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Apostila de Salvamento em Altura Unidade V

EQUIPAMENTOS DE SALVAMENTO EM ALTURA

I. GENERALIDADES

1) Normalização

As Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR) existentes versam sobre


equipamentos de proteção individual e proteção contra quedas, sob o enfoque da
segurança do trabalho, cuja fabricação, em conformidade com essas normas, é indicada
pelo Certificado de Aprovação (CA). Embora atendam suficientemente aos ambientes de
trabalho, como os da construção civil e da indústria, não contemplam atividades
esportivas ou de salvamento, para as quais são consideradas inadequadas, razão pela
qual vale monos de normas internacionais de consenso para especificação e aquisição de
equipamentos de Salvamento em Altura.

2) National Fire Protection Association

A National Fire Protection Association (NFPA) é uma associação


independente sediada em Massachussetes – EUA, destinada a promover
a segurança contra incêndio e outras emergências. Dentre diversas
normas, a NFPA – 1983 Standard on Fire Service Safety Rope and
Systems Components, revisada em 2001, versa sobre equipamentos de
salvamento em altura utilizados por bombeiros. Esta norma estabelece a
classificação de equipamentos de uso pessoal e de uso geral (para duas pessoas,
também chamadas “cargas de resgate”). Segundo a norma, a carga de uma pessoa é de
300 lbs (135kg) e a carga de resgate equivale a 600 lbs (270 kg), estes valores levam em
conta o peso estimado de uma pessoa padrão mais os equipamentos de segurança.
A NFPA não certifica equipamentos; a certificação é
realizada por laboratórios de teste independentes e idôneos,
como o Underwrites Laboratories (UL) ou o Safety Equipment
Institute (SEI).

3) União Internacional de Associações de Alpinismo

A União Internacional de Associações de Alpinismo (UIAA), sediada em


Genebra – Suíça, estabelece normas para os equipamentos e a segurança dos
montanhistas (de uso esportivo).

4) Outras normas

Existem outras normas que tratam de equipamentos para atividades em


altura, como as EN (Normas Européias), cuja fabricação nessa conformidade,
é indicada por um número e pela chancela CE, que significa estar “conforme
especificações”.

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II. CONECTORES METÁLICOS

Equipamentos muito utilizados para segurança em escalada, montanhismo e


atividades de salvamento. É um objeto simples, fabricado com uma liga metálica (os de
alumínio são mais utilizados) e serve para fixação ou união de outros equipamentos, ou
seja, é um conector.
Os conectores metálicos são os principais em um sistema de segurança e
possuem uma longa história de utilização, porém, com origem relativamente mal definida.
Não se sabe exatamente quem o inventou, quem primeiro utilizou. Especula-se que
foram os bombeiros austríacos. É certo porém, que devido à sua importância, esses
equipamentos tem sido objeto de muitas inovações. Um progresso significativo e digno de
destaque fica por conta da espantosa relação alcançada entre o peso e a resistência
oferecida.

1) Materiais
Os materiais utilizados na fabricação dos conectores geralmente são ligas
metálicas, compondo basicamente os equipamentos de salvamento em altura. De acordo
com as características de cada liga metálica, obtêm-se fatores específicos dos materiais
para cada atividade:

a. Aço
Aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e
carbono, com percentagens deste último variando entre 0,008 e
2,11%. Distingue-se do ferro fundido, que também é uma liga de
ferro e carbono, mas com teor de carbono entre 2,11% e 6,67%. A
diferença fundamental entre ambos é que o aço, pela sua
ductilidade, é facilmente deformável por forja, laminação e
extrusão, enquanto que uma peça em ferro fundido é fabricada
pelo processo de fundição ou usinagem.

b. Aço Zincado:

Zincagem é um dos processos mais efetivos e


econômicos empregados para proteger o aço contra a
corrosão atmosférica. A proteção do aço pelo revestimento
de zinco se desenvolve segundo dois mecanismos: proteção
por barreira exercida pela camada de revestimento e
proteção galvânica ou sacrifical, operante nos casos de
exposição simultânea do par aço-zinco (arranhões, cortes,
bordas).

c. Aço Inoxidável:

O aço inoxidável é uma liga de ferro e crômio,


podendo conter também níquel, molibdênio e outros
elementos, que apresenta propriedades físico-químicas
superiores aos aços comuns, sendo a alta resistência à
oxidação atmosférica a sua principal característica. As
principais famílias de aços inoxidáveis, classificados
segundo a sua microestrutura, são: ferríticos, austeníticos,
martensíticos, endurecíveis por precipitação e Duplex.

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Estes elementos de liga, em particular o crômio, conferem uma excelente


resistência à corrosão quando comparados com os aços carbono. Eles são, na
realidade, aços oxidáveis. Isto é, o crômio presente na liga oxida-se em contacto com o
oxigênio do ar, formando uma película, muito fina e estável, de óxido de crômio -
Cr2O3 - que se forma na superfície exposta ao meio. Ela é denominada camada
passiva e tem como função proteger a superfície do aço contra processos corrosivos.
Para isto é necessária uma quantidade mínima de crômio de cerca de 11% em massa.
Esta película é aderente e impermeável, isolando o metal abaixo dela do meio
agressivo. Assim, deve-se ter cuidado para não reduzir localmente o teor de crômio dos
aços inoxidáveis durante o processamento. Este processo é conhecido em metalurgia
como passivação. Por ser muito fina — cerca de 100 angstroms — a película tem
pouca interação com a luz e permite que o material continue a apresentar o seu brilho
característico.

d. Latão

O latão é uma liga metálica de cobre e zinco com


percentagens deste último entre 3% e 45%. Ocasionalmente se
adicionam pequenas quantidades de outros elementos como (Al -
Alumínio, Sn- Estanho, Pb - Chumbo, ou As- Arsênio) para
potenciar algumas das características da liga, tem uma cor
amarelo metálica semelhante a do ouro.

e. Zicral

Zicral é uma liga com composição média de 88%Al


(Alumínio), 6%Zn (Zinco), 2,5%Mg (Magnésio) e 2%Cu
(Cobre), podendo ser adicionados outros elementos em
menores proporções.
É um material leve e com boa resistência mecânica,
sendo mais resistente que o aço para o mesmo peso.

f. Duralumínio
Os duralumínios são um conjunto de ligas
metálicas de forja de alumínio, cobre (0,45%-1,5%)
e magnésio (0,45%-1,5%), assim como manganês
(0,6%-0,8%) e silício (0,5%-0,8%) como elementos
secundários. Pertence à família das ligas metálicas
alumínio-cobre (2000).
Os duralumínios apresentam uma elevada
resistência mecânica a temperatura ambiente,
entretanto, sua resistência a oxidação,
soldabilidade e aptitude para a anodização são
baixas. São empregados na indústria aeronáutica e
automobilística. Amplamente utilizado em materiais
(equipamentos) de montanhismo tais quais
mosquetões, freios, etc.
Ao contrário do que muitos pensam, o nome
Duralumínio não deriva de "Alumínio duro" e sim de
Düren, cidade alemã onde foi descoberto, em 1906
pelo químico Alfred Wilm.
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2 CONECTORES

2.1 MALHA RÁPIDA (MAILLON)

Elo metálico com uma porca sextavada que rosqueia ambas as extremidades do
anel, fechando-o, com a característica de suportar esforços em quaisquer direções, são
confeccionados de várias formas e diversos materiais como: Aço Zincral, Aço Zincado,
Aço Inox, Latão Maciço, Duralumínio e Nilão (Nylon),

Oval Delta Pêra Meia Lua Quadrado Trapézio

Rosca Dupla Oval Latão Oval Nilão Olho Suspente

2.2 MOSQUETÕES

Os mosquetões foram desenvolvidos por volta do ano de 1900, por adeptos do


montanhismo nos Alpes europeus. Esses alpinistas usaram os mosquetões como elo
de ligação entre eles e suas cordas aos pistões (pino de aço com argola) cravados nas
rochas.
Hoje, mosquetões de alumínio ou aço são bastante comuns. Sua construção é
bastante simples, constituindo-se de um anel com abertura e trava, por onde são
presos objetos e cordas. Existem os que têm travas de segurança com molas ou
roscas. Estes últimos são recomendados para os serviços de salvamento.

Nos U.S.A, os mosquetões estão sujeitos a NFPA (National Fire Protection


Association) e na Europa à U.I.A.A.( Union International Association of Alpinists),
devendo ter como limites mínimos de resistência os valores:

 1.152 Kgf no eixo principal com a trava aberta.

 Kgf no eixo principal com a trava fechada.

 600 Kgf no eixo menor (também para impacto ou choque).

Os mosquetões devem preferencialmente ter a marca do fabricante


impressa no eixo maior.

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2.2.1 Características

I) Formato

Apresentam-se vários formatos, sendo mais comuns os simétricos (oval) e os


assimétricos (“D”).

Simétrico Assimétrico

O formato "D" é o mais resistente estruturalmente. A carga máxima é sempre


calculada sobre o eixo maior. O formato "D" faz com que a carga seja sempre
transferida para o eixo oposto ao da abertura, seu ponto mais fraco, conhecidos
também como mosquetão assimétrico.

II) Abertura da Trava

A trava deve ser de fácil abertura, devendo abrir suavemente, mesmo sob carga,
para possibilitar a colocação de outras cordas ou cabos, enquanto suspenso no ar
(durante operações).
A trava deve abrir no mínimo de 3/4" a 1". Caso não abra com facilidade, poderá
estar ocorrendo algum problema, tal como alongamento do material ou outros,
inspecionar o equipamento.

III) Recomendações Técnicas

Evite qualquer impacto no material (batidas, quedas, etc.). Inspecione seu fecho:
haste, pino eixo, entalhe da trava e alinhamento. Observe a geometria do mosquetão
(alongamento/deformação).

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IV) Tenha Sempre em Mente os Itens:

a) Caso necessite utilizar dois ou mais mosquetões em um mesmo ponto de


apoio, coloque-os em paralelo com os fechos em rosca, invertidos, evitando
possíveis aberturas num mesmo lado.

b) Não utilize mais de dois mosquetões em seqüência, num mesmo ponto a ação
de atrito poderá aplicar força excessiva nas travas.

c) Mantenha as travas fechadas (rosqueada quando possível) para evitar


acidentes.
d) Não aplique carga tridimensional em um mosquetão.

e) Não coloque objeto junto à trava.


f) Quedas ou impactos poderão provocar fraturas capilares.
g) Condene-os quando apresentares pontos de ferrugem.
h) No caso de deslize em cabos aéreos, observar o sentido de fechamento da
rosca idêntico ao sentido do deslize para evitar abertura do fecho.

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i) Mantenha-os ligeiramente lubrificados.


2.2.2 Tipos de Mosquetões e Especificações

I) Mosquetões Assimétricos

a) Mosquetão assimétrico com trava semi-automática, adonizado,


confeccionado em alumínio de alta com abertura grande.

b) Mosquetão assimétrico com trava automática, com conector múltiplo do


fechamento da torção de ação triplica, com abertura grande.

c) Mosquetão assimétrico, confeccionado em alumínio de alta resistência, com


gatilho (fecho) sem trava, conector com abertura grande.

d) Mosquetão mini-assimétrico, confeccionado em alumínio de alta resistência


com gatilho sem trava, usado somente para desvios, e prender
equipamentos.

e) Mosquetão assimétrico, confeccionado em alumínio, com gatilho aramido


sem trava.

f) Mosquetão assimétrico, confeccionado em aço, com trava de rosca e bareta

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g) Mosquetão assimétrico de fecho curvo, confeccionado em alumínio de alta


resistência, sem trava.

II) Mosquetões Assimétricos

a) Mosquetão simétrico com trava tipo rosca, polido, confeccionado em


alumínio de alta resistência. Com maior utilização em polias, grampos,
ascensores ou descensores.

b) Mosquetão simétrico com trava automática. Com maior utilização em


polias, grampos, ascensores ou descensores.

c) Mosquetão simétrico, gatilho sem trava, confeccionado em alumínio de alta


resistência.

III) Mosquetões HMS

a) Mosquetões ergonômicos (HMS) semi-automático e automáticos


confeccionado em alumínio de alta resistência.

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2.3 APARELHOS DESCENSORES

Todos Os aparelhos de descida utilizados para verticais funcionam através de


atrito. O cabo passa por eles de forma a proporcionar um atrito controlável, que possibilita
uma descida rápida ou mesmo parar sem muito esforço, apenas com movimentos
precisos. Os aparelhos de descida mais utilizados são:

2.3.1 MANHONE:

Consiste de um mosquetão com um tubo de liga leve em seu meio. O mosquetão


a ser utilizado deve ser, sempre, simétrico e nunca do tipo assimétrico. Tal freio é
utilizado para cabo duplo e com diâmetro entre 10 mm e 16mrn. Este tipo de freio não
deve ser utilizado com o cabo simples. Quando empregado requer que o executante
esteja bem familiarizado com seu emprego, devido ao aparelho desenvolver uma
grande velocidade de descida. Sua principal vantagem é a recuperação do cabo após
a decida, pois o mesmo é empregado dobrado.

2.3.2 FAMAU:

Idêntico ao freio oito quanto, à utilização, diferencia-se apenas, pelo formato, um


pouco mais, complexo. Devido esse pormenor não é muito utilizado nas operações de
salvamento.

2.3.3 TRAVA DE SALVAÇÃO:

Peça construída em, latão ou bronze naval, possui a finalidade de proporcionar


uma velocidade relativamente baixa e constante, quando da sua utilização em cabos
de nylon seda e poliéster pré-estirado 10mm. Tendo como freio o atrito do cabo em
sua superfície, dispõe de duas velocidades; uma rápida e outra lenta, de acordo com a
colocação do cabo em seus orifícios. O controle da velocidade é feito com o
abaixamento do braço que produz um aumento do atrito.

As operações de descida devem sempre ser feitas com utilização de luvas para
que haja um perfeito controle de velocidade, evitando que os atritos do cabo com uma

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das mãos venham causar queimaduras e, conseqüentemente, descontrole na


velocidade da descida.
2.3.4 FREIO OITO

O aparelho oito pode ser feito de alumínio de alta qualidade ou de aço. Como o
próprio nome indica, Possui o formato do número oito. É o aparelho mais difundido, por
ser simples, prático e barato, Sua desvantagem é desgastar mais o cabo que os outros
aparelhos de descida. Pode ser encontrado em vários modelos que se diferenciam
quanto à resistência, emprego e à velocidade de descida.

a) Freio Oito, sistema descensor de blocagem tipo 8, confeccionado em liga leve,


tratamento anti-abrasão:

b) Freio Oito de Resgate, sistema descensor de blocagem tipo 8. Ideal para


operações do salvamento.

c) Freio tipo 8 (oito) pentagonal, confeccionado em alumínio forjado, 25 kN,


tratamento anti-abrasão, acabamento polido, reserva para ter duas velocidades
descendentes

d) Freio oito “V”, o descender na liga de alumínio forjada, . A corda que entra no
entalhe dado forma de "V" é freada que aumenta. Tem uma inserção plástica
para manter o dispositivo do descender alinhado.

2.3.5 FREIO EASY SBLOC

O Sistema descensor dispositivo do belay e do descender, é excelente para fazer


segurança com duas passagens. Se o segundo cair, permite uma liberação fácil da
corda.

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2.3.6 FREIO PIRANA - PETZL

Sistema descensor ideal para canyoning, oferece 3 posições de travamento de


acordo com o peso do usuário, diâmetro da corda e tipo de terreno, dispõe de 2 pontos
de reenvio para regular a velocidade de descida, junta plástica que assegura
posicionamento perfeito para qualquer tipo de mosquetão HMS, permite dar segurança
ao primeiro da cordada

2.3.7 DRESSLER SIMPLES:

O Dressler é feito de alumínio de alta qualidade e é considerado um dos melhores


aparelhos de descida, por onerar menos o cabo que o oito, e ser de fácil travamento.
Sua desvantagem em relação ao oito é não poder ser utilizado com cabo duplo. O
nome de fabricação deste aparelho é Descendeur Simple (ou Descedor Simples), mas
ficou mais conhecido como Dressler, o nome de seu inventor.

2.3.8 DRESSLER STOP

O Stop já foi considerado um dos mais seguros aparelhos de descida por muitos
praticantes de verticais, é o aparelho Dressler acrescido de um sistema que trava o
cabo caso o praticante solte as mãos. Também chamado de Stop.

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2.3.9 GRIGRI (GRIGRI 02):

O Grigri possui um sistema stop que trava o cabo caso o praticante solte as mãos
de repente. É muito utilizado para fazer segurança em escalada.

2.3.10 RACK

O Rack é considerado o melhor aparelho para descidas longas. Permite ser


ajustado para aumentar ou diminuir o atrito em função de suas barras móveis, não
torce o cabo que, também pode ser utilizado com cabo duplo.

2.3.11 DOUBLE STOP

Blocante de descida com dupla posição de blocagem para maior segurança.


Blocagem automática em caso de emergência. Descensor para cordas de ø11 milímetros.
Corpo em alumínio, sistema articulado com peças redondas em inox, punho de alta
resistência. Grande facilidade de colocar a corda sem retirar o mosquetão. Limitação do
aquecimento devido à fricção em inox.

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2.3.12 DESCENSOR AUTOMÁTICO COM ANTI PANE (ALTEZZA)

Aparelho descensor para cordas de 9 a 11mm, equipado com sistema anti-


pânico ou de emergência, dispositivo de recorte, evita acidentes pelo mal manuseio.

2.3.13 LORY:
O Lory (Altezza) tem as mesmas características do Grigri (Ptzel), possuindo um
sistema que trava o cabo caso o praticante o solte. É muito utilizado para fazer
segurança em escalada.

2.3.14 DESCENSOR AUTO BLOCANTE I'D MODELO D20L PETZL PARA CORDA

Sistema auto blocante para corda simples de 11,5mm a 13mm. Sistema de alta
segurança, automático, onde se o operador soltar a alavanca do equipamento,
operador fica travado fixo a corda. Possui um sistema anti-pane, que em caso do
usuário apertar toda a alavanca, o sistema também trava.

2.3.15 DESCENSOR AUTOMÁTICO SPIDER DA SMC

Spider SMC é projetado para o posicionamento de


trabalho e de ascendência pessoal. A Spider oferece as
pessoas que trabalham na altura a capacidade de
manobrar e assegurar-se, enquanto pendurados. Permite
aos usuários facilmente carregar e descarregar a partir
do dispositivo sem ter de desencaixar de sua cadeirinha,
é um descensor ideal para os bombeiros que necessitam
de um dispositivo que lhes proporcionam segurança total
e operações que demandam tempo pendurados. Permite

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também o retorno da corda, possui também o sistema anti pane, para corda de
11mm a 12,5mm. Peso 567g. MBS: 13,5KN (3.174 lbs)

2.4 APARELHOS AUTO-BLOCANTES - ASCENSORES

Aparelhos aplicados à corda que permitem o travamento (bloqueio), sob carga, em


uma única direção, utilizados para ascensão, para auxílio em sistemas de segurança ou
de vantagem mecânica.

a) ASCENSOR DE PUNHO

Bloqueador dotado de uma canaleta aberta na lateral e de uma cunha


dentada que pressiona a corda contra a canaleta por ação de uma mola, além de
uma manopla para empunhadura. Cada aparelho é operado por uma das mãos,
formando-se o par (direito e esquerdo). Os aparelhos auto-blocantes são
fabricados em alumínio de alta qualidade. Funcionam acoplados ao cabo onde
deslizam somente em um sentido. Quando tracionados no sentido contrário,
travam. Por serem muito práticos e seguros, são ideais para técnicas verticais,

b) ASCENSOR DE VENTRAL

Bloqueador dotado de uma canaleta aberta na lateral e de uma cunha


dentada que pressiona a corda contra a canaleta por ação de uma mola. Quando
usado com um peitoral para ascensão, fazem parte de um sistema simples e
eficiente para a ascensão de linhas fixas. Os furos de fixação em ângulos opostos
possibilitam o correto alinhados do dispositivo sobre o peito. A cunha em aço
cromado com dentes em ângulos e um slot de auto-limpeza prende a corda,
mesmo em condições de lama ou com gelo. O correto alinhamento do dispositivo
no peito proporcionam uma melhor eficiência na ascensão.

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c) ASCENSOR DE PÉ

Bloqueador dotado de uma canaleta aberta na lateral e de uma cunha


dentada que pressiona a corda contra a canaleta por ação de uma mola. Possui
uma cinta ajustável (pedaleira) para os pés, reforçada com resistência à abrasão.
Mecanismo é totalmente integrado ao corpo de grampo à corda, ajudando a evitar
o atrito, possibilita uma subida mais rápida e menos cansativa.

d) BLOQUEADORES ESTRUTURAIS

Aparelhos que possuem uma canaleta fechada, por onde a corda desliza, e
uma cunha excêntrica que pressiona a corda, prensando-a contra a canaleta e
travando-a. Para a montagem do bloqueador, é necessário desengatar um pino
removível, desmontando a aparelho em três peças para a passagem da corda,
observando-se a correta montagem e direcionamento, de acordo com o sentido de
travamento desejado. Deve-se atentar para o risco de perda da cunha em virtude
do rompimento do cabo que une o corpo do bloqueador à peça, o que comumente
ocorre após muito tempo de utilização.

e) SHUNT
Sua vantagem é onerar menos o cabo que os outros auto-blocantes. Este
aparelho também aceita cabo em configuração dupla, além de proporcionar um
sistema stop quando associado ao oito em descidas pelo cabo.

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3. EQUIPAMENTOS DIVERSOS

3.1 PLACA DE ANCORAGEM

Placa metálica que facilita a distribuição de várias linhas de ancoragem,


distribuindo os esforços e facilitando a visualização, organização e manipulação
dos equipamentos empregados, também podem ser utilizada na preparação de
macas, para convergência dos tirantes, ancoragem ao sistema e conexão do
bombeiro e da vítima, possui vários modelos variando na quantidade de pontos
para ancoragens:

3.2 POLIAS

As polias servem para desviar o sentido de aplicação da força ou para


compor sistemas de vantagem mecânica, de acordo com a forma de utilização,
assim como servem para proporcionar o deslize por uma corda. Existem diversos
modelos, cada qual com destinações específicas, dentre os quais destacamos as
simples ou duplas em linhas ou paralelas (referente ao número de rodas da polia),
polias de base chata (cujo formato das placas laterais permite o ajuste automático
do nó prussik, destinando-se a operar como polia mestra em sistemas de vantagem
mecânica) e polias passa-nó (cuja largura avantajada possibilita a passagem de
cordas emendadas ou duplas, assim como pode ser utilizada como módulo redutor
de atrito).

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3.3 POLIAS BLOCANTES

As polias blocantes, geralmente apresentam um sistema de blocagem modular


acoplado simplificando, estes sistemas de polias pode ser utilizado para o içamento de
cargas, além de servir para desviar o sentido de aplicação da força ou para compor
sistemas de vantagem mecânica de acordo com a forma de utilização, possui um
sistema de blocagem que impedi o retorno da carga içada, diminuindo totalmente o
esforço aplicado na sustentação da carga.

3.4 CAPACETE

Equipamento de proteção individual que deve ser leve, proporcionar bom campo
visual e auditivo, possuir aberturas de ventilação e escape de água (importante para
trabalhos em locais com água corrente), suportes para encaixe de lanternas de cabeça
e, principalmente, boa resistência e amortecimento contra impactos, além de uma firme
fixação à cabeça, através de ajuste à circunferência do crânio e da jugular. Assim como
os demais equipamentos de segurança, deve ser inspecionado constantemente,
observando-se trincas e deformidades, os sistemas de ajuste à cabeça, assim como as
condições de fivelas e velcros. O capacete constitui um equipamento de uso obrigatório
e na falta de um modelo específico para trabalho em altura, pode ser substituído pelo
capacete Gallet, que reúne níveis de proteção iguais ou superiores contra impacto,
tendo por desvantagem a diminuição do campo visual e auditivo e não possuir
aberturas de ventilação e de drenagem de água.

3.5 LUVAS

Confeccionadas em vaqueta e com reforço na palma, as luvas para salvamento


em altura devem proteger as mãos da abrasão e do aquecimento das peças metálicas,
devendo oferecer boa mobilidade e ajuste às mãos.

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3.6 ESTRIBO

Escada de fita utilizada normalmente pelo bombeiro que acompanha a maca,


possibilitando um curto deslocamento abaixo e acima da vítima ou para facilitar o
acesso a vãos, e aplicadas juntamente aos ascensores fazem parte do sistema de
ascensão.

3.7 FITAS TUBULARES

As fitas tubulares podem ser fechadas por nó ou costuradas. De forma geral,


destinam-se a facilitar ancoragens, de modo bastante prático e funcional, preservando
a corda. Todo material têxtil sofre desgaste tanto pela abrasão, quanto pela
deterioração por raios ultravioletas (raios solares). Devem ser trocadas toda vez que as
linhas da costura começarem a puir ou quando sua coloração começar a aparentar
uma tonalidade desbotada (queimada pelo sol).

3.8 ANÉIS DE FITA

Confeccionada em Poliéster de Alta Tenacidade (maior resistência a agentes


químicos), pode ser utilizada em equalizações, auto seguros, desvios, montagem de
bases e outras diversas aplicações. Disponíveis em vários tamanhos, onde cada
tamanho possui uma cor diferenciada para melhor identificação visual.

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3.9 FITA EXPRESSA

É uma fita com cerca de 10 a 20 cm, fabricadas em poliéster de alta tenacidade


que garante maior resistência mecânica e a agentes químicos. Muito utilizada em
escaladas para prender com auxílio de mosquetões (costura) uma das extremidades à
rocha e na outra ponta pendura-se a corda à qual o escalador está amarrado. No
entanto, para a atividade de Salvamento em altura serve como um alongador entre
mosquetões, utilizados para diversos empregos.

3.10 PROTEÇÕES DE CORDAS

As proteções são acessórios de uso obrigatório destinados a preservar cordas e fitas


tubulares de superfícies abrasivas ou cortantes. Podem ser industrializadas ou feitas com pedaços
de mangueira, carpete, lona ou qualquer outro material similar.

3.11 CADEIRA DE SALVAMENTO

Cintos, em diversos modelos, formados por fitas, fivelas e alças que envolvem a
cintura e as pernas, com pelo menos um ponto de ancoragem na cintura, podendo ou
não ter outros pontos de ancoragem (pontos estruturais) e possuir suspensórios ou
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peitorais, de acordo com sua destinação. Existem modelos para uso esportivo e para
uso profissional (salvamento). As cadeiras para salvamento reúnem características
específicas como fitas largas e acolchoadas (prevendo-se a possibilidade da
permanência dependurado por um longo tempo, durante uma operação de
salvamento), além de, no mínimo, dois pontos estruturais, na parte anterior e posterior
da cintura.

Os pontos de ancoragem são feitos por anéis metálicos em “D”, com resistência de 22
kN, com ou sem alça de fita de segurança. Pode ser utilizada com peitoral avulso ou que seja
parte integrante da cadeira. Nesses casos, há pontos de ancoragem na altura do osso esterno e na
região dorsal, podendo ainda haver pontos de fixação em “V” sobre os ombros. Cadeiras com
estas características são indicadas para trabalhos em espaço confinado, ascensão em cordas e
salvamento aquático.

Cadeiras Classe I, II,III

A NFPA-1983 (edição 2001) classifica as cadeiras de salvamento em três classes:


1) CLASSE I – cintos que se ajustam em torno da cintura e em torno das coxas, e são desenhados para
fuga de emergência com carga de apenas uma pessoa;
2) CLASSE II – cintos que se ajustam em torno da cintura e em torno das coxas dimensionados para
carga de salvamento; e
3) CLASSE III – cintos que além de ajustarem-se em torno da cintura e coxas, ajustam se ao tronco
através de peitoral ou suspensório.

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Ao utilizar cadeiras, especial atenção deve ser tomada quanto aos pontos de ancoragem
(pontos estruturais) daquele modelo, de modo que não sejam confundidos com os porta-objetos,
impróprios para quaisquer ancoragens.

CUIDADO, NÃO UTILIZE O PORTA-OBJETOS PARA ANCORAGENS!

Outro cuidado importante refere-se ao tipo de fivela para fechamento e ajuste da cadeira.
Modelos que não tenham estruturas móveis que “mordam” a fita, necessitam que a fita passe
pela fivela e retorne em sentido contrário, para que haja o travamento.

PASSE E RETORNE A FITA POR FIVELAS COM EIXO CENTRAL FIXO

Ao executar a inspeção periódica da cadeira, observe todas as fitas e peças metálicas,


detectando deformidades, cortes e abrasão anormais, bem como a eficiência das fivelas de
fechamento e ajuste e as condições das costuras, normalmente em cores contrastantes com a fita,
justamente para conferência deste item.

3.12 TRIÂNGULO DE EVACUAÇÃO

Os triângulos de evacuação são principalmente utilizados para o resgate em remontes


mecânicos e pelos bombeiros. Permitem evacuar pessoas, não equipadas, num mínimo de tempo.
Construído de vários materiais, fácil e rápido de instalar (mesmo numa pessoa
sentada). Adapta-se sem ajuste a diferentes gabaritos (vários
posicionamentos dos pontos de fixação).

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4. MACAS

Em casos de transposição de obstáculos, em terrenos acidentados ou em


deslocamento de vítimas de trauma para locais de acesso às viaturas, equipe médica ou
helicóptero, podemos recorrer à utilização de uma maca, com a finalidade de facilitar o
transporte, proteger a vítima e, desta forma, otimizar seu atendimento. Dentre os modelos
de macas em uso no CB, destacamos:

4.1 MACA-CESTO:

Confeccionada em aço tubular em todo seu perímetro e por material plástico (PVC)
nas partes que envolvem a vítima, podendo ser inteiriça ou em duas partes acopláveis. Ao
inspecioná-la, deve-se atentar para a integridade estrutural da maca, conferindo-se,
ainda, as condições dos quatro tirantes de fixação da vítima e suas fivelas, a base de
apoio para os pés, os pinos de travamento da maca (que garantem o seu acoplamento
seguro) e as condições da corda que costura lateralmente a maca.

4.2 SKED:

Sistema compacto de maca constituído por uma folha


plástica altamente resistente,acompanhada por uma
mochila e acessórios que conferem ao equipamento leveza,
praticidade e funcionalidade. Não proporciona imobilização
dorsal, razão pela qual deve ser utilizada prancha longa.
Para movimentações na horizontal, dispõe de dois tirantes
reforçados de nylon com capacidade para suportar 1725 kg
cada um. O tirante a ser utilizado na região do tronco da
vítima é 10 cm menor do que o da região das pernas,
devendo ser observada esta
disposição no momento do
uso.
Ao inspecioná-la,
verifiq ue suas condições
estruturais, especialmente
quanto a abrasões ou
cortes, estado das fitas,
alças de transporte e fivelas de fechamento e ajuste, bem
como, o estado d conservação de seus acessórios: 01
mosquetão em aço grande para salvamento (com
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certificação NFPA), 01 corda de 20m, 02 fitas de nylon para içamento em dois tamanhos,
01 suporte para os pés, 04 alças adicionais pequenas para transporte.

4.3 SMIT–SISTEMA MOLDÁVEL DE IMOBILIZAÇÃO E TRANSPORTE

A maca Smit é confeccionada em placa laminada de polipropileno e conta com


fitas de fechamento e alças em poliamida, fivelas de fechamento em argola dupla de inox
soldado e costura tripla. Os acessórios contam com corda poliamida com capacidade para
duas toneladas para içamento vertical, fita dupla de poliester para içamento horizontal,
mosquetão de aço inox com trava que comporta cinco toneladas, entre outros. É
desmontável, compacta e prática.
Equipamento de fabricação brasileira. Tem a sua aplicação para as mesmas
funções da maca SKED, podendo ser utilizada para içamento de vítima na vertical,
salvamento no plano inclinado e rapel com vítima de trauma, sendo observados mesmos
cuidados quando no uso da maca Sked.

4.4 MACA LECCO

Fabricada pela empresa Kong, situada na Itália, é um equipamento para todo tipo
de intervenção de socorro em qualquer tipo de ambiente que possa ser transportada por
pessoas ou helicóptero. Apresenta fitas que possibilitam que a vítima tenha todos os
membros imobilizados com sistema de fácil ajuste. Sua estrutura em alumínio de alta
resistência totalmente desmontável possui uma capa de nylon para proteção da vítima
que pode ser totalmente aberta por meio de
zíper com dupla abertura possibilitando acessar
a vítima enquanto transportada.
O travesseiro para a cabeça é estofado e
anatômico não permitindo que a vítima fique
com a cabeça móvel durante o transporte, o
mesmo é fixado a maca por meio de velcro,
podendo ser removido se necessário, o fundo da
maca é enrijecido para preservar a coluna da
vítima. Seus exclusivos cabos acolchoados para
suporte nos ombros, permitem que as mãos dos
socorristas fiquem livres durante o transporte.
Pode ser transportada horizontalmente por meio
de pessoas ou tirolesa, ou verticalmente sendo
suspensa, para tanto, acompanha fitas que
possibilitam estas ações, além de bolsa-mochila
para o transporte. O Seu peso de 13 kg, o material da estrutura é composto de liga leve
de alumínio. O Material da cobertura é o Nylon® 800D resinado e possui capacidade de
carga de 180 kg. Suas dimensões montada com os cabos para transporte no ombro são
de 310X60 cm, e suas dimensões sem os cabos para transporte no ombro são de 200X60
cm. As dimensões do saco de transporte são de 40X60X25 cm. Sendo que a capacidade
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de carga da fita para içamento ou descida horizontal, ou transporte em helicóptero são de


500 kg. A capacidade de carga da fita para tirolesa são de 500 kg. A capacidade de carga
da fita para içamento ou descida vertical é de 400 kg, e sua certificação é de acordo com
as normas: CE / Direttiva Dispositivo Médico 93/42/CEE Classe 1.

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