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INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA EVANGÉLICA NO LUBANGO - ISTEL

3º ANO TEOLOGICO

JOSÉ CALIENGUE FERRAMENTA

O CASAMENTO E O DIVÓRCIO A LUZ DA ÉTICA CRISTÃ

Lubango

20 2 1
INTRODUÇÃO

No presente trabalho estaremos abordando o casamento e o divórcio, a luz da


Ética cristã.

Temos por casamento, o acto solene celebrado entre um homem e uma mulher
dentro de uma perfeita liberdade através do qual prometem entre si o amor e a
fidelidade na alegria e na tristeza, saúde e na doença, enquanto viverem, aprovados
por lei.

Ao passo que temos por divórcio, o rompimento de vínculo de matrimônio entre


os cônjuges, estabelecidos na presença de um legislador.

A ética considera o que é moralmente certo ou errado. A Ética Cristã tem a


forma de um mandamento divino. É um dever ético, algo que nós temos de fazer, é
uma prescrição ética que Deus dá estão alinhados com o seu caracter moral imutável.
O CASAMENTO A LUZ DA LUZ DA ÉTICA

O casamento é a instituição social mais básica e mais influente que existe no


mundo. É muito difícil superestimar a importância do casamento. Contudo a cada ano,
países como Estados Unidos cerca de metade dos casamentos termina em divórcio,
diante desses factos, torna-se necessário considerar as bases para o casamento
conforme Deus planejou. Do mesmo modo, como o divórcio tem se tornado uma
prática dentro e fora da igreja, precisamos examinar em que casos, se houver, ele
pode ser justificado.

A natureza do casamento

Na perspectiva cristã, tanto a natureza quanto a duração do casamento, são


importantes. O casamento é um compromisso para toda vida entre um homem e uma
mulher, que implica direitos sexuais mútuos. Há três elementos básicos no conceito
bíblico do casamento:

1. O casamento é entre um homem e uma mulher. O casamento bíblico só é


possível entre um homem e uma mulher. Desde o principio essa relação é evidenciada
na Bíblia. Deus criou “homem e mulher (Gn 1.27), e lhes ordenou dizendo frutificai e
multiplicai-vos” (Gn 2:7). A reprodução natural só é possível com a união entre homem
e mulher de acordo com as escrituras, Deus “formou o homem do pó da terra” (Gn
2:7). Depois da costela que o Senhor Deus lhe havia tomado, formou a mulher” (v.22)
e Deus acrescenta: “Portanto o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a sua
mulher, e eles serão uma só carne” (v24). Segundo Geisler (2010, p. 356), o uso dos
termos homens e mulher no contexto “pai e mãe” deixa claro que há aqui uma
referência ao homem e a mulher que há aqui uma referência ao homem e a mulher
no sentido biológico.

Fazendo uma alusão à criação e a união conjugal de Adão e Eva, nosso


Senhor, citou a passagem de Genesis dizendo: “desde o principio o criador os fez,
homem e mulher” (Mt 19:4). Depois Jesus citou a mesma passagem de Gênesis 2.24
em que fala do acto de deixar pai e mãe e se unir à mulher (v.5). Dessa maneira,
Jesus confirmou que casamento deve ser realizado entre um homem e uma mulher.

Por esse motivo, os conhecidos casamentos homossexuais, não são bíblicos


em nenhum sentindo. Pelo contrário, são, na verdade, relações sexuais ilícitas. Uma
vez que essas uniões não são de facto casamentos, conclui-se a luz da ética cristã,
que o rompimento de uma relação pecaminosa desse tipo, não é realmente um
divórcio. Portanto, a primeira é a mais fundamental característica do casamento é a
união entre um homem e uma mulher.

2. O casamento envolve união sexual. A união sexual no casamento também é


um ensino claro das escrituras. E isso é assim por várias razões. Essa união é
chamada de “uma só carne”. O facto de o casamento incluir o sexo é algo que está
evidente nas palavras de Paulo em 1 coríntios 6:16, em que ele usa a mesma
expressão para condenar a prostituição. Deus ordenou que “o homem e mulher
criados por ele, se multiplicassem (Gn 1:28). Isso só seria possível pela união entre
um homem e uma mulher no sentido biológico. Depois de Deus tê-los criado e
expulsado do jardim do Éden, a Bíblia diz: “Adão conheceu intimamente sua Eva sua
mulher; e ela engravidou e, tendo dado a luz à Caim” (Gn 4:1).

Segundo Paliester (2005, p.164), O texto de Genesis não diz que o que tem
que haver amor no sentido sexual, antes de haver casamento. Em algumas
sociedades o noivo e a noiva não se conhecem antes do dia casamento que é uma
cerimonia de responsabilidade exclusiva dos pais deles. Mas, o eros (amor sexual),
sem duvida, é um elemento que deve ser valorizado na relação dos casados.

Quando Paulo falou sobre o sexo no casamento, ele claramente escreveu: “Por
causa da imoralidade cada homem tenha sua mulher e cada mulher seu marido. O
marido cumpra sua responsabilidade conjugal para com sua mulher, e do mesmo jeito
a mulher não tem autoridade sobre o próprio corpo. Do mesmo jeito a mulher não tem
autoridade sobre o próprio corpo, mas sim a mulher”. (1 Co 7:2-4).

Portanto, o casamento envolve direito à união sexual entre um homem e uma


mulher. A relação sexual antes do casamento é chamada de “fornicação” (At 15:20; 1
Co 6:18), e a relação sexual fora do casamento é chamado de “adultério” (Ex 20:14;
Mt 19:9).

Segundo Geisler (2010, p.356), na lei do Antigo Testamento, aqueles que


praticavam relação sexual antes do casamento eram obrigados a se casar (Dt
22:28,29). O sexo é santificado por Deus, para ser usado apenas no casamento (I Co
7:2-4). Dessa forma, o autor da epistola aos Hebreus declara: seja honrado entre
todos o matrimonio e a pureza do leito conjugal; pois Deus julgará os adúlteros (13:4).
Segundo Palister (2005, p.168), O casamento constitui um acto de obediência
ao ensino de Gênesis 2:24: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe se unirá à
sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. É um acto público em que a pessoa
deixa a primeira família em que cresceu para se unir, pelo resto da vida, com uma
nova família.

3. O casamento envolve uma aliança diante de Deus. O casamento é também


uma união nascida de uma aliança baseada em promessas mútuas. Desde o inicio,
esse compromisso está implícito no conceito deixar os pais e unir a uma mulher. A
aliança matrimonial foi descrita, de forma mais explicita, pelo profeta Malaquias: “O
Senhor tem sido testemunha entre ti e a esposa que tens desde a juventude, para
com a qual foste infiel, embora ela fosse tua companheira e mulher da tua aliança
matrimonial” (Ml 2.14). O livro de Provérbios também fala do casamento como aliança
ou compromisso mútuo. Ele condena a adultera “que abandona o companheiro da sua
mocidade e se esquece da aliança que fez com Deus” (Pv 2.17).

Segundo o dicionário Bíblico Wyclife (386), de acordo com a visão de Deus, ele
somente com a morte ou então por causa de uma grave infidelidade ou separação de
um cônjuge descrente (Mt 5:32; 19:9; Rm 7:2,3; I Co 7:15). Pois esse pacto deve ser
celebrado apenas entre pessoas que compartilham a mesma fé, em Deus e sua
palavra, pois “que parte tem o fiel com infiel?” (I Co 6:14-16).

A partir dessas passagens fica evidente que o casamento não é só uma aliança;
é também uma aliança da qual o próprio é testemunha. Deus instituiu o casamento, e
é ele quem testemunha os votos feitos. Tais votos são feitos na presença de Deus.
Jesus disse que Deus literalmente é aquele que une duas pessoas no casamento,
acrescentando: “Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (Mt 19:6). O
casamento é uma união sagrada independentemente do reconhecimento do próprio
casal.

O número de pessoas envolvida em um casamento

Os cristãos concordam, que o casamento é monogâmico. Ele se concretiza


entre um homem e uma mulher. Paulo disse: “cada homem (singular), tenha sua
mulher e cada mulher (singular), seu marido” (1 Co 7:2). O bispo precisa “ser marido
de uma só mulher” (I Tm 3.2). Contudo a monogamia não é apenas um ensino do
Novo Testamento. Ele estava presente desde o inicio quando Deus criou um homem
(Adão) e deu a este homem apenas uma mulher (Eva).

Se a monogamia é ordem de Deus para o casamento, porque temos a


impressão de que ele aprovou a poligamia? Muitos dos santos do AT, foram
polígamos, incluindo, Abraão, David, Salomão. Salomão por exemplo, teve 700
esposas e teve 300 concubinas (I Rs 11:3).

Segundo Geisler (2010, p.358), em resposta, diz que a Bíblia não aprova todas
as ações praticadas por homens registrados nela, pelo menos não de forma explicita.
Por exemplo, ela mostra a mentira de satanás (Gn 3.4), mas não aprova. De modo
Semelhante, o adultério de Davi (2 Sm 11), mas não aprova.

O DIVÓRCIO A LUZ DA ÉTICA CRISTÃ

De modo geral, há uma concordância entre cristãos acerca da natureza do


casamento. Por outro lado, não há o mesmo tipo de concordância entre os cristãos
quando o assunto é divórcio.

Ponto de concordância entre os cristãos acerca do divórcio

Não há uma concordância total entre os cristãos com respeito ao divórcio.


Entretanto, de modo geral, observam-se alguns entre eles acerca de divórcio. Pelo
menos três deles, serão aqui apresentados:

1. O divórcio não é projecto de Deus. É óbvio que Deus não projetou o divórcio.
O próprio Deus disse a Malaquias: “Eu odeio o divórcio” (Ml 2.16). Jesus disse que
Deus permitiu, mas nunca planejou o divórcio (Mt 19:8). Deus criou um homem e uma
mulher e desejava que eles guardassem seus votos mútuos até morte. Com ênfase,
Jesus declarou: “Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (Mt 19:6).

Segundo Geisler (2010, p.360), seja qual for a representatividade do divórcio,


ele não faz parte do projecto perfeito de Deus para o casamento, mas representa a
incapacidade de alcançar o ideal. O divórcio não é uma norma ou um padrão. Ele é
menos do que se pode esperar de melhor para um casamento.

2. O divórcio não é permitido por qualquer motivo. De modo geral, os cristãos


também concordam que o divórcio não é permitido por qualquer motivo. De facto, essa
pergunta foi dirigida a Jesus: “É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por
qualquer motivo? “Sua resposta foi um enfático não. Assim, ele respondeu: Mas eu
vos digo que aquele que se divorciar-se sua mulher a não ser por infidelidade
(fornicação), e se casar com outra, comete adultério” (Mt 19:9). A despeito das
discordâncias que os cristãos possam ter acerca da exceção mencionada aqui, fica
bem claro que Jesus não acreditava que um individuo poderia requer o divórcio por
qualquer motivo.

Diante disto, acreditamos que o divórcio viola o projecto para o casamento.


Como já temos demonstrado, o ideal de Deus para o casamento é um compromisso
monogâmico para toda vida (Mt 19:6, Rm 7:2). Mas o divórcio quebra essa aliança, é
por esse motivo tal prática nunca é justificável. O divórcio rompe um voto feito diante
de Deus (Pv 2:17; Ml 2:14), para toda vida. O divórcio o rompe, e o rompimento desse
voto sagrado é errado. As escrituras declaram: “É melhor não fazer voto do que fazer
e não cumprir”( Ec 5.5).

Nas escrituras o apóstolo Paulo, condena o divórcio. Ele exortou os Coríntios:


“No entanto, ordeno aos casados, não eu, mas o Senhor, que a mulher não separe do
marido. Se porém, ela separar, que não se case ou que se reconcilie com o seu
marido. E que o marido não se divorcie da mulher (I Co 7:10,11).
CONCLUSÃO

Deus projectou o casamento com m compromisso para toda vida entre um


homem e uma mulher. Embora o relacionamento conjugal não estenda ate a
eternidade, ele deve durar por todo tempo em que as pessoas estiverem na terra. Ao
passo que divórciocomo tal, nunca pode ser judtificado mesmo em caso do adultério.
O adultério é um pecado e Deus nem aprova o pecado nem a dissolução do
casamento. “ Aquilo que Deus uniu , ele não desela que o ser humano separe (Mt
19.16)
BIBLIOGRAFIA

Pallister A, (2005). A Ética Cristã Hoje. São Paulo: SHEDD

Geisler NL,(2010). Ética Cristã. São Paulo: Vida Cristã

Pfeiffer C,F, Vos H,F, Rea J, 2000. Dicionário Bíblico Wycliffe. São Paulo: CPAD

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