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ADVOCACIA

Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS
FAZENDAS PÚBLICAS DA COMARCA DE FAZENDA NOVA, ESTADO DE
GOIÁS.

Ref. Processo: 5429117-93.2021

MARIA DELAIDE RIBEIRO, já devidamente


qualificada no processo acima mencionado, por seu advogado
abaixo assinado, vem respeitosamente a este douto juízo,
na ação previdenciária aposentadoria por idade rural, que
a mesma move em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO
SOCIAL, Autarquia de Direito Público Federal, já
devidamente qualificada no processo em epígrafe,
apresentar a seguinte:

IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO

Dentro dos termos legais arguindo o que se


segue:

DA TEMPESTIVIDADE

A publicação de autoria do MM. juiz dá o prazo


de 15 (quinze) dias para a devida manifestação a respeito
da contestação. Entende-se que esteja dentro do prazo
legal a atual manifestação, embora haja divergências de
interpretações, reitera-se que os prazos atuais não se
deve contar os fins de semana e feriados, e sim os dias
úteis, Conforme Artigo 219 do CPC/2015 e ainda conforme
foi entendido pelo enunciado 175 da FONAJEF.

Portanto com base nos instrumentos legais,


requer ser recebido a presente impugnação por estar dentro
do prazo estabelecido.

SÍNTESES DOS FATOS

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A requerente ajuizou ação em face da requerida,
ao ter seu pedido administrativo de aposentadoria por idade
rural negado pela autarquia previdenciária.

Inconformada com tal decisão, a requerente


ajuizou a presente ação judicial, apresentando a mesma
documentação e requerendo seu direito, como segurada
especial, tendo em vista cumprido todos requisitos
elencados em Lei.

Intimada a responder, a autarquia por meio do


procurador da AGU, Contestou a Inicial desdenhando o
pedido, alegando que a requerente não faria jus ao
pretendido, tendo em vista seu conjugue ter vínculos
urbanos ao decorrer de sua vida, ausência de prova
material e pelo fato da parte autora possuir residência
urbano.

Portanto usou de diversos argumentos embasados


em jurisprudências pátrias e precedentes outros, que pouco
ou nada dizem respeito a condição do requerente.

FUNDAMENTOS DE MÉRITO

DO DIREITO CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

O INSS, em sua peça contestatória, alega,


genericamente, que a Requerida não logrou êxito em
demonstrar razões de fato e de direito suficientes para
obter sua pretensão formulada na exordial.

 Há nos autos prova inconteste de que a


demandante é segurada especial da Previdência Social, a
teor do disposto no artigo 11, inciso VII, alínea “a”, da
Lei n° 8.213/91. Logo, no que se refere aos requisitos para
a concessão dos benefícios pleiteados, a Requerente
encontra-se no período de carência exigido pela legislação
de regência. (Conferir Cadastro Nacional do Seguro Social –
CNIS). 
 

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Como prova do exercício de atividade rural,
foram juntados aos autos os documentos nos quais não deixam
dúvida de que efetivamente trabalhou em atividade rural.

Deste modo, os documentos apresentados, tanto


na ceara administrativa, quanto na esfera judicial,
revelam de maneira satisfatória que a Parte Autora
trabalhou, em regime de ora economia familiar para sustento
próprio e de seus entes mais próximos.

DA QUALIDADE DE SEGURADA

Nobre Juiz, quanto a qualidade de segurada da


requerente, outra vez sem ofertar fundamentação logica e
jurídica, aquele pautou pela desconsideração da qualidade
de segurada da autora sob argumento e simplesmente
argumento de ser a mesma proprietária de uma casa na
cidade, e pelos vínculos empregatícios urbanos do esposo da
apelante.

Ora M.M, na atualidade que vivemos considerar


que um trabalhador rural em conjunto ao grupo familiar em
uma extensa e árdua vida de trabalho não poder possuir uma
miséria casa é tratar a classe trabalhadora com descaso e
discriminação.

O fato de ser a requerente proprietária de uma


casa urbana em momento algum embasa a considerar capacidade
e necessidade a contribuir para o RGPS conforme levantado
pelo Juízo sentenciador, nem tão pouco pode ser ponto de
fundamento a descaracterizar a qualidade de segurada da
recorrente.

Explico. O ordenamento jurídico especifico ao


caso em tela, o qual diga se de passagem não fora empregado
pela ré, tem em sua inteligência além de taxar quem é o
segurado do regime da autarquia, as causas e situações que
permite a desconsideração do pretenso a ser considerado
como segurado.

Em especifico, ao taxar as circunstancias


desqualificadoras da qualidade de segurado especial ao
trabalhador rural a ocasião especifica da legislação qual
seja o Art. 11 §10,11 e 12 da Lei 8.213/91, não admite a
exclusão do trabalhador rural da qualidade de segurado
especial do regime geral da apelada unicamente por ser

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proprietário de “uma casa urbana”, ao passo que a mesma
ante referendada disposição legislativa em seu bojo não
obriga o trabalhador rural proprietário de um imóvel urbano
a prover contribuições ao RGPS.

Ademais, em especifico ao taxar as


circunstancias desqualificadoras da qualidade de segurado
especial ao trabalhador rural a ocasião especifica da
legislação qual seja o Art. 11 §10,11 e 12 da Lei 8.213/91,
não admite a exclusão do trabalhador rural da qualidade de
segurado especial do regime geral do autor unicamente por
“no período de labor durante a vida o cidadão ter
temporariamente laborado em atividade distinta a no campo”,
ao passo que a lição do Ar. 48 §2º da Lei 8.213/91 em seu
bojo admite a descontinuidade da atividade, o que no caso
em tela fora pelo autor devidamente apresentado. A
expressão da norma admiti inclusive a qualificação como
segurado especial aquele que exerceu atividade rurícola
mesmo que de forma descontinua em número de meses
instituídos pela tabela da lei, aqui chamado de período de
carência.

Uma vez que a expressão da norma diferente do


alegado para a improcedência do pedido, admiti inclusive a
qualificação como segurado especial aquele que reside na
cidade e desenvolve as atividades campesinas na zona rural.
É o que expressa a legislação no tocante ao Art. 11 VII da
Lei 8.213/91 expressa. Vejamos;

Art. 11. São segurados obrigatórios


da Previdência Social as seguintes
pessoas físicas: 
VII – como segurado especial: a
pessoa física residente no imóvel
rural ou em aglomerado urbano ou
rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de
economia familiar, ainda que com o
auxílio eventual de terceiros, na
condição de:

§ 10.  O segurado especial fica


excluído dessa
categoria:              

I – a contar do primeiro dia do mês


em que:                 

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a) deixar de satisfazer as
condições estabelecidas no inciso
VII do caput deste artigo, sem
prejuízo do disposto no art. 15
desta Lei, ou exceder qualquer dos
limites estabelecidos no inciso I
do § 8o deste artigo;                 

b) enquadrar-se em qualquer outra


categoria de segurado obrigatório
do Regime Geral de Previdência
Social, ressalvado o disposto nos
incisos III, V, VII e VIII do §
9o e no § 12, sem prejuízo do
disposto no art.
15;                

c) tornar-se segurado obrigatório


de outro regime previdenciário;
e            

d) participar de sociedade
empresária, de sociedade simples,
como empresário individual ou como
titular de empresa individual de
responsabilidade limitada em
desacordo com as limitações
impostas pelo § 12;                 

II – a contar do primeiro dia do


mês subseqüente ao da ocorrência,
quando o grupo familiar a que
pertence exceder o limite
de:             

a) utilização de terceiros na
exploração da atividade a que se
refere o § 7o deste
artigo;           

b) dias em atividade remunerada


estabelecidos no inciso III do §
9o deste artigo; e       

c) dias de hospedagem a que se


refere o inciso II do § 8o deste
artigo.                 

§ 11.  Aplica-se o disposto na


alínea a do inciso V do caput deste

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artigo ao cônjuge ou companheiro do
produtor que participe da atividade
rural por este
explorada.              

§ 12.  A participação do segurado


especial em sociedade empresária,
em sociedade simples, como
empresário individual ou como
titular de empresa individual de
responsabilidade limitada de objeto
ou âmbito agrícola, agroindustrial
ou agroturístico, considerada
microempresa nos termos da Lei
Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006, não o exclui de
tal categoria previdenciária, desde
que, mantido o exercício da sua
atividade rural na forma do inciso
VII do caput e do § 1o, a pessoa
jurídica componha-se apenas de
segurados de igual natureza e
sedie-se no mesmo Município ou em
Município limítrofe àquele em que
eles desenvolvam suas
atividades.                

E ainda;

Art. 48. A aposentadoria por idade


será devida ao segurado que,
cumprida a carência exigida nesta
Lei, completar 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e
60 (sessenta), se mulher.
§ 2o  Para os efeitos do disposto
no § 1o deste artigo, o trabalhador
rural deve comprovar o efetivo
exercício de atividade rural, ainda
que de forma descontínua, no
período imediatamente anterior ao
requerimento do benefício, por
tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à
carência do benefício pretendido,
computado o período  a que se
referem os incisos III a VIII do §
9o do art. 11 desta Lei

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No caso em tela, do compulso dos autos resta se
claro que em que pese a autora ter um único vínculo urbano,
o que por si só não a exclui da categoria de segurado
especial, o mesmo reside no imóvel no qual exerce as lides
rurícolas.

Bem como, resta se claro que em que pese a


autora ser em conjunto com seu esposo proprietária de uma
casa urbana, o que por si só não a exclui da categoria de
segurada especial, a mesma reside no imóvel no qual exerce
as lides rurícolas, o que pode ser fielmente confirmado por
testemunhas.

É claro Excelência a impossibilidade de


privação da autora ao gozo do misero benefício em grito sob
a alegação de descaracterização da qualidade de segurado na
categoria especial pelo fato da mesma possuir um endereço
de uma casa na zona urbana, o que sem maiores delongas deve
ser mediante analise minucioso deste para o correto e
verdadeiro emprego da norma.

DO VINCULO EMPREGATÍCIO DO ESPOSO DA APELANTE

Nobre Juiz, outra vez a alegação da Autarquia


ré desfundamentada no preceito legal desentoa da expressão
normativa.

O fato de seu esposo ter vinculo urbano


registrado, no cenário do caso em tela, não pode em momento
algum ser obstes para privação da apelante ao gozo do
misero benefício em suplica, isso porque a aplicação
correta da lição normativa é cabal em contemplar a mesma ao
seu pleito.

No caso em tela, do compulso dos autos resta se


claro que em que pese seu esposo ter esporádico vínculo
urbano, o que por si só não a exclui da categoria de
segurada especial, a mesma reside no imóvel no qual exerce
as lides rurícolas.

Conforme preceito legal desentoa da expressão


normativa.

Art. 11. São segurados obrigatórios


da Previdência Social as seguintes
pessoas físicas:

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VII – como segurado especial: a
pessoa física residente no imóvel
rural ou em aglomerado urbano ou
rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de
economia familiar, ainda que com o
auxílio eventual de terceiros, na
condição de:

§ 9o Não é segurado especial o


membro de grupo familiar que
possuir outra fonte de rendimento,
exceto se decorrente de:

A expressão do diploma legal ante referendado é


cristalino em falecer a tese quanto ao vínculo empregatício
do esposo da apelante, isso porque a hermenêutica correta
da legislação resulta na possibilidade de ser o trabalhador
rural reconhecido como segurado especial mesmo tendo membro
do grupo familiar atividade diversa, estando ai
caracterizada o regime individual.

Já nos termos da Sumula 34 da TNU, o fato do


marido da apelante ter trabalhado no meio urbano não
descaracteriza sua qualidade de trabalhadora rural.

Vejamos a Súmula 34 da Turma Nacional de


Uniformização (TNU):

Ementa: SÚMULA 34 DESTA TURMA


NACIONAL. 1. Para fins de
comprovação do tempo de labor
rural, o início de prova material
deve ser contemporâneo à época dos
fatos a provar (súmula 34). 2. Não
se exige que o início de prova
material corresponda a todo o
período equivalente à carência do
benefício (súmula 14 da TNU).
Contenta-se a Lei somente com o
início de prova material. 3.
Exercício de trabalho urbano por
outro membro da família não
descaracteriza o regime rural de
economia familiar se demonstrado
que o labor rural é indispensável à
subsistência do trabalhador. Caso
em que a análise do pedido implica
em reexame de provas (súmula 7 do
STJ).

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Comprovado o desempenho de atividade rural por
meio de documentos em nome do segurado ou de ente familiar
que permaneça na lida rural, corroborado por prova
testemunhal, o fato de eventualmente um dos membros do
respectivo núcleo possuir renda própria não afeta a
situação dos demais. Assim, o fato por si só do cônjuge ter
exercido labor urbano, não afasta a condição de segurada
especial, da parte interessada, desde que esta disponha de
início de prova material independente do cônjuge.

No entanto Excelência, apesar da vasta prova


documental apresentada a autarquia ré entendeu que deveria
julgar improcedente os pedidos da autora, deixando está
totalmente desamparada, ignorando assim todo o dificultoso
acervo documental hábil a comprovar a qualidade de segurada
do mesmo e automaticamente pejorando o gozo do digno
benefício pretendido, ato este que se versa na presença do
frustrante indeferimento administrativo em espera-se
reanálise e emprego da Justiça verdadeira, com o
reconhecimento do intransferível direito da autora ao
benefício em suplica.

INÍCIO DE PROVA MATERIAL

M.M Juiz, a autora traz aos autos acervo


documental contemporâneo ao período alegado.

Diferente do que embasado pela autarquia ré a


muito se tem considerando a dificuldade de se obter
documentos para provar a atividade rural, situação inerente
à condição simplória da vida no campo, a jurisprudência
dominante tem mitigado a exigência probatória e aceitado
diversos documentos como início de prova material, assim
como a exigibilidade de um lastro mínimo embasador, neste
sentido vejamos:

Neste
sentido:
PREVIDENCIÁR
IO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA
CONTROVÉRSIA. APOSENTADORIA POR TEMPO
DE SERVIÇO. ART. 55, § 3º, DA LEI
8.213/91. TEMPO DE SERVIÇO RURAL.
RECONHECIMENTO A PARTIR DO DOCUMENTO
MAIS ANTIGO. DESNECESSIDADE. INÍCIO DE
PROVA MATERIAL CONJUGADO COM PROVA
TESTEMUNHAL. PERÍODO DE ATIVIDADE

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RURAL COINCIDENTE COM INÍCIO DE
ATIVIDADE URBANA REGISTRADA EM CTPS.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

1. A
controvérsia cinge-se em saber sobre a
possibilidade, ou não, de
reconhecimento do período de trabalho
rural anterior ao documento mais
antigo juntado como início de prova
material.

2. De acordo
com o art. 400 do Código de Processo
Civil “a prova testemunhal é sempre
admissível, não dispondo a lei de modo
diverso”. Por sua vez, a Lei de
Benefícios, ao disciplinar a
aposentadoria por tempo de serviço,
expressamente estabelece no § 3º do
art. 55 que a comprovação do tempo de
serviço só produzirá efeito quando
baseada em início de prova material,
“não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na
ocorrência de motivo de força maior ou
caso fortuito, conforme disposto no
Regulamento” (Súmula 149/STJ).

3. No âmbito
desta Corte, é pacífico o entendimento
de ser possível o reconhecimento do
tempo de serviço mediante apresentação
de um início de prova material, desde
que corroborado por testemunhos
idôneos.

4. A Lei de
Benefícios, ao exigir um “início de
prova material”, teve por pressuposto
assegurar o direito à contagem do
tempo de atividade exercida por
trabalhador rural em período anterior
ao advento da Lei 8.213/91 levando em
conta as dificuldades deste,
notadamente hipossuficiente.

5. Ainda que
inexista prova documental do período
antecedente ao casamento da segurada,
ocorrido em 1974, os testemunhos
colhidos em juízo, conforme

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reconhecido pelas instâncias
ordinárias, corroboraram a alegação da
inicial e confirmaram o trabalho do
autor desde 1967. […] (STJ, REsp
1348633/SP, Rel. Ministro ARNALDO
ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado
em 28/08/2013, DJe 05/12/2014, sem
grifo no original).

O entendimento Jurisprudencial é consoante em


reconhecer a dificuldade que o trabalhador rural obtém em
no meio exclusivamente documental a comprovar sua situação
como tal, isso pela vulnerabilidade que o trabalhador rural
fica adstrito, requisitando assim como complemento a prova
testemunhal.

No caso em tela, a autora diante toda a sua


dificuldade fez por mérituoso a apresentação de o lastro
inicial da sua condição de trabalhadora rural, o que
facilmente pode ser ratificado por testemunhas, as quais
pode reconhecer o exercício das suas atividades rurícolas
na condição de proprietária, que costumeiramente exercidas
pela varoa, qual seja as populares atividades de quintal,
que sempre se resumem na criação de porcos, galinhas, assim
como no plantio e colheita de hortaliças, mandioca, milho e
principalmente de banana, atividades estas que auxiliam
tanto na mantença familiar quanto no rendimento capital,
isso porque como muito comum, o excedente ao consumo
familiar sempre é comercializado a varejo no comercio
informal local.

Quanto a prova documental tem se ainda na


expressão do Art. 106 da Lei n.º 8.213/91 define quais
documentos que servem para a comprovação da atividade
rural:

Art. 106. Parágrafo único. A


comprovação do exercício de atividade
rural referente a período anterior a
16 de abril de 1994, observado o
disposto no § 3º do artigo 55 desta
Lei, far-se-á alternativamente através
de:

II – contrato de arrendamento,
parceria ou comodato rural;

III – declaração do sindicato de


trabalhadores rurais, desde que
homologada pelo INSS;

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IV – comprovante de cadastro do INCRA,
no caso de produtores em regime de
economia familiar;

V – bloco de notas do produtor rural.

Contudo jurisprudência pátria igualmente firmou


entendimento no sentido de que qualquer dos documentos
arrolados no art. 106 da Lei n.º 8.213/91 serve, por si só,
como prova da atividade rural, uma vez que a relação não é
taxativa, mas exemplificativa, podendo ser aceitos outros
documentos.

A jurisprudência do Superior Tribunal de


Justiça firmou orientação no sentido de que, diante da
dificuldade do segurado especial na obtenção de prova
escrita do exercício de sua profissão, o rol de documentos
hábeis à comprovação do exercício de atividade rural,
inscrito no art. 106, parágrafo único, da Lei 8.213/1991, é
meramente exemplificativo, e não taxativo, sendo
admissíveis outros documentos além dos previstos no
mencionado dispositivo, inclusive que estejam em nome de
membros do grupo familiar ou ex-patrão […] (STJ, REsp
1348633/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 28/08/2013, DJe 05/12/2014).

Dessa forma, resta demonstrado que a Parte


Autora cuidou e fez por apresentado o início de prova
material para o período postulado, que facilmente pode ser
completado por prova testemunhal, em atenção ao princípio
da livre valoração da prova.

DA DESNECESSIDADE DE APRESENTAR UM DOCUMENTO PARA CADA ANO


DE ATIVIDADE RURAL LABORADO

A posição dos Tribunais é pacífica no sentido


da desnecessidade de se apresentar um documento para cada
ano que se deseja provar, até porque a dificuldade de
encontrar tais provas seria imensa, e impossível para
grande maioria daqueles que trabalharam na área rural.

Veja-se:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


IDADE RURAL. CONJUNTO PROBATÓRIO SUFICIENTE.
PERÍODO DE CARÊNCIA

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COMPROVADO. DESNECESSIDADE DE PROVA ANO A
ANO. CONSECTÁRIOS. LEI 11.960/2009. 1. Tendo
em vista que o conjunto probatório demonstrou
o exercício de atividade rural durante o
período exigido em lei, é devida a concessão
do benefício de aposentadoria por idade
rural. 2. Não há necessidade de que o início
de prova material abarque todo o período de
trabalho rural, desde que todo o contexto
probatório permita a formação de juízo seguro
de convicção, pois está pacificado nos
Tribunais que não é exigível a comprovação
documental, ano a ano, do período
pretendido […] (TRF4, AC 0010430-
13.2015.404.9999, Sexta Turma, Relator Hermes
Siedler da Conceição Júnior, D.E. 29/10/2015,
sem grifo no original).

Muito mais razoável é a interpretação


apresentada pelo Magistrado Federal, Doutor Hildo Nicolau
Peron da Justiça Federal de Santa Catarina, proferida nos
autos n. 2002.72.00.059944-2:

Ora, é preciso ter presente que a profissão que


o cidadão declara na fase de produção de um desses
documentos é a que estava exercendo no presente e,
provavelmente, num passado e num futuro próximos. Pois, só
em caso de rara coincidência acontece de a profissão
declarada coincidir com o primeiro dia da produção do
documento ou findar no último dia do ano civil. Afinal, uma
declaração de exercício da profissão de lavrador constante
de um documento sinaliza muito mais que aquela profissão já
vinha sendo exercida, portanto, seu valor não pode ser
apenas daquele dia para diante, mas também para o passado e
o presente.

Assim, forçoso é em admitir que ao documento de


uma data se possa admitir para alguns anos antes e para
alguns anos depois, porque profissões, como a do
agricultor, gozam de certa estabilidade. Essa qualificação
profissional dificulta que migrem para outras atividades
porque seus conhecimentos são pouco aproveitados em outras
áreas de trabalho urbano.

Assim, muito embora a Parte Autora não tenha


juntado documentos dando conta da sua profissão para cada
ano cuja averbação persegue, aqueles que acostou, por si,
são suficientes a demonstrar o período laborado em regime
de economia familiar e individual conforme seja.

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Nesse sentido, a lei é clara e específica, ao
passo que a Lei 8.213/91 é expressa em afirmar o dever do
pretendente ao benefício em comprovar sua qualidade de
segurado especial através do meio de prova em regra
documental conforme § 3º do Art. 55 da referida Lei.

Neste mesmo cenário M.M., em que pese a edição


do Art. 106 da Lei 8.213/91 onde lista a documentação
aceita com início de prova para a comprovação da condição
de segurado na classe especial do trabalhador, á muito se
tem pacificado o entendimento nos tribunais superiores
assim como dos doutrinadores de que tal relação de
documento é meramente exemplificativo, sendo certa a
aceitação de outros documentos que não listado no referido
Art. como início de prova para a comprovação da qualidade
de segurado.

Nesse diapasão, afirma Maria Helena Carreira


Alvim Ribeiro que há jurisprudência no sentido de
considerar que os documentos relacionados no dispositivo
acima constituem prova plena da condição de segurada
especial, desobrigando a segurada de corroborar seu
documento com a produção de prova testemunhal. Também é
entendido tanto pela doutrina como pela jurisprudência,
inclusive de forma uníssona, que este rol não é taxativo,
sendo aceitos outros documentos. Neste ponto, aduz Alvim
Ribeiro:

Entende o Superior Tribunal de Justiça


que o rol de documentos hábeis à
comprovação do exercício de atividade
rural, inscrito no artigo 106, é
meramente exemplificativo, e não
taxativo, sendo admissíveis, portanto,
outros documentos além dos previstos
no mencionado dispositivo. (RIBEIRO,
2016, p. 101).

Nesse sentido:

EMENTA: Processual Civil e


Previdenciário. Agravo regimental no
recurso especial. Aposentadoria por
idade. Trabalhador rural. Boia-fria.
Alteração do acórdão recorrido. Súmula
7/STJ. Agravo regimental a que se nega
provimento. 1. A Lei 8.213/91, ao
regulamentar o disposto no inc. I do
art. 202 da redação original de nossa

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Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290
Carta Política, assegurou ao
trabalhador rural denominado segurado
especial o direito à aposentadoria
quando atingida a idade de 60 anos, se
homem, e 55 ano, se mulher (art. 48, §
1º). 2. Os rurícolas em atividade por
ocasião da Lei de Benefícios, em 24 de
julho de 1991, foram dispensados do
recolhimento das contribuições
relativas ao exercício do trabalho no
campo, substituindo a carência pela
comprovação do efetivo desempenho do
labor agrícola (arts. 26, I e 39, I).
3. O reconhecimento de tempo de
serviço rurícola, para efeito de
aposentadoria por idade, é tema
pacificado pela Súmula 149 desta
Egrégia Corte, no sentido de que a
prova testemunhal deve estar apoiada
em um início razoável de prova
matéria. 4. O rol de documentos hábeis
à comprovação do exercício da
atividade rural, inscrito no art. 106,
parágrafo único da Lei 8.213/91, é
meramente exemplificativo, e não
taxativo, sendo admissíveis, portanto
outros documentos além dos previstos
no mencionado dispositivo. 5. A
análise das questões trazidas pela
recorrente demandaria o reexame de
matéria fático-probatória, o que é
obstado, em âmbito especial, pela
Súmula 7/STJ. 6. Não é imperativo que
o início de prova material diga
respeito a todo período de carência
estabelecido pelo artigo 143 da Lei
8.213/91, desde que a prova
testemunhal amplie sua eficácia
probatória, vinculando-o, pelo menos,
a uma fração daquele período. 7.
Agravo regimental a que se nega
provimento. (AGRESP – 1.326.080 Rel.
Mauro Campbell Marques, STJ, 2ª T.
un., DJE 14.09.2012).

É importante ressaltar nobre Juiz, que a


autora, tem toda a comprovação necessária para a concessão
do benefício com os documentos juntados aos autos que pode
ser reforçado com a prova testemunhal, sabendo que ouve um
equívoco da instituição em negar o benefício com tantas
provas fartas a disposição, sabendo que a segurada
preencheu a todos os requisitos legais que a instituição
impõe.

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Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

DO PEDIDO

Diante ao exposto, nada mais certeiro do que o


seguimento do feito, com recebimento da presente de forma
tempestiva, com a determinação por este Magistrado, com a
instrução processual devida bem como a produção de prova de
estilo, com a consequente condenação da ré na suplica da
inicial.

Termos que pede e espera deferimento.

Fazenda Nova- Goiás, 08 de fevereiro de 2022.

Rômulo José Alves de Oliveira

OAB/GO 57.290

assinatura eletrônica

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