O documento discute a importância da argumentação fundamentada e da estrutura de textos argumentativos. Apresenta exemplos de conceitos, proposições e argumentos dedutivos e não dedutivos. Também aborda a distinção entre validade, verdade e solidez de argumentos.
O documento discute a importância da argumentação fundamentada e da estrutura de textos argumentativos. Apresenta exemplos de conceitos, proposições e argumentos dedutivos e não dedutivos. Também aborda a distinção entre validade, verdade e solidez de argumentos.
O documento discute a importância da argumentação fundamentada e da estrutura de textos argumentativos. Apresenta exemplos de conceitos, proposições e argumentos dedutivos e não dedutivos. Também aborda a distinção entre validade, verdade e solidez de argumentos.
2. Analisa a importância da argumentação fundamentada.
As teorias dos filósofos são justificadas por argumentos logicamente estruturados e devidamente fundamentados. Argumentar é apresentar boas razões para sustentar os nossos pontos de vista. É uma necessidade humana quando comunicamos as nossas opiniões. Devemos expor com eficácia os nossos argumentos e ouvir os argumentos dos outros. Argumentar é fornecer razões para provocar a adesão das pessoas. Argumentar é pensar, é raciocinar. É defender uma conclusão ou tese com base numa ou várias premissas. Existem argumentos dedutivos e não dedutivos. 3. Interpreta e explica a estrutura de um texto argumentativo. No início o filósofo apresenta o problema, formulando teses ou teorias (as respostas aos tais problemas), que devem ser defendidas ou discutidas com base em boas razões, argumentos (complexos formados por uma ou várias proposições/premissas a partir das quais se infere uma única conclusão/proposições) que podem ser dedutivos ou não dedutivos. A relação entre estas é de justificação, de sustentação, conseguida ou não (assinalada por expressões como “logo”; ”portanto”; ”por conseguinte”; etc.). Em que as premissas devem apoiar a conclusão e fornecer os fundamentos para que a conclusão ou tese seja aceite. Chamamos de proposição (juízo) ao conteúdo verdadeiro ou falso expresso por uma frase declarativa. Esta, é necessariamente portadora de valor de verdade ou valor lógico (pode ser verdadeiro ou falso). A verdade e a falsidade são propriedades que se podem dar apenas ás proposições e nunca aos argumentos. Exemplos de frases que são proposições: Há baleias. As baleias são animais selvagens. Se as baleias estão em perigo, a caça à baleia deve parar.
Que não são proposições:
Será moralmente aceitável caçar baleias? Não defendas a caça à baleia! Espero que se proíba a caça à baleia.
Duas ou mais frases podem exprimir a mesma proposição
As baleias e golfinhos são mamíferos adaptados ao meio aquático. As baleias e os golfinhos são cetáceos. Os textos argumentativos ainda podem apresentar na sua constituição: • Contra-argumentos: As razões que podem ser apontadas para desmentirem as afirmações apresentadas. • Refutação: As razões que podem ser indicadas para mostrar que os contra-argumentos são inconscientes para negarem as teses. 4. Compreende o discurso filosófico como argumentativo A filosofia parte de questões e forma-se como discurso, discussão, debate, controvérsia. As teorias dos filósofos são justificadas por argumentos logicamente estruturados e devidamente fundamentados. A atividade discursiva assenta em argumentos e faz-se através de juízos que se interligam formando raciocínios que se exprimem através da linguagem. Apresenta uma racional sequência de ideias que se interligam com sentido. Exige um trabalho de análise e interpretação. Defende ideias expostas de forma clara e sem ambiguidades. Estabelece confrontos de razões de compreensão crítica e criativa. Discute-se ideias com argumentos rigorosos e fundamentados. Logo, o discurso filosófico é argumentativo. 5. Elabora um texto argumentativo. (folha á parte) 6. Argumenta acerca da necessidade e importância da filosofia. (dar uma vista de olhos no resumo passado)
A Filosofia é importante porque:
• Amplia a nossa compreensão do mundo; • Ajuda a exercer o pensamento crítico • Ajuda a desenvolver competências comunicativas e argumentativas • expande os horizontes intelectuais e a liberdade de pensamento e de ação; • É um desafio e um enriquecimento do nosso horizonte e conhecimento • Alimenta o sentimento de admiração pelo que nos rodeia • Ajuda-nos a proceder de forma sábia e racional • Orienta-nos na vida favorecendo uma atuação mais justa na sociedade • Ajuda-nos a libertar das nossas crenças e preconceitos e a pensar por nós próprios • Liberta-nos da tirania do hábito e do dogmatismo arrogante • Motiva-nos para construir um mundo melhor 7. e 8. Compreende a necessidade do estudo da lógica e o seu objeto de estudo. A lógica formal é o estudo sistemático das formas válidas e inválidas dos argumentos dedutivos, encadeando raciocínios lógicos que permitem suportar a nossa tese, que está diretamente relacionada com a força e a validade dos argumentos usados. Trata-se de analisar a forma ou estrutura do argumento e não o seu conteúdo, ou seja, o argumento é o objeto de estudo da lógica. O problema do lógico é saber quando é que a conclusão é uma consequência lógica das premissas. O objeto é o pensamento estruturado que permite que pensemos corretamente. Dizemos que um argumento é válido quando é logicamente impossível as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Isto significa que os argumentos ou inferências válidas preservam a verdade. A conclusão não pode ser falsa, se todas as premissas forem verdadeiras. Só os argumentos dedutivos são válidos ou inválidos. É importante o estudo da lógica pois no quotidiano todos nós argumentamos e todos estamos familiarizados com argumentos apresentados pelas pessoas na televisão, à mesa do jantar, no autocarro, etc. E muitas vezes estes são frequentemente bastante mais confusos e desordenados, as conclusões vêm antes das premissas, e, muitas vezes, identificar que frases correspondem às premissas e que frase corresponde à conclusão pode exigir um pouco de pensamento mais cuidadoso. Por isso é muito importante saber como é que um argumento é bem estruturado para ter lógica, assim iremos formar bons argumentos, e o que mencionei previamente não irá acontecer. 9. Relaciona conceitos, proposições e argumentos no processo de construção do pensamento e do discurso. Um conceito é uma representação mental, abstrata e geral da essência de um conjunto de seres ou classe de objetos. É uma síntese cognitiva, construção mental, resultado de operações intelectuais. Com os conceitos formamos proposições. Ex: Os sapos são verdes. (conceito) O marcelino é um sapo. (proposição- premissa) Logo o marcelino é verde. (proposição- conclusão) Proposições são cada uma das premissas e a conclusão. Embora nem todas as frases são proposições (ver objetivo 3) Relacionando proposições formamos raciocínios, ou seja, elaboramos inferências, ou seja, argumentos. Relembrando, argumentos é um ato de inteligência ou operação mental mediante a qual, com base em certas regras lógicas se passa de conhecimentos adquiridos a conhecimentos lógicos. Encadeando proposições permite-se estabelecer relações e conclusões, ou seja, argumentamos e elaboramos discursos. 10. Analisa a estrutura de um argumento: premissas e conclusão. Objetivo 3 11. & 12. Distingue validade e verdade e solidez dos argumentos dedutivos. Caracteriza e avalia a solidez dos argumentos: dedutivos. Para um argumento ser válido a conclusão tem de ser obrigatoriamente consequência lógica das premissas, todas verdadeiras ou todas falsas, caso as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, o argumento é inválido. A este tipo de argumentos chamamos argumentos dedutivos. Exemplo: O céu é azul. A relva é verde. Logo, a neve é branca. As premissas e a conclusão são verdadeiras, mas o raciocínio é inválido. Para provar que um argumento é inválido recorremos ao método dos contraexemplos. Em que imaginamos um mundo possível em que as premissas possam ser verdadeiras e a conclusão falsa.
Todos os peixes são verdes
O João é um peixe Logo, o João é verde. Válido mas as premissas e a conclusão são falsas. Raciocínio não sólido.
Para um argumento ser sólido é necessário ser válido com premissas
e conclusão verdadeiras. Todos os argumentos sólidos são válidos, mas nem todos os raciocínios válidos são sólidos. Um bom argumento para além de ser válido também é sólido. 13. Distingue argumentos dedutivos de não dedutivos. A lógica informal avalia argumentos não dedutivos. Esta, é um conjunto de argumentos típicos dos contextos de debate de ideias (linguagem quotidiana, política, …), ou seja, instrumentos de investigação, negociação ou ferramentas de persuasão. Identifica falácias informais, que são erros do raciocínio que não resultam da forma do argumento, mas de outros aspetos. Num bom argumento não dedutivo, a verdade das premissas torna a conclusão apenas provável. É possível, mesmo que improvável, as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa. Por isso estes podem ser fortes ou fracos. São fortes se o vínculo que une as premissas e a conclusão tenha um forte grau de probabilidade. A força deles depende do conteúdo. Argumentos dedutivos: objetivo 3; 11 & 12; 14. Explica o conceito de falácia informal. Falácias informais são erros do raciocínio, intencionais ou não, associados ao conteúdo das proposições do argumento. Um argumento pode ser válido e ainda assim incluir uma falácia informal. 15. Compreende a distinção, ao nível dos argumentos indutivos, entre generalização e previsão. (ver PWP do trabalho- e-mail)
Inferências indutivas são argumentos que partem de um nº finito de
casos observados para uma conclusão geral (indução por generalização) ou por uma conclusão ulterior (indução por previsão). A conclusão de uma inferência indutiva vai além do que nos é dado nas premissas e não podemos garantir a sua verdade. Por generalização- tem como ponto de partida um conjunto de casos particulares (exemplos) para deles retirar uma conclusão geral. Por previsão- tem como ponte de partida um conjunto finito de casos, concluindo que o futuro repetirá o passado. 16. Avalia generalizações e previsões. Para que as nossas generalizações e previsões sejam fortes a amostra deve ser representativa e diversificada e não devem ser omitidos contraexemplos conhecidos. Ou seja, para serem fortes, o nº de exemplos não pode ser reduzido. Caso contrário o nosso argumento é fraco ou falacioso. Um exemplo do erro de raciocínio associado à indução por generalização é a falácia precipitada ou apressada.
Exemplo da falácia por generalização precipitada:
Os corvos observados são pretos. Logo, todos os corvos observados são pretos. A conclusão deste argumento é refutável (já se observou existência de corvos brancos). Os contra-argumentos são muito importantes pois permitem-nos mostrar a falsidade de uma conclusão recorrendo a uma única exceção. Para corrigir esta falácia abandona-se ou altera-se a sua conclusão para alguns ou muitos. Na indução por previsão é semelhante. Quando os exemplos de que partimos não são representativos da diversidade do universo a que nos referimos. Falácia da amostra representativa Exemplos desta falácia podem ser estereótipos veiculados sobre alguns povos. • Algumas pessoas de etnia cigana são beneficiárias do Rendimento Social de Inserção. • Logo, todas as pessoas de etnia cigana são beneficiárias do RSI. O facto de uma parte de um grupo social partilhar a mesma característica não implica que todos os membros desse grupo social tenham essa mesma característica.
17. Compreende em que consistem os argumentos por analogia.
Trata-se de argumentos baseados numa comparação entre duas ou mais coisas supostamente semelhantes. Assentam no princípio de que, se duas realidades são semelhantes em alguns aspetos conhecidos, sê-lo-ão nos outros. Estão na base de utilização de cobaias não humanas em experiências científicas ou, muitas vezes, supostos na reivindicação de direitos para outras espécies. 18. Avalia argumentos por analogia. Dizemos que um argumento por analogia é forte quando é improvável que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Para que o raciocínio possa ser fidedigno e a conclusão plausível, as situações comparadas devem ser semelhantes. • Os aviões são como as aves, no que respeita ao facto de percorrerem longas distâncias e possuírem um par de asas que lhes permite a sustentação e a deslocação no ar. • As aves põem ovos. • Logo, os aviões põem ovos. Fraco. Foram ignoradas diferenças revelantes entre aviões e aves, o facto de o 1º ser uma máquina e o 2º um animal. Também o facto de percorrer longas distâncias e ter asas são semelhanças irrelevantes para a conclusão. A é como B em x e y. B inclui z. Logo, A também incluirá z. 19. Compreende em que consistem os argumentos de autoridade. Recorremos a um argumento de autoridade quando suportamos uma conclusão em que as premissas que invocam alguém ou algo que é considerado uma autoridade ou uma fonte fiável sobre a matéria que estamos a apresentar ou a discutir. Para que os nossos argumentos de autoridade sejam fortes, as fontes devem ser corretamente citadas, qualificadas para o assunto em questão e imparciais, também não existir entre os vários especialistas desacordos significativos são critérios fundamentais. 20. Avalia argumentos de autoridade. Quando os critérios acima não são observados, estamos perante uma falácia de apelo á autoridade. Um dos erros de raciocínio mais comuns é pensar que se alguém é especialista numa dada área, então sê-lo-á também em qualquer outra. A publicidade e a propaganda usam deliberadamente este tipo de falácia. X (uma pessoa ou uma organização que tem obrigação de saber) diz A. Logo, A é verdade. 21. Outros tipos de falácias. Algumas falácias informais são usadas propositadamente para persuadir ou enganar. Outras são erros de raciocínio facilmente cometidos sem dar conta. Exemplos de algumas mais comuns: ♦ Falácia da petição de princípio A. Logo, A. Falácia que envolve pressupor nas premissas o que se afirma provar na conclusão, isto é, toma-se por garantido aquilo que está em causa. Exemplo: Tirar a vida a alguém é errado. Logo, matar é imoral. Para aceitarmos as premissas teremos de aceitar previamente a sua conclusão. Outro exemplo: Acredita que o que te estou a dizer é verdade. Como posso estar certa disso? Porque eu nunca minto. A conclusão (o que digo é verdade) é reafirmada na premissa de uma forma ligeiramente diferente (eu nunca minto). Para sabermos que o que a pessoa está a dizer é verdade precisamos de acreditar que ela nunca mente. ♦ Falácia do falso dilema. A ou B. Não é A. Logo, B. Apresenta-se uma simplificação enganadora das alternativas e se reduzindo a apenas duas, ignorando outras possibilidades. Os falsos dilemas surgem, por vezes, camuflados de perguntas retóricas. ♦ Falácia da falsa relação causal. B aconteceu depois de A. Logo A é a causa de B. Convicção de que se dois eventos ocorreram um a seguir ao outro, então estão necessariamente ligados através de uma relação causal. Esta falácia é típica das superstições, e da publicidade. ♦ Falácia de ataque à pessoa (ad hominem) X afirma A. X tem uma dada característica. Logo, A é falso. Ataca uma pessoa que usa um argumento, em vez de refutar o próprio argumento. Assume diversas formas: insulto direto ao carácter da pessoa (ad hominem abusivo), referência ou insinuações relativas às suas circunstâncias (ad hominem circunstâncias) ou acusações de hipocrisia (tu quoque). Existe uma clara fuga ao assunto em discussão. ♦ Falácia do apelo ao povo (ad populum) A maioria afirma A. Logo, A é verdadeiro. Pretende-se justificar uma ideia alegando que esta reúne a aprovação de todas ou de um nº alargado de pessoas. Visa explorar emoções, desejos e preconceitos do auditório, apelando ao desejo de presença. Encontra-se frequentemente no discurso publicotário e político. ♦ Falácia do apelo à ignorância Não foi provado que A é verdadeiro. Logo, A é falso. Vice-versa Infere que uma afirmação é verdadeira ou falsa porque ainda não foi possível provar a tese contrária. A ausência de evidências ou indícios conclusivos não prova nada. ♦ Falácia do espantalho (boneco de palha). X afirma que A é verdadeiro. Y transforma A em B e refuta B. Tática mais repetida na comunicação e debate quotidiano, nomeadamente em política. Começa por deturpar ou caricaturar o sentido das teses adversárias, reconstruindo-as numa perspetiva mais fraca e dificilmente sustentável. O objetivo é refutá-las mais facilmente. Exemplo: • Devias dedicar mais tempo ao estudo. • Queres que deixe de praticar desporto, de sair com os meus amigos, de me divertir e de me ocupar com as coisas que me dão prazer?! Pois, mas isso não é saudável, as pessoas, para serem felizes, precisam de algo mais para além da escola. Ninguém lhe propôs uma vida de retiro inteiramente abnegada à escola, apenas que dedicasses um pouco mais do tempo dele ao estudo. ♦ Falácia da derrapagem (bola de neve) Se A, então X. Se X, então Y. Se Y, então Z (consequência inaceitável). Logo, se A, então Z. Pretende persuadir o auditório que, caso algo aconteça ou seja consentido, seguir-se-ão consequências inaceitáveis. Ou, se dermos um passo numa direção ser-nos-á difícil, ou mesmo impossível, evitar os passos seguintes e esses conduzir-nos-ão a um desfecho intolerável. Derrapagem é uma metáfora.