Você está na página 1de 31

Boletim do Trabalho e Emprego, n.

º 45, 8/12/2019

Contrato coletivo entre a Associação Nacional de atualização apurada face à evolução da retribuição mínima
Transportadores Públicos Rodoviários de Merca- mensal garantida.
dorias - ANTRAM e outra e a Federação dos Sindi- 6- As demais cláusulas de expressão pecuniária, incluin-
catos de Transportes e Comunicações - FECTRANS do-se nestas últimas o valor das refeições, serão objecto de
revisão anual a acordar pelas partes.
e outros - Revisão global
Cláusula 3.ª

(Forma e tempo de revisão)


CAPÍTULO I
1- A denúncia far-se-á, por meio de documento escrito, e
Âmbito, vigência e revisão conterá proposta de revisão, total ou parcial, da convenção.
2- A denúncia só poderá ter lugar nos sessenta dias que
Cláusula 1.ª antecedem o termo do prazo convencionado na cláusula an-
terior.
(Âmbito) 3- As propostas de revisão das matérias indicadas no nú-
1- A presente regulamentação coletiva de trabalho vertical, mero 5 e 6 da cláusula 2.ª do presente contrato coletivo, só
adiante designada CCTV, obriga, por um lado, todas as em- podem ser apresentadas nos 90 dias que antecedem o termo
presas representadas pela Associação Nacional de Transpor- do período de vigência estabelecido no número 3 da cláusula
tadores Públicos Rodoviários de Mercadorias - ANTRAM e 2.ª
pela Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas 4- A contraproposta à proposta de revisão da convenção e
(ANTP), em território nacional ou linhas internacionais, que das matérias de expressão pecuniária deverão ser feitas, por
se dediquem ao transporte rodoviário de mercadorias e, por escrito, até trinta dias após a apresentação da proposta.
outro, os trabalhadores ao seu serviço representados pelas
associações sindicais outorgantes. CAPÍTULO II
2- O CCTV substitui o contrato coletivo de trabalho ver-
tical celebrado entre as aqui outorgantes e publicado no Bo- Admissão e carreira profissional
letim do Trabalho e Emprego, n.º 34, de 15 de setembro de
2018. Cláusula 4.ª
3- O presente CCTV abrangerá cerca de cinco mil empre-
(Condições de admissão)
gadores e cerca de cinquenta mil trabalhadores.
1- Só pode ser admitido a prestar trabalho a pessoa sin-
Cláusula 2.ª gular que tenha completado a idade mínima de admissão,
(Vigência)
possua as habilitações mínimas legais para a função para
qual irá ser contratada e disponha de capacidades físicas e
1- Este CCTV entra em vigor 5 dias após a sua publicação psíquicas adequadas ao posto de trabalho.
no Boletim do Trabalho e Emprego. 2- A idade mínima de admissão para prestar trabalho é de
2- O período de vigência será de 36 meses, sem prejuízo 16 anos.
do disposto no número seguinte. 3- A pessoa singular que tenha completado a idade mínima
3- Quanto à tabela salarial (retribuição base) e às cláusulas de admissão mas que seja menor, pode ser admitido a prestar
de expressão pecuniária (anexo III), o seu período de vigên- trabalho desde que cumpra os requisitos previstos no número
cia será de 12 meses, contados a partir de 1 de janeiro de um da presente cláusula e:
cada ano para o qual foram acordados. a) Tenha concluído a escolaridade obrigatória ou possua
4- Decorrido o prazo de vigência referido no número dois qualificação profissional;
desta cláusula, aplica-se o seguinte regime: b) Não tendo concluído a escolaridade obrigatória nem
a) Não tendo havido denúncia, o CCTV renova-se sucessi- possuindo qualificação profissional,   frequente modalidade
vamente por períodos de um ano; de educação ou formação que confira, consoante o caso, a
b) Havendo denúncia, a convenção mantém-se em regime escolaridade obrigatória ou qualificação profissional, ou am-
de sobrevigência durante o período em que decorra a nego- bas.
ciação, incluindo conciliação, mediação ou arbitragem vo- 4- O disposto na presente cláusula é aplicável aos trabalha-
luntária, ou no mínimo durante 18 meses; dores admitidos após a data da entrada em vigor do presente
c) Decorrido o período referido na alínea anterior, a con- CCTV.
venção mantém-se em vigor durante 60 dias após qualquer
das partes comunicar ao ministério responsável pela área la- Cláusula 5.ª
boral e à outra parte que o processo de negociação terminou
(Definições)
sem acordo, após o que caduca.
5- Os valores previstos na tabela salarial (retribuição/sa- 1- Para efeitos de aplicação deste CCTV considera-se:
lário base) e o valor das diuturnidades (cláusula 46.ª), serão a) Microempresa a que emprega menos de 10 trabalhado-
revistos anualmente nos termos do número três, a partir do res;
dia 1 de janeiro de 2021, no mínimo, de acordo com a taxa de b) Pequena empresa a que emprega de 10 e menos de 50

4622
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

trabalhadores; mais elevada.


c) Média empresa a que emprega de 50 a menos de 250 4- Caso o trabalhador tenha sido contratado para o exer-
trabalhadores; cício de funções que se compreendem no âmbito de uma
d) Grande empresa a que emprega 250 ou mais trabalha- só categoria profissional, tal como descritas no anexo I ao
dores. presente CCTV, e a entidade patronal o tiver encarregado
2- Para efeitos do número anterior, o número de trabalha- unilateralmente, e quando o interesse da empresa o exija,
dores corresponde à média do ano civil antecedente. de serviços não compreendidos no objeto do contrato que
3- No ano de início da atividade, o número de trabalhado- correspondam a uma categoria profissional superior, durante
res a ter em conta para aplicação do regime é o existente no mais de 90 dias consecutivos por ano, deverá ser atribuída ao
dia da ocorrência do facto. mesmo trabalhador esta última categoria profissional.
5- O disposto no número anterior não é aplicável à situa-
Cláusula 6.ª
ção de substituição temporária de trabalhadores.
(Período experimental) 6- As micro e pequenas empresas tal como classificadas
na cláusula 5.ª deste CCTV podem, quando o seu interesse o
1- No contrato de trabalho por tempo indeterminado, o pe-
exigir, encarregar o trabalhador de exercer temporariamen-
ríodo experimental, tem a seguinte duração:
te funções não compreendidas na sua categoria profissional,
a) 240 dias para as categorias profissionais dos grupos I
desde que tal não implique modificação substancial da posi-
e II;
ção do trabalhador.
b) 180 dias para as categorias profissionais dos grupos III
7- Considera-se existir interesse da empresa sempre que,
e IV;
se verifiquem situações anómalas na vida desta, designada-
c) 90 dias, acrescido do período de tempo despendido com
mente em situações de ausências temporárias de trabalha-
a formação inicial ministrada, para os trabalhadores com a
dores.
categoria profissional de motorista de pesados do grupo VI;
8- O trabalhador não adquire a categoria correspondente às
d) 90 dias para as demais categorias profissionais não refe-
funções que exerce temporariamente.
ridas nas alíneas anteriores da presente cláusula.
2- No contrato de trabalho a termo, o período experimental Nota explicativa:
Esta norma não se aplica aos trabalhadores com a categoria profissional
tem a seguinte duração:
de motorista, no que respeita à mudança de função dentro da sua categoria,
a) 30 dias em caso de contrato com duração igual ou supe- exemplo, um motorista de internacional pode fazer serviço ibérico ou na-
rior a seis meses; cional.
b) 15 dias em caso de contrato a termo certo com duração
Cláusula 8.ª
inferior a seis meses ou de contrato a termo incerto cuja du-
ração previsível não ultrapasse aquele limite. (Quadros de pessoal)
3- Tendo o período experimental durado mais de 60 dias,
A empresa obriga-se a organizar, nos termos legais, o
a denúncia do contrato de trabalho por qualquer das partes
quadro do seu pessoal.
depende de aviso prévio de 7 dias.
4- Tendo o período experimental durado mais de 120 dias, Cláusula 9.ª
a denúncia do contrato de trabalho por qualquer das partes
depende de aviso prévio de 15 dias. (Quotização)
5- Findo o período experimental, a admissão torna-se efe- 1- Caso o trabalhador apresente declaração de acordo com
tiva, considerando-se a antiguidade do trabalhador a partir da a lei, a empresa enviará, até ao dia 10 de cada mês, às respeti-
data de início do período experimental. vas associações sindicais os mapas de quotização, fornecidos
gratuitamente por estas, acompanhados da quantia destinada
Cláusula 7.ª
ao pagamento das quotas.
(Categorias profissionais) 2- Os mapas obtidos por meios informáticos poderão subs-
tituir os mapas das respetivas associações sindicais desde
1- Os trabalhadores abrangidos por este CCTV serão clas-
que contenham os elementos necessários.
sificados de harmonia com as suas funções, em conformida-
de com as categorias profissionais contantes do anexo I. Para Cláusula 10.ª
os trabalhadores já admitidos na data da entrada em vigor do
presente CCTV proceder-se-á, caso seja esse o caso, à rede- (Regulamentação do quadro - Densidades)
nominação da categoria profissional tendo em conta a tabela 1- No caso das grandes empresas, as densidades mínimas
de equivalências entre categorias profissionais constantes do para cada uma das categorias de oficiais metalúrgicos, eletri-
mesmo anexo. cistas, escriturários e equivalentes são:
2- É vedado à empresa atribuir aos trabalhadores categorias
Número de profissionais
diferentes das previstas neste CCTV, salvo se daí resultar
beneficio para o trabalhador. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3- Sempre que perante, a dispersão regular das funções de 1.º - 1 1 2 2 3 3 4 4 5
um profissional existam dúvidas sobre a categoria a atribuir- 2.º 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5
-lhe, optar-se-á por aquela a que corresponda retribuição

4623
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

1.1- Se existir apenas um oficial metalúrgico, eletricista, CAPÍTULO III


escriturário ou equivalente, este terá de ser classificado como
de 1.ª Dos direitos e deveres das partes
1.2- Existindo mais do que dez oficiais metalúrgicos, ele-
tricistas, escriturários ou equivalentes, a respetiva classifi- Cláusula 12.ª
cação manterá as proporções estabelecidas no quadro supra.
1.3- Nos estabelecimentos com cinco ou mais oficiais me- (Deveres da empresa)
talúrgicos ou onde não haja encarregado, tem de haver, pelo 1- São deveres da empresa:
menos, um classificado como chefe de equipa. a) Cumprir rigorosamente as disposições do presente
1.4- Os estabelecimentos que tiverem ao seu serviço mais CCTV, bem como prestar às associações sindicais outorgan-
de sete oficiais metalúrgicos têm de classificar um como en- tes ou nelas filiadas todas as informações e esclarecimentos
carregado. que estas solicitem quanto ao seu cumprimento;
1.5- Não haverá mais de 50 % de aprendizes em relação ao b) Passar certificados de comportamento e competência
número total de trabalhadores de cada profissão para a qual profissional aos seus trabalhadores, quando por estes soli-
se prevê aprendizagem. citados;
2- Para os trabalhadores praticantes de despachante e aju- c) Nos termos e dentro das linhas legais, facilitar a missão
dantes de lubrificador, o seu número não poderá exceder um dos trabalhadores que façam parte das comissões de traba-
terço dos respetivos profissionais. lhadores, sindicais ou intersindicais e prestar-lhes todos os
2.1- Poderá sempre haver um praticante, desde que exista esclarecimentos por estes solicitados;
um profissional. d) Exigir a cada trabalhador apenas o trabalho compatível
3- Para os trabalhadores eletricistas serão obrigatoriamen- com a respetiva categoria;
te observadas as seguintes densidades: e) Não deslocar qualquer trabalhador para serviços que
3.1- O número de aprendizes não pode ser superior ao total não sejam exclusivamente os da sua profissão ou não este-
do número de oficiais e pré-oficiais. jam de acordo com a sua classe hierárquica, salvo os casos
3.2- O número de pré-oficiais e ajudantes no seu conjunto previstos na lei e no presente CCTV;
não pode exceder o total do número de oficiais. f) Proporcionar boas condições de trabalho, tanto do pon-
3.3- Nos estabelecimentos com cinco ou mais oficiais, to de vista físico como moral;
onde não haja encarregado, tem de haver, pelo menos, um g) Segurar todos os trabalhadores de acordo com a retri-
classificado como chefe de equipa. buição auferida. O seguro abrange o trabalhador durante o
3.4- Os estabelecimentos que tiverem ao seu serviço mais período de trabalho e nas deslocações de ida e regresso do
de sete oficiais tem de classificar um como encarregado. trabalho;
4- Para os trabalhadores de escritório é obrigatória a exis- h) Proporcionar nos termos da lei aos trabalhadores a ne-
tência de: cessária formação, atualização e aperfeiçoamento profissio-
4.1- Um profissional classificado de chefe de secção por nal e facilitar horários aos trabalhadores-estudantes, de acor-
cada secção diferenciada que tenha um mínimo de cinco tra- do com o regime legal em vigor;
balhadores, dentro de cada departamento, divisão ou serviço. i) Dispensar os trabalhadores pelo tempo necessário ao
4.2- Um profissional classificado de chefe de serviço, de- serviço das funções sindicais e funções em organismos do
partamento ou de divisão, por cada dois profissionais clas- Estado, Previdência ou outros a ela inerentes, nos termos
sificados de chefe de secção, no mesmo setor de serviços, previstos no Código do Trabalho aprovado pela Lei n.º
departamento ou de divisão. 7/2009, de 12 de fevereiro;
4.3- O número de estagiários não pode exceder em 50 % j) Facilitar todo o tempo necessário aos trabalhadores que
de escriturários, podendo sempre haver um estagiário desde desempenhem serviço como bombeiros voluntários, em caso
que haja um escriturário. de emergência, nos termos previstos no Código do Trabalho
4.4- O cômputo dos escriturários será feito em separado aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro;
em relação aos escritórios centrais e cada filial, no caso de k) Facultar ao trabalhador, quando ele o solicite, por es-
haver separações geográficas dos locais de trabalho. crito, a consulta do seu processo individual, no qual devem
constar, para além de outros elementos, a categoria profis-
Cláusula 11.ª
sional e acessos, salários auferidos, faltas dadas ao trabalho
(Acesso) e sua natureza, épocas de férias gozadas, castigos aplicados
e louvores atribuídos;
1- Constitui acesso a passagem de um trabalhador à classe
l) Garantir aos trabalhadores de horário móvel transporte
superior ou mudança para outras funções a que corresponda
de e para o local de trabalho, sempre que o serviço se inicie
uma hierarquia e retribuição mais elevadas.
ou termine fora dos horários normais dos transportes públi-
2- O período de permanência em cada categoria ou classe
cos, salvo os casos em que os trabalhadores estejam na situa-
profissional, e as condições de acesso à categoria ou classe
ção de deslocados, nos termos do presente CCTV;
profissional subsequente, constam do anexo II.
m) Garantir aos trabalhadores de horário fixo, que por

4624
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

motivos imperiosos de serviço sejam forçados a iniciar ou fissional de motorista, recai um especial dever de respeitar
terminar o serviço fora do seu horário de trabalho normal, as ordens, instruções de trabalho do empregador e legislação
meios de transporte de e para o local de trabalho, sempre que relativa a matérias sobre:
o serviço se inicie ou termine fora dos horários normais dos a) Tempos de condução, pausas, descanso e utilização dos
transportes públicos, salvo os casos em que os trabalhadores aparelhos de tacógrafo e respetivos registos;
estejam deslocados, nos termos do presente CCTV; b) Documentação, manuseamento nos casos previstos nes-
n) Assinar, logo que possível, os resumos semanais dos te CCTV, controlo, análise, acondicionamento, amarração e
livretes de horário de trabalho, sob pena de se presumir efe- proteção das mercadorias carregadas, desde o seu carrega-
tuado o trabalho extraordinário nele registado; mento até à sua entrega ao destinatário, tal como descrito
o) Adquirir o livrete de trabalho referido na Portaria n.º na respetiva categoria profissional, prevista no anexo I deste
983/2008, de 27 de setembro podendo, na sua falta, o traba- CCTV;
lhador adquirir o mesmo no sindicato onde está filiado; c) Manutenção e documentação de viaturas;
p) Proporcionar aos trabalhadores, nas instalações da em- d) Condução económica e defensiva;
presa e desde que estas não coincidam com a residência da e) Pontualidade, trajetos, utilização de vias de circulação e
entidade patronal, local apropriado para tomarem as suas re- áreas de repouso, aquisição de gasóleo, incluindo custódia de
feições, desde que não exista refeitório. cartões de abastecimento.
2- As empresas devem fornecer aos trabalhadores desloca- 3- Para efeitos do previsto na presente cláusula entende-se
dos em serviço no estrangeiro os seguintes elementos: por:
–– Direções das empresas a contactar; a) Manutenção: conjunto de ações que ajudam no correto
–– Pontos de carga e descarga. funcionamento e utilização das viaturas, conservando-as em
bom estado;
Cláusula 13.ª
b) Custódia dos cartões: responsabilidade pela guarda em
(Deveres dos trabalhadores) segurança de cartões e respetivos códigos, impedindo o aces-
so aos mesmos de pessoas não autorizadas, salvo motivo de
1- São deveres dos trabalhadores:
força maior;
a) Cumprir as cláusulas do presente CCTV, das normas
c) Condução económica: a prática de uma condução que
que o regem e dos regulamentos internos ou ordens de ser-
vise a deslocação do veículo com recurso à menor quanti-
viço que não sejam contrários às disposições do presente
dade de energia, com o menor desgaste mecânico e com o
CCTV e aos seus direitos e garantias;
menor impacto ambiental possível. São indicadores de tal
b) Comparecer ao serviço com pontualidade e assiduidade;
condução, a média de consumo da viatura e nível de desgas-
c) Cumprir com zelo e diligência o trabalho que lhe esteja
te dos equipamentos da sua cadeia cinemática, comparada
confiado, dentro do exercício da sua atividade profissional,
com outras da mesma marca e modelo, devendo ser tomada
de acordo com o presente CCTV;
em consideração a tipologia do percurso/carga transportada
d) Acompanhar com interesse a aprendizagem dos que in-
e indicadores objetivos de condução, tais como, o número
gressam na profissão;
de travagens, o número de acelerações, percentagem de tem-
e) Informar com verdade, isenção e espírito de justiça a
po de circulação com motor no regime de rotação adequado
respeito dos seus subordinados;
(zona verde) e o tempo de ralenti.
f) Velar pela conservação e pela boa utilização dos bens
4- Atenta a relevância das matérias referidas no número
relacionados com o seu trabalho que lhes forem confiados
anterior, o potencial de lesão que pode advir do incumpri-
pela empresa, bem como a documentação com eles relacio-
mento das ordens e instruções emanadas nesse âmbito e o
nada;
facto de sobre os motoristas recair um especial dever de
g) Prestar pontualmente contas das importâncias de cuja
responsabilidade fruto da liberdade que possuem na confor-
cobrança forem incumbidos ou que estejam confiadas à sua
mação da sua prestação laboral, são consideradas particular-
guarda;
mente graves, no quadro de gestão das empresas, a violação
h) Participar, por escrito, pontualmente, os acidentes ocor-
de ordens e instruções de trabalho que integrem qualquer
ridos em serviço logo que se verifiquem e pelos meios ao
uma das matérias referidas no número anterior.
seu alcance, prestando os esclarecimentos necessários para a
descrição detalhada dos mesmos; Cláusula 14.ª
i) Não negociar por conta própria ou alheia em concorrên-
cia com a empresa; (Garantias dos trabalhadores)
j) Respeitar as normas vigentes de segurança rodoviária, É vedado à empresa:
de higiene, saúde e segurança no trabalho, quer no país, quer a) Despedir o trabalhador sem justa causa;
no estrangeiro; b) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador exer-
k) Manter válidos todos os seus documentos pessoais, de- ça os seus direitos, bem como aplicar-lhe sanções por causa
signadamente, cartão de cidadão, passaporte, carta de condu- desse exercício;
ção, CAM e cartão europeu de saúde. c) Exercer pressão sobre o trabalhador para que atue no
2- Para além dos deveres indicados no número 1 da pre- sentido de influir desfavoravelmente nas condições de traba-
sente cláusula, sobre os trabalhadores com a categoria pro- lho dele e ou dos seus companheiros;

4625
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

d) Diminuir-lhe a retribuição; Nota explicativa:


e) Baixar-lhe a categoria; Passamos a indicar alguns exemplos que consubstanciam acréscimo de
despesas para o trabalhador cujo pagamento é da responsabilidade da enti-
f) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho dade empregadora em resultado da alteração do local de início da prestação
fora das condições previstas no presente CCTV; de serviços, de acordo com o previsto no número 2, sendo certo que outros
g) Explorar com fins lucrativos quaisquer cantinas, refei- possam existir e que deverão ser objeto de análise:
tórios, economatos ou outros estabelecimentos diretamente 1.º exemplo: Quando da transferência ocorrer a necessidade do traba-
lhador recorrer a infantário pelo facto da nova distância entre a residência e
relacionados com o trabalho para fornecimento de bens ou os familiares a isso determinar e ou o novo infantário praticar preços com-
prestação de serviço aos trabalhadores; provadamente mais elevados sem que haja solução alternativa;
h) Despedir e readmitir trabalhadores, mesmo com o seu 2.º exemplo: A alteração do local de início da prestação de serviços é
acordo, havendo, propósito de os prejudicar em direitos ou feita para novo local desprovido de transportes públicos que possibilitem a
deslocação do trabalhador e este tenha que utilizar viatura própria.
garantias decorrentes da antiguidade;
i) Utilizar os trabalhadores em atividades alheias às que Cláusula 17.ª
correspondem às suas aptidões e classe ou categoria, salvo
nos casos de força maior em que haja acordo escrito do tra- (Transferência do local de trabalho)
balhador; 1- O trabalhador poderá ser transferido, definitiva ou tem-
j) Modificar o horário de trabalho dos trabalhadores de porariamente, para outro local de trabalho sempre que dê o
diurno para noturno ou vice-versa, de fixo para móvel, ou seu acordo, por escrito, em documento do qual constem os
vice-versa, de horário normal para regime de noturno ou vi- termos dessa transferência.
ce-versa, ou alterar o local de trabalho sem o acordo escrito 2- Se não se verificarem os requisitos de transferência
do trabalhador, salvo nos termos previstos neste CCTV; estabelecidos no número um desta cláusula, o trabalhador
k) Obrigar o trabalhador a trabalhar com máquinas ou via- poderá ainda ser transferido, definitiva ou temporariamente,
turas que não possuam comprovadas condições de segurança nos termos do definido na Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro,
ou não estejam devidamente legalizadas ou documentadas que aprovou o Código do Trabalho.
e daí possam resultar sanções legais para os trabalhadores; 3- Em caso de encerramento total ou parcial do estabele-
l) Ofender a honra e dignidade dos trabalhadores; cimento onde o trabalhador presta o seu serviço, aplica-se o
m) Estabelecer contratos com empresas que subcontratem regime previsto no Código do Trabalho aprovado pela Lei n.º
mão-de-obra-direta, salvo com o acordo da comissão pari- 7/2009, de 12 de fevereiro.
tária; CAPÍTULO V
n) A criação de novas classes ou categorias profissionais,
sem aprovação da comissão paritária. Prestação de trabalho
Cláusula 15.ª Cláusula 18.ª
(Direito à greve e proibição de «lock-out»)
(Definições)
Em conformidade e perante a imperatividade do precei- 1- Para efeitos do presente CCTV entende-se por:
tuado na Constituição da República Portuguesa e na lei: a) Tempo de trabalho: qualquer período de tempo em que
a) É assegurado aos trabalhadores e às suas organizações o trabalhador esteja afeto, de acordo com o determinado pela
de classe, o direito de preparar, organizar e desenvolver pro- entidade empregadora, à execução das suas funções;
cessos de greve; b) Tempo de descanso: qualquer período, durante a jorna-
b) É proibido às empresas formas de lock-out. da de trabalho ou entre jornadas de trabalho, em que o tra-
balhador não esteja afeto à realização de qualquer atividade,
CAPÍTULO IV podendo dispor livremente do seu tempo, podendo este ser
tempo de intervalo, de pausa, de descanso diário e de des-
Do local de trabalho
canso semanal;
Cláusula 16.ª c) Tempo de disponibilidade: qualquer período, que não
seja intervalo de descanso, descanso diário ou descanso se-
(Definição) manal, cuja duração previsível seja previamente conhecida
1- Considera-se local de trabalho aquele para onde o traba- pelo trabalhador, em que este não esteja obrigado a perma-
lhador foi contratado. necer no local de trabalho, embora se mantenha adstrito à
2- O local de início do serviço pode ser alterado para realização da atividade em caso de necessidade, bem como,
outro(s) desde que a distância entre esse(s) local(ais) e a re- qualquer período que passe ao lado do condutor no interior
sidência do trabalhador, que foi dada a conhecer à empresa do veiculo durante a marcha do mesmo assim como os perío-
no momento da admissão, seja inferior ou igual a 10 kms. dos durante os quais o trabalhador móvel acompanha um ve-
3- No caso do número anterior, caso resulte acréscimo de ículo embarcado num ferryboat ou transportado de comboio,
despesas para o trabalhador devidamente comprovadas, a incluindo ainda os períodos de espera nas fronteiras ou aque-
empresa obriga-se a pagar o respetivo acréscimo de despe- les que decorram de proibições de circulação de veículos;
sas. d) Trabalhador móvel: o trabalhador que faz parte do pes-
soal viajante, incluindo o formando, o aprendiz e o restante

4626
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

pessoal que, ainda que não executando diretamente serviços 4- Para efeitos do disposto nos números anteriores da pre-
de transporte, realiza deslocações frequentes, com aqueles sente cláusula, é excluído o tempo de disponibilidade como
relacionadas. previsto na alínea c) do número 1 da cláusula 18.ª
Nota explicativa: Nota explicativa:
No que respeita ao período de tempo relativo às cargas e descargas de Para a contagem da duração semanal de trabalho, deverão ser consi-
veículos, importa esclarecer que, se estas foram realizadas pelo trabalhador derados todos os tempos de trabalho, excluindo-se os períodos que não são
por se encontrarem no âmbito de uma das exceções previstas neste CCTV considerados como tal de acordo com o previsto no número 2 do artigo 3.º
ou ainda sejam por este controladas ou supervisionadas, este é um período da Directiva Comunitária n.º 2002/15/CE do Parlamento Europeu e do Con-
de tempo de trabalho efectivo que para efeitos de cumprimento da regula- selho de 11 de março de 2002.
mentação social e registo tacográfico, deverá corresponder ao símbolo de Em termos práticos, tal significa que, deverão ser excluídos, desde logo,
os períodos de repouso e os períodos de disponibilidade. A ser assim, desig-
«outros trabalhos». nadamente, as pausas para refeição ou o período passado na deslocação de
Porém, nas situações em que o trabalhador não tem qualquer tipo de casa até ao local de trabalho, não serão considerados.
participação nessas operações e conhece antecipadamente o tempo de du- Nestes termos, para efeitos do apuramento da média do período se-
ração em que a operação de carga e descarga irá ocorrer, estamos perante manal, poderemos ter por exemplo, dias de 11 horas de tempo de trabalho
tempo de disponibilidade devendo o registo a efetuar pelo tacógrafo ser o desde que existam outros dias em que o tempo de trabalho seja inferior,
referente a tempo de disponibilidade. permitindo respeitar a média no final da semana.
Exemplo de duas semanas com 5 dias de trabalho cada uma:
Cláusula 19.ª
Semana A:
–– 1 dia com 11 horas de tempo de trabalho, 1 dia com 9 horas de tempo
(Período normal de trabalho) de trabalho, 1 dia com 8 horas de tempo de trabalho, 2 dias com 7 horas de
O período normal de trabalho será de quarenta horas se- tempo de trabalho: trabalho total na semana 42 horas.
manais divididas por cinco dias de oito horas, sem prejuízo Semana B:
–– 1 dia com 12 horas de tempo de trabalho, 2 dias com 8 horas de tempo
de outros de menor duração em vigor. de trabalho, 1 dia com 9 horas de tempo de trabalho, 1 dia com 7 horas de
tempo de trabalho: trabalho total na semana 44 horas.
Cláusula 20.ª Média de duração do tempo de trabalho semanal: 43 horas.

(Horário de trabalho) Cláusula 22.ª


1- O horário de trabalho, estipulado no contrato individual
(Tempo de disponibilidade)
de trabalho, define as horas de início e do termo do período
normal de trabalho, bem como dos intervalos de descanso. 1- O tempo de disponibilidade previsto na alínea c) do nú-
2- Compete à empresa estabelecer o horário de trabalho mero 1 da cláusula 18.ª não é considerado tempo de trabalho,
dos trabalhadores ao seu serviço. não sendo por isso contabilizado enquanto tal, embora não
3- O horário de trabalho individualmente acordado não substitua o tempo de repouso, descanso, pausa e/ou intervalo.
pode ser unilateralmente alterado pelo que, as alterações ao 2- Durante o tempo de disponibilidade, o trabalhador está
horário de trabalho devem seguir o procedimento e produ- obrigado a manter-se contactável e, caso este seja interrom-
zirem os efeitos previstos no Código do Trabalho aprovado pido, o trabalhador deve apresentar-se ao serviço no menor
pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro. tempo possível.
4- Poderão ser praticados, nomeadamente, os seguintes ti- 3- A partir da apresentação ao serviço o trabalhador passa
pos de horário de trabalho: a estar na situação de prestação efetiva de trabalho diário.
a) Horário fixo; 4- Os períodos de tempo de disponibilidade serão regista-
b) Horário móvel. dos no correspondente meio de registo legalmente obrigató-
5- Considera-se horário móvel aquele em que, respeitados rio sob o símbolo: .
os limites de trabalho, intervalos de descanso e repousos diá- Nota explicativa:
rios, as horas de início e do termo do trabalho e a duração dos O trabalhador não poderá sofrer qualquer perda de remuneração, pelo
referidos intervalos são estabelecidos diariamente. facto de parte ou a totalidade do seu período de trabalho ter sido passado
em disponibilidade.
Cláusula 21.ª
Cláusula 23.ª
(Limites da duração do trabalho)
(Intervalo de descanso)
1- A duração do trabalho semanal dos trabalhadores mó-
1- Para a generalidade dos trabalhadores, o período normal
veis, incluindo trabalho suplementar, não pode exceder ses-
de trabalho diário deve ser interrompido por um intervalo de
senta horas, nem quarenta e oito horas em média num perío-
duração não inferior a uma hora e não superior a duas, de
do de dezassete semanas.
modo a que os trabalhadores não prestem mais de 5 horas de
2- A duração do trabalho, incluindo trabalho suplementar,
trabalho consecutivo, podendo este período ser aumentado
no caso de abranger, no todo ou em parte, o intervalo entre
até 6 horas de trabalho consecutivo por acordo escrito cele-
as 0 e as 5 horas, não pode exceder dez horas por dia salvo
brado entre as partes.
quando, por motivos objetivos, nomeadamente razões técni-
2- Para os trabalhadores móveis, o período normal de tra-
cas ou de organização do trabalho, tal seja justificado.
balho será interrompido por um intervalo nos termos estabe-
3- Entende-se por conceito de dia referido no número an-
lecidos na legislação legal em vigor, relativa à organização
terior, o período de 24 horas, a contar do início da jornada
do tempo de trabalho dos trabalhadores móveis em ativida-
de trabalho.
des de transporte rodoviário.

4627
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

3- O disposto no número anterior da presente cláusula não CAPÍTULO VI


prejudica a aplicação aos condutores, do regime de inter-
rupções de condução previsto no artigo 7.º do Regulamento Descanso semanal e feriados
(CE) 561/2006 ou do AETR.
4- Nos casos em que as necessidades de serviço o exijam, Cláusula 27.ª
o intervalo de descanso para refeição poderá ser alargado até
três horas nos seguintes casos: (Tempo de descanso semanal)
a) Nos casos de embarques e desembarques em cais; 1- O dia de descanso semanal coincidirá sempre que pos-
b) Distribuição e recolha de mercadorias quando seja proi- sível com o domingo.
bido efetuá-las durante um período superior a três horas; 2- O dia de descanso complementar tem de ser fixado ime-
c) Os restantes casos em que a natureza do serviço assim diatamente antes ou a seguir ao dia de descanso semanal.
o requeira.
Cláusula 28.ª
Cláusula 24.ª
(Feriados)
(Tempo de descanso diário) 1- São feriados obrigatórios os definidos na Lei n.º 7/2009,
1- O tempo de descanso diário entre duas jornadas de tra- de 12 de fevereiro, que aprovou o Código do Trabalho.
balho não pode ser inferior a 11 horas. 2- O feriado de Sexta-Feira Santa poderá ser observado em
2- Aos trabalhadores móveis, quando abrangidos pelo âm- outro dia com significado local no período da Páscoa.
bito de aplicação do disposto na legislação aplicável, nome- 3- Além dos feriados obrigatórios, será ainda observado
adamente o Regulamento (CE) 561/2006 e as normas que o o feriado municipal do local de trabalho, ou, quando aquele
complementem ou no AETR (Acordo Europeu Relativo ao não exista, o feriado municipal da respetiva capital de distri-
Trabalho das Tripulações dos Veículos que Efetuam Trans- to, bem como o dia de Carnaval.
portes Internacionais Rodoviários), serão observados os
Cláusula 29.ª
tempos aí definidos.
Cláusula 25.ª (Descanso compensatório de trabalho suplementar)
1- Considera-se haver sido prestado trabalho em dias de
(Tempo de trabalho noturno) descanso semanal obrigatório e/ou complementar ou feria-
O trabalho prestado entre as 20 horas de um dia e as 7 do sempre que não se verifique pelo menos 24 horas con-
horas do dia seguinte é considerado trabalho noturno. secutivas de repouso no decurso do dia civil em que recair,
salvaguardando-se e excetuando-se os seguintes casos:
Cláusula 26.ª
a) O trabalho que se prolongue até às 3 horas do dia civil
(Tempo de trabalho suplementar) de descanso semanal obrigatório, do dia de descanso com-
plementar ou do dia feriado;
1- Considera-se trabalho suplementar o prestado fora do
b) Os casos de horário que envolvam a prestação de traba-
período normal de trabalho.
lho em dois dias civis.
2- É proibida a prestação de trabalho suplementar com
2- Se o trabalhador prestar trabalho em dia de descanso se-
carácter de regularidade.
manal obrigatório ou em dia feriado, tem direito a descansar
3- Só em casos inteiramente imprescindíveis e justificados
1 dia completo nos seguintes termos:
poderá haver lugar a prestação de trabalho suplementar.
a) Num dos três dias imediatamente seguintes, ou no caso
4- A prestação de trabalho suplementar não excederá as
do trabalhador deslocado fora do país de residência, após a
duas horas diárias, nem ultrapassará, no total, as duzentas
sua chegada ao local de trabalho e necessariamente antes de
horas anuais.
voltar a sair do país;
5- Excecionalmente, o período de trabalho suplementar
b) Em outro dia a acordar entre o trabalhador e a empresa,
poderá ultrapassar o limite estipulado no número anterior
obrigatoriamente a gozar dentro de um prazo de 45 dias, não
nos seguintes casos:
sendo possível, em todo o caso, gozar de forma acumulada
a) Em serviço de desempanagem da viatura ou equipa-
mais do que três dias de descanso compensatório não goza-
mento oficinal;
do.
b) Demoras provocadas pelo embarque ou desembarque
3- O trabalhador deslocado fora do seu país de residência
de mercadoria.
em dia de descanso semanal obrigatório e/ou feriado, mesmo
6- Todo o trabalho suplementar é objeto de registo interno
que não tenha prestado qualquer trabalho e ainda que tenha
mediante o recurso a meios informáticos ou manuais.
realizado apenas descanso diário e/ou semanal nesse dia, terá

4628
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

direito a descanso compensatório, a gozar nos termos do nú- 30 de junho do ano subsequente.
mero anterior. 7- Da aplicação do disposto nos números anteriores, não
4- O trabalhador poderá optar pelo pagamento dos dias de pode resultar o gozo, no mesmo ano civil, de mais de 30 dias
descanso não gozados nos termos previstos nas alíneas a) úteis de férias.
e b) do número dois da presente cláusula, recebendo o seu 8- No caso de a duração do contrato de trabalho ser infe-
valor em singelo, calculado da seguinte forma: rior a seis meses, o trabalhador tem direito a dois dias úteis
de férias por cada mês completo de duração do contrato, con-
Remuneração mensal / 30 - Valor dia
tando-se para o efeito todos os dias seguidos ou interpolados
5- Para efeitos do previsto no número anterior, considera- de prestação de trabalho.
-se que integram o conceito de remuneração mensal o salá- 9- As férias referidas no número anterior são gozadas ime-
rio/retribuição base (cláusula 44.ª), diuturnidades (cláusula diatamente antes da cessação do contrato, salvo acordo das
46.ª) e complemento salarial (cláusula 59.ª). partes.
6- O trabalho prestado em dia de descanso semanal com-
Cláusula 32.ª
plementar não confere direito a descanso compensatório.
(Marcação de férias)
CAPÍTULO VII 1- A época de férias deve ser estabelecida de comum acor-
do entre o trabalhador e a empresa. Não havendo acordo,
Férias e faltas compete à empresa fixar o período de férias, as quais terão
de ser gozadas, entre 1 de maio e 31 de outubro.
Cláusula 30.ª 2- O plano de férias deverá ser afixado até 31 de março.
(Gozo de férias)
3- As férias dos trabalhadores móveis poderão ser mar-
cadas ao longo de todo o ano civil, devendo, na marcação,
1- As férias deverão ser gozadas seguidamente, exceto quando esta ocorrer fora dos períodos referidos no número
quando o trabalhador tenha interesse em gozá-las interpola- um, ser ouvida a estrutura de representação dos trabalhadores
damente e tal conste de documento escrito, sem prejuízo do ou caso esta não exista, o sindicato representativo do setor.
disposto no número seguinte.
2- As férias devem ser gozadas no decurso do ano civil em Cláusula 33.ª
que se vencem, não sendo permitido acumular no mesmo
(Férias em caso de impedimento prolongado)
ano, férias de dois ou mais anos, exceto nos casos previstos
na lei. 1- No caso de suspensão do contrato de trabalho, por im-
3- As férias podem ser gozadas até 30 de abril do ano ci- pedimento prolongado respeitante ao trabalhador, nomeada-
vil seguinte, em cumulação ou não com férias vencidas no mente doença, se se verificar a impossibilidade total ou par-
início deste, por acordo entre a empresa e o trabalhador ou cial do gozo de direito a férias já vencido ou que se vença no
sempre que este as pretenda gozar com familiar residente no ano de admissão, o trabalhador terá direito, após a cessação
estrangeiro. do impedimento, ou gozo ou à retribuição correspondente ao
período de férias vencido e não gozado e respetivo subsídio.
Cláusula 31.ª 2- No ano da cessação do impedimento prolongado, o tra-
(Direito a férias)
balhador terá direito a dois dias úteis de férias por cada mês,
nos termos previstos nos números 5 e 6 da cláusula 31.ª
1- A todos os trabalhadores será concedido um período de
férias em cada ano civil, sem prejuízo da sua remuneração Cláusula 34.ª
normal, de 22 dias úteis, a partir de 1 de janeiro, com refe-
(Alteração ou interrupção de férias)
rência ao trabalho prestado no ano anterior.
2- O início do período de férias será no primeiro dia a se- 1- Se, depois de fixado o período de férias, a empresa, por
guir aos dias de descanso. motivo de interesse desta, o alterar ou fizer interromper as
3- O direito a férias é irrenunciável e não pode ser substi- férias já iniciadas, indemnizará o trabalhador dos prejuízos
tuído, fora dos casos expressamente previstos na lei, por re- que comprovadamente haja sofrido, na pressuposição de que
muneração suplementar ou qualquer outra vantagem, ainda gozaria o período de férias acordado na época fixada.
que o trabalhador dê o seu consentimento. 2- Sempre que um período de doença, devidamente com-
4- Aos trabalhadores do mesmo agregado familiar que es- provado por declaração de estabelecimento hospitalar, ou
tejam ao serviço da empresa será concedido a faculdade de centro de saúde ou atestado médico, coincida no todo ou em
gozarem as suas férias simultaneamente. parte com o período de férias, considerar-se-ão estas não go-
5- No ano da admissão, o trabalhador tem direito a dois zadas na parte correspondente.
dias úteis de férias por cada mês de duração do contrato, até 3- Quando se verificar a situação prevista no número an-
20 dias, cujo gozo pode ter lugar após seis meses completos terior relativamente a um período de férias já iniciado, o tra-
de execução do contrato. balhador deverá comunicar à empresa o dia de início da do-
6- No caso de o ano civil terminar antes de decorrido o ença, bem como o do seu termo, devidamente comprovados.
prazo referido no número anterior, as férias são gozadas até 4- Findo o impedimento a que se refere o número 2, pros-

4629
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

seguirá o gozo das férias nos termos em que as partes acorda- impedimento terá duração superior àquele prazo.
rem, ou, na falta de acordo, caberá à entidade empregadora a 3- Terminado o impedimento, o trabalhador deve, logo que
marcação do período de férias não gozada por virtude da sus- possível, comunicar à empresa que pretende retomar o lugar
pensão, sem sujeição à limitação constante da cláusula 32.ª e apresentar-se dentro dos quinze dias seguintes, a contar da
data da comunicação, sob pena de incorrer em faltas injusti-
Cláusula 35.ª
ficadas, e na situação de abandono do local de trabalho.
(Férias em caso de cessação de contrato) 4- Durante a suspensão não se interrompe o decurso do
prazo para efeitos de caducidade, e pode qualquer das partes
1- Cessando o contrato de trabalho, a empresa pagará ao
fazer cessar o contrato, nos termos legais.
trabalhador a retribuição, incluindo subsídio, corresponden-
te ao período de férias vencido, salvo se o trabalhador já as Cláusula 39.ª
tiver gozado, bem como a retribuição e subsídio correspon-
dente a um período de férias proporcional ao tempo de servi- (Conceito de falta)
ço prestado no ano da cessação. 1- Por falta entende-se a ausência durante um dia de tra-
2- No caso do contrato de trabalho cessar no ano civil sub- balho.
sequente ao da admissão ou cuja duração não atingir, por 2- Nos casos de ausência durante períodos inferiores a um
qualquer causa, doze meses inclusive, o trabalhador apenas dia de trabalho, os respetivos períodos serão adicionados,
terá direito a receber o subsídio de férias e a retribuição do reduzindo-se o total a horas.
mês de férias, correspondentes ao proporcional do tempo de 3- Não serão considerados como faltas os atrasos na hora
duração total do contrato. de entrada inferiores a quinze minutos, desde que não exce-
dam uma hora por mês.
Cláusula 36.ª
4- Dadas as consequências graves que podem advir de
(Proibição do exercício de outras atividades durante as férias) qualquer atraso no início do trabalho, nomeadamente quanto
aos trabalhadores móveis, exige-se rigorosa pontualidade,
O trabalhador não pode exercer durante as férias qual-
sob pena de aplicação de sanções disciplinares, salvo os ca-
quer atividade remunerada, salvo se já a viesse exercendo
sos devidamente justificados.
cumulativamente ou a empresa o autorizar a isso, sob pena
de sanção disciplinar e reembolso da retribuição correspon- Cláusula 40.ª
dente às férias e subsídio respetivo.
(Faltas justificadas)
Cláusula 37.ª
1- A falta pode ser justificada ou injustificada.
(Licença sem retribuição) 2- São consideradas faltas justificadas:
a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por altura do casa-
1- A empresa pode conceder ao trabalhador, a pedido des-
mento;
te, licença sem retribuição.
b) A motivada por falecimento de cônjuge, parente ou
2- O período de licença sem retribuição, autorizado pela
afim, nos termos previstos no Código do Trabalho aprovado
empresa, contar-se-á para todos os efeitos de antiguidade.
pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro;
3- Durante o mesmo período cessam os direitos, deveres
c) A motivada pela prestação de prova em estabelecimento
e garantias das partes, na medida em que pressuponham a
de ensino;
efetiva prestação de trabalho.
d) A motivada por impossibilidade de prestar trabalho de-
4- O trabalhador a quem for concedida licença sem retri-
vido a facto não imputável ao trabalhador, nomeadamente
buição mantém o direito ao lugar.
observância de prescrição médica no seguimento de recurso
5- Poderá ser contratado um substituto para o trabalhador
a técnica de procriação medicamente assistida, doença, aci-
na situação de licença sem retribuição.
dente ou cumprimento de obrigação legal;
Cláusula 38.ª e) A motivada pela prestação de assistência inadiável
e imprescindível a filho, a neto ou a membro do agregado
(Impedimento prolongado) familiar de trabalhador, nos termos previstos no Código do
1- Quando o trabalhador esteja temporariamente impedido Trabalho aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro;
por facto que não lhe seja imputável, nomeadamente doença f) A motivada por deslocação a estabelecimento de ensino
ou acidente, e o impedimento se prolongar por mais de um de responsável pela educação de menor por motivo da situa-
mês, cessam os direitos, deveres e garantias das partes, na ção educativa deste, pelo tempo estritamente necessário, até
medida em que pressuponham a efetiva prestação de traba- quatro horas por trimestre, por cada um;
lho, sem prejuízo da manutenção do direito ao lugar com a g) A de trabalhador eleito para estrutura de representação
categoria, antiguidade e demais regalias, nem da observância coletiva dos trabalhadores, nos termos previstos no Código
das disposições legalmente aplicáveis em matéria de Segu- do Trabalho aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro;
rança Social. h) A de candidato a cargo público, nos termos da corres-
2- O disposto no número 1 começará a observar-se mesmo pondente lei eleitoral, nos termos previstos no Código do
antes de verificado o prazo de um mês, a partir do momento Trabalho aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro;
em que haja a certeza ou se preveja com segurança que o i) A autorizada ou aprovada pelo empregador, conside-

4630
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

rando-se desde já, como autorizada ou aprovada, o dia de Cláusula 43.ª


aniversário do trabalhador;
j) A que por lei seja como tal considerada. (Fórmula de cálculo por perda de remuneração)
3- É considerada injustificada qualquer falta não prevista 1- O montante a deduzir por motivo de falta que implique
no número anterior. perda de remuneração será calculado pela aplicação da se-
4- As faltas justificadas, quando previsíveis, serão obriga- guinte fórmula:
toriamente comunicadas por escrito à empresa com a antece-
dência mínima de cinco dias. Remuneração mensal
= Remuneração diária
5- Quando imprevisíveis, serão comunicadas à empresa 30
logo que possível.
6- O não cumprimento do disposto nos números 4 e 5 torna 2- Para efeitos do previsto no número anterior, considera-
as faltas injustificadas. -se que integram o conceito de remuneração mensal a retri-
7- Em qualquer caso de falta justificada, a empresa pode buição/salário base (cláusula 44.ª), as diuturnidades (cláusu-
exigir ao trabalhador prova dos factos invocados para a jus- la 46.ª), o complemento salarial (cláusula 59.ª), a retribuição
tificação. do regime específico de trabalho dos motoristas (cláusula
61.ª), o subsídio de trabalho noturno (clausula 62.ª número
Nota explicativa:
Quando o trabalhador se encontra deslocado no seu dia de aniversário,
1 e 63.ª número 1), a ajuda de custo TIR (cláusula 64.ª) e o
não tem direito a exigir o seu regresso para faltar ao trabalho. No entan- subsídio de operações (cláusula 67.ª).
to, terá direito a faltar num outro dia, em data a acordar com a entidade
empregadora, obrigatoriamente dentro dos 30 dias seguintes ao dia do seu
aniversário.
CAPÍTULO VIII

Cláusula 41.ª Prestações pecuniárias e outras


(Efeitos das faltas justificadas)
1- As faltas justificadas não determinam perda de retribui- SECÇÃO I
ção ou prejuízo de quaisquer direitos ou regalias do trabalha-
dor, salvo o disposto no número seguinte. Regras comuns da retribuição e outras remunerações
2- Determinam perda de retribuição as seguintes faltas,
ainda, que justificadas: Cláusula 44.ª
a) As referidas na alínea g) da cláusula anterior, salvo dis-
(Retribuição do trabalho)
posição legal em contrário ou tratando-se de faltas dadas por
membros de organizações representativas de trabalhadores, 1- As retribuições mínimas mensais dos trabalhadores
subcomissões de trabalhadores, dirigentes e delegados sin- abrangidos por este CCTV são as constantes da tabela do
dicais; anexo III, devendo ser pagas até ao último dia do mês a que
b) As dadas por motivo de doença, acidentes de trabalho e digam respeito.
parentalidade, sem prejuízo dos benefícios complementares 2- A empresa entregará mensalmente os recibos de venci-
estipulados neste CCTV; mento aos trabalhadores.
c) As referidas na alínea i) do número 2 da cláusula ante- Nota explicativa:
rior, salvo se tiverem sido autorizadas sem perda de remune- Todas as prestações pecuniárias previstas neste CCTV terão quer ser
sujeitas a tributação, quer para a segurança social, quer para efeitos fiscais,
ração, incluindo desde já, o dia do aniversário do trabalhador. com exceção dos valores do subsídio de refeição (cláusula 55.ª) e das aju-
Cláusula 42.ª das de custo (cláusula 56.ª, 57.ª e 58.ª) até ao limite de isenção legalmente
fixado.
(Faltas injustificadas e seus efeitos) Cláusula 45.ª
1- As faltas injustificadas determinam perda de retribui-
ção correspondente ao tempo de falta nos termos da Lei n.º (Remuneração por substituição temporária)
7/2009, de 12 de fevereiro ou, se o trabalhador assim o prefe- 1- Sempre que um trabalhador substitua outro de categoria
rir, a diminuição de igual número de dias no período de férias e retribuição superior, receberá desde o início, a retribuição
imediato, não podendo, porém, este período ser reduzido a correspondente à categoria profissional do trabalhador subs-
menos de 20 dias úteis de férias. tituído.
2- Incorre em infração disciplinar todo o trabalhador que: 2- O disposto no número anterior não é considerado aces-
a) Faltar injustificadamente durante cinco dias consecuti- so.
vos, ou dez interpolados, no mesmo ano civil; 3- Se a substituição se prolongar para além de cento e vinte
b) Faltar injustificadamente com a alegação de motivo de dias consecutivos, o direito à retribuição superior não cessa
justificação comprovadamente falso. com o regresso do trabalhador substituído, exceto se a subs-
tituição for motivada por doença.

4631
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

Cláusula 46.ª Remuneração mensal


= Remuneração diária
30
(Diuturnidades)
1- Para além da remuneração, todos os trabalhadores sem 5- Para efeitos da aplicação da fórmula prevista no número
acesso obrigatório nos termos da cláusula 11.ª deste CCTV, anterior, integra o conceito de remuneração mensal, o salá-
terão direito a uma diuturnidade mensal, no montante previs- rio/retribuição base (cláusula 44.ª), as diuturnidades (cláusu-
to no anexo III, de três em três anos, até ao limite de cinco, la 46.ª) e o complemento salarial (cláusula 59.ª), caso haja
que fará parte integrante da retribuição, a qual será atribuível lugar ao pagamento destas duas últimas prestações pecuni-
em função da respetiva antiguidade na empresa. árias.
2- Cada uma das restantes diuturnidades vencer-se-á de- Nota explicativa:
pois de decorridos três anos sobre o vencimento da diuturni- Para esclarecimento da fórmula mencionada no número 4, e tendo
dade imediatamente anterior. como exemplo uma retribuição/salário base de 700 €, um complemento sa-
larial de 35 € e uma diuturnidade de 17 €, teremos:
Cláusula 47.ª
(700 € + 35 € + 17 €) / 30 = 25,06 € (valor dia)
(Remuneração do trabalho suplementar em dia útil) Isto quer dizer que, se o trabalhador apenas trabalhou num único dia
de descanso semanal complementar ou obrigatório ou dia feriado, receberá
O trabalho suplementar prestado em dia útil é remunera- um valor total de 50,13 €, valor este correspondente ao dobro do valor dia
do com os seguintes adicionais sobre o valor da hora normal: (25,06 € x 2). Este valor será sempre devido, independentemente do número
a) 50 % na primeira hora; de horas de trabalho prestadas pelo trabalhador.
b) 75 % nas horas ou frações seguintes.
Cláusula 51.ª
Cláusula 48.ª
(Subsídio de férias)
(Trabalho noturno) 1- Durante o período em que ocorra o gozo de férias, os
O trabalho nocturno será remunerado com um acréscimo trabalhadores tem direito a receber, para além da retribui-
de 25 % em relação à retribuição a que dá direito o trabalho ção do período de férias, um subsídio de férias de montante
equivalente prestado durante o dia. igual à retribuição/salário base (cláusula 44.ª), diuturnidades
(cláusula 46.ª), complemento salarial (cláusula 59.ª) e outras
Cláusula 49.ª
prestações retributivas que sejam contrapartida do modo es-
(Determinação do valor hora) pecífico da execução do trabalho, correspondentes ao perío-
do de férias que têm direito.
Com expressa exclusão do disposto na cláusula 29.ª nú-
2- Consideram-se prestações retributivas devidas como
mero 5 e 50.ª do CCTV, para todos os outros efeitos, desig-
contrapartida do modo específico da execução do trabalho,
nadamente, cálculo do trabalho suplementar em dia útil, tra-
a retribuição do regime específico de trabalho dos motoristas
balho noturno, prestação pecuniária prevista na cláusula 61.ª
(cláusula 61.ª), o subsídio de trabalho noturno (cláusula 62.ª
(retribuição especifica e regime de trabalho dos motoristas),
número 1 e 63.ª número 1), a ajuda de custo TIR (cláusula
o cálculo do valor hora é sempre efetuado de acordo com a
64.ª) e o subsídio de operações (cláusula 67.ª).
seguinte fórmula:
3- Da retribuição e do subsídio de férias, com exceção do
(Retribuição base + Complemento salarial (cláusula 59.ª) + Diuturnidades) x 12
Período normal de trabalho semanal x 52 previsto no número 2 desta cláusula, exclui-se qualquer ou-
tra cláusula de expressão pecuniária, designadamente a mé-
Cláusula 50.ª dia do trabalho suplementar e o subsídio de operações/cargas
(Remuneração do trabalho em dias de descanso semanal ou feriados)
e descargas (clausula 60.ª).
4- O subsidio de férias será pago no mês anterior ao gozo
1- O trabalho prestado em dias de descanso semanal, obri- das férias ou, caso o gozo ocorra de forma interpolada, no
gatório ou complementar ou em feriado é pago em dobro do mês anterior àquele em que se verificar o gozo do período
valor dia, independentemente do concreto número de horas mínimo de dez dias úteis consecutivos.
de trabalho prestado. 5- Por acordo entre a entidade empregadora e o trabalha-
2- O pagamento mencionado no número anterior é também dor, o subsídio de férias pode ser pago em duodécimos.
devido nos dias em que o trabalhador, quando deslocado fora 6- Para efeitos do previsto no número anterior, todos os
do país de residência, não tenha prestado qualquer trabalho e anos o trabalhador pode revogar o acordo que prevê o paga-
tenha realizado apenas descanso diário e/ou semanal. mento do subsídio de férias em duodécimos, optando pelo
3- Considera-se haver sido prestado trabalho em dia de seu pagamento por inteiro, devendo entregar uma declaração
descanso semanal obrigatório, complementar e/ou feriado, escrita com esta vontade à entidade empregadora, durante
nos termos do número 1 da cláusula 29.ª (Descanso compen- o mês de dezembro do ano anterior ao que o pagamento do
satório de trabalho suplementar). subsídio diz respeito.
4- Para efeitos de cálculo, o valor dia será determinado
pela seguinte fórmula: Cláusula 52.ª
(Subsídio de natal)
1- Todos os trabalhadores abrangidos por este CCTV têm

4632
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

o direito a um subsídio correspondente a um mês de retri- dade empregadora ou de terceiros e desrespeito de instruções
buição, o qual será pago ou posto à sua disposição até 15 de de trabalho relacionadas com o trânsito de viaturas.
dezembro de cada ano, salvo o previsto nos números 2 e 3. 3- Nas situações previstas na alínea a) do número anterior,
2- Para efeitos do número anterior, considera-se que inte- o desconto poderá ser realizado pelo empregador após deci-
gram o conceito de retribuição, a retribuição base (cláusula são condenatória proferida em processo disciplinar não im-
44.ª), as diuturnidades (cláusula 46.ª) e o complemento sala- pugnada judicialmente no prazo de 30 dias.
rial (cláusula 59.ª). 4- O empregador que pretenda proceder a desconto, com-
3- Os trabalhadores que no ano de admissão não tenham pensação, ou dedução nas situações previstas na alínea b)
concluído um ano de serviço, terão direito a tantos duodéci- do número dois da presente norma, deve entregar ao traba-
mos daquele subsídio quantos os meses de serviço que com- lhador, juntamente com o respetivo recibo de vencimento,
pletarem até 31 de dezembro. documento de suporte do valor a descontar, que permita
4- Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem di- identificar a natureza e responsabilidade da dívida, dispondo
reito ao subsídio fixado no número um, em proporção ao o trabalhador de 30 dias para se pronunciar.
tempo de serviço prestado no próprio ano de cessação. 5- Após o pagamento das despesas referidas nas alíneas a)
5- Tem direito ao subsídio de natal, na parte proporcio- e b) por parte do trabalhador, o empregador deverá entregar-
nal ao tempo de trabalho efetivo, o trabalhador que esteja -lhe um documento comprovativo da despesa que foi efeti-
ou tenha estado na situação de impedimento prolongado por vamente paga.
motivo de doença devidamente comprovada por declaração 6- As compensações previstas na alínea b) do número dois
de estabelecimento hospitalar, centro de saúde ou atestado não poderão ultrapassar um décimo da retribuição mensal
médico. líquida do trabalhador.
6- Para efeitos do disposto nos números 3 e 4, entende-se
como um mês completo qualquer fração do mesmo. SECÇÃO II
7- Por acordo entre a entidade empregadora e o trabalha-
dor, o subsídio de natal pode ser pago em duodécimos. Refeições e deslocações
8- Para efeitos do previsto no número anterior, todos os
anos o trabalhador pode revogar o acordo que prevê o pa- Cláusula 55.ª
gamento do subsídio de natal em duodécimos, optando pelo
seu pagamento por inteiro, devendo entregar uma declaração (Subsidio de refeição)
escrita com esta vontade à entidade empregadora, durante 1- As empresas atribuirão um subsídio de refeição de valor
o mês de dezembro do ano anterior ao que o pagamento do igual para todos os trabalhadores abrangidos por este CCTV,
subsídio diz respeito. independentemente da sua categoria profissional, o qual não
fará parte da sua retribuição.
Cláusula 53.ª
2- O subsídio terá o valor constante do anexo III do CCTV,
(Abono para falhas) sendo devido por cada dia em que haja um mínimo de quatro
1- Os trabalhadores no exercício de funções de caixa, co- horas de trabalho prestado. Entendendo-se para este efeito o
brador, empregados de serviço externo e tesoureiro recebe- dia de trabalho, o período normal de trabalho, o qual pode
rão, a título de abono para falhas, a quantia mensal constante iniciar-se num dia e prolongar-se no dia seguinte.
do anexo III, a qual será paga nos meses em que haja lugar a 3- O pagamento do subsídio de refeição poderá ser efetua-
prestação efetiva de trabalho. do em numerário ou através de vale refeição.
2- Sempre que os trabalhadores referidos nos números 4- Os trabalhadores que exerçam funções nas cantinas e
anteriores sejam substituídos no desempenho das respetivas refeitórios terão direito gratuitamente às refeições servidas
funções, o substituto receberá o abono correspondente. ou convencionadas, que serão tomadas imediatamente a se-
guir aos períodos de refeição definidos para os restantes tra-
Cláusula 54.ª balhadores. A estes trabalhadores não se aplica o disposto no
número 2 da presente cláusula.
(Compensações e descontos)
5- O disposto no número 2 desta cláusula não é aplicável
1- Na pendência de contrato de trabalho, o empregador aos trabalhadores que se encontram deslocados fora do país
não pode compensar a retribuição em dívida com crédito que de residência e aos que tenham reembolso da sua primeira
tenha sobre o trabalhador, nem fazer desconto ou dedução no refeição no decurso do período normal de trabalho, nos ter-
montante daquela. mos dos números 1 e 3 da cláusula seguinte, nos dias em que
2- O disposto no número anterior não se aplica, nas situa- tais situações ocorram.
ções previstas no artigo 279.º, número 2 do Código do Tra-
balho e ainda nas seguintes situações: Cláusula 56.ª
a) As despesas efetuadas pelo empregador decorrentes de (Refeições, alojamento e deslocações no país de residência)
sinistros, coimas e outras com estas relacionadas, quando a
responsabilidade seja comprovadamente do trabalhador; 1- A empresa pagará aos trabalhadores todas as refeições
b) As despesas efetuadas pelo empregador decorrentes de que estes, por motivo de serviço, tenham de tomar fora das
perda ou uso indevido dos instrumentos de trabalho da enti- horas referidas no número 2 ou deslocados no país de resi-

4633
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

dência. bilidade sem comprometer a segurança rodoviária e/ou favo-


2- Para efeitos do número 1 as horas das refeições são: recer a violação da legislação comunitária.
a) Pequeno-almoço quando o trabalhador inicie o serviço 3- Independentemente do sistema de cálculo utilizado, o
até às 7h00, inclusive; valor das ajudas de custo em cada mês, não pode ser inferior
b) Almoço ou jantar, se a deslocação abranger, ainda que à soma dos valores mínimos das ajudas de custo diárias fixa-
parcialmente, o período compreendido entre as 11h30, inclu- dos no anexo III do CCTV.
sive e as 14h30 e entre as 20h00 inclusive e as 21h30; 4- Para efeitos do número anterior, no apuramento do nú-
c) Ceia - quando o trabalhador termine o serviço depois mero de dias da ajuda de custo diária, contabilizar-se-ão as
das 0h00. noites passadas em deslocação.
3- A empresa pagará aos trabalhadores que prestem pelo 5- Os trabalhadores com a categoria profissional de moto-
menos 4 horas de serviço no período compreendido entre as ristas, afectos ao transporte internacional, terão como valor
0h00 e as 7h00, o valor correspondente a uma das refeições mínimo de referência de ajuda de custo diária os seguintes
previstas na alínea b) do número 2 da presente cláusula, de valores:
acordo com o fixado no anexo III, excecionando os trabalha- a) Pernoita fora de Portugal, incluindo Espanha e, bem as-
dores que se encontrem na situação prevista na cláusula 55.ª sim, a pernoita do dia de regresso a Portugal, mesmo que esta
número 4. já ocorra em território nacional mas fora da sua residência, o
4- As despesas mencionadas nos números anteriores serão valor fixado no anexo III para os motoristas afectos ao trans-
custeadas mediante a atribuição de ajudas de custo nos valo- porte internacional;
res fixados no anexo III. b) Demais pernoitas em território nacional fora da sua resi-
5- Se o trabalhador concordar em utilizar veículo próprio dência, o valor fixado no anexo III para os motoristas afectos
ao serviço da empresa, esta obriga-se a pagar-lhe, por cada ao transporte nacional.
quilómetro percorrido, 0,28 (percentagem sobre o valor do 6- Nas situações de serviços de transporte que impliquem
litro) ou 0,14 do preço do litro da gasolina super que vigorar, deslocações a Espanha durante a jornada de trabalho, os tra-
consoante se trate de veículo automóvel ou de motociclo ou balhadores com a categoria profissional de motorista, que
ciclomotor; quando esta utilização tiver carácter de regulari- pernoitem fora da sua residência, terão direito à ajuda de
dade, a empresa obriga-se ainda a efetuar um seguro contra custo correspondente à deslocação a Espanha prevista no
todos os riscos, incluindo responsabilidade civil obrigatória, anexo III, independentemente de pernoitarem naquele país
compreendendo passageiros transportados gratuitamente, ou em Portugal.
desde que em serviço da empresa. 7- Os trabalhadores com a categoria profissional de mo-
6- Os trabalhadores deslocados em serviço determinado torista, nos dias em que realizam serviços de transporte em
pela entidade patronal têm direito ao pagamento das despe- Espanha mas cujo repouso diário é realizado em território
sas de transporte. nacional na sua residência, terão direito a receber uma ajuda
7- Sempre que a deslocação não tenha regresso diário à de custo, que visa custear as despesas realizadas com as re-
residência, o trabalhador terá direito a dormida contra fatura, feições, conforme os horários estabelecidos na clausula 56.ª
desde que a empresa não assegure a mesma em boas condi- número 2 alínea b), nos valores previstos no anexo III.
ções de conforto e higiene. 8- O pagamento regular e reiterado de ajudas de custo, em
caso de constantes deslocações, não é considerado retribui-
Cláusula 57.ª
ção.
(Refeições, alojamento e subsídio de deslocação fora do país de 9- A presente norma tem natureza interpretativa sobre a le-
residência) gislação que regule a matéria das ajudas de custo.
Os trabalhadores não móveis, quando deslocados fora do Nota explicativa:
país de residência, têm direito a receber por cada refeição Exemplo de cálculo das ajudas de custo diárias:
A) Trabalhador, com a categoria profissional de motorista, afeto ao trans-
tomada fora os valores constantes no anexo III deste CCTV.
porte internacional. Sai de Portugal domingo às 18h00 e já vai dormir a
Cláusula 58.ª Espanha. Durante a semana vai a França, dormindo neste território as noites
seguintes até quinta-feira. Quinta-feira, já vem dormir a Espanha. Regressa
a Portugal, na sexta-feira, às 11h00, terminando o seu serviço às 18h00 indo
(Ajudas de custo diárias)
depois dormir na sua residência.
1- Quando deslocados ao serviço da entidade empregado- Este trabalhador terá direito a ver garantindo, em termos de valor míni-
ra, os trabalhadores móveis têm direito, para fazer face às mo das ajudas de custo diárias:
–– Pelas 5 noites deslocado (2 em Espanha e 3 em França): 5 ajudas de
despesas com alimentação, dormidas e outras, a uma ajuda custo diárias de valor mínimo fixado para o internacional de 36,40 €;
de custo, cujo valor será acordado com a empresa mas que –– Na sexta-feira: 2,90 € (valor do pequeno-almoço) e 8,40 € (valor do
não ultrapasse os limites da isenção previstos anualmente em almoço).
portaria a publicar pelo Ministério das Finanças e da Admi- B) Trabalhador, com a categoria profissional de motorista, afeto ao trans-
porte ibérico. Sai de Portugal domingo às 18h00 e já vai dormir a Espanha.
nistração Pública para o pessoal da Administração Pública. Passa as noites seguintes em Espanha. Na sexta-feira, toma o pequeno-al-
2- Os sistemas de cálculo das ajudas de custo praticados moço e almoço em Espanha. Regressa a Portugal às 16h00, termina o seu
no sector pelas entidades empregadoras, para fazer face ex- serviço às 21h30 e vai dormir na sua residência.
clusivamente às despesas mencionadas no número anterior, –– Pelas 5 noites deslocado: 5 ajudas de custo diárias de valor mínimo
fixado para o ibérico: 26 €;
devem respeitar o princípio da boa-fé, normalidade e razoa- Na sexta-feira: 2,90 € (valor do pequeno-almoço) 9,90 € (valor do al-

4634
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

moço em Espanha) e 8,40 € (pelo jantar em Portugal); poderá sempre recusar desempenhar funções corresponden-
C) Trabalhador, com a categoria profissional de motorista, afeto ao trans- tes a um complemento salarial diferente, face ao que tinha
porte internacional. O trabalhador saí ao domingo às 18h00 para Bordéus.
Dorme em Espanha de domingo para segunda-feira. De segunda-feira para sido inicialmente contratualizado entre as partes, com exce-
terça-feira dorme em França. De terça-feira para quarta-feira, dorme em Es- ção do disposto no número seguinte.
panha. De quarta-feira para quinta-feira vai a Lisboa e dorme aí. De quinta- 5- Quando as funções a desempenhar pelo trabalhador
-feira para sexta-feira, vai a Leiria onde dorme também. Só chega a sua casa com a categoria profissional de motorista corresponderem a
às 20h00 de sexta-feira.
Pelas 3 noites deslocado no estrangeiro (2 noites em Espanha e 1 noite um completamento salarial inferior, este não poderá recusar
em França): 3 ajudas de custo diárias de valor mínimo fixado para o inter- prestá-las, mantendo porém o direito a receber o valor do
nacional de 36,40 €; complemento salarial superior.
Pela noite da viagem de regresso fora da residência mas em Portugal: 6- O trabalhador com a categoria profissional de motoris-
1 ajuda de custo diária no valor mínimo fixado para o internacional de
36,40 €; ta pode aceitar desempenhar temporariamente funções, de
1 noite em Portugal, fora da residência, mas sem ser da viagem de re- acordo com os critérios indicados no número um desta cláu-
gresso: 1 ajuda de custo diária de valor mínimo para o nacional de 23 € sula, correspondentes a um complemento salarial superior
(noite passada em Leiria); ao que tinha sido inicialmente contratualizado, pelo perío-
Pela sexta-feira: 2,90 € (pequeno-almoço) 8,40 € (almoço) e 8,40 €
(jantar). do máximo de 50 dias durante um ano civil. Ultrapassado
o prazo de 50 dias, o motorista adquire o direito a receber
o complemento salarial superior correspondente às funções
SECÇÂO III
que estava a desempenhar temporariamente.
Retribuições específicas dos motoristas 7- Durante o período em que o trabalhador, com a categoria
profissional de motorista, desempenhar temporariamente as
funções correspondentes ao complemento salarial superior
SUBSECÇÃO I de acordo com o previsto no número anterior, terá direito a
receber o valor do complemento salarial superior, calculado
Retribuições gerais dos motoristas de forma rateada, em função dos dias de trabalho prestados.
8- No caso de relações laborais pré-existentes ao presente
Cláusula 59.ª CCTV, o enquadramento dos trabalhadores motoristas, face
ao tipo de viaturas e âmbito geográfico, terá em conta a re-
(Complemento salarial) alidade praticada entre as partes no momento da entrada em
1- Aos trabalhadores com a categoria profissional de mo- vigor do CCTV.
torista, é atribuído um complemento salarial, cujos valores Nota explicativa:
estão previstos no anexo III do CCTV, calculado em função No caso dos motoristas afetos ao serviço de transporte nacional que,
da retribuição/salário base efetivamente praticado, em fun- de acordo com esta nova definição, passem também a realizar serviços de
ção dos seguintes critérios: transporte para Espanha - embora sem dormida neste território -, se nunca
o fizeram anteriormente, terão de ver asseguradas algumas garantias por
a) Tipo de viatura: parte da empresa antes de iniciarem este serviço. Assim, a empresa deverá
–– Até 3,5 t; assegurar a realização de uma formação prévia ao trabalhador, que pode-
–– Superior a 3,5 t e até 7,5 t; rá consistir em garantir que o primeiro serviço de transporte realizado em
–– Superior a 7,5 t e até 44 t; Espanha seja feito com acompanhamento e só depois é que o trabalhador
poderá iniciar a realização deste tipo de serviço de transporte sozinho.
–– Mais de 44 t. No que respeita ao critério dos 50 dias, previsto no número 6 desta
b) Âmbito geográfico: cláusula, as partes clarificam que apenas é considerado um dia, quando a
–– Nacional; sua totalidade é passado na deslocação ao estrangeiro, sendo contabilizados
–– Ibérico; para este efeito também os dias de descanso semanal obrigatório, comple-
mentar e ou feriados passados no estrangeiro, mesmo que em tais dias não
–– Internacional. tenha prestado qualquer trabalho.
2- Entende-se por:
a) Motorista nacional: aquele que apenas realiza viagens Clausula 60.ª
em território português e, bem assim, aquele que realiza des-
(Subsídio de operações de cargas e descargas)
locações diárias a Espanha que não importem a realização de
repouso diário nesse país; Os motoristas com a categoria profissional de pesados
b) Motorista ibérico: aquele que realiza viagens regulares que, tenham que realizar operações de cargas e descargas
a Espanha que incluam pernoita nesse território; nos termos previstos neste CCTV, com excepção das opera-
c) Motorista internacional: aquele que realiza viagens re- ções com as mercadorias perigosas líquidas e gasosas a gra-
gulares para além da Península Ibérica. nel transportadas em cisternas, têm direito a um subsídio de
3- Qualquer alteração das funções do trabalhador, de acor- operações no valor constante no anexo III, por cada dia de
do com os critérios indicados no número um, que impliquem trabalho efectivo em que tenham de realizar tais operações,
o pagamento de um complemento salarial diferente daque- independentemente da sua duração.
le que tinha sido contratualizado entre as partes, terá de ser Clausula 61.ª
sempre objeto de acordo escrito entre o trabalhador e a enti-
dade empregadora. (Retribuição do regime específico de trabalho dos motoristas)
4- O trabalhador com categoria profissional de motorista 1- Os trabalhadores que, por acordo com a empresa, de-

4635
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

sempenhem a função de motorista afeto ao transporte in- belecido posteriormente, as partes podem determinar que o
ternacional, ibérico ou nacional, excecionando-se destes trabalho será prestado maioritariamente em período diurno
últimos os motoristas que conduzem veículos com menos caso em que o subsídio mencionado no número anterior não
de 7,5 toneladas, por prestarem  uma actividade que impli- será devido, devendo antes, neste caso, ser o trabalho no-
ca regularmente um elevado grau de autonomia e a possí- turno prestado remunerado com um acréscimo de 25 % em
vel realização de trabalho extraordinário de difícil controlo relação à retribuição a que dá direito o trabalho equivalente
e verificação pela empresa, decorrente da imprevisibilidade prestado durante o período diurno.
da duração concreta dos serviços a serem realizados e en- 3- Relativamente aos contratos de trabalho celebrados
contrando-se deslocados das instalações dos empregadores antes da publicação do presente CCTV, as partes deverão
e sem controlo hierárquico directo, terão obrigatoriamente manter o regime que vigorava em matéria de pagamento do
o direito a receber, em contrapartida de tal regime, uma re- trabalho nocturno, sem prejuízo de o mesmo puder vir a ser
tribuição especifica no montante correspondente a 48 % do alterado em face da alteração superveniente do modo de exe-
valor total resultante da soma da retribuição base (cláusula cução específica do contrato de trabalho.
44.ª), diuturnidades (cláusula 46.ª) e complemento salarial Nota explicativa:
(cláusula 59.ª), não lhes sendo devido qualquer outro valor Com o presente artigo pretenderam as partes tornar tendencialmente
a título de trabalho suplementar em dia normal de trabalho. obrigatório o pagamento de subsídio de trabalho nocturno. Foi, porém, in-
2- O pagamento desta prestação pecuniária não prejudica tenção das partes, respeitar as situações em que os trabalhadores não re-
alizam ou apenas realizam esporadicamente trabalho nocturno, ou seja,
o direito a dia de descanso semanal, obrigatório ou comple- situações em que não se justifica o pagamento deste subsídio. Nesse caso,
mentar, feriado ou a descanso diário bem como o respetivo como resulta do número 2 da presente cláusula, devem as partes reconhecer
pagamento nos termos previsto na cláusula 50.ª expressamente tal circunstância no momento da contratação.
3- O pagamento desta retribuição específica não afasta o Para além disso, e no que diz respeito aos contratos já em execução à
data de aplicação do presente CCTV, verificamos que não havia lugar ao
cumprimento dos limites da duração do trabalho previstos na pagamento obrigatório de qualquer subsídio nocturno. Ora, se ao abrigo do
cláusula 21.ª do presente CCTV, não podendo ser solicitado anterior CCTV não ocorria o pagamento daquele subsídio, certamente por-
nem prestado trabalho para além dos mesmos. que não se verificavam os pressupostos da sua atribuição, então o subsídio
4- Esta retribuição específica é devida por 13 meses. não deverá passar a ser devido por força da entrada em vigor do presente
CCTV e apenas poderá vir a ser pago se e quando o trabalho passar a ser
Nota explicativa: prestado maioritariamente em período nocturno.
Para efeitos do acordo mencionado no número 1 desta cláusula, estão No que respeita ao conceito de remuneração base, indicado para efeitos
incluídos todos os contratos de trabalho para a função de motorista, celebra- de cálculo do valor do subsídio de trabalho noturno, refere-se apenas e só à
dos antes deste contrato colectivo de trabalho. Mais se esclarece que esta retribuição/salário base e cujo valor mínimo está previsto na tabela salarial
retribuição específica substituí a anterior cláusula 61.ª do CCTV celebrado constante do anexo III, por referência à cláusula 44.ª do CCTV. A ser assim,
entre a ANTRAM e a FECTRANS e publicado no Boletim do Trabalho se um trabalhador motorista tiver uma retribuição base no valor de 700 €, o
e Emprego, n.º 34, de 15 de setembro de 2018 e primitiva cláusula 74.ª seu subsídio de trabalho noturno será de 70 €; já no caso da sua retribuição
número 7 prevista no CCTV celebrado entre a ANTRAM e a FECTRANS base ser no valor de 750 €, o seu subsídio de trabalho noturno será de 75 €.
(anterior FESTRU) e publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 9,
de 8 de março de 1980 e demais alterações.
A cláusula 21.ª reflecte a proibição, que vincula empregadores e traba- SUBSECÇÃO III
lhadores, prevista no Decreto-Lei n.º 237/07, de 19 de junho, de ser prestado
trabalho semanal para além dos limites nesta fixados. Retribuições especificas dos motoristas afectos ao
Apesar de não ser obrigatório, face ao concreto modo como o trabalho é transporte ibérico ou internacional
prestado, esta figura poderá ser aplicada na relação mantida entre empresas
e motoristas que, por acordo, estão afectos ao transporte nacional, condu-
zindo viaturas inferiores a 7.5 ton., sejam elas superiores ou não a 3,5 ton. Cláusula 63.ª

(Remuneração do trabalho noturno)


SUBSECÇÃO II
1- A entidade empregadora pagará obrigatoriamente a to-
Retribuições especificas dos motoristas afectos ao dos os trabalhadores com a categoria profissional de motoris-
transporte nacional ta afeto ao transporte ibérico ou internacional, um subsídio
de trabalho noturno no valor mínimo de 10 % da remunera-
Cláusula 62.ª ção base, por se entender que esta retribuição é estabelecida
atendendo à circunstância de o trabalho dever ser prestado
(Remuneração do trabalho noturno) em período noturno, nos termos do artigo 266.º, número 3
1- A entidade empregadora pagará obrigatoriamente a to- alínea c) da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.
dos os trabalhadores com a categoria profissional de motoris- 2- O pagamento do subsídio de trabalho noturno referido
ta afetos ao transporte nacional, um subsídio de trabalho no- no número anterior, é devido por 13 meses.
turno no valor mínimo de 10 % da remuneração base, tendo Cláusula 64.ª
em vista a circunstância de o trabalho prestado poder ter de
ser realizado em período noturno, nos termos do artigo 266.º, (Ajuda de custo TIR)
número 3 alínea c) da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, com 1- Os motoristas de ibérico e de internacional tem direito a
exceção do previsto no número seguinte. receber mensalmente a quantia designada por ajusta de custo
2- No momento da contratação ou por acordo escrito esta- TIR, no valor estipulado no anexo III.

4636
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

2- A ajuda de custo TIR não é devida no subsídio de Natal, SUBSECÇÃO IV


sendo por isso devida por 13 meses.
Retribuições especificas dos motoristas afectos ao
Cláusula 65.ª
transporte de mercadorias perigosas e outras
(Ocorrências em situação de deslocado)
Cláusula 66.ª
1- Quando o trabalhador se encontre fora do país por moti-
vo de serviço e for vítima de acidente de trabalho ou acome- (Subsídio de risco)
tido de doença comprovada por atestado médico, tem direito,
Os motoristas habilitados com o certificado de forma-
à custa da empresa, na medida em que não lhe for atribuí-
ção válido, exigido nos termos do Regulamento Nacional de
do subsídio equivalente por força da legislação nacional ou
Transportes de Mercadorias Perigosas por Estrada, quando
acordo internacional:
realizem transporte de matérias perigosas sujeito e não isento
a) A todos os cuidados médicos de que possa ter efetiva-
ao cumprimento do acordo ADR em vigor, têm direito ao
mente necessidade, incluindo-se as taxas por prestação de
subsídio de risco no valor constante do anexo III, por cada
serviços hospitalares não cobertas pela segurança social e/ou
dia em que prestem trabalho efetivo, independentemente da
acordo internacional;
sua duração.
b) A qualquer outro subsídio a que tenha direito pela legis-
lação nacional aplicável, no caso de o acidente de trabalho Cláusula 67.ª
ou a doença se ter verificado dentro do país;
(Subsídio de operações)
c) Ao alojamento e alimentação até que o seu estado de
saúde lhe permita regressar ao local da sua residência. A 1- Os trabalhadores com a categoria profissional de moto-
responsabilidade da empresa pelo pagamento das despesas ristas que manuseiem de forma regular e não sazonal, mer-
referidas nesta alínea fica limitada a seis meses, nos casos cadorias perigosas líquidas e gasosas a granel, transporta-
em que se conclua que a doença do trabalhador resulta de um das em cisternas, têm direito a receber um subsídio no valor
estado interior e se teria declarado mesmo que o trabalhador constante no anexo III do presente CCTV, pago por 13 meses
não saísse do país; por ano.
d) A viagem de regresso ao local da sua residência e, no 2- Entende-se que manuseiam mercadorias perigosas lí-
caso de falecimento, para o local a indicar pela família ou quidas e gasosas a granel transportadas em cisternas, de for-
por quem a represente desde que seja em Portugal Conti- ma regular e não sazonal, nos termos do número anterior, o
nental; trabalhador que, seguida ou interpoladamente, realiza aquele
e) Ao pagamento das despesas com a deslocação de um fa- tipo de serviço por período superior a 120 dias efectivos de
miliar para o acompanhar, inclusive no regresso, em caso de trabalho por ano.
absoluta necessidade e só quando requerido pelos serviços 3- O trabalhador com a categoria profissional de motorista
clínicos em que o trabalhador esteja a ser assistido e como que, sazonal e temporariamente, desempenhar funções que
condição necessária para o tratamento. impliquem o manuseamento de mercadorias perigosas, terá
2- Os trabalhadores têm ainda direito ao regresso imediato direito a receber o valor deste subsídio de operações, calcu-
e ao pagamento das viagens se ocorrer falecimento ou do- lado de forma rateada, em função dos dias de trabalho pres-
ença grave do cônjuge, filhos ou pais ou ainda para garantir tados.
o regresso do trabalhador no Natal ou dia com significado 4- Para efeitos de cálculo do montante diário referido no
equivalente para o trabalhador ou, em alternativa na passa- número anterior, o mesmo será determinado pela aplicação
gem de ano. da seguinte fórmula:
3- Quando a viagem for interrompida por causa indepen- (Subsidio de operações / 30) x Número de dias de trabalho efetivo
dente da vontade do trabalhador, não lhe sendo possível re-
gressar com o veículo que conduz ao local da sua residência 5- O trabalhador com a categoria profissional de motorista
e existindo um interesse objetivo nesse regresso, quer por que, manuseia de forma regular e não sazonal, mercadorias
parte do trabalhador, quer por parte da entidade empregado- perigosas líquidas e gasosas a granel, transportadas em cis-
ra, deverá esta última assegurada às suas custas, a viagem de ternas, não poderá recusar-se a desempenhar outros serviços
regresso do trabalhador. A viagem de regresso far-se-á em de transporte, mantendo porém o direito a receber o valor
conformidade com as instruções da entidade empregadora, deste subsídio de operações, com exceção das situações pre-
devendo esta assegurar a chegada do trabalhador em tempo vistas no número seguinte da presente cláusula.
útil face ao interesse objetivo no regresso. 6- O trabalhador pode ser desafetado da realização, de for-
ma regular e não sazonal, das operações mencionadas no nú-
mero um da presente cláusula, nas seguintes situações:

4637
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

a) Por acordo entre entidade empregadora e o trabalhador; no número anterior da presente cláusula, deverão ser adequa-
b) Por denúncia da entidade empregadora, notificada ao dos de forma a permitir avaliar a aptidão física e psíquica do
trabalhador com dois meses de antecedência, sempre que, trabalhador, incluindo-se desde já a realização dos seguintes
por motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, a enti- exames:
dade empregadora tenha necessidade de afastar o trabalhador a) Eletrocardiograma;
da realização de tarefas que impliquem o manuseamento de b) Rastreio oftalmológico;
mercadorias perigosas, não podendo neste caso específico, o c) Audiometria;
trabalhador ser substituído por qualquer outro; d) Radiografia de tórax;
c) Por caducidade, invocada por escrito pela entidade em- e) Espirometria.
pregadora ao trabalhador, com dois meses de antecedência,
sempre que, por alguma razão, ligada à entidade empregado- CAPÍTULO IX
ra ou ligada ao trabalhador, seja ou não imputável a qualquer
das partes, este não possa continuar a prestar aquele tipo de Condições particulares de trabalho
trabalho, ao serviço da entidade empregadora.
7- Sempre que, nos termos do número anterior ou nas si- Cláusula 71.ª
tuações que resultem da lei, o trabalhador deixar de estar
adstrito à realização de operações que impliquem o manuse- (Parentalidade, trabalhadores menores e trabalhadores estudantes)
amento regular e não sazonal de mercadorias perigosas líqui- À parentalidade, aos trabalhadores menores e aos traba-
das e gasosas a granel, transportadas em cisternas, deixará lhadores-estudantes aplica-se o regime da Lei n.º 7/2009, de
de lhe ser devido o pagamento do presente subsídio, enten- 12 de fevereiro, que aprovou o Código do Trabalho.
dendo as partes que o mesmo não faz parte da retribuição em
sentido estrito. Cláusula 72.ª

Cláusula 68.ª (Utilização de equipamento tecnológico)


1- Tendo em conta as particulares exigências inerentes à
(Seguro)
atividade dos transportes rodoviários, nomeadamente para
As empresas obrigam-se a efetuar um seguro adicional proteger a segurança dos trabalhadores móveis, do veículo
que por acidente no exercício das funções referidas na cláu- que faz o transporte e seus equipamentos e, bem assim, das
sula 67.ª, que garanta ao trabalhador, em caso de invalidez mercadorias transportadas, o empregador poderá utilizar, nas
permanente, ou a quem for por ele indicado, em caso de mor- viaturas, equipamento tecnológico tais como instrumentos
te, a importância de 50 000 euros. de localização no espaço e telemetria.
Cláusula 69.ª 2- O GPS e telemetria não são qualificados como meios de
vigilância à distância no local de trabalho.
(Formação ADR) 3- É lícita a utilização de dados obtidos através dos equipa-
1- As entidades empregadoras obrigam-se a suportar, os mentos referidos no número um para efeitos de procedimen-
custos com a renovação do certificado de ADR, quando ne- tos disciplinares, contraordenacionais e outros quando se ve-
cessário para o exercício das funções do trabalhador. rifiquem indícios de um comportamento culposo e ilícito por
2- O trabalhador fica obrigado frequentar as formações parte do trabalhador móvel.
marcadas e organizadas pela entidade empregadora, sob Cláusula 73.ª
pena de a recusa consubstanciar a violação do dever a que
se referem as alíneas a) e j) da cláusula 13.ª (Deveres dos (Prevenção e controlo de alcoolemia)
trabalhadores). 1- É expressamente proibido o exercício de funções sob o
3- A formação ministrada nos termos da presente cláusula efeito de bebidas alcoólicas e/ou substâncias psicotrópicas.
é considerada para efeito do crédito de horas de formação 2- Podem ser sujeitos a testes de despistagem de álcool e
previsto na lei geral do trabalho. estupefacientes os trabalhadores móveis selecionados para o
Cláusula 70.ª efeito por sorteio aleatório, bem como todos os trabalhadores
que:
(Exames de saúde) a) Tenham sofrido ou causado um acidente de trabalho;
1- Os trabalhadores com a categoria profissional de moto- b) Apresentem comportamento que indicie notoriamente o
ristas que manuseiem de forma regular e não sazonal, mer- estado de embriaguez ou ingestão de substâncias psicotró-
cadorias perigosas líquidas e gasosas a granel, transportadas picas;
em cisternas, devem ser sempre sujeitos a exames médicos, c) Tenham tido o controlo positivo anterior.
previstos no artigo 108.º número 3 da Lei n.º 102/2009 de 10 3- O controlo de alcoolémia realiza-se através do teste
de setembro, com uma periodicidade anual, independente- para determinação da taxa de álcool no sangue (TAS) que
mente da idade do trabalhador e da existência ou não de um tem de ser realizado pelos serviços de medicina no trabalho.
seguro de saúde. 4- O teste deve realizar-se em zona reservada e, caso o
2- Os exames médicos a realizar, de acordo com o previsto trabalhador assim o entenda, com a presença de uma teste-
munha.

4638
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

5- O referido controlo terá lugar mediante utilização de aprovou o Código do Trabalho.


equipamento de sopro certificado pelo Instituto Português da 2- A cessação do contrato de trabalho conferirá ao traba-
Qualidade ou outro organismo com competência legal para lhador, sem prejuízo de outros devidos por força da lei ou do
o efeito, que avalia a quantidade de álcool no ar expirado, presente CCTV, o direito:
determinando, por esse efeito, as gramas de etanol por litro a) Ao subsídio de Natal proporcional ao tempo de trabalho
de sangue. efetivo prestado no ano da cessação;
6- O controlo de influência de substâncias psicotrópicas b) Às férias vencidas e não gozadas, bem como ao respe-
realiza-se através de equipamento adequado e certificado tivo subsídio;
para o efeito pelo Instituto Português da Qualidade. c) Às férias proporcionais ao tempo de trabalho efetivo no
7- Caso o resultado do teste apresente uma taxa de alcoolé- ano da cessação e ao subsídio correspondente.
mia superior ao limite legal previsto no local ou instalações
onde o trabalhador irá prestar a sua atividade, e/ou se se ob- CAPÍTULO XI
tiver um resultado positivo para substâncias psicotrópicas,
o trabalhador fica de imediato impedido de prestar trabalho Poder disciplinar
por impossibilidade superveniente durante essa jornada de
trabalho diária. Cláusula 76.ª
8- O controlo positivo, em qualquer dos testes, é um ilícito
(Sanções disciplinares)
disciplinar suscetível de configurar a sanção disciplinar de
despedimento com justa causa. A inobservância por parte dos trabalhadores, das normas
9- O trabalhador é responsável por qualquer dano que ve- constantes do presente CCTV e na Lei n.º 7/2009, de 12 de
nha a provocar, ao empregador ou a terceiros, sob a influên- fevereiro, que aprovou o Código do Trabalho, será punida
cia comprovada de álcool e/ou estupefacientes. com as sanções seguintes:
10- Os testes estão sujeitos a sigilo profissional, sendo ga- a) Repreensão;
rantida a confidencialidade das informações por parte da en- b) Repreensão registada;
tidade que os realiza e/ou presencia. c) Sanção pecuniária;
11- O disposto nos números anteriores não prejudica a pos- d) Perda de dias de férias;
sibilidade das informações serem comunicadas às entidades e) Suspensão do trabalho com perda de retribuição e de
competentes, assim como a possibilidade de serem utilizadas antiguidade;
na instrução de procedimento disciplinar e/ou judicial, sendo f) Despedimento sem qualquer indemnização ou compen-
o trabalhador antecipadamente informado. sação.
12- O trabalhador avaliado pode sempre requerer uma con- Cláusula 77.ª
traprova por análise de sangue no prazo máximo de 15 min
(Sanções abusivas)
após o primeiro teste.
13- Os custos dos exames e da contraprova são suporta- 1- Consideram-se sanções abusivas as sanções disciplina-
dos pelo empregador, com exceção da contraprova solicitada res motivadas pelo facto de o trabalhador:
pelo trabalhador no caso e que esta dê resultado positivo. a) Haver reclamado legitimamente contra as condições de
14- O período de conservação de dados terá como limite o trabalho;
fim do processo de impugnação da decisão disciplinar e caso b) Recusar-se a cumprir ordens a que não deve obediência;
esta não venha a ocorrer, o prazo legalmente fixado para a c) Exercer ou candidatar-se a funções em estrutura de re-
respetiva impugnação acrescido de sessenta dias. presentação coletiva de trabalhadores;
d) Em geral, exercer, ter exercido, pretender exercer ou in-
Cláusula 74.ª
vocar os direitos e garantias que lhe assistem.
(Seguro dos trabalhadores deslocados fora do país de residência) 2- Até prova em contrário, presume-se abusivo o despedi-
mento ou a aplicação de qualquer sanção, quando levada a
As empresas deverão garantir que os seguros previstos na
efeito até 6 meses após qualquer dos factos mencionados nas
alínea g) da cláusula 12.ª (Deveres da empresa) abranjam as
alíneas do número anterior.
deslocações que os trabalhadores realizam fora do território
nacional. Cláusula 78.ª
(Consequência da aplicação da sanção abusiva)
CAPÍTULO X
1- A aplicação de alguma sanção abusiva, nos termos da
cláusula anterior, para além de responsabilizar a entidade
Cessação do contrato de trabalho empregadora por violação das leis do trabalho, dá direito ao
trabalhador lesado a ser indemnizado nos termos gerais.
Cláusula 75.ª
2- No caso da sanção abusiva ter sido aplicada pelo fac-
(Cessação do contrato de trabalho) to do trabalhador exercer ou candidatar-se ao exercício de
funções em estrutura de representação coletiva dos trabalha-
1- O contrato de trabalho pode cessar nos termos e con-
dores, o valor da indemnização a atribuir será no dobro do
dições previstas na Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, que
previsto nos termos gerais.

4639
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

Cláusula 79.ª ção de uma comissão de segurança e saúde e respetivo regu-


lamento.
(Tramitação processual disciplinar) 4- Enquanto tal não se verificar esta matéria é regulada nos
1- O processo disciplinar será escrito e iniciar-se-á com a termos da lei em vigor.
notificação da nota de culpa da qual conste a descrição fun-
Cláusula 81.ª
damentada dos factos imputados ao trabalhador, no prazo
máximo de sessenta dias após o conhecimento da infração (Complemento de subsídio de doença)
por parte da entidade empregadora ou superior hierárquico
1- Em caso de doença, a entidade empregadora pagará a
com competência disciplinar.
diferença entre a retribuição liquida auferida à data do início
2- A acusação tem de ser fundamentada na violação dos
da incapacidade temporária para o trabalho por motivo de
princípios, deveres e garantias das partes consignadas no
doença e o subsídio atribuído pela Segurança Social, até ao
presente CCTV e na lei geral, e a nota de culpa transmitida
limite de 30 dias por ano, seguidos ou interpolados, desde
ao arguido por escrito, com aviso de receção ou termo de
que se verifique uma situação de internamento em estabele-
entrega.
cimento hospitalar ou de convalescença motivada pela hos-
3- O trabalhador dispõe do prazo máximo de dez dias úteis
pitalização.
para deduzir por escrito os elementos considerados relevan-
2- O valor da retribuição liquida auferida pelo trabalhador
tes para o esclarecimento da verdade, podendo consultar o
à data do início da incapacidade temporária para o trabalho,
processo.
compreenderá a retribuição base (cláusula 44.ª), diuturnida-
4- O prazo referido no número 1 é reduzido a trinta dias
des (cláusula 46.ª), complemento salarial (cláusula 59.ª) e
nos casos em que houver lugar à suspensão preventiva do
as outras prestações retributivas que sejam contrapartida do
trabalhador.
modo específico da execução do trabalho, a saber, a retribui-
5- A instrução terá de ser concluída no prazo máximo de
ção do regime específico de trabalho dos motoristas (cláusu-
um ano após a receção da nota de culpa pelo arguido.
la 61.ª), subsídio de trabalho noturno (cláusula 62.ª número
6- Finda a instrução, o processo será presente, por cópia,
1 e 63.ª número 1), ajuda de custo TIR (cláusula 64.ª) e sub-
à comissão de trabalhadores, a qual se pronunciará no prazo
sídio de operações (cláusula 67.ª), excluindo-se desde já os
máximo de cinco dias úteis.
valores que são pagos a título de subsídio de refeição e de
7- Decorrido o prazo referido no número anterior, a empre-
ajudas de custo.
sa proferirá, no prazo de trinta dias, a decisão final, ponde-
rando todas as circunstâncias do caso e referenciando obri- Cláusula 82.ª
gatoriamente as razões aduzidas num e noutro sentido pela
comissão de trabalhadores. (Complemento de pensão por acidente de trabalho ou doença
profissional)
8- A decisão final fundamentada constará de documento
escrito, de que será sempre entregue cópias ao trabalhador e 1- No caso de incapacidade temporária absoluta, resultante
à comissão de trabalhadores. de acidente de trabalho ou doença profissional, a empresa
9- Quando a sanção aplicada for o despedimento, o docu- pagará, enquanto durar essa incapacidade, um subsídio igual
mento referido no número anterior será igualmente remetido à diferença entre a retribuição liquida à data da baixa e a in-
à associação sindical. demnização legal a que o trabalhador tenha direito, caso esta
10- O processo disciplinar instaurado contra um trabalha- não esteja a ser suportada pela companhia de seguros.
dor móvel segue os termos previstos no Código do Trabalho 2- A retribuição liquida à data da baixa compreenderá a re-
aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, com exce- tribuição base (cláusula 44.ª), diuturnidades (cláusula 46.ª),
ção dos prazos procedimentais que são acrescidos de metade. complemento salarial (cláusula 59.ª) e as outras prestações
retributivas que sejam contrapartida do modo específico da
execução do trabalho, a saber, a retribuição do regime espe-
CAPÍTULO XII
cífico de trabalho dos motoristas (cláusula 61.ª), subsídio de
trabalho noturno (cláusula 62.ª número 1 e 63.ª número 1),
Apoio aos trabalhadores
ajuda de custo TIR (cláusula 64.ª) e subsídio de operações
(cláusula 67.ª), excluindo-se desde já os valores que são pa-
Cláusula 80.ª
gos a título de subsídio de refeição e de ajudas de custo.
(Higiene e segurança no trabalho) 3- Exclui-se do âmbito da presente cláusula, as situações
de incapacidade para o trabalho resultantes de acidente de
1- A empresa instalará o seu pessoal em boas condições de
trabalho ou doença profissional que tenham ocorrido durante
higiene e deverá prover os locais de trabalho com os indis-
outra relação laboral anterior.
pensáveis requisitos de segurança.
2- Aos trabalhadores que laborem com óleos e combustí- Cláusula 83.ª
veis ou sujeitos à humidade e intempérie, a empresa obriga-
-se a fornecer gratuitamente equipamento de proteção, de- (Incapacidade permanente por acidente de trabalho ou doença
profissional)
signadamente botas de borracha forradas, tamancos, luvas de
borracha, calças e casaco PVC equipado com capuz. Em caso de incapacidade permanente absoluta para o tra-
3- Qualquer das partes poderá apresentar proposta de cria- balho habitual proveniente de acidente de trabalho ou doença

4640
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

profissional ao serviço da empresa, esta diligenciará conse- é considerada para efeito do crédito de horas de formação
guir a reconversão dos diminuídos para função compatível previsto na lei geral do trabalho.
com as diminuições verificadas.
Cláusula 84.ª CAPÍTULO XIII

(Apoio por apreensão de licença de condução) Comissão paritária


1- A todos os motoristas a quem haja sido apreendida a
licença de condução por razões de serviço em atos cometi- Cláusula 86.ª
dos no exercício ou por causa do exercício das suas funções,
(Comissão paritária)
será garantido o trabalho em qualquer outro setor da empresa
compatível com as suas aptidões sem diminuição da retribui- 1- Será constituída uma comissão paritária, com sede em
ção normal, calculado nos termos do número dois da cláusu- Lisboa, que integrará dois elementos de cada uma das partes
la 74.ª (Complemento de pensão por acidente de trabalho ou outorgantes, os quais serão assessorados.
doença profissional). 2- Cada parte indicará à outra, por escrito, nos trinta dias
2- Esta responsabilidade cessa caso a aplicação da sanção subsequentes à entrada em vigor deste CCTV, os nomes dos
referida no número anterior ocorra na sequência da adoção respetivos representantes na comissão paritária. Conjunta-
de comportamento que constitua crime e/ou contraordenação mente com os representantes efetivos serão designados dois
muito grave ou grave quando reiterada. suplentes para substituir os efetivos em casos de impedimen-
to.
Cláusula 85.ª 3- Tanto os elementos efetivos como os suplentes podem
ser substituídos a qualquer tempo pela parte que os manda-
(Formação profissional)
tou.
1- As entidades empregadoras obrigam-se a suportar, os 4- A comissão paritária terá, designadamente, as seguintes
custos com a renovação da carta de qualificação de motorista atribuições:
(CQM), do certificado de aptidão para motorista (CAM), do a) Interpretação do presente CCTV;
cartão de condutor e dos respetivos certificados. b) Deliberação sobre questões de natureza técnica, nome-
2- O trabalhador fica obrigado frequentar a formação mar- adamente a criação de novas categorias profissionais e sua
cada e organizada pela entidade empregadora, necessária à integrarão na tabela salarial.
obtenção do CQM e do CAM, sob pena de a recusa consubs- 5- As deliberações da comissão paritária relativas a ques-
tanciar a violação do dever a que se referem as alíneas a) e j) tões da competência atribuída por força da alínea a) do nú-
da cláusula 13.ª (Deveres dos trabalhadores). mero anterior constituem a interpretação autêntica do pre-
3- Após a frequência da formação por parte do trabalhador, sente CCTV.
este fica obrigado a um período mínimo de permanência na 6- A comissão paritária só poderá deliberar com a presença
entidade empregadora de cinco anos. Exclui-se desta obriga- de, pelo menos, um representante de cada uma das partes, e
ção de permanência a formação ministrada para a renovação para deliberação só poderá pronunciar-se igual número de
daqueles títulos. elementos de cada parte.
4- Caso o contrato de trabalho cesse antes de esgotado esse 7- As deliberações da comissão paritária não podem con-
período, por motivos imputáveis ao trabalhador, este terá que trariar a lei ou a substância deste CCTV e são tomadas por
devolver o valor proporcional tendo em conta o período em maioria dos elementos presentes com direito a voto nos ter-
falta até ao termo da data de validade do título cujo custo foi mos do número 6, sendo de imediato aplicáveis, salvo se ti-
suportado pela empresa. verem de ser comunicadas ao Ministério do Trabalho para
5- Sempre que as entidades empregadoras não organizem efeitos de publicação.
as formações previstas no número 2 da presente cláusula, 8- O expediente será assegurado pela associação patronal.
os trabalhadores têm direito a receber o valor da formação, 9- A comissão paritária estará apta a funcionar logo que
acrescido da retribuição correspondente a trinta cinco horas cada uma das partes dê cumprimento ao disposto no número
de trabalho, fixando-se como valor de referência para a for- 2.
mação em 175 € (cento e setenta e cinco euros). 10- Na sua primeira reunião a comissão paritária elaborará
6- O trabalhador que apresente, para efeitos de reembolso, o respetivo regulamento de funcionamento.
um valor de custo da formação superior ao valor de refe-
rência fixado no número anterior, deverá documentar devi-
CAPÍTULO XIV
damente tal pedido, justificado e fundamentado o mesmo.
Caso fique provado, que era possível ao trabalhador realizar
Disposições diversas
a formação com respeito pelo valor de referencia, a entidade
empregador apenas fica obrigada a reembolsar o trabalhador Cláusula 87.ª
pela formação frequentada até aquele limite, sem prejuízo de
um eventual processo disciplinar ao trabalhador. (Transmissão de estabelecimento)
7- A formação ministrada nos termos da presente cláusula 1- Em caso de transmissão, por qualquer título, da titu-

4641
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

laridade de empresa, ou estabelecimento ou ainda de parte 2- Quaisquer condições mais favoráveis que venham a ser
de empresa ou estabelecimento que constitua uma unidade estabelecidos por via administrativa para as categorias pro-
económica, transmitem-se para o adquirente a posição do fissionais abrangidas por este contrato passam a fazer parte
empregador nos contratos de trabalho dos respetivos traba- integrante do mesmo.
lhadores, bem como a responsabilidade pelo pagamento de 3- As dúvidas que possam resultar da aplicação do dispos-
coima aplicada pela prática de contraordenação laboral. to no número anterior são, obrigatoriamente colocadas por
2- O transmitente responde solidariamente pelas obriga- escrito à comissão paritária a qual, no prazo máximo de trin-
ções vencidas até à data da transmissão, durante o ano sub- ta dias, deverá adotar deliberação a respeito das questões que
sequente a esta. lhe sejam apresentadas.
3- O disposto nos números anteriores é igualmente apli- 4- A presente norma tem natureza imperativa.
cável à transmissão, cessação ou reversão da exploração de
empresa, estabelecimento ou unidade económica, sendo so- CAPÍTULO XV
lidariamente responsável, em caso de cessação ou reversão,
quem imediatamente antes tenha exercido a exploração. Disposições finais e transitórias
4- O disposto nos números anteriores não é aplicável em
caso de trabalhador que o transmitente, antes da transmis- Cláusula 90.ª
são, transfira para outro estabelecimento ou unidade econó-
mica, nos termos do disposto no artigo 194.º do Código do (Carácter mais favorável)
Trabalho aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, As partes consideram que o presente CCTV é globalmen-
mantendo-o ao seu serviço, exceto no que respeita à respon- te mais favorável do que a anterior regulamentação coletiva
sabilidade do adquirente pelo pagamento de coima aplicada aplicável, cujas disposições são integralmente revogadas.
pela prática de contraordenação laboral. (Cláusula a integrar, de acordo com os princípios previs-
5- Considera-se unidade económica o conjunto de meios tos no artigo 503.º do Código do Trabalho aprovado pela Lei
organizados com o objetivo de exercer uma atividade econó- n.º 7/2009, de 12 de fevereiro).
mica, principal ou acessória.
6- A presente cláusula é aplicável em todas as situações de ANEXO I
transmissão de estabelecimento.
7- A transmissão operada nos termos do número anterior (Categorias profissionais)
determina a garantia, para o trabalhador transferido, de to-
das as condições praticadas no momento em que se verificar Área de direção, gestão e quadros técnicos
a transmissão, designadamente as decorrentes do presente Chefe de departamento - É o trabalhador que estuda, or-
CCTV em matéria remuneratória e de organização do tempo ganiza, dirige e coordena, sob a orientação do seu superior
de trabalho. hierárquico, num ou vários dos departamentos da empresa,
8- Não há lugar à aplicação do regime anteriormente pre- as atividades que lhe são próprias: exercer, dentro do depar-
visto aos trabalhadores contratados, por qualquer via, nos tamento que chefia e nos limites da sua competência, fun-
últimos seis meses por referência à data de início do contrato ções de direção, orientação e fiscalização do pessoal sob as
de prestação de serviços que venha a ser celebrado. suas ordens e de planeamento das atividades do departamen-
Cláusula 88.ª to, segundo as orientações e fins definidos.
Conselheiro de segurança - É o profissional legalmente
(Falência ou insolvência) habilitado, que tem como missão garantir o cumprimento da
1- A declaração judicial da falência ou insolvência da em- regulamentação geral e a existência e cumprimento de nor-
presa não faz caducar os contratos de trabalho. mas e procedimentos internos à empresa onde atua, relativos
2- O administrador da falência ou da insolvência satisfará ao transporte, carga, descarga, enchimento, acondiciona-
integralmente as retribuições que se forem vencendo, se o mento e estiva de mercadorias perigosas, recorrendo a todos
estabelecimento não for encerrado e enquanto o não for. os meios e promovendo todas as ações capazes de prevenir
3- A cessão dos contratos de trabalho, no caso previsto a ocorrência de acidentes e minimizar os seus efeitos. Tem
nesta cláusula, fica sujeita ao regime geral estabelecido na como atividades:
lei. –– Verificar o cumprimento da legislação relativa ao trans-
porte de mercadorias perigosas e elaborar um relatório de
Cláusula 89.ª
segurança anual sobre as atividades da empresa no âmbito
(Manutenção de regalias anteriores e prevalência de normas) desse transporte;
–– Aconselhar a empresa na adoção de modelos de ges-
1- Da aplicação do presente CCTV não poderão resultar
tão nas operações de transporte de mercadorias perigosas,
quaisquer prejuízos, designadamente baixa ou mudança de
visando prevenir a ocorrência de acidentes e procurando uma
categoria ou classe, diminuição de retribuição e outras rega-
melhoria contínua da segurança, comportamento ambiental e
lias de carácter regular ou permanentes, não contempladas
qualidade de trabalho na empresa.
neste CCTV e, bem assim, diminuição da retribuição líquida
Diretor comercial - É o trabalhador que dinamiza, an-
do trabalhador.

4642
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

garia e gere a carteira de clientes dos serviços comercial de –– Controlar o cumprimento e a adequação do serviço
transporte, podendo promover campanhas promocionais, prestado ao que está contratualizado;
conceber novos produtos, melhorando a comunicação com –– Gerir stocks de ferramentas, peças e acessórios para a
os clientes; elabora propostas comerciais de resposta a pe- manutenção;
didos de consultas de clientes, e acompanha as mesmas, as- –– Propor investimentos na área da manutenção, nomeada-
segura a produção de informação de gestão comercial inter- mente ao nível do equipamento e da mão-de-obra;
na e acompanha os indicadores de gestão respetivos; gere, –– Elaborar o orçamento referente à área da manutenção;
em articulação com o serviço administrativo e financeiro, a –– Elaborar documentos técnicos relativos ao serviço de
faturação e recebimentos dos serviços de transporte, desen- manutenção.
volvendo as ações necessárias à boa cobrança dos créditos Gestor de frota - É o profissional que tem como missão
sobre os clientes; gere as reclamações/sugestões efetuadas disponibilizar a frota, interna e externa sem condutor, mais
com referência ao setor comercial. adequada em tipologia, capacidade e fiabilidade, com a rea-
Diretor de serviços - É o trabalhador que estuda, organi- tividade necessária aos mais elevados padrões de serviço, ao
za, dirige e coordena, nos limites do poder de que está inves- mais baixo custo e de forma sustentada no tempo. Tem como
tido, as atividades da empresa ou de um ou vários dos seus atividades principais:
departamentos. –– Planear a frota em capacidade e tipologia de acordo com
Gestor comercial/marketing - É o trabalhador que tem os objetivos da produção e tendo em conta as intervenções
como missão propor as orientações estratégicas da política de manutenção das viaturas, por forma a garantir a regulari-
comercial da empresa, promover estudos de mercado e testar dade do serviço e a otimização da exploração;
as reações dos clientes com vista a permitir o ajustamento –– Propor a aquisição, o aluguer e o abate de viaturas emi-
permanente da atividade da empresa às necessidades e satis- tindo pareceres técnicos sobre as suas características e sobre
fação dos clientes. Tem como atividades principais: a oportunidade da ação;
–– Recolha e análise de informações sobre os serviços de –– Selecionar, com a direção da empresa, fornecedores de
transporte, dos clientes e da concorrência da empresa e ou- veículos, componentes e serviços associados;
tros fatores contextuais com importância para a política de –– Comprar equipamentos, materiais, consumíveis e ser-
marketing da empresa, através de estudos internos ou exter- viços necessários à manutenção e exploração operacional da
nos; frota da empresa;
–– Definição e analise os segmentos estratégicos do merca- –– Negociar os contratos de manutenção externa;
do-alvo da empresa; –– Controlar o cumprimento dos contratos de fornecimento
–– Definição e apresentação de propostas do posiciona- de veículos e componentes e a qualidade dos serviços asso-
mento e da imagem da empresa no mercado; ciados;
–– Definição e apresentação de propostas de estratégias e –– Gerir os stocks de ferramentas, peças e acessórios para
das políticas comerciais da empresa, especialmente as po- a manutenção;
líticas de divulgação e promoção, em função da análise do –– Controlar e assegurar o cumprimento dos requisitos le-
mercado e das estratégias da concorrência, de acordo com o gais para a utilização da frota;
posicionamento que foi definido; –– Executar e controlar o processo administrativo e legal
–– Promoção de estudos de novas oportunidades de negó- de sinistros e multas;
cio, nomeadamente a expansão dos serviços ou a internacio- –– Elaborar os documentos técnicos relativos à exploração
nalização; e manutenção da frota.
–– Elaboração do plano de catividades e do orçamento para Gestor de plataformas - É o profissional que tem como
a área do marketing; missão planear e coordenar a afetação dos recursos opera-
–– Controle dos resultados qualitativos e quantitativos das cionais da plataforma para a produção dos serviços de carga/
opções de marketing na empresa. descarga, triagem e encaminhamento de mercadorias com
Gestor de contratos de manutenção - É o profissional origem e destino na plataforma. Tem como atividades prin-
que tem como missão assegurar a manutenção do material cipais:
circulante estabelecendo os contactos com as empresas ou –– Participar no planeamento global e distribui os recursos
serviços de manutenção e verificando o cumprimento dos em função das necessidades do serviço numa ótica de satis-
contratos e a qualidade dos serviços prestados. Tem como fação das necessidades do cliente pelo mais baixo custo;
atividades principais: –– Elaborar o plano e orçamento de exploração da platafor-
–– Definir, em colaboração com a direção, a estratégia de ma ou do estabelecimento;
manutenção da empresa; –– Coordenar as operações e os recursos operacionais de
–– Elaborar o plano de manutenção, em função da estraté- produção da plataforma (equipamentos, recursos huma-
gia da empresa e das necessidades de produção do serviço nos...);
de transporte; –– Gerir a operação de transporte de recolha e distribuição
–– Selecionar fornecedores de material circulante e de ser- de mercadorias a partir da plataforma, caso necessário;
viços de manutenção; –– Garantir a manutenção dos equipamentos da platafor-
–– Negociar contratos de manutenção do material circulan- ma, o ordenamento geral das mercadorias e a limpeza das
te; instalações;

4643
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

–– Assegurar o cumprimento dos procedimentos de segu- ência das viaturas nas várias linhas/carreiras/itinerários e a
rança da plataforma e a salvaguarda das mercadorias depo- rentabilidade das encomendas do serviço de transporte;
sitadas; –– Propor a manutenção de serviços de transporte, nomea-
–– Contactar com os clientes e organiza o dispositivo ad- damente de veículos em funções de programação e de ocor-
ministrativo inerente à atividade do terminal; rências várias;
–– Controlar os indicadores de gestão e reporta os níveis de –– Gerir as operações e os recursos operacionais de produ-
serviço e de performance económica da atividade; ção da empresa nomeadamente as frotas de veículos e equi-
–– Colaborar em estreita ligação com os outros gestores de pamentos afetos à operação e à organização do transporte;
plataforma, com as unidades de gestão da qualidade, da ges- –– Coordenar os serviços de gestão de frota, de tripulações
tão de recursos humanos e gestão global da operação, visan- e os serviços técnicos de afetação e controlo de recursos;
do, entre outras atividades, transmitir informação de carácter –– Contactar diariamente com os serviços operacionais dos
técnico; clientes de forma a transmitir informações sobre o status de
–– Elaborar os relatórios da atividade do terminal. execução do transporte e, de forma a efetuar o controlo e a
Gestor de sistemas informáticos - É o trabalhador que pressão de cobrança;
tem como missão realizar atividades de conceção, especifi- –– Acompanhar e apoiar as unidades operacionais na refor-
cação, projeto, implementação, avaliação, suporte e manu- mação e estabelecimento de interfaces exterior (manutenção,
tenção de sistemas informáticos e de tecnologias de proces- controlo de tráfego…, entidade reguladora, entidade gestora
samento e transmissão de dados e informações. Tem como de infraestruturas, …);
atividades principais: –– Organizar o processamento da informação para o paga-
–– Instalar, configurar e efetuar a manutenção de compu- mento ao pessoal tripulante e auxiliar de cargas e descargas;
tadores isolados ou inseridos numa rede local, periféricos de –– Planear, controlar e coordenar a factoração dos serviços
computadores ou de uma rede local, estruturas e equipamen- de transporte;
tos de redes locais, sistemas operativos cliente e servidor; –– Controlar a execução e a qualidade dos serviços presta-
–– Implementar e efetuar a manutenção de políticas de se- dos pela frota e pessoal tripulante;
gurança em sistemas informáticos; –– Pode executar o planeamento da manutenção em estrei-
–– Instalar, configurar e efetuar a manutenção de aplica- ta ligação com o responsável da manutenção;
ções informáticas; –– Acompanhar a implementação de ações de segurança
–– Efetuar a análise de sistemas de informação; no sistema de transportes e propõe a atualização da regula-
–– Conceber algoritmos através da divisão dos problemas mentação técnica e de exploração;
em componentes; –– Elaborar os relatórios das atividades referentes aos ser-
–– Desenvolver, distribuir, instalar e efetuar a manutenção viços de transporte realizados.
de aplicações informáticas, utilizando ambientes e lingua- Gestor de transportes - É o profissional que tem como
gens de programação procedimentais e visuais; missão planear e coordenar as atividades de transporte numa
–– Conceber, implementar e efetuar a manutenção de bases lógica de sistema de transporte, promovendo a multimodali-
de dados; dade e garantindo a rentabilidade da exploração, a qualidade
–– Manipular dados retirados de bases de dados; do serviço, a segurança e a proteção do meio ambiente. Tem
–– Instalar, configurar e efetuar a manutenção de servido- como atividades principais:
res para a internet; –– Organizar e coordenar todas as atividades inerentes à
–– Planificar, executar e efetuar a manutenção de páginas gestão da frota e dos recursos humanos a ela afetos, designa-
e sítios na internet; damente a verificação dos contratos e documentos de trans-
–– Desenvolver, instalar e efetuar a manutenção de siste- porte a que acresce a distribuição dos carregamentos ou dos
mas de informação baseados nas tecnologias web. serviços pelos motoristas e pelos veículos;
Gestor de tráfego - É o profissional que tem como missão –– Verificar e realizar as ações necessárias para garantir
planear, coordenar e controlar as operações de produção de que todos os títulos e licenças necessárias ao exercício da ati-
transporte e da afetação de recursos (frota, material circulan- vidade de transportes rodoviários de mercadorias por conta
te e pessoal) de acordo com a capacidade e a tipologia dos de outrem prosseguida pela empresa, se encontram em vigor;
recursos operacionais da empresa, garantindo as condições –– Assegurar que a organização do trabalho dos motoris-
de segurança adequadas nas operações de serviço de trans- tas, nomeadamente em sede de tempos de condução e re-
porte. Tem como atividades principais: pouso, bem como a legislação sobre higiene e segurança no
–– Elaborar o plano e o orçamento referente às operações trabalho cumpre as normas legais em vigor;
de produção de transporte em colaboração com a direção co- –– Assegurar que no exercício da atividade são cumpridas
mercial, em função das orientações estratégicas da empresa e as normas legais respeitantes à utilização dos veículos, no-
das necessidades de produção do serviço de transporte; meadamente no que se refere ao peso e dimensões e à segu-
–– Participar na definição das políticas de imagens insti- rança rodoviária bem como assegurar a gestão da manuten-
tucional, de comercialização e de marketing dos serviços de ção e reparação dos veículos;
transportes da empresa; –– Comunicar ao órgão de gestão da empresa todas as si-
–– Programar as atividades de afetação de viaturas/frota e tuações violadoras ou potencialmente violadoras de normas
recursos humanos (tripulação) de forma a otimizar a frequ- legais em vigor que venha a detetar, para que sejam instaura-

4644
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

das ações corretivas bem como procedimentos disciplinares correio, etc. Como habilitações escolares mínimas e exigido
quando para isso exista fundamento legal; o curso superior de secretariado ou curso superior equiva-
–– Analisar informações relativas à envolvente do negócio lente.
e aos vários modos de transporte, a nível nacional e interna- Técnico comercial - É o trabalhador que analisa a concor-
cional; rência e o mercado para identificar as necessidades dos clien-
–– Definir, com a direção, estratégias de gestão e organi- tes, participar na promoção da venda e a elaborar propostas
zação do transporte promovendo e otimizando as interfaces comerciais. Acompanha o atendimento, venda, dúvidas e re-
com outros operadores e modos de transporte, numa lógica clamações dos clientes, a fim de fidelizar e propor melhorias.
multimodal de forma a rentabilizar a exploração. Técnico de formação - Ministra a formação teórica e
Responsável pela qualidade - É o profissional que tem prática na empresa; assegura o aperfeiçoamento profissional
como missão gerir e dinamizar o sistema da qualidade da dos trabalhadores formandos, colabora na programação dos
empresa, com o objetivo de fomentar a comunicação interna cursos de formação e seu desenvolvimento, bem como nas
e externa, na ótica da melhoria contínua e da satisfação do matérias a ministrar aos formandos.
cliente. Tem como atividades principais: Técnico de SHT (segurança higiene e saúde no trabalho)
–– Participar, em conjunto com a direção da empresa, na - É o profissional que tem como missão desenvolver ativida-
definição da política da qualidade da empresa; des de prevenção e de proteção contra riscos profissionais.
–– Definir os processos e os meios necessários à imple- Tem como atividades principais:
mentação do sistema da qualidade da empresa, tendo em –– Colaborar no planeamento e na implementação do siste-
conta os objetivos definidos na política da qualidade; ma de gestão de prevenção da empresa;
–– Definir as características do tipo de auditoria interna e –– Colaborar no processo de avaliação de riscos profissio-
acompanha os processos de auditoria interna e externa; nais;
–– Coordenar as atividades da qualidade, por forma a mi- –– Desenvolver e implementar medidas de prevenção e de
nimizar os custos globais de produtos e serviços e, de uma proteção;
forma geral, os custos da não qualidade; –– Colaborar na conceção de locais, postos e processos de
–– Participar na gestão de recursos humanos, nomeada- trabalho;
mente, ao nível de critérios de recrutamento e seleção de –– Colaborar no processo de utilização de recursos exter-
avaliação de desempenho e nas práticas de formação na sua nos nas atividades de prevenção e de proteção;
área; –– Assegurar a organização da documentação necessária
–– Colaborar na seleção e homologação de fornecedores, ao desenvolvimento da prevenção na empresa;
de acordo com critérios da qualidade estabelecidos; –– Colaborar nos processos de informação e formação dos
–– Analisar e controlar os resultados da área da qualidade; trabalhadores e demais intervenientes nos locais de trabalho;
–– Conduzir e desenvolver o processo de melhoria contí- –– Colaborar na integração da prevenção no sistema de co-
nua do sistema da qualidade da empresa; municação da empresa;
–– Gerir os fluxos de informação da área da qualidade; –– Colaborar no desenvolvimento de processos de consulta
–– Estabelecer contactos e parcerias com centros de inves- e de participação dos trabalhadores;
tigação, laboratórios, clientes e fornecedores; –– Colaborar no desenvolvimento das relações da empresa
–– Propor formas de melhoria para a organização baseadas com os organismos da rede de prevenção.
em novos modelos de gestão da qualidade (total quality ma- Área administrativa e financeira
nagement, modelos de excelência, ...);
Caixa - O trabalhador que tem a seu cargo as operações
–– Elaborar documentos técnicos relativos à área da qua-
de caixa e o registo de movimento relativo a transações res-
lidade.
peitantes a gestão da empresa; recebe numerário e outros
Secretária de direção - É o trabalhador que se ocupa do
valores e verifica se a sua importância corresponde a indica-
secretariado específico da administração ou direção da em-
da nas notas de venda e nos recibos; prepara os sobrescritos
presa. Competem-lhe, normalmente, as seguintes funções:
segundo as folhas de pagamento. Pode preparar os fundos
assegurar por sua própria iniciativa o trabalho de rotina do
destinados a serem depositados e tomar as disposições ne-
gabinete; receção, registo, classificação, distribuição e emis-
cessárias para os levantamentos.
são de correspondência externa ou interna, leitura e tradução
Chefe de divisão ou serviços - É o trabalhador que dirige
da correspondência recebida, juntando a correspondência
ou chefia o setor de serviços.
anterior sobre o mesmo assunto e organizando o respeti-
Chefe de escritório - É o trabalhador que estuda, planifi-
vo processo; dar colaboração ao responsável do órgão que
ca, organiza, dirige, coordena e controla, dentro dos limites
secretaria na recolha e análise de informações e preparar a
dos poderes de que está investido, as atividades de um ou
redação de documentos a emitir; redigir a correspondência
vários dos seus departamentos, dirigindo e supervisionando
e outros documentos, eventualmente em francês ou inglês;
os trabalhadores que lhe estão adstritos. Exerce funções tais
organizar, manter e atualizar o arquivo ou arquivos do órgão
como: colabora na determinação da política da empresa e
de secretaria; dactilografar relatórios, atas, cartas, ofícios e
planeia a utilização mais conveniente dos meios humanos,
comunicações; preparar reuniões de trabalho e redigir as res-
materiais e financeiros adstritos ao órgão a que pertence;
petivas atas; coordenar trabalhos auxiliares de secretariado,
dirige e fiscaliza as atividades que dele dependem, elabora
tais como dactilografia, retrografia de textos, expedição de

4645
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

planos de atuação e assegura o seu cumprimento; vela pelo que apresenta e assina; elabora o relatório explicativo que
cumprimento das políticas definidas e das normas e regula- acompanha a apresentação de contas e fornece indicadores
mentos em vigor, bem como dos preceitos legais; propõe a para esse fim; efetua as revisões contabilísticas necessárias,
aquisição de equipamento e materiais e a admissão de pes- verificando os livros ou registos, para se certificar da corre-
soal necessário ao bom funcionamento dos serviços; Cria e ção da respetiva escrituração. É o responsável pela contabi-
assegura uma boa estrutura administrativa que permita ex- lidade da empresa.
plorar e dirigir os vários órgãos que supervisiona; colabora Cobrador - É o trabalhador que efetua, fora dos escritó-
na fixação da política financeira e exerce a verificação dos rios, recebimentos, pagamentos e depósitos.
custos. Correspondente em línguas estrangeiras - o trabalhador
Chefe de secção - É o trabalhador que assegura o fun- que redige cartas e quaisquer outros documentos em línguas
cionamento de uma secção, dirigindo e supervisionando o estrangeiras, dando-lhe seguimento apropriado; lê, traduz, se
pessoal que lhe está adstrito, acionando e controlando as ati- necessário, o correio recebido e junta-lhe a correspondência
vidades que lhe são próprias, sob a orientação do superior anterior sobre o assunto; estuda os documentos e informa-se
hierárquico. sobre a matéria em questão ou recebe informações recolhi-
Escriturário (1.ª e 2.ª) - É o trabalhador que executa vá- das com vista a resposta; redige textos, faz rascunhos de car-
rias tarefas que variam consoante a natureza e importância tas, dita-as ou dactilografa-as; encarrega-se dos respetivos
do escritório onde trabalha, redige relatórios, cartas, notas processos.
informativas e outros documentos, manualmente ou a má- Empregado de serviços externos - É o trabalhador que
quina, dando-lhes o seguimento apropriado; tira as notas ne- fora das instalações presta serviço de informação, de entrega
cessárias a execução das tarefas que lhe competem; examina de documentos e de pagamentos necessários ao andamento
o correio recebido, separa-o, classifica-o e compila os dados de processos em tribunais ou repartições públicas ou outros
que lhe são necessários para preparar as respostas; elabora, serviços análogos, podendo eventualmente efetuar recebi-
ordena ou prepara os documentos relativos a encomenda, mentos, pagamentos ou depósitos.
distribuição e regularização das compras e vendas; recebe Escriturário principal - É o trabalhador que, pela sua
pedidos de informações e transmite-os a pessoa ou serviço experiência, conhecimento e aptidão, possui um nível de
competente; põe em caixa os pagamentos de contas e entrega qualificação que permite que lhe seja conferida autonomia e
recibos, escreve em livros as receitas e as despesas, assim atribuição de competência específica na execução das tarefas
como outras operações contabilísticas, estabelece extratos mais complexas do âmbito da secção em que trabalha, cuja
das operações contabilísticas efetuadas e de outros docu- realização pode implicar formação específica, no âmbito da
mentos para informação da direção; atende os candidatos às profissão de escriturário, podendo ainda coordenar o traba-
vagas existentes, informa-os das condições de admissão e lho de outros profissionais de qualificação inferior em equi-
efetua registos de pessoal, preenche formulários oficiais re- pas constituídas para tarefas bem determinadas.
lativos ao pessoal ou à empresa, ordena e arquiva notas de li- Estagiário (1.º, 2.º, 3.º anos) - É o trabalhador que faz a
vranças, recibos, cartas e outros documentos e elabora dados sua aprendizagem e se prepara para escriturário.
estatísticos. Acessoriamente, nota em estenografia, escreve Guarda-livros - É o trabalhador que se ocupa da escri-
à máquina e opera com máquinas de escritório. Pode ainda turação de registos ou do livro de contabilidade, gerais ou
efetuar, fora do escritório, serviço de informação de entrega especiais, analíticos ou sintéticos, selados ou não selados,
de documentos e de pagamentos necessários ao andamento executando, nomeadamente, trabalhos contabilísticos rela-
de processos em tribunal ou repartições públicas. tivos ao balanço anual e apuramento dos resultados da ex-
Contabilista - É o trabalhador que organiza e dirige os ploração e do exercício. Pode colaborar nos inventários das
serviços de contabilidade e dá conselhos sobre problemas de existências, preparar ou mandar preparar extratos de contas
natureza contabilística; estuda a planificação dos circuitos simples ou com juros, executar trabalhos conexos. Não ha-
contabilísticos, analisando os diversos setores de atividade vendo secção própria de contabilidade, superintende os res-
da empresa, de forma a assegurar uma recolha de elementos petivos serviços e tem a seu cargo a elaboração dos balanços
precisos, com vista a determinação de custos e resultados e escrituração dos livros selados ou e responsável pela boa
da exploração; elabora o plano e contas a utilizar para a ob- ordem e execução dos trabalhos.
tenção dos elementos mais adequados à gestão económico Técnico de manutenção informática - É o trabalhador
financeira e cumprimento da legislação comercial e fiscal; responsável pela execução de tarefas de manutenção progra-
supervisiona a estruturação dos registos e livros de contabi- mada e reparação dos equipamentos que compõem o parque
lidade, coordenando, orientando e dirigindo os trabalhadores informático da empresa.
encarregados dessa execução; fornece os elementos contabi- Telefonista - É o trabalhador que presta serviço numa
lísticos necessários a definição da política orçamental e orga- central telefónica, transmitindo aos telefones internos as cha-
niza e segura o controlo da execução do orçamento; elabora madas recebidas e estabelecendo ligações internas ou para o
ou certifica os balancetes e outras informações contabilísti- exterior.
cas a submeter a administração ou a fornecer a serviços pú- Tesoureiro - É o trabalhador que dirige a tesouraria, em
blicos; procede ao apuramento de resultados, dirigindo o en- escritórios em que haja departamento próprio, tendo a res-
cerramento das contas e a elaboração do respetivo balanço, ponsabilidade dos valores de caixa que lhe estão confiados;
verifica as diversas caixas e confere as respetivas existên-

4646
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

cias; prepara os fundos para serem depositados nos bancos sário. Pode ainda efetuar excecionalmente a venda de títulos
e toma as disposições necessárias para os levantamentos. de transporte e fazer marcações de lugares nos autocarros.
Verifica periodicamente se os montantes e valores em caixa Encarregado de cargas e descargas - É o trabalhador que
coincidem com os que os livros indicam. Pode por vezes au- dirige os trabalhos de carga e descarga nas empresas, entre-
torizar certas despesas e executar outras tarefas relacionadas postos ou outros locais.
com operações financeiras. Encarregado de garagem - É o trabalhador que fiscaliza
Programador - É o trabalhador que estabelece programas o trabalho do pessoal e orienta o serviço, dentro do que lhe
que se destinam a comandar operações de tratamento auto- for ordenado pela entidade patronal.
mático de informação por computador, recebe as especifica- Fiel de armazém - É o trabalhador que regista interna-
ções e instruções preparadas pelo gestor de sistemas infor- mente as entradas e saídas de materiais, ferramentas e pro-
mático, incluindo todos os dados elucidativos dos objetivos dutos e controla as existências.
a atingir, prepara os ordinogramas e procede a codificação Guarda - É o trabalhador cuja atividade se limita a velar
dos programas, escreve instruções para computador, procede pela defesa e conservação das instalações e valores confiados
a testes para verificar a validade do programa e introduz-lhe à sua guarda, registando toda e qualquer saída de mercado-
alterações, sempre que necessário, apresenta os resultados rias, veículos e materiais.
obtidos sob a forma de mapas, cartões perfurados, suportes Manobrador de máquinas - É o trabalhador que, não ne-
magnéticos ou por outros processos. Pode fornecer informa- cessitando de possuir carta de condução profissional, proces-
ções escritas para o pessoal encarregado de trabalhar com o sa a sua atividade manobrando ou utilizando máquinas, sen-
computador. do designado conforma a máquina que manobra ou utiliza:
Área das operações/tráfego manobrador de empilhador, de trator, de monta-cargas, de
ponte móvel ou grua. Tem como atividades principais:
Ajudante de motorista - É o trabalhador que acompa-
–– Opera o empilhador em segurança;
nha o motorista, competindo-lhe auxiliá-lo na manutenção
–– Colocar e retirar cargas da estanteria;
do veículo, vigia e indica as manobras, procede a carga e
–– Empilhar cargas;
arrumação das mercadorias do veículo e a respetiva descar-
–– Carregar e descarregar camiões;
ga e entrega nos clientes, podendo ainda fazer a cobrança
–– Assegurar a manutenção e limpeza do empilhador.
dos despachos e/ou mercadorias transportadas. Quando no
Motoristas de ligeiros - * Ver motorista de pesados, com
interior da empresa, pode desempenhar as tarefas de carga e
as devidas adaptações.
descarga dos carros da empresa transportadora.
Motorista de pesados - É o trabalhador que, possuindo
Chefe de grupo - O trabalhador que tem a seu cargo a
as habilitações exigidas por lei, tem a seu cargo a condução
orientação de um grupo de trabalhadores dos serviços de car-
de veículos automóveis ligeiros ou pesados, competindo-lhe
ga e descarga.
proceder à abertura e fecho das caixas de carga, dirigir as
Chefe de tráfego - É o trabalhador que orienta e dirige a
operações de carga e descarga, proceder ao acondicionamen-
preparação e realização do transporte e atos com eles cone-
to, incluindo amarração das mercadorias, zelar pelo cum-
xos. Assegura os contactos por sua iniciativa ou a quem se
primento dos tempos de carga e descarga das mercadorias,
dirige à empresa, tendo em vista a organização e realização
adotar os trajetos que lhe forem ordenados e aqueles que
de transportes, de acordo com as instruções que lhe forem
se revelem mais benéficos para a empresa, pugnar pela boa
superiormente fixadas. Estuda, planifica, organiza e dirige
conservação do veículo, realizar diariamente a verificação
dentro dos limites dos poderes que lhe forem conferidos a
dos principais indicadores do estado aparente de funciona-
atividade de transportes da empresa, bem como dirige e con-
mento das viaturas tripuladas, reportando, de imediato, toda
trola as funções de operador de tráfego. Recebe e verifica
e qualquer anomalia detetada, verificar a existência e confor-
todos os documentos que devem acompanhar as mercado-
midade de toda a documentação relativa ao veículo e à carga
rias, bem como as indicações deles constantes, aferindo da
transportada, pugnar pela manutenção em segurança, do ve-
sua conformidade com a lei e atua em função da verificação
ículo, carga e demais instrumentos de trabalho, cabendo-lhe,
efetuada.
ainda, a tarefa de mudar pneus e realizar outras pequenas
Conferente de mercadorias - É o trabalhador que, sob a
operações de reparação ou diagnóstico quando em trânsito.
orientação do fiel de armazém, procede a operações relacio-
Sobre o trabalhador motorista não recai qualquer dever de
nadas com a entrada e saída de mercadorias.
fazer operações de cargas ou descargas de mercadorias, ex-
Despachante - É o trabalhador que, nas estações de ca-
ceto quando o trabalhador tenha sido contratado ou esteja
mionagem, filiais ou postos de despacho, efetua despachos
adstrito aos seguintes serviços de transporte:
de quaisquer volumes a transportar, entregas de mercadorias
–– Serviços de transporte cuja natureza exija a realização
chegadas ou transportadas e cobranças das quantias respeti-
de tais operações, tais como a distribuição, entendendo-se
vas;
como tal, a distribuição das mercadorias dos armazéns cen-
Controla e verifica o movimento das partidas e chegadas
trais para as respetivas lojas, mudanças e porta-a-porta;
de mercadorias, bem, como o respetivo expediente. Zela pela
–– Serviços de transporte quando, por razões de seguran-
conservação e armazenagem de mercadorias à sua guarda.
ça, em função da formação específica recebida e utilização
Pode eventualmente efetuar a conferência de mercadoria ou
de equipamento específico, tais operações tenham que ser
de despachos, fazendo ainda a sua pesagem quando neces-
realizados pelo trabalhador, como é o caso do transporte de

4647
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

combustíveis, graneis e porta-automóveis. Porteiro - É o trabalhador cuja missão consiste em vigiar


As operações de descarga nas lojas como referidas em as entradas e saídas de pessoal ou visitantes das instalações e
cima, só podem ser realizadas pelo motorista com a presença mercadorias e receber a correspondência.
de outra pessoa. Serralheiro civil - É o trabalhador que constrói e/ou mon-
Motorista de tratores, empilhadores e gruas - É o traba- ta e repara estruturas metálicas, tubos condutores de com-
lhador que tem a seu cargo conduzir e manobrar máquinas bustível, ar ou vapor, carroçarias de veículos automóveis e
ou veículos que sirvam para transporte de cargas diversas. outras obras. Inclui-se nesta categoria os profissionais que
Operário não especializado - É o trabalhador que execu- normalmente são designados por serralheiros de tubos ou
ta tarefas não específicas. tubistas.
Operador de tráfego - É o trabalhador que assegura a Serralheiro mecânico - É o trabalhador que executa pe-
eficiência dos transportes e providência na distribuição dos ças, monta, repara e conserva vários tipos de máquinas, mo-
meios humanos e materiais de acordo com as necessidades tores e outros conjuntos mecânicos, com exceção de instru-
do tráfego de mercadorias. Providencia pelo cumprimento mentos de precisão e das instalações elétricas.
das imposições legais de transporte, emitindo ou conferindo Servente de limpeza - É o trabalhador cuja atividade con-
e disponibilizando os documentos que devem acompanhar siste em proceder à limpeza das instalações, móveis e utensí-
a viatura e o transporte. Procede ao registo diário do movi- lios e interiores dos veículos pesados.
mento e elabora mapas de atividade, bem como folhas de Soldador - É o trabalhador que, utilizando o equipamento
ponto mensal que igualmente controla. Mantém contactos apropriado aluminotérmico por pontos ou por costura contí-
com a clientela, assegurando a informação sobre a realiza- nua, liga entre si elementos ou conjuntos e peças de natureza
ção dos transportes. metálica.
Servente - É o trabalhador que carrega e descarrega as Área da logística
mercadorias dos veículos de serviço público e pode ainda
Operador de armazém/operador de encomendas - É o
fazer a entrega e levantamento das mesmas nas secções de
profissional que tem como missão efetuar as operações de
despacho.
receção, codificação, armazenagem, movimentação, expedi-
Área da manutenção e reparação ção e inventariação de mercadorias. Tem como atividades
Aprendiz - O trabalhador que faz aprendizagem para uma principais:
das seguintes categorias profissionais: mecânico de auto- –– Efetuar as operações de entrada de mercadorias em ar-
móveis, serralheiro civil, serralheiro mecânico, eletricista, mazém;
bate--chapas e pintor. –– Efetuar a movimentação e acondicionamento das mer-
Ajudante de lubrificador - É o trabalhador que ajuda o cadorias no armazém e assegura a sua manutenção e conser-
serviço do lubrificador. vação;
Bate-chapas - É o trabalhador que procede normalmente –– Efetuar as operações de expedição de mercadorias;
a execução, reparação e montagem de peças de chapa fina da –– Participar na elaboração de inventários, executando ati-
carroçaria e partes afins da viatura. vidades de identificação e de controlo das mercadorias e dos
Eletricista - É o trabalhador eletricista que executa todos materiais.
os trabalhos da sua especialidade e assume a responsabilida- Responsável de aprovisionamento - É o profissional que
de dessa execução. tem como missão assegurar a gestão do fluxo dos produtos
Lavador - É o trabalhador que procede à lavagem e lim- em armazém, desde a entrada até à saída da empresa, uti-
peza dos veículos automóveis ou executa os serviços com- lizando os meios e os recurso mais adequados de forma a
plementares inerentes, quer por sistema manual quer por garantir o nível de serviço aos clientes e a eficiência da ope-
máquinas. ração. Tem como atividades principais:
Lubrificador - É o trabalhador que procede à lubrificação –– Colaborar na definição de estratégias e políticas para o
dos veículos automóveis, mudas de óleo de motor, caixa de serviço de aprovisionamento e tendo em conta os constran-
velocidades e diferencial e atesta os mesmos com os óleos gimentos e oportunidades de mercado;
indicados. –– Planear e organizar o serviço de aprovisionamento;
Mecânico de automóveis - O trabalhador que deteta as –– Orientar, coordenar e executar as atividades do serviço
avarias mecânicas, repara, afina, monta e desmonta os ór- de aprovisionamento;
gãos a automóveis e outras viaturas e executa outros traba- –– Avaliar os resultados do serviço de aprovisionamento,
lhos relacionados com esta mecânica. a nível qualitativo e quantitativo, em função dos objetivos
Montador de pneus - O trabalhador que procede à monta- estabelecidos.
gem e desmontagem de pneumáticos e a reparação de furos Responsável de cliente - É o profissional que tem como
em pneus ou câmaras-de-ar. missão planear, realizar, analisar e controlar tarefas integra-
Pintor de automóveis ou máquinas - É o trabalhador que das no âmbito do atendimento, garantindo a sua satisfação
prepara as superfícies das máquinas, viaturas ou seus com- e consequente fidelização. Tem como atividades principais:
ponentes, aplicando as demãos do primário, de subcapa e –– Atender e aconselhar os clientes, tendo em vista a sua
de tinta de esmalte, podendo, quando necessário, prepara as fidelização e a satisfação das suas necessidades;
tintas. –– Processar a venda de produtos do cliente, recorrendo a

4648
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

equipamento informático e outros meios disponíveis; entrega e escoamento dos mesmos;


–– Assegurar o serviço pós-venda, recebendo e analisando –– Organizar e gerir o sistema de distribuição física das
reclamações com vista à sua resolução, procedendo à troca mercadorias e outros produtos, definindo as rotas, a frequên-
de produtos e a reembolsos, tratando de devoluções e de ou- cia e a forma da distribuição;
tras situações colocadas pelos clientes. –– Elaborar o referenciamento dos novos produtos;
Responsável de logística/responsável de transportes e –– Gerir a informação relativa aos stocks e define o ponto
armazém/ responsável de centro de distribuição - É o pro- de encomenda, com vista a evitar a permanência dos pro-
fissional que tem como missão programar e organizar os flu- dutos nos armazéns ou entrepostos, minimizando custos e
xos e a distribuição física dos produtos, otimizando stocks, evitando os custos associados à não qualidade;
meios, espaços e tempos, de forma a garantir a qualidade do –– Coordenar as encomendas;
serviço. Tem como atividades principais: –– Gerir e rentabilizar a frota da empresa;
–– Programar processos de encomenda, de armazenamen- –– Programar a localização dos produtos nos lineares, por
to, de transporte e de entrega, a partir de um sistema de in- forma a otimizar a sua rentabilidade;
formação; –– Controlar a organização, a disposição e a conservação
–– Definir a organização do armazém, das plataformas, etc, dos produtos e equipamentos, os custos e os prazos, com
otimizando os espaços, as condições físicas dos produtos, a base no sistema de informação.

ANEXO II

Período de permanência e acesso


Período de aprendizagem (para efeitos da categoria profissional de aprendiz): 2 anos, após o qual o trabalhador ingressa
no nível mais baixo da respetiva categoria.

Tempo de permanência na categoria ou


Categoria ou classe Acesso
classe
Praticante de despachante Despachante
Ajudante de lubrificador Lubrificador
Estagiário do 1.º ano Estagiário do 2.º ano
Estagiário do 2.º ano Estagiário do 3.º ano
Estagiário do 3.º ano Escriturário de 2.ª ano
Praticante de metalúrgico do 1.ºano Praticante de metalúrgico do 2.º ano
1 ano
Praticante de metalúrgico do 2.º ano Profissional metalúrgico de 2.ª classe
Ajudante de electricista do 1.º período Ajudante de electricista do 2.º período
Ajudante de electricista do 2.º período Pré-oficial electricista do 1.º período
Pré-oficial electricista do 1.º período Pré-oficial electricista do 2.º período
Pré-oficial electricista do 2.º período Oficial electricista (menos de 3 anos)
Oficial electricista (menos de 3 anos) Oficial electricista (mais de 3 anos)
Profissional metalúrgico de 2.ª classe Profissional metalúrgico de 1.ª classe
3 anos
Escriturário de 2.ª classe Escriturário de 1.ª classe

ANEXO III Chefe de departamento


Chefe de divisão ou serviços
Cláusulas de expressão pecuniária Conselheiro de segurança
Contabilista
Gestor comercial/marketing
Cláusula 44.ª Gestor de contratos de manutenção
II Gestor de frota 755 €
(Retribuição do trabalho) Gestor de plataformas
Gestor de sistemas informáticos
Grupos Categorias profissionais Remunerações Gestor de tráfego
Chefe de escritório Gestor de transportes
I 820 €
Director de serviços Director comercial
Tesoureiro

4649
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

III Motorista de pesados 700 € Ajudante de electricista do 1.º


Chefe de secção período
Encarregado electricista XV Estagiário do 1.º ano 600 €
Encarregado metalúrgico Praticante do 1.º ano (met.)
Guarda-livros Aprendiz
Programador
Os oficiais de 1.ª 2.ª referidos, respetivamente, nos gru-
IV Responsável de aprovisionamento 690 €
Responsável de cliente pos VI e VIII pertencem às seguintes categorias profissio-
Responsável de logística/transpor- nais:
tes e armazém/centro de –– Bate-chapas;
distribuição
–– Mecânico de automóveis;
Responsável pela qualidade
–– Pintor de automóveis ou máquinas;
Chefe de tráfego
Correspondente em línguas
–– Serralheiro civil;
estrangeiras –– Serralheiro mecânico;
Escriturário principal –– Soldador.
Oficial principal
V Secretária da direcção 665 € Cláusula 46.ª
Técnico comercial
Técnico de formação (Diuturnidades)
Técnico de manutenção informática
Técnico de SHT (segurança higiene Valor da diuturnidade: 17 €.
e saúde no trabalho)
Cláusula 53.ª
Caixa
Escriturário de 1.ª (Abono para falhas)
Operador de armazém/operador de
VI encomendas 660 € Valor do abono para falhas: 23 €.
Operador de empilhador (tratores,
empilhadores e gruas) Cláusula 55.ª
Operador de tráfego
(Subsídio de refeição)
Electricista (mais de três anos)
Encarregado de garagens Valor do subsídio de refeição: 4,70 €.
655 €
VII Fiel de armazém
Oficial de 1.ª Cláusula 56.ª
VIII Motorista de ligeiros 650 €
(Refeições, alojamento e deslocações no país de residência)
Cobrador
Despachante Número 2 - Refeições deslocados no nacional:
Empregado de serviços externos Alíneas a) e c) Pequeno-almoço e ceia: 2,90 €.
IX 640 €
Escriturário de 2.ª Alínea b) Almoço e jantar: 8,40 €.
Motorista de tractores, empilhador
de grua Cláusula 57.ª
Electricista (menos de três anos)
X Encarregado de cargas e descargas 635 € (Refeições, alojamento e subsídio de deslocação fora do país de
Oficial de 2.ª residência)
Pré-oficial electricista do 2.º ano Trabalhadores não móveis quando deslocados no estran-
XI 600 €
Telefonista geiro:
Ajudante de motorista –– Pequeno-almoço e ceia: 2,90 €.
Chefe de grupo –– Almoço e jantar: 13 €.
Conferente de mercadorias
Electricista (pré-oficial do primeiro Cláusula 58.ª
XII ano) 600 €
Guarda (Ajudas de custo diárias)
Lubrificador
Manobrador de máquinas Número 3 - Trabalhadores móveis, em média a apurar
Porteiro mensalmente, valor da ajuda de custo diária mínima de:
Estagiário do 3.º ano –– Nacional: 23 €.
Lavador –– Ibérico: 26 € .
XIII Montador de pneus 600€
–– Internacional: 36,4 €.
Operário não especializado
Servente Número 7 - Deslocação a Espanha mas com repouso di-
Ajudante de electricista do 2.º
ário em Portugal:
período –– Pequeno-almoço e ceia: 2,90 €.
XIV
Ajudante de lubrificador
600 €
–– Almoço e jantar: 9,90 €.
Estagiário do 2.º ano
Praticante do 2.º ano (met.)
Servente de limpeza

4650
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

Cláusula 59.ª

(Complemento salarial)

Valor do complemento salarial


Grupo Tipo de viatura Sal. base
Nacional Ibérico Internacional

I Até 3,5 t 650 € 0 0€ 1.01 6,5 € 1.02 13 €


II Superior a 3,5 ton até 7,5 t 700 € 0 0€ 1.01 7€ 1.02 14 €
III Superior a 7,5 t até 44 t 700 € 1.02 14 € 1.03 21 € 1.05 35 €
IV Mais de 44 t 700 € 1.04 28 € 1.06 42 € 1.1 70 €
Nota explicativa:
Esclareça-se que, o complemento salarial é de pagamento mensal e o seu valor é obtido pela aplicação da percentagem prevista no quadro constante do
anexo III do CCTV, sobre o valor do salário/retribuição base que a empresa paga efetivamente ao trabalhador.
Com efeito, o quadro em cima, reflete o valor dos complementos salariais tendo por pressuposto que o salário base aplicável é o previsto na tabela sala-
rial em vigor. Mas, caso o salário base pago pela empresa ao trabalhador for outro, então o valor do complemento salarial terá de ser ajustado, aplicando-se
a respetiva percentagem ao valor efetivamente pago.
Por exemplo, no caso de um motorista que conduza um veículo de 7,5 t até 44 t, afeto ao serviço de transporte internacional e que tem um salário base
de 725 € - e como tal, com um valor superior ao previsto na tabela salarial -, deverá aplicar-se a percentagem de 1.05 à sua retribuição/salário base pelo que,
o valor deste complemento salarial será de 36,25 €.

Cláusula 60.ª Prestação pecuniária cláusula 61.ª 383,52 €

(Subsidio de operações/cargas e descargas) Subsídio de trabalho nocturno 70,00 €

Valor do subsídio de operações/cargas e descargas: 2,5 €. Subsídio de operações (22 dias) 55,00 €

Nota explicativa: 2 dias de descanso semanal trabalhados 106,53 €


Por exemplo, um trabalhador que desempenhar as funções descritas na Valor bruto total 1 414,05 €
cláusula 60.ª em 22 dias de trabalho efetivo, terá direito a receber, nesse
mês 55 €. II- Motorista de pesados afecto ao transporte nacional de
Cláusula 64.ª materias perigosas em cisternas

(Ajuda de custo TIR) Rubricas sujeitas a descontos

a) Internacional: 135 €. Designação Valor


b) Ibérico: 115 €. Retribuição base 700,00 €
Cláusula 66.ª Complemento salarial (59.ª) 14,00 €
Diuturnidades (5) 85,00€
(Subsídio de risco)
Prestação pecuniária cláusula 61.ª 383,52 €
Valor do subsídio de risco: 7,5 €.
Subsídio de risco 165,00 €
Nota explicativa:
Por exemplo, um trabalhador que desempenhar as funções descritas na Subsídio de trabalho nocturno 70,00 €
cláusula 66.ª em 22 dias de trabalho efetivo, terá direito a receber, nesse Subsídio de operações 125,00 €
mês 165 €.
2 dias de descanso semanal trabalhados 106,53 €
Cláusula 67.ª
Valor bruto total 1 649,05 €
(Subsídio de operações) III- Motorista de pesados afecto ao transporte ibérico
Valor mensal do subsídio de operações: 125 €.
Rubricas sujeitas a descontos
ANEXO IV Designação Valor
Retribuição base 700,00 €
Quadros exemplificativos
Complemento salarial (59.ª) 21,00€
I - Motorista de pesados afecto ao transporte nacional Diuturnidades (5) 85,00€
Prestação pecuniária cláusula 61.ª 386,88€
Rubricas sujeitas a descontos
Ajuda de custo TIR 115,00 €
Designação Valor
Subsídio de trabalho nocturno 70,00 €
Retribuição base 700,00 €
4 dias de descanso semanal trabalhados 214,93 €
Complemento salarial (59.ª) 14,00 €
Valor bruto total 1 592,81 €
Diuturnidades (5) 85,00 €

4651
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 45, 8/12/2019

IV- Motorista de pesados afecto ao transporte internacional Pelo Sindicato Nacional dos Motoristas:
Jorge Manuel Fernandes Costa, na qualidade de man-
Rubricas sujeitas a descontos
datário.
Designação Valor Manuel Jorge Mendes Oliveira, na qualidade de manda-
Retribuição base 700,00 € tário.
Complemento salarial (59.ª) 35,00 € Pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Peri-
Diuturnidades (5) 85,00€ gosas - SNMMP:
Prestação pecuniária cláusula 61.ª 393,60 € António Manuel Pio Medeiros, na qualidade de manda-
Ajuda de custo TIR 135,00 € tário.
Subsídio de trabalho nocturno 70,00 € Francisco Sebastião Valentim São Bento, na qualidade
de mandatário.
4 dias de descanso semanal trabalhados 218,67 €
Pedro Miguel Braz Pardal Henriques, na qualidade de
Valor bruto total 1.637,27 € mandatário.
Pelo SIMM - Sindicato Independente de Motoristas de
Lisboa, 29 de outubro de 2019.
Mercadorias:
Pela Associação Nacional de Transportadores Públicos
Anacleto Rodrigues, na qualidade de mandatário.
Rodoviários de Mercadorias - ANTRAN:
Armando Jorge Costa Cordeiro, na qualidade de man-
Gustavo Hipólito Carreira Paulo Duarte, na qualidade datário.
de presidente da direção nacional. Pedro Duarte da Costa Leal, na qualidade de mandatário.
Pedro Miguel Borges Polónio, na qualidade de vice-pre- Tomás Augusto Dias Ferreira, na qualidade de manda-
sidente da direção nacional. tário.
Pela Associação Nacional das Transportadoras Portugue-
sas - ANTP: Declaração

Luis Filipe Ramos Martins, na qualidade de mandatário. Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunica-
Márcio Filipe Antunes Lopes, na qualidade de manda- ções - FECTRANS, em representação das seguintes organi-
tário. zações sindicais:
Sónia Alexandra Marques Valente, na qualidade de man- –– STRUP - Sindicato dos Trabalhadores de Transportes
datária. Rodoviários e Urbanos de Portugal;
Pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comuni- –– STRUN - Sindicato dos Trabalhadores de Transportes
cações - FECTRANS: Rodoviários e Urbanos do Norte;
–– SNTSF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sec-
Anabela Paulo Silva Carvalheira, na qualidade de man- tor Ferroviário;
datária. –– SIMAMEVIP - Sindicato dos Trabalhadores da Mari-
Carlos Alberto dos Santos Pinho, na qualidade de man- nha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca;
datário. –– OFICIAISMAR - Sindicato dos Capitães, Oficiais Pilo-
Carlos Manuel do Carmo Gomes, na qualidade de man- tos, Comissários e Engenheiros da Marinha Mercante;
datário. –– STFCMM - Sindicato dos Transportes Fluviais, Costei-
Fernando Manuel das Neves Lopes Fidalgo, na qualida- ros e da Marinha Mercante;
de de mandatário. –– STRAMM - Sindicato dos Trabalhadores de Transpor-
Filipe Arantes Azevedo, na qualidade de mandatário. tes Rodoviários da Região Autónoma da Madeira;
Hélder António Simões Borges, na qualidade de manda- –– SPTTOSH - Sindicato dos Profissionais dos Transpor-
tário. tes, Turismo e outros Serviços da Horta;
Hélder Roque da Costa Godinho, na qualidade de man- –– SPTTOSSMSM - Sindicato dos Profissionais dos
datário. Transportes, Turismo e Outros Serviços de São Miguel e
José Manuel Rodrigues de Oliveira, na qualidade de Santa Maria.
mandatário.
Luís Manuel Venâncio Franco de Oliveira, na qualidade
Depositado em 27 de novembro de 2019, a fl. 112 do
de mandatário.
livro n.º 12, com o n.º 266/2019, nos termos do artigo 494.º
Manuel Pedro Rodrigues Castelão, na qualidade de man-
do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12
datário.
de fevereiro.
Nuno Miguel Costa Martins, na qualidade de mandatário.
Paulo Jorge Machado Ferreira, na qualidade de man-
datário.

4652

Você também pode gostar