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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

THAYNÁ MAGALHÃES DE MOURA

CULTIVO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS: UMA


PROPOSTA PARA AS AULAS EXPERIMENTAIS DE
CIÊNCIAS E BIOLOGIA

São Paulo – SP
2014
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

THAYNÁ MAGALHÃES DE MOURA

CULTIVO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS: UMA


PROPOSTA PARA AS AULAS EXPERIMENTAIS DE
CIÊNCIAS E BIOLOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas do Instituto
Federal de Educação Ciência e
Tecnologia, Campus São Paulo como
um dos requisitos à obtenção do título
de Licenciado em Ciências Biológicas

Orientador: Prof. Dr. Nelson Menolli Junior

São Paulo – SP
2014
M889c MOURA, Thayná Magalhães de.
Cultivo de cogumelos comestíveis: uma proposta para as
aulas experimentais de ciências e biologia / Thayná Magalhães de
Moura. São Paulo: [s.n.], 2014.
60 f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Nelson Menolli Junior.


Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, IFSP, 2014.

1. Ensino 2. Cultivo de cogumelos comestíveis


3. Roteiro didático I. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo II Título

CDU 573.0
BANCA DE AVALIAÇÃO

____________________________________________
Orientador
Prof. Dr. Nelson Menolli Junior
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
CCT/Biologia

____________________________________________
Membro Titular Externo
Profa. Dra. Maria Cristina Pires de Brum
Prefeitura de São Paulo
Secretaria Municipal de Educação
____________________________________________
Membro Titular Interno
Profa. Ma. Caroline A. M. Castilhone
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
CCT/Biologia

____________________________________________
Suplente Externo
Profa. Dra. Fernanda Alves Cangerana Pereira
Centro Paula Souza
Faculdade de Tecnologia de Jundiaí

____________________________________________
Suplente Interno
Profa. Dra. Maira Cortellini Abrahão
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
CCT/Biologia

São Paulo, 21 de maio de 2014


Dedico este trabalho a todos que,
assim como eu, acreditam que a
educação pode transformar vidas.
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Nelson Menolli Junior pela orientação.

À Profa. Dra. Maira Cortellini Abrahão por ter disponibilizado parte do seu tempo
para me auxiliar nas etapas iniciais deste projeto.

Aos técnicos do laboratório, Caio e Rafael, pela colaboração, preocupação e


incentivo durante os testes experimentais. Vocês foram dez comigo!

Aos professores que contribuíram para a minha formação, em especial à Profa.


Ma. Audrey Marques Silva Paiva, Prof. Me. José Otávio Baldinato, Prof. Dr. Paulo
Henrique Netto de Alcântara e Prof. Me. Flávio Krwzanowski Junior que me
orientaram através das disciplinas pedagógicas e projetos de iniciação à docência.

Aos eternos amigos da “salinha” pelo companheirismo e momentos de


descontração. Sem vocês os momentos de tensão não se transformariam em
tranquilidade.

Ao amigo Igor Luiz pela colaboração com as figuras do painel.

À amiga Camila Vitorino pela força, mesmo que distante.

Às amigas Carina Djamila e Idieme Aparecida pelo fornecimento dos potes de


vidro utilizados nesta pesquisa.

Aos colegas da nanoaventura. Vocês conseguiram deixar os meus dias de


trabalho mais divertidos em momentos difíceis.

À família Keffer pelo abrigo, atenção e carinho.

Ao Filipe Keffer por todo carinho, paciência, pelos potes que me deu de presente
para que fosse possível a realização desta pesquisa, companhia nas madrugadas e
incentivo constante. Fi muito obrigada por tudo que fez por mim nesta etapa!

E principalmente, aos meus pais Nilma, William, Maria e Nelson e meus irmãos,
por todo amor e por entender os meus momentos de ausência em reuniões de
família. Amo todos vocês!
“Tempo virá em que uma pesquisa deligente e
contínua esclarecerá aspectos que agora
permanecem escondidos. O espaço de tempo de
uma vida, mesmo se inteiramente devotada ao
estudo do céu, não seria suficiente para investigar
um objeto tão vasto. Este conhecimento será
conseguido somente através de gerações
sucessivas. Tempo virá em que nossos
descendentes ficarão admirados de que virão,
quando a lembrança de nós estará apagada. O
nosso universo será um assunto sem importância, a
menos que haja alguma coisa nele a ser investigada
a cada geração. A natureza não revela seus
mistérios de uma só vez.”
Lúcio Aneu Sêneca.
RESUMO

As aulas de ciências e biologia estão, em geral, baseadas no ensino tradicional. Da


mesma forma, as aulas de micologia no ensino básico estão também restritas ao uso
exclusivo do livro didático, tornando-as de difícil compreensão por parte dos alunos
devido ao excesso de conceitos e priorização à classificação, morfologia e
reprodução, não abordando, muitas vezes, a importância econômica e ecológica dos
fungos. Nessa perspectiva, se faz necessário um estudo com a proposição de novas
estratégias para o ensino dos fungos na educação básica. Considerando a
dificuldade enfrentada na abordagem dos conteúdos de micologia, este trabalho teve
como objetivo verificar a viabilidade de cultivo de cogumelos em ambientes de pouca
infraestrutura e propor um roteiro didático para aplicação em aulas experimentais de
ciências e biologia. Para tanto, foram realizados testes para substituir materiais que
são utilizados em métodos tradicionais para o cultivo de cogumelos comestíveis do
gênero Pleurotus por materiais de baixo custo e fácil acesso. Nestes testes,
materiais como autoclave, placa de Petri e carbonato de cálcio foram substituídos
por, respectivamente, panela de pressão, potes de vidro e cal virgem. O roteiro
didático do aluno foi organizado a partir das etapas do cultivo de cogumelos
comestíveis contendo título, objetivo, material, procedimento e referências. O roteiro
didático do professor foi elaborado com base nos PCN, PCN+ e pesquisas de
micologia da educação básica sendo estruturado contendo as orientações gerais para
conduzir as aulas experimentais com os seguintes tópicos: público alvo, cronograma,
objetivos, temas, recursos, forma de mediação e avaliação. Além disso, também foi
contemplada a individualidade das aulas a partir das orientações para cada aula
experimental com os seguintes tópicos: título da aula, tempo previsto, estratégia,
recursos, preparação da aula e forma de mediação. O roteiro do aluno foi dividido em
sete etapas de aula, contendo sugestões de pesquisa e leitura. O roteiro do
professor foi dividido em dez aulas que consistem em problematização, etapas do
cultivo e fechamento utilizando o método investigativo através de questionamentos.
O cultivo de cogumelos comestíveis utilizando materiais alternativos teve resultados
satisfatórios, podendo, portanto, ser aplicado em escola com pouca infraestrutura e
como facilitador de aprendizagem nas aulas de micologia no ensino fundamental e
médio.

Palavras-chave: Ensino, Cultivo de cogumelos comestíveis, Roteiro didático.


ABSTRACT

In general, science and biology classes are based on traditional teaching


techniques. The micology classes in elementary schools are restricted exclusively to
school books. This practice makes understanding by students a difficult task due to
excessive concepts and priority to classification, morphology and reproduction,
ignoring many times the economic and ecofriendly importance of funghi. Under this
perspective it becomes necessary to study and propose new strategies for teaching
funghi in elementary schools. In addition, when we take into consideration the
difficulty to approach the contents of micology, this essay intends to offer an
alternative mushroom growing method in understructured environments and propose
teaching methods which cover experimental classes based on sciences and biology.
Tests were made with materials which are normally used in traditional mushroom
cultivation such as Pleurotus to substitute them by low cost, accessible materials .
During these tests materials such as autoclave, Petri placa and calcium carbonate
were substituted by pressure cook, glass jars and cal virgem. These methods were
organized for the students based on the various steps of the cultivation of eatable mu
shrooms, including title, objectives, material, modus operandi and sources. The
teaching methods for the teachers were based on PCN, PCN+ and researches on
micology in elementary schools, containing general advice so that experimental
classes cover topics such as target public, chronogram, objectives, subjects,
resources, mediation tactics and evaluation. In addition, the individuality of classes
was contemplated based on the orientation for each experimental class to
include class title, class time, strategy, resources, class preparation and mediation
tactics. The student script was divided into seven class steps containing suggestions
for research and reading materials. The teacher script was divided into ten classes
covering problems, cultivation steps and closing using an investigation method
through questioning. The cultivation of edible mushrooms using unusual materials
obtained satisfactory results. This new method maybe used in low infrastructure
elementary and high schools as a learning tool in micology classes.

Key words: Teaching, Cultivation of edible mushrooms, Didactics.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 OS CONTEÚDOS DE MICOLOGIA NA EDUCAÇÃO ......................................................... 3
2.1.1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e os
Conteúdos de Micologia ........................................................................................... 3
2.1.2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e os
Conteúdos de Micologia ........................................................................................... 7
2.2 A PRÁTICA DOCENTE E O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA........................................8
2.2.1 Aulas Experimentais no Ensino de Ciências e Biologia ...............................9

3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................11


3.1 DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO ALTERNATIVO PARA O CULTIVO DE COGUMELOS
COMESTÍVEIS ..............................................................................................................11
3.1.1 Seleção do Isolado Fúngico ..........................................................................11
3.1.2 Preparo do Meio de Cultura ...........................................................................11
3.1.2.1 Esterilização do meio de cultura ................................................................12
3.1.3 Isolamento Micelial.........................................................................................13
3.1.4 Preparo do Inóculo .........................................................................................13
3.1.5 Preparo do Substrato de Cultivo...................................................................14
3.1.5.1 Esterilização do substrato de cultivo ........................................................14
3.1.6 Inoculação do Inóculo no Substrato de Cultivo ..........................................15
3.1.7 Colonização, Frutificação e Colheita ............................................................15
3.2 ELABORAÇÃO DOS ROTEIROS DIDÁTICOS .................................................................16

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................17


4.1 DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO ALTERNATIVO PARA O CULTIVO DE COGUMELOS
COMESTÍVEIS ..............................................................................................................17
4.1.1 Preparo e Esterilização do Meio de Cultura .................................................17
4.1.2 Medidas Assépticas e Crescimento Micelial no Meio de Cultura...............18
4.1.3 Medidas Assépticas e Crescimento Micelial no Inóculo.............................19
4.1.4 Preparo do Substrato de Cultivo e Colonização Micelial............................20
4.1.5 Frutificação e Colheita ...................................................................................21
4.2 ELABORAÇÃO DOS ROTEIROS DIDÁTICOS .................................................................22
4.2.1 Público Alvo ....................................................................................................22
4.2.2 Cronograma.....................................................................................................22
4.2.3 Objetivos .........................................................................................................22
4.2.4 Temas ..............................................................................................................23
4.2.5 Recursos .........................................................................................................23
4.2.6 Forma de Mediação .........................................................................................24
4.2.7 Avaliação.........................................................................................................24

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................25

REFERÊNCIAS ................................................................................................................29
APÊNDICE A – Roteiro didático do aluno ....................................................................30
APÊNDICE B – Roteiro didático do professor ............................................................39
1

INTRODUÇÃO

A dificuldade de compreensão dos tópicos de ciências e biologia pelos alunos


do ensino fundamental e médio é algo comumente associado à grande quantidade
de nomenclaturas específicas e nomes científicos, à memorização de termos e
também à grande parte dos conceitos do mundo microscópico, o que torna tais
conteúdos difíceis de serem relacionados com o cotidiano dos alunos (MAGALHÃES
et al., 2011; OLIVEIRA, 2012).
O ensino dos fungos, além de se enquadrar nessas questões, representa
também um conteúdo difícil de ser abordado principalmente devido à falta de
recursos na escola (FERREIRA et al., 2006).
Nessa perspectiva, a abordagem dos professores leva os alunos a
relacionarem a importância dos fungos geralmente com doenças, não contemplando
tópicos relacionados à sua importância econômica e ecológica (SILVA et al., 2009;
MOHR; ROSA, 2010).
De acordo com Sales e Silva (2010), é muito difícil aproximar o aluno do
conhecimento científico utilizando apenas o livro didático, a utilização isolada desse
recurso dificulta o processo de ensino-aprendizagem tornando a aula de difícil
entendimento e distante da realidade do aluno. No entanto este ainda continua
sendo o recurso mais utilizado pelos professores (BALBINOT, 2005).
Nesse sentido, a execução de diferentes modalidades didáticas possibilita uma
melhor compreensão dos conceitos, visto que cada situação requer uma solução
própria e, além disso, atrai o interesse dos alunos e atende a individualidade entre
eles (KRASILCHIK, 2008).
Assim, o ensino de ciências e biologia tem sido alvo de vários estudos com a
intenção de discutir estratégias e apresentar novas possibilidades para tornar as
aulas mais dinâmicas, motivadoras e significativas (DELIZOICOV; ANGOTTI;
PERNAMBUCO, 2009; KRASILCHIK, 2008; MARANDINO; SELLES; FERREIRA,
2011; FRENEDOZO, 2011).
Diante da necessidade de proposição de novas estratégias para o ensino de
ciências e biologia e considerando a dificuldade enfrentada na abordagem dos
conteúdos de micologia na educação básica, este trabalho teve como objetivo este
trabalho teve como objetivo verificar a viabilidade de cultivo de cogumelos em
2

ambientes de pouca infraestrutura e propor um roteiro didático para aplicação em


aulas experimentais de ciências e biologia.
3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 OS CONTEÚDOS DE MICOLOGIA NA EDUCAÇÃO

Atualmente possui grande quantidade de fungos identificados e novas espécies


são descobertas anualmente, entre elas as de importância médica, ecológica e
econômica (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). Mesmo assim, existe um número
reduzido de estudantes do educação básica que enxergam tal importância
(REGOLIN; MINE; SILVA, 2006).
Silva et al. (2009), ao pesquisarem a forma como o reino Fungi é abordada
pelos professores em sala de aula, perceberam que há uma predominância de aulas
expositivas com grande número de conceitos com enfoque em classificação,
morfologia, reprodução e outros. De acordo com os autores, esse tipo de
abordagem, aula expositiva com supervalorização de conceitos, dificulta o processo
ensino-aprendizagem, pois o aluno relaciona os fungos excepcionalmente com as
doenças causadas por eles e não sendo notada a importância que esses seres
exercem na natureza (SILVA et al., 2009).
Dentre os diversos fatores que dificultam o ensino de micologia nas aulas da
educação básica, Kist et al. (2006) identificaram a priorização de nomes científicos,
enquanto que Regolin, Mine e Silva (2006) destacam a infraestrutura da escola e
também o fato dos docentes não possuírem noção de quais alternativas podem ser
utilizadas para abordar esse conteúdo em sala de aula.

2.1.1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e os


Conteúdos de Micologia

Os conteúdos do ensino de ciências são norteados pelos Parâmetros


Curriculares Nacionais (PCN) de Ciências Naturais para o Terceiro e Quarto Ciclos
do Ensino Fundamental (BRASIL, 1998). Esse documento tem a finalidade de
unificar o acesso a conhecimentos imprescindíveis para tornar o aluno um cidadão
ativo e crítico, respeitando as diferenças regionais, culturais e políticas (BRASIL,
1998).
Para tanto, os conteúdos são escolhidos a partir de critérios estabelecidos
segundo os PCN com o objetivo de:
4

“favorecer a construção de uma visão de mundo como um todo formado por


elementos inter-relacionados, entre os quais o ser humano, agente de
transformação e promover as relações entre diferentes fenômenos naturais e
objetos da tecnologia, entre si e reciprocamente, possibilitando a percepção
de um mundo em transformação e sua explicação científica
permanentemente reelaborada”
Além disso, os conteúdos devem “ser relevantes do ponto de vista social,
cultural e científico, permitindo ao estudante compreender, em seu cotidiano,
as relações entre o ser humano e a natureza mediadas pela tecnologia,
superando interpretações ingênuas sobre a realidade à sua volta e constituir
em fatos, conceitos, procedimentos, atitudes e valores a serem promovidos
de forma compatível com as possibilidades e necessidades de aprendizagem
do estudante, de maneira que ele possa operar com tais conteúdos e avançar
efetivamente nos seus conhecimentos” (BRASIL, 1998, p. 35).

Por ser um documento de âmbito nacional, as especificidades de cada região


não são contempladas, tornando o professor responsável por esse aspecto
(TRIVELATO; SILVA, 2011).
Os conteúdos propostos pelos PCN estão divididos em quatro eixos temáticos:
“Vida e Ambiente”, “Ser Humano e Saúde”, “Tecnologia e Sociedade” e “Terra e
Universo” (BRASIL, 1998).
Os temas nos PCN (BRASIL, 1998) são encontrados especificados e
detalhados, porém, dentro de cada eixo é possível identificar a presença de todos os
temas de forma transversal, em que também se encaixa os fungos.
Os eixos analisados são do terceiro e quarto ciclo que se referem aos
conteúdos de 5a a 8a séries. Apesar de estarem presentes, basicamente, os mesmos
tópicos entre os ciclos, a intenção é que o aluno aprofunde os conhecimentos
durante sua vida escolar.
Dentre os 4 eixos temáticos apresentados pelos PCN (BRASIL, 1998) é
possível identificar a presença dos conteúdos relacionados aos fungos, em 3 eixos:
“Vida e Ambiente”, “Ser Humano e Saúde” e “Tecnologia e Sociedade”. Os eixos
analisados são do terceiro e quarto ciclo que se referem aos conteúdos de 5a a 8a
séries.
No eixo “Vida e Ambiente”, no terceiro ciclo, o aluno irá ampliar os
conhecimentos principalmente sobre os ambientes e os seres vivos, preocupando-se
5

com os problemas e as condições que permitem a vida (BRASIL, 1998). Nesse


sentido, os fungos podem ser abordados como integrantes do grupo dos seres vivos,
abordando a sua importância em cada ambiente que é encontrado e explorando o
seu papel como decompositor da matéria orgânica. Nesse tópico pode ser abordada
a utilização dos fungos na produção de alimentos, recuperação de áreas e
reciclagem de materiais a partir desta propriedade citando como exemplos os
cogumelos comestíveis.
Além disso, podem ser abordadas as características que os diferenciam dos
outros seres vivos e que lhes permitem tais funções na natureza, comentando sobre
o ambiente natural, especificidades ecológicas e fisiológicas dos cogumelos não se
restringindo à esses tópicos. Segundo os PCN (BRASIL, 1998) esse tipo de
abordagem, com enfoque exclusivo nas especificidades, desvaloriza outros assuntos
além de estimular o aluno. Dessa forma, os PCN (BRASIL, 1998) sugerem trabalhar
esse conteúdo, classificação, com a construção de esquemas e pequenas chaves
de classificação construídas pelo aluno e sob orientação do professor.
Um dos conhecimentos considerados fundamentais no terceiro ciclo e que
devem estar ao alcance dos alunos é a interdependência alimentar, tendendo como
prioridade a classificação dos seres vivos de acordo com seu papel na cadeia
alimentar (BRASIL, 1998). Ao abordar sobre as cadeias alimentares, os fungos
podem ser inseridos como agentes decompositores, participantes importantes na
ciclagem da matéria orgânica.
Ainda em relação ao terceiro ciclo, o eixo “Ser Humano e Saúde”, preocupa-se
com a compreensão do corpo humano em geral, entendendo aspectos da saúde
humana como algo integrado pelas dimensões orgânica, ambiental, psíquica e
sociocultural (BRASIL, 1998).
Nesse eixo temático os fungos podem ser abordados a partir da discussão
sobre os cogumelos comestíveis que são ricos em nutrientes e que apesar disso
ainda são pouco presentes na alimentação brasileira devido a questões econômicas,
sociais e culturais.
No eixo “Tecnologia e Sociedade”, ainda no terceiro ciclo, os PCN sugerem
identificar diferentes tecnologias que permitam as transformações de materiais e de
energia necessárias às atividades humanas essenciais, como a obtenção de
alimentos, a manufatura, o transporte, a comunicação e a saúde (BRASIL, 1998).
Nesse eixo temático os fungos podem ser abordados ao relacionar técnicas de
6

cultivo para produção de alimentos, incluindo os cogumelos comestíveis e a


utilização de fungos na fabricação de pão e bebidas, produção de medicamentos,
processos biotecnológicos de recuperação ambiental ou no controle de pragas
presentes na agricultura.
No quarto ciclo, final da escolaridade do ensino fundamental, é recomendado
pelos PCN que sejam trabalhados temas que apresentem a dinâmica do planeta
como objeto de estudo (BRASIL, 1998). Ao final do quarto ciclo, os estudantes
deverão ter condições para melhor explicitar diferentes relações entre o ar, a água, o
solo, a luz, o calor e os seres vivos (BRASIL, 1998). Assim, no eixo “Vida e
Ambiente” do quarto ciclo, os fungos podem ser abordados dentro das questões
sobre fatores bióticos e abióticos, fatores esses que influenciam na vida de todos os
seres vivos, inclusive, no desenvolvimento dos fungos.
No eixo “Ser Humano e Saúde” do quarto ciclo, a intenção é que o aluno
compreenda as funções presentes em um organismo como processos fundamentais
para a manutenção da vida (BRASIL, 1998). Nesse sentido, são sugeridos como
destaque do quarto ciclo estudos sobre o aproveitamento da energia dos alimentos,
a coordenação das funções e sistemas do corpo e a proteção ao meio, ampliando e
completando estudos anteriores das estruturas e funções vitais (BRASIL, 1998).
Nesse eixo, os fungos podem ser abordados quanto à presença da quantidade
de nutrientes presentes nos cogumelos comestíveis que são necessários para as
funções do organismo, indicando talvez, o consumo de alimentos contendo
cogumelos comestíveis para prevenir doenças relacionadas a carência nutricional.
No eixo “Tecnologia e Sociedade” os estudos propõem aprofundamento no
conhecimento dos sistemas tecnológicos com maior impacto social e ambiental
(BRASIL, 1998). Nesse eixo temático, assuntos relacionados à obtenção de recursos
naturais e poluição devem ser abordados (BRASIL, 1998). Nesse aspecto, os fungos
podem ser inseridos devido ao seu papel ecológico ao ciclar a matéria orgânica,
permitindo um destino diferente para os resíduos lignocelulósicos e possibilitando a
obtenção de outros produtos.
7

2.1.2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e os


Conteúdos de Micologia

Os conteúdos de biologia do ensino médio têm suas diretrizes determinadas


pelos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) de Ciências da
Natureza, Matemática e suas Tecnologias (BRASIL, 2000) e complementadas pelas
Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais
do Ensino Médio – PCN+ (BRASIL, 2002). Esses documento tem o objetivo de
apresentar quais são as habilidades e competências que os alunos devem ter neste
nível de ensino (BRASIL, 2000, p. 4).
De acordo com os PCNEM e os PCN+, a apresentação dos objetivos
educacionais para o aprendizado pode ser organizada em três conjuntos de
competências: “Representação e Comunicação”, “Investigação e Compreensão” e
“Contextualização Sócio-cultural” (BRASIL, 2000, 2002). Para tanto, é necessário
que a escolha dos conteúdos tenha a mesma intenção educativa (BRASIL, 2000).
Os PCN+ (BRASIL, 2002) sugerem que a escolha dos conteúdos seja a partir
de seis temas estruturadores que estão distribuídos entre as três séries do ensino
médio (Tabela 1).

Tabela 1: Distribuição dos temas de biologia propostos pelos PCN+ entre as séries do ensino médio.
1a série 2a série 3a série
1º semestre Interação entre os Identidade dos seres Transmissão da vida,
seres vivos vivos manipulação gênica e
ética
2º semestre Qualidade de vida Origem e evolução da
das populações A diversidade da vida vida
humanas
Fonte: Brasil (2002).

Dentro dos seis temas estruturadores propostos pelos PCN+ (BRASIL, 2002),
os fungos podem ser relacionados à quatro deles: interação entre os seres vivos,
qualidade de vida das populações humanas, identidade dos seres vivos e
diversidade da vida.
No tema denominado qualidade de vida das populações humanas, os PCN+
sugerem que a abordagem seja realizada para que o aluno relacione qualidade de
vida com as condições de vida como nutrição, educação, transporte, higiene e outros
8

(BRASIL, 2002). Nesse sentido, os fungos podem ser abordados em itens


relacionados à nutrição, devido à existência de espécies macroscópicas que são
comestíveis e microscópicas que participam da fabricação de pão, queijos e bebidas.
Em relação à higiene os fungos também podem ser relacionados devido à existência
de espécies causadoras dos bolores nos alimentos e outras contaminações.
Nos temas interação entre os seres vivos, identidade dos seres vivos e
diversidade da vida, os fungos estão presentes, pois são seres vivos e interagem
com outros seres por meio de relações harmônicas e desarmônicas. Além disso, os
fungos possuem uma diversidade de espécies que possuem características
peculiares e podem ser encontrados em uma variedade de locais. Assim como os
outros seres vivos, os fungos também interagem com o ambiente em que vivem e,
por isso, estão sujeitos a sofrerem consequências quando há qualquer desequilíbrio
ambiental. Nesse aspecto, os PCN+ sugerem trabalhar as especificidades dos seres
vivos que os distinguem dos não vivos, os mecanismos que possibilitam a existência
de seres vivos em locais diversos, a interação entre eles e as consequências
sofridas por eles em ambientes alterados (BRASIL, 2002).
Os conteúdos devem ser trabalhados de forma que seja mais significativa para
o aluno de acordo com a realidade em que vive. E que apesar da sugestão dos seis
temas estruturadores, os PCN+ (BRASIL, 2002), dá liberdade e ainda sugerem que
ao escolher ou priorizar os conteúdos, estes devem ser considerados quanto à
grade e organização do tempo de cada escola.

2.2 A PRÁTICA DOCENTE E O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

A preocupação com a prática docente no ensino de ciências e biologia não é


algo contemporâneo, pois pesquisadores já se questionavam e discutiam aspectos
relacionados à educação desde a segunda metade do século XX (DELIZOICOV;
ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2009; KRASILCHIK, 2008). Essa questão também é
muito presente nos dias atuais, em especial, porque ainda existem casos em que a
educação básica se baseia, principalmente, na transmissão de informações
(ANTUNES, 2007).
Nesse sentido, pesquisas da área de ensino têm se preocupado em discutir
modalidades didáticas que priorizem a qualidade e não a quantidade de conteúdos
(CARVALHO et al., 2013).
9

Assim, as posições do professor e do aluno passam a ser diferentes quando


comparadas ao ensino tradicional, onde o professor passa a assumir a função de
mediador ao invés de detentor único da fonte de conhecimento e o aluno passa a
ser ativo no processo ensino-aprendizagem (ANTUNES, 2007).
No ensino de ciências e biologia existem exemplos da utilização de diferentes
modalidades didáticas como simulações, projetos, excursões, demonstrações e
aulas práticas.
Segundo Krasilchik (2008), as aulas práticas são consideradas aulas de
laboratório que desempenham funções exclusivas quando comparadas a outras
modalidades didáticas existentes. As aulas experimentais, também conhecidas por
aulas práticas, possuem um papel fundamental na compreensão dos conteúdos
(ZÔMPERO, 2009). Porém, ainda residi uma tradição não experimental no ensino
devido a problemas, principalmente, de origem estrutural da escola e por esse
motivo as aulas experimentais ainda são pouco exploradas (MARANDINO; SELLES;
FERREIRA, 2011).

2.2.1 Aulas Experimentais o Ensino de Ciências e Biologia

Zômpero (2009) caracteriza a aula experimental como uma prática realizada


pelo aluno através da utilização de um roteiro que prioriza a investigação. Segundo
Marandino, Selles e Ferreira (2011), essa característica é o que torna o experimento
uma prática rica e ainda pouco executada.
A aula experimental, segundo Krasilchik (2008) é irrefutável no ensino de
ciências e biologia e constitui uma modalidade didática que desempenha funções
peculiares, possibilitando um contato direto do aluno com os fenômenos, fazendo
com que ele observe organismos e manipule equipamentos e materiais. Para
Trivelato e Silva (2011), a aula experimental vai além de possibilitar contato com os
fenômenos pois ela permite também que o aluno organize e interprete dados.
Entretanto, nem todos os professores possuem condições de desenvolver
atividades experimentais em suas aulas (INADA; BEREZUK, 2010). Os principais
fatores que inviabilizam a execução de aulas experimentais na escola, segundo
Marandino, Selles e Ferreira (2011), são fatores relacionados à falta de laboratório
na escola, tempo para planejamento, insegurança do professor e devido à
quantidade de alunos para serem controlados em um ambiente desafiador. Ainda
10

segundo os autores, é consensual justificar a impossibilidade de realização de aulas


experimentais devido à falta de condições consideradas essenciais. Em certos
casos, a necessidade de execução de aulas experimentais exclusivamente em um
laboratório com a utilização de materiais indispensáveis e limitação da quantidade de
alunos no local dentre outros aspectos devem ser questionamentos presentes ao
discutir o motivo de uma tradição não experimental (MARANDINO; SELLES;
FERREIRA, 2011).
Segundo Zômpero (2009), a preparação para driblar a realidade das escolas é
algo que deve estar presente na formação do profissional, pois nem sempre haverá
disposição de todos os recursos necessários para a utilização em aula.
Nesse sentido, as aulas experimentais nas escolas que não possuem
laboratórios são episódicas e quando se tem um laboratório são consideradas
excursões, visto que se trata de um ambiente diferente e a aula foge do que é de
costume (MARANDINO; SELLES; FERREIRA, 2011).
Assim, estudos (FERREIRA et al., 2006; KIST et al., 2006; MAGALHÃES et al.,
2011; OLIVEIRA, 2012; REGOLIN; MINE; SILVA, 2006; SILVA et al., 2009) estão sen
do realizados com a intenção de possibilitar um aumento na frequência de execução
de aulas experimentais no ensino de ciência e biologia, permitindo melhor
compreensão dos conceitos utilizando materiais de fácil acesso e baixo custo.
11

3 MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado em duas etapas: a primeira etapa consistiu na


realização de testes para verificar a viabilidade de substituição de materiais e
técnicas comumente utilizados no cultivo de cogumelos comestíveis por materiais de
fácil acesso e baixo custo para que fosse possível a reprodução desta prática por
professores em escolas de pouca infraestrutura. Com base nos resultados obtidos
na primeira etapa foi possível elaborar roteiros didáticos com a finalidade de propor a
execução de cultivo de cogumelos comestíveis em aulas experimentais de ciências e
biologia, abordando os fungos numa perspectiva diferente da usualmente realizada
pelas escolas. A forma de condução e elaboração destas duas etapas estão
descritas a seguir nos tópicos 3.1 e 3.2.

3.1 DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO ALTERNATIVO PARA O CULTIVO DE COGUMELOS


COMESTÍVEIS

3.1.1 Seleção do Isolado Fúngico

Para a realização dos testes de cultivo foi escolhido o cogumelo do gênero


Pleurotus que também é popularmente conhecido como shimeji (BONONI et al.,
1995). Este cogumelo pode ser adquirido facilmente no comércio em geral e tem
grande facilidade de se desenvolver em diferentes substratos como, por exemplo,
bagaço de bocaiúva, bagaço de cana-de-açúcar, casca de banana, casca de café,
casca de maracujá, palha de feijão, palha de milho e serragem (DIAS et al., 2003;
RIVAS et al., 2010; CARDOSO; DEMENJOUR; PAZ, 2013).

3.1.2 Preparo do Meio de Cultura

Em substituição aos protocolos comumente utilizados para o preparo do meio de


cultura BDA (Batata-Dextrose-Ágar), foi utilizado 1 L de extrato de batata inglesa, 20
g de açúcar cristal e 20 g de ágar adaptado de Bononi et al. (1995).
Para o preparo de 1 L de extrato de batata foram utilizados 300 g de batata
inglesa crua e descascada. As batatas foram cozidas inteiras, em 2,5 L de água, em
uma panela de pressão por uma hora após a saída do vapor.
12

Após o cozimento as batatas foram amassadas utilizando talheres e apenas 1 L


do extrato foi filtrado em uma peneira e reservado. Com o extrato ainda quente
foram adicionados 20 g de ágar, 20 g de açúcar cristal e a solução foi
homogeneizada até que o ágar estivesse totalmente dissolvido.

3.1.2.1 Esterilização do meio de cultura

Em substituição à esterilização em autoclave, foi testado o método de


esterilização em panela de pressão, conforme Silva (2010).
Para isso foram adicionados 40 mL do meio de cultura em potes de vidro de 120
g geralmente utilizados no comércio para armazenar alimentos destinados
originalmente para bebês.
Para verificar a eficiência da esterilização foram testadas quatro maneiras
diferentes de fechamento dos potes:
a) tampa sem furo;
b) tampa com furo;
c) tampa com furo coberto com fita microporo;
d) tampão de algodão e gaze.
Após o fechamento, os potes foram acondicionados em uma panela de pressão
de 5 L adaptada e contendo 2 L de água. A panela de pressão foi adaptada para
acondicionamento dos potes utilizando como suporte latas de refrigerante cortadas e
furadas (Figura 1), conforme descrito por Silva (2010).

Figura 1: Adaptação da panela de pressão.

Fonte: <http://pontociencia.org.br/experimentos-interna.php?experimento=352#top>. Acesso em: 10


abr. 2014.

Os potes foram mantidos na pressão por 30 minutos, conforme descrito por


Bononi et al. (1995). Após o tempo de esterilização, os potes foram retirados da
13

panela e então gentilmente agitados para homogeneização completa da solução e


permitindo a solidificação uniforme do meio de cultura.
Os potes foram mantidos à temperatura ambiente em um local limpo com álcool
70% e foram acompanhados por 10 dias para verificar a eficiência entre os
diferentes tratamentos.

3.1.3 Isolamento Micelial

O Isolamento micelial foi feito conforme descrito por Bononi et al. (1995). Para
isso foi feito a transferência de um pequeno fragmento da parte interna do basidioma
para o meio de cultura esterilizado e solidificado. Para a retirada do fragmento do
basidioma foi utilizado uma pinça esterilizada por calor seco na chama de um bico
de Bunsen ou equivalente.
O manuseio para o isolamento e inoculação ocorreu sempre próximo à chama,
com mãos e local limpos com álcool 70%. Após a inoculação, os frascos foram
mantidos à temperatura ambiente até o completo crescimento micelial na superfície
do meio de cultura.

3.1.4 Preparo do Inóculo

Para o preparo do inóculo foram utilizados grãos de trigo cozidos em água até a
fervura, conforme descrito por Bononi et al. (1995). Após o cozimento, os grãos
foram escorridos em uma peneira e então colocados em potes de 120 g, iguais os
usados no preparo do meio de cultura. Em cada pote foram colocados 60 g de grãos
de trigo.
Os potes contendo grãos de trigo foram fechados com tampão de algodão e gaze
e então esterilizados em panela de pressão por uma hora conforme método usual
para esterilização em autoclave (BONONI et al., 1995). Após a esterilização,
fragmentos miceliais de aproximadamente 5 mm x 5 mm obtidos da etapa 3.1.3
foram inoculados nos potes contendo grãos de trigo. Os mesmos cuidados de
assepsia descritos em 3.1.3 foram utilizados nesta etapa.
Os frascos com inóculo foram mantidos à temperatura ambiente até a completa
colonização micelial.
15

Figura 2: Furo de aeração no saco com substrato de cultivo.

Fonte: Nelson Menolli.

Tabela 2: Esterilização do substrato de cultivo em diferentes tratamentos.


Tempo de esterilização Condições dos sacos
1 hora Com furo antes da esterilização
1 hora Com furo depois da esterilização
2 horas Com furo depois da esterilização

Após a esterilização os sacos foram mantidos à temperatura ambiente e


acompanhados por sete dias para se verificar a eficiência entre os diferentes
tratamentos.

3.1.6 Inoculação do Inóculo no Substrato de Cultivo

Para a inoculação foram colocados 20 g do inóculo preparado em 3.1.4 em cada


saco contendo o substrato esterilizado utilizando uma colher esterilizada por calor
seco na chama de um bico de Bunsen ou equivalente.
Os sacos foram mantidos a temperatura e luz ambiente até completa colonização
do substrato.

3.1.7 Colonização, Frutificação e Colheita

Após a colonização completa do substrato foram feitos 12 furos de 2 cm x 2 cm por


toda a extensão do saco em contato com o substrato para indução dos primórdios de
frutificação, conforme descrito por Menolli et al. (2010). Os sacos foram mantidos a
luz, temperatura e umidade ambiente durante todo o período de frutificação.
Após a frutificação os basidiomas foram colhidos, pesados (massa fresca) e
desidratados em estufa com temperatura de 50ºC até estabilização da massa para
16

determinação da massa seca. Os substratos de cultivo foram mantidos até que não
houvesse mais produção de cogumelos.

3.2 ELABORAÇÃO DOS ROTEIROS DIDÁTICOS

A partir dos resultados obtidos nos testes de viabilidade de cultivo alternativo foi
possível elaborar dois roteiros didáticos, um destinado ao professor e outro ao aluno.
Para a elaboração do roteiro didático do professor foram inicialmente definidos os
objetivos a serem alcançados com a prática proposta, bem como os temas a serem
abordados no ensino fundamental e no ensino médio. Para isso foram utilizadas como
base as diretrizes dos PCN do Ensino Fundamental (BRASIL, 1998), dos PCN+ do
Ensino Médio (BRASIL, 2002) e pesquisas de micologia da educação básica
(FERREIRA et al., 2006; KIST et al., 2006; OLIVEIRA, 2012; REGOLIN; MINE;
SILVA, 2006; SILVA et al., 2009).
O roteiro do professor foi organizado contendo as orientações gerais para conduzir
as aulas experimentais com os seguintes tópicos: público alvo, cronograma, objetivos,
temas, recursos, forma de mediação e avaliação. Além disso, também foi contemplada
a individualidade das aulas a partir das orientações para cada aula experimental com
os seguintes tópicos: título da aula, tempo previsto, objetivo, temas, estratégia,
recursos, preparação da aula e procedimento.
O roteiro do aluno foi organizado a partir das etapas do cultivo de cogumelos
comestíveis. Este roteiro contém título, objetivo, material, procedimento e referências.
17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO ALTERNATIVO PARA O CULTIVO DE COGUMELOS


COMESTÍVEIS

4.1.1 Preparo e Esterilização do Meio de Cultura

O método utilizado para o preparo e esterilização do meio de cultura foi viável. A


tampa mais eficiente utilizada para a esterilização do meio de cultura foi o tampão de
algodão e gaze. Esse tipo de fechamento evitou a contaminação por microrganismos
e ao mesmo tempo permitiu trocas gasosas para o desenvolvimento do micélio que
foi posteriormente inoculado. As outras tampas utilizadas apresentaram
contaminações no meio de cultura e limitariam as trocas gasosas durante o
crescimento micelial (Figura 3).

Figura 3: Esterilização do meio de cultura em diferentes tratamentos. A. Sem furo. B. Com furo. C.
Com furo e fita microporo. D. Com tampão de algodão e gaze.

Fonte: A autora.

No pote com tampão de algodão e gaze o tempo de 30 minutos foi suficiente


para a esterilização do meio de cultura em panela de pressão sem nenhum tipo de
contaminação após os dez dias de acompanhamento.
A adaptação utilizada para a panela de pressão segundo o método sugerido por
Silva (2010) se mostrou viável, sendo possível a adaptação com outros materiais.
Para isso, estes materiais devem ter uma altura adequada para quantidade de água
necessária para esterilização em um determinado tempo, além de suportarem altas
pressões e temperaturas como um suporte de panela de fondue e uma grelha sem
alça de uma cuscuzeira (Figura 4).
18

Figura 4: Método alternativo para adaptação da panela de pressão para a esterilização.

Fonte: A autora.

4.1.2 Medidas Assépticas e Crescimento Micelial no Meio de Cultura

De maneira geral, as medidas assépticas adotadas para o isolamento micelial


apresentaram bons resultados, sendo que apenas cerca de 18% dos frascos
inoculados foram contaminados por bactérias ou outros fungos oportunistas (Figura
5).

Figura 5: Meio de cultura inoculado com Pleurotus sp. e contaminado por bactérias e outros fungos.
Análise realizada segundo Bononi et al. (1995).

Contaminante Contaminante
Fungo de interesse

Fonte: A autora.

Após a inoculação, a colonização completa do fungo de interesse, quando não


contaminado, ocorreu após cinco dias de incubação à temperatura ambiente (Figura
5). Alternativamente, nos casos em que o micélio do Pleurotus sp. estava viável e
não em contato com os contaminantes, foi retirado um fragmento do fungo já
crescido, transferindo-o para outro frasco contendo meio estéril, garantindo assim a
manutenção do isolado.
19

Figura 6: Pote com meio de cultura e micélio crescido.

Micélio

Meio de cultura

Fonte: A autora.

4.1.3 Medidas Assépticas e Crescimento Micelial no Inóculo

A esterilização durante uma hora na panela de pressão foi suficiente pois não
houve aparecimento de contaminantes nos grãos até o momento da inoculação.
Inicialmente cerca de 33% das amostras inoculadas contaminaram com outros
fungos oportunistas (Figura 7). No entanto, com a prática de manipulação, esta
porcentagem reduziu chegando a 0% de contaminação e, portanto, mostrando que
as medidas assépticas adotadas nesta etapa também foram eficientes.

Figura 7: Contaminação do inóculo preparado com grãos de trigo.

Contaminante

Fungo de interesse

Fonte: A autora.

As contaminações presentes nos grãos de trigo são caracterizadas por uma


coloração verde escura e apareceram, em geral, após dez dias da inoculação. Nesta
etapa, ao identificar a presença de contaminações, os meios foram imediatamente
descartados.
20

O início do crescimento micelial dos isolados de Pleurotus nos grãos de trigo


ocorreu um dia após a inoculação sendo que a colonização micelial completa
ocorreu, em média, após dez dias da inoculação, podendo chegar a 12 dias em
alguns casos.

4.1.4 Preparo do Substrato de Cultivo e Colonização Micelial

Após os ajustes para adaptação do substrato de cultivo, a quantidade de cada


componente presente em aproximadamente 118 g de substrato a serem colocados
nos sacos de polipropileno (12 cm x 25 cm) foi definida conforme tabela 3.

Tabela 3: Quantidade final para cada componente do substrato suplementado*.


Bagaço de cana-de-açúcar Cal virgem Farelo de arroz Água
40 g 0,8 g 16 g 75 mL
*Quantidade definida para cada saco de tamanho 12 cm x 25 cm.

A esterilização mais eficiente do substrato de cultivo foi por 120 minutos na


panela de pressão e com a realização do furo de aeração após esterilização. As
medidas de assepsia adotadas tanto para a realização dos furos quanto para a
inoculação do inóculo foram suficientes, sendo que apenas 20% dos sacos
contaminaram, em geral, no terceiro dia após inoculação. Nesses casos, os sacos
foram descartados.
O crescimento micelial nos sacos sem nenhum tipo de contaminante teve início
entre o 3º e o 5º dia após a inoculação dos grãos de trigo com micélio crescido. No
10º dia de incubação a colonização micelial chegou à aproximadamente 90% do
substrato, sendo que a colonização completa ocorreu, em média, no 12º dia de
incubação (Figura 8).
21

Figura 8: Substrato colonizado: A. 10 dias após inoculação. B.12 dias após inoculação.

Fonte: A autora.

4.1.5 Frutificação e Colheita

O aparecimento dos primórdios de basidioma teve início no 5º dia após a


abertura dos sacos (Figura 9A). A colheita ocorreu, geralmente, entre um e dois dias
após o início da formação dos primórdios (Figura 9B).

Figura 9: Frutificação dos cogumelos: A. Um dia após o início da formação dos primórdios. B. Dois
dias após o início da formação dos primórdios.

Fonte: A autora.

A frutificação e colheita ocorreu até o 29º dia após a abertura dos sacos. Todos
os sacos frutificaram pelo menos uma vez apresentando uma média de rendimento
conforme apresentado na tabela 4.
22

Tabela 4: Rendimento dos cogumelos produzidos.


Quantidade de sacos Massa fresca Massa seca
12 sacos 40 g 2g
Média / saco 3,3 g 0,17 g

4.2 ELABORAÇÃO DOS ROTEIROS DIDÁTICOS

4.2.1 Público Alvo

O cultivo de cogumelos comestíveis pode ser realizado no ensino fundamental II e


no ensino médio. Os experimentos podem ser realizados durante as aulas de ciência e
biologia ou como um projeto paralelo.

4.2.2 Cronograma

O tempo total para esta sequência didática será de 1 bimestre em 10 encontros


consistindo em problematização, etapas do cultivo e fechamento. Além disso, será
necessário que os alunos façam observações, registros e análises breves fora dos
encontros oficiais estipulados (APÊNDICE B).
As aulas poderão ser realizadas semanalmente conforme o horário da escola.
Apesar de ter um intervalo de tempo para o crescimento micelial, a aula não ficará
comprometida, pois os alunos estarão realizando procedimentos intermediários aos de
inoculação como, por exemplo, o preparo e esterilização conforme roteiro do professor
(APÊNDICE B).

4.2.3 Objetivos

A partir das aulas experimentais propostas para a realização do cultivo de


cogumelos comestíveis os alunos serão capazes de adquirir conceitos, executar
procedimentos e mudar as suas atitudes. Para tanto, os objetivos a serem alcançados
pelos alunos ao final desta prática são:
14

3.1.5 Preparo do Substrato de Cultivo

Para formulação do substrato de cultivo o bagaço de cana-de-açúcar foi


escolhido como base principal, pois trata-se de um substrato fácil de ser preparado e
que pode ser facilmente adquirido, além de ser o substrato mais utilizado para o
cultivo de Pleurotus no Brasil (BONONI et al., 1995).
Para o preparo do substrato, o bagaço de cana-de-açúcar foi desidratado em um
forno a uma temperatura de 270˚C por 30 minutos. Em seguida, o bagaço de cana-
de-açúcar foi fragmentado em pedaços de cerca de 10 cm de comprimento e então
triturado em um liquidificador e peneirado, reservando apenas os cortes maiores, de
2 a 4 cm. Os pedaços menores resultantes da trituração do bagaço de cana- de-
açúcar foram descartados.
A base principal do substrato foi suplementada com 20% de farelo de arroz e
hidratado com aproximadamente 70% de água conforme Menolli et al. (2010). Em
substituição aos protocolos usuais foi substituído 1% de carbonato de cálcio como
descrito por Menolli et al. (2010), por 1% de cal virgem. A mistura foi homogeneizada
e aproximadamente 118 g do substrato pronto foram colocados em sacos de
polipropileno (12 cm x 25 cm) de forma levemente compactada.

3.1.5.1 Esterilização do substrato de cultivo

A esterilização ocorreu em panela de pressão adaptada (Figura 1) e partindo de


três tratamentos (Tabela 2) que diferenciaram entre si pelo tempo de esterilização e
pelo momento de realização dos furos para aeração durante o desenvolvimento
micelial.
Foram realizados um total de dois furos de 2 cm x 2 cm em cada saco e cobertos
com fita microporo. Estes furos foram realizados na parte superior em cada lado dos
sacos e sem contato com o substrato de cultivo (Figura 2).
23

a) identificar os cogumelos comestíveis como indivíduos pertencentes ao reino


Fungi;
b) conhecer as condições favoráveis à vida e reprodução dos fungos;
c) compreender a importância ecológica e econômica dos fungos;
d) empregar técnicas de assepsia para a eliminação de microrganismos
oportunistas;
e) vivenciar o trabalho coletivo e colaborativo;
f) fazer registros e análise de dados;
g) formular hipóteses;
h) investigar e propor a resolução de problemas;
i) despertar uma consciência ecológica;
j) valorizar o consumo de alimentos nutritivos.

4.2.4 Temas

Uma das preocupações encontradas nas pesquisas de micologia é a falta de


conhecimento em relação à importância econômica e ecológica dos fungos pelos
alunos da educação básica. Nessa perspectiva, o professor pode abordar com o cultivo
de cogumelos comestíveis os temas nutrição e ecologia, que através deles, podem ser
trabalhados os aspectos importantes que esses seres apresentam como: propriedade
nutricional e capacidade de degradar resíduos. Porém, esta prática não se restringe a
esses temas.
De acordo com os PCN (1998), o cultivo de cogumelos comestíveis se encaixa em
três dos quatro eixos temáticos e são denominados “Vida e Ambiente”, “Tecnologia e
Sociedade” e “Ser Humano e Saúde” abrindo perspectivas de trabalho com aspectos
relacionados a decomposição da matéria orgânica, pasteurização de alimentos,
diferentes processos de obtenção de alimentos, função em cadeias alimentares,
informações sobre composição e função nutricional, relação e condições de vida dos
seres vivos e hábitos alimentares no ensino fundamental II de uma forma diferente.
No ensino médio as situações que possibilitam a coleta de material, trabalho em
grupo, observações, manuseio de equipamentos, pesquisa, levantamento de
hipóteses, leitura e resolução de problemas possibilitam o desenvolvimento de
competências e habilidades presentes em quatro temas estruturadores denominados
“Interação entre os seres vivos”, “Qualidade de vida das populações humanas”,
24

“Identidade dos seres vivos” e “A diversidade da vida” podendo abordar temas como
ecologia, especificidades dos seres vivos, nutrição e higiene de acordo com os PCN+
(2002).

4.2.5 Recursos

Alguns dos itens que serão utilizados nas aulas experimentais o professor pode
solicitar para que o aluno providencie, porém o professor deve considerar que nem
todos os alunos irão conseguir o material solicitado ou talvez esqueçam de levar na
data combinada. A intenção é que cada aluno realize o seu pote ou saco, e mesmo
que uma amostra contamine a aula não será comprometida, visto que eles trabalharão
em equipes e que durante as etapas de cultivo devido as características dos meios as
contaminações são reduzidas.
Desta forma, sugere-se que o professor além de solicitar o material para o aluno,
tenha um material reservado em quantidades menores para garantir um bom
andamento da aula com a participação de todos. Estes itens estão especificados no
roteiro do professor (APÊNDICE B).
Além disso, será necessário definir um local para a realização das aulas
experimentais e armazenamento do material. A sugestão é que o local escolhido seja
fixo para que o aluno já tenha em mente em que lugar será a aula.

4.2.6 Forma de Mediação

A aula experimental além de despertar o interesse dos alunos, propicia também


momentos de investigação (DELIZOICOV; ANGOTTI, 2000). Segundo Carvalho et al.
(2013), esta investigação pode ocorrer de diferentes maneiras e estão relacionadas
com o que se pretende investigar.
A proposta deste trabalho é que a investigação ocorra através de questionamentos
realizados pelo professor nas aulas com a intenção de estimular o aluno à análise,
pesquisa, formulação de hipóteses e resolução de problemas (APÊNDICE A). O papel
do professor nas aulas será de facilitador, em que o aluno ficará responsável pela
aquisição do seu próprio conhecimento através de suas ações em sala sob
orientação do professor.
25

Espera-se também que os alunos utilizem de conhecimentos aprendidos em


aulas anteriores, bem como utilizem de ferramentas como livros, internet e outros
para auxiliar na resolução dos problemas. É importante que o professor oriente os
alunos quanto à importância do registro de todos os dados fazendo uma relação da
importância desse ato na ciência.

4.2.7 Avaliação

A avaliação deve ocorrer durante todas as aulas experimentais através da


verificação da participação nas atividades, resolução dos problemas propostos,
comportamento e colaboração em equipe.
26

5 CONCLUSÃO

O cultivo de cogumelos comestíveis utilizando materiais alternativos teve


resultados satisfatórios, podendo também, ser aplicado em escola com pouca
infraestrutura e como facilitador de aprendizagem nas aulas de micologia no ensino
fundamental e médio.
27

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29

C, 1996. Disponível em: <http://www.erebiosul2.ufsc.br/trabalhos_arquivos/comunica


coes%20aplicacaodaeduca.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2014.

RIVAS, P. M. S.; PEREIRA, A. A. F.; SANTOS, F. A. S.; ROSA, I. G. Avaliação de


substratos pectocelulósicos para o cultivo de cogumelos comestíveis do gênero
Pleurotus sp. (Agaricales)*. Caderno de Pesquisa, São Luís, v. 17, n. 3, set/dez.
2010.

SALES, D. M. R; SILVA, F. P. Uso de atividades experimentais como estratégia


de ensino de ciências. In: ENCONTRO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DA
FACULDADE SENAC, 2010, PERNAMBUCO. Anais eletrônicos...Pernambuco: Se
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M. S.; OLIVEIRA, G. F.; ARAÚJO, M. L. F. Estudando fungos a partir de uma prática
problematizadora e dialógica: relato de uma experiência no ensino médio em uma es
cola pública. In: JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 2009,RECIFE.
Anais eletrônicos... RECIFE: UFRPE,9., 2009. Disponível em: <http://www.eventos
ufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R1273-1.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2014
Disponível em: <http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R1273-
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em: 18 maio 2014.

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Learning, 2011.

ZÔMPERO, A. F. Ensino das ciências naturais. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2009.
APÊNDICES
APÊNDICE A – Roteiro didático do aluno

CULTIVO
ALTERNATIVO
DE COGUMELOS
COMESTÍVEIS

São Paulo
2014
OBJETIVO

Cultivar cogumelos comestíveis do gênero Pleurotus sp.

MATERIAL E PROCEDIMENTO

Etapa I: Preparo do Meio de Cultura BDA

Para preparar o meio de cultura você deverá utilizar 1 L de extrato de batata inglesa, 20

g de açúcar cristal e 20 g de ágar.

Saiba o que é

Ágar é uma gelatina que fica consistente a temperatura ambiente e pode ser adquirida
no comércio em geral.

Saiba mais - Disponível em: <http://www.cantinhovegetariano.com.br/2007/05/agar-


agar-gelatina-vegetal.html>. Acesso em: 27 jun. 2014.

Para o preparo de 1 L de extrato de batata você irá precisar de 300 g de batata inglesa
crua e descascada. As batatas deverão ser cozidas inteiras, em 2,5 L de água, em uma
panela de pressão por uma hora após a saída do vapor.

Após o cozimento, as batatas deverão ser amassadas utilizando um talher e apenas 1 L


do extrato deverá ser filtrado em uma peneira e reservado. Com o extrato ainda quente
poderão ser adicionados 20 g de ágar e 20 g de açúcar cristal, homogeneizando a solução
até que o ágar esteja totalmente dissolvido.

Para a esterilização, 40 mL do meio de cultura deverão ser adicionados em potes de


vidro. Estes potes poderão ser aqueles de 120 g geralmente utilizados no comércio para
armazenar alimentos destinados originalmente para bebês. Esta quantidade será suficiente
para 20 potes de vidro.

1
Deverão ser confeccionados tampões de algodão e gaze para o fechamento
destes potes (Figura 1).

Figura 1: Potes de vidro com meio de cultura e fechados com tampão de algodão e gaze.

ATENÇÃO
ALGODÃO E GAZE
Cuidado com o fechamento dos
potes! O tampão de algodão e
gaze não poderá ter contato
BDA
com o meio de cultura.

Após o fechamento, os potes deverão ser acondicionados em uma panela de


pressão adaptada utilizando como suporte para os potes de vidro, latas de refrigerante
cortadas e furadas (Figura 2), conforme descrito por Silva (2010).

Figura 2: Adaptação da panela de pressão conforme Silva (2010).

Se for uma panela de 5 L você deverá colocar 2 L de água e esta não poderá
ultrapassar a altura do suporte.

Esta adaptação poderá ser realizada de outras formas desde que sejam utilizados
materiais que suportem alta pressão e temperatura. Além disso, a altura desse suporte
deverá ser superior ao nível de água necessário para ficar o tempo adequado para a
esterilização.

Os potes deverão ser mantidos na pressão por 30minutos. Após o tempo de


esterilização, os potes precisarão ser retirados da panela e gentilmente agitados para
homogeneização completa da solução e permitindo a solidificação uniforme do meio de
cultura.

2
Etapa II: Isolamento micelial

Para o isolamento micelial você irá precisar de shimeji que poderá ser adquirido fresco
no comércio em geral.

Saiba o que é

O Pleurotus sp. é popularmente conhecido como shimeji representa um dos


cogumelos mais difundidos no mundo.

Saiba mais - Disponível em: <http://www.sindicatoruralmc.com.br/cogumelo-


shimeji.html >. Acesso em: 27 jun. 2014.

Figura 3: Isolamento micelial.

FRAGMENTO DO

BASIDIOMA

SHIMEJI
FRESCO BDA

Para a retirada do fragmento do basidioma poderá ser utilizado uma pinça


esterilizada por calor seco na chama de um bico de Bunsen ou equivalente. O manuseio
para o isolamento e inoculação deverá ocorrer sempre próximo à chama, com mãos e
local limpos com álcool 70%. Após a inoculação, os frascos deverão ser mantidos à
temperatura ambiente até o completo crescimento micelial na superfície do meio.

PESQUISE

a) O que tem no meio de cultura que permite o desenvolvimento do fungo?


b) Por que o meio de cultura é esterilizado?
c) Por qual motivo o procedimento deve ser realizado próximo à chama?

3
Etapa III: Preparo do inóculo

Saiba o que é

Inocular é semear com fragmentos vegetativos do fungo no substrato.


Geralmente são utilizados grãos de cereais previamente esterilizados.

Para o preparo deste inóculo você deverá utilizar grãos de trigo cozidos em água
por 15 minutos até a fervura conforme Bononi et al. (1995). Após o cozimento, os grãos
deverão ser escorridos em uma peneira e colocados em potes, iguais os usados no
preparo do meio de cultura. Em cada pote deverá ser colocados 60 g de grãos de trigo.
Os potes deverão ser fechados com tampão e esterilizados em panela de pressão
por uma hora.

Etapa IV: Inoculação em grãos de trigo

Após a esterilização, fragmentos miceliais de aproximadamente 5 mm x 5 mm


obtidos da etapa II deverá ser inoculados nos potes contendo grãos de trigo. Os mesmos
cuidados de assepsia descritos na etapa II devem ser utilizados nesta etapa.

PESQUISE

a) Por que os frascos necessitam ser fechados com tampas que permitam a troca
gasosa?
b) Se houver contaminação dos grãos de trigo inoculados devemos descartá-los. Por
qual motivo isso deve ocorrer? Existe alguma relação desta situação com os
alimentos que consumimos normalmente? Se sim, que relação é essa?

Etapa V: Preparo do substrato de cultivo

O bagaço de cana-de-açúcar como substrato no cultivo de cogumelos é mais


utilizado no Brasil, além de ser fácil a sua aquisição em feiras e lanchonetes.

4
Para o preparo do substrato de cultivo, o bagaço de cana-de-açúcar deverá ser
desidratado em um forno a 270˚C por 30 minutos. Em seguida, o bagaço de cana-de-
açúcar deverá ser fragmentado em pedaços de cerca de 10 cm de comprimento,
triturado em um liquidificador e peneirado, reservando apenas os cortes maiores, de 2 a
4 cm.

O substrato deverá ser suplementado com 20% de farelo de arroz, 1% de cal virgem
e 75 mL de água conforme Tabela 1.

Tabela 1: Quantidade de cada componente do substrato.


BAGAÇO DE CANA-DE-
ÁGUA FARELO DE ARROZ
AÇÚCAR CAL VIRGEM ÁGUA
40 g 16 g 0,8 g 75 mL

*Quantidade ideal para cada saco de tamanho 12 cm x 25 cm.

A mistura deverá ser homogeneizada e aproximadamente 118 g do substrato pronto


deverá ser colocado em sacos de polipropileno (12 cm x 25 cm) de forma levemente
compactada.

Para que ocorra a esterilização do substrato deverão ser colocados os sacos durante
duas horas na panela de pressão. Após a esterilização dos sacos, deverão ser
realizados dois furos um de cada lado dos sacos que em seguida deverão ser cobertos
com fita microporo (Figura 4).

Figura 4: Realização dos furos no saco e cobertos com fita microporo.

5
Etapa VI: Inoculação dos grãos de trigo no substrato de cultivo

Para a inoculação no substrato, deverão ser colocados 20 g do inóculo preparado


na etapa IV em cada saco contendo o substrato esterilizado. Os sacos deverão ser
mantidos a temperatura e luz ambiente até completa colonização do substrato.

PESQUISE

Por qual motivo os sacos com substrato de cultivo devem conter furos
cobertos com fita microporo?

Etapa VII: Frutificação e colheita

Após a colonização completa do substrato, deverá ser realizado 12 furos de 2 cm x 2


cm por toda a extensão do saco (Figura 5) em contato com o substrato para indução dos
primórdios de frutificação. Os sacos deverão ser mantidos a luz, temperatura e umidade
ambiente até a frutificação.

Figura 5: Realização dos furos no saco com substrato colonizado.

Após a frutificação os basidiomas deverão ser colhidos.

PESQUISE

Quais são os fatores que podem alterar as etapas de cultivo?

6
SUGESTÃO DE PESQUISA E LEITURA

Fábricas de vento - Disponível em:<http://chc.cienciahoje.uol.com.br/fabric


as-de-vento/>. Acesso em: 27 jun. 2014.

Como os fungos podem limpar solos poluídos? - Disponível em:<


http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-os-fungos-podem-limpar-
solos-poluidos>. Acesso em: 27 jun. 2014.

Fungos: amigos ou inimigos? - Disponível em:< http://hypescience.com/os-


10-cogumelos-mais-incriveis/>. Acesso em: 27 jun. 2014.

Cogumelos que brilham no escuro - Disponível em:< http://chc.cienciahoje.


uol.com.br/cogumelos-que-brilham-no-escuro/>. Acesso em: 27 jun. 2014.

REFERÊNCIAS

BONONI, V. L.; CAPELARI, C.; MAZIERO, M.; TRUFEM, S. F. B. Cultivo de


cogumelos comestíveis. São Paulo: Ícone, 1995.
SILVA, R. Esterilizando com uma panela de pressão. Disponível em: <http://pontocien
cia.org.br/experimentos-interna.php?experimento=352>. Acesso em: 18 mai. 2014.

7
P APÊNDICE B – Roteiro didático do professor

R
O
F
E
S
S
S
O
R
PROBLEMATIZAÇÃO
TEMPO PREVISTO: 1 aula de 50 minutos.

ESTRATÉGIA: levantamento de conhecimentos prévios a partir


de questionamentos e confronto de explicações do senso
comum com explicações científicas.

RECURSOS: giz, lousa e questionamentos.

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Organização da sala e informações gerais

• Ao entrar na sala de aula o professor pode solicitar que os alunos façam um semicírculo
com as carteiras viradas para a lousa. Nesse momento o aluno já vai perceber que algo de
diferente vai acontecer criando uma expectativa que irá favorecer o andamento da aula;
• Assim que as carteiras estiverem organizadas o professor pode iniciar expondo para os
alunos os combinados da aula como, por exemplo, que não será necessário copiar nada da
lousa durante toda a aula, que quando os alunos quiserem falar é necessário levantar o braço
e aguardar a sua vez e, por fim, dizer que será muito importante a participação de todos.

b) Introdução e desenvolvimento da aula

• Após a organização da sala de aula e as informações gerais, o professor pode colocar a


primeira questão na lousa, ler em voz alta e aguardar a resposta dos alunos.

1
Sugestão de questão:

O que são fungos? Os fungos fazem mal? Os fungos fazem bem?

Espera-se que os alunos recordem nesse momento apenas dos seres causadores de
doenças e respondam que os fungos são microrganismos e causam mal. O professor pode
conduzir a conversa para que os alunos lembrem-se também dos seres que participam da
fabricação de pães, bebidas, queijos, degradação da matéria orgânica citando os
cogumelos como exemplo e só então partir para as outras questões.
Nesta situação o professor pode conduzir os alunos a chegarem a conclusão de que
não existe fungo bom ou fungo ruim e que assim como todo ser vivo seu comportamento na
natureza depende das condições em que são submetidos e da sua relação com os outros
seres vivos. O professor pode citar como exemplo a doença causada em plantas por fungos
parasitas e que este mesmo fungo não causa prejuízo a outros seres vivos.
• O professor pode dar continuidade na aula através de outras questões que tenha a
finalidade de deixar os alunos incomodados e estimulados a responderem. Além disso, as
questões devem ter a intenção de levar o aluno a tomar o caminho da resposta mais
correta para a ciência, mas sem responder por ele.

Todos os cogumelos são comestíveis?


Quais são as condições ideais para possibilitar a sua
sobrevivência?

• Para que o aluno se sinta estimulado em responder as questões, o professor precisa


considerar de alguma forma tudo que foi comentado, pontuando equívocos e permitindo a
exposição da opinião de todos em algum momento da aula.

2
c) Conclusão da aula

• Ao final da aula o professor pode concluir com as características gerais dos fungos e
apresentando os cogumelos comestíveis como seres participantes deste grupo pontuando
sua importância econômica e ecológica em relação a quantidade de nutrientes que possui,
principalmente em relação as proteínas, e sua função em degradar. Após esta etapa é
necessário informar aos alunos o que será realizado nas próximas aulas e o que será
necessário providenciar.

Material necessário de responsabilidade de cada aluno para próxima aula:

 4 potes de vidro de 120g utilizados no comércio em geral para armazenar alimento para
bebê;
 1 caixa de 25g de algodão;
 8 unidades de gaze (7,5 cm x 7,5);
 Tesoura;
 40 cm de barbante.

Observação:

No ensino médio pode ser realizado mais uma questão para ser resolvida em casa
com auxílio do livro, internet e aulas anteriores que dará embasamento para o início das
próximas atividades.

Sugestão da questão:

Atualmente possui uma alta produção de resíduos por conta do crescimento da


população humana e do aumento do consumo. Estes resíduos apresentam um dos
grandes problemas ambientais no mundo. Com base em pesquisas, cite pelo menos duas
formas para solucionar ou reduzir este problema ambiental.
Espera-se que o aluno cite a redução do consumo, compostagem, reaproveitamento
doméstico e que em algum momento seja mencionada a produção de alimentos, como o
cultivo de cogumelos comestíveis.

3
PREPARO E ESTERILIZAÇÃO DO MEIO DE CULTURA

TEMPO PREVISTO: 2 aulas de 50 minutos.

ESTRATÉGIA: aula experimental.

RECURSOS: potes de vidro, algodão, gaze, barbante, tesoura,


roteiro do aluno impresso, batata inglesa, ágar, peneira, talher,
açúcar cristal, panela de pressão adaptada, recipiente
indicando volume de 1 L ou mais, fogão e balança.

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos


em quantidade suficiente para a quantidade de alunos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Organização da sala e informações gerais

• Ao entrar na sala de aula relembre os alunos do que foi realizado na aula anterior,
aproveitando para discutir com eles as respostas das questões que não ficaram claras e o
que será realizado nas próximas aulas (cultivo de cogumelos comestíveis);
• Informe aos alunos sobre o local de realização das próximas aulas, sobre como deve
ser o comportamento e organização desse local como, por exemplo, que não pode comer,
beber e que será indicado um local específico para que eles deixem o material pessoal;
• Pode ser informado também que todas as aulas serão conduzidas através de um
roteiro didático (APÊNDICE A) e que sempre será realizada inicialmente uma leitura
compartilhada do roteiro, em seguida uma demonstração de como fazer e só depois disso
é que os alunos irão fazer os procedimentos. A intenção é que os alunos aprendam e
consigam reproduzir as técnicas para diminuir os erros experimentais;
• Lembre aos alunos da importância do cumprimento dos combinados para melhor
aproveitamento da aula e por fim, distribua os roteiros didáticos (APÊNDICE A).

1
b) Introdução e desenvolvimento da aula

• Inicie a aula solicitando a divisão da sala em equipes de no máximo cinco


pessoas. A escolha do grupo ficará por conta dos alunos;
• Após a divisão dos grupos faça uma leitura em voz alta do roteiro didático
(APÊNDICE A) e em alguns momentos escolha um aluno para ler um parágrafo,
pausando quando necessário para demonstrar o que será realizado e
aproveitando o momento para conferência do material na bancada de cada
equipe;
• Em seguida, defina o que cada grupo irá fazer como, por exemplo:

Grupo 1: ficará responsável por pesar o ágar.


Grupo 2: ficará responsável por pesar o açúcar.
Grupo 3: ficará responsável por pesar a batata.
Grupo 4: ficará responsável por recolher o extrato da batata.
Grupo 5: ficará responsável por colocar o ágar, açúcar e extrato da batata.

A intenção é que todos os alunos colaborem de alguma forma manuseando


materiais e equipamentos (balança) para que eles tenham contato com unidades
de medida;
• Coloque a batata para cozinhar e enquanto isso ocorre oriente cada aluno a
fazer o seu tampão de algodão e gaze conforme roteiro do aluno (APÊNDICE A);
• Após a preparação do meio de cultura conforme roteiro, informe para os
alunos que este meio será esterilizado e indique por quanto tempo ficará na
panela de pressão;
• Neste momento questione os alunos se eles sabem o que é esterilização,
quando realizamos esse procedimento deixando os alunos livres para
responderem situações do cotidiano e por qual motivo isso é realizado. A
intenção é que os alunos respondam que é um meio de eliminar os
microrganismos, que utilizamos esse procedimento em diversos momentos,
inclusive, quando cozinhamos os alimentos;
• Por fim, informe aos alunos o tempo que o meio de cultura ficará na panela de
pressão e coloque alguns do potes para iniciar a esterilização;
c) Conclusão da aula

• Finalize a aula informando para os alunos que após o tempo de esterilização


os potes serão deixados a temperatura ambiente indicando para eles o local que
ficará armazenado para serem utilizados na próxima aula.

Observação: a quantidade e tempo de esterilização não permitem que isso seja


desenvolvido durante a aula podendo ser finalizado pelo professor.
INOCULAÇÃO NO MEIO DE CULTURA

TEMPO PREVISTO: 2 aulas de 50 minutos.

ESTRATÉGIA: aula experimental e questionamentos.

RECURSOS: potes de vidro fechados com tampão e contendo


BDA esterilizado; bico de bunsen ou equivalente; pinça; álcool
70%; papel; fósforo; caneta hidrográfica; bandeja de shimeji
fresco; algodão; gaze; barbante; tesoura e roteiro do aluno
impresso.

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos


em quantidade suficiente para todos os alunos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Organização da sala e informações gerais

• Comece a aula solicitando a organização da sala conforme divisão dos grupos na aula
anterior;
• Faça a distribuição do material para as equipes;

b) Introdução e desenvolvimento da aula

• Leia o roteiro didático com os alunos. Durante a leitura do roteiro passe as orientações
gerais do experimento e aproveite para realizar conferência do material;
• Organize o material para a inoculação na bancada. Demonstre para que todos os alunos
visualizem como será realizada a inoculação;
• Explique para os alunos sobre o que é isolamento micelial, comentando sobre como os
cogumelos podem se reproduzir na natureza e que no laboratório os cientistas tentam imitar
essas características para obter sucesso nos resultados;

1
• Aproveite para diferenciar esse tipo de reprodução mais utilizada em
laboratório (assexuada), que a partir de uma parte (fragmento da parte interna do
shimeji fresco) colocado em local favorável (meio de cultura) poderão dar origem
a novas células obtendo novos cogumelos;
• Convide uma equipe de cada vez para realizar a inoculação na bancada. A
intenção é que seja reservado apenas um espaço para disponibilizar o bico de
bunsen ou equivalente para a inoculação. Dessa forma, há um melhor controle do
que os alunos estão fazendo e reduzindo riscos;
• Enquanto isso oriente as outras equipes a confeccionarem tampão de algodão
e gaze para a próxima aula.

c) Conclusão da aula

• Passe as orientações das análises e registros que deverão ser realizados


fora da aula. Neste momento explique para os alunos o que deve ser feito, como
e quando.
Considerando que em cada sala tem aproximadamente 30 alunos e que a
colonização ocorrerá em aproximadamente 5 dias, a divisão pode ser da seguinte
forma:
Equipe 1: observar e registrar no 1˚ dia após inoculação.
Equipe 2: observar e registrar no 2˚ dia após inoculação.
Equipe 3: observar e registrar no 3˚ dia após inoculação.
Equipe 4: observar e registrar no 4˚ dia após inoculação.
Equipe 5: observar e registrar no 5˚ dia após inoculação.

Oriente as equipes que elas deverão observar e registrar tudo que


perceberam de diferente nos potes após inoculação. Anotando cor, aspecto e se
possível fazer desenhos marcando dia e horário no caderno de laboratório.

• Por fim, faça os questionamentos (APÊNDICE A) e oriente-os a realizarem


pesquisas em livros e internet para a próxima aula.

2
PREPARO E ESTERILIZAÇÃO DOS GRÃOS DE TRIGO

TEMPO PREVISTO: 2 aulas de 50 minutos.

ESTRATÉGIA: aula experimental.

RECURSOS: grãos de trigo; potes de vidro; tampão de


algodão e gaze; panela de pressão adaptada; roteiro impresso.

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos


em quantidade suficiente para todos os alunos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Organização da sala e informações gerais

• Ao entrar na sala de aula verifique com os alunos as observações e registros que


realizaram durante a semana e questione-os sobre o que pode ter ocorrido para que
eles levantem hipóteses e solucione os problemas como, por exemplo, se houve
contaminação nos potes questionar aos alunos por qual motivo que eles acham que
houve contaminação e de que forma poderia ter reduzido ou evitado esse ocorrido;
• Questione também quais foram as medidas adotadas para evitar que isso ocorresse
para enfatizar a resposta da questão solicitada para responder na aula anterior e
conceitos aprendidos em aulas anteriores sobre esterilização;
• Discuta com eles sobre o que eles encontraram para a primeira questão do roteiro
fazendo relação com a função do cogumelo na natureza;
• Após a exposição das pesquisas pelos alunos, distribua o material e solicite divisão
em equipes conforme as aulas anteriores sempre permanecendo o mesmo grupo.

b) Introdução e desenvolvimento da aula

1
• Informe para os alunos o que será realizado, leia o roteiro e confira o
material;
• Explique para os alunos o que é o inóculo conforme roteiro do aluno, o que
geralmente é utilizado e o que será utilizado nesse procedimento;
• Aproveite para explicar os outros termos comumente utilizados e por qual
motivo não será adotado na aula. Pontuando os erros ao utilizar os termos
como, por exemplo, semente que lembra um vegetal e se trata de um ser
vivo que possui diferenças consideráveis ao comparar com um cogumelo;
• Realize o procedimento (APÊNDICE A).

c) Conclusão da aula

• Conclua a aula informando para os alunos que os potes ficarão


armazenados para a próxima aula;
• Solicite que cada um dos alunos providencie para a próxima aula:
 Bagaço de cana-de-açúcar desidratado (seguir procedimento do
roteiro);
 Tesoura;
 Régua.

2
INOCULAÇÃO NOS GRÃOS DE TRIGO

TEMPO PREVISTO: 2 aulas de 50 minutos.

ESTRATÉGIA: aula experimental e questionamentos.

RECURSOS: bico de Bunsen ou equivalente; lâmina; álcool


70%; papel; bagaço de cana-de-açúcar; tesoura; recipiente;
água; panela de pressão adaptada; régua; roteiro impresso.

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Organização e informações gerais da aula

• Solicite a divisão das equipes conforme aulas anteriores e organização da sala;


• Distribua os materiais.

b) Introdução da aula

• Inicie a aula informando aos alunos que será realizado a inoculação em grãos de trigo e
por qual motivo. Nesse momento diferencie o micélio do BDA do micélio dos grãos de trigo,
comentando sobre o que é micélio primário e secundário.
• Leia o roteiro didático com os alunos. Durante a leitura do roteiro passe as orientações
gerais da aula e realize também a conferência de material;
• Faça uma demonstração para que todos os alunos visualizem como será realizada a
inoculação;

1
• Convide uma equipe de cada vez para realizar a inoculação na bancada. Enquanto isso
oriente as outras equipes a cortarem bagaço de cana-de-açúcar para a próxima aula
conforme roteiro do aluno.

c) Conclusão da aula

• Realize uma questão problema para os alunos.

Sugestão de questão:

a) Qual é o motivo de fazer uma etapa anterior ao substrato de cultivo utilizando grãos?
Tente lembrá-los das características do BDA em comparação aos grãos e substrato
de cultivo. A intenção é que os alunos resgatem informações de aulas anteriores sobre as
características do local onde os cogumelos se desenvolvem.

• Passe também as orientações das análises e registros que serão necessários pelas
equipes conforme aula 3;
• Por fim solicite que os alunos providenciem tesoura, barbante, fita microporo, caneta
hidrográfica, régua, cal virgem, farelo de arroz, sacos de poliproprileno e peneira conforme
roteiro do aluno para a próxima aula.

2
PREPARO DO SUBSTRATO DE CULTIVO

TEMPO PREVISTO: 2 aulas

ESTRATÉGIA: aula experimental.

RECURSOS: bagaço de cana-de-açúcar triturado; cal virgem;


farelo de arroz; sacos de poliproprileno; barbante; tesoura; fita
microporo; panela de pressão adaptada; caneta hidrográfica;
roteiro impresso; balança; peneira; recipiente com marcação
de volume (mL).

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos.

PROCEDIMENTO:

a) Organização da sala e informações gerais

• Ao entrar na sala de aula verifique com os alunos as questões solicitadas para


pesquisar e responder em casa. Identifique o que os alunos encontraram e escolha alguns
para expor os resultados. A intenção é que eles compartilhem e complementem as
questões.

• Verifique também as observações e registros dos alunos durante a semana e


discuta com eles sobre o que foi encontrado sempre apresentando o que é contaminação
e o que é o fungo de interesse de acordo com o que já existe na literatura a partir de cor e
aspecto.

Aproveite o momento para comentar que essas características citadas não podem por
si só determinar uma espécie que em alguns casos se faz necessárias análises
moleculares, mas que essas observações e registros continuam sendo importantes na
ciência.

1
• Solicite a organização da sala em grupos;
• Distribua os materiais para cada equipe.

b) Introdução e desenvolvimento da aula

• Solicite que os alunos iniciem a preparação do substrato conforme roteiro do


aluno. A intenção é que os alunos façam seguindo as orientações do roteiro e
que seja orientado quando houver dúvidas, essa atitude faz com que eles leiam,
interpretem e realizem os comandos favorecendo a aprendizagem;
• Após a preparação dos sacos de cultivo informe para os alunos que estes irão
passar pela esterilização e que após essa etapa será necessário realizar os furos
de aeração conforme roteiro do aluno.

c) Conclusão da aula

• Conclua a aula com a questão do roteiro, questionando os alunos por qual


motivo é necessário a realização desses furos comentando sobre as
características em suportar níveis altos de gás carbônico nessa etapa e no que
isso pode ser um aspecto positivo se referindo a seleção de microrganismos
que irão se desenvolver nessas condições o que reduz a contaminação;
• Solicite que os alunos pesquisem e respondam mais sobre o assunto em
casa com o auxílio de internet e livros.

2
INOCULAÇÃO NO SUBSTRATO DE CULTIVO

TEMPO PREVISTO: 2 aulas de 50 minutos.

ESTRATÉGIA: aula experimental e questionamentos.

RECURSOS: substrato preparado e esterilizado; colher; bico


de Bunsen ou equivalente; álcool 70%; papel; fóforo; caneta
hidrográfica; inóculo.

PREPARAÇÃO DA AULA:providenciar e reservar recursos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Organização da sala e informações gerais

• Verificar o que os alunos localizaram através das pesquisas em relação a questão


realizada da aula anterior. Solicite nesse momento que alguns alunos comentem o que
encontraram;
• Informe aos alunos que será realizada a inoculação no substrato de cultivo e em que
momento isso deve ocorrer (quando os grãos estiverem completamente colonizados);
• Solicite a divisão dos grupos e organização da sala;
• Faça a distribuição dos materiais.

b) Introdução e desenvolvimento da aula

• Entregue e leia o roteiro didático com os alunos. Durante a leitura do roteiro passe as
orientações gerais da aula e realize a conferência de material;

1
• Organize o material para a inoculação na bancada. Faça uma demonstração para que
todos os alunos visualizem como será realizada a inoculação;
• Convide uma equipe de cada vez para realizar a inoculação na bancada;
• Informe aos alunos o local que serão colocados os sacos para observação e registros
durante a semana.

c) Conclusão da aula

• Realize as questões do roteiro fazendo uma prévia do que os alunos imaginam que seja
e oriente-os a pesquisarem para a próxima aula.

Observação: Para o ensino médio ainda pode fazer as seguintes questões:

O substrato foi suplementado utilizando farelo de arroz e cal virgem. Explique, baseando
em pesquisas, a função de cada um desses componentes no desenvolvimento micelial.

• Oriente os alunos a realizarem as observações e registros conforme aula 3 durante 12


dias.
• Solicite que os alunos providenciem para a próxima aula os seguintes materiais:
 Caneta hidrográfica;
 Estilete ou tesoura com ponta;
 Régua.

2
ABERTURA DOS SACOS
TEMPO PREVISTO: 1 aula.

ESTRATÉGIA: aula experimental e questionamentos.

RECURSOS: caneta hidrográfica; régua; tesoura e roteiro


impresso.

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Organização da sala e informações gerais

• Distribuição dos grupos e material.

b) Introdução da aula

• Leia o roteiro didático com os alunos. Durante a leitura do roteiro realize a conferência
do material;
Neste momento tente deixar claro para o aluno que nesta etapa o furo será por toda
extensão do substrato já colonizado e que não será necessário cobrir com fita microporo
como na etapa anterior.
Relembre as etapas anteriores e as condições de troca gasosa, informando as diferenças
de gás carbônico e oxigênio, comentando sobre a importância da cor dos sacos utilizados na
localização de contaminações e crescimento no micélio.

1
Explique para o aluno a quantidade de furos, tamanhos e cuidados para a
realização desses furos conforme roteiro do aluno.

c) Conclusão da aula

Faça o questionamento:

Por qual motivo realizamos os furos no saco?

Abra um momento de discussão e levantamento de hipóteses entre os


alunos sempre orientando eles a chegarem a uma conclusão mais aceita pela
ciência, relembrando procedimentos anteriores para justificar a abertura nesta
etapa e por fim fale das necessidades para o aparecimento dos primórdios
complementando as informações do início da aula.

2
COLHEITA
TEMPO PREVISTO: 1 aula.

ESTRATÉGIA: aula experimental.

RECURSOS: estilete, sacos e recipiente para armazenar.

PREPARAÇÃO DA AULA:providenciar e reservar recursos.

FORMA DE MEDIAÇÀO:

Observação: este momento pode ser realizado como uma aula ou não devido a necessidade
de ser colhido em uma faixa de tempo muito curta (1 a 2 dias). Desta forma, se for realizado
em sala oriente os alunos a realizarem a colheita conforme roteiro do aluno ou se isso não for
realizado por eles nas primeiras colheitas, passe a orientação para que esse procedimento
seja uma tarefa fora do encontro combinado como correu em aulas anteriores para as
observações e registros de contaminações dos meios.

1
FECHAMENTO
TEMPO PREVISTO: 1 aula.

ESTRATÉGIA: degustação.

RECURSOS: ingredientes como sugerido na receita; fitilho;


sacos transparentes; toalha de mesa; guardanapo; bebidas;
cogumelos.

PREPARAÇÃO DA AULA: providenciar e reservar recursos.

FORMA DE MEDIAÇÃO:

a) Informações gerais e organização da sala

• Solicite que os alunos juntem as carteiras para formar uma mesa só com todas as
carteiras;

b) Introdução da aula

• Após a organização de todos os alunos realize os questionamentos na seguinte ordem:

O que são fungos? Os fungos fazem mal? Os fungos fazem bem?

A intenção é que os alunos relembrem da primeira aula e que saibam responder da


forma mais aceita pela ciência, relembrando as características específicas que diferem dos
outros seres, as funções que os fungos apresentam na natureza, bem como sua importância
econômica e ecológica.

.
1
Esse momento pode ser um momento mais significativo de avaliação, que
será percebido as mudanças de comportamento dos alunos ao se referirem aos
fungos.
• Convide os alunos para uma degustação;
• Arrume a mesa com toalha, guardanapo, bebidas e os alimentos
escolhidos;
• Espere os alunos comerem e solicitem que eles identifiquem o gosto de
cada um deles;
• Revele o que foi utilizado como ingrediente principal em cada receita;
• Comente com os alunos sobre o que é necessário para ter uma qualidade
de vida, citando como exemplo o ato de se alimentar bem;
• Que se alimentar bem não se refere a quantidade e sim, a qualidade e
variedade adequada para um bom funcionamento do organismo para
desenvolver as funções vitais;
• Informe aos alunos a quantidade de nutrientes que possui o shimeji,
principalmente em relação à quantidade de proteínas;
• Cite doenças existentes pela carência de proteína;
• Informe aos alunos que algumas proteínas nós conseguimos produzir,
porém outras nós temos que adquirir a partir dos alimentos que ingerimos e
por ser tão importante para um bom funcionamento das funções vitais
precisamos fazer escolhas mais conscientes dos alimentos que ingerimos e
que isso pode ser de uma forma acessível;
• Se possível dê exemplos de outros alimentos ricos em proteínas e
compare-os com o shimeji como, por exemplo, carne, shimeji e soja.

c) Conclusão da aula

• Finalize a aula agradecendo a participação dos alunos e dê de presente para


cada um deles um cacho de shimeji embrulhado em um saquinho transparente
lacrados com fitilho e com uma etiqueta contendo título, data de realização,
nome da escola e do professor.

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