Você está na página 1de 17

ADVOCACIA

Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO


JUIZADO ESPECIAL DA SESSÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS.

MARIA JOANA MIRANDA POMPEU, brasileira, casada,


trabalhadora rural, inscrita no Cadastro de Pessoa Física
sob o nº 693.076.442-68 e portadora do RG sob o nº 3402329,
residente e domiciliada na Rua 08, Qd. 31, Lt. 8-A,
Bacilândia, estado de Goiás, CEP: 76220000, vem,
respeitosamente a presença de Vossa Excelência por
intermédio de seu advogado que esta subscreve, propor:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE


URBANA ALTERNATIVAMENTE HIBRIDA C/C ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS
DA TUTELA

Em face de INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL-INSS,


autarquia federal, a ser representada por sua procuradoria
especializada, com escritório instalado na Av. Araguaia,
311 - Centro, Goiânia - GO, CEP: 74030-100, onde receberá
as notícias de praxe.

DA ASSISTENCIA JÚDICIARIA GRATUITA

M.M. Juiz, PRELIMINARMENTE a requerente em


tela, encontra-se na situação atual em estado de pobreza no
sentido legal da palavra eis que esta vive dos frutos do
seu regrado desempenho rural, que em razão de sua idade já
avançada pouco pode angariar nas lidas rurais, atividade da
qual tem que custar com sua alimentação, tratamento medico,
remédios, vestuário e demais despesas básicas comum, logo
visivelmente a mesmo é desprovido e/ou hipossuficiente a
arcar com as custas processuais.

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

Da luz da legislação especifica a


Gratuidade de Justiça, nas formas do Art. 98 do atual CPC,
e ainda dos ditames da Lei 10.060/50, cabível é a concessão
da Assistência Judiciaria ao requerente, eis que
de plano este já DECLARA sua insuficiência para custeio de
tais taxas e despesas, concessão esta que se forma devida
também com as decisões das cortes superiores. Vejamos:

EDcl no AgInt no AREsp 1305066 / PR


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO
NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2018/0134781-4ESPECIAL. GRATUIDADE DE
JUSTIÇA. INSUFICIÊNCIA DE
RECURSOS.CONCESSÃO SEM EFEITOS
RETROATIVOS. PRESCRIÇÃO. OMISSÃO,
CONTRADIÇÃO,OBSCURIDADE E ERRO MATERIAL
NÃO VERIFICADOS.
1. A declaração de pobreza que tenha por
finalidade o benefício da assistência
judiciária gratuita pode ser requerida a
qualquer tempo, sem, no entanto, operar
efeito retroativo.
2. Nos termos do art. 99, § 3º, do
CPC/2015, não havendo indícios de ausência
dos pressupostos legais para a concessão
da gratuidade, presume-se verdadeira a
alegação de hipossuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.
3. Ausentes quaisquer dos vícios
ensejadores dos declaratórios quanto à
questão da prescrição, afigura-se patente
o intuito infringente da irresignação que
objetiva não suprimir omissão, afastar
obscuridade, eliminar contradição ou sanar
erro material, mas, sim, reformar o
julgado por via inadequada.
4. Embargos de declaração parcialmente
acolhidos para deferir a gratuidade de
justiça requerida, sem efeitos
retroativos. Vistos e relatados estes
autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da
Terceira Turma do Superior Tribunal de
Justiça, por unanimidade, acolher
parcialmente os embargos de declaração,
sem efeitos modificativos, nos termos do
voto do Sr.Ministro Relator.Os Srs.
Ministros Nancy Andrighi, Paulo de Tarso
Sanseverino, Marco Aurélio Bellizze e
Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro
Relator. Presidiu o julgamento o Sr.
Ministro Moura Ribeiro.

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

Desta feita, firmado pela requerente a não


possibilidade de arcar com as custas processuais em meio a
declaração de hipossuficiência em anexo, e, presentes os
pressupostos legais hábeis a agraciar a mesmo com tal
beneficie, o que se corrobora com a documentação anexa a
comprovar tal falta de renda, nada mais devida do que a
suplicada concessão que se grita, ou seja, a concessão da
justiça gratuita ao requerente.

DOS FATOS E DOS DIREITOS

A Autora, nascida em 12 de julho de 1956


(carteira de identidade anexa), contando atualmente com 65
(sessenta e cinco) anos de idade, laborou ao decorrer da
vida tanto em atividade urbana quanto em atividade rural,
como apresenta documentos comprobatórios em anexo aos
autos.

Em todos os anos de atividade, acumulou,


tempo suficiente de contribuição e carência para usufruir
do benefício de Aposentadoria por Idade, consoante se
depreende da tabela acostada aos autos, embasada inclusive
em dados constantes do CNIS.

Constando a autora com mais de 180 (cento e


oitenta), contribuições, resta notório e indeclinável o
fato de que a Requerente cumpre também devidamente todos os
requisitos ao auxilio em grito, contudo, valendo-se também,
na ocasião, da acumulação dos tempos rural e urbano.

Entretanto, a autora prudente da


implementação de todas as condições agraciantes ao gozo do
beneficio em suplica, requereu administrativamente em 02 de
agosto de 2017, bem como em 18 de março de 2021, a
concessão do benefício de aposentadoria por idade junto a
autarquia previdenciária conforme anexo, obtivendo ao final
de ambos o seu indeferimento.

Todavia, a parte autora preenche todos os


requisitos necessários à concessão do benefício e desta
forma por não restar outra alternativa, busca o Poder
Judiciário para ver seu direito reconhecido.

M.M. Juiz a requerente em tela se


classifica como mais uma vítima da devastadora soberba que
a requerida rotineiramente vem aplicando ao procedimento
previdenciário regente atualmente no ordenamento jurídico
específico.

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

A autarquia ré ao negar o direito de


aposentadoria por idade a autora, age com afronta a lei,
contrariando o que consta nas provas robustas já
apresentadas no processo administrativo, isso porque como
não é demais aqui ressaltar, a autora cuidadosamente juntou
ao postulo administrativo e em anexo se reprisa o acervo
documental cabal a comprovar o exercício da atividade
urbana quanto a atividade rurícola, conforme se faz prova
em anexo.

Excelência, não se trata aqui de se


sangrar os cofres da Previdência com benefícios suntuosos,
mas sim de garantir, em primeiro lugar a Vida da Autora e
sua família, e depois de garantir-lhe a manutenção, ainda
que mínima de sua dignidade com o uso e emprego verdadeiro
da expressão da lei, contrariando o que consta nas provas
robustas da autora qual seja o CNIS, sendo um direito justo
ao recebimento da respectiva aposentadoria.

Está provado conforme CINS da autora que a


mesma trabalhou por de cerca de 18 (dezoito) anos, como
trabalhadora doméstica, bem como do ano de 2015 até os dias
atuais em atividade rurícola.

Foi provado pela autora junto ao INSS o


tempo exigido em lei, qual seja o tempo de carência, bem
como a idade mínima exigida. Dessa maneira, encontram-se
todos os requisitos básicos para a concessão da
aposentadoria por idade urbana, bem como alternativamente
aposentadoria por idade hibrida.

A pretensão da Parte Autora encontra amparo


no art. 48 da Lei n.º 8.213 de 24 de julho de 1991, que
dispõe:

Art. 48. A aposentadoria por


idade será devida ao segurado
que, cumprida a carência exigida
nesta Lei, completar 65 (sessenta
e cinco) anos de idade, se homem,
e 60 (sessenta), se mulher

A carência mencionada no artigo acima


citado, por sua vez, tem previsão no art. 25, II, do mesmo
diploma legal, o qual prevê:

Art. 25. A concessão das


prestações pecuniárias do Regime
Geral de Previdência Social
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

depende dos seguintes períodos de


carência, ressalvado o disposto
no art. 26:

II – aposentadoria por idade,


aposentadoria por tempo de
serviço e aposentadoria
especial: 180 contribuições
mensais

Vê-se, desta forma, que para a concessão do


benefício da aposentadoria por idade devem estar presentes
2 (dois) requisitos: a) idade mínima de 65 anos, se homem,
e 60 anos, se mulher e; b) carência mínima de 180
contribuições mensais.

Quanto ao período de carência, para os


segurados filiados até 24/07/1991, a carência da
aposentadoria por idade, obedece, ainda, à tabela abaixo,
prevista no artigo 142 da Lei n.º 8.213/91, de acordo com o
ano em que o segurado venha a implementar as condições para
a obtenção do benefício.

O tempo de carência exigido sempre deve ser


aferido de acordo com o ano de implemento do requisito
etário, ainda que o período de carência só venha a ser
preenchido após o implemento da idade.

Neste sentido:

PROCESSUAL CIVIL E
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL
NO RECURSO
ESPECIAL. APOSENTADORIA POR IDADE
URBANA. PREENCHIMENTO SIMULTÂNEO
DOS REQUISITOS.
DESNECESSIDADE. REGRA DE
TRANSIÇÃO DO ART. 142 DA LEI DE
BENEFÍCIOS. PRECEDENTES. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. O
segurado que não implementa a
carência legalmente exigida
quando atingido o requisito
etário, pode cumprí-la
posteriormente pelo mesmo número
de contribuições previstas para
essa data. Não haverá nesta
hipótese um novo enquadramento na
tabela contida no art. 142 da Lei
8.213/1991, como entendeu o
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

Tribunal a quo. 2. Agravo


regimental não provido. (STJ,
AgRg no AgRg no REsp 1456209/RS,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 16/09/2014, DJe 23/09/2014,
sem grifo no original)

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO


DA RENDA MENSAL INICIAL DA
APOSENTADORIA POR IDADE URBANA.
CABIMENTO. 1. A concessão de
aposentadoria por idade urbana
depende do preenchimento da
carência exigida e da idade
mínima de 60 anos para mulher e
65 anos para homem. 2. É admitido
o preenchimento não simultâneo
dos requisitos de idade mínima e
de carência para a concessão da
aposentadoria por idade urbana,
mesmo antes da edição da Lei
10.666/2003, já que a condição
essencial para tanto é o suporte
contributivo correspondente,
vertidas as contribuições a
qualquer tempo. 3. Tendo a parte
autora sido filiada ao sistema
antes da edição da Lei
8.213/1991, a ela deve ser
aplicada, para fins de cômputo da
carência necessária à concessão
da aposentadoria, a regra de
transição disposta no artigo 142
da Lei de Benefícios,
independentemente da existência
ou não de vínculo previdenciário
no momento da entrada em vigor de
dito Diploma. 4. Preenchidos os
requisitos legais, tem o
segurado direito à revisão da
aposentadoria por idade urbana,
atualmente percebida, a contar da
data do primeiro requerimento
administrativo, bem como o
pagamento das parcelas vencidas
desde então. 5. Determinado o
cumprimento imediato do acórdão
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

no tocante à implantação do
benefício, a ser efetivada em 45
dias, nos termos do artigo 461 do
Código de Processo Civil. (TRF4
5054375-43.2012.404.7000, Sexta
Turma, Relator p/ Acórdão Osni
Cardoso Filho, juntado aos autos
em 18/12/2015, sem grifo no
original)

Com efeito, e considerando que, no caso,


a Parte Autora nasceu em 1956, tendo completado 65
(sessenta e cinco) anos de idade em 2017, a carência
exigida conforme o disposto no art. 142 da Lei n.º 8.213/91
corresponde a 180 (cento e oitenta) meses de contribuição.

Assim, na data da entrada do primeiro


requerimento a Parte Autora preenchia a carência exigida,
por contar com 180 (cento e oitenta) meses de contribuição,
sendo devida a concessão do benefício de aposentadoria por
idade.

ALTERNATIVAMENTE HIBRIDA

A pretensão da Segurada também se fundamentada


no Art. 18 da EC 103/2019 e no § 3º do Art. 48 da Lei
8.2013/91, encontrando-se presentes os requisitos exigidos
para a concessão da aposentadoria por idade mista ou
híbrida, na qual é possível o cômputo tanto de períodos de
atividade urbana quanto de atividade rural.

É importante destacar, ainda, que em 04/01/2018


foi emitido Memorando-Circular Conjunto
n.1/DIRBEN/PFE/INSS, com base no deferimento de execução
provisória da Ação Civil Pública -ACP n. 5038261-15-
2015.0.04.7100/RS, para fins de garantir o direito à
aposentadoria por idade na modalidade híbrida,
independentemente de qual tenha sido a última atividade
profissional desenvolvida – rural ou urbana, possibilitando
a soma do tempo de serviço urbano ao rural para a concessão
da aposentadoria por idade, de acordo com a nova redação do
artigo 48 da Lei 8.213/91 promovida pela edição da Lei
11.718/08.

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

Portanto, essencialmente, basta os seguintes


requisitos para a concessão da aposentadoria por idade, nos
moldes da Lei 11.718/08:

1. O implemento dos 65 (sessenta


e cinco) anos de idade para
homens ou 60 (sessenta) anos de
idade para as mulheres;
2. O preenchimento do período de
carência previsto no Art. 142 da
lei 8.213/91, podendo ser somado
o tempo de serviço urbano ao
rural, conforme a nova redação do
art. 48, § 3º, da Lei 8.213/91.

Vale ressaltar, que os requisitos para a


aposentadoria urbana por idade compreendiam a idade mínima
de 65 ou 60 anos de idade (se homem ou se mulher), e o
implemento da carência de 180 contribuições, ou conforme
regra de transição, expressa em tabela progressiva contida
no artigo 142 da Lei n. 8.213/91, para quem já era filiado
quando da edição da lei.

Já a aposentadoria por idade rural, em seu


turno, tinha como requisitos a idade mínima de 60 ou 55
anos, para homens e mulheres respectivamente, e a prova do
exercício da atividade rural pelo número de meses
equivalente ao da carência do benefício, no período
anterior ao implemento da idade, dispensando o efetivo
recolhimento de contribuições.

A par das suas diferenças, os dois institutos


eram estanques. Essa dualidade, todavia, deixava à margem
da proteção previdenciária aqueles trabalhadores que, por
terem mudado de atividade ao longo de sua vida produtiva -
de rural para urbana ou vice-versa - não conseguiam
implementar os requisitos de nenhum dos benefícios. Ou
seja, ao atingirem a velhice, embora tendo trabalhado toda
a vida, parte no campo, parte na cidade, não contavam
contribuições à previdência necessárias para a obtenção de
aposentadoria "urbana" por idade, nem haviam exercido
atividade rural pelo tempo exigido no período anterior ao
implemento da idade para aposentadoria rural por idade.

Com a edição da Lei n. 11.718/2008, essa lacuna


foi suprida no sistema previdenciário, dando nova
conformação ao art. 48 da Lei 8.213/91, acrescentando-lhe
os §§ 3º e 4º, in verbis:

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

Art. 48. A aposentadoria por idade será devida


ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei,
completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
60 (sessenta), se mulher.

§ 1º Os limites fixados no caput


são reduzidos para sessenta e
cinquenta e cinco anos no caso de
trabalhadores rurais,
respectivamente homens e
mulheres, referidos na alínea a
do inciso I, na alínea g do
inciso V e nos incisos VI e VII
do art. 11. (Redação dada pela
Lei nº 9.876, de 1999).

§ 2º Para os efeitos do disposto


no § 1º deste artigo, o
trabalhador rural deve comprovar
o efetivo exercício de atividade
rural, ainda que de forma
descontínua, no período
imediatamente anterior ao
requerimento do benefício, por
tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à
carência do benefício pretendido,
computado o período a que se
referem os incisos III a VIII do
§ 9º do art. 11 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.718,
de 2008).

§ 3º Os trabalhadores rurais de
que trata o § 1º deste artigo que
não atendam ao disposto no § 2º
deste artigo, mas que satisfaçam
essa condição, se forem
considerados períodos de
contribuição sob outras
categorias do segurado, farão jus
ao benefício ao completarem 65
(sessenta e cinco) anos de idade,
se homem, e 60 (sessenta) anos,
se mulher. (Incluído pela Lei nº
11.718, de 2008).

§ 4º Para efeito do § 3º deste


artigo, o cálculo da renda mensal
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

do benefício será apurado de


acordo com o disposto no inciso
II do caput do art. 29 desta Lei,
considerando-se como salário-de-
contribuição mensal do período
como segurado especial o limite
mínimo de salário-de-contribuição
da Previdência Social. (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008).

Assim, diante do princípio constitucional da


uniformidade e da equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais (art. 194, parágrafo único,
inciso II, da CRFB/88), possibilitou-se a concessão de
aposentadoria por idade para qualquer espécie de segurado,
por meio da soma do tempo de serviço urbano com tempo de
serviço rural. Dessa forma, para o fim de cumprir a
carência, é cabível a contagem de períodos de contribuição
de segurado urbano com períodos de atividade de trabalhador
rural.

Para a concessão da aposentadoria por idade


híbrida (§ 3º do art. 48 do Lei n. 8.213/91), pouco importa
a natureza da atividade exercida pelo segurado à época do
requerimento administrativo, ou a última a ser considerada
na concessão do benefício. É o que se conclui da leitura do
art. 51, § 4º, do Decreto n. 3.048/99, que se transcreve a
seguir:

Art. 51. A aposentadoria por idade,


uma vez cumprida a carência
exigida, será devida ao segurado
que completar sessenta e cinco anos
de idade, se homem, ou sessenta, se
mulher, reduzidos esses limites
para sessenta e cinquenta e cinco
anos de idade para os trabalhadores
rurais, respectivamente homens e
mulheres, referidos na alínea a do
inciso I, na alínea j do inciso V e
nos incisos VI e VII do caput do
art. 9º, bem como para os segurados
garimpeiros que trabalhem,
comprovadamente, em regime de
economia familiar, conforme
definido no § 5º do art. 9º.
(Redação dada pelo Decreto nº
3.265, de 1999).

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

§ 1º Para os efeitos do disposto no


caput, o trabalhador rural deve
comprovar o efetivo exercício de
atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período
imediatamente anterior ao
requerimento do benefício ou,
conforme o caso, ao mês em que
cumpriu o requisito etário, por
tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à
carência do benefício pretendido,
computado o período a que se
referem os incisos III a VIII do §
8o do art. 9o. (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).

§ 2º Os trabalhadores rurais de
que trata o caput que não atendam
ao disposto no § 1º, mas que
satisfaçam essa condição, se forem
considerados períodos de
contribuição sob outras categorias
do segurado, farão jus ao benefício
ao completarem sessenta e cinco
anos de idade, se homem, e sessenta
anos, se mulher. (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).

§ 3º Para efeito do § 2º, o cálculo


da renda mensal do benefício será
apurado na forma do disposto no
inciso II do caput do art. 32,
considerando-se como salário-de-
contribuição mensal do período como
segurado especial o limite mínimo
do salário-de-contribuição da
previdência social. (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).

§ 4º Aplica-se o disposto nos §§ 2º


e 3º ainda que na oportunidade do
requerimento da aposentadoria o
segurado não se enquadre como
trabalhador rural. (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).

De fato, outro não poderia ser o entendimento


adotado, tendo em vista a predominância de correntes
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

migratórias do campo para a cidade, fenômeno conhecido por


"êxodo rural", onde se concentram os trabalhadores após
abandonarem o meio rural, e aí envelhecem.

Nessa perspectiva, a concessão da


aposentadoria por idade na modalidade híbrida (art. 48, §
3º, da Lei n. 8.213/91) pressupõe a idade mínima de 60 anos
para mulher e 65 anos para homem, além de carência de 180
contribuições (art. 25, II, da Lei n. 8.213/91).

Neste sentido é o entendimento jurisprudencial


pacificado do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA
HÍBRIDA POR IDADE. ART. 48, § 3º,
DA LEI N. 8213/91. EXEGESE.
MESCLA DOS PERÍODOS DE TRABALHO
URBANO E RURAL. EXERCÍCIO DE
ATIVIDADE RURAL NO MOMENTO QUE
ANTECEDE O REQUERIMENTO.
DESNECESSIDADE. CÔMPUTO DO TEMPO
DE SERVIÇO RURAL ANTERIOR À
VIGÊNCIA DA LEI N. 8.213/91 PARA
FINS DE CARÊNCIA. POSSIBILIDADE.
1. A Lei 11.718/2008, ao alterar
o art. 48 da Lei 8.213/91,
conferiu ao segurado o direito à
aposentadoria híbrida por idade,
possibilitando que, na apuração
do tempo de serviço, seja
realizada a soma dos lapsos
temporais de trabalho rural com o
urbano. 2. Para fins do aludido
benefício, em que é considerado
no cálculo tanto o tempo de
serviço urbano quanto o de
serviço rural, é irrelevante a
natureza do trabalho exercido no
momento anterior ao requerimento
da aposentadoria. 3. O tempo de
serviço rural anterior ao advento
da Lei n. 8.213/91 pode ser
computado para fins da carência
necessária à obtenção da
aposentadoria híbrida por idade,
ainda que não tenha sido
efetivado o recolhimento das
contribuições. 4. O cálculo do
benefício ocorrerá na forma do
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

disposto no inciso II do caput do


art. 29 da Lei n. 8.213/91, sendo
que, nas competências em que foi
exercido o labor rurícola sem o
recolhimento de contribuições, o
valor a integrar o período básico
de cálculo - PBC será o limite
mínimo de salário-de-contribuição
da Previdência Social. 5. A idade
mínima para essa modalidade de
benefício é a mesma exigida para
a aposentadoria do trabalhador
urbano, ou seja, 65 anos para o
homem e 60 anos para a mulher,
portanto, sem a redução de 5 anos
a que faria jus o trabalhador
exclusivamente rurícola. 6.
Recurso especial improvido. (STJ,
REsp 1476383/PR, Rel. Ministro
SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 01/10/2015, DJe
08/10/2015), sem grifo no
original).

Na hipótese, a parte autora laborou no meio


urbano por 18 anos, o que totaliza 216 (duzentos e
dezesseis) meses de contribuições ao GRPS.

Somadas estas contribuições ao período laborado


no meio rural pela autora, compreendido entre 01 de outubro
de 2015 até os dias autuais, o que totaliza 06 anos,
contando com 72 (setenta e duas) contribuições, ficando
àquela com mais de 180 contribuições à Previdência Social,
fazendo jus, portanto, ao benefício de aposentadoria
híbrida por idade.

Assim, restam cumpridos os requisitos


necessários à concessão do benefício, visto que a parte
autora possui 65 (sessenta e cinco) anos de idade.

Ressalta-se, por fim, que a renda mensal


inicial da aposentadoria híbrida é calculada conforme a
média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição do segurado, equivalentes a 80% de todo o
período contributivo, de julho de 1994 em diante,
considerando-se como salário-de-contribuição mensal do
período como segurado especial o limite mínimo de salário-
de-contribuição da Previdência Social (art. 48, § 4º, da
Lei n. 8.213/91).
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

Portanto, o indeferimento por parte do INSS não


encontra amparo na lei, sendo devida a concessão do
benefício de aposentadoria por hibrida por idade ao
requerente.

A Constituição Federal de 1988 diz


expressamente em seu Art. 3º que constituem objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, “erradicar
a pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades
sociais”.

Ora, criando tantos empecilhos para a humilde


trabalhadora, a Previdência tem ferido frontalmente
referido dispositivo, condenando-o a uma velhice pobre e
indigna, aumentando as desigualdades sociais e, por
consequência, o exército de marginalizados e destituídos de
qualquer consideração neste país.

Portanto, a autora, conforme sobejamente


demonstrado, satisfaz os requisitos exigidos por força de
Legislação em vigor, para a concessão do benefício da
aposentadoria hibrida por idade, quais sejam, a comprovação
do exercício das atividades rurais e urbanas e a carência
de 180 (cento e oitenta) meses ao limite de idade de 65
(sessenta e cinco) anos, restando a este Juízo a aplicação
da norma em seus termos devidos é o que se pede.

DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

Como é do conhecimento deste Douto Juízo,


assegura o Art. 300 do novo Código de Processo Civil (Lei
nº. 13.105/15) que “a tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo”.

Além disso, o § 2º do mesmo dispositivo impõe


que “a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente
ou após justificação prévia”. Assim, certamente a
requerente da presente demanda faz jus a concessão da
tutela provisória de urgência, em razão do preenchimento
dos pressupostos exigidos pela lei processual, conforme
passaremos a demonstrar.

É sabido que os requisitos da tutela de


urgência consistentes na prova inequívoca e
verossimilhança, que se traduzem, conforme a doutrina e
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

jurisprudência, no conceito de probabilidade, estão


sobejamente atendidos. Não é difícil imaginar os danos
irreparáveis suportados pela requerente que está com muitas
dificuldades financeiras em razão de não ter força para o
trabalho por conta de sua idade, conforme se comprova com
os documentos anexos, razão pela qual necessitam
urgentemente da medida liminar.

Pelo acima exposto, verifica-se,


inequivocamente, a verossimilhança das presentes alegações.
Comprovado, pois, o fundado receio de dano irreparável ou
de difícil reparação a ser suportado pelo autor e sua
família, pois, se mantido o presente status quo antes, ou
seja, caso não seja deferido o pedido liminar de tutela de
urgência, a autora continuará com dificuldades financeiras,
restam demonstrados:

1 - A ‘probabilidade do direito’, por meio das


fundamentações e documentos anexos, que são totalmente
capazes de convencer esse Juízo quanto à procedência do
pedido autoral em se confirmando os danos causados pelo
requerido;

2 - A ‘verossimilhança da alegação’, uma vez


que as provas acostadas e os fatos narrados têm o poder de
não deixar qualquer dúvida para esse Juízo quanto à
verossimilhança das alegações aqui formuladas, não havendo
condições de reconstruir os fatos apresentados de outra
forma que não seja a apresentada nesta peça vestibular, até
porque a autora completou 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, o que se torna difícil laborar de forma normal;

3 - A ‘reversibilidade da decisão’, a concessão


da tutela de urgência poderá ser reversível a qualquer
momento, até porque é muito simples fazer ou desfazer o
benefício previdenciário, sendo sua concessão plenamente
cabível – e necessária! – quanto ao caso em análise;

4 - O ‘receio de dano irreparável ou de difícil


reparação’, face a situação danosa e extremamente grave que
acomete o requerente e sua família, que estão passando por
dificuldades financeiras.

No presente processo, o dano já foi configurado


e está sendo perpetuado vez que a autora teve seu pedido de
benefício indeferido. Como sabido, esse benefício é
necessário para a manutenção de recursos mínimos de
sobrevivência da autora.

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

Por esses motivos, há de ser concedida a tutela


de urgência no caso em tela, no sentido de determinar que a
ré seja obrigada a pagar o benefício devido a requisitante.

Os requisitos da verossimilhança das alegações


e de prova inequívoca estão provados tendo em vista toda
documentação acostada aos autos, bem como o requerimento
administrativo que foi negada pelo INSS.

Os requisitos de que haja fundado receio de


dano irreparável ou de difícil reparação está caracterizado
porque se trata de verba de natureza fundamental para a sua
subsistência, sob pena de não chegar ao resultado útil do
processo.

Aliás, não há óbice de concessão de tutela


antecipada para a concessão de aposentadoria hibrida por
idade, dado o seu caráter alimentar.

Desta feita, considerando tais elementos e a


verossimilhança das alegações articuladas nesta peça
processual, requer seja concedida a tutela antecipatória de
mérito com urgência para determinar que a requerida seja
compelida a deferir o benefício previdenciário.

DOS PEDIDOS

Diante ao exposto, REQUER-SE a Vossa


Excelência, que;

a- Preliminarmente com fundamento


ao Art. 98 e seguinte da Lei 10.060/50, seja
concedida a requerente os benefícios da
Justiça Gratuita, tendo em vista que a Autora
não tem como suportar as custas judiciais,
sem prejuízo de seu sustento e de sua
família.

b- Requer a citação da Autarquia,


ora ré, por meio de seu representante legal,
no endereço anteriormente citado, para que,
querendo, conteste os termos da presente, no
prazo legal, com as advertências previstas no
Artigo 285 do Código de Processo Civil;

c – Liminarmente que seja


deferida nos termos do Art. 300 e seguintes
Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com
ADVOCACIA
Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290

do CPC a antecipação dos efeitos da tutela,


no sentido de obrigar a Ré conceder no ato da
citação a implantação do benefício em grito.

d - No mérito, que seja condenada


a requerida ao pagamento do BENEFÍCIO DA
APOSENTADORIA POR IDADE URBANA
ALTERNATIVAMENTE BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA
POR IDADE HIBRIDA, a requerente a partir do
Requerimento Administrativo em data de 02 de
agosto de 2017, com a condenação do pagamento
das prestações em atraso, corrigidas na forma
da lei, acrescidas de juros de mora desde
quando se tornaram devidas as prestações.

e - Requer-se ainda, a condenação


em honorários advocatícios, estes fixados na
base usual de 20% (vinte por cento) sobre o
valor da condenação.

f- Protestar pela produção de


todos os meios de provas em direito
admitidos, especialmente testemunhal,
documental, pericial e outras que se fizerem
necessárias.

DO VALOR DA CAUSA

Da se a causa o valor de R$ 13.200,00 (treze


mil e duzentos reais), nos termos do Art. 292 §2º do CPC.

Termos que pede e espera deferimento.

Fazenda Nova - GO, 08 de dezembro de 2021.

Rômulo José Alves de Oliveira

OAB/GO 57.290

ASSINATURA DIGITAL

Av. Tião Carreiro, Qd. 22 Lt. 01, St. Aeroporto, Fazenda Nova-Go, CEP 76.220-000
email-romulojose2011@hotmail.com

Você também pode gostar