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Apostila de Salvamento em Altura Unidade VI

NÓS

1. EMPREGO DOS NÓS

Emprego dos nós não deve seguir uma padronização, principalmente no que diz
respeito ao seu uso. Um nó, conforme a sua aplicação, poderá transformar-se em funções
distintas entre si. Quando a sua aplicação. Nós diferentes entre se podem exercer a
mesma função e seno semelhantes na sua realização, poderão ser empregados
indistintamente. É bom que se conheça uma variedade de nós e com funções
semelhantes, para que se possa aplicar aquele do qual se recordar mais facilmente, como
também poderá acontecer com certos tipos de cordas onde alguns deles funcionem
melhor que outros. No caso de cordas de fibras naturais não se ajustam devidamente. Por
essas razões tem-se feito esforços para oferecer um maior número de opções nas
amarrações.
É quase que impossível fazer uma lista de nós de acordo com sua finalidade, em
fim, levando em consideração as necessidades quase que ilimitada de cada pessoa, se
fosse então o caso seria uma lista imensa e repetitiva e nesse caso, nós importantes
poderiam ficar omitidos dentro das necessidades de que trata esse assunto.
Treinando um nó cuidadosamente, adquire-se segurança, simplicidade e rapidez
em fazê-lo, determinando sua aplicação para o fim ao qual foi destinado. Se o nó
escolhido é o ideal, faça-o.

2. PRIMEIRAS NOÇÕES

Existem algumas explicações quando se trata do termo girar em volta. Quando


uma corda envolve completamente um objeto, tais como (barra, postes, troncos de
árvores, armários, mesa etc.) e as partes da corda se cruzam numa laçada teremos então
uma volta completa. Assim sendo, tendo representado as voltas desejadas, teremos dado
em fim ao início da execução de um determinado nó.
As voltas, em muitas das situações podem tornar-se um método seguro, pois em
determinadas atividades, empregar um esforço diretamente sobre um nó poderá ser
colocado em risco a operação e a vida útil do material (corda).

3. OS DIAGRAMAS

Nos diagramas representados neste trabalho o chicote da corda que será


empregado na confecção dos nós será indicado por uma seta na maioria dos desenhos
determinando a direção e movimento. Quando os nós forem executados através de uma
laçada na corda as setas não aparecerão porque não haverá, no caso, das extremidades
fixas, as setas poderão aparecer nas duas extremidades da corda, no qual indicará que
estas serão movimentadas ao mesmo tempo ou alternadamente.
Os chicotes de uma corda poderão se alternar durante a execução de um
determinado nó, transformando-se automaticamente um no outro, de acordo com os
movimentos realizados.
As figuras serão apresentadas com espaços abertos para melhor compreensão e
facilidade de identificação dos nós únicos e pontos de cruzamento e fixação. Deve-se
então compreender que todos os nós serão apertados, mesmo que não estejam
representados em figuras, pois não seria de proveito algum a sua representação depois
de pressionados (acochados).
Executar um nó não é uma tarefa difícil, entretanto, alguns nós chegam a ser
bastante complicados e outros até simples demais, porém esses nós, chegam a exigir
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grande habilidade de quem estiver executando-os. Deve-se atentar que muitas vezes um
nó simples não chega a ser satisfatório. Tentar fazer (executar) um nó várias vezes é
aperfeiçoar-se, e o mais importante, continuar treinando sempre, para não cair no
esquecimento ou na dúvida.

4. RESISTÊNCIA DE UM NÓ

Uma corda com um nó, é considerada uma corda enfraquecida, sem dúvida isso
acontece. È claro que uma corda sem um nó e sem emendas é mais seguro e mais
resistente que outras cordas com as mesmas características, porém com um nó em
qualquer ponto de sua extensão, torna-o enfraquecido. Qualquer dobra ou volta em
quinas, locais crespos, tensão maior nos pontos onde esses se cruzam, a própria tensão
sobre um determinado nó, poderá facilitar o rompimento de uma corda. Isso poderá
ocorrer no meio do nó ou normalmente acontece imediatamente da corda de fora do nó.
Muitos nós utilizados e bem aceitos, são surpreendentemente perniciosos conforme as
características das cordas sobre as quais são confeccionados, talvez o principal é o nó de
botão simples que diminui consideradamente a resistência normal de uma corda. Os nós
sem um ajuste ideal poderão desfazer-se por si só e esses mesmos nós quando bem
apertados (acochados) e sob tensão chegam a diminuir em até 50% (cinqüenta por cento)
a resistência real da corda.
Dependendo do trabalho a ser executado, os nós devem ser escolhidos com
cuidado, razão pela qual é recomendável o conhecimento de vários deles e conhecer a
finalidade de cada um desses nós.
Os alpinistas empregam nós normalmente volumosos e com muitas voltas, em
razão de absorver pressões e de certa forma prevenir o enfraquecimento desnecessário
dos cordas, principalmente os de fibra sintética. Naturalmente que a resistência de um nó
não se restringe unicamente à sua aplicação nos processos de escaladas, pescarias ou
outros trabalhos profissionais realizados por Bombeiros. Um motorista de caminhão. Por
exemplo, precisa ter consciência e segurança de que sua carga não irá cair na estrada
em razão de um nó mal feito. Então as necessidades são as mais variadas possíveis.
Teoricamente, os entrelaçamentos são mais fortes do que os nós e deverão ser
usados sempre que for possível. A guia de um guindaste, por exemplo, usa
entrelaçamentos (voltas) e não nós, que poderão só ser empregados na segurança dos
entrelaçamentos.
A deficiência dos entrelaçamentos (voltas) pode chegar a 90% (noventa por
cento), ficando bastante reduzida sua ineficiência. Embora os entrelaçamentos sejam
mais demorados que os nós em sua execução e limitado o tipo de corda em que os
empregam, podem também provocar o retorcimento da corda e provavelmente o
enfraquecimento do mesmo.
Nos casos de aparecimento de dúvidas, é bom consultar o fornecedor. Pois é o
único que dispõe de informações concretas sobre as cordas e as suas especificações.
A resistência e segurança de um nó não é a mesma coisa. Um nó resistente nem
sempre é um nó seguro. Os nós que se comportam muito bem sob uma carga inerte
podem facilmente escorregar, desfazer-se ou transformar-se em um falso nó quando
submetidos a movimentos e pressões variadas, com puxões para pontos diversos. Neste
caso, não obstante sejam fortes e resistentes, não são seguros.
Selecionar um nó para um determinado tipo de trabalho é uma situação
completamente delicada, porém não é nenhuma ciência. Na verdade, combinar um nó
com a situação é experiência de trabalhos realizados.
Testando um nó e medindo seu esforço não define sua aplicação definitiva, o
importante é descobrir a sua forma mais correta e completa dentro dos conhecimentos
técnicos.

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Assim sendo, é aconselhável realizar diversas experiências antes de arriscar


empregar um nó por definitivo nas operações de salvamento.

5. PERCENTUAL DE ENFRAQUECIMENTO DAS CORDAS EM FUNÇÃO DOS NÓS


EMPREGADOS

a) FATEIXA: enfraquecimento das cordas em até 75%.


b) VOLTA DA RIBEIRA: enfraquecimento das cordas em até 70%.
c) LAIS DE GUIA: enfraquecimento das cordas em até 55%.
d) FATEIXA: enfraquecimento das cordas em até 75%.
e) VOLTA DO FIEL: enfraquecimento das cordas em até 60%.
f) NÓ DE ESCOTA: enfraquecimento das cordas em até 55%.
g) NÓ DIREITO: enfraquecimento das cordas em até 45%.
h) NÓ VOLTA DO FIADOR: enfraquecimento das cordas em até 45%.
i) NÓ BALSO DO CALAFATE: enfraquecimento das cordas em até 45%.
j) NÓ BALSO PELO SEIO: enfraquecimento das cordas em até 50%.
k) NÓ DE AZELHA: enfraquecimento das cordas em até 45% chegando à 50%.
l) MEIA VOLTA COM VOLTA DO FIEL: enfraquecimento das cordas em até 35%.
m) BORBOLETA: enfraquecimento das cordas em até 50%.
n) VOLTAS (ANEL): enfraquecimento das cordas em até 10%

O potencial de um nó, jamais poderá ser definido em razão de alguns fatores e condições:

a) Tempo de vida da corda;


b) Material de sua fabricação;
c) Condições em que a mesma está sendo

6. NÓS E ESPECIFICAÇÕES

A nomenclatura dos nós às vezes torna-se meio confuso e pode parecer fora de
padrão e até mesmo pode fugir da função específica do próprio nó, pois o mesmo nó
pode aparecer com nomes diferentes, principalmente quando este pode ser visto de forma
como ele pode ser aplicado.
Um nó, quando executado em torno de um objeto, podemos classificá-lo de nó fixo
ou móvel quando este acompanha um objeto ou peça.
Qualquer nó executado por uma pessoa leiga, tem às vezes a mesma função
quando executados por àqueles versados no assunto, simplesmente serão aplicados com
outros termos e finalidades, porém, com os mesmos objetivos: fixar, içar, prender peças ,
segurar, etc.
Quando se determina que uma amarração qualquer seja executada por um leigo
para a segurança do inicio de qualquer operação, deve ser dobrado voltas e nós cegos
sobre pressão no próprio corda, exercendo sobre o objeto, peças ou colunas um esforço
demasiado e para os executantes saber que jamais poderá exercer uma força ou tração
na corda ou no ponto de ancoragem (ponto de fixação de cordas).
Podemos encontrar dificuldades em razão dos pontos de fixação, pois estes nem
sempre nos oferece uma segurança adequada e é normalmente o que encontramos nos
nossos trabalhos constantes, pois sempre estaremos executando um nó.

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7. NÓS E AMARRAÇÕES BÁSICAS PROFISSIONAIS

7.1 GENERALIDADES E DEFINIÇÕES:

No entanto um nó deve preencher alguns critérios e definições no meio


profissional onde o mesmo é empregado.
Para ser considerado bom, o primeiro deles, é o Bombeiro saber defini-lo e
distingui-lo de uma laçada. São várias as definições, porém, consideramos com
sendo as mais completas e importantes as seguintes:

a) NÓS: São entrelaçamentos feitos á mão, onde se prende a corda pelo seio ou
pelo chicote. É uma massa uniforme com chicotes ou seios entrelaçados para
fins de executar amarrações diversas.

b) LAÇADA: Forma pela qual se fixa temporariamente uma corda, sem ao menos
finalizar uma amarração (nó), podendo ser desfeita simplesmente ao puxar sua
extremidade (chicote).

Para se executar um nó e demonstrar perfeição, devemos observar:

a) A simplicidade e rapidez em ser feito;


b) Ajustar ou apertar na proporção que o esforço sobre ele aumentar, e;
c) A facilidade em ser desatado ou desfeito.

7.2 ATITUDES BÁSICAS DE COMO SE PRATICAR NÓS

a) Conhecer o nó através de visualização, desenho, fotografias ou


demonstrações;
b) Saber suas finalidades, dentro de cada atividade realizada;
c) Conhecer suas limitações de uso;
d) Executá-lo de maneira correta e de diversas formas, e;
e) Treinar sempre, para não cair no esquecimento.

7.3 OBJETIVOS:

Fazer com que o Bombeiro desenvolva suas habilidades dentro da prática de


nós e amarrações, adquirindo com isso rapidez, destreza e demonstrando em cada
operação. A perfeição dos mesmos (nós), que o Bombeiro seja conhecedor, que os
treinamentos constantes o dará segurança, e com isso, tornar-se-á difícil cair no
esquecimento. Observar que a falta de conhecimento, m falso nó, fará de você sem
dúvida nenhuma, em uma vítima.

8. DIVISÃO DOS NÓS:

Para uma melhor compreensão os nós foram separados de forma a se entender


melhor e de forma didática segundo a sua finalidade em:

a) Nós na extremidade da corda;


b) Nós para emendar cordas;
c) Nós para fixar cordas;
d) Nós para encurtar e reforçar cordas;
e) Nós para a formação de alças, e;
f) Nós para a formação de cintos e cadeiras.

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8.1 NÓS NA EXTREMIDADE DA CORDA:

a) COTE: usado como base para a formação e acabamento (arremate) e


segurança dos nós;

b) MEIA VOLTA: Usado como base ou parte de outros nós, chamado também de
volta seca, volta singela, e nó simples devido a sua formação não deve sofrer
tração ou pressão pois colocará em risco a vida útil da corda.

c) VOLTA DO FIADOR: Usada na fixação provisória de uma corda que não vai
sofrer nenhum tipo de trabalho. Muito utilizado no montanhismo, serve para
iniciar o nó de azelha dobrada pelo chicote, e quando feito dobrado, serve para
unir cordeletes para ascensão ou tracionamento e para união de cordas de
mesmo diâmetro. O Manual do Estágio Básico do Combatente de Montanha do
Exército Brasileiro apresenta este mesmo nó como: “nó alemão”.

d) NÓ DE RAMO (LEPAR) : Utilizado no auxilio à escaladas ou subidas em


cordas. Fazendo-se voltas contrárias como na confecção do nó volta do fiel pelo
seio, em seguida passa o chicote que usou na confecção dessas alças por
dentro das mesmas, puxa as extremidades da corda ajustando-o conforme
figura abaixo.

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e) NÓ DE FRADE: Nó utilizado para criar um tensor na corda, servindo para parar


um roldana, ou como escada ou até mesmo em transmissão de morse.
Utilizado também para evitar que a extremidade de um cabo não se desfaça, e
para segurança no rapel quando na utilização de freios descensores
autoblocantes e o aparelho oito utilizado no olhal menor, servindo também na
emenda de cordas.

Observação: Este nó pode ser utilizado em cordas molhadas ou


escorregadias, que estejam em uma ancoragem superior para dar maior
firmeza na empunhadura, utilizando o processo de corda fradeada ou Lepar,
que consiste em vários nós de Frade em torno de uma corda. Este
procedimento é utilizado pelo Exército Brasileiro em forma de improviso em
terrenos onde a inclinação não é muito acentuada.

8.2 NÓS PARA EMENDAR CORDAS

a) NÓ DIDREITO: É o nó usado para emendar cabos de mesmo diâmetro, este


nó quando feito com cordas com diâmetros diferentes, ele se desfaz. Existem
também as variantes: nó direito e nó de envergue, (quando os chicotes não
estão paralelos) e nó direito de correr, quando se deixa uma alça para soltura
rápida. Observação: Após confecção do nó, deve-se arrematar o mesmo com
conte tipo volta singela ou pescador duplo de ambos os lados, para garantir a
sua eficiência.

a) NÓ DIREITO DE CORRER: Ao término da confecção do nó direito, escolhe-se


um dos chicotes para voltar por dentro do anel do nó, formando assim uma alça
para soltura rápida, o nó aperta e devido a alça, fica mais fácil desfazê-lo.

b) NÓ DIREITO DUPLO: Trata-se de um misto da escota simples com nó direito


propriamente dito, após teste mostrou ser bastante confiável.

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c) NÓ DE ENVERGUE: Assemelha-se ao nó direito, porém os chicotes estão


invertidos aos seus firmes, é essencial arrematar o mesmo com pescador duplo
de ambos os lados para que se torne seguro.

d) ESCOTA SINGELO: Usado para unir cordas de diâmetros diferentes, e na


confecção do nó de união do seio e do chicote da corda da vida para o
transporte do mesmo.

e) ESCOTA DOBRADO: Idem ao escota singelo, porém com uma volta a mais e
não é usado na corda da vida para o transporte do mesmo.

f) ESCOTA DE ROSA: Idem aos escota anteriores, sua função também é


emenda de cordas com bitolas diferentes, ao formar uma alça, que após
esforço torna-se fácil de ser desfeita, também chamado de escota pronta a
disparar.

g) NÓ TORTO: Conhecido também por nó esquerdo, não apresenta tanta


segurança quando comparado ao nó direito, ao fazê-lo deve-se arrematar o
mesmo com pescador duplo de ambos os lados para ter total segurança na sua
aplicação. A sua confecção acontece normalmente quando se erra o nó direito.

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h) NÓ DE CIRURGIÃO: Tem a mesma função e confecção parecida com a do nó


direito, ideal também para emenda de cordas lisas.

i) NÓ EM OITO DOBRADO: É eficiente na união de cordeletes, permite após fácil


tração recuperar o cabo com mais facilidade do que o nó duplo e o nó pescador
duplo de correr.

j) NÓ DUPLO: Conhecido também por nó de fita, é usado pura e exclusivamente


para emenda de fitas tubulares e fitas de carga, podendo também ser utilizado
emendas de cordas de mesmo diâmetro, é muito seguro, porém se a corda
emendada com este nó sofrer grande esforço, fica difícil desfazê-lo. Ao
confeccioná-lo em fita deve-se deixar quatro dedos de chicote para cada lado, e
acochar o nó em sua totalidade para que o mesmo não venha a afrouxar. E nas
cordas pode se arrematar com pescador duplo de cada lado para garantir ainda
mais a eficiência.

k) NÓ DUPLO EM FITA(NÓ DE FITA):

l) CALABROTE (OU NÓ DE ABOÇO): Ideal para emenda de cabos de diâmetros


grossos, pode também ser utilizado para união de cabos molhados e cabos de
mesmo diâmetro. Os Escoteiros e Desbravadores o conhecem este nó pelo nome
de “nó ordinário”.

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8.3 NÓS PARA FIXAR CORDAS

a) VOLTA DO FIEL: Nó empregado na fixação de cordas a um ponto de


amarração. Nas amarrações de marcas, na fixação de escadas e outros.
OBS. Esse nó pode ser executado pelo seio ou pelo chicote e não esquecer
que a sua segurança está na confecção do cote ao terminar de executá-lo.

 PELO SEIO

 PELO CHICOTE

b) BOCA DE LOBO: Nó confeccionado no seio de uma corda para servir de alça


ou manter-se firme em peças cilíndricas, quando tiver que ser utilizada as suas
extremidades. Ele poderá ser utilizado como alça, quando feito em uma corda
emendada (cabo solteiro), para servir de ponto de apoio ou de ancoragem.

c) VOLTA DA RIBEIRA: É usado para prender uma corda a um mastro, viga ou


árvore e também para arrastar troncos ou peças, quanto maior a tração, mais
ele aperta e segura, mas não deve substituir os nós de ancoragem tradicionais.

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d) PATA DE GATO: Assemelha-se ao boca de lobo, porém para sua confecção é


feita mais uma até três voltas no anel inferior, serve para fins de ancoragem,
podendo ser confeccionado pelo seio ou pelo chicote.

 Pelo Seio

 Pelo Chicote

e) VOLTA REDONDA E COTES: Nó empregado na sua maioria na fixação de


cordas. Apresenta a mesma utilidade do nó volta do fiel e não cobra em risco a
vida útil da corda, pois a ação da força não ocorre diretamente no nó (cotes).

f) NÓ MOLA: Nó utilizado pelo Exército Brasileiro, consta no Manual do Estágio


Básico do Combatente de Montanha do mesmo. A sua função é confeccionar
uma ancoragem fácil, ligeira e que precise ser desativada rapidamente, pois é
um nó de fácil soltura e muito bom para suportar tensões. Mas não devemos
esquecer de fazer a ancoragem secundária de segurança, que na figura está
no mesmo posto da principal, mas o ideal é um ponto atrás e ou acima, a não
ser que seja um PAB- “Ponto a Prova de Bomba”, que consiste em uma coluna
robusta de concreto onde não há duvida de sua resistência.

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g) Trapa: Existem vários tipos de trapas. Sua característica é de ser realizado a


partir de voltas sucessivas e um arremate. Sua grande vantagem consiste em
preservar a carga de ruptura original da corda. Execução : efetue voltas
sucessivas (quatro a cinco) e arremate com volta de fiel, oito duplo ou oito
duplo e mosquetão . Eficiência : 100%.

8.4 NÓS PARA REFORÇAR E ENCURTAR CORDAS:

a) CATAU: Utilizado na recuperação de cordas quando em trabalhos não podem


ser substituídos, nessas condições, utiliza-se esse nó para encurtar ou para
reforçar um ponto fraco em uma corda.

b) CATAU RACHI: mesmo princípio e confecção do anterior, utilizado em


conjunto com um par de rachi, reforça a segurança.

c) CATAU ENCAPELADO: Nesta versão além do isolamento do trecho coçado, o


referido nó permite formar uma cadeira improvisada através das duas alças
laterais.

a) CORRENTE: Nó normalmente empregado para encurtar uma corda ou para


acomodá-la para o transporte.

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8.5 NÓS AUTOBLOCANTES

Esses nós também conhecidos, vulgarmente, como nó “prusik” por ser o nome do
autoblocante mais conhecido. São confeccionados com cordeletes, cordas ou fitas auxiliares,
que se colocam em volta de uma corda principal. Ao serem submetido a cargas, pressionam
e se bloqueiam, para aliviá-los se faz necessário eliminar a tensão e movêlos com a mão.
Sua realização consiste em envolver a corda principal mediante várias voltas ou
estrangulamentos, de modo que procurem a fricção e sujeição necessárias. Em todos esses
nós, as voltas deverão ser colocadas paralelas para o seu correto funcionamento.
A capacidade de bloqueio desses nós está em função de vários fatores: o nó utilizado,
a diferença de diâmetro entre as cordas, a flexibilidade do cordelete que servirá de
autoblocante, a textura da capa das cordas, o número de voltas do nó e se estão bem
encaixados e, por último, se as cordas estão secas, molhadas ou oleadas.
São mais utilizados remontados em cordas fixas, para autosegurança em atividades
de rapel e manobras. São, portanto, nós imprescindíveis para realizar qualquer manobra de
salvamento. Para suavizar um cordelete, pode-se optar por fazê-lo mais
flexível para que funcione de forma eficiente como autoblocante. Podemos anular uma alma
que soma um total de 20% (arregaçar a capa, cortar a alma e voltar à capa envolvendo o
restante da alma), não se esquecendo de manter intacta a capa. Com esse truque, pode-se
utilizar cordas de até 9 mm. Com alguns nós, se consegue um perfeito rendimento. O
diâmetro mínimo dos cordeletes para fazer esses nós é de 6 mm. Cordeletes mais finos não
devem (não deveriam) ser utilizados por sua debilidade de resistência e o perigo de ruptura,
em caso de deslizamento, é bem maior, em razão de seu diâmetro e de sua resistência serem
menores. Portanto, todas as manobras poderiam ser feitas em condições normais, com só um
ou dois nós desse tipo, porém, é necessário saber algo mais para dinamizar o rendimento e
segurança das manobras.
Sofre com as diversas aplicações, como a qualidade ou quantidade do material
disponível, o estado das cordas, das condições climáticas, etc. Existem muitos nós
autoblocantes, porém, pelas suas características particulares, cada um apresenta uma boa
aplicação, no entanto, diferentes.
Vejamos alguns desses nós:

a) PRUSSIK: Usado na fixação de uma corda de menor bitola a outro, sendo que esta
diferença consiste entre 30 à 50% no diâmetro da corda ou cordonete que será
empregado para se confeccionar o nó.
 Pelo seio:

 Pelo Chicote

b) MACHARD COM UMA ALÇA: Esse nó se bloqueia em uma só direção e funciona


muito bem inclusive sobre cordas molhadas ou oleadas. A resistência do cordelete
só se aproveita, em média, 50%. O nó superior funciona como uma polia, e o
inferior deve descer com a alça curta para melhor bloquear. Esse nó deverá ter

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entre 6 e 7 voltas. É prático para ascensão em cordas fixas, auto-segurança em


rapel e manobras de resgate.

c) MACHARD COM DUAS ALÇA: Variante bidirecional do nó anterior (trabalha nos


dois sentidos) se afrouxa muito bem quando não está com sobrecarga; aproveita a
resistência do cordelete em 100%. As alças que se engancham, no mosquetão,
deverão ser as mais curtas possíveis, para que o nó não se estire (se abra) sobre a
corda e bloqueie corretamente. É recomendado com 7 voltas; nó muito prático e
importante para auto-segurança em rapel, ascensor para cordas fixas e todo tipo
de manobras, recomendado também para ser empregado em sistema de polias em
cordas fixas.

d) SISTEMA AUTOBLOCANTE COM MOSQUETÃO (BACKMANN): Nó unidirecional


que se desbloqueia e se desfaz com muita facilidade tirando o mosquetão. É
prático para ascender por cordas fixas, porém para outros usos como auto-
segurança em rapel é deficiente, já que, instintivamente, tende a se agarrar ao
mosquetão anulando sua capacidade de bloqueio.

e) SISTEMA AUTOBLOCANTE COM MOSQUETÕES E COM CORDELETE


SIMPLES: Nó unidirecional similar ao anterior, porém realizado com um cordelete
simples, que funciona sobre qualquer diâmetro de corda. Muito importante quando dispomos
apenas dos extremos (chicotes) de nossa corda.

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f) SISTEMA AUTOBLOCANTE TRANÇADO (VALDOSTANO): Esse autoblocante


unidirecional é sempre eficaz e afrouxa com facilidade. É necessário conhecê-lo, já que,
eventualmente, alguns desses nós podem funcionar com fitas e sua capacidade de bloqueio
depende muito do tipo de fita ou da corda que se coloca sobre a que atua. Para realizá-lo,
primeiro é necessário dar duas voltas simples (não vai fazer diferença se as cordas
empregadas forem duplas), em seguida é só trançar o resto, alternando a passagem da corda
uma sobre a outra, até completar umas 7 voltas. Pode ser realizado com cordeletes. Esse nó
bloqueia cordas molhadas e de igual diâmetro.

g) PENBERTHY: Nó bidirecional que poderá ser feito com uma ponta de uma corda ou com
uma alça. Afrouxa-se com facilidade e é muito prático para manobras de cordas. Deverá ser
confeccionado com, no mínimo, 7 voltas.

h) NÓ BELUNÊS (NÓ ITALIANO): Nó unidirecional muito interessante já que bloqueia


bem cordas de igual diâmetro. É feito com uma extremidade de corda e com pouca distância.
É útil quando o único meio disponível é a própria corda, podendo ser utilizado também um
cordelete mais grosso. Sua confecção é de sentido contrário em voltas, tornando o chicote e
prendendo o cabo principal do nó, como mostram as figuras. Pode-se fazer mais ou menos
voltas, dependendo da capacidade de bloqueio que se deseja. Esse nó poderá deslizar sobre

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cordas muito novas ou estáticas. O chicote de introdução nas voltas deve ser passado entre o
cabo principal e essas voltas, observando que o chicote deverá ultrapassar 50% das voltas
dadas.

i) NÓ TAUT-LANI: Nó unidirecional, autoblocante, empregado para bloquear uma corda à


outra de mesma bitola. A base da sua confecção é o nó volta do fiel, bastando apenas o
acréscimo de uma volta a mais nos dois sentidos da sua execução. Observar que, na
extremidade (chicote), deverá ser confeccionado um nó de arremate.

8.6 NÓS PARA FORMAÇÃO DE ALÇA:

a) LAIS DE GUIA: Alça básica, usada em diversas atividades, principalmente na


segurança individual e coletiva, alça de apoio e segurança a outras atividades
de salvamento.

b) NÓ DE AZELHA SIMPLES: Nó para a formação de uma alça.Usado nas


trações exercidas nos cordas de sustentação inclinados e horizontais.

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c) NÓ DE BORBOLETA: Nó que tem a mesma finalidade de azelha simples.

d) NÓ BALSO DO CALAFATE: Nó confeccionado pelo Bombeiro na própria


cintura para a sua segurança.

e) NÓ BALSO PELO SEIO: Sua finalidade específica é no resgate de vítimas de


um modo geral. Também empregado no salvamento aquático pelos socorrista.

f) NÓ OITO EM ALÇA: Nó empregado para o resgate de vítimas inconscientes e


conscientes.

g) BALSO PELO SEIO E NÓ DIREITO: Nó para resgate de vítimas inconscientes


pelo processo de elevação, descida ou até mesmo no deslocamento no plano
horizontal.

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8.7 NÓS PARA FORMAÇÃO DE CINTO E CADEIRAS:

a) CADEIRINHA JAPONESA: Alça básica, usada em diversas atividades,


principalmente na segurança individual e coletiva, alça de apoio e segurança a
outras atividades de salvamento.

b) CADEIRINHA AMERICANA: Alça básica, usada em diversas atividades,


principalmente na segurança individual, alça de apoio e segurança a outras
atividades de salvamento.

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c) CADEIRINHA ALPINISTA: Alça básica, usada em diversas atividades,


principalmente na segurança individual, alça de apoio e segurança a outras
atividades de salvamento.

9. AMARRAS
As amarras permitem emendas de pequenos troncos de árvores e bambus para
construção de abrigos, improviso de maca para transporte de vítima e outras funções. A
seguir estão três formas de se confeccionar amarras.

a) AMARRA QUADRADA É usada para unir dois troncos ou varas mais ou menos
em ângulo reto, começa com uma volta do fiel bem firme, e o chicote que sobra
desse nó, deverá ser torcido com a corda para maior garantir a segurança. Os
troncos ou varas são rodeados por três voltas completas redondas entre as peças
concluindo-se com a volta do fiel na vara oposta a que se deu o nó inicial.

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b) AMARRA DIAGONAL: Serve para aproximar e unir duas varas que se encontram
formando um ângulo agudo, e tem sua principal aplicação na construção de
cavaletes. Tem seu início através do nó volta da ribeira apertando fortemente as
duas peças, e em seguida executam–se três voltas redondas em torno das varas
no sentido dos ângulos, arrematando-se com um anel de duas ou três voltas entre
as peças e uma volta do fiel para encerrar.

c) AMARRA PARALELA: Serve para unir duas varas colocadas paralelamente, é


mais simples que as anteriores.

CBMGO Curso de Salvamento em Altura 2011 86

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