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Recapitulação
Noções Básicas
Como regra geral, a recapitulação traz de volta, na mesma ordem, as três unidades
temáticas básicas da exposição. Portanto, convencionalmente falamos do “tema
principal”, “transição” e “tema subordinado (grupo)” da recapitulação. Contudo, como
iremos aprender no decorrer deste capítulo, os nomes dessas unidades podem ser os
mesmos, mas suas funções formais na recapitulação diferem daquelas da exposição.
Confrontando termos
Recapitulação da sonata vs. Seção A’ do pequeno ternário. As funções
formais de uma recapitulação da sonata assemelham-se em algumas maneiras chaves
daquelas da recapitulação (A’) no tipo de tema pequeno ternário. (Para evitar mais
confusão no uso, o termo recapitulação se referirá à forma sonata, enquanto a seção A’ se
referirá ao pequeno ternário.)
Como uma seção A’, uma recapitulação executa minimamente suas funções
iniciando na tonalidade principal com a ideia básica do tema principal, ajustando o material
seguinte para que ele permaneça na tonalidade principal e, confirmando essa tonalidade
com uma CAP conclusiva.
Também como uma seção A’, a recapitulação frequentemente modifica a
organização formal da exposição eliminando redundâncias funcionais e desenvolvendo
material motivico anterior.
Mas, enquanto uma seção A’ é muitas vezes consideravelmente mais curta do que
sua seção A anterior (às vezes tanto quanto a metade), uma recapitulação tem
aproximadamente o mesmo tamanho que a exposição anterior.
2 Recapitulação
Mudanças estruturais
Essa seção discute as principais mudanças estruturais tipicamente observadas nas
três principais unidades da recapitulação: tema principal, transição e tema subordinado
(incluindo a seção de encerramento).
Tema principal
A recapitulação do tema principal traz, no mínimo, o retorno da ideia básica do
tema principal da exposição. Na maioria das vezes, o tema principal tem a mesma estrutura
básica na recapitulação como fez na exposição. Outras vezes, no entanto, o tema principal
pode sofrer uma ou mais mudanças estruturais:
• A exclusão de reformulações temáticas (como uma frase de continuação
repetida ou uma seção A’)
• Uma passagem recém-adicionada com técnica de sequência de modelo (um
procedimento que foi denominado “desenvolvimento secundário”)
• Uma ênfase nas regiões tonais bemolizadas (para ajudar a aliviar a
monotonia da harmonia tonal)
• A exclusão da cadência na tonalidade principal (uma vez que a tonalidade
principal será necessariamente confirmada mais tarde no tema
subordinado)
4 Recapitulação
Transição
A transição é a parte da recapitulação mais susceptível de testemunhar mudanças
estruturais. Em todos os casos, uma transição modulante na exposição deve ser ajustada
na recapitulação para permanecer na tonalidade principal, terminando nela com a
harmonia dominante, para que o tema subordinado possa entrar com tônica dessa
tonalidade.
O ajuste mais típico vê a música mudar em direção à subdominante da região
bemolizada, mesmo brevemente, de modo que o IV tonicizado pode eventualmente
assumir o papel de pré-dominante, levando à dominante final da tonalidade principal da
transição. Assim a mudança para bemolizada para a subdominante é equilibrada por uma
mudança para o “lado sustenizado” de volta para a tonalidade principal, sendo a última
mudança análoga à mudança sustenizada da tonalidade principal à tonalidade subordinada
encontrada na exposição.
Outras mudanças estruturais tipicamente observadas na transição:
• Deleções ou compressões de passagens enfatizando a tônica da tonalidade
principal (para evitar a monotonia harmônica)
• Passagens adicionais da técnica de sequência de modelo (desenvolvimento
secundário)
“Princípio da sonata”
A observação de que o tema subordinado da recapitulação é regularmente
estruturado como o da exposição tem sido explicado por alguns historiadores e críticos
(especialmente Edward T. Cone e Charles Rosen) em relação ao que eles chamam de
“princípio da sonata”.
Este princípio sustenta que todo o material que aparece na tonalidade subordinada
na exposição deve ser transposto de volta para a tonalidade principal na recapitulação.
Hepokoski e Darcy desafiaram recentemente a validade e o significado do princípio
da sonata, observando especialmente as principais alterações regularmente dadas pelo
tema subordinado da recapitulação por Haydn (e agora e depois por Mozart e Beethoven).
Mesmo se o princípio da sonata deve ser visto mais como uma “tendência” do que
como uma “regra”, ainda vale a pena especular sobre por que os compositores clássicos
posteriores (Mozart e Beethoven) parecem satisfeitos por manter a estrutura do tema
subordinado a maior parte do tempo. Uma resposta simples a esta pergunta ainda
permanece elusiva.
Analisando a Forma Clássica 5
6 Recapitulação
EXAMPLE 14.1 (a) Mozart, Piano Sonata in D, K. 576, i, 107–121; (b) 9–11
(continued)
481
Main Theme
antecedent
b) b.i. c.i.
Allegro
Example 14.2: the subordinate theme of the recapitulation retains the same struc-
ture as that of the exposition (compare Ex. 12.1) but is transposed instead into the
Exemplo 14.2: o tema subordinado da recapitulação retém a mesma estrutura da
home key of C major.
exposição (comparar Ex. 12.1), mas é transposto para a tonalidade principal de C maior.
To keep the music in an appropriate register, the melody is at first trans-
Para manter a música em um registro apropriado, a melodia é primeiro transposta
posed down a fifth (enquanto
quinta abaixo (while the accompaniment
o acompanhamento is moved a fourthuma
é movido higher). At the
quarta acima). Na anacruse
upbeat to m. 65,
do comp. 65,the melody éisentão
a melodia then transposed
transpostaup a fourth
quarta acima(compared with the com a exposição)
(em comparação
exposition)
para quesoelethatnão
it will not descend
vá descer muitotoo nolow.
grave.
The cadential
A frasephrase (mm.(comp.
cadencial 67–71)67-71)
witnesses ornamental
testemunha changesornamentais
mudanças in har- de harmonia
monye ritmo, com owith
and rhythm, objetivo
the goaldeofcriar maior
creating intensidade
greater intensitypara a chegada
for the cadential cadencial. A pré-
arrival. The pre-dominant KK^ is prolonged by LKK&/L, and the sixteenth notes in 69
dominante I^ é prolongada por V& /V, e as semicolcheias no comp. m. ajudam a fazer o
trinado
69 help makeseguinte aindatrill
the following maisallao
theclímax.
more climactic.
(continued)
The cadential phrase (mm. 67–71) witnesses ornamental changes in har-
mony and rhythm, with the goal of creating greater intensity for the cadential
arrival. The pre-dominant KK^ is prolonged by LKK&/L, and the sixteenth notes in m.
8 69 help make the following trill all the more climactic.
Recapitulação
(continued)
482
14_WilliamECaplin_C14.indd 481 8/21/2013 6:34:33 PM
Let’s Practice
Example 14.3: compare the transition from the recapitulation, shown here, with
that of the exposition, shown in Example 11.3. Account for any structural or
ornamental changes in relation to the general theory given above. The subor-
dinate theme of the recapitulation begins at the second beat of m. 158. In that
Analisando a Forma Clássica 9
Vamos praticar
Let’s Practice
Exemplo 14.3: comparar a transição da recapitulação, mostrada aqui, com a da
exposição, mostradaExample 14.3: compare
no Exemplo the transition
11.3. Considerar from thealterações
quaisquer recapitulation, shownou
estruturais here, with
that of
ornamentais em relação the exposition,
à teoria geral dadashown
acima.inOExample 11.3. Account
tema subordinado for any structural or
da recapitulação
começa no segundoornamental
tempo do changes in relation
comp. 158. Nessa to the generalo theory
perspectiva, given above.
que é incomum The subor-
sobre
como a transição termina?
dinate theme of the recapitulation begins at the second beat of m. 158. In that
light, what is unusual about how the transition ends?
(continued)
14 RECAPITULATION
483
More Details
Thematic Functions of the Recapitulation
By restating the material of the exposition in roughly the same order as it earlier
appeared, the recapitulation thus fulfills what Hepokoski and Darcy empha-
size as a formal rotation.3 And thus it is conventional to label the constituent
thematic functions of the recapitulation with the same terms employed in the
exposition: main theme, transition, subordinate theme (including the closing
section).
10 Recapitulação
Mais detalhes
No início da recapitulação, essas funções não são mais necessárias nem mesmo
necessariamente apropriadas. O material melódico-motivico é bem conhecido por este
ponto no movimento. A tonalidade principal foi restabelecida em direção ao final do
desenvolvimento e definitivamente recebe confirmação final mais tarde na recapitulação
na área do tema subordinado). E não é preciso exprimir novamente uma organização
rigorosa.
Em vez disso, o tema principal da recapitulação funciona principalmente para
sinalizar o sentido de “retorno” e “reinício”. Além disso, o tema está começando com a
tônica da tonalidade principal que resolve harmonicamente (no nível local) a dominante
expressa no final do desenvolvimento.
“Duplo retorno”
A abertura do tema principal da recapitulação geralmente apresenta o que
tradicionalmente foi chamado de “duplo retorno”, ou seja, (1) um retorno da ideia básica
do tema principal da exposição, e (2) um retorno da harmonia tônica tonalidade principal.
Para alguns teóricos, ambos os retornos devem ocorrer ao mesmo tempo, a fim de falar
de um sentido genuíno de recapitulação.
Mas, como veremos mais adiante na seção “Pontos Finais”, esses retornos às vezes
não são coordenados uns com os outros, ou um deles – o retorno da ideia básica de
abertura – pode estar faltando completamente. (Haverá sempre um retorno da tônica da
tonalidade principal em algum lugar na recapitulação.)
Por esta razão, o conceito de recapitulação neste estudo não depende inteiramente
de um “duplo retorno”, mas depende do surgimento de outras obrigações funcionais
também.
“Desenvolvimento secundário”
O historiador altamente influente Charles Rosen fala dessa nova passagem de
sequência de modelo como um desenvolvimento secundário.
Este termo é útil como uma descrição informal (e de fato é usada aqui), mas é
potencialmente enganosa: a nova passagem sequencial geralmente não se assemelha a
como as sequências são organizadas em um desenvolvimento real. Ao contrário de um
núcleo, o modelo de um desenvolvimento secundário é geralmente curto, e a atividade
sequencial raramente é modulatória.
Example 14.4: the main theme in the exposition (shown in Ex. 10.7) has a decid-
Exemplo 14.4:edly looseprincipal
o tema organization. The recapitulation
da exposição (mostrado opens
no with
Ex. the
10.7)same
temantecedent-like
uma
unit (Ex. 10.7, mm. 1–20, not reproduced in Ex. 14.4).
organização decididamente frouxa. A recapitulação começa com a mesma unidade But rather than continuing
antecedente (Ex. 10.7, as in the1-20,
comp. exposition, the final phrase
não reproduzida no Ex.is 14.4).
sequenced down
Mas em veza de
stepcontinuar
(m. 244) into the
como na exposição, a frase final é sequenciada um tom acima (comp. 244) na região
“bemolizada” de D maior e, em seguida, é sequenciada novamente quinta acima (comp.
248), a fim de terminar o tema principal sobre a tônico da tonalidade principal.
Além de acrescentar este breve desenvolvimento secundário, Beethoven elimina
uma reexposição da ideia básica inicial (como no comp. 21-22 da exposição) e a cadência
final.
Example 14.5: the initial presentation phrase is sequenced up a step (mm. 76–79)
and is then followed
Exemploby a new
14.5:continuation (compare Ex. inicial
a frase de apresentação 5.39), which briefly toni-
é sequenciada um tom acima (comp.
cizes the fl at-side subdominant region.
76-79) e é então seguida por uma nova continuação (compare Ex. 5.39), que tonifica a
região
Th bemolizada
e appearance da subdominante.
of a sequential passage is particularly appropriate here, since
it compensates O foraparecimento deinuma
the lack of a core passagemdevelopment
the preceding sequencial ésection.
particularmente
(There, apropriado aqui,
uma vez que compensa a falta de um núcleo na seção de desenvolvimento
a unit resembling a pre-core is followed directly by a standing on the dominant of precedente.
(Antes, uma unidade que se assemelha a um pré-núcleo é seguida diretamente por uma
the home key, after which the recapitulation begins.)
posição sobre a dominante da tonalidade principal, após a qual a recapitulação começa.)
The new continuation (mm. 80–83) ends on K^, after which the nonmodulat-
Uma nova continuação (comp. 80-83) termina em I^ , após a qual a transição não
ing transition immediately
modulatória seguefollows. As a result, the
imediatamente. main resultado,
Como theme receives
o no
temacaden-
principal não recebe
tial closure.
fechamento cadencial.
A transição não-modulatória que se segue (não mostrada) é idêntica na
recapitulação àquela na exposição (ver Ex. 11.11). Naturalmente, uma transição não-
modulatória não precisa, em princípio, ser ajustada na recapitulação ou ser alterada de
qualquer outra forma, no entanto, frequentemente o é. Aqui no entanto, Mozart pode
facilmente deixar a transição como era originalmente porque o tema principal já fornece
um desenvolvimento secundário e ênfase ao lado bemolizado.
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ing transition does not, in principle, have to be adjusted in the recapitulation or
be otherwise altered, yet it often is. But here, Mozart can easily leave the transition
8 as it originally was because the main theme already provides a secondary develop-
ment and flat-side emphasis.
Analisando a Forma Clássica 15
Structural
Mudanças Changes:
estruturais: Transition
transição
The transition section of the recapitulation is almost always altered in rela-
Ation to thedeexposition.
seção transição Ifdathe original transition
recapitulação é quaseis modulatory (whichem
sempre alterada occurs in à
relação
exposição.the great majority of cases), then the one in the recapitulation must be tonallydos
Se a transição original é modulatória (o que ocorre na grande maioria
casos), então a da recapitulação deve ser ajustada de forma tonal.
adjusted.
O ajusteThepode ser realizado
adjustment can por
be quaisquer meiosby
accomplished harmônicos
any numbere estruturais de frase
of harmonic
e pode ocorrer em qualquer lugar na transição. Frequentemente, a região subdominante é
and phrase-structural means and can occur at any place in the transition.
tonicizada, promovendo assim (no sentido de uma pré-dominante) uma sucessão lógica à
Frequently, the subdominant region is tonicized, thus promoting (in the
dominante para terminar a transição.
Aosense of a pre-dominant)
tonicizar a logicale, succession
a região subdominante to um
portanto, dar the passo
dominantpara to end bemol
o lado the
transition.
do espectro tonal, o retorno à dominante da tonalidade principal representa uma mudança
para o lado dosBysustenidos,
tonicizingothe
quesubdominant region, and
é análogo à mudança parathus shift
o lado ing one step
sustenizado toocorre
que the
flat da
na transição sideexposição;
of the tonal spectrum,
Ver the return back to the home-key dominant rep-
Figura 14.1.
resents a shift to the sharp side, which is analogous to the sharp-side shift that
takes place in the exposition’s transition; see Figure 14.1.
Exposition
Recapitulation
Figure 14.1: this figure compares the tonal shift in the transition with those of the
Figura 14.1: estaInfigura
recapitulation. compara
the case a mudança
of a C-major home key,tonal na transição
the transition of thecom os da
exposi-
recapitulação. No caso de uma tonalidade principal de C maior, a transição da exposição
tion modulates from C to G, thus shifting one step to the sharp side (shown by
modula detheC para G, assim, caminhando um passo para o lado dos sustenidos (mostrado
upward arrow). In the recapitulation, the transition may first shift one step
pela seta para cima). Na recapitulação, a transição pode primeiro mover um passo para o
lado dos bemóis (seta para baixo), tonicizando F maior, mas depois muda de volta no
sentido dos sustenidos (seta para cima), a fim de terminar a transição com a harmonia
dominante da tonalidade principal.
Desta forma, a dominante-foco da transição em ambas as seções é alcançado por
meio de uma mudança para o lado sustenizado: na exposição a mudança produz uma nova
tonalidade, e na recapitulação a mudança traz a tonalidade principal, mas que agora soa
mECaplin_C14.indd 488
“fresco”, graças por ter isso aproximada pelo lado bemolizado. 8/21/2013 6:34:37 PM
16 Recapitulação
Deleções e compressões
A transição na recapitulação frequentemente elimina ou comprime uma parte
substancial do material utilizado na exposição. (No caso mais extremo, toda a transição
pode ser eliminada.)
As passagens apagadas geralmente são tomadas desde o início da transição, onde
geralmente funcionam para prolongar a tônica da tonalidade principal. Extensivo
prolongamento da tônica é necessário na exposição, a fim de reforçar a tonalidade
principal antes de modular. Inversamente, esse prolongamento pode ser facilmente
omitido na recapitulação porque o próximo tema subordinado geralmente fornece ênfase
abundante na tônica.
Se a exposição contiver uma transição de duas partes, o compositor
frequentemente (mas não sempre) elimina algum material de cada parte (especialmente as
passagens de modulação da segunda parte) de modo que a transição na recapitulação seja
comprimida em uma estrutura de uma parte não modulatória. Caso contrário, o uso de
uma transição de duas partes na recapitulação resultaria em duas meias cadências na
tonalidade principal, o que seria potencialmente redundante.
Transition
compound basic idea continuation
Allegro b.i. c.i. mod.
vivace
351 354 355
Example 14.6: the transition in the recapitulation opens with a compound basic
Exemplo 14.6: a transição na recapitulação abre com uma ideia básica composta
idea (mm. 351–54) taken from the middle of the transition in the exposition (see
(comp. 351-54) tomada a partir do meio da transição na exposição (ver Ex. 11.14, comp.
Ex. 11.14, mm. 81–84). Thus, an enormous passage built over a tonic pedal (mm.
81-84). Assim, uma enorme passagem construída sobre um pedal tônico (comp. 65-80,
não mostrado no Ex.65–80,
11.14)not shown in Ex.
é eliminada na 11.14) is deleted in the recapitulation.
recapitulação.
Também é suprimida Alsoa deleted is the
repetição da repetition of the
ideia básica compound
composta (Ex.basic idea
11.14, (Ex. 11.14,
comp. 85- mm.
88), de modo que o85–88),
comp.355so that
da m. 355 of the recapitulation
recapitulação brings a new,
traz uma continuação highly
nova, extended con-
altamente
tinuation
estendida, empregando o jogofeaturing
motivicomotivic
e uma play and ande
sequência ascending-stepwise
graus ascendentes sequence in the sense
no sentido
de um desenvolvimento secundário.
of a secondary development.
No comp. 369, aAt transição
m. 369, the se conforma
transition novamente
conforms com
again to that a da
of the exposição,
exposition by conclud-
concluindo com a mesma
ing with the same standing on the dominant (compare Ex. 11.14, 95-106).
posição sobre a dominante (compare Ex. 11.14, comp. mm. 95–106).
Allegro Transition
moderato
[Subordinate Theme]
b.i.
44
L K^...
dominant arrival
(premature)
(continued)
494
Exposição “monotemática”
Uma dessas situações envolve a chamada exposição monotemática, o uso da
mesma ideia básica tanto para o tema principal como para o tema subordinado. Se a
estrutura original do tema subordinado for mantida na recapitulação, então a ideia básica
ocorreria na tonalidade principal duas vezes: primeira no tema principal e segunda no tema
subordinado ajustado tonalmente.
Para evitar uma potencial redundância, o compositor normalmente elimina a
segunda aparição da ideia básica. (A primeira aparição, é claro, é necessária para sinalizar
o começo da recapitulação). Mas simplesmente omitir a ideia básica no início do tema
subordinado pode não acontecer, pois um tema não pode necessariamente começar
logicamente com, digamos, a função de continuação que anteriormente seguia a ideia
básica (e sua repetição).
Portanto, o compositor deve alterar o tema mais substancialmente ou até mesmo
eliminá-lo completamente (esta última opção é possível no caso de vários temas
subordinados). Haydn, que escreve um grande número de exposições monotemáticas,
normalmente usa esses procedimentos, mas alguns exemplos marcantes também são
encontrados em Mozart.
(continued)
497
Analisando a Forma Clássica Example 14.8: the transition of the recapitulation concludes in mm. 126–30 with 25
material that earlier functioned as the internal HC and standing on the dominant
Exemplo 14.8:in athe subordinate
transição theme (see Ex.
da recapitulação 12.5, mm.
termina 30–35).126-30
no comp. The first
compartmaterial
of that theme
(mm. 23–29)
que anteriormente funcionou is deleted
como a MC in the recapitulation,
interna and the
e posição sobre second partno
o dominante now functions
tema
498 subordinado (ver Ex.as 12.5, comp. 30-35).
the subordinate themeAofprimeira parte(Note
that section. desse tema
that (comp.
the “new 23-29)
idea” é xKK,
tonicizing
eliminada na recapitulação, e a segunda
mm. 121–22, parte
is related agora
to the funciona
deleted como
basic idea o tema
of the subordinado
exposition’s first subordi-
dessa seção. (Observe que a “nova ideia” tonicizando bII, comp. 121-22, está relacionada
nate theme both by its lyrical style and by a loose motivic inversion.)
com a ideia básica eliminada do primeiro tema subordinado da exposição, tanto pelo seu
estilo lírico quanto por uma inversão motivica fraca).
EXAMPLE 14.11 Beethoven, Piano Sonata in E-flat, Op. 31, No. 3, ii, 136–49
seq.
142
L
cadential
146
149
cresc.
Exemplo 14.11: a transição termina em V/VI, tal como na exposição (ver Ex.
11.17, comp. 34). O tema subordinado começa “fora da tônica” na região bVII e,
eventualmente, “modula” de volta para a tônica de Ab até o final do comp. 149. (Para fazer
uma progressão suave de V/VI no final da transição para bVII no início do tema
subordinado, Beethoven introduz a oitava Db, que inicialmente soa como uma resolução
de engano da dominante secundária, mas que então funciona como o dominante de bVII.)
Pontos finais
A influência do desenvolvimento
O conteúdo e a organização da seção de desenvolvimento parecem às vezes
influenciar as mudanças feitas na recapitulação.
Já observamos um desses casos. No exemplo 14.5, a sequência adicionada no tema
principal (comp. 76-79) foi “explicada” por parecer compensar a falta de um núcleo no
desenvolvimento. Aqui estão alguns outros casos.
Main Theme
Andante presentation
501
Gx: K ...
78
continuation cadential
81
Example 14.12: the presentation phrase of the main theme in the exposition (see
Ex. 6.10, mm.Exemplo
1–8) is marked
14.12:by rhythmic
a frase breaks in eachdo
de apresentação even-numbered
tema principalmea-
da exposição (ver Ex.
sure. In the recapitulation, these gaps are fi lled in (and the grouping structure
6.10, comp. 1-8) é marcada por paradas rítmicas em cada tempo par. Na recapitulação,
essasextended)
somewhat lacunas são preenchidas
by newly (e a estrutura
added imitations de agrupamento
of the initial um pouco estendida) pela
2-m. basic idea.
adição de novas imitações da ideia básica inicial de 2 compassos
Analisando a Forma Clássica 29
EXAMPLE 14.13 Beethoven, Piano Concerto No. 3 in C minor, Op. 37, i, 317–30
503
Example 14.14: the opening six measures of the recapitulation are essentially the same
Exemplo 14.14: os seis compassos de abertura da recapitulação são essencialmente
as the main theme of the exposition, except that the final chord is LK rather than K.
os mesmos que o tema principal da exposição, exceto que o acorde final é VI em vez de
Thus instead of closing with a PAC, the theme brings a deceptive cadence in m. 45.
I. Assim, em vez de fechar com uma CAP, o tema traz uma cadência deceptiva no comp.
45.The following cadential phrase leads not to the expected authentic cadence
but rather toA afrase
home-key HC (m.
cadencial 48) innão
seguinte preparation
conduz for the subordinate
à cadência theme.
autêntica esperada, mas sim a
All uma
of theMC
material
na tonalidade principal (comp. 48) em preparação para obut
from the exposition’s transition (see Ex. 11.15) is deleted, tema subordinado.
theTodo
final cadential phrase
o material of the recapitulation’s
da transição da exposição main theme,
(ver ending éwith
Ex. 11.15) an HC, mas a frase final
excluído,
cadencialassumes
nonetheless do tematransition
principalfunction
da recapitulação,
as well. terminando com uma MC, assume a função
de transição também.
Analisando a Forma
ANALYZING Clássica
CLASSICAL FORM 31
504
Desvios da norma
A recapitulação pode desviar-se das normas descritas ao longo deste capítulo de
tantas maneiras que impede uma discussão exaustiva aqui. Aqui estão alguns tipos de
desvio (cada um dos Deviations from the
quais tem múltiplas Norm no repertório) ilustrando algumas
ocorrências
das possibilidades que podem surgir.
The recapitulation can deviate from the norms described throughout this chap-
ter inprincipal
Supressão da abertura so many ways as to preclude an exhaustive discussion here. Here are some
types of deviation (each of which has multiple occurrences in the repertory)
Algumas recapitulações eliminam o material de abertura do tema principal. Às
illustrating some of the possibilities that may arise.
vezes, a transição pode ser eliminada também, e a recapitulação começa diretamente com
a área do tema subordinado. Embora divergente do estilo alto-clássico, este procedimento
Deletiondaofmetade
é normativo em trabalhos the Main doThséculo
eme’s Opening
e tem suas raízes em formas de danças
binárias barrocas. Some recapitulations delete the opening material of the main theme. At times
the transition may be eliminated as well, and the recapitulation begins directly
with the subordinate-theme area. Although deviant in the high-classical style,
this procedure is normative in midcentury works and has its roots in Baroque
binary dance forms.
32 Recapitulação
Foco na função
Recapitulação sem tema principal? Como resultado da supressão da abertura
do tema principal, a forma em larga escala de um movimento sonata parece ser mais
análoga ao pequeno binário do que ao pequeno ternário.
Na verdade, pode-se questionar se deveríamos até falar de uma função de
“recapitulação” quando a ideia básica do tema principal não é trazida de volta. Esta
exigência, acima de todas as outras, distingue o pequeno ternário do pequeno binário e,
no caso desta última, a função da recapitulação não é reconhecida mesmo se o material
que ocorre mais tarde na primeira parte é trazido de volta no final da segunda parte.
Em sendo tão tradicional nas teorias da forma sonata rotular a seção em grande
escala após o desenvolvimento de recapitulação, a prática é mantida aqui, apesar destas
preocupações teóricas. Afinal, uma das funções principais de uma recapitulação – restaurar
à tonalidade principal qualquer material originalmente apresentado na tonalidade
subordinada (o princípio da sonata) – é, contudo, cumprida mesmo quando partes
significativas do tema principal e transição são eliminadas.
EXAMPLE 14.15 (a) Haydn, String Quartet in E-flat, Op. 50, No. 3, i, 86–95; (b) 62–69; (c) 111–30
a)
Allegro [DEVELOPMENT] RECAPITULATION
con brio Main Theme/Transition
86 87
507
KK^ Le ; L Le K
HC
(continued)
Analisando a Forma
ANALYZING Clássica
CLASSICAL FORM 35
508
36 Recapitulação
Recapitulação inversa
O exemplo 14.15 fornece um bom exemplo do que alguns historiadores e teóricos
chamaram de recapitulação “inversa” (ou “invertida”), pela qual a ordem dos temas
principais e subordinados é trocada.
Embora essa noção seja útil em um nível inteiramente descritivo, ela sofre de
algumas das mesmas deficiências teóricas que encontramos anteriormente com a ideia de
um período “invertido” (veja o capítulo 11 na discussão do Ex. 11.7), ou seja, a questão
de quão lógico é simplesmente mudar em torno de unidades sintáticas.
Como vemos a partir do exame do Exemplo 14.15, o material melódico-motivico
pode ser reordenado na recapitulação, com ideias de temas subordinados antes das do
tema principal. Mas a passagem que contém o material do tema principal não funciona
como o tema principal de uma recapitulação. Em vez disso, este material é moldado para
funcionar como um tema subordinado, exibindo assim dispositivos de afrouxamento
associados com essa função.
Como discutido muitas vezes ao longo deste livro, devemos distinguir entre o
conteúdo musical e a função formal deste conteúdo. Nossa terminologia às vezes
confunde essa distinção, como aqui, no caso da chamada recapitulação invertida.
Revisando a teoria
Responda as questões
Verdadeiro ou falso?
EXAMPLE 14.16 Beethoven, Piano Sonata in G, Op. 14, No. 2, i, 131–54. The exposition’s main theme,
transition, and first subordinate theme are shown in Examples 2.13, 11.25, and 12.18
512 respectively
40 Recapitulação
14 RECAPITULATION
EXAMPLE 14.17 Mozart, Piano Sonata in F, K. 332, i, 153–76. The exposition’s main theme group and transition
are shown in Examples 10.15 and 11.23
513
Analisando a Forma Clássica
ANALYZING CLASSICAL FORM
41
EXAMPLE 14.18 Beethoven, Piano Sonata in C minor, Op. 10, No. 1, i, 184–247. The exposition’s
main theme, transition, and subordinate theme (or theme group) are shown in
Examples 5.38, 11.4, and 12.2
195
207
217
225
233
241
cresc.
EXAMPLE 14.19 Beethoven, Piano Sonata in F, Op. 10, No. 2, i, 115–73. The exposition’s main theme and
subordinate theme (or theme group) are shown in Examples 5.29 and 12.22. The exposition’s
transition is deleted from the recapitulation
515
(continued)
Analisando a Forma Clássica 43
ANALYZING CLASSICAL FORM
159
516
164
168
EXAMPLE 14.20 Haydn, Piano Sonata in E-flat, H. 49, i, 158–90. The exposition’s main theme, transition, and
subordinate theme (or theme group) are shown in Examples 6.22, 11.3, and 12.19
(continued)
44 Recapitulação
EXAMPLE 14.20 Haydn, Piano Sonata in E-flat, H. 49, i, 158–90. The exposition’s main theme, transition, and
subordinate theme (or theme group) are shown in Examples 6.22, 11.3, and 12.19
(continued)
517
EXAMPLE 14.21 Haydn, String Quartet in D minor, Op. 42, i, 66–96. The exposition’s main theme, transition,
and the subordinate theme are shown in Examples 2.24, 11.22, and 12.24
Andante ed
innocentemente
z z z
z z
z
z
(continued)
46 Recapitulação
EXAMPLE 14.21 Haydn, String Quartet in D minor, Op. 42, i, 66–96. The exposition’s main theme, transition,
and the subordinate theme are shown in Examples 2.24, 11.22, and 12.24
Andante ed
innocentemente
z z z
z z
z
z
(continued)
73
518
z cresc.
z cresc.
z cresc.
z cresc.
82
dolce
z z
89
cresc.
cresc.
cresc.
cresc.