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Psicologia

« De médico e louco, todos temos um pouco, porém de psicólogo todos temos


até de mais.»

- perspectiva pessoal
- aconselhamento
- presunção de autosuficiência

Condicionamento Clássico e Operante – Natureza e


importância na enfermagem:

 2 perspectivas do conceito de aprendizagem:

- Aprendizagem por associação ( condicionamento Clássico )


- Aprendizagem Cognitiva ( Condicionamento Operante )

Aprendizagem por associação:

Está presente nas Abordagens Behavioristas (Watson, Thornike, Skinner )

Só é possível estudar o que é observável - comportamentos

S R
(estímulo ) (resposta)

Formação dos padrões de resposta: o conhecimento consiste na resposta e


pode ser basicamente fisiológico ( informação memorizada ).

Aprendizagem declarativa-armazena dados factuais


Aprendizagem processual-armazena dados operativos
Emória bioloógica******************************

Ana Sofia Carneiro


3º CLE
2001/02
Aprendizagem Cognitiva:

Tem origem na Teoria de Gestalt ( forma )

Produzida a partir do estudo da percepção

A aprendizagem não de pode resumir à formula S R


A soma é mas importante do que a soma das suas partes

Alguns cognitivistas: Wertheimer, Kohler, Kurt Lewin

A aprendizagem não é uma simples associação, mas um processo mais


complexo, que envolve pensamento e discernimento ( insight- «faz-se luz »).
Ela depende do contexto, das expectativas e das experiências anteriores, e
até mesmo da intuição.
O mais importante no processo da aprendizagem pode ser o que se encontra
entre o S e o R.

« todo é maior que a soma das suas parte »


( Sinergio )

Condicionamento Clássico ( Pavlov )

Reflexo incondicionado: resposta « automática » a um estimulo


incondicionado, sem necessidade de aprendizagem.

Um estímulo neutro associado repetidamente a um estímulo incondicionado,


adquire o poder de desencadear a resposta.

E.I.

E.N E.C.

Aprendizagem

Aplicações do Condicionamento Clássico:

Ana Sofia Carneiro


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- tratamento de fobias, controlo de respostas fisiológicas

Condicionamento Operante ( Skinner )

Reforço: Algo que aumenta a probabilidade de repetição da resposta – O


condicionamento ocorre quando a resposta é seguida de um
estímulo reforçador.

Reforço positivo: aumenta a probabilidade da ocorrência da resposta

Reforço negativo: aumenta a probabilidade de ocorrência de resposta,


quando retirado

Consequências da resposta ( reforço ou punição ):

- influencia a acção futura – o que a pessoa faz ou pode fazer.

O futuro é o resultado da sua historia única de reforços e punições ( base


da concepção skineriana da personalidade )

- resposta e respondentes: os automáticos ( E.I. de Pavlov )


- respostas operantes: respostas que ocorrem sem ter de ser
desencadeada por um E.I.

No condicionamento operante, o organismo deve operar no meio


( aprendizagem ), para que o reforço se siga.
Exemplo da caixa de skiner: o experimentador decide qual o operante a
condicionar ( premir a alavanca ).

Lei do condicionamento Operante:

Se a recorrência de um operante é seguida de reforço, aumentará a


frequência de resposta.
Se o reforço não se seguir, o comportamento ( resposta ) pode extinguir-se.

Ocorre reforço
Operante Livre Ana Sofia Carneiro  da probabilidade
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(acaso) 2001/02
da ocorrência de
resposta
Aplicações do Condicionamento Operante:

Combinação de procedimentos de Reforço, Extinção, Diferenciação,


Generalização, em tratamentos de fobias e dislexias.

Associação de estímulos que provocam


fobia com outros que provocam bem-estar.

Dessensibilização progressiva

Generalização- a resposta ocorre como reacção a um conjunto de


estímulos semelhantes.
Diferenciação- resposta ocorre a estímulos diferenciados

O processo de Aprendizagem

Tipos de aprendizagem:

Por associação- recordação de impressões memorizadas por


semelhança, oposição ou proximidade temporal.
Por condicionamento
Por Tentativa Erro- Thorndike e a «lei do efeito»

Os actos cujas consequências são tais que


qualquer ser vivo não procura evitá-las, mas
pelo contrário, promovê-las e mantê-las, são
escolhidas e fixadas.
Por intuição- Insight

Etapas da aprendizagem:
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Selecção de
Motivação Comportamento
aprendizagem de
resposta correcta

Principais teorias da motivação:

- Maslow a hierarquia das necessidades


- Teoria dos factores de Herzberg ( behaviorista )
- Abordagem contigenciais
- Abordagem analítica
- Abordagem etiológica

Maslow a hierarquia das necessidades:

As pessoas têm um conjunto de necessidades:

- 1ª : fisiologicas
- 2ª : auto-realização/auto-estima

Teoria dos factores de Herzberg ( behaviorista ):

Factores inerentes à pessoa ( não há controlo )


Factores controlados e dependentes da pessoa

Factores que por si só são suficientes para motivar as pessoas:

Factores higiénicos associados ao meio autonomia


Gostar
interesse

Herzberg: - evolução em relação a Maslow


- considerava os factore associados ao individuo e meio

Abordagem contigenciais

Não há uma única resposta, solução, forma de motivação

Existe liberdade de escolha, de decisão.


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Depende da maneira como se combinam vários factores:

P ( vontade )

Motivação

R C
( recompensa ) ( capacidade )

A interacção entre estes 3 factores, traduz-se num nível de motivação.

Abordagem analítica:

Os factores motivacionais estão relacionados com as pulsões.

Abordagem etiológica:

Teoria do instinto

Instinto = força de motivação

Teorias da Personalidade

Os primeiros estudos abrangentes sobre a personalidade começaram com


Freud, como um esforço para compreender a natureza humana e os desvios
ou peculariaridades quê se designam «anormais» ou psicopatológicos.

Conceito de personalidade ( persona, a máscara dos actores ):

Perspectiva clássica: a função psicológica pela qual um individuo


se considera como um EU único e
permanente, o que conserva a memoria de si
mesmo.
Perspectiva actual: organização dinâmica dos aspectos
cognitivos, afectivos, pulsionais e volitivos
(expressão de vontade), fisiológicos e
morfológicos do indivíduo.

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(notar a perspectiva sistémica e a
proximidade com outros conceitos, como
identidade e estilo pessoal).

A personalidade é, então, um sistema individual.

Identidade: o que nos distingue dos demais Nem sempre coincidem


Estilo pessoal: forma de apresentação pessoal

Eu-secreto: informação que o indivíduo nunca transmite/demonstra ás


restantes pessoas.

A identidade pessoal é construída através da ideia que nós próprios temos


de nós próprios, e que é construida pela noção que os outros nos fazem ter
de nós próprios.

Identidade pessoal = interacção eu/outros

Abordagens teóricas da personalidade, vistas por um Behavioristas:

Omnibus: a soma de todos os comportamentos

Integrativas (cameron): a personalidade possui um princípio unificador,


como organização dinâmica dos sistemas de
comportamento que todos possuímos, desde o
nascimento, e que integra todas as aprendizagens
ao longo da existência.

Hierárquicas: A ideia de demarcação de funções ou camadas de


traços e características. O self material ( corpo,
território ), social ( o que é reconhecido pelos
outros), espiritual ( o que serve para organizar
tendências ou traços opostos, quando existe
conflito ), o ego puro, de wiliam james. As
instancias ( id, ego, superego) de Freud.

Ajustamento: abordagem de Higiene Mental ( personalidade é


circunscrita aos actos que nos ajudam a manter o
equilíbrio com o meio ambiente – personalidades
bem ajustadas ou mal ajustadas )

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Abordagens Teóricas de personalidade, vistas por um Clínico:

Descrições em termos de níveis e instâncias:

Aparelho psíquico (Freud), teorias bio-psicológicas hierárquicas ( ligadas à


teoria da evolução, que vê as anomalias mentais como dissolução de funções
ou regressões ), teorias hierárquicas das camadas da personalidade ( 2ª
tópica ).

Descrições em termos de traços:

As mais próximas das concepções populares da personalidade.


A análise factorial (ajuda a distinguir traços de carácter) e a tentativa de
isolar e precisar os traços morfológicos, fisiológicos.

As descrições tipológicas e a caracteriologia:

- Kretschmer (picnicos, atleticos, leptosomicos, displasicos )


- Sheldon (edomorfico, mesomorfico, ectomorfico)
- Heymans e Wiersna ( combinaçoes emotivo/activo, 1ª/2ª, que dão origem
aos tipos amorfo, apático, nervoso, sentimental, sanguíneo, fleumático,
colérico, apaixonado).
- Jung (introvertido, extrovertido)
- Rorschard (extratensivo, introvensivo)

As tipologias clínicas:

Hipomaníaco, depressivo, inquieto, fanático, histeróide, instável, explosivo,


apático, psicasterico.

Abordagens Cognitivistas:

George Kelly e os constructos pessoais:

Esquemas bipolares pessoais que permitem perceber e interpretar as


pessoas e as coisas – os processos que permitem compreender o terreno
psicológico da vida. Uma abordagem focalizada na racionalidade: as pessoas
não são controladas pelos eventos presentes (skinner) ou pelo passado
(Freud), mas controlam os acontecimentos em função das questões que
colocam e das respostas que encontra.
Exemplos de constructos: refinado/vulgar, inteligente/estúpido
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Abordagens Fenomenológicas e Humanísticas:

Carl Rogers:

Ênfase na relação cliente/clínico - a abordagem centrada no paciente:

A focalização no ponto de vista da pessoa em si ( o indivíduo enquanto perito


de si próprio ). A função do terapeuta é proporcionar a atmosfera adequada.
Não interpreta, não avalia, aceita incondicionalmentee olha para o paciente
cara a cara. O terapeuta é genuíno e congruente e sente-se livre para ser
ele próprio.

Maslow e a Personalidade Saudável:

A pessoa reconhece-se e aceita-se, vive o aqui e o agora, percebe as suas


potencialidades, tem autonomia e não é enganada pelo auto-conceito ou pelas
expectativas dos outros e da sociedade.

Factores da personalidade:

Biológicos (temperamento): sexo, idade, neuro-endocrinos


Sociais: processo de socialização, os 1º anos de vida, os
processos de identificação.

Abordagem Analítica:

A personalidade « normal »: organização, dinâmica e desenvolvimento.

 Organização:

Topografia da personalidade ( sob influência de neurologia e psicofisiologia,


nomeadamente os estudos que então se desenvolviam sobre as zonas do
córtex onde eram armazenadas as informações, sob a forma de memória).

Situação actual com António Damásio: O erro de Descartes


A influência da física – termodinâmica: a psicanálise organizada de acordo
com o modelo da maquina de vapor.
A 1ª Tópica – inconsciente, pré-consciente, consciente e censura

Inconsciente ( a principal descoberta de Freud ):


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Conteúdos recalcados, regidos pelo mecanismos específicos do processo
primários - impulso/necessidade - ( condensação e deslocamento ), só
acessíveis ao sistema pré-consciente/consciente através de compromisso,
depois de submetidos ás deformações da censura. Os conteúdos são muitas
vezes desejos infantis ( fixações, e por isso recalcados ).
O inconsciente manifesta-se pelos actos falhados.

Pré-consciente:

Conteúdos que são acessíveis à consciência ( sob a forma de conhecimentos


e recordações não actualizados ), regidos pelo processo secundário ( onde
intervém a razão – podem intervir mecanismos de compensação de forma a
«satisfazer» de outra forma a necessidade ).

Consciente:

O que recebe as informações do mundo externo (sob a forma de


percepções) e do mundo interior (sensações e reviviscências mnésicas)

Pré-consciente
Inconsciente Consciente

Censura

A 2ª Tópica – Id, Ego e Superego

Id:

Polo pulsional da personalidade, de conteúdos inconscientes, em parte


hereditários e inatos (instintos) e em parte recalcados e adquiridos.
Funciona de acordo com o princípio primário. Constitui o reservatório
primitivo da energia psíquica, de que se alimentam as outras instâncias:
grande reservatório da libido ( o princípio do prazer, o princípio da vida –
eros contra tanatos ) e das restantes pulsões ( o princípio da morte, tanatos

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contra eros ). Sentimo-lo quando dizemos: «aquilo foi mais forte do que eu»
- somos «vividos » por forças desconhecidas e indomáveis.

Vida: libido: responsável por todas as


condutas relacionadas - para que ganhe
significado, tem de unir a um objecto-
relação objectal
Pulsões
Morte: princípio de destruição ( agressão )
Conceito de eutorpia ( universal )

Ego:

O executivo da personalidade, responsável pelas funções do processo


secundário: instância mediadora, que mantém a relação com o real, o aqui e o
agora, encarregada dos interesses da pessoa.
Exerce um papel moderador entre as exigências do Id e os imperativos do
superego e para isso põe em jogo um conjunto de mecanismos de defesa.

Superego:

O herdeiro do complexo de Édipo. Modelos, ideais, juiz, censor, portador da


consciência moral, reservatório das exigências e interdições parentais.

Principio da Economia Psíquica: o organismo é resistente à mudança

Regulação das quantidades de energia que


se utiliza em cada situação

 Dinâmica:

Deslocação e conflitos energéticos entre os sistemas ( a energia psíquica é


fixa e limitada ). As instancias psíquicas estão em conflito.
O Id ( principio 1º ) tende para a descarga, a procura do prazer. A sua
emergência é um sinal de perigo, pelo confronto com as interdições do
superego, ou simplesmente as impossibilidades do real e do mundo externo.
Manifesta-se muitas vezes sob a forma de sintoma.
O Ego, que não tem energia própria, procura o equilíbrio do poder da energia
psíquica , mas perante grandes ameaças, e para se proteger, recorre a

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mecanismos de defesa. Ex: através de repressões diz «não» aos impulsos do
Id, através da sublimação desloca-se para objectivos elevados.
Estes ,mecanismos não resolvem o problema, mas protegem o indivíduo da
ansiedade. No sono, as defesas são aliviadas e o Id manifesta-se através
dos sonhos.

 Dinâmica:

O desenvolvimento da personalidade processa-se por etapas, cada uma delas


caracteriza-se por uma determinada modalidade de relação objecta:

Fase Infantil (0-6/7 anos)


Fase Latência (6/7 anos à puberdade )
Fase Genital (puberdade à idade adulta )

Fase Infantil:

Predominância do princípio do prazer e do auto-erotismo.


Zonas erógenas: - Oral ( relações objectais primárias )
- Anal ( as dinâmicas retenção/expulsão-oposição ao
adulto e actividade/passividade – narcisismo primário )
- Fálica ( a emergência do complexo de Édipo )

Fase de Latência:

Declínio do complexo de Édipo, transformação dos investimentos de


objectos em identificação com os pais e desenvolvimento de sublimações.
A dessexualização das relações objectais e dos sentimentos, com
predomínio de ternura sobre os desejos, abre o caminho à socialização.
Aparecimento dos sentimentos de pudor e emergência das aspirações
morais e de estética.

Fase Genital:

Predominância do princípio da realidade. Unificação e hierarquização das


pulsões parciais. A organização que se opõe à perversidade polimorfa e ao
auto-erotismo. Escolha do objecto sexual.

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Abordagens Antropológicas:

A polémica adquirida versus inato ( contextos laboratoriais artificiais e a


situação real ).
Konrad Lorenz e a etologia: conceitos de mecanismos desencadeadores e
inibidores inatos de imprimting.

Psicologia Evolutiva

Análise histórica da compreensão infantil, através dos tempos.


Diversas concepções de infâncias.

Ponto de vista Freudiano:

A criança sem mente.


A teoria do «Pequeno Homem»: as implicações e organizações sociais em
função desta concepção – satisfazer as necessidades dos adultos e não as
das crianças (ex: idade escolar, educação, os ritos de passagem )

Freud e a descoberta da Infância:

Uma perspectiva determinista: os aspectos pessoais e emocionais do nosso


desenvolvimento são determinados durante os primeiros anos. ( o que somos
em adultos, é determinado, em grande parte, pelo que somos em criança ).

Erik Erikson:

Uma perspectiva desenvolvimentista: o desenvolvimento como um ciclo de


vida, abrangendo toda a existência. Não temos de forçar uma criança a
crescer com uma personalidade. O princípio Epigenético: existe um plano de
base para as elaborações estruturais da personalidade, que não são feitas
ao acaso, mas segundo esse mesmo plano- ou mapa potencial.

Etapas: confiança x desconfiança


Autonomia x vergonha
Iniciativa x culpa
Mestria x inferioridade
Identidade x difusão

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O conceito de self e os estudos sobre a adolescência.
A crise de identidade.
A importância da experiência precoce e da relação com o objecto materno:
Harlow e spitz

Desenvolvimento cognitivo: Wallon e Piaget

Desenvolvimento visto numa perspectiva de


ciclo de vida

Contributos de Erickson Conceito de self ( noção que a pessoa tem


de si própria )

Estudos sobre a identidade

Factores de desenvolvimento. O principio fundamental da Psicologia

Biológico:

O organismo ( Homem ) é produto da hereditariedade e interacção com o


meio e o tempo.

O=HET

Genética: o zigoto e a componente hereditária


Genes: grandes cadeias de moléculas- ADN, RNA
Genes dominantes
Genes recessivos
Fenótipo e genótipo
Cromossomas: estruturas que contêm DNA
Homem: 23 pares de cromossomas homólogos
O « imprinting » na espécie humama: 3 primeiros dias de vida

Desenvolvimento físico:

- Sistema Nervoso:nenhuma nova célula cerebral surge após o


nascimento
- Maturação e Mielinização: sono, desenvolvimento motor
( controlo dos músculos do membro
superior, do pescoço, tronco, inicio
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da coordenação tronco-membro na
posição de gatas, locomoção sem
apoio, de pé)
Desenvolvimento Sensorial:
Desenvolvimento da coordenação óculo-motora
Diferença no desenvolvimento físico entre sexos na adolescência

Ambiente:

A interacção precoce com o meio e a necessidade de estimulação ambiental


– o organismo em desenvolvimento deve experimentar modificações no meio.
O zigoto e o meio uterino – riscos ( ex:toxicidade ) e oportunidades -
aprendizagem intra-uterina (associado ao estado afectivo da mãe, que se
transmite através de hormonas especificas ).
Os efeitos do meio – família, factores sócio-económicos e culturais...) e os
seus mitos.

Estrutural:

Freud: linhas de clivagem – estruturas neuróticas e psicóticas.


personalidade

Etapas evolutivas:

Spitz:

Experiências de orfanato em crianças muitas novas.


A solicitude maternal excessiva.

As etapas do desenvolvimento da relação objectal organizam-se da angústia


( grande convergência com as teses de Melanie Klein )

- 0/3 anos: estado de tensão: sinais de alarido face a desequilíbrios


internos ( fome, sede...) – suprimir necessidades

- 3 meses: primeiro pré-afecto manifestado pelo 1º sorriso da


criança face à máscara- primeiro organizador ( primeira
noção objectal )

- 1ª angústia: segundo organizador ( primeira noção do eu, do


objecto e da angustia ); reconhecimento do rosto
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da mãe como diferente dos outros. Os afectos
que surgem quando este rosto aparece ou
desaparece, sem poder ser substituído por outros,
como a máscara anterior.

Piaget e o desenvolvimento Cognitivo:

Piaget interessa-se sobretudo pelo estudo do desenvolvimento qualitativo


das estruturas intelectuais, entendendo-se desenvolvimento como uma
mudança de comportamento desde um funcionamento menos avançado até
outro mais avançado.

Noções de Conteúdo, função e estrutura:

Conteúdo: os dados brutos, não interpretados, da conduta

Função: características amplas da actividade inteligente, em


todas as idades, que definem a essência da conduta
inteligente – processo activo, organizado, de assimilação
do novo ao antigo e de acomodação do antigo ao novo.

Estruturas (cognoscitivas ): propriedades organizativas da


inteligência, organizações criadas
através do funcionamento e
inferíveis a partir da natureza da
conduta cuja natureza determinam.

O funcionamento intelectual visto como uma forma especial da actividade


biológica. No entanto, o nosso património de estruturas neurológicas e
sensoriais, só por si, dificilmente explicam o funcionamento intelectual.
Herdamos o modus operandi – uma maneira especifica de efectuar o
intercambio com o ambiente, mas não as estruturas cognoscitivas, que
resultam do processo de desenvolvimento,

Invariantes funcionais: organização e adaptaçao

- organização: o que é subjacente à adaptação

- adaptação: verifica-se sempre que a relação do organismo com o


meio, tem o efeito de modificar o primeiro.
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- Assimilação: alteração dos elementos do ambiente de tal forma que
possam ser incorporados nas estruturas do organismo.

- Acomodação: ajustamento do funcionamento do organismo ao meio


ambiente ou ao objecto que pretenda assimilar

O funcionamento intelectual é caracterizado pelos processos invariáveis de


assimilação e acomodação. Um acto de inteligência no qual a assimilação e a
acomodação façam equilíbrio, constitui uma adaptação intelectual.

O jogo e a imitação: não há equilíbrio – o objectivo do jogo é adaptar a


realidade ao eu ( assimilação ), o da imitação é adaptar o eu à realidade
( acomodação ).

Conceito de Esquema:

Uma estrutura cognoscitiva que se refere a uma classe semelhante de


sequencias de acção, as quais são necessariamente fortes, integradas, e
cujos elementos do comportamento estão intimamente inter-relacionados. A
sequência da acção deve ter coesão e manter a sua identidade na forma de
uma unidade estável e repetível. Ex: esquema de mamar

Um esquema é sempre produto da diferenciação, generalização e integração


de esquemas anteriores.

Etapas de desenvolvimento em Piaget:

1- período da inteligência sensório-motor (0-2 anos)


2- período da preparação e organização das operações concretas (2-11
anos)
3- período das operações formais (11-15 anos)

período da inteligência sensório-motor (0-2 anos)

Aprendizagem lenta, passo a passo, concreta e ligada à experiência


imediata.

Etapa 1: - uso dos reflexos


- Permite experimentar as variações resultantes do
contacto com o meio.

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- Aplicação automática dos esquemas a toda a realidade
externa (egocentrismos)

Etapa 2: - Primeiras adaptações adquiridas e reacção circular


primaria ( concentrada na própria corpo ).
- Os esquemas começam a apresentar alterações e
função da experiência.
- Cada nova experiência passa a constituir um novo
esquema (ou um esquema mais evoluído do que o
anterior), que se repete nas diversas situações,
tornando-se assim mais forte e consolidado.

Etapa 3: - reacção circular secundaria ( mais focalizada nos


objectos circundantes ) e procedimentos para prolongar
espectáculos interessantes (4-8 meses).
- reconhecimento motor de objectos familiares
- Primeiros passos da intencionalidade

Etapa 4: - coordenação de esquemas secundários e sua aplicação a


situações novas (8-12 meses).
- Os primeiros comportamentos inequivocamente
intencionais e o estabelecimento das relações entre
objectos – esquemas instrumento e esquemas meta
( coordenação: a meta é estabelecida desde o principio,
os meios são postos em jogo para os alcançar)

Etapa 5: - Reacção circular terciária e descoberta de novos meios


através da experimentação activa (12-18 meses).
- Formas mais avançadas ( os esquemas ainda se
repetem, mas já apresentam diferenças ) e efectivas de
explorar as propriedades dos novos objectos – a
importância da mobilidade.

Etapa 6: - invenção de novos meios através de combinações


mentais (18 meses-2 anos).
- aparecimento de representação (através de imagens
simbólicas) e da invenção ( interacção de
representações).

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período da preparação e organização das operações concretas (2-11 anos):

Pensamento intuitivo ou pré-operatório (2-7 anos).


Aprendizagem rápida, e flexível – período das estruturas mentais intuitivas,
livres e imaginativas ( as crianças são sonhadoras, tem pensamentos mágicos
e muitas fantasias).
A expansão das capacidades (ex:armazenamento de imagens) manifestam-se
mutas vezes de forma súbita (saltos qualitativos).
Inicio do pensamento simbólico. Desenvolvimento da linguagem e do
vocabulário. O gosto pelo jogo (mas as regras são aceites porque existem,
não por serem compreendidas) e pela imitação e o seu papel na
aprendizagem intuitiva- domínio do exercício, muitas vezes entendido pelo
adulto como manifestação de má educação. Aceitação das regras, encaradas
como fixas, acabadas e não modificáveis, e podem ser mais importantes que
o próprio jogo.
O monologo colectivo. Desenvolvimento das noções de espaço e tempo- mas
de forma operativa e concreta, não como conceitos abstractos.

período das operações concretas (7-11 anos)

Positivistas lógicos infantis, compreendem as relações funcionais, têm a


noção da permanência (conceito de conservação) porque pesam, medem,
contam, calculam etc (ex: volume, quantidade).
Gosto pelo concreto – as que usam são reflexo das operações concretos que
aprendem a fazer todos os dias. Ainda não há abstracção

Período das operações formais (11-15 anos)

Distinção entre o real e o possível – as hipóteses são consideradas e


testadas: na resolução de problemas, o adolescente é capaz de prever todas
as relações que podem existir a propósito dos dados. O que é apresentado
como real, é considerado como apenas uma parte do universo do possível. Ele
vive no presente, mas ao contrario da criança, vive também no futuro e no
domínio do hipotético – o sonho do adolescente. Aquisição das noções e
conceitos. Pensamento abstracto.

Ana Sofia Carneiro


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Noções Básicas de Psicologia Clínica

Tipos de Linguagem Não Verbal

Todo o comportamento é comunicação:

Linguagem de sinais
Linguagem acção
Linguagem objecto
Movimento corporal e cinestesia
Paralinguagem ( riso, voz )
Proxémica
Olfacção
Sensibilidade da pele e táctil
Artefactos
Aparência física e vestimenta

O que nós dizemos é sobreposto pelo que fazemos

Problemas comuns em comunicação:

- Factos x pressupostos ( inferências, interpretação, opinião )


- Radicalismo
- Rotulaçao e efeitos perversos de confirmação de expectativas
- Preconceitos, estereótipos, juízos

Os significados não residem nas palavras em si, mas na mente dos seus
utilizadores. É necessário entender o que se quer dizer e não o que se diz.

Funções da palavra: transportar a nossa imagem pessoal.

Palavras: - influenciam a posição do receptor


- colocam-no em situação negativa / ameaça
- levam o outro a afastar-se do seu pensamento
- motivam o interesse do outro
- desencadeiam defesas
- convencem o outro
- pedem reforço
- reflectem emoções

Ana Sofia Carneiro


3º CLE
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Entrevista Clínica:

1º parte:

Perguntar qual foi a motivação para ir à entrevista

2ª parte:

Percepção do problema da pessoa. Não devemos induzir a outra pessoa a


responder de determinada forma.

Durante a entrevista, olhar para o utente nos olhos, não fazer


interpretações do relato.
Deve-se confirmar as interpretações, fazendo com que a pessoa repita, ou
se explique melhor.
Nunca se deve abandonar a pessoa, ou seja, não se deve perder o contacto
com o utente, encaminhando-o para outro técnico, principalmente se a
pessoa já tiver alguma intimidade.

 V

L
Caso de crianças com problemas:

Questionar o adulto acerca do parto, das características de bebé à


nascença, quanto tempo foi amamentada, quando começou a gatinhar, a
andar, a falar, quando deixou as fralfas, o sono...

Topologia de Conflitos:

Via da Rejeição: Tendência ao recalcamento, à projecção e à


perpectuação do conflito.

Via do Conflito Aberto: Tendência ás situações vagas, ao ciclo eterno das


negociações que não conduzem a nada, à tentativa
de regulação das conversações a 2, a utilização
exclusiva de instrumentos racionais.

Ana Sofia Carneiro


3º CLE
2001/02
Via do Conflito assumido: a única que tem saída efectiva

Aparecimento da
situação
conflitual

Via da rejeição Via do conflito assumido


Via do Conflito Aberto

Situação Percepção
sub-conflitual Porta-vozes do mal-estar

Neurose ligeira,
inquietação, Reivindicações Análise da situação
irritabilidade

Neurose grave, Desafio e contra Definição dos


recalcamento, desafio verdadeiros fins a
ansiedade atingir

Neurose Aguda, Pesquisa das ideias


perturbações Guerra Aberta de solução
motoras, obsessão

Escolha e aplicação
Fuga, paralisia Negociação da solução

Não há Conflito Saída aparente Verdadeira


e provisória
Ana Sofia Carneiro Saída
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2001/02
Conflito= quebra do ciclo de vinculação

O normal e o patológico:

Não há um fosso fundamental entre um individuo normal e um neurótico


( neurótico é aquele cuja personalidade se organiza em torno do complexo
de Édipo, sob o primado da genitalidade ).

Também há ligações entre o individuo normal e a psicótico, sendo que um


normal pode apresentar episódios psicóticos e os psicóticos apresentam
frequentemente longos períodos de normalidades.

A angústia patológica, comum ás neuroses e ás psicoses, é compreensível no


caso de neurótico, mais incompreensível no do psicótico ( perseguido ou todo
poderoso, o psicótico nega o mundo, o que gera um sentimento de
estranheza na sua presença).

Sinais considerados distintivos: Ligação ao real, personalidade não


fracturada ( nas psicoses verifica-se a perda dos limites do eu, a angustia é
de fracturação ), capacidade para se deprimir.

Estruturas Neuróticas:

Organizam-se em torna o Complexo de Édipo.


A angustia, sempre relacionada com um conflito psíquico, como o que opõe o
superego à libido, apresenta-se como não tendo causa perceptível –
distinguindo-se da ansiedade ( por exemplo, relativa a uma dificuldade real
da vida, ou a que se manifesta em determinada situação ou face a

Ana Sofia Carneiro


3º CLE
2001/02
determinados objectos, ou ainda a ligada à dor orgânica, como a angustia da
angina de peito ). Uma e outra unem-se muitas vezes.

Neurose histérica ( histeria de conversação ):

Sintomatologia somática: paralisias, acidentes proxísticos ( a grande crise,


semelhante a epilepsia ), agitação, desmaios,
extravagância, teatralismo.

Sintomas Psíquicos: sedução e avidez afectiva (necessidade de atrair


a atenção sobre si), falta de controlo emocional,
coquetterie, provocação, erotização das
relações....)

Ana Sofia Carneiro


3º CLE
2001/02

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