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CAPÍTULO I
O desenvolvimento é um processo contínuo que tem início desde a concepção, e tem continuidade
após a fecundação do óvulo, percorrendo a partir da subdivisão celular até que milhões de células
sejam formadas. À medida que as células assumem funções especializadas, dá-se início a formação
dos sistemas que dão base para a parte física do desenvolvimento. Porém, o desenvolvimento
físico, cognitivo, social, afetivo tem continuidade durante todas as fases da vida de um sujeito e
termina com a morte.
1.1.2. Mecanicismo
Jean Piaget foi o responsável pela introdução das fases sobre o desenvolvimento mental do
indivíduo. Ele acreditava que o desenvolvimento cognitivo do indivíduo poderia ser subdividido
em uma série de quatros estágios ordenados e descontínuos. Esse teórico supõe que as crianças
progridam através dessas fases.
O estágio pré-operatório vai mais ou menos dos dois anos aos sete anos de idade. O grande avanço
cognitivo nesta fase do desenvolvimento é uma melhor capacidade de representar, mentalmente,
objetos que não estejam fisicamente presentes. Com exceção desta evolução, Piaget caracteriza o
estágio pré-operatório de acordo com aquilo que a criança não consegue fazer. Por exemplo, ele
acreditava que o pensamento pré-operatório das crianças pequenas fosse marcado pelo
egocentrismo, isto é a incapacidade de ver as coisas pela perspectiva de outra pessoa (GERRIG,
2005).
O terceiro período (7 aos 11/12anos), é o das Operações Concretas, a criança conhece e organiza
o mundo de forma lógica ou operatória. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem
socializada), pois a fala egocêntrica desaparece devido o desejo de trabalhar com os outros (idade
escolar), sem que no entanto possam discutir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma
conclusão comum (FERREIRA, 2009).
O estágio Operatório Formal cobre o período que começa em torno dos 11 anos. Neste estágio
final do desenvolvimento cognitivo, o pensamento se torna abstrato. Os adolescentes conseguem
entender que sua realidade específica é apenas uma entre várias imagináveis, e começam a
questionar temas profundos relacionados a verdade, justiça e existência (GERRIG, 2005).
Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, há uma regra no que diz respeito a como a personalidade se
forma nos seres humanos. Em seus estudos, esse desenvolvimento estaria ligado aos estágios
psicossexuais, e como a criança passou por cada um deles. Trata-se da teoria do Desenvolvimento
Psicossexual.
Para Freud, essas fases são de extrema importância para o desenvolvimento da personalidade.
Passar por todas de maneira natural, respeitando-as, contribuirá para o desenvolvimento de um
adulto psicologicamente saudável.
A primeira fase é representada pela boca, que seria uma zona erógena. Após o nascimento, esta é
uma área que recebe muita atenção do bebê. Assim sendo, o ato da sucção e de se alimentar traz
prazer para a criança. Por essa razão, ela está constantemente buscando estimulação oral.
MsC. Eugénia Piedade
Por conta dos cuidados que possui nessa fase, o bebê também descobre nela os sentimentos de
conforto e proteção.
A estimulação passa da boca para o ato de controlar necessidades fisiológicas na fase anal. No
entanto, apesar de a fase ser chamada assim, o ato de controlar a micção também causa
estimulação. Os sentimentos desenvolvidos são de independência, uma vez que a criança vai se
tornando capaz de obter controle sobre aspectos corporais que não tinham antes.
Dessa forma, essa habilidade deve ser estimulada pelos pais, que precisam ter cuidado para não
reprimir os erros. Assim, deve-se sempre focar nos acertos, nas vezes em que a criança se saiu
bem. Essa é uma maneira positiva de reforçar a experiência.
Aqui as crianças começam a perceber as diferenças entre homem e mulher. Também é esta a fase
em que se observa um outro aspecto da famosa teoria freudiana: o Complexo de Édipo.
De acordo com Freud, o menino começa a ter uma rivalidade com o pai nesta idade. Assim,
desejaria substituí-lo na relação com a mãe. Ao mesmo tempo, teme a punição no caso de o pai
descobrir que ele está querendo substituí-lo.
No caso das meninas, Freud diz que há uma inveja do pênis, teoria tida como contraditória. Nessa
fase, as meninas se sentiriam ressentidas por não terem um pênis. Assim sendo, sentiriam-se
“castradas” e ansiosas por não terem nascido como um homem.
O foco desse período não são as zonas erógenas, mas sim o desenvolvimento social, criação de
laços e convivência em sociedade. Assim, há uma repressão na energia sexual, que continua a
existir, porém deixa de ser um foco.
Nesse contexto, ficar preso nessa fase pode fazer com que o adulto não saiba se relacionar de forma
satisfatória com outras pessoas.
Antes, os interesses eram pessoais. A criança não sentia necessidade de se relacionar sexualmente
com outros. Nessa fase, surge a vontade de querer se relacionar sexualmente com outras pessoas.
É caracterizado por uma contradição entre a vontade própria (os impulsos) e as normas e regras
sociais que a criança tem que começar a integrar. É altura de explorar o mundo e o seu corpo e o
meio deve estimular a criança a fazer as coisas de forma autônoma, não sendo alvo de extrema
rigidez, que deixará a criança com sentimentos de vergonha. A atitude dos pais aqui é importante,
eles devem dosear de forma equilibrada a assistência às crianças, o que vai contribuir para elas
terem força de vontade de fazer melhor. De facto, afirmar uma vontade é um passo importante na
construção de uma identidade. Manifesta-se nas "birras"; nos porquês; querer fazer as coisas
sozinho.
É o prolongamento da fase anterior mas de forma mais amadurecida: a criança já deve ter
capacidade de distinguir entre o que pode fazer e o que não pode fazer. Este estágio marca a
possibilidade de tomar iniciativas sem que se adquire o sentimento de culpa: a criança experimenta
diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos, têm consciência de ser “outro” que
MsC. Eugénia Piedade
não “os outros”, de individualidade. Deve-se estimular a criança no sentido de que pode ser aquilo
que imagina ser, sem sentir culpa. Neste estágio a criança tem uma preocupação com a
aceitabilidade dos seus comportamentos, desenvolve capacidades motoras, de linguagem,
pensamento, imaginação e curiosidade. Questão chave: serei bom ou mau?
A criança percebe-se como pessoa trabalhadora, capaz de produzir, sente-se competente. Neste
estágio, a resolução positiva dos anteriores tem especial relevância: sem confiança, autonomia e
iniciativa, a criança não poderá afirmar-se nem sentir-se capaz. O sentimento de inferioridade pode
levar a bloqueios cognitivos, descrença quanto às suas capacidades e a atitudes regressivas: a
criança deverá conseguir sentir-se integrada na escola, uma vez que este é um momento de novos
relacionamentos interpessoais importantes. Questão chave: Serei competente ou incompetente?
Marca o período da Puberdade e adolescência. É neste estágio que se adquire uma identidade
psicossocial: o adolescente precisa de entender o seu papel no mundo e tem consciência da sua
singularidade. Há uma recapitulação e redefinição dos elementos de identidade já adquiridos – esta
é a chamada crise da adolescência. Fatores que contribuem para a confusão da identidade são:
perda de laços familiares e falta de apoio no crescimento; expectativas parentais e sociais
divergentes do grupo de pares; dificuldades em lidar com a mudança; falta de laços sociais
exteriores à família (que permitem o reconhecimento de outras perspectivas) e o insucesso no
processo de separação emocional entre a criança e as figuras de ligação. Neste estágio a questão
chave é: Quem sou eu?
Ocorre a partir dos 60 anos (Maturidade). É favorável uma integração e compreensão do passado
vivido. É a hora do balanço, da avaliação do que se fez na vida e sobretudo do que se fez da vida.
Quando se renega a vida, se sente fracassado pela falta de poderes físicos, sociais e cognitivos,
este estágio é mal ultrapassado. Integridade - Balanço positivo do seu percurso vital, mesmo que
nem todos os sonhos e desejos se tenham realizado e esta satisfação prepara para aceitar a idade e
as suas consequências. Desespero - Sentimento nutrido por aqueles que considerem a sua vida mal
sucedida, pouco produtiva e realizadora, que lamentem as oportunidades perdidas e sentem ser já
demasiado tarde para se reconciliarem consigo mesmo e corrigir os erros anteriores. Neste estágio
a questão chave é: Valeu a pena ter vivido?
Tendo como ponto de partida elementos da história do pensamento e da medicina que foram
precursores da psicopatologia, esta disciplina visa oferecer subsídios para contextualizar o seu
surgimento histórico, apresentando uma visão das condições que permitiram o seu advento como
um campo do saber discriminado da psicologia e da psiquiatria, além de situar os alunos quanto à
origem e o sentido da psicopatologia em sua trajetória ao longo da cultura ocidental, bem como
traçar um breve panorama de seu desenvolvimento até os dias de hoje, destacando as formas
historicamente determinadas de atenção à criança, ao adolescente e à família e procurando
correlacioná-las às noções de doença mental, transtorno mental e saúde mental.
A psicopatologia enquanto estudo dos transtornos mentais é referida como psicopatologia geral. É
uma visão descritiva dos comportamentos que se desviam do que é o meio-termo, a média, isto é,
Uma das primeiras, e talvez uma das mais importantes, discussões sobre psicopatologia diz
respeito à questão da normalidade. Existem várias definições sobre o que é "normal".
Estatisticamente, normal refere-se a uma propriedade de uma distribuição que aponta uma
tendência, o que seria "mais comum" de encontrar em determinada amostra, o mais provável
(distribuição normal). Assim, o normal é o que seria o mais provável de encontrarmos numa
população, o comum, o esperado. Portanto, deste ponto de vista, os comportamentos que são
considerados típicos, ou seja, que são os "esperados" de se encontrar ou de acordo com os padrões
sociais aceitáveis para o agir, podem ser considerados comportamentos "normais". Nessa
definição, os parâmetros da cultura (morais) são a referência para aquilo que é o esperado em
termos de comportamento, e o que estiver fora deste padrão, já pode ser pensado como indício de
patologia. A norma ou referência da saúde mental seria um "comportamento médio" da população,
e a partir deste os comportamentos individuais poderiam ser avaliados.
São vários os fatores que podem caracterizar um transtorno. De forma geral, considera-se que a
presença de uma psicopatologia ocorra quando houver uma variação quantitativa em determinados
tipos específicos de afetos, comportamentos e pensamentos, afetando um ou mais aspectos do
estado mental da pessoa. Neste sentido, a psicopatologia não é um estado qualitativamente
diferente da vida normal, mas sim a presença de alterações quantitativas. Por exemplo, considera-
se que a tristeza seja normal e esperada na vida de qualquer pessoa, e é mesmo necessária em
determinados momentos da vida (p. ex., em situação de luto). Entretanto, num quadro depressivo
A cognição é considerada como um conjunto amplo de funções mentais, tais como pensamento,
linguagem, memória, sensopercepção, orientação, atenção e outras. No sentido amplo, o estudo da
cognição incluiria o estudo dos afetos e humores, visto que também alteram e são afetados de
forma significativa pelos processos de pensamento.
De forma genérica, a psicologia cognitiva estuda a relação que os processos cognitivos possuem
com os afetos e comportamentos, e como estes realimentam os processos cognitivos. É
amplamente confirmado que a forma como se processam as informações vindas do ambiente
direcionam a análise da realidade e a autoimagem, da mesma forma que padrões já estabelecidos
de pensamento "filtram" os dados da realidade que mais encaixam com nossa visão de mundo. Por
exemplo, uma pessoa com sintomas depressivos tende a pensar a realidade de forma mais
pessimista e limitada, o que está de acordo com seu estado de humor que "modula" como ela
percebe da realidade. Assim, os sentimentos negativistas filtram as situações que estão
relacionadas com eles (tendem a focar mais nos problemas que nas soluções, por exemplo). Da
mesma forma, padrões aprendidos de pensamento podem favorecer que alguém foque em
determinados aspectos da realidade em sintonia com eles; uma pessoa que teve uma infância onde
O behaviorismo postula que o comportamento é aprendido. Desta forma, coloca grande ênfase no
ambiente como fator de organização e configuração daquilo que fazemos. O grande elemento que
define o que fazemos são as consequências; se temos tal ou qual comportamento, o fazemos em
virtude de buscar, de forma mais ou menos clara, determinado resultado. Quanto menos
compreendermos os efeitos de nossos comportamentos, assim como os elementos que o
desencadeiam (contingências), podemos dizer que somos menos livres e menos autodeterminados.
A psicopatologia pode ser compreendida como um conjunto de aprendizagens que levaram a
comportamentos que são pouco adaptados ao contexto atual, causando respostas emocionais de
sofrimento.
2.2.3. Psicanálise
A psicanálise foi uma das primeiras teorias com aspecto científico que objetivou compreender o
fenômeno da psicopatologia. Fundada por Sigmund Freud, postulava que o comportamento era em
grande medida determinado pelos aspectos inconscientes da personalidade. Desta forma, o homem
possui menos controle sobre os seus atos do que gosta de acreditar que tem, e esse pode ser um
fator relacionado com o surgimento e a manutenção dos transtornos mentais.
Não existe uma forma única de compreender a psicopatologia pela visão psicanalítica. O tema é
complexo por, pelo menos, duas razões: à medida em que Freud foi avançando em sua elaboração
sobre o funcionamento psíquico, foi incorporando e integrando conceitos. Um segundo fator é que
por psicanálise entende-se uma gama ampla de formulações teóricas sobre o inconsciente; neste
sentido, há autores que são entendidos como psicanalíticos (como Anna Freud, Melanie Klein e
Jacques Lacan) e outros, dissidentes, que aproveitaram alguns aspectos da psicanálise freudiana e
organizaram suas formulações (como Wilhelm Reich, Alfred Adler e Carl Gustav Jung).
2.2.4. Fenomenologia
Karl Jaspers afirmava que o objetivo da fenomenologia é "sentir, apreender e refletir sobre o que
realmente acontece na alma do homem". No entanto, a psicopatologia é a própria razão de existir
da psiquiatria, sua disciplina fundamental, básica, nuclear. Para Jaspers, a psicopatologia tem por
objetivo estudar descritivamente os fenômenos psíquicos anormais, exatamente como se
apresentam à experiência imediata, buscando aquilo que constitui a experiência vivida pelo
enfermo.
A importância dos sistemas de classificação reside no fato de que propõe categorias diagnósticas,
visando diferenciar os diversos quadros relacionados aos transtornos mentais, pela separação em
grandes grupos de patologias. A CID-10 e o DSM-IV-TR são sistemas diferentes, propostos
respectivamente pela Organização Mundial da Saúde e pela American Psychiatric Association
(APA), e possuem diferentes formas de classificação. Tanto a CID-10 quanto o DSM-IV-TR são
sistemas de classificação a-teóricos, ou seja, não estão vinculados direta ou exclusivamente a uma
teoria psicológica (p. ex., psicanálise, cognitivismo, humanismo) na explicação da gênese,
manutenção e tratamento dos sintomas. Esta visão a-teórica permite que os sistemas sejam
utilizados, virtualmente, por todos os profissionais da saúde.
2.3.1. CID-10
A CID-10 apresenta um caráter descritivo por diagnóstico, com os principais aspectos clínicos e
outros associados, mesmo que menos importantes. Fornece diretrizes diagnósticas que são as
orientações que visam auxiliar o profissional a avaliar o conjunto de sinais e de sintomas
apresentados pelo paciente.
Pode-se conferir aqui a lista completa do capítulo da CID-10 referente aos transtornos mentais e
de comportamento. De forma resumida, o capítulo V da CID-10 que corresponde aos Transtornos
Mentais e Comportamentais inclui as seguintes categorias de classificação:
2.3.2. DSM-IV-TR
O DSM-IV-TR é um sistema diagnóstico definido como multiaxial. Isso significa que ele avalia
vários fatores, ou "eixos" (axis) do comportamento, buscando uma compreensão que vai além do
simples diagnóstico do transtorno mental atual. São os cinco eixos de avaliação do DSM-IV-TR
(p. 59-69) Organização geral das categorias do DSM-IV-TR:
• 1. Ligeiro
• 2. Moderado
• 3. Grave
• 4. Profundo
Especificadores:
As causas da PDI (no tempo presente, poderão ser evocadas mais de 1.000) são primariamente
orgânicas (como uma doença genética) ou psico-sociais (como uma grave privação de
estimulação social ou linguística) ou, em certos casos, devidas a uma combinação de ambas.
De entre os exemplos das causas orgânicas, que são susceptíveis de ocorrer no período pré-
natal, no período peri-natal ou no período pós-natal, podem referir-se as doenças genéticas
(anomalias de um único gene, aberrações cromossómicas, como a trissomia 21, …), problemas
surgidos durante a gravidez (como os induzidos por determinados medicamentos, pelo álcool,
por tóxicos, por vírus, por uma má nutrição do feto, problemas verificados durante o parto e
nos primeiros dias de vida (como as infecções, as hemorragias intra-ventriculares, ...); doenças
contraídas nos primeiros anos de vida (como a meningite bacteriana, a ingestão continuada de
produtos com chumbo, a encefalite, a anemia por falta de ferro, ...).
A privação psico-social, mais do que uma causa isolada de PDI, é, as mais das vezes, agravante
de uma situação orgânica pré-existente. Em cerca de 40% dos casos não é possível estabelecer
uma causa para a ocorrência de PDI.
Na última metade do século dezanove que um médico, Henry Maudsley, sugeriu que crianças
com um comportamento “muito estranho” poderiam ser classificadas como sofrendo de algum
tipo de psicose infantil.
b) Extremo isolamento,
Desde Rutter (1979), o autismo tem sido definido como uma síndrome comportamental oriunda
de um quadro orgânico. Em consequência disso, iniciou-se uma mudança na abordagem do
autismo, até então classificado como um tipo de psicose infantil As crianças com autismo têm
um déficit cognitivo específico que afeta a linguagem e processos centrais de codificação, com
implicações para o comportamento social
Define o autismo como uma síndrome, envolvendo uma série de características especiais, tanto
no desenvolvimento social como na linguagem, que pode ou não corresponder ao nível de
inteligência da criança. O autor considera que seriam quatro os traços principais presentes na
maioria das crianças autistas:
É comum existirem muitos outros traços específicos que, no entanto, não aparecem em todos
os casos, chamando a atenção, portanto, para as diferenças individuais.
• A criança com autismo pode apresentar uma variedade de padrões de fala peculiares
como a ecolalia ou inversão de pronome.
Explicações psicodinâmicas – Focalizam o papel das personalidades dos pais e seus estilos de
criar os filhos: Pais frios; Formais; Mal-humorados; Desapegados; Altamente racionais e
objectivos.
Explicações de Aprendizagem
Sugerem que comportamentos anormais tais como bater com a cabeça, não cooperação, acesso
de raiva e mutismo são frequentemente seguidos por gratificações como atenção, alimento e
brinquedos destinados a distrair a criança e reduzir comportamento anormal.
Explicações Fisiológicas
As diferenças entre indivíduos que sofrem e não sofrem de autismo, em termos de estrutura
química cerebral, sugerem fortemente que o autismo é devido a alguma disfunção cerebral.
• Sangramento
• Doenças infeciosas ou virais
• Envenenamento
• Trauma físico
Estes factores tendem mais a resultar em Autismo quando ocorrem durante o primeiro trimestre
da gravidez.
Percebemos hoje um incremento dos estudos que envolvem a integração entre os aspectos
médicos e psicológicos, ou seja, entre as questões do corpo e do psíquico. A noção de haver em
todo ser humano algo além do corpo físico é bastante antiga, como nos relembra, Silva (2002).
A doença, como símbolo de aspectos reprimidos, foi trazida por Groddeck (1989) e Jung
(1985). Assim compreendida, a doença obriga necessariamente a ver o paciente no seu todo,
um organismo psique/corpo que adoece. A doença pode estar representando emoções não-
resolvidas que se apresentam, então, como manifestações orgânicas. O sintoma vem como
manifestação simbólica, como linguagem do que permaneceu oculto, excluído de poder revelar-
se (AZULAY; AZULAY, 1997).
Colocam-se nessa série: certas lesões e doenças dermatológicas, como a dermatite atópica
grave, psoríase, vitiligo; a asma crônica, além de algumas doenças imunológicas, o lúpus, a
artrite reumatóide, entre outras, ainda em estudos. (Alguns autores levantam a hipótese de o
câncer e o diabetes estarem incluídos) (SCHILLER, 1991). Uma revisão de artigos publicados,
referindo a associação entre fatores psicológicos e condições dermatológicas, entre os anos de
1980 e 1990, e encontraram 418 citações. Referem que o surgimento desta literatura culminou
num número de significativos achados sobre a doença dermatológica e o papel dos fatores
psicológicos. Entre as síndromes encontradas que estariam relacionadas a fatores psicológicos
estariam: pruridos, hiperidrose, dermatite atópica, urticária, rosácea, alopécia e psoríase.
Koblenzer (1988) e Folks e Kinney (1992).
Também Levi (1991), e Bengt, Bo, Eneroth e Anders (1991) confirmam em suas pesquisas que
o estresse afeta o organismo humano. Estes autores afirmam que estressores psicossociais vêm
sendo associados ao começo e desenvolvimento clínico de neurodermatites, dermatites
atópicas, psoríase e vitiligo.
A saúde mental e física existe quando o nível do estresse e as respostas defensivas do organismo
para o estresse estão em equilíbrio. Mas quando o estresse é suficiente para aniquilar as defesas,
então os sintomas irão se desenvolver: as respostas podem ser biológicas ou psicossociaisA
criança cujas necessidades de estimulação tátil cutânea não foram apropriadamente supridas na
infância pode desenvolver uma tendência a regredir em seu desenvolvimento emocional, em
resposta ao estresse, com o desenvolvimento ou ressurgimento dos sintomas físicos
relacionados à pele.
Engel (1977) referia a necessidade de um novo modelo médico, no qual o paciente pudesse ser
visto e compreendido como um ser total, em que os aspectos sociais, psicológicos e ambientais
seriam considerados.
Características Diagnósticas
A hiperatividade refere-se a atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo)
quando não apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso. Nos adultos, a
hiperatividade pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com
sua atividade.
O TDAH começa na infância. A exigência de que vários sintomas estejam presentes antes dos
12 anos de idade exprime a importância de uma apresentação clínica substancial durante a
infância. Ao mesmo tempo, uma idade de início mais precoce não é especificada devido a
dificuldades para se estabelecer retrospectivamente um início na infância. As lembranças dos
adultos sobre sintomas na infância tendem a não ser confiáveis, sendo benéfico obter
informações complementares. Manifestações do transtorno devem estar presentes em mais de
um ambiente (p. ex., em casa e na escola, no trabalho). A confirmação de sintomas substanciais
em vários ambientes não costuma ser feita com precisão sem uma consulta a informantes que
tenham visto o indivíduo em tais ambientes. É comum os sintomas variarem conforme o
contexto em um determinado ambiente. Sinais do transtorno podem ser mínimos ou ausentes
quando o indivíduo está recebendo recompensas frequentes por comportamento apropriado,
está sob supervisão, está em uma situação nova, está envolvido em atividades especialmente
Ambientais. Muito baixo peso ao nascer (menos de 1.500 gramas) confere um risco 2 a 3 vezes
maior para TDAH, embora a maioria das crianças com baixo peso ao nascer não desenvolva
transtorno. Embora o TDAH esteja correlacionado com tabagismo na gestação, parte dessa
associação reflete um risco genético comum. Uma minoria de casos pode estar relacionada a
reações a aspectos da dieta. Pode haver história de abuso infantil, negligência, múltiplos lares
adotivos, exposição a neurotoxina (p. ex., chumbo), infecções (p. ex., encefalite) ou exposição
ao álcool no útero. Exposição a toxinas ambientais foi correlacionada com TDAH subsequente,
embora não se saiba se tais associações são causais.
Neurose e psicose
Segundo Dally e Harrington um paciente com neurose, reconhece que está doente, embora não
possa associar seus sintomas com um conflito emocional óbvio. Mas só parte de sua
personalidade está envolvida e ele permanece em contacto com a realidade, sendo capaz de
reconhecer a qualidade subjectiva de seus sintomas e distinguir entre o “eu” e o “não eu”.
Muitas pessoas se sentem ansiosas antes de algum evento importante ou quando se defrontam
com algum perigo grave. A reacção natural do sistema nervoso central nesses momentos é de
ansiedade ou medo, servindo a um propósito útil e desaparecendo quando a dificuldade é
removida. Já o estado de ansiedade, ao contrário, é uma sensação de ansiedade contínua e
irracional sem causa justificável. A ansiedade pode chegar ao pânico, interferindo nas funções
mentais e sociais. Não há diferença qualitativa entre ansiedade normal e patológica.
4.1.1. Sintomas
A ansiedade é acompanhada por uma sensação de tensão e por crescente actividade dos sistemas
simpático, parassimpático e endócrino.
Na ansiedade crónica. A ansiedade raramente permanece isolada por muito tempo. A depressão,
estafa, sintomas físicos, fobias ou reacções histéricas logo começam a aparecer, dependendo da
estrutura da personalidade de cada paciente.
Por vezes, a depressão torna-se o sintoma predominante, sendo difícil distinguir se a ansiedade
apareceu antes ou depois da depressão. Frequentemente, a ansiedade liga-se a objectos
particulares ou situações particulares, que passam a ser evitados.
É uma ansiedade ligada a certo objecto ou situação. É conveniente dividir as fobias em quatro
grupos:
4.1.2. Etiologia
4.2.3.1. Incidência
Períodos de conversão histérica de curta duração não são incomuns na infância: cegueira,
paralisia de um membro, incapacidade de falar ou engolir. Ocorrem em virtude de uma tensão
particular e quase todos se resolvem por si, sem tratamento. Os sintomas histéricos só devem
causar preocupação se persistir ou ocorrerem frequentemente.
Segundo Dally e Harrington histeria está presente nos registos históricos de todas as épocas.
Hoje os estados de conversão histérica ainda ocorrem. Mas grosseiras paralisias e
anormalidades graves no andar e na postura provavelmente só se desenvolvem em pacientes de
baixo índice de inteligência. Desconhecimento por parte do médico, isolamento e medo, tudo
isso aumenta a incidência, que é muito maior em sociedades primitivas.
Os ataques histéricos podem ser difíceis de distinguir dos ataques epilépticos. Os ataques
histéricos não apresentam a fase tónica/espasmódica da epilepsia. Geralmente ocorrem em
público, podendo continuar por meia hora ou mais. As tentativas para restringir os movimentos
excessivos do paciente conduzem a uma redobrada actividade. O facto de espumar pela boca,
Sensorial. Anestesia, cegueira, surdez e perda do paladar podem apresentar-se como sintomas.
Certa perturbação de sensação é extremamente comum em pacientes ansiosos.
Estupor histérico é raro, geralmente ocorre após tensão intensa e prolongada. Os pacientes
ficam imóveis, tendo que ser alimentados por alguém. Um comportamento similar ao de um
bebé, sem estupor ocorre no puerilismo histérico. Um histérico também pode comportar-se
como um demente. Durante este pseudo-demência, responderá a perguntas de um modo tão
absurdo que parece deixar claro que sabe a resposta real. Com frequência ele alega amnesia
total sobre a sua vida passada.
Causas. Os sintomas histéricos são resultantes de dissociação. Uma função física ou mental,
ou parte dela, separa-se da personalidade e do consciente, operando autónoma e
inconscientemente.
As reacções histéricas podem ocorrer em muitas pessoas sob grande e prolongada tensão. Mas
a grande maioria dos distúrbios histéricos hoje observados ocorre após tensões relativamente
menores. O sistema nervoso desses pacientes é incapaz de tolerar muita tensão, e a dissociação
ocorre prontamente.
A ansiedade é um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo iminente e
tomar as medidas necessárias para lidar com a ameaça. Em outras palavras é um sentimento
útil. Sem ela estaríamos vulneráveis ao perigo e ao desconhecido.
Teorias psicanalíticas referem que a ansiedade é um sinal para o ego de que um instinto
inaceitável está exigindo representação e descargas conscientes. A ansiedade desperta o
ego para que tome medidas defensivas contra as pressões interiores. Se a repressão não
for bem sucedida, outros mecanismos psicológicos de defesa podem resultar em
formação de sintomas;
As teorias comportamentais sugerem que a ansiedade é uma resposta condicionada a
estímulos ambientais específicos. Uma pessoa pode aprender a ter uma resposta interna
de ansiedade após uma experiencia negativa ou imitando respostas ansiosas do seu meio
social.
A teoria cognitiva da ansiedade patológica sugere que padrões de pensamento
incorrectos, distorcidos, incapacitantes ou contraproducentes acompanham ou
precedem os comportamentos desadaptados. Os pacientes que sofrem de transtorno de
ansiedade tendem a sobrestimar o grau e a probabilidade do perigo em uma determinada
situação e a subestimar suas capacidades para lidarem com ameaças percebidas ao seu
bem-estar físico ou psicológico.
Os aspectos essenciais são ataques de ansiedade aguda e grave, recorrentes (ataques de pânico),
os quais estão restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias específicos.
Principalmente o primeiro ataque é imprevisível e espontâneo. Duram menos de uma hora,
quase sempre apenas alguns minutos, atingindo o máximo de intensidade em dez minutos.
Epidemiologia
Hipóteses etiológicas
Factores genéticos
Aproximadamente 15% a 17% dos parentes em primeiro grau dos pacientes com transtorno do
pânico apresentam o mesmo quadro. A taxa de concordância para gémeos monozigotos
ultrapassa aos 80%, e a taxa de concordância em gémeos dizigotos é de no máximo 15%.
Factores psicossociais:
As teorias psicanalistas conceituam os ataques de pânico como resultado de uma defesa mal
sucedida contra os impulsos provocados pela ansiedade. De acordo com as teorias
Factores biológicos:
Após um período de grande estímulo à pesquisa deste quadro podemos dizer que é o transtorno
psiquiátrico cujos factores biológicos são mais conhecidos. Entre eles estão anormalidades das
catecolaminas, principalmente a noradrenalina e a serotonina. O locus ceruleus no tronco
cerebral, rico em noradrenalina, está particularmente envolvido no desencadeamento do ataque
de pânico.
Características clínicas
1) Das ideias delirantes, nas quais a pessoa aceita a ideia ou impulso como razoável e não
oferece resistência
2) Das ideias super valorizadas, como as superstições, que ficam a meio caminho entre as
duas. Os estados obsessivo-compulsivos têm muito em comum com as fobias e
frequentemente coexistem com elas.
Causas
Os sintomas obsessivos podem ser causados por condições orgânicas, como encefalite
letárgica e lesões cerebrais.
A grande maioria das pessoas é heterossexual, isto é atraída principalmente por membros do
sexo oposto. Outra minoria é homossexual ou seja é atraída por membros do mesmo sexo. Uma
proporção muito maior incorre ocasionalmente em comportamento homossexual, apesar de ser
basicamente heterossexual.
Impotência e frigidez.
Quando um homem é incapaz de obter erecção de seus pénis ou ejacula tão rapidamente
(ejaculação precoce) que mal tem tempo de penetrar, então ele é impotente. Muitos casos de
impotência têm causas diferentes. A impotência pode ocorrer na primeira noite de lua-de-mel
ou quando o marido e a mulher se reúnem após uma longa separação. As vezes, a impotência
ocorre após anos de relacionamento sexual aparentemente satisfatório. Isto pode reflectir um
crescente ressentimento do homem por sua esposa. Em outros casos, a impotência pode ser um
sintoma de depressão ou de um estado orgânico com diabete.
As crianças com TDO e TDO/TDAH têm problemas para regular seu comportamento em
condições inibidoras de motivação. Ao serem estimuladas pela possibilidade de uma
recompensa elas se tornam menos sensíveis à possibilidade de punição.
Comorbidades
Distúrbios emocionais podem induzir o aparecimento de hipercinesia em crianças. Isto pode ser
facilmente observado com crianças que vivem em instituições nas quais sofrem prolongada
privação emocional ou em crianças que estão sujeitas a situação estressante, como a ruptura do
equilíbrio familiar ou outros fatores que provocam a ansiedade.
Transtorno de Conduta
Certos comportamentos, como mentir e faltar as aulas podem ser observados no curso do
desenvolvimento normal de crianças e adolescentes. O Transtorno de Conduta (TC) é o
distúrbio psiquiátrico mais frequente na infância e adolescência e a primeira causa de
encaminhamento ao Psiquiatra Infantil. Constitui-se de uma constelação de comportamentos
Não possuem capacidade de aprender com as consequências negativas dos seus próprios atos.
C – Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, e os sintomas não são satisfeitos aos critérios para o
Transtorno de Personalidade Anti-social (DSM-IV, 1995).
Níveis de gravidade:
Alguns autores postulam que o TDO seja uma forma intermediária, um precursor do TC.
Entendem o comportamento de negativismo como uma expressão mais primitiva e mais segura
de antagonismo, em comparação com a agressividade (Rutter, 2002).
Não devemos nos esquecer de que crianças vítimas de violência podem apresentar
comportamentos anti-sociais como reação de estresse. Assim, o diagnóstico deverá ser feito
afastando-se todos os fatores ambientais possivelmente desencadeantes deste tipo de
comportamento, assim como outros transtornos mentais que possam ser diagnóstico diferencial
com TC.
Comorbidades
TDAH (43%, mais comum na infância e nos meninos; maior incidência de persistência dos
comportamentos anti-sociais na vida adulta); Ansiedade, depressão e TOC (33%, mais comum
na adolescência e nas meninas). O transtorno de conduta está associado a baixo rendimento
escolar e a problemas de relacionamento com colegas.
Fatores Associados:
Para homens, o fator de risco mais importante parece ser pais com problemas de saúde mental
e para mulheres, abuso sexual na infância e o fato de terem sido criadas por pais com
comportamento anti-social ou abuso de álcool/ drogas.
Prevalência
CAPÍTULO V
PSICOSES
Representação – as impressões sensoriais deixam a marca de sua ação, o efeito mnêmico, que
pode ser revivido sob a forma de representação (ré-apresentação = reprodução da imagem de).
No ato percetivo, o objeto se impões por sua presença, por seu carácter de objetividade; na
representação, ao contrário, o objeto não se acha presente, a imagem é projetada no espaço
interno subjetivo.
Perceção Representação
As perceções são corpóreas (possuem carácter
As representações têm a natureza da imagem
de objetividade). (possuem carácter de subjetividade).
As perceções aparecem no espaço externo. As representações aparecem no espaço subjetivo
interno.
Imagens visuais
Baseados nas perceções visuais formamos as imagens dos objetos que podem ser evocadas
espontaneamente ou de modo voluntário. As imagens visuais estão projetadas no espaço interno
em alguns casos, podem representar cenas, paisagens, quadros fixos chegam a constituir uma
espécie de campo de visão interna, denominado campo de imagens visuais. Este campo é
bastante restrito nas pessoas dotadas de imaginação visual fraca e muito ampla naqueles que
possuem uma imaginação fértil. As qualidades das imagens visuais – nitidez, precisão de
contornos – dependem de condições pessoais intrínsecas.
Imagens auditivas
As imagens auditivas não têm um verdadeiro carácter sensorial, objetivo porém existem no
tempo. Isto pelo fato de não ser possível projetá-las no espaço interno, e a sua evocação se faz
através de uma sucessão temporal. As imagens auditivas têm existência real e desempenham
importante papel em patologia mental. Tanto que as alucinações auditivas são mais ricas, mais
frequentes e muito mais importantes do que alucinações visuais.
Imagens táteis
Estes dois tipos de imagem são estudados em conjunto por vários motivos: em primeiro lugar
pelo fato da vizinhança das perceções olfativas e gustativas, pela pobreza de seus aspetos
representativos (sensoriais) e, por último, por sua associação a estados afetivos.
Imagem cenestésicas
5.1.1. Alucinações
Mira e López define a alucinação como “ imagem representativa ou imagem fantástica que
adquire os caracteres de sensorialidade necessários para ser aceita pelo juízo de realidade como
provenientes de um objeto externo.
Henri Claude era de opinião que a verdadeira alucinação deve conter três características
essenciais:
A impressão da realidade é um dos elementos de maior importância nas alucinações. Elas têm
uma irresistível força de convencimento. “ Os doentes não só acreditam no que veem e ouvem,
senão que que veem e ouvem na realidade. É inútil chamar atenção do enfermo para as
contradições que existem entre os seus equívocos sensoriais e a realidade, ele não se convence.
Baillarger foi quem primeiro fez referência a certos fenómenos alucinatórios, de difícil
interpretação, aos quais deu a denominação de alucinações psíquicas. As imagens alucinatórias
não têm um verdadeiro caracter sensorial objetivo. Enfermos fazem referência a “palavras sem
som”, dizem, por exemplo que falam com indivíduos estranhos por “direta comunicação do
pensamento, por uma de “linguagem dos espíritos”, feita de vocês sem ruido, de “palavras
secretas e interiores que não soam”.
Baillarger chamou este fenómeno de alucinação psíquica pela existência de elemento sensorial.
5.1.4. Alucinose
O termo alucinose foi empregue pela primeira vez por Wernicke, para designar os estados
alucinatórios agudos causados pelo álcool. Trata-se de uma síndrome caracterizada por
alucinações auditivas verbais, dotadas de grande nitidez sensorial, estado de ânimo angustioso,
conservando o doente a plena lucidez da consciência, orientação e capacidade de crítica em face
5.1.5. Pseudo-alucinações
5.2.1. Esquizofrenia
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1. Perplexidade
2. Ideias delirantes repentinas ou eventuais (ocorrências delirantes)
3. Sentimento de empobrecimento emocional
4. Alterações depressivas e eufóricas do humor
5. Sintomas catatônicos
6. Vários outros
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A psiquiatria, nos Estados Unidos, permaneceu bleuleriana até a DSM-III, em 1980. Até
Antão eram chamados de esquizofrénicos numerosos pacientes com quadros depressivos e
outros transtornos mentais. Foi a descoberta dos neurolépticos, antipsicóticos e os
antidepressivos, exigindo maior precisão diagnóstica com objectivo terapêutico, que forçou o
salto na precisão diagnóstica da DSM-II para DSM-III.
Presença de pelo menos um dos seguintes sintomas, durante pelo menos um mês:
A esquizofrenia ocorre em todo mundo, não havendo diferença quanto ao sexo, classe
social, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, e entre áreas urbanas e rural.
Apesar de acometer igualmente os dois sexos, a idade de início no sexo masculino (entre
15 e 25 anos) é em média um pouco inferior à do sexo feminino (entre 25 e 35 anos). O início
antes dos 10 anos ou após os 50 anos de idade é extremamente raro.
Estupor
Excitação
Posturas inadequadas
Negativismo
Rigidez
Flexibilidade cérea
Obediência automática.
TRANSTORNO DE HUMOR
ALTERACÕES DA MEMÓRIA
Os livros de psicologia indicam que em todo acto de memória existem três fases:
• Schwartzman, J.S. & Assumpção, F.B., (1995) Autismo Infantil. Memnon. São Paulo.
• Bosa, C. Affect, (1998) social communication and self-stimulation in children with and
without autism: A systematic observation study of requesting behaviours and joint
attention. Dissertação de Doutorado Não publicada. Institute of Psychiatry,
Universidade de Londres. Inglaterra.