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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO


CAMPUS DE DIAMANTINO
CURSO DE BACHARELADO EM
ADMINISTRAÇÃO
PROF. FELIPE MICHELIN FORTES

MATERIAL COMPLEMENTAR
DISCIPLINA: INSTITUIÇÕES DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
TEMA: SUJEITO DE DIREITO

DIAMANTINO/MT
NOVEMBRO/2021

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SUMÁRIO

1) SUJEITOS DE DIREITO..................................................................3
2) A PESSOA NATURAL.....................................................................4
Capacidade civil......................................................................................4
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................7

Esta apostila é parte do material complementar da Disciplina Instituições do Direito


Público e Privado da 2ª Fase do Curso de Administração do Campus de Diamantino.

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1) SUJEITOS DE DIREITO

Como já dito anteriormente, o Direito é o espelho da sociedade e deve


refletir os ideais de seus membros.
Dessa forma, o Direito tem como peça fundamental a garantia da
ordem e dos direitos das pessoas que compõem a sociedade.
Mas então, para quem o Direito existe?
Aquelas pessoas que tem seus direitos e deveres tutelados pelo Direito
são chamados de SUJEITO DE DIREITO.
Em termos jurídicos, o sujeito de direito é toda pessoa, física ou
jurídica, detentora de direitos, de acordo com a legislação vigente. Esse
conceito está prescrito no art. 1º do Código Civil:
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na
ordem civil.

Não se pode confundir sujeito de direito com capacidade civil, já que o


direito abrange também os incapazes.
Também não se confunde com a pessoa natural, já que mesmo os
nascituros são detentores de direitos, logo, são sujeitos de direito. Tal
dispositivo encontra previsão no art. 2º do Código Civil:
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

Assim, pode-se concluir que sujeito de direito é, antes de mais nada, a


entidade primordial à qual o direito se destina.

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2) A PESSOA NATURAL

A sociedade é composta de pessoas, de cidadãos. Esses cidadãos são


indivíduos que têm direitos e deveres. Para o direito, essas pessoas são as
PESSOAS NATURAIS, também conhecidas como pessoas físicas.
As pessoas naturais são detentoras de direitos e deveres.
Segundo o Código Civil, todas as pessoas adquirem personalidade
jurídica ao nascer, sendo que os direitos do nascituro, principalmente no que
tange à patrimônio devem ser assegurados:
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

Existe uma teoria acadêmica, chamada de teoria concepcionista, na


qual a personalidade civil começaria com a concepção. Segundo essa teoria, a
pessoa adquiriria personalidade civil assim que houvesse a concepção.
Entretanto, tal teoria não encontra eco na legislação, que adota a teoria
natalista, na qual é necessário que o indivíduo nasça com vida. O simples
parto, a expulsão do feto pelo corpo da mulher, não geraria direitos, mas
apenas o nascimento com vida.
A nosso ver, a teoria natalista, com os direitos do nascituro, é a que
melhor se adéqua. Isto porque não existe, no nosso ver, a estipulação de
direitos e deveres à um ser que ainda não existe por si próprio, mas depende
exclusivamente do corpo materno para existir.
Tentar estabelecer direitos e deveres para algo que ainda não possui
qualquer tipo de personalidade é uma incoerência lógico jurídica. Entretanto,
garantir os direitos do nascituro, que serão efetivados só, e somente só, ele
nasça com vida, é essencial.
Por fim, a personalidade da pessoa natural cessa com a sua morte e
apenas assim, seja a morte efetiva ou presumida.

Capacidade civil

Não se pode confundir a pessoa natural ser sujeito de direito e ser


capaz de exercer seus direitos.
Ser sujeito de direito é simplesmente estar sujeito ao conjunto jurídico
vigente.

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Já a capacidade civil diz respeito à capacidade do cidadão de exercer
plenamente seus direitos e ser responsabilizado por seus deveres.
Segundo o Código Civil:
Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à
maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.

Dessa forma, as pessoais naturais com idade inferior à 16 anos devem


ser necessariamente representados pelos pais, tutores, curadores ou
responsáveis. Qualquer ato jurídico firmado por esses indivíduos é nulo de
pleno direito.
Já as pessoas constantes no art. 4º são apenas relativamente
incapazes, sendo que pais, tutores ou curadores servem mais como
acompanhantes, devendo ser levada em consideração a vontade do indivíduo
relativamente incapaz.
A atuação do tutor ou curador fica restrita à proteger os interesses da
pessoa representada, tanto dos outros quanto deles próprios. Os atos firmados
pelos relativamente incapazes são anuláveis, podendo ser convalidados com a
ratificação pelo responsável legal.
A incapacidade civil cessará:
Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os
atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a
incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento público, independentemente
de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
existência de relação de emprego, desde que, em função
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deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria.

Assim, em princípio, cessa a incapacidade civil para os menores de


idade, em regra com a maioridade aos 18 anos ou ainda por força de
determinadas circunstâncias que adiantam a capacidade civil.
Já para os maiores de 18 anos, cessa a incapacidade civil com a
cessação dos motivos que ensejaram a incapacidade.

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BIBLIOGRAFIA

ASCENSÃO, José de Oliveira. Introdução à Ciência do Direito. Rio


de Janeiro: Renovar.
BASTOS, Wander Aurélio. Introdução à Teoria do Direito. Rio de
Janeiro: Liber Jus.
BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Tradução de Fernando
Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti. São Paulo: Edipro, 2001.
________. Teoria do ordenamento jurídico. Tradução de Maria
Celeste Cordeiro Leite dos Santos. 6.ed. Brasília: UnB, 1995.
________. Teoria Geral do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
DINIZ, Maria Helena. As Lacunas do Direito. São Paulo: Saraiva
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio, Introdução ao estudo do direito:
técnica, decisão, dominação. São Paulo: Atlas, 2003.
IHERING, Rudolf Von. A luta pelo Direito. Rio de Janeiro: Forense.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista
Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Hunterbooks, 2014.
ROUSSEAU, Jean Jacques. Do Contrato Social. São Paulo:
Hunterbooks, 2014.

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