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Forma Concerto
Contexto histórico
Forma ritornello barroca. O concerto clássico está enraizado na forma ritornello
barroca, na qual as passagens tutti executadas pela orquestra completa, cada uma
denominada ritornelo (pequeno retorno), alternam com passagens solo com um ou mais
instrumentos acompanhados pela orquestra.
Uma abertura ritornello relativamente longa traz o principal conteúdo melódico-
motivico do movimento, e ritornellos subsequentes tipicamente transpõe partes desta
abertura em regiões tonais relativas. Um ritornello de encerramento traz de volta o
conteúdo e a estrutura do ritornello de abertura na tonalidade principal para criar uma
moldura para o movimento como um todo.
Entre as exposições do ritornello, o solo participa da realização de ideias derivadas
do ritornello, mas também introduz novos materiais, tipicamente virtuosos, de crescente
complexidade.
Noções Básicas
Como no período barroco, o concerto clássico traz ritornellos tocados pela orquestra
sozinha. Eles delimitam a forma e alternam com seções solo, nas quais apresentam o solista
acompanhado pela orquestra. Como a forma de sonata clássica, as três seções individuais
funcionam basicamente como uma exposição, desenvolvimento e recapitulação.
2 Forma Concerto
A forma concerto não contém uma seção que funciona como uma coda na forma
sonata.
Opening
O
Ritornello de abertura i Ritornello
Rit ll
The opening ritornello consists of multiple thematic units that can be identi-
O ritornello defiabertura
ed as functioning
consiste emalong the linesunidades
múltiplas of a main theme, transition,
temáticas que podem andsersubordinate
identificadas como funcionando ao longo das linhas de um tema principal,
theme (group). A genuine sonata exposition does not emerge within transição e this sec-
tema subordinado (grupo). No entanto,
tion, however, umathese
because genuína
unitsexposição sonatarooted
largely remain não surge
in thenesta
home key. As a
seção, porque essas unidades permanecem largamente enraizadas na tonalidade principal.
result, the conflict of tonal regions—essential to a sonata exposition—is post-
Em consequência, o conflito de regiões tonais – essencial para uma exposição sonata – é
poned until the next section of the form, when the soloist finally appears.
adiado até a próxima seção da forma, quando o solista aparece.
In addition to avoiding a tonal conflict, the opening ritornello tends to
Além de evitar um conflito tonal, o ritornello de abertura tende a minimizar o
minimize
afrouxamento da organização the loosening
formal of formal
que caracteriza organization
a transição that typifies othe
e, especialmente, transition and,
grupo
do tema subordinado de especially, the subordinate-theme
uma exposição sonata padrão. Asgroup of aextensões
enormes standard esonata exposition. The
expansões
enormous
utilizadas para dramatizar extensionse consolidação
o aparecimento and expansions da used to dramatize
tonalidade the appearance
subordinada não and
consolidation
têm, na ausência de qualquer conflitooftonal
the subordinate key have,
real, lugar lógico nestainseção
the absence of any real tonal con-
da forma.
flict, no logical place in this section of the form.
(continued)
675
primeiro, seria improvável ser encontrado como o grupo completo de tema subordinado
em uma exposição de forma sonata sinfônica, especialmente com a falta de qualquer
expansão substancial de cadência.
Focando a função
Seção de encerramento vs. ritornello da tonalidade subordinada. Em uma
exposição de forma sonata, a CAP final é seguida por uma seção de fechamento, em que
uma dinâmica recessiva frequentemente ajuda a dissipar a energia acumulada a alcançar a
meta cadencial. No lugar correspondente em forma de concerto, a cadência final é
invariavelmente seguida por uma seção para orquestra sozinha, com o solo permanecendo
em silêncio até o início do desenvolvimento.
Esta passagem orquestral é claramente análoga à seção de fechamento, mas na
maioria dos casos não é organizada como uma série de codettas. Além disso, a intensidade
dinâmica atingida pelo clímax solo raramente, se alguma vez, diminuiu durante esta seção.
Assim, mesmo que esta passagem esteja localizada onde uma seção de fechamento poderia
ser esperada, ela exibe poucas características dessa função formal.
677
Example 20.2: the subordinate-key ritornello begins at m. 199 following the final
cadence ofExemplo
the subordinate-theme group da
20.2: o ritornello (as tonalidade
heralded bysubordinada
the “cadentialcomeça
trill”). no comp. 199
The ritornello (whose initial eight measures are shown in the example) is directly pelo “trinado
seguindo a cadência final do grupo do tema subordinado (como anunciado
cadencial”).
modeled on the O ritornello
second (cujostheme
subordinate oito (including
compassostheiniciais
closingsão mostradas
section) of the no exemplo) é
modelado diretamente no segundo
opening ritornello (see Ex. 20.1, mm. 59–76).tema subordinado (incluindo a seção de fechamento)
do Th
ritornello de abertura (ver Ex. 20.1, comp. 59-76).
is music, which was entirely eliminated in the solo exposition (Ex. 20.8,
Esta música, que foi totalmente eliminada na exposição solo (Ex. 20.8, à frente,
ahead, shows the melodic-motivic material of the solo’s second subordinate
mostra o material melódico-motivico do segundo tema subordinado solo) aparece agora
theme) now appears transposed into the subordinate key so that the orchestral
transposta para a tonalidade subordinada para que as forças orquestrais sozinhas possam
forces alone can
participar participate
na projeção in projectingdothe
fundamental fundamental
conflito tonal
tonal da conflict of the
forma.
form.
Ritornello
Closing de encerramento
Ritornello
E encerramento ritornello molda a forma global e geralmente alude fortemente ao
Thematerial
closing ritornello
usado noframes the overall
ritornello form and
de abertura, comgenerally
frequênciaalludes strongly
suficiente, no ritornello da
to material used in the opening ritornello and, frequently enough, in the
tonalidade subordinada. A seção final é normalmente dividida em duas partes, separadas
subordinate-key ritornello.
por uma cadência para oTh is finalque
solista, section is usuallynadivided
é interpolada forma.into two parts,
A segunda parte conclui com
separated
uma CAPby a cadenza
e depoisfor thesua
traz soloist, which
própria is interpolated
seção into the(geralmente
de encerramento form. The com base no
ritornello de abertura).
second part concludes with a PAC and then brings its own closing section (usu-
ally based on that of the opening ritornello).
Analisando a Forma Clássica 7
ANALYZING CLASSICAL FORM
A cadência é convencionalmente
The cadenza isintroduzida pelo aparecimento
conventionally introduced by de theuma cadênciaof a promi-
appearance
seis-quatro proeminente, e, de fato, a própria cadência pode ser vista como prolongando
nent cadential six-four, and indeed the cadenza itself can often be seen as
amplamente essa harmonia, resolvendo, no final, uma dominante com sétima para criar
broadly prolonging that harmony, finally resolving at its end to a dominant sev-
uma CAP, que fecha a primeira parte do ritornello. Na partitura, o compositor costuma
enth toecreate
notar o cadencial seis-quatro a PAC,dominante
a penúltima which closes
comthesétima,
first part of the
ambos ritornello.
colocados sobIn the score,
678 sinais de fermata, que the composer
indicam usually
que uma notatesimprovisada
cadência the cadentialdeve
six-four and the penultimate
ser adicionada pelo domi-
executante. nant seventh, both of which are placed under fermata signs, which indicate that
an improvised cadenza is to be added by the performer.
Example 20.3: like the subordinate-key ritornello (shown in Ex. 20.2), the clos-
ing ritornello
Exemplo 20.3: como beginning
o ritornello at m. 358 issubordinada
da tonalidade drawn directly(mostrado
from the second
no Ex. subordinate
theme of thecomeçando
20.2), o ritornello de fechamento opening ritornello
no comp.(Ex.358
20.1,é mm. 59–76),
extraído but now appearing,
diretamente do this
segundo tema subordinado final do ritornello
time, de abertura
in the home key. (Ex. 20.1, comp. 59-76), mas agora
aparecendo, neste momento final, na tonalidade
The opening principal.
presentation (mm. 358–61) is followed by a new continua-
A apresentação tion
de abertura (comp. 358-61) é seguida
leading to the cadential six-four, whichpormarks
uma nova continuação
the beginning of the cadenza.
que leva ao seis-quatro cadencial, que marca o início da cadência. Depois disso, o resto
Following that, the rest of the opening ritornello’s subordinate theme do returns.
The movement concludes with the same closing section used to end the earlier
ritornellos.
8 Forma Concerto
Vamos praticar
20 CONCERTO FORM
679
(continued)
10 Forma Concerto
ANALYZING CLASSICAL FORM
680
Example 20.4: answer these questions on the opening ritornello of this violin
concerto.
Exemplo 20.4: responda a estas perguntas sobre o ritornello de abertura deste
1. What are the boundaries of the principal thematic regions (main theme,
concerto de violino.
transition, subordinate theme)? Hint: the transition is very short.
1. Quais são os limitesis das
2. What principais
the overall tonalregiões temáticas
organization of the(tema principal,
ritornello?
transição, tema subordinado)?
3. To what extent areDica:
theathematic
transiçãounits
é muito curta.tight-knit or loose?
relatively
2. Qual é a organização tonal geral do ritornello?
3. Em que medida as unidades temáticas estão relativamente rigorosas ou
soltas? More Details
Opening Ritornello
The opening ritornello initiates the textural frame for the concerto and brings much
(though rarely all) of the fundamental melodic-motivic material of the movement.
For the orchestra to assume an independent identity in relation to the solo and at
the same time to build up expectations for the solo’s entrance, the opening ritor-
nello is often relatively long and filled with a variety of musical ideas. These ideas
are distributed in ways that strongly suggest the thematic functions of a sonata
exposition, except of course that the music remains largely in the home key.
Analisando a Forma Clássica 11
Mais detalhes
Ritornello de abertura
O ritornello de abertura inicia a moldura textural para o concerto e traz muito
(embora raramente todos) do material melódico-motivico fundamental do movimento.
Para que a orquestra possa assumir uma identidade independente em relação ao solo e, ao
mesmo tempo, criar expectativas para a entrada do solo, o ritornello inicial é relativamente
longo e repleto de uma variedade de ideias musicais. Essas ideias são distribuídas de forma
que sugerem fortemente as funções temáticas de uma exposição de sonata, exceto, é claro,
que a música permanece em grande parte na tonalidade principal.
Funções temáticas
O ritornello de abertura começa com um tema principal rigoroso fechando com
uma CAP. (Como um rondo, mas ao contrário de uma sonata, o tema principal do
concerto não fecha com uma MC.) A sentença composta particularmente favorece o tema
principal do concerto, mas outros tipos convencionais (e o tema não-convencional
ocasional) são encontrados lá também.
O tema principal é seguido por uma região temática mais frouxamente organizada
que termina com uma MC na tonalidade principal, ou seja, uma unidade que se assemelha
a uma transição não-modulatória. Ao contrário das exposições de sonata, nas quais a
transição pode começar como o tema principal, a transição de um ritornelo de concerto
quase sempre começa com material novo.
A próxima unidade temática continua a residir na tonalidade principal, mas, devido
à sua colocação após uma transição, dá a impressão de ser um tema subordinado. Na
verdade, este tema representa um grau modesto de afrouxamento formal em relação ao
tema principal. Seguem-se temas subordinados adicionais, e o ritornello eventualmente
termina com uma seção de encerramento composta por codettas.
Organização tonal
Se o ritornello de abertura se assemelha fortemente a uma exposição sonata, ele
carece de uma de suas características principais: um verdadeiro conflito tonal entre as
tonalidades principal e subordinada. Na maioria dos casos, o ritornello permanece
inteiramente na tonalidade principal.
Desta forma, à parte solo pode ser dada a oportunidade de produzir um dos
principais eventos tonais da obra, ou seja, o estabelecimento da tonalidade subordinada.
Se a orquestra sozinha não se afastar da tonalidade principal, então fortes expectativas são
geradas para o solo para realizar esta tarefa.
Ocasionalmente, a unidade que segue a transição do ritornello começa na
tonalidade subordinada, mas então retorna, normalmente de maneira bastante rápida, para
a tonalidade principal sem cadência na nova tonalidade. Raramente uma transição
modulatória leva a um tema que confirma a tonalidade subordinada.
12 Forma Concerto
Dupla exposição
Visto que tanto o ritornello de abertura como da exposição solo apresentam uma
sucessão ordenada de funções expositivas (tema principal, transição e grupo de tema
subordinado), alguns teóricos falam de uma “dupla exposição” no início da forma
concerto (analogamente à ideia de que a própria forma sonata normalmente apresenta sua
exposição duas vezes).
Essa ideia é um pouco atraente, especialmente quando se considera a recapitulação
solo. O compositor tem de encontrar uma maneira eficaz de “recapitular”, em uma única
seção, material tirado do ritornello de abertura e da exposição solo.
Mas a noção de dupla exposição também é enganosa, pois sugere que a forma
concerto é um tipo variante de forma sonata, em vez de ser uma forma independente
derivada de antecedentes barrocos que antecedem a sonata clássica. Por essa razão, a seção
de abertura da forma concerto é referida como um ritornello em vez de uma “exposição
orquestral”.
EXAMPLE 20.5 (a) Mozart, Horn Concerto in E-flat, K. 447, i, 1–13; (b) 33–36
b) SOLO EXPOSITION
Main Theme
Allegro continuation
14 Forma Concerto
b) SOLO EXPOSITION
Main Theme
Allegro continuation
para iniciar a transição na exposição solo. Da mesma forma, uma ideia apresentada
primeiro como um tema subordinado no ritornello pode retornar apenas no
desenvolvimento.
Com certeza, a criação de múltiplas associações de uma determinada ideia com
contextos formais diferentes é uma técnica composicional encontrada em todas as formas
clássicas. Mas é especialmente proeminente na forma concerto, em que cada uma das
subseções subsequentes tem a possibilidade de conceder uma nova interpretação formal
ao material originalmente apresentado no ritornello de abertura.
Exposição solo
A entrada do solo inicia a segunda grande seção de concerto. Esta seção funciona
essencialmente da mesma maneira como uma exposição de sonata faz e contém as funções
temáticas padrão de tema principal, transição, e grupo de tema subordinado (um único
tema subordinado é incomum).
Ao contrário de uma exposição de sonata, no entanto, a exposição solo não termina
com uma seção de fechamento, mas termina com uma CAP final do grupo do tema
subordinado. O ritornello da tonalidade subordina segue então como analogamente à uma
seção o formal de fechamento.
Analisando a Forma Clássica 15
Tema principal
A primeira unidade da exposição solo funciona normalmente como um tema
principal. Frequentemente, este tema principal solo traz de volta material do tema principal
do ritornello no mesmo plano formal. (Os termos ritornello e solo podem agora ser usados
como adjetivos para distinguir entre o tema principal, a transição e os temas subordinados
do ritornello de abertura e os da exposição individual).
Às vezes, porém, a estrutura da frase é alterada, geralmente por meio de
dispositivos de afrouxamento (como uma extensão cadencial) ou a adição de novo
material. O tema principal do ritornello também pode ser submetido a qualquer número
de procedimentos de variação que, ao imbuí-lo com maior virtuosismo, permitam ao solo
apropriar-se do tema.
Às vezes, a exposição solo começa com um tema inteiramente novo. Este tema
principal alternativo tende a aparecer quando o tema principal ritornello é altamente orquestral
em caráter e não susceptível de ser processado idiomaticamente pelo solista. Por exemplo,
o uso de figuras barulhentas, do tipo fanfarra para orquestra completa, geralmente não é
efetivo no piano. Além disso, os começos orquestrais que apresentam uma textura
polifônica destacando diferentes sonoridades não são susceptíveis de criar uma impressão
semelhante pelo som homogêneo do instrumento solo.
alternative main theme tends to appear when the ritornello main theme is highly
For example, the use of loud, fanfarelike figures for the full orchestra usually are
orchestral in character and not likely to be rendered idiomatically by the soloist.
not effective on the piano. In addition, orchestral beginnings that feature a poly-
For example, the use of loud, fanfarelike figures for the full orchestra usually are
phonic texture highlighting different sonorities are not likely to create a similar
16 not effConcerto
Forma ective on the piano. In addition, orchestral beginnings that feature a poly-
impression by the homogeneous sound of the solo instrument.
phonic texture highlighting different sonorities are not likely to create a similar
impression by the homogeneous sound of the solo instrument.
EXAMPLE 20.6 (a) Mozart, Piano Concerto in D minor, K. 466, i, 1–4; (b) 77–88
EXAMPLE 20.6 (a) Mozart, Piano Concerto in D minor, K. 466, i, 1–4; (b) 77–88
Example 20.6: the intensely brooding orchestral opening is shown in mm. 1–4.
(The same texture continues for another 11 measures, creating a large crescendo.)
Example 20.6: the intensely brooding orchestral opening is shown in mm. 1–4.
An alternative main theme, introduced at the beginning of the solo exposition
(The same texture continues
Exemplo 20.6: afor anotherorquestral
abertura 11 measures, creating a large
intensamente crescendo.)
jovial é mostrada nos comp. 1-
An 4.
alternative main textura
(Uma mesma theme, introduced at the
continua por beginning
mais of the solo
11 compassos, exposition
criando um grande crescendo).
Um tema principal alternativo, introduzido no início da exposição solo (Ex. 20.6b), é
consideravelmente mais pianístico e lírico em caráter. Na verdade, Mozart nunca tenta
imitar a textura da abertura orquestral na parte do piano em qualquer ponto posterior do
movimento.
Transição
20_WilliamECaplin_C20.indd 685 8/21/2013 6:41:18 PM
A escolha do material para iniciar a transição solo parece ser guiada, na maioria
dos casos, por dois princípios gerais:
1. A seção solo não deve reproduzir a mesma sucessão de ideias encontradas
no ritornello do tema principal para a transição.
Analisando a Forma Clássica 17
Uma variedade de cenários pode ser explicada por um ou ambos destes princípios.
• Se o tema principal solo estiver baseado no tema principal do ritornello, a transição
solo começará com novo material. Este esquema, seguindo o princípio 1, aparece
em aproximadamente metade dos concertos maduros de Mozart.
• Se um tema principal alternativo for usado na seção solo, uma transição
imediatamente seguinte será baseada no tema principal do ritornello, como
proposto no princípio 2.
• Se, seguindo um tema principal alternativo, o tema principal do ritornello for
usado como um “segundo” tema constituindo um grupo de temas principais (de
acordo com o princípio 2), a transição solo será baseada em novo material (de
acordo com o princípio 1).
• Se a exposição solo traz um tema principal alternativo, a transição solo pode ser
baseada na transição do ritornello, uma vez que a sucessão de ideias na exposição
individual será diferente da do ritornello de abertura (princípio 1).
Exemplo 20.7: parte 1 do primeiro tema subordinado solo (comp. 74-80) consiste
de ideias não ouvidas anteriormente. Parte 2, começando no comp. 81, traz de volta
material do tema subordinado do ritornello de abertura (ver Ex. 20.4, comp. 20-23). Assim,
20_WilliamECaplin_C20.indd a687
parte solo tem a oportunidade não só de soar seu próprio tema subordinado, mas 8/21/2013 6:41:19 P
também de trazer para a nova tonalidade o tema subordinado originalmente tocada pela
orquestra na tonalidade principal.
Analisando a Forma Clássica 19
Exemplo 20.8: o segundo tema subordinado começa no comp. 171 com arpejos
de semicolcheias (que continuam as corridas de semicolcheias encontradas no final do
tema subordinado anterior). Este tema de bravura inicialmente assume a forma de uma
sentença simples de 8 compassos, que, à luz da energia acumulada pelo movimento
rítmico, parece muito curta.
Por isso, o tema é repetido (comp. 178) e expandido por meio da técnica de
sequência de modulação e de uma progressão cadencial, cuja dominante é estendida a 10
compassos (não mostrados no exemplo).
Therefore the theme is repeated (m. 178) and expanded by means of mod-
el-sequence technique and a cadential progression, whose dominant is stretched
to 10Concerto
measures (not shown in the example).
689
20 Forma
Solo Development
The formal organization of a concerto development is, for all intents and pur-
Desenvolvimento Solo
poses, the same as that of sonata form. Only two stylistic and textural features
A concerto
typical of the organização
needformal de um concerto
be mentioned here. é, para todos os efeitos, a mesma que a da
sonata. Somente duas características estilísticas e de textura típicas do concerto precisam
ser mencionadas aqui.
Em primeiro lugar, uma vez que o desenvolvimento solo do concerto clássico
deriva do “segundo solo” da forma ritornello barroca, esta seção costuma começar com
Recapitulação Solo
A recapitulação da forma de concerto tem algumas das mesmas funções básicas
que uma recapitulação sonata, ou seja, projetar um retorno em larga escala e resolver o
contraste dramático de tonalidades criadas pela exposição (e intensificadas pelo
desenvolvimento).
Assim, da perspectiva da forma sonata, seria de esperar que a organização de uma
recapitulação de concerto fosse modelada em grande parte na da exposição solo, exceto,
é claro, para os ajustes necessários de tonalidade (bem como a eliminação de redundâncias,
adicionando um desenvolvimento secundário, etc.). E para ser certo, um grande número
de movimentos do concerto segue este curso.
Mas, na medida em que um concerto traz duas “exposições” diferentes – aqui, o
modelo de dupla exposição da forma concerto vem mais para si próprio – a recapitulação
tem uma função adicional: elementos do ritornello inicial e da exposição individual devem
ser “recapitulados” em uma única seção do movimento.
Às vezes isso faz com que a recapitulação solo, especialmente em seu início, pareça
mais a abertura ritornello do que a exposição solo. Mais ainda, a recapitulação está
organizada de forma diferente de uma das “exposições” anteriores. Em particular, a
recapitulação provavelmente reintroduzirá ideias do ritornello de abertura que não foram
usadas na exposição individual e que nenhum lugar do subsequente ritornello da
tonalidade subordenada ou seção de desenvolvimento. Como resultado, a colocação
formal de várias passagens, conforme definida por cada uma das exposições, é
significativamente alterada.
Tema principal
Na maioria dos casos, a recapitulação começa com o material do tema principal do
ritornello de abertura, uma vez que o senso de retorno em larga escala é mais efetivamente
projetado quando a música desde o início do movimento é reintroduzida. Como em uma
recapitulação sonata, a forma do tema pode ser alterada e até mesmo deixada em aberto,
caso em que o tema principal e funções de transição podem fundir (ver Ex. 14.13).
Se a exposição solo introduziu um tema principal alternativo, esse novo tema
raramente será usado para iniciar a recapitulação. Em vez disso, esse tema é normalmente
usado em outras partes do movimento, como no início da seção de desenvolvimento
(facilitando assim o compositor dispensá-la no início da recapitulação) ou seguindo o tema
24 Forma Concerto
Transição
Uma vez que a transição da exposição solo frequentemente difere daquela do
ritornello de abertura, usualmente um ou outro é escolhido para a recapitulação. Às vezes,
uma transição completamente nova é escrita em vez disso.
Ritornello de encerramento
O fim da recapitulação solo é normalmente marcado por um trinado cadencial na
parte solo e uma CAP subsequente. O ritornello de encerramento, executado pela
orquestra sozinha (exceto para a cadência interrompida) elide com esta cadência para
completar o quadro de textura iniciada pelo ritornello de abertura.
Como o ritornello da tonalidade subordinada, o ritornello de encerramento é
formalmente análogo ao de uma seção de fechamento em uma recapitulação de sonata.
Além disso, o ritornello de encerramento cumpre algumas das mesmas funções que o
anterior ritornello da tonalidade subordinada:
• Ele dá à orquestra uma oportunidade única para soar sua própria música,
agora, é claro, totalmente enraizada na tonalidade principal.
• Ele mantém ou intensifica o clímax dinâmico atingido pelo solo no final da
recapitulação.
• Ele fornece uma última chance para trazer de volta as ideias do primeiro
ritornello que não encontrou lugar em outras seções do movimento.
Focando a função
Ritornello de encerramento vs. Coda. Na medida em que o ritornello final segue
o fim da recapitulação, poderíamos pensar que funciona como a coda do movimento. Por
uma série de razões, no entanto, este ritornello não deve ser confundido com uma coda
genuína.
Em primeiro lugar, o ritornello geralmente traz material de volta da mesma maneira
que apareceu no início da composição, enquanto uma coda quase sempre dispõe ideias
anteriores em um novo contexto formal.
Além disso, um ritornello de fechamento normalmente não possui dispositivos de
afrouxamento típicos de uma coda, tais como extensões sequenciais e expansões
cadenciais.
E enquanto a maioria das codas se referem a ideias do tema principal para fins de
circularidade formal, um ritornello de encerramento raramente contém material do tema
principal, preferindo, em vez disso, criar seu senso de estrutura formal por meio de seções
de fechamento correspondentes, no sentido de uma rima.
Finalmente, a noção de que um ritornello de encerramento não é uma coda é
confirmada quando encontramos uma verdadeira coda no final do primeiro movimento
do Concerto do Imperador de Beethoven e assim observamos o quão diferente de um
ritornello de fechamento regular é.
Analisando a Forma Clássica 27
Revendo a teoria
Responda as questões
Verdadeiro ou falso?
1. O ritornello de abertura normalmente modula para a tonalidade
subordinada.
2. O ritornello abertura traz dispositivos de afrouxamento mínimo.
3. O ritornello de encerramento funciona como uma coda para o movimento
como um todo.
4. Como na forma sonata, um tema principal do concerto pode terminar com
uma meia cadência.
5. A exposição solo de um concerto frequentemente contem mais atividade
sequencial daquelas tipicamente encontradas em uma exposição sonata.
6. A exposição solo normalmente contém vários temas subordinados.
7. O ritornello da tonalidade subordinada evita usar material do ritornello de
abertura que foi suprimido na exposição solo.
8. O ritornello da tonalidade subordinada frequentemente inicia com as ideias
retiradas da transição do ritornello de abertura.
9. A seção de desenvolvimento do solo tem tendência a se concentrar na
manipulação extensiva de ideias motivicas derivadas das várias unidades
temáticas da exposição solo.
10. A recapitulação solo raramente inicia com o tema alternativo principal.
28 Forma Concerto
Exemplos de análise
Raramente é proveitoso analisar seções individuais de forma de concerto
isoladamente. Para compreender a lógica do arranjo das várias partes da forma, é quase
sempre necessário considerar todo o movimento.
Portanto, esta seção não contém trechos para análise. Em vez disso, é aconselhável
examinar as formas de concerto completos. Estes movimentos ilustram bem os princípios
estabelecidos neste capítulo:
• Mozart, Concerto para piano em Bb, K. 450, i
• Mozart, Concerto para Piano em C menor, K. 491, i
• Beethoven, Concerto para Piano em C, Op. 15, i