamizar as áreas rurais.

7.4- As vantagens da localização das indústrias nas áreas rurais são: promover o aproveitamento
dos recursos endógenos de cada região; atenuar o êxodo rural e a desertificação do interior do
país; criar emprego e produzir riqueza e, por fim, fornecer ás populações do litoral uma
alternativa ao turismo balnear.

7.5- FEADER - Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural


A Política de Desenvolvimento Rural da União Europeia foi consolidada com uma
série de reformas da Política Agrícola Comum (PAC), promove uma nova
abordagem orientada para o mercado, responde aos desafios das zonas rurais,
integrando-se na política horizontal de fomento do crescimento e do emprego na
Europa. O FEADER constitui o instrumento de financiamento da Política de
Desenvolvimento Rural da União Europeia.
As zonas rurais constituem cerca de 90% do território da UE alargada, assumindo a Política de
Desenvolvimento Rural da União Europeia uma importância crescente no sentido de as ajudar a
enfrentar os desafios económicos, sociais e ambientais do século XXI.
O reforço da criação de emprego nas zonas rurais, tendo em conta a Estratégia de Lisboa e de
uma maior sustentabilidade, de acordo com os objetivos de
Gotemburgo, são alguns dos princípios a ter em conta na programação do FEADER.

LEADER – Ligação entre ações de desenvolvimento rural


Nasceu em 1991 para abraçar a causa do desenvolvimento de zonas rurais diversificadas
recorrendo a uma abordagem ascendente, valorizadora de comunidades e recursos locais. Face à
diversidade das zonas rurais, criou-se um instrumento para desenvolvimento local alicerçado em
sete pilares essenciais, interdependentes e complementares – estratégias locais de
desenvolvimento; conceção e implementação ascendente das estratégias; parcerias locais entre
entidades privadas e públicas, materializadas nos Grupos de Ação Locais (GAL); ações integradas
e multissectoriais; inovação; cooperação e ligação em rede.
O LEADER - PDR2020. No período de programação atual 2014-2020, sucede um
segundo movimento de viragem, não só com a Abordagem LEADER a receber o
cognome de Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC), mas sobretudo
com a decisão do Governo português de destinar os fundos do FEADER na sua
quase totalidade aos setores agrícola, agroalimentar e florestal.

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