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EDUCACIONAL
DA EDUCAÇÃO
BÁSICA
Introdução
Um dos grandes desafios dos gestores escolares é alinhar a gestão do
currículo escolar com os objetivos educacionais contemporâneos, que
posicionam a aprendizagem como foco principal e os estudantes, como
protagonistas. Para que a gestão curricular seja eficiente, atendendo às
políticas públicas curriculares e alcançando os objetivos educacionais,
é preciso desenvolver discussões no interior da escola. Os professores e
todos os demais membros da comunidade escolar devem se envolver
nessas discussões, legitimando e impulsionando as práticas pedagógicas.
Neste capítulo, você vai estudar o currículo escolar e verificar como
ele se articula com o projeto político-pedagógico (PPP) da escola e com
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Você também vai ver como
organizar a gestão de um currículo focalizado na aprendizagem. Por fim,
vai verificar como o processo de avaliação deve ocorrer para contemplar
esse tipo de currículo.
Discurso
Científico Dialético Subjetivo
predominante
Racionalidade
posta em Técnica Comunicativa Subjetiva
prática
Como você pode perceber, a gestão curricular na escola exige que seja
contemplada a legislação curricular pertinente, que as escolas cumpram o
que determina a BNCC e que persigam junto aos seus estudantes o desen-
volvimento de objetivos de aprendizagem que possam torná-los competentes
nos conteúdos propostos. Porém, o currículo ainda vai muito além daquilo
Gestão do currículo e da aprendizagem na escola 7
que é prescrito pelas políticas públicas. Ele deve envolver as questões locais
pertinentes, discutidas e validadas pela comunidade escolar, entendendo
que a escola produz os sujeitos e que o currículo carrega consigo o poder de
construir identidades.
https://qrgo.page.link/ZAZK3
alunos;
professores;
metodologias ativas;
aprendizagem significativa;
realidade social;
participação;
globalização curricular.
Uma proposta curricular que pretenda ser inovadora e que tenha o seu foco
na aprendizagem deve quebrar antigos paradigmas associados com o currí-
culo tradicional. Neste, o foco era o ensino em si, e os alunos ocupavam uma
posição passiva e dependente dos conhecimentos repassados pelo professor.
Gestão do currículo e da aprendizagem na escola 9
Essa configuração foi criticada por inúmeros pesquisadores, entre eles Freire
(1996), que criou a metáfora da educação bancária e uma proposta de educação
problematizadora e libertadora. Dessa forma, os alunos passam a ser o centro
do processo de ensino e aprendizagem; o estudante deve ser o protagonista
da busca pelo conhecimento, auxiliado pelo professor sempre que necessário.
O professor, por sua vez, precisa atualizar-se, entender que o mundo mudou
e que, com as mudanças, as formas de aprender se reorganizaram. Hoje, os
conteúdos e as bases de conhecimento são facilmente acessíveis por meio
dos múltiplos recursos digitais ao alcance dos estudantes. Isso, contudo, não
deve ser encarado como um obstáculo, e sim como uma possibilidade para
exercer uma prática pedagógica mais próxima ao universo real dos alunos.
Claro que para muitos professores a percepção da necessidade dessa mudança
em seu perfil profissional pode ser assustadora e promover resistência. Nesse
sentido, Masetto (2011, documento on-line) reforça a necessidade urgente de
adaptação dos professores, uma vez que um currículo inovador passa a exigir:
Como você pode notar, grande parte do sucesso dessa mudança de ênfase
curricular está sobre os ombros dos docentes, que são peças-chave na con-
dução das atividades pedagógicas cotidianas. Para que a aprendizagem se
torne o centro do processo, os professores devem alterar a forma como veem
a educação, o que muitas vezes mexe com a sua formação. Logo, os gestores
escolares devem promover espaços de formação continuada que deem suporte
aos professores na transição para um modelo curricular mais alinhado às
demandas contemporâneas.
A busca por uma aprendizagem significativa passa necessariamente pela
compreensão, por parte do estudante, dos motivos pelos quais ele deve apren-
der determinados conteúdos. Ou seja, ao aprender, é necessário que o aluno
perceba como as aprendizagens se conectam com a sua vida diária, com os
problemas que enfrenta e percebe cotidianamente. A aprendizagem deve
possuir um aspecto sensorial, ou seja, deve permitir que os alunos, por meio
de suas emoções, tenham seu interesse e sua motivação despertados. Para que
isso ocorra, as metodologias utilizadas em sala de aula também devem ser
revistas, propondo que o estudante aja de forma ativa, como participante da
10 Gestão do currículo e da aprendizagem na escola
Dessa forma, os três tipos de avaliação podem ser utilizados pelos profes-
sores com foco na avaliação da aprendizagem, uma vez que “[...] uma não é
nem pior nem melhor que a outra, elas apenas têm objetivos diferenciados”
(FERNANDES et al., 2007, documento on-line). O que deve ser modificado
em relação à avaliação na educação básica é a preponderância da avaliação
somativa ou classificatória em detrimento de todas as demais, o que empobrece
o processo avaliativo e o restringe aos aspectos puramente quantitativos e
classificatórios.
Ao analisarem a importância da avaliação no contexto curricular da escola,
Fernandes et al. (2007, documento on-line) destacam o seguinte:
[...] indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desen-
volvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos
devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando
a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da ci-
dadania e do mundo do trabalho), as instituições de ensino deverão avaliar
como as competências estão sendo desenvolvidas pelos alunos (BRASIL,
2018, documento on-line).
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