1YR· MEl.?l.?O l.?

EITf\O
Da Sociedade BraRileira de Scierycias

Theraphosoideas do Brasil
(Com uma lista supplementar de todas as Theraphosoideas do Mundo l.

_ _ _ -+- • • I • • ~ ... _ _ _
 PREFACIO
Constitu.e a presente ulemoria a primeira de
uma série que pretendo publicar sobre os arthro-
podos peçonhentos do Brasil.
Na ordem dos Araneidos, como, entre os ver-
tebrados, na dos OphidIOs, ha, ao lado de especies
inteiramente innócuas, outras altamente peçonhen-
tas; apenas, nessa ordem de Arachnideos, muito
menos se conhece dos effeitos da peçonha sobre o
homem e ba ainda, de mistura com observações
criterios?s, II! uito de abusão e phantasia, bastando
citar a bem conhecida lenda da 1m-entola.
Apparece cm nossa fáuna uma especie muito
peçonhenta, commum em toda região andina dos
paizes neC!.tropiC(IS, especie responsavel por mais de
um accidente lethal, a Latf'odectes mactans (Fabr),
pequena theridiida, s0bre a qual ainda recentemente
recebeu o Instituto Oswaldo Cruz uma consulta e
pedido de sôro antipeçonhento. Parecem igualmen··
te possuidoras de peçonha, capazes de produzir acci-
dentes mais ou menos graves, as lyéosidas e as
cténidas, havendo no Instituto de Butantan a re-
producção em cêra de accidentes causados muito
provavelmente por estas ultimas. O mallogrado João
Florencio Gomes teve opportunidade de ensaiar a
peçonha de uma aran.lla caçadora, commU!ll nos
arredores de Butantan, verificando-a cerca de dez
vezes mais activa para o pombo que a peço~ha bo-
thropica. (I)

I I) Infelizmente La nos arredores de Bntantan duas

espeeiés muito eommuns, de faeies muito semelhante para o
leigo, a Gtenus rufibarbi8 (Perty) e a Lycosa thorelli (Keys.)
 -4-
Quanto á peçonha das caranguejeiras é ainda
questão aberta, havendo experiencias favoraveis á
presença de um veneno activo nas glandulas ce-
phalicas destas aranhas, e outras inteiramente ne-
gativas, desaccordo principalmente devido ao pouco
conhecimento systelllatico dos pesquisadores, que
certamente trabalharam com especies muito difle-
rentes. O escopo deste meu trabalho é facilitar a
determinação segura de nossas caranguejeiras e
permittir assim aos meus eollegas medlcos o estu-
do da peçonha de nossas especies mais communs.
Sendo embora um trabalho de systematica pura, é
igualmente um trabalho de zoologia medica, qua
dedico á memoria do grande herpetologo brasileiro
Dr. João Florencio Gomes, a quem devo grande
numero de aranhas de minha collecção particular.
20- 6 - 20.

não me sabendo esse illustre A pranteado amigo dizer, ao

me mostrar o vidro etn que colleccionara o material, qual a
especie ensaiada. Minha curta permanencia em S. Paulo e,
depois, seu prematuro passamento, não permittiram a repeti-
ção da experiencia e a determinl'ção segura de nossa "spe-
cie peçonhenta.
 THERAPHOSOIDEAS DO BRASIL
PELO

DR. MELLO LEITÃO

DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE SCIENCIAS

I
INTRODUCÇi\O
Os araneidos se dividem muito naturalmente em
duas s::.:b ordens: Entomog'1stros, com os generos
exoticos Liphistúts, Schiüllte, 1849 e Anadiastothele,
Simon, 1903 e HOLOGASTROS, com as demais ara-
nhas. Todos os araneidcs brasileiros pertencem á
segunda sub-ordem, que se separa em duas tribus -
PARALLELODONl'ES e ANTIODONTES, comprehendendo
3S primeiras duas superfamilias, as exoticas ATY-
. POIDEAS com trfls familias (A typldae, Brachybo-
thridae e Hexuridae) e as THblRAPHOSOIDEAS, oL-
jecto da presente memoria, com 3S sete familias
Pa1'atrGpid~dae, Actinopodidae, Migidae, (;tem:zi-
dae, DiplUJ'ídae, Barychelidae e Aviculariidae,
sendo as .Jligl:dae exoticas. Destas familias as Mi-
gidae, Ctenizidae, Diplurzdae, Barychelidae e
Theraphosidae (Aviculariidae) j:i tinham sido iso-
ladas em 1897 pGr Pocock, correspondendo as ou-
tras ás subfarnilias de Simon. A subfamilia Pycno-
telinae, creada pOl' Chamberlin ( 1917) é aqui con-
servada como subfamilia das PClJ'atl'o]Jl:didae.
Ai'; Thel'aphosoidéas correspondem aos generos
Mygaltó, Sphodl'OS e lHi:-.sulena de \Valekenael'.
Para a revisão das Theraphosoideas brasileiras tive
- em mãos, além do" exemplarAs de minha collecção
particular, o abundante material do Museu Paulista,
 -6-
e algu m do M I1SAU Nacional, pelo q,Ie aqui deixamos
registados nossos sinceros agradecimentos ao illustre
director do Museu Paulista, Dr. Affonso d'E. Taunay,
e ao Dr. Bruno Lobo, digno director do Museu
Nacional. .
 II
Car~ctêres geraes
As theraphosoidéas são todas aranhas de médio
ou grande pórte (rnamente de menos de um cen-
timetro), sendo algumas aviculariidae os maiores
arachnideos embolobranchios. As pequenas thera-
phosoidéas (quasi todas as trionychias e as Bary-
chelidae) têm a facies geral da grandes di pneu-
mones caçadoras (Lycosidae, Ctenidae), sendo. ao
contrario, muito característica a facies das avicula-
riidae, objecto de tantas lendas n versões entre o
povo, que se deixou impressionar por seu aspecto
verdadeiramente terrIfico. Quasi todas as thera-
phosoidéas são conhecidas pela designação vulgar de
caranguejeiras, designação esta que o povo eetende
a toda aranha de mais de 2 centímetros de pórte,
e certamente de muitos, senão de todos os casos de
envenenamento, attribuidos á picada de carangue-
jeiras. são responsaveis as grandes especies de ctenos.
O cephalothorax das theraphosoidéas ora é baixo,
largamente truncado adiante, de contorno subpen-
tagonal, ora é um pouco mais elevado adiante, sendo
a região cephalica fortemente C0nvexa, sempre bem
distincta da thoracica. 1Tm pouco atraz do meio ha
uma depressão transyersal mais ou menos profunda,
a chamada fúvea thoracica, ora quasi circular, ora
formando u ma estria que pôde ser direita, procurva
(de concavidade anterior) ou recurva (de con-
cavidade posterior). Da fovea thoracica partem
as estrias thoracicas, geralmente bem accentua-
das, sendo as mais profundas as que limitam a
região cepbalica. Os olhos são, nas especies bra-
sileiras, sempre em numero de oito e ora occupam
toda a largur3 da· fronte (Actinopodidae), dis-
postos em duas filas quasi parallelas; ora se reunem
 -8-
a certa distancia da borda do clypeo, em uma ele-
vação ellyptica, de grande eixo perpendicular ao
eixo do corpo, a rim(;( ocular. Nesse agrupamento
os olhos se dispõem mais commummente em duas
filas que se oppõem por sua convexidade, a ante-
rior prOClll'Va e a posterior recurva ( A viculariidae~
Bal'ichelidae). As ldiopinae têm os olhos dis-
postos de modo muito caracteristi~o, os dois médios
anteriores situados junto á borda do clypeo, e os
outros seis aggrupados na )'ima ocular, á distancia
relativamente grande dos primeiros (sempre mais
de tres vezes um diametro ocular). Os olhos me-
dioR ant . . riores sãc sempre do typo diul'fio, e os
outros do typo noctul'fio.
O tegumellto do cephalothol'ax ora é inteira-
mente glabro, coriaceo, luzidio (Paratt'opididae e
Actinopodidae, certas Ctenizidae) ora é mais ou
menos densamente revestido de pellos deitados, po-
dendo haver, cn algumas especies, abundantes pellos
mais longos, erectos, esparsos. O eolorido geral do
cephalothorax varia do amarello testaceo ao negro,
sendo o mais com ln u m, nas especies glabras, o tom
de mogno es~uro e nas especies villosas o pardo,-
côr de pello de rato.
As cheliceras tem o plano de articulação per-
pendicular ao eixo do corpo, de modo que seu
maior dia metro contillúa o eixo do corpo ou fôrma
com este um angulo muito obtuso. Ellas são re-
gularmente convexas em sua face supero externa,
sendo a face interna plana e a face inferior exca-
vada em gotteira, para receber a garra, que se
dobra no sentido dorso-ventral da chelicera, ao con-
triirio do que succede em todas as dipneumones.
Sobre esse caracter da flexão da u'arra creou Thore11
em 189;"' as designações ~ Parallp.lodontes e Antio-
dontes, para as suas Tetl'a-e n'lJneumones. As
cheliceras das 1hel"aphosOldéas ( Parallelodontes de
Thore1l) são sempre um pouco curvas, de conve-
xidade dorsal (gcralment0 direita,., nas Antiodon-
tes) e ora são glabras (nas especles de cephalo-
thorax glabro), ora são rillosas, mas este re--
 -9-
ve~timento pilloso nunca é homogeneo, havendo
sempre linhas glabras longitudinaes, que di vídem o
dorso da chelicera em um certo numero de campos.
Nunca tem as chelícera~ a mancha basal, caracte-
rística de muitas dipneumor.les. Em Aviculariidce
ex' .ticas ha, na face externa das cheliceras, cerdas
modificadas, constituindo o apparelho estridulante
do primeiro typo, de Pocock. Em D~pluridae
nossas, da sub-farnilia lrechoninae, ha tambem uma
parte do apparelho estridulante (os bacillos que
fazem vibrar a lyra da coxa dos palpos) localisada
na face externa das cheliceras.
Na extremidade apical da,s cheliceras ha, nas
Barychelidae, Actinopodidae e Ctenizidae. espi-
nhos negros, curtos, bacillares, seriados, dispostos
em duas ou mais filas, fOl'mando o rastello Esse
raste110 ora é forte, bem apreciavel, havendo para
sua inserçtlo uma apophyse saliente (Bc.r!Jchelidae
e Actinopodidae), ora é constituido por espinhos
fracos, pouco numerosos e de apreciação, ás vezes
dífficil (Ctenizidae). Na face inferior dat$ chelice-
ras ha urna gotteira, limitada na borda interna
por uma fila de dentes quasi do mesmo tamanho,
e n~ borda externa por uma corno crista, provida
de densos peBos curvos pa:,a a. base das cheliceras,
seriados, geralmente de colorido vermelho-brasileo,
mais claros na ponta. A garra das cheliceras ê
espessa na base, regularmente arqueada. de super-
ficie, ás vezes, rugosa, e tendo, áo menos em nossas
grandes caranguejeiras, um pequeno tuberculo j~nto
á pia gula articular.
a labio póde ser soldado ao esterno e immo-
vel, tendo apenas uma simples estria sutural (Pa-
'ratropididae, Actinopodidae) ou livre e moveI, de
sutura nitida ( Cteni:Jidae, Dipluridae, Barychelidae
e Aviculariidae). ElIe póde ser arredondadú ou
levemente chanfrado no apice e raramente ( Acti-
'Ilopodidae) muito mais longo que largo. ElIe é
pilloso em todas as especies, com uma escópula
apicaJ. Junto ao apice h3, na maioria das especies,
pequeninos espinhos bacillares, ora renuzidos a dois
•
 -10-
(Actinopus, etc. ) ora numerosos e seriados (ADi-
culariidae ).
As anras dos palpos são parallelas e sempre
desprovidas de laminas rnaxillares. que se encontram
em todas as Antiodontes: Estas ancas são muito
semelhantes às gnathobases dos Escorpiões e Pedi-
palpos, pouco differindo das ancas das pernas. A
borda interna é sempre angulosa, prolongando-se,
ás vezes, em uma saliencia apical. A borda interna
é provida de uma densa escopula de longos penos
de colorido brilhante e ha, quasi sempre. junto à
apophyse t-aliente aplcal interna, uma area provida
de espinlllas igllaes às da peça labial. Em alguns
generos taes espinulas são regularmente esparsas
em toda extensão do segmento.
O esterno é largó e q'tasi sempre mais estreito
adiante que atraz, quasi nunca (excepto Anisaspis)
se extendendo entre as ancas do ulti mo par de
pernas, que são contiguas. Elle é sempre mais ou
mAnos pilloso, apresentando 4 pares de depressões
glabras, as sigillas externaes, correspondendo às
ancas das pernas, as duas pl'imeiras sigillas são, ás
vezes confluentes, formando uma gotteira arqueada,
abaixo do labio; as outras sigillas ora são mílrgi-
naes, ora mais ou menos remotas, especialmente as
posteriores, um pouco maiores. As do segundo ou
terceil'o pares podem ser obsoletas.
O palpo é sempre muito desenvolvido e muito
mais semelhante às pernas ambulatorias que nas
dipneumones, approximando-se das pernas anteriores
por sua armadura de espinhos e pelas escopulas ( quan-
do presentes). As dimensões do palpo são mais ou
menos as das pernas do terceiro par. Os orgãos co-
puladores são simples e mu;.to homogeneos nas diver-
sas fa rnilias, de modo que não podem ser aproveitados,
como nas entelegynas, para caracterlsação especifica.
As pernas são geralmente lJroporcionaes ao
porte da aranha, nunca excedendo de cinco vezes o
comprimento do corpo e raro sendo menores que este.
Em alguns generos os machos são providos de per-
nas relativamente longas, delgadas, inermes ou quasi,
 -11---,

ernquanto as temeas as possuem robuEtas, curtas,

mLlito espinhosas (Actinopus, etc. ).
Os tarsos ora terminam por duas unhas, ge-
ralmente providas de deni"os tufos de pellos de sus-
tentação que se ~ontinuam, sem demarcação, com as
escopulas que forram a face inferior dos tarsos e
parte dos metatarsos, ora são ar,nados de tres
unhas, das quaes a média, muito menor, é, ás ve-
ze!:', obsoleta ou de apreciação muito diffic,l. Nas
A viclllariidas jovens a escopula subtarsal é sempre
dividida longitudinalmente por uma faixa mais ou
menos ampla de pellos maiores; taes pellos são
ora caducos, ora persistentes de tIIodo que em mui-
tos generos conservam os adultos as eRcópulas di vi-
didas, emqllanto nos outl'OS as esc6pulas se tornam
integras. Este caracter, aproveitado por Ausserer
e seus successores pode :lar Ioga r, especialmente
no e-tudo das femeas, á determinação generica er-
ronea de muitas fórmas jovens, como succedeu a
Iüyserling. Ao tratarmos das A viculariidas volta-
remos. a este caracter. A extremidade apical das ti-
bias do primeiro par apresenta, no macho de al-
guns generos ( Magulla, Tmesiphantes, Bapa/opus.
Calopelma, Grammostola, AcanthoscurTia, etc.)
uma apophyse simples ou bifiJa, de ramos iguaes
ou não. Quando simples pode apresentar um forte
rastello apical (Acanthoscurria).
Em Acanthoc/on ha, no apice das tibias e pa-
tel:as do terceieo par, I1ma fila tr:.lDsversal de espi-
chos curtos, foemando luna armaç!'io semelhante ao
rastello das cheliceras. Simon assignalou, na borda
apical interna dos mptatarsos posteriores, uma ou
ma:s filas de cerdas achatadas, dilatadas e conti-
guas na base, adelgaçadas e um pouco div8rgentes
no apice, formando o que elle chamou o pente.
A face posterioe dos fe!llures posteeiore;; é, e/II cer-
tas Aviculat'iidae, provida de uma densa escopula
velludosa. As pernas ora são glabras, ora mais ou
menos densamente pillosas, havendo então, geral-
mente, faixas longitudinaes glabras que percorrem
os fem UI'es, pa telIas, tibias e terço basal dos pro-
 12 -

tarsos; taes faixas são, ás vezes, de colorido bri-

lhante, E' nns coxas dos dois primeiros p:Hes de
pernas, corno na dos palpos, que estão situados os
apparelhos estridulantes da, Therapl1osoid8as, bem
estudados nas Dip1uridae e A viculariidae, podendo
ser aproveitados ~m ambas para dlstillcção de sé-
ries ou de sllbfamilias. Nas Teraphosoidéas brasi-
leiras o apparelho estr;d,llante pode ser de tres ty-
FOs, um dos qllat's limitado ás Dzj;luridas e os dois
outros ás Aviculãriidas. Nas Dipluridas a Iyra es-
tridulante está situada na face anterior (ou interna)
da anca dos palpos, abaixo da sutura longitudinal
e é fOl'lnada por pellos curvos, dilatndos no apice e
augmentar'do regollarrnenle de dimensões na direcção
apical; estes pellos bacillifnrllles são em nU:llel'O
de cinco \Hannonicon), sete a dez (Thalerothele,
Eudiphl1'Cl), quinze (Euharmonicon), ou dezesete,
co II pequenas cerdas intercalJadas (Trechona).
Nas A n/cuiariidas o orgão estridulante ora está
sitnado na faee interna (ou anterior) da anca do
1'!'i,l1ciro par ele pernas, acima da sutura ou \üram-
mostrla) acima e abaixo, formado por uma ou duas
filas 10llgiludinaes de espinhos bacilliformes; ora
occupa os trorhanteres do palpo e do primeiro par
de pernas. Occupa a coxa em Laslodol'(l, e Gl'arrí-
mcstola, e o trochanter em AcanthosCUl't'l:a.
O abdomen é sempre múlIe em todas as The-
raphosoiJéas, e ovoide. Ora seu diametl'o transverso
é igual ao do cephalothorax, ora menor, e sempre
o diametro longitudinal é mais de vel e meia maior
que o transversal, p',dendo fnesmo ir' de duas a tres
vezes nas tl'ionychias. O dorso pódc ser mais ou
menos achatado ou bem convexo. Os tegumentos
pódem ser lisos, com raras cerdas espars'3.s, como
nas Paratropididae e Actinopodldae, ou apresentar
uma densa camada de pelIos protectores vellutinos,
com cArdas erectas abundantes, espar&as ou em t:Jfos,
e ás vezes, de colorido diverso do dos nellos de re-
vesti men to. O colorido geral do abdomen é tes-
taceo, bl'unlôlo, côr de mogno úu negro, ás vezeR com
cerdas avermelhadas ou roseas; nas D~hluridae é
 - 13-

commum o abdomen negro com faixas ferrugineas

ou bt'ancas transversaes, parallelas,
O tuberculo anal e sempre bem desenvolvido,
não existilldo nunca nem v(!stigios de cólulo.
As fiandeiras são em numero de duas (Neodi-
phothele, Anisaspoides e Anísaspis), ou de quatro (").
Quando ba dU::Js apenas, estas são curtas, espessas,
triarticuladas. Havendo quatro, duas são um pouco
anteriores, approximadas, uniarticuladas e.cyliadricas,
corr'espomlcndo, porranto, ás fiandeiras medias das
al'anhas dipneumones; as dU::Js o11tras, posteriores,
trisegmentadas, de comprimento e relativa proporção
muito variaveis; o segmento apical ora é curto,
subglobuloso, co:f\o encrav::Jdo no í"egundo segmento
( Pycnotelincc, Actinopodidce e Barycheltdce) ora
é mais longo e mais delgado que o segundo, e as
dimensões destas nandeiros pódelll ser medias ou
longas; quando medias ellas são geralmente curvas
para o dorso, dando á extremid::Jde anal do abdomen
aspecto muito caracteristico. Nas Diplurid(c as
rlandeiras posteriores podem alcançar ou exceder o
comprimento do abdomen e são muito afastadas
uma da outra.
Os estigmas dos S<Jccos pulmonares são prece-
didos de pl3cas se rnicircu13res, de tom mais pallido
que os tegumentos visinhos, estando situados os an-
teriores ao nivel da dobra epigastrica, e os dois
ourrcs bem pHa traz, sempre muito afastados.
~lacho e femea são proximamente do !\lesmo
porte, mas as pernas do IJlv,cho são sempre muito
mais longas e mais delgadas, dando ao animal um
porte bem mais elegante; suas tíbias anteriores são,
não raro, mais e3pessas que as dos outros pares de
pernas, ou curvas.
Simon. divide as Tberaphosoidéas, s('gudo seus
costumes, em tres typos:
1.0 - Especies terricolas, cavando uma cóva
de fórma variavel fechada ou não por um opérculo
(todas as faIllilias providas de raFltelIo nas cheliceras ).
( * ) Nos generos exotícos Hexathele e Scotin(ecus,
ha seis fiandeiras.
 14-
2.° - Especies que fiam ::!ma teia de tecido
condenstldo, em fórma de toalha e te:ruinada arn um
refugio tubiforme (Dipluridce).
3.° - Especies que se abrigam em um retiro
qualq'~er, junto ao tronco das arvores, eru baixo das
pedras, sob bromeliaceas, etc., ou cavando uma cova
rasa, muito simples, forrada por uma teia rudimentar
( Avicularlidce ).
A cova das especies terricolas é assim descripta
por Sirnon: «La demeure typique des Aviculariides
rnaçonnes consiste en un trou cylindrique plus ou
moins profond dont les parvis, tres lisses son for-
rnées d'un rnortier compúsé de terre fine rnélée de
salive, assez dur pour s'opposer à toute infiltration et
pour s'isoler de la masse qui l'entoure; (~eE: parvis
sont, de plus, tapissées d'une toile blanche et fine,
formant quelquefois \ln fourreall indépendant, mais
le plns SOllvent adhérant à la terre. 83 partie
sllpérieure qui s'évase légerement et regllliére-
ment, est fermée par l'ope;·cule. Cet opereule est
toujours formé de toile et de ·terre, iI est tres va-
riable dans sa forme et sa consistan0e, iI est toujours
au moins du diametre du terrier et est attadlé paI'
une charniere SUl' l'un des côtés de son oritice,
presqlle toujours du côté le pIns éleve pO;lr qu'il
retombe et se referme par son propre poids, ce qni
est facilité par l'inclinaison du terrain choisi. La
face interne de 1'0percuIe es! poli aver. autant de
soin que les parvis du terrier et garnie d'lIne toile
semblable, tandis que sa face extérleure est grossiere
et raboteuse; dans le but de dissimuler sa demElUre
le constrllcteur imite. SUl' sa porte toutes les inéga-
lités dll terrain voisin; chez les especes qui travJil-
lent dans les €.Ddroits herbus, l'opercnle est rnêrne
surmonté de mousses et de petites plantes en pleine
végétation qui n'y viennent pas acc.dentellernent,
mais qui y son apportées sOllvent de tres loin».
Nossas observações sobre rastelliferas brasileiras
confirmam, em suas linhas geraes, a descripção supra.
Ha no Brasil 177 Theraphoisodéas disribllidas
por 61 generoso Simon, em 1892, calcu~ou em 487,
 - 15-

as especies de Theraphoisodéas do globo; juntando

a estas mais de novecentas especies descriptas de
então para ~â, podemos calcular em cerca de 1.400
o numero de especies conhecidas, o que dá para a
fauna brasileira cerca de 13 por cento do cómputo
universal.
Actualmente o numero de generos de 'l"hera-
phoisodeas e de 30g dos quaes 5:-:3 descriptos depois
da publicação da Bist. Nat. des Araignees de Simon
( 2. e edi tion ).
As seis familias brasileiras se separam facil·
mente pelos caracteres da chave abaixo.
CHAVE
A- Tarsos desprovidos de tufos subungueaes de pellos de
sustentação j os tarsos geralmente Plovidos de tres
unhas.
B - Labio immovel, soldado ao esterno.
C - Cheliceras armadas dt rastello. (Olhos dispos-
tos em duas fila3 occupando toda a largura <!a
fronte) -;- Aetinopodidce.
CC - Cheliceras desprovidas de rastello. (Olho~ agrn-
paJos em um tuberculo frontal conico) - Po:-
ratl'opididce •
BB - Labio moveI, separado do' esterno por uma sutura.
C- Cheliceras armadas de raste11o. (Fiandeirlls ge-
ralmente curtas ou mediocres) - Ctenizidce.
CC - Cheliceras desprovidas de raste11o. ( Fiandeiras
stmpre muito longas) - Dipluridce.
AA - Tarsos providos de densos tufos subungueaes de pel-
los de sustentação. Todos os tarsos com duas uuhas.
Labio sempre livre, separado do e~krno por uma su-
tura.
B- Cheliceras armadas de um rastello. (Fiandeiras
posteriores curtas, de segmento apical muito menor
que o intermedio. subglobuso j ás vezes só duas
fiandeiras ) - Baryehelidm.
BH - Cheliceras desprovidas de rastello. (Fiandeiras pos-
teriores mediocres, de segmento apical igual ao in-
termedio ou pouco menor, afilado) - Avieulariidre.
o
 II I
Actinopodida~ - Nov.
A ctinopodinae - Simon - Hist. N ato Ar. 2" éditíon,
1892. vol. I, p. 78, e vol. II, p. 877, 1903.
Pach1JZoscelinae - Simon - Ann. Soe. Ent. Franee,
1889, p. 174.

As Actinopodidae são aranhas de medio p0rte,

de teguluentos subglabros, terricolas.
O cephalothorax é. pouco mais longo que largo.
muito elevado adiante, na região cephalica, que se
não estreita no clypeo. A região thoracica é baixa,
plana, estreitada para traz, e com uma profunda
fosseta muito procurva.
Os olhos occupam toda largul'a da fronte e
estão dispostos em duas filas, a anterior direita e a
posterior mais ou menos recurva.
As cheliceras são ar
1\\ adas de um poderoso
rastello, âs vezes sustentado por uma apophyse api-
cal interna, Jbtm;a.
O labio é soldado ao esterno, mais longo que
largo, com poucos espinulos apicaes. As ancas dos
palpos são curtas e largas, quasi quadradas, de an-
guIo supero-interno sempre saliente. Esterno allon-
gado, tendo de cada lado tres sulcos.
Pernas da femea curtas e robustas, havendo na
face inferior dos tarsos espinhos seriados; a tibia e
a patella do terceiro par de pernas têm o dorso
armado de fortes espinhos dispostos em raslello;
os tarsos nunca têm escópula. O macho tem as
pernas relatí vamente longas e, delgadas, havendo
sob os tarsos ralas escópulas. Os palpos do macho
são muito longos, :le tíbia allongada e fusiforme e
tarso pequeno, quasi arredondado, excavado em cupula
 17 -

para ir.serção do 'h Jlbo. São todos terricolas, Dos

'quatro generos de que é formada esta sub-fa milia :
Actznopus - P erty, 1833; Missulena, \Valckenaer,
'1805, Neocteniza Pocock, 1895 e Stasi1íwp1i~ Simon,
18gB só o primeiro é representado no Brasil, por
111 ~species.
Gen. ACTINOPUS - Perty - J 8H:~
'rypo. A. tar'salis - Perty
Actino.pus - Perty - DeI. Anu. 18il3, p, 198.
Pachyloscelis - 1 ucas - Ann. Soe. Ent. ~'rane8, 1834,
p. 361.
'O'ratoscelis - Lucas - Anu. Soe. Ent. France, 1834,
p. 362.
:8plwdros- vValckeuaer-Jus. Apt. 1837, Vol. I, p.
Actinupns - C. Koch - Die Aral'hinJen, 1842, Vol.
X, p.l05.
Pac:hyloscezis _. Aus~('rer - Verh. z. b. Ges. \Vien,
Volo XX , 1871, p. 138.
Actinopus - Ausserer - Verh. z. b. Ges. vVie , Vol.
XXI, 1871, n. 138.
AU8sereria-Holmberg-Aull. Soe. Argent. 1881, p. 170.
Pachyloscelis - E. Simon - AlIu. Soe. Ellt. ~'ran.e,
1889, p. 174.
Pachyloscelis - Keyserling - Sp. Amer. Brasil Sp. 1891
p. 3.
Actinopus - E. Simon - Hist. Nat. Ar. (2. a ed.), 1893, p. 80.
Actinop11s - 1<'. cambridge - rroe. Zool. Soe. London,
1896 p. 730.
'Cephalothorax curto, de região cephalica muito
:acclive, não attenuada adiante; região thoracica baixa,
!truncada atraz.
Olhos anteriores em fila subrecta (A. tarsalis ),
'Üu procllrva (A. palYtnensis), os medios iguaeR nos
lateraes (A. (l'actus), um pouco menores (A. tar-
:satis) ou um pouco maiores (A. paranemis), ap-
proxirr.ados um do outro e bem afastados dos late-
'faes, que são levemente proeminentes. Fila de olhos
,posteriores um pouco mais estreita que a anterior,
:tendo, de cada lado, dois olhos subcontiguos; os
'olhos rn'c'dios muito menc,res que os latel'aes.
Cbeliceras pouco mais curtas que a regiãO cephar-
flica, de anglllo apic::!l interno muito saliente, armadas
-de um fOl'te rastello de dentes pequenos; garra 1'0-
.busta, com um tllberculo basal mais ou menos nitido.
 - J8-

Labio muito mais longo que largo, soldado ao

esterno, estreitado par::l o apice, que é obtuso, ar-
mado, nas femeas, de pequenas cuspides e inerme
nos machos.
Ancas dos palpos sunquadradas J de angulo api-
cal interno saliente e de borda interna com uma
densa escópula; nas' femeas a area basal interna é,
como a zc,na apical do labio, armada de numerosas
cuspides pequeninas;· !lOS machos os· rnaxillares são
inermes.
Estemo mais longo que largo, muito estreitado
adiante, formando uma como gottelra atraz do labio,
apresentando mais para traz trei'! depressões aUon-
g::ldas e convergentes.
Nas femeas as pernas são curtas e robllstas ( IV,
III, I, II ). de t::lrS08 e metatarsos armados de nu-
meroso:':> espinhos; femures do terceiro par mais es-
pessos que os posteriores. Tibias do segundo par
levemente convexas, armadas de numerosos espinhos.
PateUas e tibias do terceiro par com um grande
numero de espinhos CUl'tos e robustos, dispostos em
sL\ries transversas e formando rastellos apicaes. Pa-
teUa do terceiro par mais longa que a tibia.
Nos machos as pernas (IV, I, Ir III, ou IV, I,
III, II), são muito mais longds, de tarsos muito leve-
mente escopulados. Tibias do terceiro par iguaes
ou mais longas que as patellas. Metatarsos armados
de numerosos espinhos; tibias muticas. PateUas do
terceiro par com filas longitudinaes de curtos espi-
nhos na face dorsal e com um rasteUo. Palpos
muito longos. i

Arel\ geogr. : America tropical.

O genero Actinopus é representado no Brasil
por 1 t especies.
1 -ACTINOPUS CRASSIPES (Keyserling)
Pachiloscelis crassipes - Keyserlig - Spillllen Ameri-
kas, Sp. 1891, p. 3, pr. 1, f. 1.
Actinopus cl·assipe.~ - F. Cambridge - Proc. Zoo!. Soe.
London, 1896, p. 732.
A~tinopus c1'assipes - Simon - Boll. Museu Torino,
1897, Vol. XH, n. 270, p. 2.
 - 19-

ç 19,6 mm. sem as cheliceras; com as che-

liceras 24 mm.
Cephalothor~x e cheliceras côr de mogno eSI~u-
1'0, sendo a parte media da região thoracica leve-
mente mais clar3 e ha, em alguns exemplares, na
face superior das cheliceras, estreita linha longitudi-
nal um pouco mais clara. O labio, a gotteira
esternal, os ma-x:illares, os trochantéres e femures
das pernas são de um mogno mais claro. Os outros
segment08 das pernas e os palpos são pardos ou
pardo avern,elhados. O abdomen tem o dorso pardo
eSC'Jro e o ventre mais claro.
Cephalothorax com algumas cerdas esparsas,
erectas, um pouco mais numerosas adiante da fila
de olhos anteriores.
Cheliceras com uma fila longitudinal de cerdas
erectas, vermell:o-escuras, mais abundantes junto ao
apice.
Olhos anteriores em fila mui levemente pro-
curva, os médios um pouco menores, separados entre
si pouco mais de um dia metro e dibtantes dos 1a-
teraes ('erca de 4. dia metros. Olhos posteriores em
fila bem recurva, os medios muito menores, sepa-
rados dos lateraes mais de um lliamet.ro destes
ultimos, e a igual distancia dos medios e lateraes
anteriores.
H.astello das cheliceras negro, com 4 dentes
rombos. Garra espessa, quasi neJra, com um pe-
quenino tuberculo sub-basal. Margem inferior do
sulco ungueal com 4 fortes dentes negros, sub-
iguaes; margem superior com tre!>.
Ancas dos palpos de angulo interno bem pro-
nunciado, tendo na borda interna uma franja de
longos pellos vermelhos incurvos; face inferior com
cuspIdas muito numerosas, dispostas quasi regular-
mente em series. Labio com alguns pelIos verme-
lho-cervinos, tendo no apice onze a treze cuspulas.
Face inferior dos tarsos e rnetatarsos de todas
as pernas muito espinhosa, os espinhos mais robus-
tos nas pernas anteriores. Tíbia dos dois pares
anteriores com espinhos numerosos; as dos dois
 - 20-

ultimos pares rnutic~s. Patellas anteriol'es com tres

espinhos apicaes ex~er(]os; patellas do segundo par
com duas cerdas espiniformes; as dos dois ultimos
pares de face infel'lOr mutica. A face superior dos
segmentos dos dois pares anteriores de pernas é
mutica; no terceiro par as patellas e tibias tê,c um
grande numel'O de espi nhos CUl'tos e robustos, for-
mando um rastello apical, havendo nas tibias um
espinho basal; nos metatarsos ha duas filas longi-
tudinaes de espinhos semelhantes. Unhas superiores
com um forte dente basal.
Palpos com espinhos numerosos na face inf~­
rior dos tarsos e dos dois lados das tíbias; patellas
com tres lúngos -espinhos na metade basal e tres
menores na metade apical, todos na face interna, e
um apical na face externa.
O typo foi descl'ipto sobre exemplares de Ta-
quara do Mundo Novo - Rio Grande do Sul, onde
foram colhidos por Hermann von Iherir.g. Simon
examinou exemplares de Asuncion - Paraguay. A
pí'esente redescl'ipçã0 é feita bobr<l um exemplar do
Museu Paulista (n. 70), apanllado emYpiranga---'-
S. Paulo.

:2 - ACTHilOPUS DUBIOMACULATUS, sp. n.

r:1 - 8,5 mm., com as cheliceras.

Cephalothorax e chelicerascastanho-escuros,
sendo a regiã.o cephalica um pouco mais escura;
abdomen negro-azulado, com uns reflexos flavos;
esterno, labio e maxillares . bruneos, as coxas das
pernas posteriores e a lOna media dos metatarsos
dos dois primeiros pares pardo-amarelIadoil; tarsos
e metatarsos posteriores fIavos; ventre bruneo-negro;
as ·1 fianrleiras e o tuberculo anal pardos, bem como
a area epigastrica, entre os saccos pulmonares an-
teriores. .
Cephalothol'ax glabro. Cheliceras com uma
linha longitudinal de pellos curtos e com pellos seti-
formes aplCaes; garra· das cheliceras avermelhada.
Abdomen pouco pilloso.
 - 2\-

Olhos anteriores em fila levemente procurva, os

mp-dios menores que os lateraes, separados entre si
um diametro e meno<; de tres dos lateraes. Olhos poste-
riores em fila mais levemente recurva, os medios duas
vezes menores que os lateraes é contiguos a estes.
Labio e ancas dos palpos inermes, estas com
uma fimbria de pellos pardos.
Tarsos dos dois ultimos pares de pernas com
uma densa escópula e quasi inermes, sendo os do
ultimo par armados de um espinho inferior subme-
diano. 'Todos os metatarsos e tibias, e bem assim
os tarsos anteriores, muito espinhosos. P.ateIlas e
tíbias do terceiro par com um rastclJo apical de
curtos espinhos; patpllas posteriores com alguns
espinhos gra II uliformes; as tibias posteriores de
dorso m utico.
Palpos muito semelhantes aos de Acti110PUS
tarsalis Perty.
Typo - No Museu Paulista. em cuja collecção
tem o n. 140. Colligido em Franca (E. de São
Paulo) pelo Sr. E. Garbe.

3- ACTINOPUS FRACTUS - - sp. n.

d - 14 mm. Hefi as cheliceras.
Cephalothorax e cheliceras negro-brilhantes. Ab-
dompn negro- fusco, opaco, pubescente. Pernas, pal-
pos, esterno, labio e maxilares fulvo-nf'gl'Os_ O
ventre apresenta na base, entre os saccos pulmonaes
anteriores, uma bella mancha fulvo-amarellada-clara.
Olhos ar,terioresgrandes, iguaes, em fila mui
levemente procurva, os médios separados entre si
menos de u fi diamelro e um pouco mais de tres
dia metros dos lateraes. Olhos· posteriores em fila
recurva, os medios muito menores (menos de um
terço dos lateraes), situados na base dos lateraes, a·
que são quasi contiguos.
Cephalothorax glabro.
Cheli~eras de dorso glabro mas com uma fila
transversal de longas cerdas, ao nivel dos dois ter-
ços externos do apice, sendo a zona do rastello pil-
 - 22-

losa. Labio e ancas dos palpos inermes, estes com

uma fimbria de pellos avermelhados.
TarRos dos dois ultimos pares de pernas com
densas eRc6pulas de pellos fiavos e com espinhos
curtos apenas na borda 2nterior. Metatarsos e ti-
bias de todas as pernas muito espinhosos. PateUas
dos dois primeiros pares muticas; patellas do ter-
ceiro par com um tufo de espinhos na face anterior
e 1'6rte rastello apical uniseriado; as tibias desse
mesmo par com forte ra8te110 apical, alguns espi-
nhos sub-apicaes e um pequeno espinho apical dor-
sal. Patellas posteriores com uma area longitudinal
de curtos espinhos, e sem fila apical tr.ansversa, for-
mando rastello; dorso das tibias posteriores mutico.
Palpo menos longo e mais espesso que nas
outras especies; patella curva, cylindrica; tibia
fusiforme, mais dilatada n(i) terço basal, levemente
attenuada para o apice; tarso muito cerdoso; forma
e inserção do bulbo como nas outras especies.
Hab. Franca, E. de S. Paulo. Coll. E. Garbe.
Typo. tT m macho, com rupturas no cephalo-
thorax e nas cheliceras; da collecçãodo Museu
Paulista.
4 - ACTINOPUS LUTEIPES (Keys.)
Pachyloscelis luteipes - Keyserling - Spinnell, Am. -
Brasil. Spinnell, 1891, p. 5.
Actinopus luteipes - ]'. Cambridge - Proe. Zool. Soe.
London, 1896, p. i30.
6 - 9,2 mm. com as chéliceras.
Cephalothorax e cheliceras vermelhos e o abdo-
men cinzen to amarellado. .
Cheliceras com uma fila longitudinal de fortes
cerdas na face anterior. e no apice, junto á inser-
são da garra, eom o rastello de espinhos curtos.
. Olhos anteriores, em fila procurva, os médios
mais de duas vezes menores que os lateraes, sepa-
rados entre si pouco mais de um dia metro e dis-
tantes dos lateraes tres diametros.Olhos posteriores
em fila recurva, os medios do mesmo tamanho que
os medios anteriores, e separados dos latbraes me-
nos de um dia metro.
 - 23-

Labio, ancas dos palpos e esterno corno em

Actinopus crassipes Keys.
Pernas curtas; os femures, patellas e tibias
dos dois pares posteriores de pernas mais espessos
que os das pernas antedores. Todos os femures e
patellas dos dois pares anteriores mltticos; patellas
dos dois ultimos pare'l com um forte rastello apical
de espinhos curtos. Tibias anteriores com alg'uns
espinhos na face inferior; tibias do segundo par
com espinhos curtos, numerosos, na face externa;
tibias do terceiro par com espinhos numerosos na
face externa e no apice.
Metatarsos e tarsos dos dois primeiros páres com
espinhos curtos, nu llIerosos, na face inferior; me-
tatarsos do terceiro par com um espinho; tarsos
dos dois ultimos pares corr. pspinhos numerosos,
mais curtos que os dos tarsos anteriores.
Bab. Rio de Janeiro.
Esta especie me é desconhecida em natureza.
A presente redescripção é resumida da descripção ori-
ginal de Keyserling (loc. cito pa.qs. 6 e fi). Cam-
bridge, aliás, considera esta especie como a forma
joven de Actinopus crassipes.
5 - ACTINOPUS NATTERERI (Auss. )
Actinopus naUereri - Doleschall - in Manuscr.
Pachylo,ocelis nattereri - Ausserer - Verh. Zool. Bot.
Gesels. Wien - 1871 - V. 21, p. 139.
Actinopus naUereri - F. Cambridgô - Proc. Zool.
Soe. London - 1896, p. 830.

~ -12 mm.
Cepht'llothorax~ cheliceras, labio, ancas dos pal-
pos, esterno e pernas ~verrnelhados; abdomen fusco.
Cephalothorax glabro.
Olhos anteriores em fila procurva, os medios
cerca de duas vezes menoresqlle os lateraes. Os
olhos medios anteriores separados entre si cerca de
diametro e meio, e distantes dos lateraes cerca de
tres dia metros. Olhos lateraes posteriores a cerca
de um ::liametro dos lateraes anteriores.
Cheliceras muito convexas.
 - 24-

Esta especie me é desconhecida em nat~lreza ..

sendo a presente descripç1iO transcripta de Ausserer.
Ilab. Rio Negro (Estado do Amawnas),
(j - ACTINOPUS PARANENSIS- sp. n ..

d' - 12,2 mm. sem as cheliceras.

Cephalothorax e chdiceras negro-fulvos; face,
superior das coxas das pernas e trochanteres e femu-
res das pernas e palpos e patellas dos palpos pouco.
mais claros; os Gutros segmer.tos pardo-fuscos. Ancas.
dos palpos, labio, esterno e coxas das pernas (: face
esternal) pardo-fuscos; tibias dos palpos pardo-tes-
taceas, escuras na oase; tarsos escuros. Abdomen.
pardo-acinzentado. Gana das cheliceras fulvo-escura.
Cephalothorax glabro.
Olhos anteriores em fila nitidamente procurva.
os OlllúS medios levemen te maiores, separados entre·
si cerca de meio dia metro e· cerca de tres diametros
dos lateraes. Olhos posteriores em fila recurva, um.
pouco filais estreita que a anterior, os medios muito
menores e contiguos aos lateraes.
C1eliceras pouco pillosas, de pellos um pouco.
mais abundantes adiant '. Rastello de dentes muito
pequenos e a proxi mados. Garra das chelicer:ls com.
mIl pequenino tuberculo basal. Margem inferior do
sulco unglleal com cinco dentes, occultos ror uma
franja de pellos pardos.
Ancas dos palpos muticas, com uma hnga fim-
bria de pello'] pardos, incurvos. Labio rn utico.
Pernas dos dois primeiros pares com as tíbias
e patellas rnuticas, metatarsos e tarsos armados late-
ralmente de numerosos espinhús. Pernas do terceiro
par com as patellas providas, na face dOl1sal, de al-
gumas filas longitudinaes de espinhos curtos, do
lado anterior, e, no apice, con uma fila tl1ansversal,
formando um rastello; as tibias com LIma fila apical~
formando um raste1l0 dorsal. Pernai<> posteriores de
tibia-s muticas e patellas providas de uma area cus-
pulosa longitudinal anterior. Unhas superiores dos
tarsos com um fórte dente basal;. unha inferior-
quasi obsoleta.
 - 25-

Abdam",n apresentando no dorso uma longa

faixa curtas cerdas espiniform~s; o resto villoso.
Palpos muito allongados, de femures le'vernente
Íncunos e delicados; patella delgada na base, dila-
tando-se para o apice, cerca de tres vezes mais lon-
ga que larga; libla cerca de duas vezes mais longa
que a pdtella, fusiforme, de base parda e com um
e3treito annél avermelhado apical; tarso subglobu-
loso, bifido e excavado no apice, para inserção do
bulbo. Hab: Paraná. Typo: em nlÍllha collecção.
Col!o - Hermes Lima.
7- ACTINOl'US PICEUS (Auss)
Pachy.'oscel,s piceus - Ausserer -- Verbo zool. boto Ge-
sells. Wl~ll - 1871-21-p. 139--pr. -I--f. 7.
ActillOPUS piceus - F. Cambridge - Proc. zool. Soc.
Londun - 1896 -- p. 730.

~ - 8, 7 mm. Thorax e chelireras fusco-ne-

gros; pernas, palpos, labio e maxillares e esterno
bruneas; abdamen bruneo-negro.
Cepbalotbol'ax glabro, a região cephalica mui-'
t() lisa e brilhante; a região thoracica baça, rugosa.
Olhos anteriores muito grandes, em tila pouco
procurva, os medios em uma pequena elevação, flou-
co menoros que os lateraes. separados entre si cer-
ca de um diametro, e distantes tres diam,;tros dos
/ lateraes. Olhos postel'iores eu fila re~urva, os me-
dios milito menóres e contil!llos aos latereraes, que
são bem menores que os lateraes anteriores, e se-
parados destes cerca de dois dia metros.
Cheliceras lisas, de pêllos pouco abundantes. Ras-
te110 de dentes pequenos, pouco numerosos, em uma
apophyse forte, e com longas cordas. l\1argem in-
ferior do sulco ungueal com dentes.
Labio, ancas dos palpos e esterno como em
Actinopus crassipes Jí.eys.
Pernas \ (4, ;-1, 1, 2) espessas. Face inferior de
todos os tarsos e metatal'sos muito espinho~a, sen-
do os das pernas anteriores mais robustos. Tibias'
dos dois primeiros pares de pernas muito espinhosas,
,e as posteriores muticas. Patellas dos dois pares
 - 26-
anteriores com algumas cerdas espiniformes; as dos
pares posteriores com rastello apical de espinhos
curtos. Metatarsos do terceiro par de pernas com
duas filas longitadinaes de espichos curtos, na face
dorsal.
O typo, descripto por Ausserer, tinha aper.as
a indicação - Brasil. A presente redescripção é
feita t.obre um exemplar de Campina-Grande, Para-
hyba do Norte.
8 - ACTINOPUS PRINCEPS Chamberlin
Aetinopus prineeps. Chamberlin - BnU. Mns. Comp.
ZooI. Harward Co11. 1917 - VoI. 61, p.

~ -16 mm.
Cephalothorax: castanho-e!lcuro ou u'm pouco
chocolate avermelbado. Cheliceras quasi negras, com
orlas de cerdas vermelhas. Pernas castanho-escuras.
Esterno e ancas das pernas castanhos, mais claros.
Labio e ancas dos palpos mais escuros que o ester-
no. Abdomen bruneo, de ventre um pouco mais claro.
Fovea thoracica profunda, fortemente procurv&;
região th(\racica com urna impressão punctiforme,
logo adiante da borda posterior.
Olhos medios anterioreFl t.eparados entre si me-
nos de um dia metro e quasi dois' diametros dos
lateraes. Olhos lateraes anteriores duas vezes maio-
res qlle os medios anteriorns, e estes um pouco me-
nores que os lateraes posteriores.
E!:Iterno mais largo atraz e estreitado para di-
ante, a sigilla anterior mM a muito profunda e ni-
tidamente deprimida; sigillas pares allongadas.
Labio longo, convexo, de borda anterior con-
vexa, semicircular; o apice com cuspides numero-
sas, em filas transversaes.
Palpos com varios espinhos curvos e irregula-
res dos lados, dirigidos para baixo, dispostos em
mais de duas séries nas tibias, patellas e tarsos;
femures com fortes cerdas mas sem verdadeiros es-
'pinhos. .
Unhas dos tarsos com dois dentes muito pe-
quenos, proximos.
 - ~7-

Todos os metatarsos e tarsos com uma fila de

fortes espinhos de cada lado; patellas dos dois pri-
meiros pares de pernas muticas; as dos dois pares
posteriores com espinhos numerosos, curtos, fortes,
em duas filas transversaes.
Hab. - Rio de Janeiro.
Esta especie me é desconhecida em natureza.
9- ACTINúPU8 RUFIPES (Lucas)
Pachyloscelis rufipes - Lucas - Ann. Soe. entorn.-
France - 1834 - p. 361. .
Cra~oscelis 1ufipes - Lucas - Anu. Soe. eutom.-
France - 1834 - p. 362 - per. 7 - f. D 2.
Actinopns I'ufipe.~ - Lucas - Anu. Soe. entorno - Fran-
ce - 1837 - p. 376.
SphQd,'os lucasi - Walckenal'r -- Ins. apto 1837 - VoI.
1- p. 251; V<lI. II, p. 437.
Actinopus rufipes - Lucas - Expéd. Castelnau - 1857
-p.15.
Actinopus j·ufipe.~ - F. Cambridge - Proc. ZooI. Soe.
London - 1896 - p. 730.

~ -2t mm.
Toda aranha bruneo-escurll, de colorido unifor-
me, o cephalothorax revestido de pêllos fuI vos; ester-
no de tons avermelhados.
Olhos anteriores em fila levemente procurva, os
medios ~eparados entre si um diametro e â cerca
de tres dos lateraes .
. Rastello das cheliceras formado por 5 fileiras
de pequenos espinhos negros.
Ancas dos palpos e labio muticos.
Patellas anteriores muti~as, as do terceiro par
com um rastello apical e algumas filas anteriores
de curtos espinhos; patellas posteriores com 2 filas
apicaes de curtos espinhos. Ti}:lias do terceiro par
com 11m rastello apical e tibias posteriores muticas.
Hab. - Minas Geraes.
10 - ACTINOPUS TARSALIS, Perty
1. Actinopus tarsalis - Pe1ty - Delectus Anirnalium
- ColI. Spix et Martius - 1833 - p. 197, pr.
XXXIX. f.6.
 - 28-
4. Actiwpns tm',çalis - C. Koch. Di" Arachnidell-
1842, vol. IX, p. 101, pr. CCCXXIII, f. 753.
5. Actmopus tarllatis - Amsprt'r - Velh. Zoo.! bot
Gt's in Wien - 1871 - Vol. 21 - p. 141.
2. PachylOo'celi.~ tarsali,ç - Lucas - l\111gazin de Zoo-
logie - 1836 -- Cl. VII, pr. 1.
3. Sphodros tal'satis - Walckenaer - lus. Apt. 1842
- VoI. 2 - p. 437.
6. Actinop1M tar.-alis - F. Cambridge - Proc. ZooI.
Soe. London - 1896 - p. 730.

Sendo esta especie, o typo do genero. aqui

transcrevemos a descri pção origillal de Perty:
« Totus n(qr'o fttscus, glabel', t'IX nitidulus, occufi
fiavicantes, pellucidl~. Palpi fuscv-nigri, w,ticulo
ultimo brunneo, Pedes O'Innes fW.CO-1Úgj'i, laJ'sis
rufis, subtus castaneus, nz'tidulus.»
Ô. - H,o mm.
Cephalothorax, cheliceras e dorso do abdomen
negro-fuscos; o ceplwlothorax glabro e o abdomen
um pouco pillow. Pernas e palpos fulvo-escuros,
cõr de mogno, bem corno o esterno, o labio e os
maxillares.
Olho~ anteriores em fila levemente procurva, os
medios separados entre si um diametro e pouco mais
de tres diametros dos lateraes. Olhos posteriores
em linha levemente recurva, os medios menores
(cerca de 3;5 dos lateraes), separados dos lateraes
menos de um diametro.
Rastello das éheliceras formado de pequenos
dentes granuliformes.
Ancas dos palpos com uma fimbria de pêllos
flavescentes, muticas, labio m utico.
PateUas anteriores mutieas; as do segundo par
com um espir,ho illferior apical; as do terceiro par
com duas filas longitudinaes de curtos espinhos e
uma fila pouco abundante, apical, formando o r3S-
tello; as posteriores com as filas longit.udinaes mas
sem rastello apical. Todas 3S tibias, metatarsos e
tarsos armados, em baixo, de espinhos fortes, ere:'"
etos, numerosos; no apice das tibia5 do terceiro
par ha, no dorso, um rastello de curtos espinhos
dispostos em duas filas transversaes obliquas.
 - 29-

Palpos longos, Je patellas ela viformes; tibias

cerca de duas vezes maiores que as p3tellas, fusi-
formes; tarso sub globuloso, bifido,bulbo !!lUito vo·
lllmoso, de estylete espiralado, e tendo sob o esty-
lete urna pequena 3pophyse.
Hab. - O typo foi descripto do Piauhy. Na
collecção do Museu Paulista ha um exemplar, sob
n. 165, colhido em S. Paulo sobre o qual é calcada
a presente rede~cripção.
11 - ACTINOPUS \VALLACEI F. Cambr.
Actin'Jp IS Icallacei - F. Cambr. - Proc. Zool. Soe.
London - 1896 - p. 728 - pr. 35, f. 18.
'J! -25 mm. com as cheliceras.
Cephalothorax bruneo-testaceo claro, a regiãO
cephalica mais escura; b3se e centro da regiãO
thoracica testaceo-pallido. Base das cheliceras muito
escura, l'evestida, no dorso e no apice, de longas
cerdas roseas.
Abdomen amarello-ocre-pal'do, quasi nu, apre-
sentando apenas finas cerdas esparsas. Estel'no tes-
tacio-pallido; labio, coxao; das pernas e maxíll<lres,
e face superior dos outros segm<:Jntos dai; pernas
mais escuros; face inferior dos segmentos da~ per-
nas testaceo-pallidos.
Hegião thoracica bilobada atraz, com uma im-
pressão de cada lacto, para os angulos basaes.
Olbos anteriores em fila levemente procurva,
os medios muito pequenos, afastados entre si cerca
de dois dia metros e tres vezes mais distantes dos
lateraes. Olhos Illedios po:.teriores reniforrnes, de
grande eixo nitidameute maiol' que o diametro dos
lateraes posteriol'es.
Rastello das cheliceras formado por numerosos
espinulos; o sulco unglleal armado de quatro fortes
dentes na margem externa, seis na interna e com
cuspides intermediarias entre as dlla& ordens.
Esterno com cinco pares de sigillas claramente
assignaladas: o pl'imeiro par na base do labio, de
cada lado; o segundo pai' na bas':) do labio, coale-
scentf~s, formando um sulco longitudinal prufundo;
 - DO-

os tres ultimos pares longitudinaes, o central coale-

scente, forwando uma depressãu central profunda.
Labio armado de algumas cuspulas granuliformes;
ancas dos palpos com cuspulas muito numerosas.
Palpos com a patella armada de dois pequenos
espinhos apicaes externos e com 5 ou 6 longos es
pinhos na face interna; tibia e tarso arrnaios de
ámbos os lados com espinhos irregulares, nume-
rosos.
Tarsos e metatarsos dos dois primeiros pares
de pernas com espinhos numerosos em sua face
posterior; os do terce!ro par de pernas com pe-
quenos espinhos numerosos, dos doiS' lados, bem como
os tarsos posteriores; os metatarsos posteriores com
um ou dois espinhos apicaes. Tibias do primeiro·
par com alguns espinhos na face posterior, e um
011 dois na face anterior; as do segundo par com
espinhos posteriores numerosos e de face an tericr
mutica; as do terceiro par com espinhos nnme-
rosos dos dois lados e no apice, formando um ras- .
teIlo. Patellas dos dois primeiros pares muticas;
as do terceiro par com espinhos numerosos, for-
mandl) um rastello apical; as posteriores com es-
pinhos ext.ernos numerosos e cinco ou seis apicaes
internos. Pernas 4, 3, 2-l.
Hab. Santarém - Pará.

***
As onze especies de Actinopus ácima des~riptas
podem ser separadas pela seguinte chave:
A - Patellas anteriores muticas :
B - Labio cuspuloso :
C - Patellas do segundo par com um espinho apical
iuteruo; olhos medios posteriores reniformes, de
maior diametro maior que o dos olhos lateraes
posteriores - wallacei.
CC - Patellas do segundo par muticas; olhus medios
posteriores eÍl culares, muito menóres que cs
lateraes :
D - Abdomen fusco - nattereri :
DD - Abdomen pardo:
 - 31 -

E- Cheliceras avermelhadas; abdomen cla-

ro - luteipes.

EE - Cheliceras quasi negras; abdomen es-

curo - princeps.

BB - Labio mutico:

c- Olhos me.dios anteriores iguaes ou um pouco

maiores que os lateraes anteriores:

D - Abdomen fusco-negro, opaco, pubescente

- jractus.

DD - Abdomell pardo acinzentado - pamnensis.

cc - Olhos medi os anteriores bem menores que os

Iateraes :

D - Cephalothorax: revestido de pellos fuI vos ;

abdomen pardo-escuro - rufipes.

DD - Cephalothorax glabro; abdomen fusco-

negro:

E - Tarsos do ultimo par de pernas com

um espinho inferior, submediano-
dubiomaculafus.

EE - Tarsos do ultimo par de pernas de

face inferior mutica - tm·sali8.

AA - Patellas anteriores espinhosas:

B - Olhos medi os anteriores quasi iguaes aos lateraes,
postos em uma pequena elevação - piceus.

BB - Olhos medi os antedores bem menores que os late-

raes, e não elevados - crasgipes.
 IV
l'aralrOI)ididm - Fam. nova
As Pat'atJ'opididcc, s1I6, como as da familia
precedente, aranhas de médio porte. O cephalo-
thorax é pouco mais longo que largo, não tão ele-
vado adiante, quanto nas Act,:nopodidce.
. Os olhos são muito proximos, reunidos em
uma pequena elevação frontal proeminente, e con-
vexa. As cheliceras são desprovidas de rastello
apical.
O labio é, como na familia precedente, soldado
ao esterno. quadrado, de at'ea apical armada ou não
de numero~as cllspulas; as coxas dos palpos (ma-
xillares) ora são semelhantes ás das Actinopodidce
( Pycnothelince) ora slIo providas de uma longa
apophyse-angular. dirigida para diante. O esterno
é mais largo que longo, e sem impressões.
Tarsos desfirovidos de fasciculos subungueaes,
mas a terceira unha é, ás VAzes, obsoleta.
Quatro fiandeiras, sendo as superiores ás Vézes
allongadas. lembrando as das A viculariid1:B, ol'tras
vezes curtas, de segmento terminal subglobuloso; ou
apenas duas.
Uividem-se as Paratropididce em duas sub-fa-
mílias :
A - Fiandeiras plisteriores allongadas, de se-
gmento apical sempre longo e tere te, mais longo
que o basal; terceira unha presente nos tarsos dos
dois pl'imeiros pares; maxillares sempre providos
de longa llpophyse angular - PARATROPIDINAi:.
A A - Fiandeiras posteriores curtas, de se-
gmento apical globuloso, muito curto; terceira unha
 - 33-

ausente ~rn tocIos os tarsos; maxillares, ~IS vezes

desprovidos de apophyse saliente - PYCNOT~ELIN"E.

PARATROPIDINA,; - Simon - j 893

As Paratropidinre têm o labio armado de lJll-
merosas cuspulas. As coxas dos palpos de angulo
muito salier.te; os tarsos dos dois primeiros pares
de pernas providos de uma pequena unha entl'e as
unhas supel'iores, que são longas e delgadas. Fian-
deil'as posteriores de tres segmentos, os dois basaes
iguaes, o apical mais delgado e mais longo. Tem
dois generos: Paratropis, Simon - 1889, e L:hli-
saspoides, F. Cambridge - 1896, que se distinguem
pelos caractéres seguintes:
* - Quatl'o fiand€iras; cephalothorax convexo
- Paratropis.
:;: * - Duas fiandeil'as: ce~halothorax baixo-
Anisaspoides.

PARATROPIS - Simon - 1889

'rYPO: P. scntpea - Sim ou

ParatroJlis - Sim(l!l - Auu. Soe. entom. }'r. - 188\)

- p. 214.
Paratropis - F. Cambridge - I'roc. Zool. Soe. Loudo!l
-1896 -723.
Paratrúpis - Simou- 1892 - Hist. ~at. Ar. - Volo
I -l,ag. 78.

Cephalothorax d~ regiãO cephalica moderada-

mente convexa; a fovea thoracica profunda, pro-
curva, muito proxima da borda posterior. .
Olhos proximof'l, elevados em um tubercuJo
commum (rima ocular); os anterioreg em linha
quasi recta, pouco separados e equidistantes, os me-
dios maiores que os lateraes. Olhos posteriores em
linha recurva, os medios menores.
Labio quadrado, de apice cortado em linha di-
reita e com filas transversaes de numerosas gran\l::-
lacões.
 Pernas allongaJas (4, 1,2,3), as anteriúres:
um pouco mais robust~"I. 'farsos anteriores aJ'm3-
dos de espinhos e posteriores muticos; 3.8 unhas.
superiores longas e delicadas, com um dente junto
da base; nos tarsos ant~riores b~ uma pequenina.
unha inferior, ausente nos dos dois pares posterio-
res; no apice dos tar80S ha de quatro a seis cer~
das pajJillifol'luee.
Quatro tiandeiras; as inferiores pequenas e con--
tiguas; as superiores longas, com os dois pniimeiros.
segmentos sub-iguaes, o terceiro mais longo, e te-
rete.
Duas especies brasileiras.
PARATROPIS PAPILLIGERA F. Cambr ..
P. p. - J;'. Cambridge - Proe. ZooJ. Soe. London-
1896 - p. 723, pr. M, ff. 1, 6, Si 23, e pr. 35,.
f. 17.

c1 -:- 12, 75 mm.

Cephalothorax quasi circular, verrne!ho-bruneo.
e grauuloso. Regiao cephalica provida de tres li-
nhas longitudinaes de finas cerdas ruivas,. mais den-
sas junto á area ocular; região thoracica revestida,
de linhas convergentes de taes cerdas, a borda 01'-
lada de cerdas ruivas. Fovea thoracica profunda,.
procurva.
Abdomen bruneo.;escuro, com quatro filas lon-
gitudinaes dorsa8s de 8 a \) pequenos tubflrculos ..
cada qual com uma cerda bacilliforme ruiva, plu-
mosa; lados finamente tuberculados, com cerdas rlJi-
va~ esparsas. Ventre averloelhado-pallido, rugoso.
Fiandeiras fJosteriores amarello-pallidas, de dorso.
fusco, o segmento apicaI duas vezes maior que o.
basal.
Cheliceras vermelbo-bruneas, revestidas de ceI'·
das rui vas na face dorsal; lados cc,m urna série-
unica de cerdascurtas; sulco ungueal de bordas.
com uma franja de cerdas ruivas, sendo a da borda.
externa mais densa.
 - 35-

Esterno fulvo-pallido, mais largo que longo,

com uma como crista transversal pouco atraz da
base do labi0.
Ancas dos palpo~ fulvo-pallidas, franjadas de
cerdas ruivas, tendo no angulo interno numerosas
cuspides. Rima oculal' tubercllliforme. Fila de olhos
anteriores levemente procurva, os medias maiores
que os lateraes, e separados um terço de dia metro
Olhos médIOs posteriores menores que o::; latel'aes.
Labia quadrado, obliquo, com uma impressão
basal pouco nitida, a borda anterior com filas tran::;-
versaes de numerosas cuspides.
Ancas das pernas fuIvas; os outros seg-mentos
das pernas dos dois primeiros pares bruneas; nas
pernas dos dois ultimo& pares o femur, a patella e
tibia são bruneos, o metatarso e o tarso são fui vo-
pallidos. Femures lias dois primeiros pares com
alguns espInhos, mais numerosos nos fernures do
terceirv e qual to pares. Patella e tibia allteriores
dilatadas, a ullima com alguns pellos setiforrne'S
na face inferior. Todos os metatarsos e tarsos pro-
vidos dé nu merosas cerdas espiniformes, ha vendo
verdadeiros espinhos nos dois ultimas pares. Tarsos
sem escópulas, mas com cerdas esparsas n ame rosas.
Tarsos antedares (I e II) com tres unhas e pos-
teriores com duas.
Palpo bruneo-escuro; a patella genículada, a
tibia espessa, franjada do lad::> externo com cerdas
setiformes duras; tarso tres vezes menor que a tibia,
curto, globuloso, de bulho comprimido, piriforme,
com ° estylete curvo para baixo e para fóra, um
pouco maior que a tíbia.
~ l2 mm.
Cephalothoràx, abdomen e pernas quasl Intei-
ramente incrustados de pequeninos grãos cinzentos
esfar.inhados, occultando quasi inteiramente a côr
vermelho-brunea e a superficie granulosa do cepba-
lothorax.
Abdomen, esterno, labias e coxas dos palpos
iguaes aos do macho.
Olhos anteriores em fila ligeiramente recuna.
 - 36-

Pel'Oas mais curtas e mais grossas qu~ no macho;

os tarsos anteriores com uma dupla série de 6-7
pequenas cllspidea, de cada lado, na face inferior;
tarsos do segundo, terceiro e ultimo pares de pernas
sem espinhos, com cerdas espiniformes. Metatarso:s
anteriores com espinhos curtos, grossos, granulifor-
mes, na face inferior; os do segundo par com alguns
espinhos apicaes e oulros na face inferior; meta-
tarsos dos dois ultimos pares formados de numerosos
espinhos. Todas as tibias armadas de ll'lmerosos es-
pinhos bacilliformes na face inferior.
Sulco ungueal de bordas franjadas de cerdas
ruivas e o fundo do sulco ornado de ulna dupla
8érie Je dentes conicos; borda interna com 14 dentes
e borda ex terna com dez.
llab.: Santarém - Pará.
Esta especie me é desconhecida p,m natureza, sen-
do a preFlente descripção resumida de F. Cambridge.
2 - PARATROPIS S \.NGUlNEA, sp. n.
~. 14 mm
Cephalothorax, cheliceras. labio, maxillares, es-
terno, palpos e pernas amarelIos. O eephalothorax
apt'esenta uma orla de eerdas rubras e filas conver-
gente8 duplas de cerdas l'ubras; cheliceras com
cerdas ruhl'as dorsacs, mais abundantes junto á base
da garra. Abdomen allaranjado, com quatro filas
longitudinaes de seis a sete tuberculos negros, cada
qual com uma forte cerdtl erecta; ventre roseo na
area epigastrica, as fiandeiras superiores pardas, de
segmento apic:il infuscado,
Olhos antp,riores em fila procurva, os medios
quasi duas vezes maiores que os lateraes. Olhos
postel'iores em fila recurva, os medios muito menores.
Cheliceras com uma dupla franja de cerdas
rubras nas margens do sulco ungueal; a borda in-
terna é armada de numerosos dentes pequeninos e a
borda externa de 6, muito mais fort3s.
Labio quadrado, obliquo, com duas filas de pe-
quenas cuspides.
Esterno mais largo que longo, com uma crista
angulosa logo abaixo da base do labia.
 - 3i-

Primeiro par de pernas de femures e patellas

muticos, tibias com um pequeno espinho apical ex-
terno; metatarsos e tarsos com espinhos curtos ha-
cilliformes, numerosos, de cada lado, em filas 10n-
gitudinaes, na face inferior.
Segu ndo par de pernas como o pri mei 1'0, ha-
vendo no dorso das tibias algumas cerdas espini-
formes. Pernas do'!! dois ultimos pares de famures
armados nu dorso de 4-5-4 espinhos dorsaes, em tres
filas longitudinaes; patellas e tibias com alf,'umas
cerdas espiniformes; metatarsos e tarsos mlJito es-
pinhosos.
Hab. : Alto .Jnruá - Amazonas.
Typo: Em minha collecção. CoIl. por Alvaro
Leitão.
A outra especie Pm'atrúpis scruposa, Simon
1889, é de Pebas ( Perú ).
ANISASPOIDEil- F. Cambridge - 1896
Typo A. gigantea - F. Cambridge.
Anisaspoide.~ - !t'. Cambridge - Proc. Zoo!. Soe. Londoll
- 1896, pg. 726.
A nisaspoides - Simon - Hlst. N ato Araignées - 1903
VoI. 2.°, pg. 876.
Cephalothorax baixo, de fovea thoracica pro-
curva,protunda; e região cephalica convexa.
Olhos anteriores em linha direita, os medios
menores que os lateraes. Olhos posteriore~ em fila
recurva, os medios muito menores.
Labio quadrado, armado de linhas transversaes
de numerosas cuspulas. Ancas dos palpos de an~ulo
apical intel'l1o muito saliente; parte basal com cus_o
pulas numerosas.
Pernas como em Pm'atropis. Tarsos dos dois
primeiros pares com tr'es unhas e os dois ultimos
pares cúm duas.
Duas fiandeiras de tres segmentos, os dois ba-
saes subiguaes e o apical um pouco mais longo.
Deste genel'o só é conhecirla até agora a espe-
cie typo, que me é desconhecida em natlll'eZa, e da
qual vae o resumo da descripção origina!.
 - 38-

3- A~ISASPOIDES GIGANTEA - F. Cambridge

A .. g Fr. Cambridge - Proc. Zool. Soe. LOlldon, 1896,
p. 726, pr. 34, fis. 2 e 22.

~ 12 mm. 75.
Cephalothcrax um pouco mais longo que largo,
vermelho-bruneo, finamente granuloso e tão incrus-
tado de areia fina, de modo a obliterar quasi comple-
t3rnente todos os traços de finas cerdas ruivas, de
que ba tres linh3s convergentes na região cephalica,
linhas convergentes na região thoracica e uma orla
marginal em tornodD cephalothorax. Fovea tho-
racica pt'ofunda, procur7a.
Abdomen com qu:i.tro ordens de tubérculos,
cada tuberculo com uma cerda bacilllforme allonga-
da, no apice.
Rima ocular globulosa, tuberculiforme. Olhos
medios anteriores um pouco menores que os lateraes
e formando com estes uma linha recta. Olhos me-
dios posteriores muito pequenos, qnasi em contactü
com.os lateraes, q ue ~ão eliypsoides.
Esterno mais largo que longo.
Labio quadrado, a zona apical armada de nume-
rosas CIlSpU las.
Ancas d~s palpos de angulo apical interno pro-
longado e'll longa apophyse espiniforme, a face an-
terior armada de pequenas cuspulas,· mais estreita-
mente unidas junto ao angulo basal interno, e
orlad:1s com urna densa franja de cerdas ruivas.
Os tarsos e 1118' atarsos dos dois primeiros pares
de pernas são at'mados, na faM inferior, de duas
series de espinhos curtos, pares, obliquos; os dos
dois pares po~teriores apresentam na face inferior
duas sel'Íes de longos espinhos fortes; os tarsos dos
dois primeiros pares com Ires unhas. Tibias com
tuberculos g-landnlares.
Fiandeiras de segmentos basaes iguaes, e seg-
mento apical um quarto mais longo qu~ os basaes.
ChE'liceras semelhantes ás de ParatfY.pis papil-
ligei'a Cambr, mas ha na borda interna do sulco
llngueal 11 dentes pequenos e na borda extern3 7,
 - 39-

rmaiores. (Disposição semelhante á armadura das

·cheliceras de Pamtropis sanguinea, MBlLLO LEITÃO ).
,Rab.: Breves (Estado do Pará).

***
}'>YCNOTHBlLINAE - Chamberlin, Hlli

As Pycnothelinae têm o labio inerme ou pro-

'Vido de raras cuspulas apicaes; as cvxas dos palpos
de apophyse reduzida ou nulla; todos os tarsos com
·a terceira unha obsoleta; as fiandeiras posteriores
,de segmento apical menor que os dois outros, sub-
:globuloso. Pos'\ue düis genel'os - P ycnothele, Cham-
·berlin, 191 i e Allisaspi"', Simon, 1891, facilmente
,distinctos.
" - Qnatro nandeiras; angulo das coxas dos
. palpos não saliente; unha dos tarsos com
uma dupla fileira je dentes - Pycnothele.
". - Duas nandeir"s; angnlo das coxas dos
palpos bem saliente; unhas dos tarsos
com nm dente basal- Ani.mspi~.

* **
rpYCNOTHBlLE - Chamberlin, 1917 (emend.)
Typo: P. pel'diti~s - Charnb.

Pycnothele - Chnrnberlin - BulI. Mus. Cornp. Zool.

Haward Coi!. 1917, Vol. 61, p. 25.
Cephalothorax allongado, oval, de regilIo ce-
fphalica baixa; fovea thoracica transversa o:~ leve-
'mente procurva.
Tuberculo ocular. proeminente e ~onvexo. Fila
-de olhos antqriores forte,lIente procurva, os olhos
'reunidos, separados entre si menos de meio dia metro ;
'olhos medios mllit<J grandes, muito maiores que os
·outros. Fila de olhos posteriores direita ou recurva;
'olhos Iateraes não m'lÍto separados dos lateraes an-
'teriores; olhos medias po~teriores muito menores.
Labio soldado ao esterno, com um estreito sulco
'na base, truncado, com espinhos apicaes. Ancas dos
;palpos longas, nãu prolongadas em apophyse na ex-
 - 40-

tremidad.e distal, com uma pequena area de cu~pulag:

basaes.
Tarsos sem a terceira unha, e unhas pares com
duas filas de dentes. Todos os tarsos com escópulas
basaes. Metatarsos dos dois pri meiros pares de
pernas com e~eópulas basaes; os dos pares poste-
riOl'es sem escópulas. Todas as pernas fortemente
espinhosas.
Fiandeiras anteriores curtas, elaviformes e con-
tiguas. FJandeiras superiores curtas, de segundo
segmen to menor que o primeiro e terceiro muito
menor que o segundo, arred"ndado.
Tibia das pernas anteriores do macho sem tra-
ços de apophyse apical; e os rnetatarsos anteriores
cylindricos, delgados e direitos.
Deste genero, que me é desconhecido em na-
tl1reza, só ha descripta a especie typo.

-4 - PYCNOTHELE PERDITUS - Chamberlin

P. p. - Chamberlim - Bull. Mus. Comp. - ZooL.
H,nvard Col!. - 1917 - Vol. 61 - p. 27
6' - 29 mm. Pernas - 4, 1, 2 - 3,
'+' - 59 mm. Pernas - 4, 1, 3, 2.

Tegumento do cephalothorax, pernas, palpos e·

cheliceras castanhos, ás vez,..>s, em parte fuscos. Pu-
bescen~ia brunea, de brilhu cuprico ou bronzeado ..
Cerdas das pernas curtas, obliquas, bruneo-escuras.
Abdomen com uma espessa Pllbescencia velludosa,
hrllnea; cerdas moderadas oa curtas, nUlIlerosas ..
hruneo-averrr:f'lbadas, de tons de cobre.
Tllbercu~o ocular grande, abrupta e considera-
velmente elevado. Area ocular quasi duas vezes mais
larga que longa (40: 21 ) No macho a fila anterior
é fortemente procurva, de olhos medios muito gran-
des, excedendo seu di::nnetro odes lateraes na pro-
porção de 8 : 5. Olhos lateraes posteriores igllaes
aos laterae8 anteriol'es, e os medias muito menô-
res( 3: fl), quasi a igual distac'cia' dos lateraes e·
medias anteriores. Na feroea a proporção dos olhos..
medias anteriores para os lateraes e de 9: 7.
 11 -

Labio largo com cuspulas dispostas ém uma.

fila transversal na extremidade apical. Cuspulas ou
espinhos nas bases das ancas dl's palpos, pouco nu-
merosos e forlllando uma pequena area.
Pernas da f'emea hem mais fortes que as do
macho, e as dus dois primeiros pares ma;s robustas
que as dos pare" posteriores; os ffmures do segun-
do par silo os mais grossos. Metatarsos dos dois
pares anteriores com escópu1as basaes; os dos pares pos-
teriores sem escôpulas. Pernas com espinhos nume-
rosos, os dos metatarsos e tibias dos dois ultimos
pares (~onspicuos, numerosos e fortes; no macho os
metatarsos anteriores silo abruptamente mais delga-
. dos que a& tibias.
Os palpos de' macho têm a tibia curta e estrei-
tada para o apice. O bulbo é comprimido, grande,
de e8ty1ete muito curto, direito e acicular; ha uma
delgada placa, partindo de sua face I3xterna na base
e se extendendo, como uma, aza, sobre a porçilo adja-
cente do bulbo; ha uma outra aza semelha:!te, cor-
respondendo á supclrficie caudlll, existIndo entre as
duas varias quilhas a ellas parallelas.
Hab: Mendes (Estado do Rio de Janeiro).
ANISASPIS - Simon - 1891
Tvpo - A. tube1'culata - Sim
Anisaspis - Simon - Pro•. Zoo. Soe. London - 1891
-p.549.
Anisaspi.~ - Cambridge - Proe. ZooI. Soe. London-
1896. p. 728.
A nisaspis - Simon - Hist N at Ar. 1893 - VoI. I p. 78.

Cephalothorax baixo, de fovea oh'301eta.

Olhos qU9si como em Paratt'opis, porém mais
approximados e subcontiguos.
Labio levemente mais longo que largo, de apice
arqueado, com granulações ~ão muito numerosas.
Pernas allongadas (4, 1, 2, 3), as anteriores
um pouco mais robust.as. Tarsos anteriores arma-
dos de espinhos e posteriores muticos; unhas supe-
riores lOI~gas e delgadas; unha inferior pouco visi-
 - 42

veI. Duas nanlleiras apenas, de segmento basal curto

e grosso, o medio mais longo e cylindl'ico, o ultI-
mo muito menor que o medio e conico.
Uma unic3 especie, que me é desconhecida em
natureza. Segue a traducção da descripyão original
de Simon.
õ- ANISASPIS TUBElRCULATA Simon
A. t - Simon 1891- Proo Zool. Soe. London - p. 550
A. t. - :F'. Cambridge - 1896 - Proe. Zool. S.c. Lon-
don p. 728 pr. XXXXIV ff 3--5.
9 - 4 a 6 mm.
«Cephalothol'3X oval curto, haixo, com uma
corno cri ;ta lo"gitudinal, rugoso, fusco escuro, todo
revestido de penos erectos, curvos e de escamas I~ôr
de ferrugem. e ornado, na linha mediana, de pellos
brancos Cllf'YOS, dispostos em uma só fila adiante e
(~111 dilas filas atr3Z. RÍ'lla ucular pequena, quasi
circular, elevada. Olhos agglomerados.
Alldomen pequeno, truncado adiante, levemente
dilatado e obtm;;o atcaz, fu~co, inteiramente revesti-
no de esca mas côr le ferruge:) e decorado de tu-
berculcs obtusos bacilliformes, dispostos em seriel':
transversas: na margem anterior quatro, os medios
maiores que os outros; depois seis lubel'culos me-
nores biseriados, e os posteriorel'> c 1m oito tubér-
culos semelhantes qnadriseriados. Fiancleiras testaceas.
E"terno fulvo, levemente rugoso e provido de lon-
gas cerdas claviformos.
Labio e ancas dos palpos fulvas. Pernas oliva-
ceo-e;;CUl'as, com tons fuscos, de fe IIUl'eS espesdos,
providos de pequenos tubel'calos seriados, patellas e
tibias levemente angulo"las, um ponco ~eprimidas em
cima, todas as tibias com 2 espinbosdorsaes: o
primeiro delicado e arqueado, o outl'O eredo e cla-
viforme, e a face inferior com varios espinhos se-
melh ~ !ltes; tarsos e metatarsos cylI !ldricos, delicados,
com cerdas erectas e 1'0bustas na face dOl'sal.
Hab: Pará. - (S. Vicente).
 v
Ctenizidoo - Pocock - 18<:17
nten ·zidcc - Poeoek - 1897 - Proe. Zool. Soe. Lon-
don - p. 724.
Gtenizidce - F. Oambridge - 190;~ - Biol. Oent. Amor.
( Araneida) VoI. II p
Ctenizhue Simoll- Hist. Nat. Ar. Vol. 1 - p. 85 o
Vol. II p. 884.
Aranbas de medio porte, d9 tegumentos ora
subglabros, ora pillosos. São consideradas por Si-
mon co 110 aR Therapho,;oidéas terricolas mais
normaes,
CephaJothorax lembrando um pouco o das
Actinopodidm, porém mais baixo.
Olhos reunidos todos em um tuberculo frontal
( Ctem:úncc) ou formando dois grupos: um ar.te-
rior, com os dois olhos :ateraes anteriores, e outro,
muito afastado, de seis olhos reunidos em um tu-
berculo ( ldiopince ).
Cheliceras arm:::das de forte rastello.
Labio livre, nitidamente sepal'ado do esterno
por ullla sutura, C0xas dos palpos mais longas que
largas, parallelas, sem apopbyse angular.
Dividimos os Ctenizidm em duas sub-farnilias;
ldiopznce, correspondentas ás ldiopece de Simon. e
Cteniúncc, comprehendelldo os grupos de Simon
Cyrtauchenice, Rernmerece, Amblyocarenece e Ne-
mesiece. Os restantes oito grupos não são encon-
trados na fauna bras:leira.
As duas sub-familias se distingne:n pela dispo-
siçãO e arranjo dos olho~.
A - Olhos em dois grupos sendo um anterior
-de dois e outro posterior de seis - ldio-
pznre.
 - 44-

AA - Olbos erll l1'H grupo unico, no tuberculo

ocular - Ctenizince.

***
IOIOPIN.lE - Pocock - lRP7
ldiopirue - Poeoek - 1897 - Proe. ZooJ. Soe. --p. 729.
ldiúpecc - Simon - Hist. Nat. Ar. Vol. I - p.
89; Vol. II p. 8S8.

As ldz'optnce são bem caracterisadas pela dis-

posiÇãO dos olhos, dlstribuidos em dois grupos: o
primeíro, formado dos dois olbos lateraes anteriores,
quasi contiguos, postos mui to adian te dOí; outros,
junto à borda frontal; o outro grupo, forlllado de
seis olhos, bem afastadJ da borda frontal, e disposto
em um pequeno tuberculo.
Tibias ::Interiores das machos armadas de um
duplo esporão apical, supero-interno. Todos os tar-
sos levemente escopulados.
Esterno com dOIS pares de sigillas, dos quacs
o primeiro marginal.
As ldiopime são representadas no Brasil por
dois generos:
,. - Olhos anteriol'es em pequena ehwação
simples, pouco apreciavel; esterno mais
longo que largo; labic inerme ou com
poucas cuspides - ldz·ops .
.. - 01h03 anteriores em um tuberculo cons-
picuo e bilob?do; esterno mais largo que
longo; labio armado de numerosas cuspi-
des - Pseudúlz'ops.
:j.

* *
IDtops - Perty - 183:i
TYPO - 1. fuscus - Perty

Idtop.~- Perty -1833 - DeI. Anim - p. 197- Pr. 39

f. 5.
Sphasus - Walrkenaer - 1837 - lus. Apt. -- Vol I p.
Acanthodon - Guérin - 1838 - Rev. Zoo!. Soe. Cuv.
p. 10.
 - 45-
AeanthO'lon - Guérin - 1839 - Voyage Favorito-
Zoo!. - VoI. V. p. 161.
Idiop,~ -- Cambridge - 1870 - Proe. ZooI. Soe. Lon-
don - p. 1Ol.
Idiop.~ - Au.sserer - 1871 . - Verhalld. ZooI. Bot. Ge-
relIo Wier.
Acanthodon - Simon - 1893 - Hist. Nat. Ar. VoI. I
p. 91.
Idiop.s - Simon - 1~93 - Hist. Nat. Ar. VoL I p. 91.
Idiops - Simon - 1903 -lIist. Nat. Ar. Vol. II p. 889.

Cephalothorax liso, alto, de região cephalica

muito convexa, gradativamente declive para a frente
e deprimido atraz dos olhos.
Os olhos do grupo frontal t'Tandes. obliquas,
ovalares e mais ou menos proeminentes. Os seis
olhos do segundo grupo occupam uma area trans-
versa cerca de duas vezes mais larga que longa.
lJlhos medios anteriores iguaes ( ~ ) ou bem maio-
res ( c! ) que os latl3raes posteriores; olhos medios
postel'iores muito menores que os lateraes, mais se-
parados entre. si que destes ultimos, e formando
com elles uma linha mais ou menos procurva.
Labio quasi quadrado, muito obtuso, de apice
mutico 0U armado de algumas (:uspulas grossas e
dispostas em fila transversal unica. Ancas dos pal-
pos mais ou menos cuspulosas.
Hastello das cheliceras levemente proeminente,
mas sem ap1physe de sustentação.
DisposiçãO das pernas como em Actinopus: delga-
das e along:1das no macho; muito curtas e grossas
na temea. Tibias do macho com duplo esporão
3picaL Unhas sllperiores dos tarsos com dois a
a uatro dentes b3saes.
• Tegumento do cephalothor3x não raro gra-
nuloso. .
Simon, em 1893, separa os dois generos ldiops
- Perty e AcanthodonGuérin. Em 1903, a pagi-
nas 888 do segundo volume de sua m3gistral His-
toria Natural das Aranhas, diz elle:
«J':lÍ reçu une femelle, qui, je crois, se rap-
porte a l' Idt'ops Germaini E. Sim, dont je ne COTl-
naissais que le mále; elle en differe par les yeux
 - 46-

du second gronpe, moins inégallx et beaucoup plus

cspacés, ne différant en rien de ceexdes Acantho-
don; les deux genrfls idinps et Acanthodon, I'epo-
sant sur un caJ'actel'e sexuel, sont à réunir;· mais
ce genre ldiops doit cependant être restreint aux
especes ame1'Ícaines (1. Pelitii Gllf>rin, argus, (ul-
vipes E. Sir.'}., santal'emia FI', Cambr. et probable,
ment 1. Rhodei Karsch et Bonapartei. V. Hasselt.
Hewitt. estudando Theraphosoideas Africanas,
descreve, de 1911 a 191 n, varias especief. corno
pertencentes aos gener(,s ldiops e Acanthodon, que
elle separa. Não sei que fundamentos teve Hewitt. POI'
minha parte, no que diz respeito ás esqecies ameri-
canas, cUlIcvrdo plenamente com a opiniãu de Simon,
por isso que nenhuma femea conheço com a fórtll'lla
ocular de ldiops Perty, e nenhum macho com a de
Acanthodon Guérin.
lIa no Brasil cinco especies de ldz'ops, das quaes
I1ma inédita.
***
1- IDIoPs PUSCA, Perty
Idiops fusca Perty, 1833, DeI. Animal, p. 198, pr. 39, f. 5
Sphasus idiops - Walckenaer - 1837, Inst. Apt. Vol.
I, p. 379.
Idiops aculeata - Wlllckenller - ld. Ibid. p. 379.
Idiops fusca - O. Cambridge - 1870, PlOc. Zool. Soe.
London, p. 103.
Idiops fusca - Aussl3rer -1871, Verhandl. Zod. boto
Gellells. Wien, p. 149.
Idiops fusca - Simon -18J2, Hist. Nat. Ar. VoI. I,
p. 92.
d 10 mm. Esta especie me é desconhecida
em natureza, e das descripções que della temos ainda
é 2 original de Perty a mais completa, e que aqui
transcrevo no original: « Totus nigrus-Iuscus, opa-:-
cus; coxis testaceis, tm'sis 'rufis. Aspectu primo
Actinopo tar sali shnilis, sed str'uctura et oculorum
situ totus dz·versa. Brunneo-Iusca, opaca. Palpt'-
brunnei, Pedes omnes coxls flavidis, lemonbus et
tibiis /uscis, tar'sis r·ufis. Subtus brunneo-testaceus.
Hab. Piauhy.
 - 47-

2- (mops GER}lAINI, Simon

I. g. Simon - Hist. Nbt. Ar. 1892, vol. I, pg. 92.

C]. 14 mm. ~. 12 mm.

Cepbalothorax fusco-avermelhado escuro, de te-
gumento com varias granulações pequenas. Abdo-
men ele dorso negro, ventre fulvo e intensamente
pilloso. Esterno, labio e coxas dos palpos fulvo
testaceos, te!1do o labio o aph.:e fu'lco. Pernas fusco-
avermelbadas, de tarsos e rnetatarsos mais claros,
fui vos.
Olhos da area posterior subcontiguos e nluito
desiguaes no macho; mais separados e menos dif-
ferentes em tamanho na femea.
Lanio e ancas elos palpos, no macho, mnticos.
Pernas do macho longas e delicadas. Tib as do'
primeiro par cylindricas, armadas de duas peq~lenas
apophyses apicaes subignaes, na borda interna. Todos
os segmentos armados de espinhos pequenos, pouco
abilndantes. Todos os tarsos com escópulas e uma
dupla série de peqmmos espinhos. Unhas snperiores
dos tarso!:> com 3 a 4 dentes muito llesigllaes. Pernas
da femea cnrtas e muito espessas. ~letatarsos e
tarsos com espinhos curtos, den ti fol' III es, rn ui to nu me-
rosos, lembrando a a!'ma~ão das pernas dos actinopos.
Palpos do m:lcho longos, de tibia o\'al-allongada,
levemente deprimida no apice e provida de uma
pequena area semi circnlar muito espinhosa; bulbo
de estylete sirr.ples, muito delgado.
Raú.: Estado do Rio. A presente dpscripção
é calcada sobre exemplares de Mendes.
B -lmops NILOPOLENSIS, sp. n.
~. 18 mm.
Cephalothorax pardo--avermelhado, liso, bri-
lhante, com alguns pellos esparsos na r~gião cepha-
lica. Cheliceras (~0r de mogno claro, com tres faixas
longitud.illaes ele cnrtas cerdas negras, cada faixa
formada por duas filas de linhas parallelas. Labio,
ancas dos palpos, esterno e coxas das pernas pardos;
estas dp, cerdas muito abundautes. Pernas pardas.
 - 48-

Abdomen de dorso fusco e ventl'e pardo escuro, com

a região epigastrica fuI va ao nivel do sulco genital.
Olhos do grupo fl'ontaI postos em um fúrte tu-
bercuIo leve:llente bifido; olhos medios anteriores do
grllpo posterior pouco maiores que os latel'aes dos
quaes estão separados diametro e meio e entre si
pouco mais de um dia metro ; olhos medi os poste-
riores mnito menores, sp-parados entre si cerca de
tres diarnetrús e a menos de dois diametros dos la-
teraes, com os quaes formam uma linha nitidamente
procurva. Area dos olhos medios um pouco mais
estreita para diante.
Rastello das cheliceras formado por quatro filei-
tas de fortes dentes negros.
Labio llffi pouco mais longo que largo. estrei-
tado para o apice, que é armado apenas de duas
cuspides. Ancas dos palpos com espinulos nurp.erlJ-
sos, sendo os da metade interna bem maiores e mais
negros, havendo outros, müito menores, no terço
médio; borda interna com uma fimbria de longos
pf'Jllos fia vescentes.
Pernas com cerdas irregulares, esparsas na face
inferior de todos os segmentos; faces lateraes lisas;
face superior com tres linhas longitudinae~ de cur-
tas cerdas negras, seriadas. Metatarsos e tarsos ar
mados de abundantes espinhos curtos, negros, dis-
postos em fila, de um e outro lado, na face infe-
rio~ .
Hab. - Nilopolis (Estado do Rio de Janeiro)
CoU. Blanc de Freitas. Typo: em minha collecção.
4- IDloPs PETITII ('}uérin)
A canthodon petitii - Guérin - 1838 - Araehn Voya-
ge Favorite - CoU. VIII, p. 3, pr. 1S.
Áca'nthodon petitii - Walekenaer - 1842 - lns. Apt.
- VoI. II - p. 434.
ldiops petitii - O. Cambridge - 1870 - Proe. Zool.
Soe. Londoll, p. 107.
Idiops petitii - Auss~rer - 1871 - Verhand. Zool. boto
Gesellseh. Wier, p. 149.
Acanthodon petitii - Fr. Cambridge - 1896 - Proe.
Zool. Soe. London - p. 732, pr 34, ff. 9 a 12.
 - 49-

d' - 30 mm. 'i? - 27 mm.

Cephalotborax, cheliceras., labio, ancas dos pal-
pos, palpos e pernas bruneo-castanho·vivos, brilhan-
tes, parecendo en vernisados. Abdomen vellurloso,
br'uneo-p::lllido, opaco. Em alguns especi mens o
ventre apresenta manchas ama1'êllas, esparsas. Per-
nas com linhas longitudinaes mais escuras.
Cephalothorax oval allongado, cOlllpri iIlido e
elJevado adiante, achatado dos lados e atraz, de
tegu mentos coriaceos, brilhantes.
Olhos do grupo frontal grandes, maiores que
'os posteriores na femea, situados em um tuberculo
rombo e ligeiramentehifido. Grup@ dos outl'ÔS olhos
muito afastado, em lIma eminencia mais larga que
longa. No macho os dois olhos medi os anteriores
são gl'andes, sub-contiguos, muito maiores que os
1ateraes; nafemea são ,um pouco menores e mais
afastados, sendo comtddo menos distantes entre si
'q ue dos 'ia'teraes. .
Palpos do lIIacholongos, aI mado:;:, na face i n-
ferior, deespi nhoscurtOs, fortes, formando um
'como Irasl.ello. Palpos da femea guarnecidos de
pelIos negros, longos, formando linhas longitudinaes.
tLa:hio do macho mutico; o da femea com duas
,cuspullas apicaes. Ancas dus palpos ponco e~p:nulo­
i'l3S, 'com uma fimbria interna mais ou menos densa,
de 'cerdas avermelhadas .. Cheliceras com o rastello
ifor,mado ,de grossos espinhos; sulco ungueal armado
,de ~ dentes conicos, fortAs, na margem interna e
·8 menores na bo!'da externa, que é provida de uma
tfraqja deabundante~ cerdas rUIvas.
Pernas longas no macho, ln ais curtas ~ 1'0,
ibustas oa íenlea, de espinulação semelhante á das
outras especies. Unhas superiores dos tarsos com
'um ou dois dentes basues.
Hab.: Santarérn - Estado do ,Pará.
lD -
(
IDIOPS SANTAREMIA ,F. Cambr.
.Acanthodon santaremia F. Ca.mbridge - -1:896 - ProC!. ,ZooI.
Soe. cLondon, p. ,733, ,pr .. 34;, :f. 113 .
.~ -16 mm,
 - M)-

Cephalothorax pardo-allaranjado-escuro; chelice-'

ras infuscadas no apice, o resto da côr do cephalo-
thorax; esterno, labi0, ancas dos palpos, palpos e
pernas de igual colorido. Abdomen verde-azeitona,
pardacento, de fiandeiras mais pallidas.
Cephalothorax com a região cepbalica maior
que a região thoracica e fortemente COll\'exa.
Olhos anteriores situados em um grande tu-
bercnlc bilobado; o grupo posterior em uma rima
baixa, oval-transversa. Olhos medios anteriores pouco
maiores que os lateraes.
Cheliceras providas de um rastello formado por
l1umerosos denttls conicos, fó:'tes, projectando-se
além do apice. Sulco ungueal com ambas as mar-
gens franjadas de cerdas avermelhadas; margem
interna com uma fila de onze dentes fortes e irre-
gulares e o fundo do sulco com uma curta serie
de pequer.os dentes.
Labio quadrado, com dois espinhos fortes, api-
caes, transversalmente dispostos. Ancas dos palpos
de angulo apical levemente proeminente e armado
de um grupo de 5 ou 6 espinhos negros, curtos,
fortes; angulo basal interior com uma serie curva
de 5 ou 6 espinhos semelhanles a03 do angulo apical.
Pernas de tarsos e metatarsos muito espinhosos.
Unhas superiores do tarso com um pequeno dente
basal. Fiandeiras superio.res de segmento medio
ig.ual á metade do basal e terminal igual á metade
do segundo.
Rab.: Santarém (Estado do Pará ).
Esta especie me é desconhecida em natureza, sen-
do a presente descripção resumid::t da original de FI'.
Cambridge.
Pseudidiops, E. Simon - 1889
Typo: P. opifex Simon
Pseudidiops - Simon, 1889, Ann. Soe. Ent. J<'rance, p. 215.
Dendricon - Cambridge, 1890, Proe. Zool. Soe. Lon~on, p. 623.
Pseudidiops - Simon, 1893, Hist. Nat. Ar. voI. I, p. 9::l.
Deste generoque me é desconhecido em natu-
reza dá Simon a seguinte diagnose:
 ~51-

Differe de Idiops por ter os olhos anteriores

elevados em um grande tuberculo 'obtnso e bilobado;
o esterno con vexo a traz e mais largo que longo,
muito estreitado para diante; o labio com cuspulas
muito numerosas, dispostas em varias séries e as
ancas dos palpos com espinhos mais numerosos.
IIa deste genel"O uma especie brasileira.
6. - PSEUDIDIOPS ROSTRATUS Cambridge ,
, ,
Dendricon r08tratum - Cambridge. Proc. Zool. Soe. Lon~on,
1889, p. 250, f:!. 1 a 5, e 1890, p. 62~. pr. 53 f. 2
~. 15 mm.
Cephalotborax e ('l18liceras negro- piceos. Pp,rnas
mais pa!lidas, de tons oli vaceos. Abdom('n bruneo-
purpureo-escuro.
Região cephalica muito proeminente. Olhos
em dois gl'UpOS separados; 0S dois anteriores em
uma eminencia bificla, junto á borda anterior da ca-
beça; os outros seis a alguma distancia. Os medios
anteriores deste seguodo grupo ~ão muito grandes,
bem maiores que os làteraes; os medios posteriores
são fIIuito pequenos e formam com os lateraes urna
filu be:-li procurva, e separ:1dos destes cerca de um
diametro, ..
Pernas -1, 1, 3, 2 ou 4, 1, 2, 0.
Fiandeiras snperiores biarticuladas.
Cambridge falIa de outro especimen examinado,
de tom amarello-pardo, com rri mento e largura do
cephalothorax um pouco differentes, oH:os mais ag-
grupados e de posiÇãO relativa diiferente. A aranha
era menor.
Se ambos os exemplares examinados eram de
femeas adultas, podemos cOlJsidE'rar na especie duas
variedades distinctas, para as quaes proponho as
designações:
Pseudidiops ?'ostralus l'ostratus, rara a varie-
dade negro-picea; e,
Pseudidiop5 j'ostratus dubius, pa·ra a variedade
amarello-brunea.
Rab.: Estado da Babia.
 52 -

Ctenizinre, 'Simon -1892

Ctenizinm, Simon - Hist. Nat. Ar. voI. I,. p 85
e VQl. II, p. 884
As Ctem':,i'IUC, senSM st}'ictu, têm os. oito olhos
aggrupados em uma pequena rima ellyptica trans-
versal, no que se distinguen nitidamente das Idio-
pinm. CorresponJendo estas ás ldtOpeae de Simon,
comprehendem aquellas os l2 re~tantes grupos, dos
quaes apenas quatro representados no Brasil e 'dos
outros oito, só q.uatro neo-tropicaes.
Na chave seguinte comprehendemos os oito gru-
pos neo-tropicaes, pela possibilidade evidente de serem
encontradas, especies a elles pertencentes, em terri-
to rio brasileiro. O grupo das Bemrnereae foi, na-
turalmente, subdividido, ficando nesse grupo os ge-
neros africanos, sendo destacado o genero ame-
ricano Pselligrnus, de tegumentos pubescentes e
unhas armadas de dentes numerosos e biseriados
(caractét'es que o afastam de outras Bernmel'em)
para constituir um grupo autonorno.
A- Abdomen corneo on coriaceo, truncado posterior-
mente, formando atrás uma area circular, radial-
mente estriada ~ Oycloc(.smieae. (*)
AA - Abdomen normal:
B- Tibias do terceiro pac de pernas fortemente dll-
primidas na base; sigillas esternaes marginaes
ausentes - Pachylomereae. (* )
BB - Tibias normaes; sigillas esternaes marginaes
preseutes.
C- Fovea thoracica fortemente procurva:
CC - Fovea thoracica recurva ou direita (unhas
dos tarsos com uma dupla fileira de den·
tes) - Nemesiae.
D- Fiandeiras superiores de segmento apieal
mais longo que os dois baaaes e aeuminado.
DD - Fiandeiras superiores de segmento api-
o cal igualou menor .que o segundo:

( ') Os grupos marcados com este signal nilo foram encontrados ainda
, no Brasn.
 E - Labio tão largo quão longo; unhas dos
tarsos com uma fila unica de deutes -
Rhytidicoleae. (*)

EE - Labio mais longo que largo; unhas

dos tarsos com uma dupla fileira de
,lentes - AporoJitycheae. (*)

E - Sig-iIlas esternaes posteriores cons-

pieuas, quasi medianas, mais proxí-
mas uma da ou·tJ:& qUf'> das margens
do esterno - Cyrtaucheniae

EE - Sigillas esternaes po,.teriores peque-

nas ou mediocres, quasi marginaes,
muito afastadas uma da autra:

F - Fiandeiras superiores de sl'gmento

apical ignal e mais delgado que
o medio; cJhos meàios anteriores
ig-uaes (1U menores qlle os la·ten.es
- Amblyocareneae

FF - Fiandeiras superioreg de segmento

apical muito mentlr que. o segun-
do lá hio; mnito mais largo que
longo - Pselligmeae.

Cy.·hulCheRieae, Simon - 1893

Cyríauchenieae - Simon 1893 - Hist. Nat. Ar.
VoI. I l'g. 101 (pars)
Cyrtauche~u'eae - Simon. 1903. Hist. Nat. Ar.,
Vol II pg. 897

As Cyrta;;chenias comprehendem as Ctenizinae

de tarsos e metatars0S anteriores providos de es-
pessas escopulas; eheliceras arredondadas, sem pro-
longamento angular; sigillas esternaes posterior0s
muito con&picua~, quasi modianas, pro.'{imas uma da
outra e mais afastadas das bordas, gru po ocular trn-
pezoide, muito mais estreito adíante, sendo, de cada
lado, os olhos lateraes anteriores e postel·iores se-
parados entre si menos de um dia metro ; tíbias an-
ter;ores do macho sem esporao apical. E,te grupo
é repre:"entado no Brasil apenas pOI' seu genero typo.
 - 54-
Cyrtauchenius, Thorell - 1870
Typo: C. TERRICOLA (Luca!!)
Oyrtocephalus - Lucas, 1845 - Ann. Soe. Entom. France,
- p. 58 (ad partem)
Mygale - Lucas, 1848 - Expl. scient. Algérie Ar. (ad partem)
Oyrtocephalus - Lucas, 1848 - ido lbid
Oyrtauchenius - ThorelI, 1870 - Eur. Spid. p.165 (ad partem)
Oyrtauchenius - Berrkau, 1880 - Verzedr... Brazil, Ar. p. 14
I
Dolfchoscaptus - Simon, 1888 - Act. Soe. Linn. Bordeaux,
p. 383
Oy1"lauchenius - Simon, 1893 - Hist. Nat. Ar. voI. l, p. 104

Cephalothorax allúllgado e glabro. Al'ea ocular'

quasi tres vezes mais larga que longa e muito mais
estreita adiante que alraz. Olhos anteriores dis-
postos em linha fortemente procurva, quasi equi-
distantes, os lateraes maiores que os medios. Olhos
medios pl)steriores pequenos, quasi a igual distancia
dos medios anteriores e dos laleraes posteriores, e
muito separados de quaesquer delles. Olhos lateraes
posteriores muito maiores que os medios e muito
pouco menores que os lateraes anteriores.
Labio e ancas dos p·alpos muticos. Esterno
longo, de grandes sigillas approxilllildas.
Fialldeiras superiores de segmento medio um
pouco mais espesso que longo e segmento apical
subglobuloso.
A fernea tem per nas robustas; Oil tarsos dos
dois primeiros pare~ de pernas com dois peqllenos
espinhos lateraes ou muticos; tarsos posteriores com
a f~ce externa muito espinhosa; _metatarsos ante-
riores armados de espinhos na face inferior e, não
raro, na face interna. Unhas dos tarsos anteriores
com dentes numerosos, dispostos em uuplasérie; as
dos tarsos po~teriores muticas ou com dois ou tres
pequenos dentes submedios. As tibias anteriores são
al'madas de espinhos uniseriados, na face inferior, e
os tarsos do terceiro par apresentam nO dorso nu-
merosos espinhos (5 a 7) uniseriados.
O macho tem as pernas lO!lgas, de tarsos e me-
 - 55-
tatarsos delicados. os anteriores com pequenaseBcó-
. pulas. A t;bia ailterior é desprovida de apophyse
apical e armada de numerosos espinhos. Os olhos
anteriores são muito menos afastados e quasi iguaes,
e o cephalothorax é armado de espinhos junto á
borda posterior.
Ha deste genero, no Brasil, \lma unica especie
descl'ipta, que me é desconhecida ~m natureza.

7. - CYSTAUCHENIUS MACULATUS Bertkau

C. m. Bertkau 1880 - VerzeÍch. Brasi1 Ar. p. H-pr.

1 f. 4
'1.9,5 mm.
Cephalothórax amarello, de tuberculo ocultlr
negro. Ch8liceras amarellas de garra vermelha.
Labio, coxas do"! palpos, esterno, palpos E' pernas
amarellos. Abdomen vermelho-bruneo-escuro, l'iara-
pintado em cima e dos lados de rnanchas amarellas,
mais numerosas dos lados e dispostas atraz em tres
011 quatro filas transversaes curvas; ventre e fian-
deiras a marello-claros. •
Area ocular mais de duas vezes mais larga
que longa. Olhos anteriores dispostos em fila recurva.
Cheliceras providas, na face dorsal, de densas
cerdas. Margem interna do sulco ungueal com sete
dentes e a externa com uma timbria de longos
pellos. .
Ancas dos palpos com uma area pauci-espinn-
losa no angulv basal interno; labio quasi quadrado,
levemente mais largo que longo.
Pernas curtas (4, 1--3, 2) com escópuIas pou-
co densas nos metatarsos anteriores e quasi nul-
Ias nos posteriores; todas as tibias e metatarsos
bem espinhosos. Unhas superiores dos tarsos com
dentes grandes, uniseriados
Rab.: Therezopolis (Estado do -Rio de Janei-
ro) ou S. João d'El-Rey (Estado de Minas-Geraes).
 - 56-

Ambl~·oeal~elilere. Simon - 1903

Glfrtaucheniew Simon -1893 - Hist. N"t. Ar.
V,·} 1-- PJi. 101 ( 3d partl'm)
ÂmbTvocarenew - Simon - 1903 - Hibt; Nat. Ar. VoI- I I -
. rg. l:;99

As Amblyocareneas têm, como as CYl:tauche-

nias, os tars0S e rnetatarsos anteriores provir los de
escópulas e as chelicel'as sem apoph'yse angular.
Differem (leslas por ter as sigillas estemaes poste-
riores exiguas, marginam::, muito afasta{las entre si;
a area ocrdal' rectangular (a fila de 0lh0s antprio-
res ~ào larga quanto a posterior), embora de olhos
Iateraes anteriores e posteriores ainda muito appro-
ximad03. Tibias !3nteriores do Itlaeho armadas de
3poph.vse apical simples.
Este grupo é representado '10 Brasil 3penas
pelo gen(~ro Stenoterornmata.
Stcllot,erommata - IIolmberg - 1881
Typo: S. platense Holmb
Stenoterommata - Holfllberg - 1881 - An.
Sec. t ient. Arg~nt., p~g. 126
Stenote1'Ommata'- Rimou - 1886 - BnU. Soe.
Zoo!. Franctl-p. 173 .

C~phalolhol'ax espesso, muito mais lOngo que

largo. pouco pilloso. de região cepbalica ampla e
convexa; fovea thol'acica mu;to procurva, mediocre
ou pequena.
Area ocnlar menos ue duas vpzes mais larga
que longa, parallela. as dilas fileiras oculares d::l
mesma larg·ul'a. Fila de olbos antericres leve/pente
procurva, osmedios menores ou igllaeR ao,> latel':Jes.
Olhos postel'iores ernlinha quar,;i clil'eit:J, os medios
contigl1os aos latel'íles. Olhos latpl'aes anteriores e
posteriol'es separados entre si menos de meio dia-
met.ro.
Chelic8ras de apice aITetlondaoo; os dentes do
rastello pequenos, nllmerosos e irregularmente (Iis-
postos.
 - 57-

Labio muito mais largo que longo, de apice

31.'ouado de quatro ou cinco cuspides~ dispostas em
fiJ~ ·transversal u nica Anca.s des palpos com. UlUa
gran.cle a\r~a basal interna ricamente espinulosa.
Esterno de sigilla,s posteriores pequenas, aUon-
gadas e sublineares, m"ito afast<Jdas entre si e quasi
alcançan:clo as bordas do esterno.
Pe'l'nas curtas e robustas. Os tarsos e mBta-
tarsos dos dois pares anteriores curto~', robustos,
quasi iguae:5, com escópulas não muito densas e os
metat:Jrsos com um espinho 'uni~o mediano ou com
espinhos numerosos; tarsos posteriol'es com muitas
cel'das, llluticos. Unhas supel'iores com uma dupla
fileil'a de dentes nUnlprosos.
Fiandeiras superiol'es de segmento apical igual
20 medio e um poueo mai" delgado.
Este g~nero é representado no BraSil por uma
Ul1lca especle.

8. - STENOTEROMMATA GOUNELLEI Simon

S. g. - Simon - 1886 - Buli. Soco Zool. Fr. C" 57 J.

9 - 12 mal.
Cephalothol'ax fusco, com longos pellos cinzen-
tos p,uco abundantes, a região cepbalica co ii pellos
fulvo~ mais abllndar.tes na parte media. Abdomen
oblongo, de dorso fllsco-tcstaceo, tellàc na parte
posterior qua1ro a cir4co arcos trallsversaes e muito
angulosos; o ventre é !!lais claro, testac80-parda-
cento. Fiandeiras t"lstaceo-pardacentas. Cheliceras
negra8. E~terno·. labio, ancas dos palpos e pernas
fusco-oJivaceos ou avermelhados.
Hi!l\3 ocular separada da borda do clypeo
cerca de um diarnetro de um dos olhos medios an-
terioref\ ou um p8UCO menos.
Olhos anteriores equidi:-;tantes, quasi iguaes e
separados entre si menos de um dia metro. Olhos
medios posteriore~ pequenos, angulosos, quasi qua-
dl'ados, menóres que os anteriores.
Tlbias dos dois primeiros pares de pernas mu-
ticas, as pernas posteriores espinhos3s: as dú ter-
 -58
ceiro par com um espinho dorsal, que falta ás do
ultimo par. PateUas do terceiro par com tres
espinhos na face _anterior e um na posterior; pátel-
las posteriores com um espinho na face posterior e
nenhum na anterior. Metatarsos dos dois primeiros
pares com pequenas escópulas api~aes, e com dois
espinho~ apicaes e um submedio na face inferior;
metatarsos dos dois ultimas pares muit) espinllG>sos.
Bab. : - Minas Geraes I

PseIlifJm~re - Tribu nova

Oyl'taucheniere - Simon _. 1893 - Hist. Nat.

Ar. - VoI. I r. 101 (ad partem)
Bermnerere - Simon -1903 - Hist: Nat. Ar.
V 01. II p. 894 (ad partem).

As Pselligrneas. estabelecem a tranzição das

Cyrtru~chenias e Arnblyocareneas. para as ;\erne-
sias. Como nos dois primeiros- grupos os tarsoS' e
metatarsos anteriores são densamente escopulados,
e as cheliceFas s110 arredondadas e sem apophyse
angular.
Como nas Amblyocareneas as sigillas esternaes
posteriores. s116 exíguas, margínaes, muito afastadas
entre si e a area ocular é rectangular.
Dift'erem dellas por ter o segmento apical das
fiandeiras bem menor qúe o segundo, os olhos me-
dios anteriores maiores que os lateraes e o labia
ainda roais largo. Tibias anteriores do maçho mu-
ticas. Este grupo é represent.ado no Brasil por dois
generos, qUA facilmente se distinguem :
A - Rima oC\llar. pouco mais larga que lon-
ga; sigillas esternaes posteriores pequenas - Psel-
lz'grnus.
A A - Rima o(~ular 3 vezes mais larga que
longa; sigillas esternaes posteriores conspicuas-
Ctenochelus.
 - 59-

Pselligmus - Simon"- 1892

Typo - P. infaustu8 Sim

Fselligmus - Simon 1892 - Anu. So~. entorno

France - p. 273

Cephaíothorax oval-allong:do, pOUCO cónvexo,

pubes(~ente, de fovea profund3 e procurva.
Rima ocular pequena, convexa, cerca de um
terço mais larga que longa. Olhos muito appro-
ximados; fila de olhos anteriores levemente pro-
curva, os olhos equidistantes, pouco separados, os
medios maiores que os lateraes. Fila de 0lhLJ8
posteriores direita,' os medi os menores, mais appro-
xir;1ados dos lateraes que entre si e menores que
elles; olhos laterae~ posteriores não muito menores
que os lateraes antet'Íores, allongados e obliquos,
pouco separados de~tes ultimos; os olhos medios
posteriores são allongados na fernea, circulares no
macho.
Labio muito mais largo que longo, de 3pice
obtuso, armado, na femea, de alguns espinhos uni-
seriados; mutico ou com duas pequenas cuspides
no macho. Ancas dos palpos com uma pequena
area basal interna, armada de numerosas cuspi-
de'!.
SigilIas posteriores do esterno pequenas, sub-
marginaes, muitu separadas.
Pernas da femea mediocres; os tarsos e me-
. tatarsos anteriores com densas escópulas. Todos os
tarscs muticos; os metatarsos anDados de varios
espinhos; as tibias dos dois primeiros pares mu-
ticas.
Pel'llas do macho allongadas; as escópulas dos
metat.arsos menos densas; todos os tarsos e meta-
tarsos como na femea; tibias (los dois primeiros
pares com um ou dois espinhos inferiores; tíbias
anteriores sem esporão apical.
Unhas dos tarsos dos dois primeiros pares com
 - 50-

duas filas de numerosos dentes; a unha inferior

dos primeiros pares de perna~ muito reduzida,
quasi obsoleta nas perna.s anteriures.
Este genero é, até o presente, representado
apenas por sua f'specie typo.

9- PSELLIGMUS INFAUSTUS - Simon

P. i .- Simon - 1892 - Anu. Soe. Entom. }<-'rance,
p. 273

~ - 15 mm. o- 1& 111m.

Cephalothorax fllsco ·testaceo. d<-lnsamenle re-
vestido de longos pelIos fulvo!', .sedosos. Abdomen
fusco no dorso, sararintado de pontos amarellados,
dispC'stos em duas fila~; ventl'e amarellatlo p::Jllido
na fernea ; fLlI vo cla ro no macho. Cheliceras fusco-
negras ou fulvo-escuras. Esterno, labio, coxas do~
paipos e pernas pardo-f>scuras, os metatarsos e tar-
sos do macho amarelIados.
Olhos anteriores em fila procurva, equidistan-
tes, os medios v. z e meia maiores que os lateraes.
Olhos posteriores e,n linha clireita, .os medios me-
nores, em curto bastonete na femea, t:irculares no
macho; separados entre si cerca de Ires dia metros
e a pouco mais de um diametro dos olhos lIIédiC's
anteriores e dos lateraes posteriores.
Labio mUito mais lal:go crue longo; no ápice
do labio da femea ha 6 a 7 pequenas cu~pulas em
fila unica; no do labio do macho ha apenas duas
grossas cuspidas negras.. Ancas dos palpos com.
uma fímbria de pellos roseos e .uma área basal de
muitas cuspides seriaJas.
Per'nas da femea com a~ tibias dos dois pri-
meiros pares muticas; metatal'sos com dois robus-
tos espinhos nniseriadús \ 1 - 1) e dois espinhos
apicaes; patelIas do terceiro par com tres peque-
nos e3[Jlllhos uniseriados, na face externa; tibias do
terceiro par rom dois espinhos de cada lado e um
espinho dorb31 submediano; tibias posterio:-Bs com
 - C1-

dois espinhos do lado interno e com espinhos apicaes ;

metatarsos dos dois ultimos pares muito espinho-
sos ..
Pernas do macho com as tibias dos dois pri-,
meil'os pares de pernas com dois espinhos inferio-
res Ilniseriados e um espinho dorsal submediano;
patellas com urna cerda espiniforme dorsal; patel-
las dos dois ulti mos pares com 1-'2 ,espinhos api-
caes externos; armadura das tíbias e metatarsos dos
dois ultimos pares de pernas semelh~nte â da fe-
mea .•
O exemplar t'y[Jo, uma femea, foi descripto por
Simon, das Ilhas dos Abrolhos, nas costas do Esta-
do da Bahia. A pl'esente redescripção é calcada
Robre um casal recebido de S. Salvad01" Estado da
Bahia, no Continente.

***
Cteno<-~helllS (1) n. g.
Typo: a. maculatus sp. n.

Cephalothorax baixo, allongado, de fovea tho-

racica be n procu rva.
Rima ocular quasi 3 vezes mais larga que longa.
Olhos anteriores (vistos de cima) em linha qnasi
direita, eguaes, equidistant~s. Olhos lateraes iguaes ;
os medios posteriores mediocres.
Rastello das cheliceras com cerdas numerosas,
dispostas 'sem ordem.
Labio ehallfrado, semi-circular, mais largo que
longo, mutico nos dois sexos. Ancas dos palpos
com uma grande area basal, de cURpulas muito nu-
merosas. S gillas esternaes posteriores, aIlongadas;
transversaes, grandes, submarginaes.
Tarsos e metatarsos anteriores com escópulas
até a base, estas com 2 espinhos.
F'iandeiras de 'SBgmento basal maior que o me-
dio, o apical muito menor que este ultimo.

( 1) X'tEVO~ - pente; X1tÀ1t - pinça (cheliceras).

 - ô2-

10 - CTENOCHELUS MACULATUS (1) sp. n.

<:i' - 31 mm.
Cepbalothorax e pernas castanho-fulvos; cheli-
ceras quasi negras; esterno cor de mogno.
Abdomen pardo com manchas claras numero-
sas; ventre amarellado.
Cephalotborax baixo, allongado, de foV€a tho-
racica bem procurva.
Olhos auteriores wn fila pouco procurva, iguaes,
separados uns do"- outros um diametro; olhos la-
teraeR iguaes, separados cerca de um diamelro.·
Sigillas esternaes posteriores tranversaes, sepa-
radas da margem menos de um diam6tro e entre
si cerca de 3 dia metros.
Metatarsos anteriores medioeres, escopulados
até a base, com um espinho apical e um inferior.
Unhas com uma dupla fila de 5 dentes. M:ltatarsos
dos dois ultimos pares co" 2-2-2 espinhos ipfe-
.riores e l - i de cada lado; tibias posteriores com
e5pinhos apicaes e i-L posteriores; as do terceiro
par co II os espillhos apicaes 8 1-1 anteriores.
hab.: S. Paulo.
Typo: no Museu Pa ulista (N. H i 6).

***
Nemesiere - Simon - 1903
Nemesieae - Simon -1893 - Hist. Nat. Ar. Vol. I,
pago 110 (ad partem) .
Nemesieae - Simon - 1903 - Hlst. Nat. Ar., Vol.
II, pg. 906
r
As Nernesias se distinguem das outras tribus
.de Cteni:;inae americanas por terem a fovea thora-
cica direita ou recurva. São cepresentadas no Brasil
,por quatro generos (Hermacha - Simon -1883;
Rachias, Simon, 1891, Petropolisia, Mello LeitãO;
1918, e Hermachura g. n.) separa veis pelos caracté-
res da seguinte chave; ,

( 1) Manchado.
 - 63-
A- Ancas dos palpes (ao menos na femea) com uma
área basal com cus pulas numerosas:
B - Ultimo segmento das fiande iras ignal ao medio.
C- Ultimo segmento das fiandeiras igualou menor
que o médio ou pouco menor, e acuminac!o. Olhos
anteriores quasi iguaes, bem separados e for-
mando uma linha muito procurva - Hermacha.
C C - Ultimo segmento rtas fiandeiras muito menOI
que o médio e conico. Olhos anteriores muito
approximados, formando uma linha pouco pro-
curva, os médios muito maiores que os late-
raes - Rachias.
BB- Ultimo segmento das fiandeiras muito maior
que o médio - He1"1ftach'ura.
A A - Ancas dos palpos muticas nos dds sexos. (Ul-
timo segmento das fiandei~as pouco menor que o
mpdio, conico. Olhos anteriores em fila levemente
procmva, os médios um pouco menóres ) - Petropo-
lis"a.

***
Hermacha Simon - 1888
Typo - H. caudata Simon
lIermacha - Simon - Act. Soe. Linn. Bordeaux
, -- 188e, pago 407
Nemesia - Bertkau-- 1880 - Verzeiehnis der Bra-
sil Ar. - pg. 17
Hermacha - Simon - Hi~t. Nat. An.1891>, p. 114

Cephalothorax pOUCO alto, de região cephalica

cOJlvexa e fovea thoracica levemente recurva, larga,
quasi circular, às vezes) Região o~ular pouco mais
larga qne longa. Olbc,~ anteriores em fila muitO
procurva, quasi iguaes. e bem separados. Olhos
posteriores em fila diroita ou levemente recurva, os
lateraes pouco menores qiJe os lateraes anteriores e
pouco distantes delles (geralm~nte menos de um
diarnetro ).
Chelicera8 sem apophyse apical, de rastello
pouco distincto, constituido por denticulos pouco
abundantes e quasi setiformes.
 - 64-

Labio mais largo que longo, mutico ou com

dois a tres pequenos dentes apicaes. Ancas dos pal-
pos com uma áreJ'l. basal interna profusamente cus-
pulosa.
Pernas medioeres; os tarsos e metatarsos dos
dois primeiros pares de pernas, bem como os tar-
SGS dos palpos da femea, densamAllte escopnlados;
tarsos dos dois ultimos pares de pernas sem escó-
pnlas e Tllutieos. Unhas superio,'es dos tarsos com
uma dL1pla fileira de dentes_ Tibias anteriores do
macho teretes, com um delicado esporão apical.
Tem o genero Hermacha 1 especies hrasilei-
ras, das quaes urna inédita.
A - Olhos lllteraes posteriores ovaes ou ciréulAres;
pubescencia normal.
TI - Fovea thO'rllcica recurva; Mrpo amarellado:
C - Abdomen menor que o cephalothorax, de pu-
bescencia fus~a- anomala.
C C - Abdomeu igual no cephalothbrax, de pu-
bescencia fuI va - fos-~or
B TI - Fovea thoracica subcircular; corpo negro-
leporina -
A A - Olho·s lateraes posteriores reniformes; pubes-
cencia de tons metallicos - lricolor.

11 - HERMACHA ANOMALA (Bertk)

Nemesia anomala - Bertkau - 1880 - Verzeichnis
der Brasil. Ar. - p. 17 - pr. I f. 3
H61"macha ano mala - Simon - 1893. Híst. Nat. Ar. p. 114.
~ -8 mm.
Cephalothorax arnarello-parda<.:ento; chelice-
ras da côr do cephalolhora" de garra fulva; labio,
coxas dos palpos, esterno, ~alpos e pernas pardo-
amarellados. Abdornem pardo, de pubescencia fusca,
o ventre ruais claro e as nandeiras amarello-claras.
Cephalothoraxallongado, de -fovea thoracica re-
curva; o tegume.ntO liso, n110 muito brilhanbe e com
penos brancos espar!>os. .
Olhos todos pequenos, pouco differen:tes em ta-
manho, occupando uma area rectangular. Fila de
olhos anteriores bem procurva, os olhos equidistan-
tes, separados entre si cerca de um diametro. Olhos
 - 65

lateraes post~riores a dois terços de di&.metro dos

Iateraes anterIOres.
Clleliceras de rastello formado por espinhos
moltes, ::;etiformes, poucos e irregularmente dispos-
tos; a margem internado sulco ungueal. com sete
dentes quasi iguaes; a margem pxterna com un.a
ürnbria de pellos roseos.
Labio cm·to, mais largo que longo, mutico;
. ancas dos palpos com uma timbria semelhante ü das
cheliceras. e com uma area basal abundante em
cuspulas.
Abdomen curto. Fiandeil'as com o segmento
apical quasi igual JO medio e aculllinado.
U exemplar typico foi de:,cripto por Bertkau
de Pedra Açú, E"tado do Hio de Jaueiro. g' espe-
cie :'elativarnente freqller.te 111) Sul do Brasil. Nunca
enc()ntrei o rnJcho.

12 - HER~!ACHA FOSSOR (Berlk)

NemeSl:a fassar Bertkau - 1RSO - Verzeichnis.
der BrIlSll. AI. p. HJ -- pr I - f. 4
JIermacha f'ossol' ~imon - 1893 - Hist. Nat.
Ar - Vol. I p. 114

9 - 10,5 mm
Cepbalotho1ax amarello, de região cepllalica
mais escura e rima ocular fuIva. Cheliceras fulvas,
de garra qUllSi negra. Labio, esterno' e coxas dos
palpos pardacentos. Palpos e pernas am3rellos. Ab-
domei} fulvo, de ventre um pouco mais claro e nan-
deiras com os dois primeiros segmentos amarello
daros e segmento apical fulvo.
Cephalothorax de fovea thoracica bem recurva.
Area ocular rectangular, vez e meia mais larga que
longa. Olhos anteriores mediocres, os lIIedios lev9-
meí1te menores. um. pouco mais afastados entre si
que dos laterae:s. Olhos medios posteriores pequenos,
ovaes.
Cheliceras de rastello de espinhos fracos, setifor-
mes; margem interna do sulco ungue31 com 8 dentes.
Labio de apice ll1utico. Ancas dos palpos com
uma longa nmbria na borda interna e com uma area
 - 60-

triangular hasal, de numerosas cuspidE's.. Esterno

densamente pilloso, mais longo que largo.
Abdornen maiór que na especie precedente, de
comprimento igual ao do cephalothor3x.
H3b: O mesmo da especie precedente, sendo
muito mais rar3.
13 - HERMACHA LEPORINA - Simon
II. l. - Simon - 1891. Am. :::ioe. Entorn. Fr. p. 303
c~ - 10 mm.
Ceph31othorax negro, revestido de longos pelIos
fulvos, deitados. Abdomen negro, densamenta reves-
tido de pellos [uivos. Chelicpras, esterno, labio, co-
xas dos palpos e as ?ernas fllscos, com pellos fuI vo~,
hirsutos.
RegiãO cephalica do cephalothorax bem con-
vexa. Fovea thor3cica quasi circular.
Olhos anteriores pouco deslguaes, os medi os um
pouco menóres, esphericog, mais separ3dos um do
outro que d0s lateraes; olhos medios posteriores
ovaes, os late1"3es um pouco maIOres.
Tibias anteriores não espessadas no apice, que
é armado de uma apophyse espiniformA long:::, de-
licada, um pouco arqueada; face inferior dessas ti-
bias com 2-t esp:nhos longos, e face interna com
um espinho submediano. Metatarsos dos dois primei-
ros pares com escópu las ra13s e muitos espinhos.
T3rsos delicados; os quatru anteriores com escópu
las inteira'l, bastante densas; os quatro posteriores
com escópulas ralas e revestidas de cerdas nume-
rosas. Tibias e metatarsOR posteriores com espinhos
muito numerosos. Patellas do t.erceiro par com tres
espinhos e~ternos e um apical interno; patellas pos-
teriores sÓ com o espinho apic31.
P31pos de tibla mais longa qlle a p3tell3, le-
vemente adelg3çada p3ra o apice, com longos pellos
na· face inferior e com dois espinhos 3picaes; tarso
pequeno e obtuso, o bulbo espiralado, longo, com
uma crista baixa e lacinios3, m3is curta que o lóbo
e aguda no apice. Bab. The!·ezopolis.
Esta especie me é desconhecida em natureza.
 - 67-

14 - HERi\lACHA IRICOLOR - sp. n.

<.;.> - 32 a 37 mm ..
Cephalothorax fulvo, côr de mogno claro nos
exemplares menores, bem mais escuro nos maiores,
quasi glabro, com pellos fIa vos. Cheliceras fulyo es-
curas ou quasi negras, com tres faixas de pelios, de
tons metallicos e esverdeados os da base, roseos os
dos dois terços apicaes. Pernas da côr do cephalo-
thorax; na face dorsal dos femures dos palpos e do
primeiro par de pernas ha linhas longitudinaes de
pellos deitados, metallicos, esverdeados; nos outros
segmentos pellos roseos. Esterno fulvo, quasi gla-
bro, com pellos fui vos. Labio e ancas dos palpos
do mesmo colorido, as ancas dos palpos com longos
pellos roseo-flamineos na face ventral, curvos, maio-
res que os da fimbria interna. Abdomen pardo, com
manchas escuras m ui to abunda ntes e con fi \lentes;
nos dois terços anteriores do dorso ha uma linha
mediana escura; na metade posterior do dorso ha,
dê cada lado, tres faixas transversaes, pouco obli-
quas para traz e para baixo, que começam a pe-
quena distancia da linha mediana; atraz dessas fai-
xas ha, no limite posterior da linha escura mediana
uma linha transversal escura, fortemente recurva.
Ventre pardo-amarellado uniforme ou fulvo. Fian·
deiras pardas. .
Cephalothorax baixo, pouco mais longo que
largo ( t4Xl1 ), de fovea thoracica ampla, profundo,
transversa.
Rima ocular menos de :2 vezes màis larga que
longa. Olbo,3 anteriores iguaes,. em fila bem pro-
curva, os lateraes salientes, um nada mais distantes
dos medios que es tes entre si. Olhos medios poste-
riores circulares, grandes, pouco menores que os la.-
teraes, a que são coo tiguos; estes são reniformes e se-
parados dos lateraes a ntel'Í'ores mais de meio diametro.
Labio quasi tão longo. qullo largo, mutico. An-
cas dos palpos com uma pequena area de cuspides
basaes pouco numeros as e occultas entre os longos
pellos.
 - 68-
Segmento basal das tiandeiras bem maiór que
o medio; este sensivelmente igual ao apical, que é
acuminado.
Todos os femures e patellas muticos, bem como
os tal'Sos. Ttbias anteriores com dois espinhos na
face anterior e na posterior, as do 2. 0 par com dois
espinhos anteriores, 1 pGstel-ior e 1-2 inferiores, es-
tes apicaes; as dos :2 ultimos pares com 3 espinhos
posteriores. Meta tal'SOS anteriores com 2-1-2 espi-
nhos infel'iores; 03 do 2. 0 par com 1-2-2 espinhos
infel'iol'es· e os dos 2 ultimos pares com 3 espinhos
anteriores, 3 postel'iores, 2-2-2 inferiores e um ver-
ticillo ~pical. Tarsos e' metade basal dos metarsos
dos 2 pl'imeiros pares escopulados.
Rab.: Blumenau - Sta. Catharina. Typo. No
Museu Nadona!.
Rachi.a8 - Simon - 1892
Typo: R. dispa1' ( Simon )
lIermacha - Simon - 1891 - Ann. Soco Entom
Fr. - p. 303 (ad partem).
Racl~ias - Simon - 1892 - Hist. Nat. Ar. VoI.
I p. 114
Diftere dp- Rermacha a que é afim, por ter a
area ocular compacta, os quatro olhos anteriores
grandes, pouco separados, quasi equidistantes, e, ao
menos no macho, os medi os maiores que os lateraes,
formando uma linha menos proeurva; os olhos la-
teraes das duas filas pouco desunidos; o rastello das
cheliceras de- dentes mais robustos, bastante nu me-
rosos, mas Clll'toS; o labio e as ancas dos palpos
mutkos no macho; ó labio da fcmea com duas ou
tres cus pulas e as ancas dos palpos com uma area
basal muito espinhosa; as pernas da femea curtas
e' robustas, os tarsos e mctatarsos anteriores com
eseópulas inteil'as e\dp-nsas,. até a base J~s segmen-
tos; os tal'SOS posteriol'es com escóÍHllas ralas e cor-
tadas pOl' uma linha de oerdas; as pernas do ma-
cho longas, muito d-elicadas nos segmentos apicaes,
muito espinhosas; os tarsos posteri-ores com espi-
nhos dos dois lado&; as tibias anteriores sem apo-
 - 69-

physe apical; a unha inferio. das pernas anteriores

nulla ou muito reduzida, a das pernas posteriores
pequenas; fiandeiras superiores espessas, de segmen-
to apical muito mais curto que o segmento ruedio.
Ha uma unica especie descripta deste genero.
15' RAcHIAs DISPAR ( Simon)
Herrnacha dispa}" Simon - Ann. Soe. Entorn. France,
1891, p.304.
Rachias dispa?" - Simon - Hist. Nat. Ar. 189:2-
VoI. I - p. 116

<t - Cephth -8,5 mm. c:1 - Cephth-7,8 mm.

Cephalothora x negro, revestido de longos pel-
los amarello-olivaceos, pallidos, deitados, havendo na
parte cephalica pellos mais densos, formando uma
larga faixa. Abdomen oval, negro, de pube.,cencia
fulva, sarapintado de numerosas m:mchas quasi cir-
culares, amare1l0-escuras. Chelicera, esterno, labio e
(:oxas dos palpos quasi !legros. Pernas fuscoaver-
mellladas, de fem ures quasi n2gros.
Fovea do cepbalothorax grande, transversa, am-
pliada de ambos os lados. Rima ocular convexa, os
olhos apinhadol'. Ras e1l0 das cheliceras formado de
dentes curtos, numerosos, dispostos sem ordem. Ti-
bias dos dois pmneiros pares da femea com um
unico espinho apical na face intp.rna; os rIletalarsos
com dois espinhos ria face inferior, uniseriados e
dois apicaes.
Cephalothorax do hlacho mais baixo e mais
largo. Olhos medios anteriores milito maióres que
os outros. Chel~ceras muito menores, os dente;; do
rastello mais largos e menos numermos. Labio e
maxillares muticos .. Pernas longas, muito delicadas
nas extremidades, olivaceas, de femures ennegrecidos
na face dorsal, muito espinhosos; os t3r80S dos dois
ultimas pares espinhosos; as tibias anteriores sem
apophyse apical; os metatarsos anteriores delicad08,
levemente arqueados.
Palpos mediocres, fulvo~, de fem llt' fusco, tibia
mais longa que a patella, levemente ovalar, com
longos cilios· na faca inferior e quatro longos espi-
 -70 -

. nhes, e com dois espinhos mais curtos do lado in-

terno e dois ou tres em cima. no apice; tarso oval
curto; bulbo com um lóbo deprimido, piriforme, o
estylete quasi igual ao lóbo, farto, levemente ar-
queado, ponteagudo e provido. na margem inferior,
junto ao apice, de um t:spaço provido de papillas
membranosas, com pellos curtos.
Hab.,' Therezopolis (E'ltado do Rio de Janeiro).
lIermachura (1) - g. n.
Typ. H. Luedervaldti sp. n.
Cephalothorax pouco elevado, de região cephali-
ca bem convexa e fovea thoracic1J transversa, direita.
Rima ocular duas vezes mais larga que longa.
Olhos anteriol'es em fila fortemente procurva, os
medios muito menores que os lateraes. quasi equi-
distantes. Olhos lateraes poster;.ores maiores que os
medi os anteriores; olhos m8dios posteriores grandes,
contiguos aos lateraes, com os q:Jaes formam, por
suas bordas antulOres, uma linha direita.
Rastello formado por espinhos muito fracos,
setitormes. . ,
Labio bem mais largo que longo, com urna
fila de fórtes cerdas apicaes. Ancas dos palpos com
uma grande area basal, de numer6sas cuspides. Es-
terno ponco mais longo que largo, de sigillas pos-
teriores inarginaes, pOlJco nitidas Fiandeiras supe-
riores muito espessas, maiores que a metade do ab-
domen, de segmento basal grande, o medio peque-
no e o apical bem maior que o medio, quasi tão
longo corno o oasaL

15 - HMRMACHURA LUEDERWALDTI- sp. n.

( fig. - 37 a 40)
~ - 10, 5 mm.
Cephalothorax, cheliceras, labia, ancas dos pal-
pos, esterno e pernas pardQ-fulvescentes, com pellos

Hermacha ~ genero conhecido, criJ~w - cauda. Pelo ta-

manho maior das fiandeiras.
 - 71-

negros; abdomen negro-fusco, com pelloS' claros

esparsos; as fiandeiras pardas; a rima ocular negra.
Rima ocular duas vezes mais larga qUfl longa.
Olhos anteriores em fila mUI forternt'lIte procurva,
os medios duas vezes menores que os lateraes. Olhos
lateraes posteriores men',res que os lateraes ante-
riores; medios posterioros grandes, iguaes aos me-
dios anteriores, contiguos aus lateraes posteriores e·
separados meio dia metro dos- medios anteriores. La-
teraes anteriOl~es e posteriores quasi contiguos.
Cheliceras com 7 dentes na margem interna do
S4ol1cO ungueal. Labia bem mais largo que longo,
com u ma fila a picaI de fortes cerdas. A nca dos
palpos com uma area basal de nu'uerosas cllspides.
Fiandeiras si.lperiores, vistas pelo ventre, apparente-
mente de 4 segmentos, os dois prirneirus iguaes,
o terceiro um nada maior e o apical quasi igual
aos dois primeiros reunidos.
Pernas 4, 1, 3, 2. Tarsos dos dous primeiros
pares de pel'l1as o metade apical dos metatarsos an-
teriores com densa;; escópulas. Tlbias dos dois pri-
meiros pares de pernas e patellas I, II e IV muti-
cas; tibia dos dois ulti nos pares mJito espinhosas.
Patellas do terceiro par com 1-1-1 espinhos na face
anterior. Metatar"os anteriores com 1-1 espinhos
inferiords; os do segundo ptU com 1-2 espinhos in-
feriores e tres apicaes, sendo o medio muito peque-
no. Metatarso dos dois ultimos pares com espinhos
numerosos.
Hab: ltatiaya_ Coll. H. Luederwaldt, a querll
é dedicada a especie.
Typo - No Mu<;eu Paulista

l"»etl'opolisia Mello-LeittIo
Typo: P. aurea Mello-Leitão
Pet1'l'opJlisia l\1ello-L~itão - Rev. Soe. Bras. Scieneias
1919 - Vol. III p.
Cephalothorax oval, baixo, de região cephalica
bem convexa; fovea thoracica grande, tranversa,
direita.

í
 -72 -

Olhos anteriores em linha levemente procurva

os medios um pouco ;nenores, mais proximos entre
si que dos 1aterae8. Olhos medios posteriores quasi
contiguos aos lateraes. Olhos lateraes das duas filas
contiguos.
Hastello das cheliceras formado por numerosos
espinhos fracos, setiformes, irregularmente dIspostos.
Labio mais longo que largo, mutico, chanfrado,
de apice concavo. Ancas dos palpos mnticafó:.
Esterno de sigillas postel'iores pequenas, circu-
lares, duas vezes mais afastadas entre si que das
bordas do estemo.
'fars08 dos dois primeiros pares escopulados
até a base; os metatarsos só nos dois ter~os api-
C3es. Tarsos dos dois pl'imeiros pares mutlcos; as
dos dois ultimos com dois pares de espinhos fracos
inferiores. Cnba impar ausente nos tarsos dos dois
pri meiros pares, pequena mas bem apreciavel nos
dois nltimos.
O genero Petropolisia é affim aos generos He1'-
macha e Rachht,<; Simon, e Lepther·cus Purcell,
tendo como Rachias Simon as unhas irnpares dos
tarsoiS lios d0,is primeiros pares de pernas ausen-
tes ou quasi nuHas, e os tars08 posteriores espinhosos,
differe deste por ter as ancas dos palpos muticas na fe-
mea e o segmento apical das fi~Ildeiras pouco me-
nor ou igual ao segmento medio; de Hermae·ha
SImon differe pelas ancas dos palpos muticas e petos
tarsos posleriores armados de espinhos; de LepthelJ'"-
cus Purcell se afasta por ter as unhas impares an-
teriores n ulIas ou quasi. De todos se distingu.e. ~etÜl
labio nitidamente mais longe que largo.
Especie unica:
16 - Pli]TROPOLISIA AURli]A Mello--Leitão.
(Figs. 1, 2, 0 e '24 )
P. 8. -- l\Iello - Leitão Rev. Soco Bras. Sciencias 1919,
Vol. lU p.

~ -.. 3~, 5. rmn.

l,;ephalothorax pardo-fulvo;. cheliceras f,illvo"ne~
gr.as .. 1?er.n~.S. ,!)ard,ocesGuras, Gom linhas longitu.d,ina~
 - 73-

mias. Estern(') pardo-infuscado; labio e ancas dos

palpos pal·do-negros. Ancas das pernas pardo-inf'ls-
cadas. Abdomen parJo-amarellado, com manchas
fuscas e fulvas muito abundant~s e irregularmente
dispostas; no dorso ha dilas estreitas llOhas longitu-
dinaes pal'allelas de pequenas manchas testaceas.
Fiandeiras pardas; 3S superiores percorridas, em
Ima face ventral, pOl' uma delgada linha 10ngiL~di­
nal esr:ura, que começa na metade basal do primei-
ro segmento e se dilue no segmento apical. Pal-
pos da côr das pernas.
Cephalothorax inteiramente revestido de peque-
nos pellos d~itadus, doirados; região ocular núa,
havendo na parte anterior da rima ocular e na bor-
da 2nterior da região cephalica algumas cerdas ne-
gras erectas.
Cheiiceras com uma faixa longitudinal mia. e
o resto do segmento basal revestido de pellos dei-
tados, doirados, e abundantes cerdas erectas, de
pontas roseas; margem interna do sulco ungueal
armacto de nove dentes seriados, negros, os extre-
mos um pouco menóres e augmentando g'l'adativa-
mente, sendo os 5 medios maióres,qu'lsi iguaes. .
Olhos anteriores em linha levemente procur-
va, os medios menóres, separados entre si dois ter-
ços de ::1iametro e a um diametro, mais ou menos,
dos lateraes, que são salientes. Olhos posteriores
em fila recurva, os iateraes duas vezes maiores que
os medios, a que são contiguos.
Labia mais longo que largo, rnutico. Ancas
dos palpos muticas, com uma densissirna firnbria,
de pellos aV,ermelhados.
Palpos de tarsos densa mente escopulados e com
dois espinhos obliquo~; tibias com 3-4-3 fórtes es-
pinhos roa face inferror.
Pernas antei'iores com os femures e patellas
rnuticos; tibias com um espinho na face anterior e
1-1 na inferior; metatarsos eom 2-1·2 espinhos in-
feriores; tarsos com densas escópulaFl e muticos.
Pernas do segundo par com os femures e patellas
muticos; tíbias com 1-1·1 espinhos inferiores e 1-1
 - 74-

na face anterior; metatarsos com 2-2-2 pspinhos

inferiore~, um médio, na face anterior, e um apical,
na posterior, ao nivel dos dois ultimos inferiores;
tarsos corno nas pernas ~nterioresí Pernas do ter-
ceiro par com os femures com um pequeno espinho
dorsal, no terço apical e um pequeno 1'aste110 apical,
de curtos espinhos uniseriados, na 'face anterior;
patellas como as posteriores; tibias eom um espi-
nho mediano dorsal, 1-1 na face anterior, 1-1 na
posterior e 2-1-2 inferiores, sendo os dois ultimos
apicaes; metatarsos com eSpiM:lOS dispostos em tres
verticillos, um apical; tarsos com escópulas pouco
densas e com dois ft'acos espinhos no terço medio
da face inferior. Pernas po~teriores com os femu-
res armados de um rastello de espinhos mais abun-
dantes que o dos femures do terceiro par; patellas
eom duas faixas obliquas, nuas, parallelas, limitando
uma terceira, de espinhos bacilliformes, mais abun-
dantes na base, onde ha, além disso, uma area es-
pinulosa, anterior à primeira faixa glabra; tibias
com 2-1-0 espinhos inferiores e 1-1 na face ante-
rior; metatarsos com espinhos inda mais numerosos
que os do terceiro par; tarsos com escópulas ralas
e com 1-1-1 e~pinhos fracos inferiores, e outr!) um
pouco mais robusto, na face anterior. Tarsos do, ~~ pri-
meiros pares com duas unhas; os posteriot'es com 0,
Fiandeiras de segmento basal um pouco rnenór
que o mediu; este igual ao apical, que é a'3ll minado.
Hab: Petropolis,
GoU: Altioo de Azevedo Sodre,
Typo - Em minha eollecção,
VI
DIPLURID.lE - 1897 - Pocock
Dipluridae - Pocock - Proc. ZooL Lendon, lR97
Diplurinae - Simon - Hist. Nat. Ar. - 1893, Vo1. I,
p. 174 e 1903, vo1. II, p. 960
Simon estuda, as dipluras depois das avicula-
rias, das quaes elle as approxima. Pat'ece-me, po-
rém, que são ellas typos nitidamente divergentes,
 - 75-

existindo affinidade maior' e mais estreita entre di-

pluras e ctenizas, que entre dipluras e ávicularias.
De facto a facies, a disposiçãO das escopulas nos
tarsos, a denteaça.o das unhas superiores são id",n-
ticas em umas e outras e nos ultimos géneros de
ctenizas (Hernwcha e alguns affins) têm a Jispo-
sição das fiaudeiras inferiores identica á das diplu-
ras (Ex.: as H.errnachas afl'icanas )'. O raste110 já
fraco, e, ás vezes pouco apreciave!, de certas cteni-
zas está a mostl'ar que certos representantes da fa-
milia tendein a abandonar os habitos terricolas.
Foí tendo em consideração laes argumentos que re-
movi as dipluras para este logar, ao lado das cteni-
zas, e. antes das duas familias de diooychias.
As DiplU1~idrE 8ão aranhas de grande, médio
ou pequeno porte. .
O cephalothorax, pouco elevado, lembra o dos
ctenos. A fovea thoracica é sempre transversa. Os
olhos estão agrupados em uma rima ocular e, nas
especies brasileiras, sempre em llumel'O de oito (*).
A~ cheliceras são mediocres, não mQito robus-
ta e desprovidas de raste11o.
Ha entre as cbeliceras e ancas dos palpos, em
alguns generos, um apparelho estridulante, consti-
tuído nas cheliceras por algu mas cerdas rigidas, ir-
regulare!'! é, na face anterior das ancas dos palpos,
abaiJto da sutura e na metade basal, um nr'lmero
variavel de 5 a 17 cerdas curvas, seriadas, em for-
ma de clava, formando unia como lyra. P ara os
. generos providos desse apparelbo estridulante fórmo
.a nova subfamilia Trechoninae.
O lab.o e as ancas dos palpos ora são muticos,
ora providos de numerosas cuspides. O labio é qua-
drado ou mais largo que longo. As ancas dos pal-
pos são normaes. i
O esterno é plano, largo, de sigillas pequenas,
obliquas, quasi marginaes.
As "ernas são geralmente delicadas e mais ou
menos allongadas, sendo sempre os metatarS::lS muito

(*) R'3duzidos a r.eÍs nos ~eneros exotieos Accola e

M~8teria.
 - 76-

delicados, relativamente. . As t1bias anteriores dos

machos podem ser ar !r.adas de apopbyse a picaI ou
de um grllpo de espinhos dentiformes. Não ha fas-
cieulos subungueaes, e as unhas superiores dos tar-
sos são armadas de numerosos dentes, em uma ou
duas series.
~s tiandeiras são em ~umero dp, quatro em
tod:;.s as especies bl'asileiras (havendo seis iiandeiras
no exotico Hexathelr, Ausserer). As superiores são
sempre muito ,dastadas e longas, não raro excedendo
o tamanho do abdornen.
Separo os oito gene1'Os de Dipluridae brasilei-
ros em duas sub-fanlili:.ls, tornando como caracter
distin~tivo a presença ou ausencia, nas ancas dos
palpos, da Iyl'a eSI1'idub. .
Àncas dos palpos desprovidos de Iyra - Di-
phw1nae.
Ancas dos palpos providos de lY1'a- Trechonince.

* **
Diphll'inae - Simon - 189:1 (ad partem)
J)iplw'illaç - Simon - Hist. Nat. Ar. 1893
VoI. I p. I i i e 1903, - VoI. II p. 960 (ad partem)
A3 DllJlurl:nae se dividerrl em dois grupos:
Diplureae e lvJacrotheleae.
Diplureae - Simon (ad part.·)
As diplureas têm as tiandeira~ snperiores iguaes
ou menores que o abdomen, as tiandeiras inferiores
separadas entre si dois diametros ou pouco mais;
os tarsos l1luticos e· providos de escopulas; as
unhas superiores dos tarsos com uma dupla tileira
de dentes. Com dois generos bl'3sileirml:
.. - Tarsos flexuosos; tiandeinrs superiores
iguaes em comprimelJto ao abdomen; . olhos ante-
rIOres em linha procurva Oll direita - Diplura.
" " - Tarsos direitos; ,tiandeiras supedores duas
vezes menores que o abdomen; olhos anteriores em
linha recurva - Fuflus.
 77

Typo: D. macrura - C. Koeh

DipZllra - C. Koch - 1850 - U ebers. Ar. Syst. VoI. V
pago 75.
Diplu1'a -- Simon - 1893 - Hist. N ato Ar. - VoI. I p. 178;
1903 - Voi. II- p. 963
Cephalothorax baixo, de fovea levemente re-
curva. Rima ocul~r cerca de duas vezes mais larga
(lue longa, separada da borda frontal cerca de um
diametro dos olhos lateraes. Olhos anteriores gran-
des, proximos, equidistantes, em linha levemente
procllrva, subiguaes ou os medios pouco maiores.
Olhos lIledics posteriores pequenos, qllasi contlguos
aos lateraes posteriores e aos medios antAriores.
Lateraes anteriores e posteriores pouco separados,
estes u III pouco rnenóres.
Labio convexo, pouco mais largo que longo,
m utico ou quasi. Ancas dos palpos armadas de uma
pequena area basal, com cllspides numerosas.
Pernas longas e delicadas, de tar80S mnito de-
licados e mais 0'1 menos flexuosos, 08 anteriores
com pequenas escópulas, os outros desprovido~ de
escóplllas, muito abundantes em cerdas e com espi-
nhos lor,gos e nllmerosos. Unha inferior longa.
l< iandeil'as superIor9s elo cOlnprimento elo ab-
domen, de tl'es segmentos qua~i iguaes, o ultimo
mais delgado e direito. Viandeiras infel'iores sepa-
radas dois ou tl'es dia:lletros.
Tibias anteriores elo macho com uma r8quena
apojJhy,e apical simples.
Duas especies br3sileiras.

1 - DIPLURA BICOLOR - Simor.

D b. - Simon - 1889 - Ann. Soe. entorno France
p. 215
~ -15 mm.
Cephalothorax ruIvo-avermelhado pallido, com
ralos pellos fui V9S. Ri ma ocular cúnvexa, negra.
Abelomen oblongo, negro, com poucas cCI'elas, a
 - 78-

parte posterior do dOl'SO com pontos amarellos es-

parsos, e o ventre sarapintado de amarellado. Fian-
deiras fl'sco-amarelladas. Esterno, labIO, ancas dos
palpos e das pernas fulvo-avermelhados, Pernas fus-
coolivaceas, com longas cerdas.
Olhos anteriores subigu3es, os medios circu-
lares, os 13teraes al1ongados; medius posteriores
ovaes e direitos; os later:3.es posteriores um pouco
menores que os an teriores
Tibias eles dois primeiros pares ele pernas com
J -t longos espinhos setiformes na face inferior,
dois apicaes e um na fa~e interna. Metatarsos das
mesmas pernas com 3-3 espinhos mais robustos, na
face inferior. Tarsos com cerdas numerosas e es-
copulas ralas.
Hab: C3l'aça - Minas Geraes.

2 DIPLT;RA GYMNOGNATHA - Bertkau

D. g. - Bertkau - 1880 - Verzeichllis der ... Blasil
Ar. p. 21 pr. I, f. 5.

~ - ~7 mm, (COIlI as fiandeir3s).

Cephalothorax vermplho-bruneo, revestido de
pellos ReelosoR, amarellos, e com cerdas f'alienteE',
bruneas, na borda; região cephalica popco pillosa.
Cheliceras vermelho-brulJeo ·escuras, revestidas de
pellos amarellú3 e cel'das bruneo-escurai'l. a face
externa com tre" linh~s longitudinaes nuas. Labio,
externo e ancas dos palpos e pernas da côr do ce-
phalothorax; a!'l ancas dos palpos com vinte CllS-
pides bas3es fl o esterno cordiforme, com uma du-
pla "utur3 sinuosa sob o labio; metatarsos com
dez a quatorze ~lOneis. Abdom~n pardo amarellado,
o ventre mais claro.
Rima oculal' duas vezes mais larga que longa.
Olhos anteriores em fila prOC).lrva, os medios meno-
res que os lateraes. Olhos lateraes anteriores e pos-
teriore~ qlla~i contiguos, os posteriores menores.
Cheliceras fortes; a, borda externa do sulco Ut1-
glleal com uma densa timbria de pellos avermelha-
dos; borda interna armada de 11 denticulos, O~ seis
 - ,9-

primeiro~ contiguos, o se timo um pouco separado e

os I'estantes novamente conüg'ucs; os medios são os
maiores.
Ancas dos palpos com uma area basal CIlSpU-
108a, com cerca de 20 cnspides. Labi:> um pouco
mais largo que longo.
Pernas (4, 1, 2,3) longas e fOI'tes. Tarsos e
metatarso~ dos dois primeiros pares de pernas com
densas escôpulas. U nbas superiores dos tarsos co III
duas filas de dentes.
Fiandeil'as superiores mais curtas que o abdo-
men.
O typo foi d8scripto por Bertkau de Pedra Açu,
Rio de Janeiro. E' especie relativamente commum
no Sul do Brasil.

IFufius - Simon -'- 1888

Typo: F. atramentarius - Sim
FlIfius - Simon - 1889 - Anil. Soco entorno Frallc!',
p. 213
Phrissaecia - Simon - 1892 - Ann. Soco entom.
Francp - p. 274
Ph1"issaecia- Simon - 1893 - Hist. Nat. Ar. VoI. 1,
p. 100
Hapalothele - Simon - 1893 - Hist. Nat. Ar. Vol. I,
p. 181
Fufius -I·'r. Cambridg-e - 1896 -- p;:~c. Zool. Soco
London.
Fufi~tS - Simon - Hist. Nat: Ar. VoI. 111903. p. 967

Olhos anteriores equidistantes, dispostos em li-

nha recurva, os !!1edios maiores que 0S la teraes. Fo-
vea thoracica recUl'va.
Labio tão largo quão longo ou um P')lJCO mais
longo que lárgo, rnutlco ou com poucas cUf'pides api-
caes. Ancas dos palpos muito espinhosas.
Tarsos anteriores delicados e teretes; metatar-
sos anteriores densamente escopulados na metade api-
cal. Todos os. tarsos com tres llilhas; as superiores
com urna dupla fileira de numerosos dentes. Tibias
anteriores do macho arrn~das de apophyse apical.
Fiandeiras superiores alcançando apenas ou uI-
 - 80-

trapassando de pouco metade do comprimento do

abdomen.
Duas especies bl'asileiras, ambas da Amawnia,
e que me são desconbecidas em natureza.

:~ FUFICS ALBOYITTATUS ( Simon)

lIapalothele alhovittata - Simon - 1891. Ann.

Soe. entorn. France. p. 306

cf-8mm.
Cephalo.thorax negro-opaco, escassamente reve~­
tido de li,ngos- pellos flllvos [l:111idos. AbdlJmen ne-
gro, com uma linha fllediana dorsal int.eira, de pello~
prateados. Chelicel':1s negTas, com urna faixa basal
de pellos prateaclos. Esterno, labio e ancas dos pal-
pos e pernas fusco-escuros, estas de metatarsos mais
claros e tarsl)S lestaceoé. F'ia ndeiras Sll periores ne-
gras, de segmento apical amarellado.
, Olhos anteriores em linba levemente recurva,
próximos, equidistantes, os medios quasi duas vezes
maiól'es que os lateraes. Olhos medios posteriores
muito pequeno~, allongado:::, dU'eitos, os lateraes ovaes
e pouco separados dós lateraes anteriores.
Labio mutico.
Pernas pouco allongadas, de tarsos pouco es-
pessados na base, com escópnlas muito ralas. Tibias
anteriores espessas, ovaes, com duas series de 3-3
espinhos, em bllixo e lWta apopbyse apical fórte, de
apice desigualmente bifi::lo. Metatarsos anteriores de-
licados, curvos mI' base, onde apresenta doi~ tllber-
culos geminados.
Palpos mediocres, de femur comprimido, qllasi
direito; tibia mais longa e pouco mais espessa que
a patella, est,'eitada na parte apical; tarso pequeno;
bulbo simples COil! um estylete muito tlelicado, curto
e curvo no a[lice.
Hab: Manúos.
 - 81-

4. - FUFIUS (PHRYSSI<JCIOIDES) AURICOMIS (Simon)

IIapalothele aU1"icomis - Simon - 1891. Soe. entorno
France. p. à05
FtifiUS auricomis - F. Cambridge-1896. Proc. Zool.
Soe. Londoll - p. 750. pr. ::>5. ff. 4, 6, 8,)0.
o~ -12,5 mm.
Cephalothorax e base das cheliceras negros, re-
vestidos de finos pellos doirados. Esterno, ancas dos
palpos e das pernas anteriores bruneo-piceo-escuros.
Femures das pernas e dos palpos negl'os, de apice
roseo; pateIlas quasi negras; tibias das pernas ne-
gras, as dos palpos um pouco mais claras; metatarsos
e tar80S fuscos. As tibias e metatarsos com dois
anneis negros, um apical e outro quasi na base.
Ancas das pernas e trochanteres revestidos, em cima,
de pellos doirados. Abdornen bruneo-piceo, com uma
faixa mediam) dorsal de finos pellos doirados, menos
abundantes na região posterior.
Ceflhalotborax finam6nte gl'anuloso; fovea t11o-
l'acica profunda, recurva.
Olhos anteriores em linha pouco recurva, equi-
distantAs, os medios bem maiores que os lateraes.
Olhos medios posteriores baclllares, pequenos; os
lateraes ovaes.
Esterno finamente granuloso, com pequenos tu-
bérculos esparsos e de sigillas bem visiveis. Labio
mais longo que largo, com duas ou tres pequenas
'Cuspides apicaes. Ancas dos palpos finamente granu-
losas, base muito abundante em cuspides, borda in-
terna com densa fimbria dA cerdas ávermelhadas.
Primeiro par de pernas de patellas armadas
'Com seis ou oito espinhos na face infel'Íor; tibias
'Com 5-5 espinhos na face inferior e dois ou t1'es de
'Cada lado e de apophyse apical simples, ('onica,
iponteaguda, dirigida para diante e para fóra;
metata1'sos muito curvos, com dois espinhos na
face inferior e dois apicaes, e com uma pequena
capophyse apical conica, muito fórte; tarsos com es-
~ôpulas ralas. Pernas dos tres outros pares de tibias
·e metatarsos com espinhos dispostos em sede, na
face inferior.
 - 82-

Fiandeiras superiores iguaes apenas á quarta

parte do comprimento do abdomen; o segmento ba-
sal maior e os outros dois iguaes.
ri -12 mm.
Cephalothorax e ba~e das cheliceras bruneo-
piceo-escuros, o cephalothorax com l,inhas conver-
gentes de pellos d(lirados; a base das cheliceras
com uma faixa dorsal e duas linhas lateraes exter-
nas, estreitas, de finos pelIos doirados e com alguns
pellos negros esparsos. Abdomen revestido de densa
pubescencia cor de chocolate. Palpos bruneo-piceo-
escuros. Pernas d3 cor dos palpos, de femures
manchados de negro, patellas ennegrecidas no apice,
tibias e metataJ;'sos com u 11\ ~mnel negro apical e
outro sub-basal; face dorsal de todo~ os. segment~s
com pellos doirados esparsos. Unhas superiores
dos tarso~ dos dois primeiros pares de pernas COEl
duas series de dentes, e as dos das pernas poste-
riores com uma serie unica. Labio com 5 ou 6
cuspides apicaes.
Bab. : - Santarém - Pará.
Estas duas especies do gene 1'0 Fufius 'Simon,
se distinguem por um certo numero de caractéres
sufficientemente importantes, para i ustificar a crea-
çllo para Fufius auricomis de um novo subgenero
Phryssecioides, caracterisado pelo tamanho das fian-
deiras (um quarto do compt'Ímento do abdomen,
quando em Fufius s. str. alcança ou ultrapassa a
metade) e pela presença, nas tibias anteriores do
macho, de uma apophyse api<;al conica, simples
(bifida, de ramos desiguaes, em Fufiu,s, s. str. )

l\Iacrotheleae - Simon
Ao macrotheleas são desprovidas de eseopulas
sob os metatarsos e tarsos e aS' unhas snperiores
têm sempre uma fila unica ,de dentes. Tarsos pos-
teriores armados de espinhos. Fiandeiras superiores
sempre maiores que o abdornen; as inferiores se-
parada3 entre si cerca de quatro diatlletros. Labio
mutico ou com poucas cuspides. Sigillas esternaes
 83 -

peq':le~as quasi iguaes e marginaes; fovea thoracia

pequena, circula~ ou lranversa e direita. Metatarsos
posteriores com espinhos numerosos e sem rastello.
Este grupo é representado no Brasil pelos generos
lschnothele e E1)agrelt a.
A - Segmento apical das fiandeiras mais }ongo
que os dois basaes reunidos - lschnotele.
A A - Sega!ento apical das fiandeiras pouco
mais longo que o media - Evagrella. l

lschnolhele - Ausserer - 1875

Typo: 1. caudata Ausserrer
Myyale - Walckena(>r - 1837 - lns. Apt.
Vol. 1 p. 231
Pezionyx - Simon - 1864- Hist. Nat. Ar.-
V édit p. 68
Pezionyx - TaczlI.nowski - 1873- Actae Soco
Entom R08S - p. 100
lschnothele - Ausserer --1875 -- Verh. znol.
boto Gesellsch. Wien. p. 163
Schismat·,théle - Karsch - 1879 - Zeitsch.
f. ge~. Naturwiss - p. 544
hnothe:e - Karsch - 1979 - Zp-itsch. f. ges.
N aturwiss - p. 546
Macrothele - Bertkau - 1808 - Verzeich.
der ... Brasil Ar. - 188 p. 26
Entomothele - Simon - 1888 - Ann. Soco
entom Frauce - p. 246; 1889, p. 216
Thelecoris - Simon - 1891 - Proc. Zool. Soco
London - p •. 551
Thelecoris - Simon - 1891 - Actes Soco
Bordeaux - p. 321
Mac1'othele - F. Cambr - 189:! - Biol. Ctlntr.
Americana - Arach - Vol. I p. 92
Theleco1'is - Simon - Hi~t. Nat. Ar. - 1893
- Vol I p. 187
Ischnothele - F. Cambr - 1897 - Biol. Centro
Americana - Arach - Vol. II p. 38
lschnathele - S;mon - Hist. Ar. - 1903-
Vol II. p. 968
Cephalothorax curto, largo e .baixo; fovea tho-
l'acica profunda, pequena, quasi direita; as estrias
cephalicas profundas.
Rima ocular mais de duas vezes mais larga
que longa, muito convexa em sua parte mediana.
 - 84-

Olhos anteriores grandes, aproximados, em linha li-

geiramente procurva, iguaes ou os medios um pou-
co maiores. Olhos medios posteriores bem peque-
nos, allongados, direitos ou obliquos. Olhos lateraes
anteriores e posteriores quasi contiguos, subiguaes
ou os posteriores menores.
Esterno pouco mais longo que largo. Labio
mais de duas vezes mais largo que longo, mutico.
Ancas dos palpos densamente espinulosas na base.
Pernas ( 4, 8, 1, 2) curtas e robustas, de seg-
mentos apicaes delicados, e tarsos deprovidos de
escopulas e armados de espinhos. U nh:ls superiores
dos tarsos posteriores longas, com uma unicà fila
de 5 a 7 dentes.
Fiandeiras superiores mais longas que o abdo-
men, o segundo segmento maior que o basal, e o
apical maior que os dois primeiros reunidos, muito
afilado e fiexuoso.
Tibia anterior do macho com uma unica apo-
physe apical; metatarso geralmeute provido, na fa-
ce inferior, de dois pequenos tuberculoso Tarso do
palpo muito allongado, deli,~ado e terete, levemente
espessado na base, àcima do bulbo; a tibia ovoide.
Tres especies brasileiras;

5- IscHNoTHELE ANNECTENS (Bertkau)

Macrothele annectens Bertkau - 1880 - Vezeichnis
der Brasil Ar. p. 26.
Mac1'Othele annectens - Petrunkevitch - 1909 Proc.
Amer. Mus. Nat. Hist. Vol. XXIX, p. 77
s: - 13 mm. com as fiandeiras.
Cephalothorax amarello-escuro com linhas ne-
gras convergentes. Cheliceras, labio, esterno, ancas
dos palpos e pernas amarello-escuros, estas de se-
gmentos apicaes mais claros. Abdomen de dOl'SO
e lados fulvo-escuros, côr de mogno, com uma larga
faixa mediana clara, com dois pequenos ramos
obliquos, no terço posterior do dorso; ventre ama-
reno; abundantes e longos pellos escuros erectos,
em todo abdomen.
Fovea thoracica profunda, direita.
 - 85-

Olhos anteriores em linha levemente procurv3,

iguaes, os medios separados entre si pouco mais de
um dia metro e a cerca de um dia metro dos 1ate-
raes. Olhos medios posteriores allollgados, muito
menores que os lateraes; estes levemente menores
que os lateraes anteriores, dos quaes estao separa-
dos menos de um dilHnetro.
Labio bem mais largo que longo, mutico ; ancas
dos palpos com uma area ba;,;al de numerosas cus-
pides e com uma densa timbria de pellos roseos.
Chelieeras com uma serie de '3 dentes negros,
fórtes, na margem externa do sulco ungueal e com
6 na interna.
Tibias anteriores com 2-1-2 espinhos na face
inferior e dois de cada lado; meta larsos com 2-2-2
espinhos inferiores e tarsos com 2-2 e um de cada
lado. Pernas dos dois ultimos pares mais espinhosas.
Fiandeiras superiores levemente maiores que o abdo-
men, de segme~to apical maior que os dois basaes.
O typo foi descriptc por Bertk3u sobre um
exem pIar mal conservado, proveniente de Pedra
Açu (Rio de Janeiro ).
A preE-ente redescripçao é calcada sobre um
exemplar ( ~) de minha collecçao, apanhado na
Tijuea (arredores do Rio de Janeiro).
6- IscHNoTHELE GUYANENSIS, (,Valek)
Mygale guyanensis - Walckenaer - 1837 - lns. apto
VoI. 1 p. 231
Pezionyx guyanensis - Simon - 1864 - Hist. Nat.
Ar. p. 68
Pezionyx guyanen~is - Taczanowski - 1873 - Horae
Soc. Entorn. Ross - p. 100
Entomothele {Juyanensis - Simon - 1889 - Ann. Soco
Entorn. Franee - p. 2t6
Thelechoris guyanensis - Simon - 1891 - Proc. ZooI.
Soe. London - p. 551. 1
Ischnothele gU?lanensis - F. Cambridge - 1897 Biol.
Centro Amer. - Arachn. VoI. II p. 38 pr. 219
I. g. - Banks - 1906 - BulI. Am. Mus. Nat. Hist - f. 918
~ - 12 mm.
Cephalothorax fusco-escuro, revestido de lon-
gos pellos branco-cinzentos. Cheliceras, labio, ester-
 -00-
no e ancas dos palpos da côr do cephalothorax,
sem a pubescencia acinzentada. Perna& fusco-a ma-
relladas de segmentos apicaes mais claros, com
alguns pellos brancos e 10!1gos pellos negros hirsu-
tos. Abdomen negrc, de lcnga pubescencia cinzenta,
com uma faixa mediana amarellada, da qual partem
obliquamente para os lados quatro' linhas estreitas,
do mesmo colorido. Ventre amarellado-escuro; as
íiandeiras fu"c3s.
'Fovel.'l thoracica profunda, levemente procurva.
lOlhoi'! anteriores grandes, quasi eiuidistantes,
os medios um pouco maiores. Olhos medios pos-
teriores pequenos IJ allollgados; olhos lateraes pos-
teriores menores que os anteriores, distinctamente
separados destes.
d' - 12 mm.
Colorido igual ao da femea.
Pernas mais ~ong3s e mais espinhosas; tibia
e patella mais espessas. Tibias anteriores com uma
apophyse apical obtusa, um pouco comprimida, com
a a f) fórtes espinhos; metatarsos anteriores com
ilm tuberculo fusco-negt'c basal Oli com dois peque-
nos espinhos. Tarsos do segundo par de pernas
com 2-2-2-2 fortes espinhos na face inferior.
Tibia dos palpos mais longa e mais espessa
que a patella, oval, de face inferior muito convexa
na base e deprimiia no apice; tarso ponco mais
curto que a tibia, muito delgado, de bulbo basal;
este é pyl'iforme invertido, de estylete íiliforme e
arque~do. .
Rab. : - Amazonia. Fóra do Brasil vive das
Guyannas até o Mexico

7 - IscHNoTHELE SIEMENSI - F. Cambridge

L s. - F. Cambridge - Proe. Zool Soe. London
- 1896 - p. 762 pr. XXXV, fia. 7, 9, 15

<) - 18 mm.
Cephalothorax bruneo-amarellado, com uma
larga odamal'ginal de pellos amarello-av(ltmelhado-
pallidos. Chelicel'as bl'uneo-negl'aos. Esterno, labio
 - 87-

e ancas dos palpos, ancas e trochantel'es das pernas

bruneo-amarellados, 3S ancas posteriores com uma
orla amarella. Abdomen negl'O ou bl'uneo-escuro,
com uma faixa IOiJgitudinal dorsal branco-prateada,
occupando as tres quartas partes posteriores do
abdomen, faixa larga na frente, estreitada pata traz
e com 4 ou b ramos curtos, obliquos para traz, de
cada lado. Ventro bruneo-pallido. Fíandeiras bru··
neas. Pernas de femures e patellas fusco-negros;
tíbias, metat8rsos e tarsOR brllneo-allaranjado-escu-
tos; femures com longos pellos na face ventral.
Margem externa do sulco ungueal das cheli-
ceras com dez forteR dentes; margem interna com
8 ou 9.
Rima ocular baixa; fila de olhos anteriores
um pouco procnrva, os olhos medios separados en-
tre si meio diametl'o e á mesma distancia dos la-
teraes. Olhos lateraes ellypsoides, distinctamente
separados, os anteriores um pouco maiores.
Esterno com quatro pares de sigillas visiveis,
o primeiro na base do labio, 0S outros rnarginaes.
Labio mlltico. Ancas dos palpos cuspulosas.
Fiandeiras superiores iguaes ao abdomen; os
segmentos basaes igllaes, o apical maior que os
dois. outros reunidos, fiexuoso, caudiforme.
Hab. - Pará e Amazonas.
Evagrella - g. n.
Typo: E. Ga1'bei sp. n.
Cephalothol'ax baixo, de fovea thoracica trans-
versal di.'eita. Rima ocular duas vezes mais larga
que longa. Olhos anteriores em fil~ mui levemente
recurva, quasi direita, approximados, os medios bem
maiores que os lateraes. Olhos medios posteriores
muito menores que os medi os anteriores, contiguos
aos lateraes. Lateraes anteriores e posteriores con-
tiguos.
. Cheliceras fracas. Labio mais largo que lor.go
e mutico. Anca dos palpos com uma pequena area
basal espioulosa. Esterno largamente chanfrado
adiante, quasi tão largo quão longo.
 - 88-

Pernas longas, 4,1,3,2 sem escópulas. U nha.s su~

periores longas e fracas, com duas fileiras de dentes~
Fiandeiras inferiores mais de quatro veze'S se-
paradas entre si. As superiores menóres que o ab-
domen, de dois segmentos basaes iguaes, e o apicah
maiõr.
Uma unica especie.
8 EVAGRELLA GARBEI sp. n. (Fig. B5 e 36)
:;: -11,5 mm.
Cephalothorax e cbeliceras . fuI vos. Ancas dos
palpos, labio, esterno e pernas testaceos. Abdomen
coccineo eom 5 grandes manchas allongadas,. paral-
leIas, obliquas para baixo e para traz, de cada, Jado.
do jorso.
Cephalotorax baixo, de fovea thoracica direita~
Rima ocular duas vezes mais larga que longa.
Olhos anteriores subcontiguos, separados entre· si
menos de meio dia metro, os medios muito maiores ..
Olhos medios posteriores circulares, contiguos aos,
lateraes, separados eotre si tres diametros dos dbos:
medios anteriores.
Cheliceras com sete dentes na margem interna do
suko ungueal. Labio mais largo que longo, mutico ..
Ancas dos palpos com 14 cuspides basaes (3- 7-4 )•.
Pernas dos dois primeiros pares mutj~as; as
dos dois ultimos pares têm nas tibias 1 ef'pioho an-
terior, um posterior e 1-1 inferiores e nos metatar-
80, um verticillo apical.
Rab.: S. Paulo. CoU E. Garbe. Typo - Ma-
seu Paulista ( N. 158-a ).

***
T.'echoninae - subfam-nova
As Trechoninae se caracterisam pela lyra es-
tt'idulante, presente lia face interna das ancas dos,
palpos. Comprehenrlem os generos Trechona, EUJ-
hat'monicon, Eurllplura, Achetopus, Taunayella."

(1) Dedicada ao sr. Garbe, que coUeccionou o typo~

 - 89-

Thaleroth?-le e Harmonicon, todos representados no

Brasil e que se podem separar pelos caractéres
abaixo:
A - Lyra de mais de 15 ou mais cerdas claviformes.
(Fiandeiras superiores de tres segmentos proxi-
mamente iguaes ).
B- Tarsos anteriores de escópula inteira e densa.
(Fiandeira~ superiores apenas iguae8 á metade
do abdomen. Lyra de, pelo menos, 17 cerdas ela-
viformes, com varias cerdas menóres, intercala-
das; base da lyra sinuosa.) -- 'l'rechona.
B B - Tarsos anteriores de escópula pouco densa
e dividida por uma dupla serie de cer-
das. (Fiandeira3 superiores iguaes ao com-
primento do abdomen. Lyra de 15 cerdas
claviformes, sem cerdas menóreH interca-
ladas; base da lyradireita.) - E1~harmo­
nicon.
A A - Lyra de menos de dez cerdas claviformes.
B. - Tarsos anteriores de escópula inteira e densa:
C. -Fiandeiras superiores menores que o abdo-
men. I, Olhos anteriores em fila direita ou
levemente recurva). - Endiplura.
C C - E'iandeiras superiores iguaes ou maióres
que o abdomen.
D - Olhos anteriores em linha levemente re-
curva. ( Lyra de 7 cerdas. Olh(\s medi()s
anteriores muito maiores que os lateraes).
- Taunayella.
D D - Olhos anteriores em linha levemente
pro curva (Lyra de 8 cerdas. Olhos me-
dios anteriores menóres que os lateraes)
- Achetopus.
B B - Tarsos anteriores de escopula pouco densa e
dividida por u~a faixa de cerdas maiores:
C - Fiandeiras superiores mais curtBs que o abdo-
iTIen e de segmento apical quasi igual ao me-
dio. Lyra de 7 a 10 cerdas claviformes e de
base curva. - Thalerothele.
CC- Fiandeiras superiores iguaes em compri-
mento ao abdomen ede segrrento apical
mais longo que o medi o e muito afilado.
Lyra de 5 cerdas claviformes. - IIarmo-
nicon.
 - 90-

T,.echona - C. Koch - 1850

Typo - T. venosa ( Latr. )
Mygale - Latreille - 1830--Annal. Trav. Acad. Se. p. 80
M!lgale - Walckenaer - 1835-Ann. Sec. Entorn. Frauee
p. p. 23 e 637
Mygale - Walekenaer - 1~37 - Ius. Apt. Vol. I p. 221
Mygale - C. Koeh - 1842 - Die Arach. Vol. IX p. 60-
pr. CCCIX, f. 729
Trechona - C. Koeh - 1850 - Uebers. Arach. Syst.
Vol. V, p. 75.
Trechona-Bertkau-1880- Verzeich. der Brasil. Ar.p. 30
l'rechona - Pocock - 1896 - Anu. Mag. Nat. Hist.-
Vol. 17 - p. 17"1
l'rechona - Simou-1903--Hist. Nat. Ar. Vol. II - p. 964

Cephalothorax pOUCO convexo.

Olhos anteriores quasi iguaes, em linha mui leve-
mente procurva, ou direita, equidistantes. Rima ocu-
lar mais de duas veles mais larga que longa.
Cheliceras com 7 a 8 cerdas rigidas, espessa-
das na base, dispostas na face externa.
Labio com 1 a 3 ctlspides apicaes uniseriadas.
Ancas dos palpos com uma serie de, pelo menos,
17 cerdas claviformes, com varias cerdas menóres
de permeio, formando o apparelho estridulante.
Fiandeiras superiores duas vele,> menóres, em
comprimento, que o abdomen, e de tres segmentos
iguaes.
Pernas longas e robustas. Os tarsos e meta-
tarsos dos dois primeiros pal'es de pemas densá-
mente escopulados. de escópnlas inteiras; os meta-
tarsos com tres ~u quatro espinhos. Tarsos poste-
riores com escopulas que, nas pemas do terceiro
par, se extendem até o terço basal dos metatarsos
e, nos ultimos metatarsos, occupam só a metade
apical ou falham. lJ nhas superiores com duas series
de numerosos dentes.
Duas especies bl'asileiras:
 - 9t-
9- TRECHONA ADSPERSA - Bertkau
T. a. - Bertkau - 1880 - Verz. der . . . Brasil. Ar. p. 30,
pr. I. f. 9
0' -11 mm.
Cephalothorax . amarello-pallido, de larga faixa
marginal e rima ocular negras; . estrias cephalicas
negras e uma fina linha negra ao nivel da fovea
thoracica. Cheliceras, labio, ancas dos palpos, es-
terno e pernas amarello-pallidas_ Abdomen fulvo-
escuro, de ventre mais claro, amarellado junto aos
estigmas pulmonares; o dorso do abdomen apresenta
pequenas manchas amarellas, dispostas em filas tran-
sver5aes, na metade posterior do abcLomen, e mais
numerosas dos lados. Fiandeiras amarello-pallidas.
Cephalothorax revestido de pellos sedosos.
Cephalothorax oval, de fovea profunda, pequena,
transversa. Rima ocular mais de duas ve:>:es m3is
larga que alta. Olhos anteriores grandes, equidis·
tantes, em fila nitidamente prOC1lrva.
Margem 1l1terna do sulco ung'leal das cheli-
ceras com 8 dentes fortes, iguaes.
Tíbias anteriores dilatadas com 2-2 espinhos na
face inferior e uma pequena apophyse apical conica.
Fiandeiras superiores iguaes em comprimento á
metade d.o abdomen.
Palpos mediocres, de tibia duas vezes maior
que a patella, com duas filas de longas cerdas es-
piniformes na face inferior; tarso menor que a pa-
tella, de apice arredondado; bulbo em quilha, de
apice recurvo e estylete filiforme.
Bab.: Estado do Hio de Jai.eiro.
10 - TRECHONA VENCSA ( Latreille ) - Figs. 17, 18
Mygale venosa Latreille - 1830 - Anal. Fran. Acad.5 e. p. 80
Mygale zgbra Walekenaer - 1835 - An. Soe. J1Jnt. Franc.
1'. 23 e 637.
Mygale zelJra W alck ~n:1er - 1837 - Ins. Apt. vol. I, p. 22 .
.vygale zebra C. Koch - 1842 - Die Arachniden. V:01 IX
p. 60, pr. CCCIX, f. 729
 - 92-
Trechona zebm C. Koeh - 1850 - Uebers. Ar. vol. V, p. 75
TrecJwnCl venosa F. Cambridge, 1896 - Pr oe. Zoo!. Soe.
London
T1'cclwna zebrata Poeock - 1896 - An. Mag. Nat Hi~t. vol.
17, p. 177.
~. 35 mm, sem as fiandeiras.
Cephalothorax pardc-escuro, de pubescencia ne-
gr.a em filas radiantes e, adiante da rima ocular,
seIS cerdas negras, dirigidas para frente. Cheliceras
fulvas, com peJlos fiavos e cerdas negras misturados
e duas faixas longitudinaes núas. Esterno, labio,
ancas dos palpos e das pernas pardo-fulvescentes,
claros, com pellos setiformes negros, ere(:tos.
Abdornen do dorso quasi negro, com sete faixas
curvas, inclinadas, dos lados, para fóra e para traz,
as quatro primeiras interrompidas no meio, todas
cÔr de ferrugem. Ventre pardo uniforme e fiancleiras
pardo-escuras. .
Pern;:ls pardo-fuscas; os femure8 com tres es-
treitas linhas longitudinaes glabras, pardo-averme-
lhadas; patellas com uma larga lillha longitudinal e
outra estreita, iguaes ás dos femures; tibias com
duas estreitas linhas semelhantes e que se fundem
em uma só no terço basal dos metatarsos, conti-
nuando até o apice dos tarsos. Todos os segrner:tos
com cerdas negl'as.
Olhos anteriores em fila direita, equidistantes,
separados entre si menos de um diameiro. os medios
levemente menores. Olbos medias posteriores muito
menores, largamente separados entre si, subcontiguos
aos lateraes.
Cheliceras com 8 a 10 dentes negI'os, fortes,
contiguos, na margem interna do nIco ungueal.
Labio com um unico denticulo apical. Àncas
dos paipos com urna pequena area basal de cuspides .
negras e com uma densa fimbria de pellos fiavos
na borda interna.
Tars08 dos tres primeiros pares de pernas e
metatarsos dos dois primeiros com densas escópulas ;
ha urna pequena escópula no apice dos metatarsos
do terceiro par e sob os tarsos pOfltqriores. Tibias
 - 93-

anteriore;! com dois espinhos apicaes, em baixo, un\.

anterior e uma forte cerda espiniforme mediana na
face inferior; tibias do segundo par com um espinho
apical e uma cerda espiniforme mediana, lia face
inferior. Tibias dos dois pares posteriores de pernas
com 2-2-2 espinhos na face inferior, 1-1 deitados
na face anterior e 1-1 na posterior. Metatarsos an-
teriores com 1-1-1-2 espinhos na face inferior, sendo
o primeiro basal e os dois ultimos apicaes; meta-
tarsos do segundo par de pernas com 2-2-2 espinhos
na face inferior; os dos dois ultimos pares com um
verticillo apical e mais tres espinhos na face inferior,
tres na anterior, dois na posterior e dois dorsaes.
Rab.: Esta especie se estende das Guyannas
ao sul do Brasil. O exemplar que serviu á pre-
sente redescripção pertence á minha collecção e foi
colhido em Petropolis pelo sr. Altino de Azevedo
Sodré. Na collecção do Museu Paulista ha um
outro exemplar, um pouco maior, já muito desco-
rado pela má conservação, e colhido mesmo nos
arredores do Ypiranga, pelo sr. E. Garbe.
Euh:,lrmouicon, Mello-Leitao - 1919
Euhal'monicon, Mello-Leittto -1919 - Rev. Soe. Bras.
Se. III. voI. p.
Cephalothorax pouco elevado. Fovea toraci0a
profunda, quasi circular.
Olhos anteriores cm fila bem procurva, os me·
dios maiores que os lateraes e quasi equidistantes.
Olhos medios posteriores muito menores que os 1a-
teraes, dos quaes estào separados cerca de um dia-
metro. Rima ocular menos de duas vezes mais
larga que longa.
Labio mais largo que longo, levemente chan-
frado, com uma a tres cuspides apicaes. Ancas dos
palp0s com uma pequena area espinulosa basal. Lyra
das ancas formada por 15 cerdas curvas, bem cla-
viformes, sem cerdas menores intercaladas.
Pernas (IV, I, II, III) longas, de tarsos fie-
xuosos, os anteriores provido!'; de escópulas divididas
por uma dupla série de cerdas. Tíbias anteriores.
 - 94-

do macho r,om urna apophyse apical espiniforme;

metatarsos com um tuberculo basal.
Fiandeii'as superiores de comprimento igual ao
do abdomen, de tres segmentos subiguaes, o se-
gmento apical mais <leIgado. Fiandeiras inferiores
sep:Hadas entre Sl cerca de tres diametros.
Representado no Brasil pela especie typo :

11 - EUHARi\IONICON STUDIOSUM, Mello-Leitão-

Figs. 19, 20, 21, 22, 32, 38 e :-14
E. s. - Mello Leitão - 1919 - Rev. Soe. Bras. Se. vol. III.

6. 11,2 mm.
Cephalothor:n, cheliceras, pernas e palpos côr
de mogno; esterno, ancas das pernas, labio e ancas
dos palpos um pouco mais claros. Cephalotborax
com vem:laçlies mais escpras e uma orla marginal
de cerdas negr:1s. Abdomen fusco, opaco; ventre
fulvo--escuro. Fiandeiras inferiores pal'do--claras;
fiandeiras superiores com os dois segmentos basaes
pardo-fulvAscentes e segmento apical testaceo; lado °
externo das fi(}ndeiras ~ percorrido !10r uma linha
negra qUcl vae até o terço basal do segmento apical.
Fovea thoracica profunda, ~emicircuI3r. Olhos
anteriores em fila bem procurva, os médios um
pouco maiores, separados entre si cerca de um dia-
metro e um puuco mais dos lateraes.
Cbelicerljs com densas franjas de pellos fia vos
nas duas bordas do sulco ungueal; a borda interna
armada de 9 dentes negros. s8riados.
Labio cerdoso, com duas pequenas cuspides
apicaes. Ancas dos palpos com uma pequena area
basal de pequenas cuspides e com uma franja in-
terna de pellos mais claros que os das cheliceras.
Esterno com cerdas negras esparsas; ha duas
grandes sigillas sob o labio e separadas entre si
cerca de um quarto de seu maior diametro; para
traz ha mais tres pares de sigillas rnarginaes, - to-
cando quasi a borda esternal.
Pernas anteriores de femures com quatro es-
pinhos erectos, curvos, no meio da face dorsal e
 - 95

mais 1-1 espinhos muito menores, junto á face

posterior; patellas com um espinho dorsal apical
esterno; tibias com uma apophyse apical interna
terminada por um forte espinho, e com dois peqJe-
nos espinho~ na face externa e 1-1 na face i nfe-
rior; metatarsos com cerdas numerosas deitadas e
dois lo~gos espinhos na face externa e um subapi-
cal na face inferior, havendo no terço basal da face
interna um pe'iueno tubérculo rombo. Pernas do
segundo par de femures com espinhos :lorsaes, sen-
do quatro na linha mediana, tres do lado interno
( anteriores) e dois do lado externo ~ posteriores );
patelbs com um espinho basal na face externa e
dois espinho'l apicaes des:guaes; tíbias com 2 - 2
espinho~ dorsaes, 1 - 1 - 1 - 2 na face inferior e
dois na face interna; metatarsos ~om dois espi-
nhos na face interna e 1 - 1 - 1 - 1 -'- 2 na in-
ferior.
Pernas dos dois pares posteriores de femures
como no "egundo par; patellas com tres espinhos
dorsaes, sendo dois internos e um externo; tíbias e
metatarsos com espinhos numerosos, verticillados.
Palpos de tibia pouco mais longos que a pi-ltel-
la, armada de dois espinhos; tarso muito pilloso,
mais lvngo que largo; bulbo piritorme de estylete
recurvado.
Hab.: Funil - S. Paulo.
Typo - no Museu Paulista.
Eudiplura - Simon - 1893

Typo: E. rogenhoferi (Auss.)

Diplura - Ausserer - 1871 - Verhand. Zoo!. Bot.
Gesellsch. Wien - p. 179
Eudiplu1"a - Simon - 1895 - Hist. Nat. Ar. Vnl. 1,
p. 179 e 1903, VoI. II, p. 964
Cephalothorax baixo de fovea, profunda trans-
versal. Hima ocular mais de duas vezes mais larga
que longa. Olhos anteriores em fila direita, iguaes
e equidistant.es. Olhos posteriores médios, semicir-
culares, contiguos aos lateraes. Olhos lateraes an-
 - 96-

teriores e posteriores contiguos. Ancas dos palpos

com a lyra formada por 7 a 9 cerdas claviformes,
e sem a pequena área basal de pequeninas cuspides.
Labio mutico. Pernas muito longas e delicadas, de
t3r80S e metatarsos flexuosos. Tars0s anteriores
com densas escópulas inteiras; os posteriores de
escópulas mais ralas e divididas por uma faixa lon-
gitudinal de cerdas. Fiandeiras superiores um pouco
menores que o abdomen, de segmento apical muito
mais longo que o medio.

EUDIPLURA ROGENHOFERI (Ausserer)

Diplura rogenhoferz - Ausserer - 1871 - Verhand
boto zool. Gesels. Wien - p. 63

<f 23 mm. (38 mm. com as fiandeiras).

Cephalothorax, cheliceras, ancas dos palpos, la-
bio, esterno e pernas amarellobruneo-sujas, o tho-
rax e as ch8li~eras mais escuros; todas estas par·"
tes densamente revestIdas de pellos sedosos, amarellos ;
as cheliceras, o labio, o esterno, as ancas dos palpos
e as pernas com cerdas negras esparsas. Abdomen
bruneo, com seis faixas transversaes, esbranquiça-
das, curvas, de convexidade anterior e ramos late-
raes obliquos para traz e indo até quasi ao ventre;
este é bruneo-claro uniforme. Todo abdornen den-
samente revestido de pellos sedosos, entre os qllaes
ha numerosas cerdas negras erectas. Fiandeiras
pardo-amarelladas.
Cephalothorax baixo, de fovea thoracica trian-
gular profunda. Ancas dos palpos e labio muticos.
Rim::! ocular duas vezes mais larga que longa.
Olhos anteriores em fila levemente recurva, os mé-
dio~ pouco maiores que os lateraes, sl3parados me-
nos de meio diametro. Ancas dos palpos com a
lyra formada por 9 ceI'das daviformes. Tarsos de
todas as pernas e metatarsos dos dois primeiros
pares providos de escópulas, sendo as dos tarsos
dos dois ultimos pares divididas por duas filas lon-
gitudinaes de cerdas. Metatarsos dos dois pares
anteriores com uma dupla fila de espinhos na face
 -W7 -

inferior; metatarsos posteriores com espinhos mais

ullmerosos.
Fiandeiras superiores iguaes em comprimento
3.0 abdomen, de segmento apical mais delgado e
bem mais longo que o segmento intermediario.
Ausserer não dá a localidade brasileira de prove-
niencia de sua especie. O adulto me é desconhe-
-cido em natureza mas encontrei nas collecções do
Museu Paulista dois .jovens, provave~mente desta
oespecie.
'Taunayella ( 1 ) - g. n.
Typo: T. taunayi - sp. n.
G8phalothorax baixo, de foyea profunda, trans-
'VersaI. Rima ocular mais de duas vezes mais larg3
.que ilonga. Olhos anteriores eq:Jidlstantes, em linha
recurva, os medios muito maiores que os lateraes.
()lhos posteriores em fila quasi direita, os medios se-
mi-circulares, muito ménóres que os lateraes, os quaes
são contiguos. Olhos lateraes anteriores e posterio-
res contiguos,
;Labio mntico. Ancas dos palpos com uma area
basalcuspulosa; lyra da face interna formada por
sete -cordas ,curvas claviformes, duas menóres, as
'Úutras iguaes :;base da lyra direita.
Fiandeirasinferiores separadas entre si cerca de
'tres diametros; as superiores maióres que o aodo-
men, de segmento apical maiór que o medio.
Tibia do macho com uma apophyse apical es-
piniforme. Escopulas dos tarsos antericres e inteiras.
Este genero é muito affim a EudiplUi'a, do
<lual différe pelo tamanho das tiandeiras.
Especie uqica :
18 - TAUNAYELLA TAUNAYI - sp. n.
Figs 13, 14, 15, 16, 23
ó· ' - 16 mm. com as tiandeiras
'Gephalothora~ baixo, cor de mogno claro, r.o-
ibBrto de pellos sedosos, prateadoi'l, deitados e com

(1 ) Em honra ao prof. Affonso d'E. Taunay, direetor

tã6 Museu Paulista.
 - 9R-

uma orla completa de cerdas negras. Cheliceras um

pouco mais claras que o cephalotborax. Estf'rno, la-
bio, ancas dos palpos e das pernas pardo-amarella-
dos. Pernas do mesmo r.olorido do cephalothorax.
Abdomen fusco, abundantemente provido de cerdas
fulvas; dorso de colorido uniforme; dos lados ha
duas faixas claras, obliquas para traz e para baixo.
Fiandeiras pardas, muito pillosas.
Cephalothorax baixo, de fovea thoracica profunda.
Rima ocular mais de duas vezes mais larga que
longa. Olhos anteriores equidistantes, em fila mui
levemente recurva, os medi os muito maiores que os
lateraes, separados menos de meio dia metro. Olhos
posteriores em fila quasi direita, os medios semi-
circulares, muito menôres que os lateraes, a que silo
contiguos. Olhos lateraes anteriores e posteriores
contiguos.
Cheliceras apl'esentando na margem interna do
sulco ungueal dez dentes, os dois primeiros iguaes,
contíguos e os oito restantes mais separados e alter-
nando regularmente um dente muito pequeno com
um maiór.
Ancas dos palpos com uma area basal de pe-
queninas cuspides; lyra da face interna formada por
sete ceI'das Cl1l'vas, claviformes. Labio mutico.
Pernas anteriores de fern.ures com uma fila de
quatro cerdas espiniformes curvas, na face dorsal;
patellas muticas; tibias com 2 espinho'! na face an-
terior, 1·1 na inferi.or e uma apophyse apical ro-
busta, em fôrma de aculeo de roseira; metatarsos
curvos, com um espinho na face anterior, 2-1 na
inferior, e, nessa m&Sina face, uma pequena apophy-
se romba no terço basal; tarsos tlexuosos, muticos.
As pernas do segundo par faltavam no exemplar
typo. Pernas dos dois ultimos pares de femures com
duas series de curtos espinhos dor~;aes ; pateUas com
um espinho na face p0sterior nas do terceiro par e
com um espinho de cada lado nas posteriores; tibias
e metatarsos muito espinhosos, os espinho::: dispos-
tos em verticillos.
Fiandeiras do co:nprirnento do abdomen.
 - 99-

Palpos de patella pouco mais longa que larga;

tibia fusiforme, quasi duas vezes mais longa que a
patella; tarso pequeno, de bulbo apical, globuloso e
com o estyletebem longo.
~ - 10,5 mm.
Differe do macho por não ter as faixas claras
lateraes obliquas dos lados do abdomen e apresen-
tar tres series transversaes de pequenas manchas
claras no meio do àorso. Fiandeiras superiores como
no macho e muitc pintalgadas. Fiandeiras inferio-
res fusiformes.
Typo: 6' - Na collecção do Museu Paulista.
6' - n. 158; <j.> - n. 16:~
Hab: Varias localidades de S. Paulo
CoU: E. Garbe.
Achetopus - Tullgl'en - 1905
Typo: A. erlandi Tulll;r.
Cephalotborax baixo, fovea thoracica profunda
e recurva.
Rima ocular cerca de duas vezes mais larga
que longa. Olhos anteriores em fila levemente pro-
curva, os medios bem menores e mais separados
entre si que dos lateraes. Olhos medios posteriores
quasi contíguos aos lateraes, bem menóres q'Je os
medios anteriores. .
Labio mais largo que longo, mutico. Ancas
dos palpos muticas, com a lyra de oito cm'das cla-
viformes que vão augmentando regularmente de com-
primento; base da lyra direita.
Tarsos anteriores con escópulas inteiras. Fi-
andeiras do comprimento do abdomen, o segmento
apical um pouco maior que o medio.
Tibias anteriorel'l do macho sem apophyse apical.
E'lpecie brasileira:
14 ~ ACHEToPus PARALLELUS .- sp. n. (Figr. 7, R, 9)
<j.> - 22 mm. com as rlandeiras.
Cephalothorax fuI vo- claro, revestido de escassa
pubescencia testacea, C3m algumas cerdas negras,
esparsas. Rima occular negra.
 - 100-

Cheliceras fuI vo-escuras, com pellos amarellados.

Labia, esterno, ancas dos palpos e pernas ::Ia côr do
cephalothorax. A bdomen testaceo, de densa pube~­
cencia flava e apresentando na metac}e posterior do
dorso tres linhas parallelas, obliquas para traz e para
os lados, de pequenas manchas fuscas; na metade
anterior algumas outras irl'egularmente dispostas.
Ventre e fiandeiras testaceos.
Cephalothorax baixo de fovea thol'acica profun-
da, recurva.
Rima ocular duas vezes mais larga que longa.
Olhos anteriores em fila levemente procurva, os
medias quasi duas vezes menores que os lateraes,
separados destes um diametro e entre si dia metro
e meio. Olhos medias posteriores reniformes, muito
pequenos, contiguos aos latel'aes.
Cheliceras fracas, com oito dentes na rriargem
inferior do sulco ungueaL
Labio mais largo que longo, mutico. Ancas
dos palpos muticas; lyra de base direita com 8
cerdas cIaviformes que augmentam da base da anca
para o apice.
Perna~ longas. Femllres e patellas muticos.
Tibias antel'iores com 2-1-2 espinhos infel'iores; as
do s.egundo par com 1-2-2 espinhos inferiores e um
anterior; as dos df,is ultimos pares com dois pe-
quenos espinhos apicaes. Metatarsos dos dois primei-
ros pares cúrn 2-2-2 espinhos inferiores e 2 de cada
lado; os dos dois ultimos pares com um verticillo
apical e varios espinhos ü'regularmente dispostos.
Fiandeiras superiol'es iguaes ao abdornen, de
segmento apical um pouco maior que o media.
Hab: Paraná.
Typo: Ern minha collecçllo.
Cal!: Hermes de Barros Lima.
Thalerothele - Bertkau - 1880
Typo: 'l'h. fasciata Bertkau
Thalerothele - Bertkau - 1880 - Verzeieh der
Brasil Ar. p. :'>3
Diplura - Simon - 1893 - Hiat. Nat. Ar.
VoI. I p. 179
 - 101 -
Melodeus - F. Cambridge - 1896-Proc. Zoo!.
Soe. London 1896
Thalerothele - Simon - 1903 - Hist. Nat. Ar.
VoI. II p. 963
Cephalothorax pOUCO elevado, de fovea thora-
ClCa recurva.
Rima ocular mais de duas vezes mais larga
que longa. Olhos anteriores equidistantes, em linha
direita 0l.! mui levemente procurva, os medios maio-
res. Olhos medios posteriores c~ntiguos aos lateraes
e muito menores, allongados; os latel'3es posterio-
res iguaes ou maiores que os lateraes anteriores.
Cheliceras com um pente externo de 6 a 8
cerdas basaes.
Labio mais largo que longu, geralmente muti·
coo Ancas dos palpos com uma area baEal dtl pou-
cas cuspides e com a lyra de base concava, formada
pOI~ sete a dez cerdas clavlÍ, rmes.
Pernasallongadas, de tarsos delicados e flexuosos,
providos de escopulas ralas e dividida!! por uma
dupla !'lerie de cerdas.
Fiandeiras superiores mais curtas que o ab-
domen, de seg!1lento apical igualou pouco maior
que o medio.
Quatro especies brasileiras.
A - Abdomen de dorso manchado ou estriado:
B - Lyra de sete ou oito cerdas:
C -" Fiandeiras snperiores menóres que o ab-
men - fasciab.
C C - Fiandeiras superiores maiores que o ab.
domen - nigra.
B B - Lyra de dez cerdas"- sanguinea.
A A - Abdomen de dorso uniformemente colorido
uniformis.
15 - THAl:EROTHELE PASCIATA, Bertkau ( Fig. 10 )
T. F - Bertkau -1880 - Verzeichniss der... Brasil Ar. p.
24, pr. I, f. 6.
Dipl~trafa.~ciata - Simon - 1889 - Ann. Soe. Entom. France
p. 188.
9. 14 mm.
Cephalothorax, cheliceras, lahio, ancas dos pal-
pos, esterno, pernas e palpos pardo-amarellados ; rima
 - 102-

ocular e margem do clypeo mais escuros; garra

das cheliceras quasi negra, de apice e base vermelhos.
Abdomen vermelh/)-bruneo-escuro no dorso e
dos lados; o ventre amarello-claro, mais escuro junto
às fiandeiras. .
Lados do abdomen com pequenas manchas ama-
relias esparsas; o dorso apresenta de cada lado uma
fila de manchas claras ou amarellas, esparsas, re-
dondas, ou m:3is ou menos irregulares, encadeadas ou
separadas, todas mais ou me-nos do mesmó tamanho
ou as medias. maiores. Fiandeiras pardo amarelladas,
as superiores de face ventral mais escura.
Cephalothorax baixo, de fovea thoracica pro-
funda e bem recurvada. .
Ri.ma ocular cerca de tres vezes mais larga que
longa. Olhos anteriores equidistantes em fila direita,
os medios bem maiores. Olhos medios posteriores
ellypticos, grandes, quasi contiguos aos l~teraes que
são do mesmo tamanho dos olhos lateraes anteriores.
Cheliceras com oito dentes na margem inferior
do ~ulco ungueal e com longas cerdaf: na face es-
terna, havendo na base seis ou sete tuberculos den-
tiformes na base, com cerdas rijas, formando o pente.
Labio quasi quadrado, pouco mais largo que
lpngu, mutico. Ancas dos palpos com uma pequena
area basal, com seis ou sete cuspi,!l.es. Lira de 8
cerdas claviformes quasi iguaes.
Fianàeiras menóres qlle o abdomen, de seg-
mento basal um pouco maior, os dois outros iguaes
em ~ompri mento, sendo o apical mais delgado.
Rab.: Especie comlllum na America do Sul, de
Venezuela até o Sul (lo Brasil (Santa Catharina).

16 TUALEROTHELE NIGRA - F. CamJ\ridge (fig.12)

Melodeus nigel' - F. Cambridge - ] 896 Proc. Zoo!. Soco Lon
p. 759 - pr. XXXIII, fi. 25
1'. n. - Petrunkevitck - 1909 - BuI. U. S. Nat. Mas. voI. p.
~. 20 mm. -
Cephalothorax côr de sepia, revestido de pu-
bescencia sedosa avermelhada. Cheliceras negras, de
pubescencia avermelhada. Ancas dos palpos, labio, es-
 - 10~{ -

terno e pernas bruneo-escuros, de pubscencia sedosa

castanha, revestidos de penos negros espal SQS. Ab-
domen castanho e reveli>tido de cerdas pardas e apre-
sentando no dOl'SO uma dupla série de cinco fa!xas
transversaes ,avermelhadas, obliquas para baixo e
para traz, as tre8 ultimas interrompidas na extre-
midade, onde se transformam em manchas irregu-
lares, perto das fiandeiras. Fiandeiras pardo-escuras.
Cephalothorax baixo, de fovea thoracica forte-
mente recurva.
Rima ocular tres vezes mais larga que longa.'
Olhos anteriores em fila direita. os medios um pouco
menores. Olhos medios posteriores piriformes, pe-
queninos, contíguos aos lateraes. Olhos lateraes pos-
teriores maiores que os lateraes anteriores.
Cheliceras armadas ·de doze dentes t:onicos fortes
na mal'gelll inferior do sulco ungueal; margem su-
perior CO'II unia densa franja de pelIos avermelhados;
na face externa ha, junto á base,6 cerdas isoladas,
sub.1I argin~es.
Labio rnutico, bem mais largo que lcngo.
Ancas dos palpos com urna area basal de poncas
cuspides; lyra formlida por sete cerdas tortes, cla-
vifocmes, curvas e uma, um pouco menor, junto á
sutura mediana.
Pernas de femures e patenas rnuticos; tibias
dos dois primeiros pares com alguns espinhos na
face inferior, as dos dois pares posteriores com al-
guns espin.hos de ambos os lados e com cerdas es-
piniformes na face inferior. Metatarsos dos dois pri-
meiros pares de pernas com '2-1-2-2 espinhos na
face inferior; espinhos mais numerosos nas pernas
dos dois ultimos pares. Tarsos curtos, levemente
curvos e estriados transversalmente, com falsas su-
turas. Unhas superiores com uma dupla serie de
7 dentes. '
Fiandeiras superiores maiores que o:abdomen,
( L2:11 ), os tres segmentos proximamente iguaes.
Hab: Santarém - Pará.
Esta especie e a seguinte me são desco!lheci-
das em natureza.
 - 104-

17 - THALl!JROTHELE SANGHINEk (F~ €am:-

bridge) Fig. 11:
Melodetls sanguineus - F. Cambridge - 1896,
Proc. Zool. Soe. London - p. 75&- pr. ,XXXIII
- ff 1, 4, 7. '
T. s. - Simon -1903 - H'ist Nat.. Ar. p. 963

~-21 mm.
Cephalothorax vermelho-allaranjaClo brilhant'e..
revestido de pelIos curtos, avermelhados, sedosos~
Cheliceras, labio, ancas dos pal'pos e esterno par'-
do-escuros, revestidos de penos ll9gros. Pernas par-
do-amarelladas, mais escu,ras na extremidade e reves-
tidas de finos pellos negros e de pubescencia aver~
melhada. Abdornen negro. revestidO de densa pu-
bescencia sedosa, com peUos negros erectos e orna-
do, de cada lado, de duas filas longitudinaes de fai-
xas obliquas para baixo e pana traz, transversaes ..
allaranjado escuras, que cessam j'unto ao ventre ..
todo de colorido unitorme, com espessa pubescencia
côr de pelIG de rato.
Cephalothorax baixo, de fi1Vea thoracica pro-
funda, recurva.
Rima ocular tres vezes mais larga que longa ..
Olhos anteriores em linha direita" os medios maiores ..
circulares, os lateraes ellypticos. 0Ihos medios pos-
teriores ovaes, pequenos, contiguos aos hlteraes. Olhos.
lateraes posteriores menoreR que os lateraes ànteriores.
Cheliceras armadas na borda interna do sulco.
ungueal de 1 t dentes negros, fortes e borda exter-
terna com uma franja de cel'das avermelhndas; fa-
ce externa com oito certas basaes rijas,. isoladas.
Labio mutico. Ancas-' dos palpos com uma·
fila basal unica de pequenas cuspides; lyra da face-
interna formada por 10· fortes cerdas cla.viformes.
Esterno com pellos negros inseridos em 'pequenos;
tuberculos e de pubescencia avermelhada.
Pernas dos dois pares anteriores de fem unes e-
patellas muticos, tibias com tres espinhas do lado,
interno, junto ao apice; metatarsos com duas fHas,;
inferiores de espinhos: 5-6 nos das pernas-: anterior.es;
 - 105

e 5-7 nos do segundo par; tarso com .uma estria

dorsal e com escópulas ralas. Pernas 'do terceiro
par de femures muticos; patellas ccrn um ou dois
espinhos; tibias com alg'lns espinhos de ambos os
lados; metatarsos com espinhos numerosos; tarsos
sem escópulas. Pernas posteriores como as do ter·
ceiro par, excepto as patellas que são muticas.
Fiandeiras superiores mais cUl'tas que o abdo-
men, ( 11: 13) de segmento basal mais longo, os
outros dois iguaes.
Hab: Santarém - E. do Parâ
18 - THALEROTIlELE UNIFORMIS - sp. n. (Fig. 4)
ó-14mm.
Cephalothorax, cheliceras, es~erno, ancas dos
palpos, labio e ancas das pernas pardo amarellados;
as pernas e os palpos levemente fm:cos. Abdomen
fusco, de tons vermelhos-ferrugineos,' o ventre mais
claro e as tiandeiras com um rico pontilhado bran-
co, Não ha no abdomen as faixas ou linhas de man-
chas das outl'as especie~.
Cephalothorax baixo, de fovea thoracica recurva.
Rima ocular cerca de tres vezes mais larga
que lcnga. Olhos anteri.ores equidistantes, em linha
Jireita, iguaes em tamanho, os medios circulares e
os lateraes ellypticos.
Olho& medios posteriores circulares, menos de
metade dos lat.81'aes, aos quaes são contiguos.
Cheliceras com duas faixas 10ngitudinaes r.uas,
o resto reve&tido de cerdas negras, havendo na face
externa, junto ao sulco ungueal, na base, sete cerdas
isoladas; margem interna do sulco ungueal com
oito devtes negros, fórtes.
Labio n,ais largo que alto, chanfrado, mutico.
Ancas dos palpos com uma pequena area cuspulosa
basal; lyra da face interna formada por nove ~er­
das curvas, claviformes.
Pernas dos dois primeiros pares de femures
muticos, patellas muticas com algumas cerdas espi
niformes curvas apicaes, tíbias com 1-2 espinhos na
 - 100-

face inferio.r e metatarsos com 2-2 espinhos infe-

riores.
Pernas dos dois ultimos pares de femures mu-
tico'3, patellas com alguns espinhos apicaes, tibias e
metatarsos com espinhos numerosos.
Fiandeiras rnenôt'es que o abdomen, segmento
basal e apical iguaes, o medio um ~ouco menór.
Hab.: S. Paulo.
Typo - No Museu Paulista. CoIl. E. Garbe.
lIarmonicon F. Cambridge 1896
Typo. H. l'ufescens F. Cambridge
Harmonicon - F. Camhriclge - 1896 - Proe.
ZooI. Soe. London p. 755
Harnwnicon - Simon - 1903 - Hist. N ato Ar,
VoI. II, p. 963

Cephalothorax pOUCO elevado, de fovea thora-

cica recurva.
Rima ocular mais de duas vezes mais larga
que longa. Olhos anteriores em linha procurva, os
medios nitidamente menóres.
Cheliceras com quatro cprdas basaes, formando
o pente do apparelho estt'idulante.
Labio mutico. Ancas dos palpos com uma
pequena area cuspulosa basal; lyra da face interna
formada .:le cinco cerdas curvas, claviformes.
Pernas longas e delgadas, os tar808 dos dois
primeiros pares nitidamente escopulados, as escopu-
las divididas por uma ma longitudinal de longas
cerdas. Tarsos posteriores cerdosos, não escopuladod.
Fiandeiras superiores iguaes ou UI!! pouco mais
longas que o abdomen, o ultimo segmento maior
. que os outros e muito afilado.
Tibias anteriores do macho com um grande
tuberculo a picaI externo, armádo de forte espinho
curvo, metatarsos anteriores com um tuberculo se-
melhante, bem menór, na metade basal.
Uma especie brasileira, que me é desconhecida
em natureza.
 - lG7-

19 HARi\IONICON RUFESCENS F. Cambridge

H. r. - F. Cambridge -Proe. Zoo!. Soe. London
p. 756, pr. XXXIII, ff.3, 6 j pr. XXXV, ff. 2,3
9 -27 mm.
Cephalothorax allaranjado, baço, quasi nú. Che-
lieeras allaranjadas, revestidas de pelIos negros.
Labio e ancas dos palpos amarellados, com longas
·cerdas negras.. Esterno e pernas amarellos, baços,
sombreados de pardo, com cerda5 e curtos pellos
negros. Abdornen avermelhado, revestido de finos
pellos negros. mais numerosos adiante. Fiandeiras
avermelhadas.
Cephalothorax de fovea thoracica levemente
recurva.
!{illla ocular tres vezeR mais larga que longa.
Olhos anteriores em fila procurva, os medios bem
menóres que os lateraes, mais separados entre !>i
(3/4 de diametro) que dos lateraes (1/2 díametro).
Olhos medios posteriores pequenos, ellypticos,
quaHi contiguos aoS lateraes.
Chelieeras com o sulco ungueal armado de
doze dentes conicos fortes na margem interna e de
doze pequenas cuspides seriadas no fundo da gotteira ;
margiPITI esterna do sulco ungueal com uma franja
de pelIos avel'melhados.
Labio mais largo que longo, com cerdas ne-
gras, l1Iutico; ancas dos palpos com uOla pequena
area cllsplllosa basal e com a Iyra da face interna
formada de cinco fortes cerdas curvas, claviformes.
Esterno cc rn pellos negros esparsos, sub-marginaes;
sigillas di!>tinctas, sub-marginaes.
Pemas longas e delgadas; as dos dois' primei-
ros pares com Of; femnres e patenas muticos, tibias
com um ou dois espinhos na face inferior e meta-
tarsos com 5·6 espinhos inferiores. Pernas dos
dois ultimos pares de femures com algnmas cerdas
espiniformes (provavelmente verdadeiros espinhos
nos femures 'do ultimo par); patellas muticas, tibias
com uma Jupla serie de 3-0 espinhos de cada lado;
metatarsos ~bundantes em espinhos.
 - 108-
Fiandeiras superiores tão longas como o abdo-
men, de segmento apical maior e mais delicado. os
dois basaes iguaes.
llab.: Santarém (Estado do Pará).

***
Dos onze generos brasileiros de Dipluridae são
limitados exclusivamente á nossa fauna os seis se-
guintes: EL'agrella, Euhannonicon, Eudiplura,-
Taunr(yella, Thalerothele e HaJ'monicon; tres, são
neotropicos: Tl'echona (com uma especie da Co-
lombia ), Achetop~ts (com uma especie da Bolívia)
e Fufius; os dois re~tantes, Diplut,Cl e lschnotele
tem representantes em todas as regiões tropicaes.
As Trechomnae, constituem UlIJa subfamilia
exclusivamente Sul-Americana. (*)

VII

Ba .. ~'chelidae - Po.:ock - 1895

Bm'ychelidae - Pocock - 1895 - Proc. Zool.
Soe. LOlldoll - p.

Barychelinae - Simon - Hist. Nat. Ar. 1893 .

VoJ. I p. 115,1903 - VoI. II p, 908

As Barychelidae são aranhas de medio ou pe-

queno porte.
O cephalothorax é pouco elevado. Os olhos es-
tão aggrupados em uma rima ocular, de proporções
entre os diametros variaveis com os grupos.
As cheliceras são armadas de rastello, ás vezes
fraco e de dí:fficil observação, outras vezes forte, bem
apreciavel. .
Labio geralmAnte mlltico, bem como as ancas
dos palpos, que são normaes.

•
(*) Mygale stridulans 'Wood Mawll 1875, de Assam,
pela deseripção de seu apparelho estridulante paréce per-
tencer a esta subfamília, em genero affim a Thalerothele.
 - 109-

.Esterno plano, larg'o. de sigillas pequenas e

marginaes.
Pernas curtas ou medíocres, os tarsos armados
apenas de duas: unhas (ás vezes muito pequenas) e
com espessos tufos sub-un~l1eaes que se continuam
com densas escópulas divididas, nas pernas poste-
rIores, pOl' estreita faixa de cerdas.
Fiandl3il'as reduzidas a duas apenas ( Diplothe-
leae) ou em numero de quatro, as su pedores cur-
tas, espessas, de segmento apical pequeno, quasi
arredondado. A's vezes (Dtplotheleae ) o tubércu-
lo anal é muito rlesenvolvido, chitinisado, o que cons-
titue uma excepção de todas as Theraphosot'déas.
Os machos têm as tibias anteriores providas de
apophyse apical interna, com um ou dois espinhos
curvos.
As Bm'ychelidae bl'asileiras se distribuem pelos
tres primeiros grupos de Simon, que se podem dis-
tinguir de accordo com a seguinte chave.

A - Duas tiaudeiras; tuberculo anal conspicuo:

Diplutheleae.

A A - Quatro tiandeiras; tuberculo anal obsoleto;

B- Rima ocular tão ou mais longa que l/lrga

Bm'ycheleae.
B B- Rima ocular bem mais larga que longa-
LepÚJpeimateae.

))iplotbéleae - Simon -- 1903

As uiplotheleas têm o cAphalothorax pouco con-

vexo, de füvea procurva. O labio é mutico e muito
mais largo que longo. As fiandeiras inferiol'es não
existem e o tubérculo é nluito desenvolvido, bem
visivel em baixo, entre as fiandeiras. E~t>l grupo,
formado por Simon para um genero da Asia ( Di-
plothele) e dois de 1fad3gascar ( Cestotrema e Acro-
/ pholius) é representado no Bt'asil pelos generos
 111) -

Diplothelopsis Tullgren, 1905 A Neodiplothele Mello-

Leitão, 1971
A- Olhos anteriores em fila levemente procnrva, equi-
distante os medios um pouco menores - Neudi-
plothele. -
A A- Olhos anteriores em fila. fortemente procurva,
os medios maiores e mais aÍasGsdos - Dipluthe-
lopsis.

Neodiplolbele (1) - Mello - Leitão - 1917

Typo: N. il'l'egularis - Mello-Leitão
Neodiplnthele - Mello-Leitão - 1917 Broteria
(Serie Zoo!.) - voI. XV, p. 76
CephalothQra}. convexo, de fovea thoracica pro-
funda, levementp, procurva.
Hima ocular cerca de duas vezes mais larga,
que longa e bem mais estreita adiante. Olhos em
duas filas. Olhos anteriores grandes. equidistantes,
em fila levemente procurvH, os medios um pouco
menores. Olhos posteriores muito menore'3 que os
anteriol'es, em linha-levemente recurva, os medios
bem menores, muito separados, e a igual distancia
dos olhos mediús anteriores e lateraes posteriores.
Cheliceras robustas, providas de um rastello
formado por numerosos espinhos negros, :lllongados.
Labio rnutico, muito mais largo que longo. Ancas dos
palpos com poucas cuspides basaes, uniseriadas.
Esterno pouco mais longo que largo com pe-
quena~ sigillas marginaes. Pernas com espinhus em
todas as tihias e metatarsos. Metatarsos dJS dois
primeiros pa!'es de pernas e todos os tarsos com
escópu las. Unhas pequenas, menóres que os fascicu.-
10s ungueaes.
Duas fiandeiras, de segmento basal maiol' e
mais espesso que os dois outros reunidos; segmento
apical muito curto.
Tubérculo anal longo.
Uma unica especie.

( 1) vÉoç - novo; õ[rcÀo(:);Ü1t - genero conhecido.

 - Lil -

1- NEODIPLOTHELE IRREGULARlS (2) Mel

lo-Leitão (Fig. 28 a :il

N. i. - Mello-Leitão - 1917 - Broteria (Serie
Zoologica) Vo!. XV p. 77. ffs 1!l, 20, 21.

<i' -16 mm.

Cephalothorax mosqueado de negro ~ branco,
com uma faixa longitudinal mediana e duas linhas
marginaes claras, testaceas. Cheliceras, mosqueadas
de negrO e bruneo, com cerdas negras esparsas, de
rastello negro e garra avermelhada. Pernas, abdo:"
men e fiandeiras mosqueddos de bruneo e negro.
Esterno, ancas das pernas e dos palpos elabio par-
do-amarellados c'om cerdas negras numero:-:as, es-
parsas.
Cephalothorax convexo, de fovea thoracica pro-
funda, levemente procurva.
Rima ocular quasi duas vezes mais larga que
longa e rriais estreita adeante. Olhos anteriores
eq1lidistantes, grandes, os ·medios levemente menóres,
separados entre si e dOH lateraes cerca de um dia-
metro. Olhos posteriores muito menores, em fil3
recurva, os medios a pOLICO mais de um dia metro
dos latetaes posteriores e dos medios anteriores.
Rastello d3s cheliceras forrn3do por vari3s series
de espinhos negros, fortes, bacillares. M3rgem in-
terna do sulco ungue31 com 8 dentes.
Labio 3 vezes m~is largo que longo. Ancas
dos p31po~ com quatro cuspides basaes.
Pernas anteriores CO!U l-i espinhos longos na
fa,:;e inferior d3s tibi3s e 2-1 na face inferior dos
metatarsos. Pernas do segundo par com 1-1 es-
pinhos ll3 face inferior, e u til de c3da lado, no terço
apical; metatarsos com 2 espinhos basaes, na face
inferior.
Pernas dos dois ultimos paI:es te.ndo nas tibias
um espinho de cada lado e dois 3picaes e nos me-

(2)- Irregular .
 - 112-

tatarsos espinhos numerosos, os apiclles verticillados.

Tar80s menores que os metatarsos.
Duas Bandeiras curta,'!, grossas, tri -articuladas.
Rab.: Campina-Grande (Par",hyba do Norte).

Diplothelopsis (1) Tullgren - 1905

Typo D, ornatus Tullg.
Diplothelopsis - Tullgren, 1905 - Arkiv f. Zool - Vol. II
N. 19, p. 4

Cephaiotllürax oval, de região c9phalica muito

elevada. Fovea thoracica profunda, muito levemente
procurva.
Hima ocular baixa, muito mais larga que longa.
Olhos anteriores em fila fortemente proeurva, os
medios bem maiores, mais separados entre si que os
lateraes. Olhos laterae'l anteriores e posteriores
contíguos e iguaes; os medios posteriores menores
e contiguos aos latel'aes.
Pernas cu rtas, armadas de fortes espinhos.
Chelíceras com raiitello formado de dentes co-
nicos, curtos e fortes, numerosos.
Labio mais largo que longo, mutico. Ancas
dos palpos com duas pequenas cllspides basaes.
Duas fiandelras curtas e robustas, de s9gmento
apical globuloso. Tuberculo anal co:1Íco.
Uma especíe brasileira.

2. DIPLOTHELOPSIS HASTATUS (2) - sp. n. fig. '25 a 27

~. 18 mm.
Cephalothorax pardo-avermelhado; chelicera um
pouco mais escura, de rastello formado por fortes
espinhos negros. Esterno, labio, ancas dospalpos
e pernas fiavos.

( 1) õ{rc),ct'rl'( - genero conhecido j oq;{ç - vista

aspecto.
( 2) Em ferro de lança.
 - 113-

Abdomen pardo-cinereo, pintado de Imnchas

claras e fuscas e com uma faixa longitudinal negra
no meio do dorso, muito larga adiante, atilando para
traz; de cada lado partem tres ramos obliquos para
baixo e para traz. Ventrd e tiandeiras de colorido;
uniforme.
Cephalothorax de fovea tboracica pequena e
muito levemente procurva.
Rima ocular menos de duas vezes mais lal'ga
que longa e mais estreita adiante. Olhos anteriorês
em fila fortemente procurva, os medios muito maiores,
separados entre si quasi dois dia metros e a menos
de um dia metro dos lateraes. Olhos medios poste-
riores lU uito pequenos, reniformes, contiguos aos
lateraes.
Cheliceras de rastello formado por fortes dentes
-conicos, numerosos; margem interna do sulco un-
gueal com oito deiltes em série.
Lábio duas vezes mais largo que longo, mutico.
Ancas dos palpos com duas pequenas cuspides basaes.
Pernas de femures mutieos: patellas com dois
-ou tres espinhos apicaes dorsae::s, as patellas poste-
riores com abundantes cerdas espiniformes. Tlbias
-dos dois primeiros pares com 1-2 espinhos infe-
riores e um de cada lado; tibias do,> dois pri meiros
pares sem espinhos inferiores e com um ou dois
dorsaes. Metatarsos anterlOi'eS com 2-1-2 espinhos
inferiores e L de cada lado; metatarsos dos dois ul-
timos pares com 2-2-2 e5pinhos inferiores, 1-1 de
-cada lado o um verticillo apical.
Rab. : Alto J uruã.
CoU.: Alvaro Leitão .
. 1 ypo.: E m minha collecção.

Barycheleae

As Barycheleas brasileiras se reduzem aos dois

generos ROY'fleeoplahs e Idiophthalma. Os cara-o
deres do grupo, aqui reunidos, são tirados, portanto,
do exame desses dois gen9ros, .
 114 -

As barycheleas têm a rima ocular tão ou mais

longa que larga Olh0s anteriores em li nha m IIi
fortemente procurva. Fovea thoracica procurva.
Cheliceras com o raste1l0 formado por cinco a sete
fortes dentes uniseriados. Labio mutico ou com
algumas cuspides apicaes; area basal das. ancas dos
palpos pouco cusp1llosa. Esterno mais longo que
largo. Pernas da femea curtas e robustas; as do
macho longas, de tibias armadas de apophyse apical.
Os dois generos brasileiros se separam:
.. - Cheliceras de apice proeminente e pro-
vidas de uma apophyse muito obtusa;
rastello de ;'J den tes) lal)io, ás vezes,
com cuspides apicaes - Hommoplacis.
.. .. - Cheliceras de apice normal; rastello
de 6 a 7 dentes; labio 'sempre mu-
tico - ldiophtltalma.
lIomoooplacis ( 1) Simon 1892
Typo: II. pentodon Simon
lIc,mmoplacis Siu,on 1882 Ann. Soe. entorno
Fr. p. 275
lIommoplacis Simon 1892 Hist. N;;,t. Ar.
Vol. I 1'. 120
Cephalothorax espesso, quasi igualmente estrei-
tado adiante e atraz, a fovea procurva.
Rima ocular pouco mais longa que larga e·
bem filais estreita adiante.
Olhos lateraes anteriores grandes. situados na
margem anterior, separados menos de' um diametro;.
olhos anteriores um pouco maiores, qllasi contiguos.
Olhos posteriores pequenos, em linha recta, os me-
dios menóres e contiguos 30S lateraes.
Cheliceras um pouco proeminentes, com uma
apophJse romba, com um rastello de 5 dentes for-
tes, ~'niseriados.
Labio mais ,largo que longo, com pequenas
cuspides apieaes ou mutico.. Ancas dos palpos com

( 1) o(lol:oç - semelhante, "fJÀ&ç - placa.

 - 115-

poucas cuspides uniseriadas na base. Esterno plano,

mais longo que largo.
Pernas da femea curtas e robustas, as antedo-
res muito pouco espinho~as, as posteriores bastante;
todos os tarsos e os quatro metatarsos, anteriores
com densas escópulas, sendo as dos tarsos posterio-
res divididas por uma linha de cer·das. Pernas do
macho mais longas e deli~adas, de tibia anterior
cylindrica, muito espinhosa, com l' ma curta apopijyse
apical, provida dc longo espinho agudo e CUl;'VO;
metatarsos delicados, com 'lIna escópula r31a e eom
um forte espinho.
Duas especies brasileiras.

3. HOMCEOPLACIS AUSTENI (1) Ca rnbr.

H. a. Cambridg'f' 1896 PIOC. ZnoJ. Soco London
p. 735, pr. XXXIV, ff,;. 14, 15, 16-a e 16--b
o -12 mm.
Cephalothorax, ancas dos palpos e pernas pardo-
allaranjado-escuros. Cephalothorax com tres linhas
longitudinaes escuras na região cephalica, a central
mais estreita, eada qual COrll uma serie media e
dilas 'Iateraes de eurtas eerdas negras e curvas.
Região thoracica com linhas convergentes de cer-
das negras. Margem do cephalothurax com uma
orla de cer,las rijas e curvas, of'gras. Abdomen
mais curto e mais estreito que o cephalothorax, :-e-
vestido de uma pubeseeocia pardo-escura e pellos
negros.
Fiandeiras amarello-daras. Cheliceras bruneas.
Esteruo amarello-pallido, côr ele· palha, provido de
cerda" negras.
Fovea thoracica profunda, procurva.
Rima ocular baixa, tão longa qu110 larga, mais
estreita na frente. Olhos anteriores iguae~, equillis-
tantes, separados entre si cerca d6 meio dia metro
e em fila fortemente procurva. Olhos lateraes pos-

( 1) Em honra a Austt'n.
 - 116-

teriores menóres que os anteriores; os medios pos-

teriores muito pequencs.
Cheliceras de rastello fOfmado por cinco fórtes
dentes; margem eSlerna do sulco ungnea: com uma
linha de dflnsos pellos ruivos, a margem interna
COIII UIII!! fila de oito dentes conicos, fOI teso
Sigillas esternaes marginaes, os trei< ultimos
pares pouco nitidos. Labio mais largo que longo,
de a(Jice arrflario de pequenas cuspides. Ancas dos
palp'ls com tres cuspides oasaes, em linha Cllrva.
Pernas 4, 1, 2, 3. Metatarsos dos dois pri mei-
ros pares com leve escópula no apice e dois fortes
e~pinhos inferiores, sendo um apical e outro ba,.al;
metatarsos dos dois ultimos pares com espinhos
numerosos. Tibia anterior com dOIS fortes espinhos
~U1'vOS, juxt.apostos, apicaes - internos, e com :t-1-3
espinhos infedores e um do lado interno; tibias
dos dois ultimos pares com espinh0i) numerosos.
FelOllr rio palpo com alguns espinhos dOI'saes api-
caes; tibia franjada de longos penos, e com seis es-
pmhos n"l tace in'terna e dois na externa; ta1'SO cur-
to; bulbo CU1'to, pyrifo:me, transversal, de estylete
muito curto, curvo, dirigido para fóra e para traz.
Rab. Manác,s.
4 - HOMEOPLACIS PENTODON - (1) Simon
H. p. Simon - 1892 - Am. Soco Entom
France p. 275
ç 12 mm.
Cephalothorax quasi glabro, liso, fusco-averme-
lhado pallido, mais claro e fulvo na borda frontal,
a regil10 cephalica com duas linhas mais escuras
e a regil10 thoracica com as linhas radiantes e uma
estreita faixa marginal mais escuras. Ri.na occu-
lar p1'ovida de cerdas robustas e postas sem or-
dem. Abdomen cul'tu, subglobaloso, de dorso ne-
gru, com alguns longos pellos cinzentos, o ventre
mais clal'O. Esterno, labio, ancas dos palpos e per-
( 1) 1tÉv't1t - cinco j óôouç; ~ dente.
 - 117-

nas fusco-olivaceos, claros ou avermelhados, os fe-

mures um pouco mais claros. Fiandeiras fulvas. Che-
liceras fus~as.
Olhos anterivres em linha mni fortemente pro-
curva, igua s, separados entre si menos de meio
diametr(l.
Tibias dos dois rrimeiros pares de pernas um
pouco comprimidas, com dois fracos espinhos infe-
riores, dois apicaes e dois na f3ce interna; os me-
tatal'sos das mesmas pernas com um espinllO sub-
ba~al e outro apical. Pernas posteriQres muito e~pi­
nhosas, as patellas do terceiro par com tres curtos
e:-pinhos anteriores; as tibias com 11m como ras-
teIlo aoterior de 10 a 12 espinhos curtos, dispostos
:sem ordem. Patellas posteriores com dois pC'quenos
espinhos anteriores.
Hab: S. Paulo de Olivença - Amnonas.

Idiophthalma (1) - Cambridge - 1877

Typo: 1- suspecta - Cambr.

ldiophthalma - Cambridge - 1877 - Ann. M~g.

N ato Hist. V 01. 19 p. 27

Cephalothorax allon~ado, de região cephalica

convexa; . a fovea tlDracica profunda, fortementl3
procurva.
Rima ocular n110 ou pouco mais longa que
larga, pouco mais estreita adiante. Olhos anteriores
forrnamlo duas are as, os 13teraes na berda anterior
da rima, os meflios maiores, muito approximados,
atraz dos lateraes. Olbos posteriores em linha di-
rejta.
Cheliceras de apice arredondado, CO'1I um ras-
tello de seis a sete longos dentes uniseriados.
Labio e ancas dos palpos como em HOíf~')epla
CÚ, mas 0 iabio sempre mutico.
U 111a especie brasileira, que me é rlesconhecicla
em natureza..

( 1 ) _ n}),oç ~ pr0prio, particular; - 0cp 6À iJ.óÇ - úlho •.

 - 118-

5- IDIOPHTHALMA AMAZONICA (2) - Simon

I a - Simon - - 1889 - Ann. ioc. Entom.
France p. 216
9 ti mln.
Cephalothorax fusco-escuro, mais claro nas mar-
gens e com uma faixa longitudinal avermelhada na
regiao cephalica, liso, com longos pelIos. Abdomen
oval allongado, de dorso negro, com pontos ama-
re11os; ventre testaceo-escuro, com longos pellos
braOcos. Cheliceras negras. Esterno, labio, ancas
dos' palpos e pernas fusco-olivaceos, os femures de
face ventral mais clara, com longos pelks negros,
sedosos.
Rima ocular evidentemente mais longa que,
larga, pc'uco mais estreita adiante.
Tibias dos dois primeiros pares de pernas com
2-3 espinhos setiformes inferiores; .metatarsos das
mesmas pernas com um espinho apical robasto 11
outro basal, longo e delicado. 1'arsos e metatarsos an-
teriores densamente escopulados; os tarsos poste-
riores com escopulas fracas ou apenas cerdosos.
Hab: Tefl'é - AmazOnas.

Leplopelmaleas
As leptopelmatcas 'se destinguem das baryche-
leas pela rima ocular sempre mais larga que longa
e mais elevada. O rastello das cheliceras é fraco.
formado por espinhos subsetiformes. São representa-
das no Brasil por cinco generos, que se podem
distinguir ppla seguinte chave:
A - Tarsos posteriores com as. escopulas divididas por
uma faixa longitudinal de cerdas; unhas dos tar-
sos denteadas:
B - Labio com uma dupla fila da cinco cuspi-
des; escopulas tarEaes anteriores inteiras - Do-
lichothele.
BB - Labio mutieo ou com duas pequenas cu~pi­
des apiraes; eseopuhs talsaes anteriores divi-
didas - Psalistops.

( 2 ) Do Amazonas.
 - 119-
AA - Tarsos posteriores de escopulas inteiras; unhas
dos tarsos muticas.
B - Cephalothorax quasi glabro; ancas dos palpos
e das pernas anteriores muito cuspnlúsas;
olhos anterif'res em fila quasi direita - Oos-
mopelma.
BB - Cephalothoráx pilloso; ancas das pernas
anteriores mutica8; olhos anteriores com fila
muito procurva.
C - Labio mutico; ancas dos palpos com 3 ou
4 cuspides basaes uniseriadas ; olhos da fila
anterior proximamente iguaes: fiandeiras
superioles robustas e curtas - Trichopelrna.
CC - Labio com duas cuspides nos a-ngulos, e
uma segunda fila de 1 a 4 cuspides ; olhos
medios anteriores muito menores que os
lateraes j fiandeiras superiores longas e
delicadas - Gonodontium.

Dolichothele (1) g. n ..
Typo: D. exilis - sp. n.
Cephalothorax baixo, de fovea thoracica peque-
na e transversal direita.
Rima ocnlar alta, bem mais larga que longa.
Olhos anteriores pequenos, em f,.la fortemente pro-
curva, os medios levemente menores, equidistantes .
. Olhos medios posteriores mediocr'es; os lateraes an-
teriores maiores que os poste.rior~s.
Labio muito mais largo que longo, com 2 filas
de cuspides apicaes; ancas dos palpos com nma pe-
quena area basal, pouco abulldante em cuspides.
Sigillas esternaes posteriores milito pequenas.
Pernas medíocres (4, 1, 2, 3), pouco espinho-
sas. Escopulas tarsaes anteriores inteiras; as poste-
riores divididas por u ma larga faixa, com duas series
de cerdas espioiformes.
Fiandeiras superiores delicadas, longas, de seg-
me.nto medi? e apical iguaes em comprimento. Uma
umca e~pecle.

( 1) oopD,óç; - comprido; 8itÀ1t - bico do peito (fi-

andeira ).
 - 120-

Ilolichothele exilis (1) sp. n.

'4: - 22 10m. Cephtb - 9x7 mm. Abdomen -
l1x5 mm.
Cephalothorax quasi glabro, de tegu mento côr
de mogno escuro, com alguns pellos fia vos, de tons
doirados; cheliceras fuIvo-negras com cerdas dorsaes
doiradas. Abdornen doirado, com urna grande area
med:ana negr::l, tomando os dois terços posteriores
do dorso. Esterno, ancas das pernas e ventre ni-
g-errimos; labio e ancas dos palpos fulvo-negros.
Fiandeiras castanh0 escuras.
Cephalothorax baixo, mais longe' que largo, de
fovea tboraciea pequena, estreita, direita. Hi!lla
ocular quasi duas vezes mais larga que longa. Olhos
antel'iores em fila muito proeurva (uma recta tan-
gente á borda anterior dos mAdios tangencia a borda
posterior dos l:Jteraes), os medios um p0;JCO menores,
sepal'adus entre si c dos lateraes pOt!co mais de um
dia metro.
Olhos posteriores e 11 fila quasi direi ta pelas
bordas anteriores, os medios mediocres, a igual
distancia dos medios anteriores, e dos lateraes pos-
teriores; estes menores que os lateraes anteriores,
dos quaes distam cerca de um dia metro.
Labio muito mais largo que longo, com duas
filas apicaes de cinco cuspides; ancas dos palpos
com peq'Jenas areas cuspulosas basaes. Esterno de
sigillas posteriores obsoletas.
Pernas 4, 1, 2, 3, pouco espinhosas, Unhas
tarsaes d.enteadas. Escopltlas tarsaes anteriores in-
teiras, as posteriores divididas por ulJla dupla fila
de cerdas espiniformes.
JIab.,' Parahyba do Norte.
CoU.,' Tranquilino Leitão.
Typo,' Em minha collecção.

( 1) Delicado.
 - 121 -

Psalist,ops Simon, 1889

Typo: P. melanfJpygia Simon

Psalistops Simon; 1889 - Ann. So~. EntonoI.
France, p. 196
PIJalisto]Js Simon; 1892 - Hist. Nat. Ar, Vo'. I,
p. 127
( A tlBpeeiH brasildra se af.sta em m is dfl nm ponto
das espeeies de Veneznela. O i earaetéres abalxo sã 1 referi-
dos da espeeie que tive sob a vista.)

Cephalothorax baixo, de fovea thoracica direita.

Rima ocular duas vezes mais larga que longa.
Fila de olhos anteriores b?J1O procurva, os médios
menores. Olhos po.steriores sllbigllaes.
CbelicerGls de rastello formado por espinhos
muito fracos, setiformes. Labio mais largo que
longo, mutico, com duas peq~lenas cuspides apicaes.
Ancas dos palpos com' uma area de cuspides basaes.
Esternos com dilas sigillas pGsteriores circlllares~
subma rginaes.
Pernas medíocres, espi nhosas, com as escopu-
las dos tarsos a nteriores di vididas por estrei ta fila
de cerdas, as posteriores com uma faixa mais larga
de cerdas.
Fiandeiras superiores mediocres, de segmento
basal inaiol· que o médio, e este maior que o apical.
Tibia anterior do macho bem mais espessa
que o metatarso, com lima apophyse apical externa
espiniforme, cllrva; metatarso curvo. Tarso do
palpo curto e bilobado.
Especie brasileira.

6- PSALISTOP.s CRASSIMANU sp. n.

ô - 11 mm.
Cephalothorax côr de mogno, com pellos par-
dos. Abdomen e3CUl'O, com manchas pardas dor-
saes. Esterno, labio, ancas dos palpos, cheliceras~
palpos e pernas da cõr dI) cephalothorax, v(mtre
pardo claro.
 - 122-

Cephalothorax baixo, bem estreitado adiante,

de i'ovea thoracica transversal direita. Rima ocular
duas vezes mais larga que longa. Olhos anteriores
em fila bem procul'va (uma linha tangellte á bor-
da anterior dos médios passa ao meio dos lateraes ),
os médios menores. Olhos posteriores subiguaes,
menores que os médios anteriores.
Cheliceras com 8 dentf:ls :la margem interna.
Pernas todas muito espinhosas. Tibias anteriores
muito dilatadas, com 1 - 1 espinhos anteriores,
2 - 2 - 1 inferiores e 1 posterior, e com uma
aj)ophyse apical externa espiniforme e cUl'va; me-
tatar~os curvos, muito mais rlelgados e menOl'es
que as tibias, com 1 - 1 espinhos de cada lado;
tinias e metatarsos dos tres outros pares de pernas
I1Il1ito espinhosos. Todos os tarsos dr. escôpulas di-
vididas; as posteriores por u ma larga faixa e as
anteriores por estreita fila.
Labia mutico, mais largo q:.:e longo. Ancas
dos palpos com uma área cuspulosa basal. Esterno
com duas sigillas posteriores circulares, submargi-
naes. Palpo inerme, de patella e tibía iguaes;
hulbo do estylete delgado e recurvo.

~ -17 mm.
Cephalbthorax menos estreitado adiante. Olhos
lateraes posteriores maiores que os médios anterio-
res, iguaes aos lateraes anteriores. Labio com duas
cuspides apicaes. Tibias anteriores não dilatadas,
mut:cas; metatarsos com 1-2 espinhos inferiores,
e3copulados até a base. 1'ibias do segundo par com
2 cspinhr.s apicaes e 1 - 1 inferiores; metatarsos
com 1-2-2 espinhos inferiores. Pernas dos dois
ultimos pares muito espinhosas. Segmento apical
das fiandeiras muito menor que (J médio. O resto
como no macho.
Rab.: Ilha dos Alcatrazes.
Typo - No :Museu Paulista.
Coll. - H. Llledervaldt.
 - 12:-3 -

Cosmopelmf.l (1), Simon - 1889

Typo: C. decoratM'ln - Simon
Cosm p3lma, Simon - 1889 - Ann. Soe. Entom. France p. 217
Comopelma - Simon - 1892 - Hist. Nat. Ar. - Vol. I, p. 128

Cephrdothorax quasi glabro, a região cepl1alica

t:onvexa, a fovea tcoracica linear procurva.
Hima ocular pouco elevada, quasi duas vezes
mais larga que longa. Olhos anteriores em lir,ha
procurva yuasi direita, quasi equidistantes, os medios
um pouco maiores. Olhos medios posteriores muito
menore". Olhos lateraes subcontiguos, os posteriores
um pouco menores.
Cheliceras curtas, de raste110 sim pIes, de poucos
dentes curtos, uniseriados. Labio duas vezes mais
brgo que longo, truncado direito e mutico. Ancas
dos palpos com uma area ba:sal muito espinhosa.
Pernas curtas e robu>:tas, espinhosas; os tarsos
e metatarsos anteriores com longas escópulas pouco
densas; tarsos posteriores apenas cerdosos. U nbas
muticas.
C ma especie bl'asileira, que me é desconbecida
em natureza.
7. COSMOPELMA DECORATUM (2), Simon
C. d. Simon - 1889 - Ann. Soco Entom. France p. 217.

9. 8 mm.
Cephalothorax fusco-olivaceo, liso, com pellos
brancos. Abclomen oval-largo, levemente deprimido,
branco-amarellado, .tendo no dorso, adiante, um arco
transversal negro vi()laceo, ao qU31 se segne uma
faixa longitudinal mediana, de bordas sinuos3s, tendo
de um e outro lado faixas obliquas que se unem
fóra, todas do mesmo colorido negro-violaceo. Ventre
branco a marellado. Cbeliceras fuI vas, lisas. Labio

( 1) Xà5p,éo - adorno; 1tEÀ!J-CG - planta do pé.

(2) Decorado, enfeitado.
 - 124 -

olivaceo. E~terno, palpos e pernas amorellad'ls, a,

face inferior dos temures e o apice das tibias en-
negrecidos.
Tibias dos palpos com 3 - 3 espinhos na face
inferior; as do~ dois primell'os pares dA pernas com
1-1-1 espinhos inferiores; os metatal'SOS das mes-
mas perna.,; ~om :i-1 espinhos inferiores. Pernas.
posteriores UI u ticas. ,
Hab: Rio Salobro - Bahia

Tl'ichopelma (1) - Simon 1888

Typo: T. nititlum Simon
Trichopelma - Simrlll 1888 - Ann. Soe. Enton
Franct'. p. 215
Tricopelma - Simon - 189a - Hist Nat. Ar.
Vol. I p. 129

Cephalothorax pubescen'e, de re~ião cephalica

alta e fovea thoracica transversa direita, ou leve-
mente procurva. Rima ocular quasi uuas vezes mais.
larga que longa. Olhos anteriores eu linha bem
pro~Ul'va, iguaes ou quasi. Olhos medi os posteriores.
muito menoreS que os anteriores.
Labio mutico, muito mais largo que longo.
Ancas dos palpos com tres ou quatro espinhos uni-
sflriad='H na base.
P emas curtas ~ 4, 1, 2, B), espi nhosas, todofl-
os larsos e os metatars0S dos. dois primeiroS.
pares de pernas densamente escopulados; as p,sco-
pulas dos tar80S inteiras. {j nhas dos tarso&-
muticas. •
Fiandeiras superiGres robJstas e c:utas, o sa-
gU'1do segmento mais curto e :nais estreito que ()
basal; o apical muito pequeno, hemispherico.
Tibias anteriores do Itlacho com duas apopyhses,.
a inferior mais longa e curva para dentro.
Duas especies brasileiras.

( 1) 1tplXÓç - Cll hello, pello: T.:EÀp.'X - planta do pé

 - 125-

S- TRICHOPELMA FLAVICOMlJ;\I ( 1) Simon

T. f - Simon 1891 - Ann. Soe. t-'ntom Frallce
p. 303

<j: 10 mm.
Cepllalothorax baixo, fusco-escuro. densamente
't'evestldo de pellos longo~, deitados, fulvecÍn-
:ze ,tos; a região cephalica CO'II ullla longa fixa
mediana IIlais clara, de pelIos all,arello-pallidos. Es-
terno,labio e ancas dos palpos fulvo-olivaceos; per··
lias de igual colorido, mas 3S anteriores mallcha-
·das e co! 1\ an !leis i nco tU pie tos, fuscos. Abdol\len fus-
~o, revestido de longa e den:,;a pubescencia amareI-
,lo-acinzentado.
Fovea tboracica profund3, direita.
Olhos anteriores quasi equidistantes, os me-
,dios bem maiores. Olhos medios po~terJOres muito
pequeninos, allongados e direitos, os laterae& me-
nores que os lateraes anteriores e ovaes.
Tibias do'> dois pri meiros pares com 3-1 espinhos
inferiores setifor lHes. Metatarsos das mesmas pernas
,co ii. dois espinhos robustos, subbasaes e um espi-
nho apical.
Pernas posteriores mnito espinhosas. Unh:Js dos
,tarsos m u ticas.
Itab.: Santo Antonio da Barra - Bahia.

9 ---, TRICHOPELMA ILLETABILE (2) Simon

T. i Simon 1888 Ann. Sue. entorno France,
p. 216

'i! - 2(\ mm.

Cpphalothorax fusco escuro, um pouco mais
claro adiante e densamente revestido de longos pel-
'los deitados, fulvo-cinereos. Abdornen negro, mais
·claro no ventre, de pubescencia fuIvo·escura. Ester

( 1) De eabelleira fiava.
( 2) Triste.
 -126-

no, labio e ancas dos palpos fulvo-olivaceos ou aver-

111elhados. Perna~ de igu~ll colorido, as tibia~ e me-
tatarsos manchados de escuro.
Iovea pequena, profuntla, direita.
Rima ocular um terço mais larga que longa.
Olhos anteriores quasi equidistantes, os medios um
ponr.o maiores.
Tibias dos dois primeiros pares de pernas com
0-1 espinhos inferiores; os metatarsos com dois
espinhos basaes e um pequeno espinho apical. Tibias
e rnetatarsos pcstel'iores muito espinhosos.
Rab.,' Te:ffé, Ámazonas.

Goniodontium ( 1 ) G. n.

~'ypo: G. muticum sp. n.

Cephalothorax muito pubescente, de região ce-

phalica convexa e fovea thoracica direita.
R.ima ocular quasi duas vezes mais larga que
longa e muito separada da margem Jo clypeo.
Olhos antedores em :fila fortemente procurva, os
medio'3 muito menôres, mais sepal'ados entre si que
. dos htel'aes. Olhos posteriores sub-iguaes. Lateraes
anteriores muito maiores que os posterjore~.
Labio maIs largo que longo, com duas cuspides
apicaes muito afastadas e, ás vezes, um:J segunda
serie de um a quatro denticulos. Area cuspulosa
basal das ancas dos palpos pequena, com 10 a 12
cuspides.
Esterno grande, allongado, de sigillas posteriores
marginaes. Ancas das pernas mut.ic3s. Pernas de-
licad;ls, hlediocres, 4, 1, 2, 3. Metatarsos dos dois
pri!lleiros pares escopulados até a base, o:; do ter-
ceiro par nos dois terços e os posteriores em um
terço apical. Todos os tarsos de escôpulas inteiras
e un has !II uti caso Fiandeiras allongadas.

( 1) YWy[a, - angulo; oõóv'toç - dente.

 -127-

Goniodontium muticum ( 1) sp. n.

9 - 23 mm. Cephth. 10,2+7,2 mm. Pernas

25-23-21-29 mm. Patella + tibia I -10, 2m.; IV-
9,5 mm.
Toda a aranha de dorso castanho muito escu-
1'0; cephalothor3x revestido de densos pelios casta-
nho-murinos, deitados das bordas para o centro ~
3bdomen velludoso. Pernas com linhas DIlas longi-
tudinaes. Toda face ventral da aranha negra, excepto
a iimbria das ancas dos palpos e das cheliceras,
que é vermelha, côr de brasa.
Cephalothorax bem mais longo que largo, de
região cephalica convexa e fovea thoracica direita.
Rima occuIar quasi duas vezes mais larga que
longa, e separada da borda do clypeo ql1~si duas
.vezes seu menor diametro. Olhos anteriores em fila
fortemente procurva ( uma tangente á borda anterior
dos medios tangencia a hm'da posterior dos Iateraes ).
os medios duas vezes menores que os Iateraes, dos
quaes distam 1 1/2 diametro e a dois dia metros u til
do outro. Olhos posteriores subiguaes e quasi dc}
tamanho dos medios anteriores; Iateraes anteriores
IDuito maiores que os Iateraes posterio;-es, dos quaes
estãe separados um dia metro destes uItimo~.
Labio bem ill3ÍS largo que longe, com dilas
cuspides apicaes, muito sep3radas, postas quasi nos
angulot:l anteriores, e uma segunds fila com um nu-
mero de dentes variavel de um a quatro; arca
cuspulosa basal das ancas dos palpos pequena, tri-
angular, com 10 s 12 cuspides.
Esterno aliongado (5, 2 : 3, 1 ), je sigillas
posteriores marginaes. Pernss 4, 1, 2, 3; as dos
dois primeiros pares mutieas e de metatarsos ,~sco­
pulados até a base e escopulas tarsaes inteiras. Tibias
do terceiro par com 2 fracos espinhos apicaes e
1-2 na face inferior: metatarsos escopulados nos
2/0 aplCaes, com 2 espinhos, inferiores, na base da

( 1) Sem ellpinhol.
 -128-

escópula. Tibias pOiSteriores Cc m '? espinhos apir-aes,

1-2 inferiores, 1 posterior e 1 anterior; metatarsos
eseopulados no terço distal,. com alguns espinhos
fracos apicaes, t anterior e 1 posterior; tarsos de
es.:"opulas inteiras.
Hab. : Villa Nova (Estado da Bahia).
CoU.: E. Garbo.
Typo: No Museu Paulista (N. 159).

VIII

Avicltlu.oiidae - Pocock - 1895

Theraphosoidae, Ausserer, 1871, ad partem

Avicnlariidae, Auctorum, ad partem
Aviculariinae, Simon, 1892, Hist. Nat. Ar. Vol. I

As Aniculariidae sllo quasi todas aranhas de

gt"ande pórte, comprehendendo as verdadeiras ca-
,rangt;f>jeiras, e correspondendo ao genero JJlygale
de 'Valàetiéler.
lIa sempre apenas duas unhas tarsaes e gran-
des fasciculos de r>ellos espatulados de sustentação;
as n nhas sllo delicadas, curvas apenas na extremi-
dade, Il)uticas ou com uma unica fileira de dentes.
Os olhos são sempre aggr'1pados em uma
t"ima convexa.
O labio é quasi sempre, com raras excepções,
armado de cuspides muito numerosas. As ancas
dos plllpos são q'uasi parallelas e armadas, na base,
de cltspides muito numerosas. As cheliceras são
-sempre despruvidas de rastello <:lo nas especies bra-
sileiras, de face externa quasi núa.
As fiandeira~' sllperiores são sempre longas,
tt"isegmentadas, de segmento apical igualou um
{louco maior que o medio, curvas para cima.
As tibias antlólriores do macho podem ser mu-
ticas ou armadas de u~a ou dua'3apophyees apicaes.
 - 129-

Os jovens tem selllpre as escopulas tarsaes di-

viclidas por uma faixa longitudinal de cerdas curtas,
·espinifurmes. E'3sa faixa é cad'uca nas grandes es-
pecies, e persistentes nas especies menóres, ora em
todos os tarsos, ora sómente nos pOf:t0riores.
Apreser.tam muitas Aviculariidae cerdas plumo-
sas ou espinifonnes seriadas, constituindo um appa-
relho estrldulatorio que, nas especies americanas,
se limita ao trochanter ou anca dos palpos e do
primeiro par' de pernas. Tornando por base a pre-
sença e localisação das cerdas m usicaes, e a di vi-
são dos tarsos, divide Simon ( 1903) esta familia
{que elle considera apenas como sub- familia) em
12 grupos, dos quaes são repre~entados no Brasil
seis - Ischnocoleae, Eurypelmateae, LaúodOl'eae,
TheJ'aphoseae, Phoneyuseae e Amcular·ieae. Pocock
{ 1901 ) di vide as Avicularlidae em seis sub-familias,
havendo na Amer,ca tropical apenas representantes
de suas Theraphosiinae.
Est3s podem ser dividida>; em quatro grupos:
lschno.coleas (= lschnocolae SilllOn, 1903), Gram-
mostoleas (= EUI'ypelJ ·wteae Simon, 1903); Thf'-
rap'hoseas (= Lasiodo}'eae + TheJ'apheseae Simon,
1903) e Avic'ularias (= AviculaJ'iae +
Phoneyu-
s~ae ( ad partem Ephebopus Simon) Simon, 1903).
Podem-se distinguir estes ,quatro grupos pela
seguinte synopse :
A - Pernas posterior'ls de metatarsos armados de nu-
merosos espinhos:
B- Escópulasdos tarsos do ultimo par de pernas
divididas por uma linha longitudinal de cerdas
- Ischnocoleas:
B B - Escopulas de todos os tarsos inteiras:
C - Femllre~ do ultimo par de pernas com a
face posterior guarnecida por longos pellos
setiformlls, semierectos, não formando escó-
pula - Grammostoleas.
C C - Femures do ultimo par de pernas com 8
factl posterior ornada de abundantes pellos
sedosos, curtGs, erectos, formando uma
escópula velutina - Theraphoseas.