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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ª VARA DO TRABALHO DO FÓRUM

TRABALHISTA RUY BARBOSA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

ADEMIR SENA SANTOS, brasileiro, solteiro, desempregado, nascido em 22/12/1961, portador da


Cédula de Identidade RG sob o nº 37.802.506-5 e inscrito no CPF sob o nº 334.185.435-53, Carteira de
Trabalho e Previdência Social – CTPS nº 19663 e série 00226-SP, PIS/Pasep nº 124.37572.31-9, residente e
domiciliado à Rua: Sabiá Natal, Nº 160 – Casa 1, Bairro: Jardim Castro Alves, São Paulo - SP, CEP: 04862-025,
por seus advogados e bastante procuradores (procuração acostada), vem, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no art. 840, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado
com o art. 319 do Código de Processo Civil (CPC), aplicado subsidiariamente e supletivamente ao
Processo do Trabalho por força do art. 769 da CLT e art. 15 do CPC, e art. 852-A a 852-I, propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

PELO RITO SUMARÍSSIMO

COM TUTELA DE URGÊNCIA

em face de TERNI ENGENHARIA LTDA, Pessoa Jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº
67.632.133/0001-51, com sede na Rua Cerro Cora nº 1254, Vila Romana, São Paulo, SP, CEP: 05061-200,
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I) PRELIMINARMENTE

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I.A) DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA PARA EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ JUDICIAL PARA LEVANTAMENTO DE
SEGURO DESEMPREGO

Conforme Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho anexo, o Reclamante fora demitido sem
justa causa no dia 27/07/2017, sendo que até a presente data, a Reclamada não lhe realizada a quitação
do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), nem tampouco liberadas as guias para
levantamento do Seguro Desemprego. Anexos (Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho e
Demonstrativo do Trabalhador de Recolhimento FGTS Rescisório).

No presente caso, os requisitos para concessão da antecipação dos efeitos da tutela estão
presentes, uma vez que os documentos que instruem a inicial demonstram que o rompimento do vínculo
empregatício se dera por iniciativa do empregador, inclusive sem justa causa, evidenciando assim a
probabilidade de direito do Reclamante.

Quanto ao perigo de dano, insta salientar que o Reclamante precisa garantir sua subsistência no
que tange as necessidades básicas alimentares, tendo em vista que o rompimento do pacto laboral se
deu por iniciativa da Reclamada, assim sendo, até que o Reclamante seja recolocado no mercado de
trabalho, precisa receber o que lhe é de direito, para garantir sua subsistência e de sua família, realizando
assim o levantamento do seu Seguro Desemprego.

Dessa forma, por se tratar de pedido incontroverso, a Reclamante faz jus a expedição de alvará
judicial, para que possa realizar o levantamento do seu Seguro Desemprego, nos termos do art. 300 e
seguintes, do CPC, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da CLT, sob pena de incidência da
indenização substituta prevista na Súmula 389 TST.

I.B) DO DIREITO AOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Preliminarmente, o Reclamante requer que sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, nos
moldes do art. 98 e 102 do CPC e art. 790, § 3º, CLT, tendo em vista que é pobre na acepção legal, não
tendo condições de pagar as custas e despesas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo
do sustento próprio, conforme declaração de hipossuficiência em anexo.

II) DO CONTRATO DE TRABALHO

Ademir Sena Santos, ora Reclamante, foi admitido pela empresa Terni Engenharia Ltda, ora
Reclamada, tendo iniciado suas atividades laborativas em 23/02/2016. Anexo CTPS.

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Foi contratado para exercer a função de “Ajudante de Hidráulica”, conforme demonstra o registro da
CTPS, recebendo R$ 6,74 (seis reais e setenta e quatro centavos) por hora de trabalho. Anexo CTPS.

Seu contrato previa atividade laborativa de segunda a quinta-feira das 7h00 às 17h00, de sexta-feira e
sábados das 7h00 as 16h00, com intervalo de 1h para refeição e descanso.

Durante a vigência de seu contrato de trabalho laborou em dois endereços (obras), cito: Rua
Araçatuba, 191, Santo André, São Paulo, CEP: 09071-310 e Av. Dom Jaime de Barros Câmera – Empresa
Conso, São Bernardo do Campo, CEP: 09895-400.

Foi demitido sem justa causa em 27/07/2017, sendo dispensado do cumprimento de aviso prévio, não
tendo até a presente data, recebido suas verbas rescisórias e não tendo sido liberada sua guia de Seguro
Desemprego. Anexo Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho.

Teve como último salário a quantia de R$ 1.694,00 (hum mil seiscentos e noventa e quatro reais).Anexos
(Recibos de pagamentos).

III) DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO – DA APLICAÇÃO DAS MULTAS DOS ARTIGOS 467 E 477
DA CLT

O Reclamante foi demitido sem justa causa em 27/07/2017, tendo sido dispensado do cumprimento de
aviso prévio.

Descumprindo expressa previsão legal no que tange a quitação do Termo de quitação do contrato de
trabalho, conforme art. 477 da CLT.

Até a presente data não recebeu suas verbas rescisórias, conforme Termo de Rescisão (Anexo). O
Reclamante realizou diversos contatos com a Reclamada para de “forma amigável” pudesse receber suas
verbas, uma vez que tem passado por necessidade alimentar em razão do desemprego, porém em último
contato, pasme Excelência, a Reclamada pediu que o Reclamante pleiteasse o recebimento de tais
verbas no judiciário.

Além disso, por se tratar de um contrato de trabalho com prazo superior a 1 (um) ano, passados mais
de 60 dias, a Reclamada não efetuou a homologação da rescisão contratual.

Deste modo, faz jus o Reclamante ao recebimento da multa do art. 477 da CLT, no valor
correspondente ao último salário, acrescido de juros e multa, conforme reza o artigo.

Art. 477 - É assegurado a todo empregado, não existindo prazo


estipulado para a terminação do respectivo contrato, e
quando não haja ele dado motivo para cessação das
relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma

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indenização, paga na base da maior remuneração que tenha
percebido na mesma empresa.

§ 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de


rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado
com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito
com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a
autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social.

§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação,


qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do
contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela
paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida
a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas.

§ 3º - Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos


previstos neste artigo, a assistência será prestada pelo
Represente do Ministério Público ou, onde houver, pelo
Defensor Público e, na falta ou impedimento deste, pelo Juiz
de Paz.

§ 4º - O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado


no ato da homologação da rescisão do contrato de trabalho,
em dinheiro ou em cheque visado, conforme acordem as
partes, salvo se o empregado for analfabeto, quando o
pagamento somente poderá ser feito em dinheiro.

§ 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o


parágrafo anterior não poderá exceder o equivalente a um
mês de remuneração do empregado.

§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de


rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos
seguintes prazos:

a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou

b) até o décimo dia, contado da data da notificação da


demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização
do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.

§ 7º - O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º)


será sem ônus para o trabalhador e empregador.

§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará


o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao
pagamento da multa a favor do empregado, em valor
equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice

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de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o
trabalhador der causa à mora. (Incluído pela Lei nº 7.855, de
24.10.1989)

§ 9º (vetado).

Grifos nossos.

E ainda, deve-se aplicar o disposto do art. 467 da CLT, na eventualidade do não pagamento das
verbas incontroversas em primeira audiência, sob pena de não o fazendo, pagá-las com acréscimo de
50% (cinquenta por cento).

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho,


havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias,
o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do
comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa
dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta
por cento.

Grifos nossos.

IV) DOS DANOS MORAIS

Como já se cumpriu demonstrar na presente exordial, o Reclamante laborou para a Reclamada por
mais de 1 ano e desde sua admissão, sempre prestou serviços com profissionalismo, empenho e
dedicação.

Em decorrência de sua demissão sem justa causa, a Reclamada não efetuou até a presente data, o
pagamento do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho e nem tampouco liberou as guias de seguro
desemprego do Reclamante, por essa razão, o Reclamante tem passado por grande dificuldade
financeira o que afeta diretamente o seu direito da personalidade, uma vez que através da
impossibilidade financeira em arcar com suas necessidades alimentares própria e de sua família, tem que
se submeter a receber doações e empréstimos com amigos e familiares para poder se alimentar, além do
consequente atraso no pagamento de suas contas mensais de aluguel, água e luz, tem gerado uma
sensação de impotência, sofrimento e grande frustração além do mero dissabor cotidiano, de forma que
deva ser devidamente combatida por Vossa Excelência.

Nesse viés, a Jurisprudência dos Tribunais é vasta nesse sentido:

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TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00001292520125010036 RJ (TRT-1)
Data de publicação: 13/02/2014

Ementa: RECURSO
ORDINÁRIO. FALTA DE PAGAMENTO DAS VERBASRESCISÓRIAS.
DANOS MORAIS. O empregador que dispensa imotivadamente
o empregado sem pagar as verbas rescisórias deixa o
trabalhador subitamente desemparado, sem ter meios para
arcar com suas obrigações financeiras e para prover o sustento
próprio e o de sua família. Tal conduta gera dano moral a ser
indenizado.

TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00011851520115010041 RJ (TRT-1)


Data de publicação: 24/10/2014

Ementa: RECURSO ORDINÁRIO. DANO


MORAL. FALTA DE PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. A
dispensa sem o pagamento das verbas rescisórias traz graves
prejuízos para o trabalhador, que depende de seu salário para
prover seu sustento e o de sua família. O indivíduo perde a
segurança de um emprego e, ao mesmo tempo, fica sem
receber os valores aos quais faz jus. O trabalhador, nesse caso,
terá dificuldades em alimentar sua família, pagar suas contas e
cumprir seus compromissos financeiros, uma vez que perde seu
meio de sustento e nem sequer recebe as quantias de que é
credor. Tal circunstância configura dano moral e como tal
deve ser indenizada, até pelo viés pedagógico que
o pagamento da indenização assume em face do réu.

A conduta da Reclamada foi absolutamente atentatória a dignidade do Reclamante, de modo que


enseja a indenização por dano moral, nos termos do art. 5º, incisos V e X, CF/88 e art. 927, CC.

Ademais, não resta dúvida que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação
envolvendo pedido de dano moral decorrente de relação de trabalho, especialmente em face do
disposto nos art’.s 5°, inc X e 114, inc. VI, ambos da CF/88 e a súmula 392 do TST.

Deste modo, diante de toda exposição fática, de dano moral sofrido pelo Reclamante, aplicando-se o
princípio da proporcionalidade, requer seja a Reclamada condenada ao pagamento, a título de dano

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moral, em quantia não inferior a 5 (cinco) vezes o último salário do Reclamante, considerando a
capacidade econômica da Reclamada e a condição financeira e social do Reclamante.

V) DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, a Reclamante requer a procedência dos pedidos abaixo consignados, com:

1) A concessão do pedido de tutela de urgência para a liberação das guias do Seguro Desemprego da
Reclamante, sob pena de incidência da indenização substituta prevista na Súmula 389 TST;

2) A concessão dos benefícios da justiça gratuita;

3) Saldo de salário - 27 dias (168:40h)................................................................................................... R$ 1.298,76

4) Aviso-prévio indenizado (33 dias) ..................................................................................................... R$ 1.994,08

5) 13º Salário aviso-prévio indenizado.......................................................................................................R$ 156,20

6) 13º Salário proporcional 7/12 ............................................................................................................ R$ 1.093,40

7) Férias integrais simples (de 23/02/2016 a 22/02/2017) ................................................................... R$ 1.810,60

8) Adicional do terço constitucional sobre as férias.............................................................................. R$ 921,80

9) Férias Proporcionais 6/12 (23/02/2017 a 27/07/2017) ........................................................................ R$ 954,80


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10) Descanso Semanal Remunerado DSR - 29:20h................................................................................... R$225,84

11) FGTS (8%) sobre as verbas rescisórias (saldo de salário + aviso prévio + 13º salário)..................... R$ 350,90

12) Multa de 40% sobre o FGTS das verbas rescisórias ............................................................................ R$ 676,44

13) Multa de 40% sobre FGTS já depositado – Saldo R$ 2.438,28 (17 meses) .................................... R$ 1.505,25

14) Multa do art. 477 §8º, da CLT ............................................................................................................ R$ 1.694,00

15) Indenização a título de dano moral arbitrado por Vossa Excelência de montante não inferior a 5
(cinco) vezes o último salário do Reclamante ............................................................................... R$ 8.470,00

16) Emissão das Guias de Seguro Desemprego, sob pena de incidência de indenização substituta.

17) Requer, ainda, o pagamento das parcelas incontroversas em audiência sob pena da incidência de
multa do art. 467 da CLT, no importe de ........................................................................................ R$ 4.227,74

18) Requer, outrossim, seja notificada a Reclamada para, querendo, comparecer à audiência que for
designada esta ação, sob pena de revelia e confissão ficta.

Informa o Reclamante que os valores apurados não estão computados com a incidência de juros e
correção, que deverão ser aplicados em fase de liquidação/execução.

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Para demonstrar a boa-fé do Reclamante, esclarece que caso seja realizado algum pagamento pela
Reclamada no decorrer na demanda, mediante comprovação que sejam feitas tais compensações.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, em especial pelos
depoimentos pessoais, testemunhais e juntada de documentos.

Requer que as publicações sejam realizadas exclusivamente em nome dos advogados DR. WILSON
MAGNANI JUNIOR, OAB/SP 216.120 e DRA. PRISCILA REGINA DE OLIVEIRA MAGNANI, OAB/SP 388.561, sob
pena de nulidade.

Dá à causa o valor de R$ 25.379,81 (Vinte cinco mil trezentos e setenta e nove reais e oitenta e um
centavos).

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, 17 de outubro de 2017.

WILSON MAGNANI JUNIOR

OAB/SP 216.120

PRISCILA REGINA DE OLIVEIRA MAGNANI

OAB/SP 388.561

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