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bobina primária. Os fabricantes de bobinas Terminologia de Tecnologia Como pudemos verificar, para uma
usam uma proporção entre os números de de Ignição análise da adequação de uma determina-
enrolamento primário e secundário como da bobina para um projeto específico será
uma especificação como 100: 1, 80:1 etc. necessário entendermos 3 aspectos im-
No caso de 100:1 significaria 100 voltas Controle: portantes dentro dos sistemas. Tempo de
secundárias para cada uma das primárias, carga, chamado de “Dweel time”, Pico da
mas isso pode variar de acordo com o voltagem de saída e a duração da centelha
projeto da bobina. Essa é uma especifi- na vela (tempo de permanência).
cação comumente usada que você verá
na informação da bobina dada por muitos
fabricantes. Para que a interrupção do con- Faisca de Ativação
tato ocorra causando o colapso gerando
maior energia, isso pode ser feita meca- Armazenamento de energia: Durante
nicamente, como no caso dos platinados, o fornecimento de corrente à bobina, é
ou de forma eletrônica como nos sistemas armazenada energia no campo magnético.
modernos que utilizam sinais dos ignito- Com a alimentação ligada, a bobina é car-
res transistorizados Mosfet, IGBT entre regada (o circuito primário está fechado,
outros, chamados de drivers, ou módulos o circuito secundário está aberto). Num
de gerenciamento ponto de ignição especificado, a corrente é
interrompida.
Corrente Secundária:
2)
Na qual:
Iprim = Corrente do primário (A)
Faisca de Ignição: Após a formação de Ubatt = Tensão de alimentação (V)
faíscas na vela de ignição, a energia acu- Uce = Queda de tensão do Driver (V)
mulada é descar- regada no canal de faísca Rprim = Resistência do primário ( )
(o circuito primário está aberto, o circuito Lprim = Indutância do primário (H)
secundário está fechado). t = Tempo (s)
A variação do fluxo magnético, ocasio- geralmente é aumentado, introduzindo número de voltas, diâmetro do núcleo,
nada pela variação da corrente do primá- mais energia para o primário da bobina. material do núcleo, etc. E é por isso que
rio, induz a tensão no secundário, que pode O tempo de permanência é diminuído as bobinas não podem ser substituídas a
ser descrita conforme a Equação 3. quando a energia de ignição é suficiente esmo por outra de configuração diferente
para fazer a combustão da mistura, essa a projetada nos veículos onde o ECU tem
redução irá reduzir o esforço da bobina ajustes fixados e inacessíveis – como os
3)
para criar a energia, reduzindo também que equipam alguns carros originais.
o desgaste da vela de ignição, por conse-
guinte, aumentada a vida útil da vela de Exemplo
ignição, fazendo também que haja menor
aquecimento da bobina. Se a alta energia 1) Pedaço longo de fio de cobre
Na qual: e longas durações no tempo da ignição
• 13V é aplicado e tempo de subi-
são vantagens consideráveis uma vez
Usec = Tensão do secundário (V) da registrado
que proporcionam uma melhor ignição de
Lsec = Indutância do secundário (H)
misturas estequiométricas “pobres” entre
Csec = Capacitância do secundário (F)
ar / combustível ou não-homogêneas, por
Isec_i = Corrente inicial do secundário (A)
outro lado em altas rotações, com altas
ω = Frequência angular (rad/s) pressões de cilindro com misturas “gor-
Amperes
das”, principalmente, precisamos de maior
A frequência angular pode ser descrita energia possível na vela em e uma bobina
segundo a Equação 4. capaz de atingir sua eficiência máxima em
curto espaço de tempo de carregamento
4) do primário, e as vezes uma configuração
errônea na escolha do equipamento e tam-
bém no tempo de carregamento da bobina, Milisegundos
pode fazer com que não haja tempo hábil
para que a mesma alcance sua totalidade
2) O mesmo pedaço de fio enro-
em produzir o máximo para o primário. lado em uma bobina sem nenhum
Na qual: Para ficar mais claro, para produzir maior núcleo sólido (oco, apenas ar dentro
Lsec = Indutância do secundário (H) energia de queima do combustível você do invólucro)
Csec = Capacitância do secundário (F) precisa introduzir maior tempo de carga
no primário – tempo de “Dweel” – mas para
que a energia alcance o ponto máximo
será preciso um determinado tempo de
Dwell Time (tempo de carga) aplicação dessa carga no primário. Em alta
rotação pode não haver tempo suficiente Amperes
para que aconteça o carregamento total
“Dweel” é o que determina o início do
no primário, fazendo com que a eficiência
processo de ignição em relação a formação
da bobina seja reduzida, prejudicando a
da centelha na bobina. Isso é feito utilizan-
queima do combustível. Tempo de carga
do um transistor ou outro dispositivo de
diminuto ou excessivo poderá prejudicar o
chaveamento eletrônico, como um platina- Milisegundos
rendimento da bobina, fazendo-a aquecer
do, transistor MOSFET ou IGBT, que quando
ou não criar energia suficiente, em ambos
acionado permite o carregamento do 3) O mesmo pedaço de fio en-
os casos reduzindo seu poder de ignição.
primário na bobina, que então armazena a rolado numa bobina equipada com
energia durante o “tempo de energização”, núcleo de ferro
e após o tempo determinado o transistor Para que você entenda me-
irá fazer o desligamento. Isso significa lhor
que uma pequena redução ou aumento na Se você tiver um fio longo e reto e co-
Amperes
corrente fará uma enorme diferença na nectá-lo a uma bateria, um extremo estará
energia produzida. As bobinas podem ser na bateria e outro extremo mais distante.
divididas em duas classes específicas, as A corrente estará fluindo e alcançará seu
que possuem módulo processador interno nível máximo quase instantaneamente
(drivers) e as que não possuem. Algumas no extremo mais distante no momento
bobinas equipadas com modulo de contro- de contato. O nível que será alcançado
le interno são pré-ajustadas em relação depende da resistência dos fios - Medido Milisegundos
ao tempo de carga impondo alguns limites, em ohm ‘Ω’ com um multímetro. Quando o
dependendo do modelo são passíveis de mesmo fio é enrolado em uma bobina ele Observe que houve uma demora” - em
controle de tempo pelo ECU ou módulo de obtém uma propriedade chamada indutân- tempo (mS) - para chegar a um determina-
ignição externo. Já as bobinas livres que cia - Que não é mensurável diretamente do nível de corrente - como os 5 Ampe-
não possuem modulo de controle de tem- com um multímetro comum, a não ser que
res em cada um dos traços acima. Agora
po (Dweel) incorporado, permitem o ajuste ele tenha capacidade para medir em Henry
imagine se tivéssemos que ligá-lo pelo
mais amplo, seja diretamente pelo ECU ou ‘H’ ou a menor unidade de milli Henry ‘mH’.
outro módulo de ignição capaz. tempo certo para atingir o nível de carga
A propriedade da indutância afeta a taxa
desejado.
Em alguns módulos de ignição progra- de fluxo da corrente aplicada na bobina
máveis ou sistemas ajustáveis de ignição influindo diretamente no potencial acumu- Você pode ver como diferentes bobinas
o Dweel pode ser aumentado ou diminuído lativo da mesma, que também irá influir teriam requisitos de permanência muito
para diferentes aplicações de motores e no pico de saída da corrente, pois também diferentes! A indutância da bobina tem um
configurações das bobinas de ignição. Se é limitado pela resistência dos fios. A
efeito muito grande e as configurações de
maior duração da centelha é necessário, o indutância depende de muitos fatores no
controle na intercalação devem ser medi-
tempo de carregamento da bobina “Dweel” projeto da bobina, como diâmetro, altura,
das por testes específicos a cada uma.
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Os módulos de ignição “comuns” que Alicate amperímetro - (DC) 0-10
O módulo desliga a
equipam os carros originais, tais como as
Dwell não pode exceder
esse tempo bobina, ocorre a sentelha ampères
unidades BIM 137 {008}, BIM 024 {021} da
ON
Bosch e Fords TFI, possuem um sofisti-
cado controle de ciclo de permanência. E
OFF
realmente monitoram a corrente da bobina
Sinal da ECU para o Módulo, muito curto
e ajustam o tempo de espera para garan-
tir que o nível alvo seja sempre alcança- Dwell não pode exceder
esse tempo
do para limitar a corrente. Eles também ECU ou módulo de ignição para acionar o módulo da bobina ou ECU e
permitir o monitoramento da corrente da
limitam o tempo de permanência máximo, que permita o ajuste) bobina.
de modo que não acionem cedo demais e
não deixem tempo de ignição maior que
o projetado, mesmo que a situação do Quando o ECU – gerenciador de injeção
motor exija, como por exemplo um motor e ignição - ou módulo de ignição progra-
mável possui características capazes de
preparado. São peças com funcionamento
gerenciar o tempo de carregamento da
pré-determinado para atender um projeto
bobina (Dwell time), a configuração deve
específico.
ser precisa e consciente para não causar
danos aos componentes. Saiba que em ter-
mos de “Dweel”, o controle de voltagem do Na bancada de teste
Observação: Muitos não percebem sistema elétrico do veículo é de extrema
que módulos “originais” de ignição, ou importância, pois variações de voltagem
até mesmo as bobinas que possuem dri- alteram por completo qualquer programa-
vers (módulos) incorporados possuem ção e rendimento da bobina.
proteção interna que limita a corren-
te máxima da bobina. O nível exato é Testando os requisitos de uma
descoberto com equipamentos espe-
bobina
cíficos, mas na maioria dos casos será
percebido diretamente pela temperatura Existem duas formas para fazer uma
da bobina, isto é, se perceber que sua análise da bobina de ignição em relação
bobina está esquentando demais, isso ao “dweel”, a primeira em uma bancada de
indica algum problema. Geralmente os testes utilizando ferramentas especiais
módulos de ignição originais trabalham que na maioria dos casos são inacessíveis
enviando entre 7-9 amperes no seu a grande maioria dos entusiastas, ou fa- No sistema da figura acima, o oscilos-
ponto máximo. zendo testes diretamente no veículo com cópio tem a função de adquirir as formas
ferramental mais simples, e que poderão de onda provenientes das pontas de prova
fornecer bons dados para a escolha. Inde- e executar as medições necessárias para
pendentemente da bancada de testes, a avaliar o produto. A ponta de prova de alta
conclusão sempre será feita com o teste tensão mede o nível de alta tensão oferta-
do motor, seja no veículo em local apro- do na saída da bobina e o alicate amperí-
priado ou no dinamômetro. metro mede o nível de corrente aplicado
no enrolamento primário. O gerador de
Ferramentas necessárias: funções tem a finalidade de prover o sinal
necessário para o acionamento do driver
Osciloscópio – Praticamente qualquer da bobina de ignição. Através do gerador
modelo poderá analisar, mas é essencial é possível controlar a corrente elétrica do
ALERTA que possa congelar a imagem para isso. primário, variando-se o dwell time do pulso
NUNCA substitua a bobina por outro aplicado na entrada do IGBT (Gate). A fonte
tipo em um sistema de ignição “de de alimentação é responsável por fornecer
fábrica” sem antes saber se as es- a energia que o sistema demanda para
pecificações são perfeitas para isso. pleno funcionamento, é primordial que a
O módulo de controle da injeção e alimentação seja feita de forma adequa-
ignição “ECU” não foi projetado para da para que não ocorra interferência nas
operar com outro tipo de equipa- medições devido à limitação de energia
mento a não ser a bobina original pelo equipamento. O driver da bobina de
determinada no projeto, isso pode ignição é responsável por receber um
prejudicar tanto a bobina quando pulso de entrada e então chavear o sinal
o ECU. O Ideal é conhecer as carac- de potência em seus terminais de saída,
terísticas técnicas da bobina original isso permite o carregamento do circuito
e procurar no mercado um equipa- primário da bobina e posterior conversão
mento superior com as mesmas de energia. Para exemplificar como é feita
características. a conexão entre driver, bobina e carga, veja
a Figura a seguir
primário. Para medições desse tipo, utiliza- Seja muito cuidadoso testando e só
se um amplificador juntamente com uma pulse a bobina muito brevemente, pois
ponta de prova, para que seja possível alguns modelos não são equipados com
executar a medição com a resolução ade- qualquer tipo de proteção, e poderá causar
quada, ou seja, como a corrente da faísca a queima do circuito interno. Fique sempre
é muito pequena, é necessário um siste- atento a temperatura da bobina.
ma de medição avançado para adquirir
adequadamente o sinal desejado, assim, é
possível medições com níveis de até 1mA.
Corrente desejada
na bobina
Voltagem da fonte
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Obtendo dados no veículo sistema sequencial de bobinas individuais. A fórmula
Outra consideração térmica é, por exemplo,
A dificuldade em fazer o teste no veícu- o local de montagem; isso pode aumen-
lo é poder isolar a fonte de alimentação da tar a temperatura dos componentes. Por
bobina para que ela possa variar de uma
isso bobinas do tipo “lápis” operam muito
fonte externa. Se você pode conseguir
quentes, as do tipo Top operam mais frias.
isso, mãos a obra. O trabalho é muito mais
Colocar na balança distância e temperatura Na qual:
fácil com ECUs que incorporam em seu sis-
é primordial para o controle da eficiência
tema o auto teste, aplicando frequências
térmica da bobina – Veja em modelos. A Tempo de espera = tempo para atingir
nas bobinas por um determinado tempo.
temperatura aumentará a resistência da seu alvo atual em ms
bobina e da fiação a uma proporção de Tempo mínimo de queima = tempo mí-
Confirmando a aplicação no
‘0,339% por grau centígrado. Se a bobina nimo sugerido para que a centelha ocorra
veículo
tem eficiência máxima operando com 80 é de 0,6 ms
Uma vez que o mapa depende da graus, um aumento de 15 graus centígra-
tensão básica, variações terão influência dos significaria uma resistência maior de
direta na eficiência da bobina. 5%, e isso afeta o rendimento. Contagem de faísca
Por exemplo:
4cil. motor de 4tempos, velocidade
3000 rpm
Tensão real de alimentação da bobina medida
em um veículo. Seja cauteloso quanto existir uma
mudança repentina no tempo de subi-
Note que no pico da corrente da bobina a ten- da das bobinas como demonstrado na
são caiu cerca de um volt (ignore o pico vertical da imagem. A bobina pode ter atingido a
interferência da ignição). saturação magnética e pode causar um
rápido aumento nas perdas de corrente e
potência.
Selecionando a bobina.
RPM máximo
A única maneira de garantir um serviço
confiável é ajustar a corrente primária da Quando o tempo de permanência na energização é conhecido para atingir um determi-
bobina para as mesmas especificações de nado nível de corrente, podemos calcular quantas rotações podem ser alcançadas antes
fábrica, isto é, especificações recomen- que a corrente da bobina seja reduzida devido à falta de tempo no carregamento. A tabela
dadas pelo fabricante ou dos veículos em abaixo é baseada nos números anteriores.
que os componentes são utilizados. Os
ganhos podem ser obtidos aumentando
ligeiramente a corrente da bobina, mas
saber se a bobina irá suportar uma carga
superior por muito tempo, somente as
experiências e testes em cada componen-
te poderá determinar. Os fabricantes – na
grande maioria – deixam uma boa margem
de segurança, pois seus produtos devem
durar anos em utilizações normais, mas
nunca abuse, sempre verifique a tempe- CENTELHA PERDIDA Bobina de dupla faísca
ratura da bobina. Nós testamos alguns
sistemas do tipo COP que funcionam de Armazena energia elétrica. A capacidade de armazenamento de cargas elétricas é cha-
forma confiável com até 12 Amperes (Bobi- mada de capacitância e sua unidade é o farad (F). Ele é formado por duas placas paralelas
nas Toyota). Lembre-se de que um projeto separadas por um material isolante, chamado dielétrico.
utilizando uma bobina por cilindro é mais
vantajoso do que uma bobina utilizada
para sistemas que utilizam o distribuidor,
devido a quantidade de disparos que ela
receberá durante a intercalação de acordo
com a ordem de explosão e ou sistema de
centelhamento. Os sistemas que utilizam
distribuidores são mais susceptíveis a fa-
lhas, pois pode não haver tempo suficiente
para o resfriamento e carregamento do
primário da bobina, afinal uma bobina irá
alimentar o distribuidor durante os ciclos
de cada cilindro de forma constante, não
apenas de 1 cilindro em sua ordem de
ignição no seu ciclo que queima como no
Monitoramento do driver BIM Y. Se neste “caminho” houverem altera- criar a centelha na vela. A quantidade de
024 com uma onda quadrada ções na voltagem de entrada, ou carre- tensão remanescente deverá sustentar a
gamento inapropriado (dweel) para uma centelha (em relação às condições dentro
determinada rotação ou especificação da da câmara de combustão), isso é muito
própria bobina, jamais a bobina alcançará
importante para motores preparados que
o rendimento máximo de pico, tornan-
utilizam combustíveis de difícil queima em
do-a ineficiente para algumas utilizações.
proporções estequiométricas “gordas” e/
Na maioria dos casos em preparação de
motores não será necessário obter energia ou atingem altos índices de rotações. Os
maior do que 45.000 volts de média den- fatores que têm efeito direto na duração
tro do tempo determinado. Essa voltagem do tempo da centelha nas velas incluem:
é suficiente para formar o arco voltaico, • Saída da bobina (energia)
iniciando a queima de combustíveis, da ga-
• Resistência do circuito secundário
solina ao nitrometano praticamente puro
em motores de até 11.000 cavalos como • Estequiometria
nos TOP FUEL. E é neste momento que • Curtos-circuitos secundários que
você precisa balancear entre a voltagem, fazem com que a energia da faísca
amperagem, tempo de carga e duração
seja desviada para outro lugar
da centelha fazendo o ajuste correto do
“Dweel”. • Baixa corrente no circuito primário
O módulo é conectado a uma bobina
HEC 715, acionada por um gerador de sinal
com uma frequência equivalente a um Duração da centelha Nota 1: Um efeito claro de uma
motor de 4 cilindros a 1000 RPM ou de 8 má configuração, escolha de com-
É o tempo de permanência da centelha ponentes errados para a aplicação
cilindros a 500 rpm. Neste exemplo, para
ocorrendo entre o polo central e externo é quando o motor apresenta falha
ilustrar o problema, variamos o tempo de em alta rotação, ou com a entrada
pulso (pausa). da vela de ignição, é expressa em (ms) mi-
do turbo a mistura se torna mais
lissegundos, isto é, 1 segundo = 1000 ms. É “gorda”. Normalmente o prepara-
Vermelho é o sinal do transistor do o período que compreende o pico da volta- dor diminui o espaçamento entre
gerador os eletrodos das velas “Gap”
gem até o fluxo de corrente não conseguir
(fechando-as), como por exemplo;
Azul é a corrente da bobina sustentar a centelha. O tempo de disparo
se tem um espaço de 0.80 mm no
da vela normalmente é entre 1,5 mS e 2 “Gap” apresentando falhas, reduz
Observe que o fluxo de corrente da
bobina não coincide quando o sinal do mS, é o tempo real em que a centelha está para 0.30 mm e o motor melhora o
se movendo pelo espaço da folga entre os rendimento, eliminando ou dimin-
inversor é alto; se usássemos um transis-
uindo a falha naquela determinada
tor de driver normal! (Observe também os eletrodos da vela. Qualquer valor abaixo de
circunstância. É um indicador claro
tempos de parada da bobina desiguais) 0,8 mS geralmente significa que ocorreu de que falta potência na queima
uma falha de ignição. Ele é afetado pela do combustível, que pode ter sido
No traço inferior, com a mesma frequ-
resistência do circuito assim como a poder causado devido ao erro na combi-
ência, mas um pulso mais longo aplicado, o nação dos componentes, ou uma
dispositivo se comporta exatamente como da voltagem.
má configuração do “Dweel” no
esperado. Muitas outras características Todos estes parâmetros são mostra- sistema. Não se esqueça que as
estranhas aparecem em diferentes con- bobinas que possuem o módulo
dos na figura abaixo.
figurações. RPM geralmente mais baixo e de ignição integrado são projeta-
configurações de interrupção mais curtas das para atender – na maioria
das vezes – aplicações originais
tornam isso ainda pior.
(como o caso da bobina do Gol MI).
E mesmo quando optar por uma
mesma bobina como a que equipa
Aviso: Qualquer modificação - é o Gol MI sem o módulo de ignição
inteiramente por sua conta e risco. integrado (driver), em algumas
Esteja ciente de que os fabricantes aplicações ela não terá potência
suficiente para manter o tempo
de equipamentos automotivos não de ignição eficiente na vela, ou
darão garantia se seus compo- não suportará uma configuração
nentes forem usados na aplicação mais longa de carga no primário
incorreta e não especificada. – geralmente algo muito próximo
a 3,5ms neste modelo especifica-
mente. Motores que operam em
faixas de rotações menores e/ou
Pico da voltagem de saída possuem grande cilindrada girando
pouco (6000rpm), não necessitam
de correntes altíssimas, mas uma
É a capacidade de máxima voltagem
maior duração da centelha para
que a bobina de ignição é capaz de pro- uma queima mais eficiente. Já mo-
duzir já carregada. A voltagem total da tores que trabalham em índices el-
bobina deve ser levada em conta fazendo o evados de rotações, combustíveis
cruzamento das informações entre tempo de queima mais lenta, precisam de
de carga e tempo de permanência, pois maior energia em curto espaço de
para atingir a voltagem máxima é necessá- tempo. Quanto maior a dificuldade
de queima, maior deverá ser a
rio um determinado tempo de carga para
energia nas velas, e para que isso
que ela seja disparada e mantida por um aconteça, o tempo de carregamen-
O tempo da centelha é diretamente
determinado tempo. Para que a bobina to pode ser explorado. Outro ponto
atinja o pico máximo, ela deve receber a afetado pela quantidade de tensão dispo- importante é que aumentar o “Gap”
voltagem determinada pelo fabricante, isto nível no secundário da bobina. A quantida- das velas faz com que a bobina se
é, se receber X por Y tempo ela entregará de de tensão é necessária para superar a esforce para vencer o espaço.
X, se receber Y por X tempo irá entregar resistência do circuito secundário e assim
38
a alta voltagem de saída diretamente na Veja abaixo um teste comparativo
Nota: Alguns fabricantes como a tampa do distribuidor – geralmente no plug entre uma bobina como do tipo “comum”
MSD trazem informações impor- central, passa pelo rotor que irá distribuir cilíndrica (Mallory PN 29216) e uma do tipo
tantes sobre seus produtos, que aos terminais correspondentes de acordo E-Core (Mallory Promaster PN 30440)
facilitar na escolha; indutância,
x
com o sentido de rotação, seguindo a
tensão máxima, pico de corrente, ordem de explosão do motor. Apesar da Bobina Convencional Promaster E Coil
resistência secundária, duração concepção antiga, as bobinas cilíndricas
Resistência Primária 0,7 ohms 0,5 ohms
da faísca, proporção (razão) no ainda são utilizadas em larga escala, e
Resistência Secundária 8,9 k ohms 8,9 k ohms
número de voltas entre o enrola- alguns fabricantes fornecem o produto Tensão Máxima 51.000 volts 51.000 volts
mento primário e secundário, tipo com especificações especiais produzin- Indutância 6,6 mH 3,56 mH
de utilização e peso. do rendimentos superiores aos modelos Enrolamentos 99: 1 99: 1
Indutância “normais”, inclusive com características de Corrente de pico 190 mA 260 mA
0,250 mH baixa resistência primaria e voltagens aci- Duração da faísca 400 uS 250 us
Tensão máxima
ma de 40.000 volts, atendendo sistemas
45.000 volts
Pico de corrente indutivos e capacitivos.
2 amperes Nota: SAE J973 usando um HYFIRE 685
para ambos os conjuntos de bobinas.
Resistência primária
0,016 OHMs Bobinas E-core
Tipo de Produto
Bobina
Resistência secundária
30 OHMS Sistemas Múltiplos
Duração da faísca
150 us
Centelha Perdida
Proporção entre enrolamentos
70: 1 Os sistemas múltiplos foram proje-
Tipo tados para atender uma determinada
Corrida de Drag / Longa Duração
demanda de projeto utilizando sistemas de
Peso
£ 3,75 centelha perdida, por exemplo; cada bobina
Número da peça é conectada em série com suas duas saí-
82613 das para as velas de ignição. À medida que
a bobina dispara, a corrente secundária
Além das especificações de volt- Para realizar uma combinação de alta cria uma centelha de alta voltagem através
agem de saída, as bobinas podem tensão e corrente a bobina do tipo E-Core de ambos os plugues. A bobina dispara
ser construídas em diversos possui o circuito magnético aprimorado em para cada par de cilindros que estão próxi-
formatos e tipos para atender comparação com os modelos “convencio- mos ao PMS ao mesmo tempo, sendo que
projetos específicos, inclusive com nais”. É um projeto eficiente que mais se um cilindro está no PMS no curso de com-
ou sem ignitores, e/ou específicas assemelha aos enrolamentos de um trans- pressão, enquanto o outro cilindro está no
para ignições do tipo indutivo ou formador. O caminho magnético da bobina PMS no curso de exaustão. A centelha no
capacitivos. E dentro dessa com- é uma barra magnética acondicionada em cilindro do curso de compressão inflama
plexa gama, ainda temos o design um pequeno espaço de ar que diminui as a mistura ar-combustível para produzir
e características de projeto, como chances de falhas na indutância. Bobinas energia. A centelha do curso de exaustão é
das bobinas cilíndricas de con- do tipo E-core são mais eficientes por “perdida”, daí o nome “centelha perdida”.
cepção mais antiga, sistemas du- diminuir as perdas que ocorrem durante a
plos, quádruplos - “conjuntos que transferência de eletricidade, além disso,
operam em centelha perdida”, e os não são preenchidas com óleo como os
tipos individuais como os modelos sistemas do tipo “convencional”, elas estão
“Pencil coil” e “Top coil”. acondicionadas invólucro plástico.
BOBINAS MAGNETO
TOP FUEL
40
- Utilizando o osciloscópio - - Tensão de disparo, também conheci- “HT”, siga as instruções específicas para
da como tensão de ruptura, em média o seu osciloscópio e verifique a informa-
4-18 kV; ção do fabricante, pois os resultados de
projeto são bastante variados de marca
- Tensão da centelha - 1-4 kV; para marca.
não poderá determinar o valor exato da cha lenta. Alta resistência secundária X
42
- Em desaceleração o tempo de quei- Teste de resistência secundária Lei de Faraday da Indução
ma diminui porque não há combustível Eletromagnética
suficiente para queimar. Os tempos
mínimos e máximos são tão impor-
tantes quanto a duração “normal” da Eind = r . i
centelha.
ΔΦ
Em = -
Nota: Um método comumente Δt
utilizado para simular condições
de aceleração e desaceleração é o Onde: Eind é a Força Eletromotriz Indu-
chamado de teste de aceleração zida na espira; r é a resistência elétrica; i
instantânea, onde o motor está é a corrente elétrica; Em é a força eletro-
estabilizado em marcha lenta e o motriz média, ΔΦ é a variação do fluxo
usuário aciona o pedal do aceler- observada no intervalo de tempo Δ t
ador de forma repentina, brusca, Resistência nominal do circuito secundário a
20°C = 7,33KΩ ± 0.5.
até o final do curso e remove
Glossário – Joule
imediatamente, como se estivesse
testando a injeção rápida até o fim O joule é equivalente a um coulomb
de curso. O ideal é que se o sistema volt (C·V), ou o trabalho necessário para
O funcionamento da bobina de ignição
de injeção estiver perfeitamente se mover a carga elétrica de um coulomb
baseia-se na lei da indução de Faraday
ajustado para que ocorra o envio através de uma diferença de potencial
- a força eletromotriz induzida é igual
correto da quantidade de combus- de um volt. Pode ainda ser definido como
ao negativo da taxa de variação do fluxo
tível necessária em toda a faixa do o trabalho produzido com a potência de
magnético no tempo.
TPS/MAP - não “sobrando” com- um watt durante um segundo; ou um watt
bustível e a bobina perfeitamente segundo (compare quilowatt-hora), com
calibrada - poderá queimar desde Sempre que ocorrer uma variação do W·s. Assim, um quilowatt-hora correspon-
de a estabilização da marcha lenta, fluxo magnético através de um circuito, de a 3.600.000 joules ou 4 megajoules. O
ao pico máximo de energização. aparecerá, neste circuito, uma FEM induzi- milijoule (mJ) é igual a 1 milésimo (10-3) de
Por isso é interessante deixar o da. O valor desta FEM é dada por: um joule.
maior tempo possível de ignição
durante a aceleração, pois a maior
quantidade de combustível injeta-
da precisará de maior tempo de
“vela” acesa. Na desaceleração é
o contrário, pois haverá o corte de
combustível aumentando o nível de
oxigênio, encurtando o tempo de
vela “acesa” terá melhor resposta.